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19 Psicofisica

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Medidas em Percepção
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PSICOFÍSICA
Procura relacionar funcionalmente os estímulos de diferentes magnitudes ou valores; ou eventos físicos e as sensações ou perceptos. É o estudo de como os estímulos se relacionam com nossas experiências psicológicas.
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MÉTODOS PSICOFÍSICOS 
Técnicas especiais de medida que buscam quantificar os resultados das pesquisas de campo e dos experimentos de laboratório realizadas a partir da percepção.
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Se houvesse uma relação simples e constante entre os valore físicos de um estímulo e as sensações provocadas, a questão não apresentaria maiores problemas. Só que não é assim.
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As escalas físicas utilizadas para medir os estímulos são, em sua maioria, até certo ponto arbitrárias. Podemos medir uma distância em centímetros ou polegadas ou ano-luz, por exemplo. A maioria das escalas utilizadas para medir um estímulo físico é independente do observador humano. 
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Mas há algumas exceções, como o volume de um som expresso em decibéis relativos à sensibilidade auditiva do homem. A sensação. A sensação não corresponde sempre ao estímulo físico de uma forma simples, a ponto de o observador se dar conta disto: o mesmo observador olha o comprimento de uma escada deitada no chão e a altura do telhado; tem a nítida sensação de que a distância é a mesma. Mas ao encostar a escada à parede percebe que faltam alguns centímetros.
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	A Psicofísica, em sua busca da relação entre o valor do estímulo físico e a sensação, defronta-se, basicamente, com 4 questões, cuja a separação é apenas didática
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 1ª QUESTÃO 
qual é a energia mínima que um estímulo deve ter para provocar em nós uma sensação (ser percebido)? - limiar absoluto (valor físico desta magnitude). Apresenta para o observador uma questão de detecção. Ex. Para que um médico possa detectar uma mancha na radiografia do seu paciente, que tamanho ela precisa ter?
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2ª QUESTÃO 
diz respeito à sensibilidade diferencial, ou seja, quanto dois estímulos precisam diferir entre si, para que provoquem sensações diferentes? A menor diferença entre os valores físicos de dois estímulos, que provocam sensações diferentes e que, portanto, podem ser discriminados, é chamada de limiar diferencial. Para o observador, trata-se de uma tarefa de discriminação. 
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	Ele precisa distinguir, discriminar, vários estímulos que variam entre si quanto a um mesmo aspecto.
	Exemplo: o médico tem diante de si a radiografia dos pulmões.
	Ambos os pulmões estão com uma mancha. Quanto uma mancha tem de ser maior que a outra para o médico decidir qual dos dois pulmões está mais afetado?
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3ª QUESTÃO
refere-se ao que representa, para o observador, uma tarefa de reconhecimento. O estímulo, depois de detectado, precisa ser identificado ou reconhecido. Reconhecimento implica a comparação do estímulo detectado com outros perfeitamente definidos.
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Estes podem estar presentes em um manual, por exemplo, ou o observador fez o reconhecimento em função de imagens que possui na memória e é o que geralmente acontece. Exemplo: o médico detectou uma mancha na radiografia. Agora precisa identificar a mancha. Trata-se de um tumor, uma infecção, um corpo estranho?
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4ª QUESTÃO
refere-se a um instrumento de medida. Agora queremos, a partir da magnitude de nossa sensação, chegar ao valor físico o estímulo. A tarefa com a qual o observador se defronta é a da construção de uma escala.
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	* Estas 4 tarefas perceptivas: detecção, discriminação, reconhecimento e formação de escala relacionam sensações com valores físicos do estímulo. São os temas principais da psicofísica.
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Limiares
 
1. Limiar absoluto:
 é a estimulação mínima necessária para que um estímulo seja detectado em 50% das vezes.
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O conceito de limiar absoluto foi introduzido por Herbart em 1824, ao escrever a respeito de limiar de consciência, ou seja, uma ideia somente se tornaria consciente para o observador se tivesse uma certa intensidade, do contrário permaneceria no inconsciente.
Fechner aplicou o conceito à sensação.
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Os psicofísicos optaram por medir o limiar absoluto, considerando se aquele estímulo foi detectado em pelo menos 50% das vezes em que foi apresentado.
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Como se mede o limiar absoluto?
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Método dos limites. 
São apresentados estímulos com intensidades diferentes (por exemplo, sons bem baixinhos que aos poucos vão aumentando) e pede-se que os sujeitos digam quando ouviram o som ou quando não ouviram. Some-se os resultados e tira-se a média aritmética.
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MÉTODO DOS LIMITES
 
