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Teoria Geral das Nulidades

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NULIDADES NO PROCESSO PENAL BRASILEIRO
TEORIA GERAL DAS NULIDADES
CONCEITO DE NULIDADE: 
Trata-se de uma sanção aplicável ao processo ou ao ato processual, realizado diferentemente do proposto, seja a inobservância da forma devida ou em forma proibida pela lei processual. É um defeito.
EFEITOS DA NULIDADE:
Declarada a nulidade absoluta ou nulidade relativa não sanada, cabe ao juiz fazer com que o ato seja praticado novamente e corrigido. 
Ademais, após declarada a nulidade, a mesma afetará todos os atos que deste decorram. Por outro lado, os demais atos restam preservados.
Art. 573. Os atos, cuja nulidade não tiver sido sanada, na forma dos artigos anteriores, serão renovados ou retificados.
 §1º A nulidade de um ato, uma vez declarada, causará a dos atos que dele diretamente dependam ou sejam consequência.
 §2º O juiz que pronunciar a nulidade declarará os atos a que ela se estende.
SISTEMAS DE NULIDADES:
O sistema de nulidades foi estabelecido para garantir a forma legal do ato processual e para obrigar os sujeitos processuais a cumprirem as formas legais, sob risco de ser declarado inválido e ineficaz se não cumprido os requisitos. A consequência da inobservância da forma prescrita é o ato não gerar os efeitos que ordinariamente teria.
Os sistemas de nulidades comportam classificação em duas linhas principais: – Sistemas rígidos – aqueles que especificam rigorosamente as nulidades - Sistemas genéricos – dando formulas abertas e deixando ao intérprete a adequação aos casos concretos.
Sistema legalista – ou certeza legal – consiste na adstrição do juiz à dicção da lei. É a legislação processual penal que traça os elementos essenciais do ato processual cuja observância é obrigatória. Aquele em que o legislador desconfiado do juiz, expressamente diz quais os casos haverá a aplicação da sanção da nulidade, não lhe dando discricionariedade.
Sistema judicial – ou instrumental das formas – é o que autoriza que o Juiz valore a essencialidade do requisito não observado do ato processual, embora que em alguns casos deva ser invocado pela parte. O juiz tem total liberdade de decidir se o ato imperfeito deve realmente, ser declarado inválido.
Sistema misto – Majoritariamente adotado pelo CPP, consiste na mescla dos sistemas da certeza legal e da instrumentalidade das formas, de modo a autorizar “o juiz perquirir a lei (se ela diz que o ato é inválido, e, ao mesmo tempo investigar se o ato influenciou na verdade substancial ou na decisão da causa, bem como se do ato imperfeito resultou prejuízo para as partes.
CRITÉRIOS PARA A DECRETAÇÃO DE NULIDADES:
É mister destacar que o requisito básico para a declaração de nulidade é que o juiz reconheça que o vício acarretou prejuízo ao direito das partes ou mesmo presunção de prejuízo na formalidade essencial. 
PRINCÍPIOS:
Princípio do Prejuízo: Não existe nulidade, se do ato errôneo não resultar prejuízo para uma das partes. “Pas de nullité sans grief”. Logo, o prejuízo é necessário para a configuração da nulidade relativa, porém, presumido nas nulidades absolutas. 
Art.563.  Nenhum ato será declarado nulo, se da nulidade não resultar prejuízo para a acusação ou para a defesa.
Princípio das Formas ou da Tipicidade das Formas: O Código descreve todos os atos, especificando quais são e como devem ser praticados. Logo, o que se impõe é o respeito aos modelos previstos em lei, sendo que a afronta constitui nulidade. 
 Art. 564. A nulidade ocorrerá nos seguintes casos:
 III- Por falta das fórmulas ou dos termos seguintes.
Princípio da Instrumentalidade: Se o processo ou ato, mesmo contendo defeito, atingir seus fins, sem prejuízo para as partes, a nulidade não será aplicada. 
Art. 566. Não será declarada a nulidade de ato processual que não houver influído na apuração da verdade substancial ou na decisão da causa.
Art. 572. As nulidades considerar-se-ão sanadas:
 II - Se, praticado por outra forma, o ato tiver atingido o seu fim;
 III - Se a parte, ainda que tacitamente, tiver aceito os seus efeitos.
