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Fundamentos de Direito Empresarial e Tributário Aula 10 - Impostos sobre o Patrimônio e a Renda Introdução Nesta aula, abordaremos os impostos sobre o patrimônio e a renda. Estes impostos são os mais conhecidos pelos brasileiros, daí a importância de nos aprofundarmos sobre as principais características de cada um deles. Vamos lá! Planejamento Tributário Entende-se que o Estado, para ter um ambiente equilibrado, busca diversos fatores em aplicações e recursos que o Governo investe na sociedade para a melhoria do bem-estar social, exemplo disso temos a arrecadação do Imposto de Renda pago pela população e as taxas sobre mercadorias incidentes. Contudo, os altos índices de sonegação tributária ocorrem pela falta de ética do contribuinte onde a omissão do pagamento acarreta um início de dívida ao Estado com procedimentos que violam a lei fiscal. Dessa forma, os indivíduos, em geral, têm que estar conscientes da sua participação, tendo conhecimento também dos seus direitos e informações para onde as verbas arrecadadas estão sendo destinadas. De outra maneira, o Planejamento Tributário é um dos meios pelo qual o contribuinte tem de organizar uma estrutura para melhor conseguir pagar seus impostos, ou seja, uma maneira legal para diminuir os custos de seus negócios (pessoa jurídica) e das taxas e impostos. Atenção Para o contribuinte exercer a cidadania, o indivíduo tem como finalidade se conscientizar e viabilizar os serviços que estão sendo prestados pelo Estado, buscando informações nas leis e princípios que estão sendo regidos para a tomada de decisão que modificam sua vida futura. Imposto sobre a renda e proventos de qualquer natureza (IR) O Imposto de Renda possui as seguintes características: • Fato Gerador: a aquisição da disponibilidade econômica ou jurídica da renda ou dos proventos (art. 43 do CTN); • Função Fiscal e lançado por homologação; • Base de Cálculo: no caso da pessoa física, a base de cálculo é o rendimento bruto mensal, admitidos abatimentos da lei, havendo declaração anual de ajuste, com possibilidade de pagamento de complementação ou recebimento de restituição; no caso de pessoa jurídica, a base de cálculo é: a) o lucro real, que é o acréscimo patrimonial real da empresa no período, conforme as normas da legislação própria; b) o lucro presumido, método permitido a empresas menores que chegam ao valor devido pela aplicação de coeficientes legalmente definidos sobre a receita bruta anual ou; c) o lucro arbitrado pelo Fisco, em situações em que não se chega aos montantes devidos pelos métodos do lucro real presumido (CTN, art. 44); d) com o advento da LC 123/06, foi criado o Simples Nacional e assim passamos a ter mais uma hipótese de apuração da base de cálculo do IR. • Contribuinte: é o titular da disponibilidade a que se refere o art. 43, sem prejuízo de atribuir a lei essa condição ao possuidor, a qualquer título, dos bens produtores de renda ou dos proventos tributáveis (CTN, art. 45); • Critérios: serão observadas a progressividade, a generalidade e a universalidade, conforme dispõe o art. 153, § 2º, I da CRFRB/88; • Alíquotas: o CTN silencia, permitindo ao legislador ordinário regulá-las. As alíquotas do Imposto de Renda obedecem à progressividade. O Imposto de Renda é regulado pelo Decreto 3.000/99. Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural O ITR possui as seguintes características: Fato Gerador: é a propriedade, o domínio útil ou a posse de imóvel por natureza, como definido na lei civil, localizado fora da zona urbana do município (CTN, art. 29). Assim, é a propriedade apenas do terreno, e não das construções. A definição de zona urbana é dada na forma do art. 32, § 1o, do CTN, que trata do IPTU; Função Extrafiscal e lançado por homologação; Base de Cálculo: é o valor fundiário (CTN, art. 30), ou seja, o valor da terra nua, sem qualquer benfeitoria; Alíquota: pode ter suas alíquotas fixadas progressivamente de forma a se desestimular a manutenção de propriedades improdutivas e não incidirá sobre pequenas glebas rurais, definidas em Lei, quando as explore o proprietário que não possua outro imóvel (CRFB, art. 153, § 4o); Contribuinte: é o proprietário do imóvel, o titular de seu domínio útil, ou o seu possuidor a qualquer título (CTN, art. 31). Imposto sobre Heranças (causa mortis) e Doações (ITCMD) O ITCMD possui as seguintes características: Fato Gerador: é a transmissão não onerosa de bens (móveis e imóveis), seja causa mortis, ou seja, por doação; Função Fiscal e lançado por declaração; Alíquota: suas alíquotas máximas serão fixadas pelo Senado Federal (art. 155, § 1o, IV, da CRFB/1988). A Resolução do Senado no 9/92 fixou a alíquota máxima em 8%; Contribuinte: no caso de transmissão causa mortis, o contribuinte é o herdeiro ou o legatário; no caso de doações, a lei pode optar entre o doador ou o donatário, na forma que dispõe o art. 42 do CTN; Imposto sobre veículos automotores (IPVA) O IPVA possui as seguintes características: Disciplina Normativa: art. 155, § 6o, da CF/1988; Fato Gerador: o CTN não trata do IPVA porque esse imposto foi introduzido pela Emenda Constitucional no 27, de 1985 à Constituição de 1967/1969. Seu fato gerador é a propriedade de veículos automotores; Função Fiscal e lançamento direto; Base de Cálculo: é o valor venal do veículo; (O valor venal é uma estimativa que o Poder Público realiza sobre o preço de determinados bens. No caso dos veículos automotores sua apuração é feita com base nos preços médios de mercado, levando em conta o tipo, marca, modelo e ano de sua fabricação.) Alíquota: as alíquotas do IPVA poderão ser diferenciadas em função do tipo e utilização do veículo e terá alíquotas mínimas fixadas pelo Senado Federal (EC no 42/2003); Contribuinte: é o proprietário do veículo. Imposto sobre Propriedade Predial e Territorial Urbana (IPTU) O IPTU possui as seguintes características: Disciplina Normativa: art. 155, § 6o, da CF/1988; Fato Gerador: é a propriedade, o domínio útil ou a posse de bem imóvel por natureza por acessão física, como definido na lei civil, localizado na zona urbana do município (CTN, art. 32). Para caracterização da zona urbana, observem-se os requisitos do § 1o do art. 32 do CTN; Função Fiscal e lançamento direto; Base de Cálculo: é o valor venal do imóvel (CTN, art. 33); Alíquota: pode ter alíquotas diferentes de acordo com a localização e o uso do imóvel. Poderia também ser progressiva, na forma dos arts. 182, §4o, II, e 156, §1o, I, ambos da CF/1988; Contribuinte: é o proprietário do imóvel, o titular do seu domínio útil ou o seu possuidor a qualquer título (CTN, art. 34). Imposto sobre a Transmissão inter vivos de Bens Imóveis e Direitos a eles relativos (ITBI) O ITBI possui as seguintes características: Disciplina Normativa: art. 156, II, § 2o, da CF; Fato Gerador: é a transmissão inter vivos, a qualquer título, por ato oneroso, de bens imóveis, por natureza ou acessão física, e de Direitos reais sobre imóveis, exceto os de garantia, bem como cessão de direitos a sua aquisição; Função Fiscal e lançado por Declaração; Base de Cálculo: é o valor venal dos bens ou direitos transmitidos (CTN, art. 38). Para a Primeira Turma do STJ, a base de cálculo do ITBI de imóvel arrematado é a do valor alcançado no leilão; Contribuinte: é qualquer das partes na operação tributada, competindo à lei ordinária municipal elegê-lo (em regra é o adquirente). Ver art. 4o do CTN.
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