 
Limiar = Σ limites de série = (50+60+70+60+60+70+50+50+70+60) = 600 = 60
 N 10 10
 
Limiar absoluto = 60
 
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Método dos estímulos constantes:
 um estímulo quando é apresentado na intensidade 6 é detectado em 50% das vezes, quando ele é apresentado na intensidade 4 é detectado em 30% das vezes, quando é apresentado em intensidade 2, em apenas 10% das vezes.
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MÉTODO DOS ESTÍMULOS CONSTANTES
 
 
Limiar absoluto = 50 
Limiar absoluto – A intensidade do estímulo detectada em 50 % das ocasiões.
 
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Variações nos limiares - Existe um parâmetro de limiares absolutos para a população em geral, mas os limiares absolutos podem variar de uma pessoa para a outra e na mesma pessoa em função de circunstâncias diferentes.
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	Detecção de sinais e a variação dos limiares absolutos
¨      	A detecção de um estímulo depende não apenas da intensidade deste estímulo, mas também de nossas experiências, expectativas, motivação, e fadiga, variando de pessoa para pessoa e, na mesma pessoa, em diferentes situações
   	Hoje sabe-se que é impossível estabelecer um limite exato entre estímulos supra e subliminares.
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Estimulação subliminar
 
Conceito – é o estímulo que é apresentado com uma intensidade abaixo da intensidade mínima na maioria dos casos detectada.
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 Limiar relativo ou diferença meramente perceptível ou diferença apenas perceptível
 
Um músico precisa detectar variações mínimas na afinação de um instrumento, um provador de vinho precisa distinguir refinadamente gostos.
 
Conceito - Limiar relativo ou diferença meramente perceptível – é a diferença mínima que deve existir entre dois estímulos para que eles sejam percebidos como diferentes em 50% das vezes.
 
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Assim como para o limiar absoluto, definiu-se que a dmp é a quantidade de mudança no estímulo necessária para que o sujeito detecte que houve mudança, em 50% das tentativas.
Utiliza-se um estímulo padrão e outras variáveis a serem comparadas em termos de maior ou menor, mais ou menos intensos, mais ou menos brilhantes, etc.
Usa-se o método dos limiares, método dos estímulos constantes e método do erro médio ou do ajuste. Neste último o sujeito vai alterando o estímulo até se igualar ao estímulo padrão.
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FORMAÇÃO DE ESCALAS
Depois de detectar o estímulo, descriminá-lo de outros e reconhecê-lo, o observador deverá proceder ao julgamento da sensação provocada pelo estímulo do sujeito.
Há duas maneiras de abordar a formação de escalas sensoriais:
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Não é possível medir uma sensação diretamente, mas apenas de forma indireta, através de sucessivos limiares diferenciais ou diferença apenas perceptíveis (DAP) Fechner (1860). A ideia de Fechner era determinar o limiar diferencial para cada valor do estímulo, desde o limiar absoluto até o limiar terminal, cobrindo toda a gama de variação do estímulo à qual o aparelho sensorial em causa é sensível.
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CRÍTICAS
Muito trabalhosa, envolve função logarítmica e sua principal crítica é que a função logarítmica deste tipo prevê sensações negativas – seriam sensações subliminares? Por fim, as escalas construídas sobre os pressupostos dessa teoria são influenciáveis pelas condições
do experimento, em especial pelos valores particulares de estímulo utilizadas dentro da gama de variação. Uma escala de sensação deveria ser independente da situação, por ser intrínseca ao observador.
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OUTRA PROPOSTA
S.S. Stevens (1951) mostrou que é possível ao observador construir escalas diretamente a partir de julgamentos de magnitude. Pede-se ao sujeito que dê medidas em números aos diferentes estímulos, baseando-se unicamente no princípio de que estímulos que parecem iguais devem receber números iguais, o que parece ser o dobro do outro, deve receber um número (magnitude) que seja o dobro e assim por diante.
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Obtêm-se funções do tipo R=KSn, onde R é a sensação, S o estímulo julgado, K uma constante de proporcionalidade e n um expoente constante para uma determinada dimensão sensorial, mas que assume valores diversos para cada dimensão sensorial, ex. n < 1, n=1 ou n>1.
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A diferença entre a escala de Fechener e a escala de Stevens pode ser definida no seguinte sentido: a primeira diz que a razões (proporções) iguais de estímulos correspondem diferenças iguais de sensações; a segunda afirma que a razões iguais de estímulos correspondem iguais razões de sensação.

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