Princípio da Causalidade ou da Consequencialidade: A invalidação de um ato processual acarreta a invalidade de todos os atos processuais que dele dependam. Ao decretar a nulidade de um ato, o juiz deve declarar os atos atingidos. 
Art. 573. Os atos, cuja nulidade não tiver sido sanada, na forma dos artigos anteriores, serão renovados ou retificados.
 §1º A nulidade de um ato, uma vez declarada, causará a dos atos que dele diretamente dependam ou sejam consequência.
§2º O juiz que pronunciar a nulidade declarará os atos a que ela se estende.
Princípio da conservação e da convalidação dos atos processuais: Quando passível um ato de anulação, em um primeiro momento se permite a possibilidade de saneamento, como casos envolvendo preclusão, atingindo a finalidade normativa, além da aceitação dos efeitos do ato nulo. 
Entretanto, após declarada a nulidade, alcançando o ato invalido e os que dele dependam, deverá resguardar os demais, que não estão relacionados, permanecendo intactos.
Princípio do Interesse: Apenas a parte prejudicada pode arguir nulidade – no campo das nulidades relativas, visto que as absolutas, pode o juiz declarar de oficio. Vale ressaltar também, que a lei não reconhece o interesse de quem tenha dado causa à irregularidade. 
Art. 565. Nenhuma das partes poderá arguir nulidade a que haja dado causa, ou para que tenha concorrido, ou referente a formalidade cuja observância só à parte contrária interesse”. 
INEXISTÊNCIA, NULIDADE E IRREGULARIDADE DO ATO PROCESSUAL:
ATO INEXISTENTE: Aquele que viola norma cogente ditada em interesse público. A distinção entre ato inexistente e ato absolutamente nulo está na vocação para produzir efeito. Se o ato é inapto a produzir qualquer consequência jurídica, não precisa ser atacado, para o fim de ser invalidade – ato inexistente, portanto. Porém, se o ato afetado por um vício grave tem aptidão para produzir consequências jurídicas, deve ser desfeito, pelo que não pode ser considerado inexistente. São exemplos de vícios que acarretam a inexistência dos atos processuais: a ausência de capacidade de direito e a falta de investidura legal. 
A jurisprudência ora considera a sentença apócrifa (sem assinatura) ato nulo, ora a considera ato inexistente. A decisão que decreta extinta a punibilidade com base em certidão de óbito falsa é ato inexistente. 
NULIDADE ABSOLUTA: Violação de norma cogente ditada em interesse público. O prejuízo é presumido – presunção legal ou absoluta do prejuízo. O ato deve ser desfeito, mediante a decretação da nulidade, que pode ser reconhecida a qualquer tempo, até mesmo depois do transito em julgado – salvo decisão absolutória – e em qualquer grau de jurisdição, de ofício ou mediante provocação. O vício não convalesce, é insanável e, se o ato não for desfeito, pode produzir consequência jurídica. Ex.: falta de capacidade processual ou postulatória não suprida em tempo oportuno, o processo instaurado perante juiz impedido ou absolutamente incompetente. 
NULIDADE RELATIVA: Violação de norma cogente ditada em interesse das partes. O prejuízo é presumido – porém, presunção relativa. O ato pode ser desfeito, posto que o vício é sanável, mas depende da provocação. O prejuízo deve ser demonstrado e o vício, alegado, na primeira oportunidade que couber à parte de se manifestar nos autos, sob pena de preclusão e convalescimento do ato viciado. Ex.: processo instaurado perante juiz suspeito ou relativamente incompetente; intimação do advogado que se realiza por publicação, da qual não conste o nome do réu. 
MERA IRREGULARIDADE: Violação de regra processual mínima, que não acarreta nenhum prejuízo as partes, como, por exemplo, a falta da assinatura das partes nos termos de depoimento ou declarações judiciais, perfeitamente suprida pela fé pública do escrevente de sala ou secretário que subscreveu a assentada ou ata; a falta da intimação das partes da data designada no juízo deprecado para a realizaçãoda audiência de instrução, sendo bastante que tenham sido intimadas da expedição da precatória.

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