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DISCIPLINA GESTÃO DA CADEIA DE SUPRIMENTO Faculdade Estácio do Amazonas 1 Faculdade Estácio do Amazonas Aula 03 MEDINDO O DESEMPENHO E A DEMANDA 2 SUMÁRIO 1. Introdução 2. Cálculo do desempenho 3. Demanda 4. Método qualitativo 5. Método quantitativo 6. Métodos baseados em séries temporais 7. Média Móvel Simples 8. Média Ponderada 9. Método da Média de Suavização Exponencial 10. Previsões de demanda e seu impacto sobre a produção 11. Impactos em função da vulnerabilidade da demanda 12. Efeito chicote 13. Fatores que afetam a demanda Prof Lopes 4 1. INTRODUÇÃO Se você tem um curso pré-vestibular, pode medir o desempenho do mesmo tendo como base a porcentagem de alunos aprovados em universidades renomadas. Se um restaurante que preza pelo serviço de qualidade, pode medir o seu desempenho de acordo com a taxa de clientes que retornam. Prof Lopes 5 Se o caso é uma indústria de produção em massa, o desempenho pode ser medido pela quantidade de produtos finalizados por hora. Os indicadores de desempenho, também chamados de KPI, são métricas que quantificam sua performance de acordo com seus objetivos organizacionais. Prof Lopes 6 Para que esses indicadores de desempenho tenham uma contribuição significativa no controle da empresa, primeiro é necessário entender o planejamento estratégico e ter objetivos claros na hora da definição das metas que devem ser alcançadas. PROF LOPES 7 Independentemente de em qual categoria os indicadores se encontram, eles são igualmente importantes, pois são eles quem fornecem a visão que a empresa necessita para enxergar seus processos e conseguir uma base sólida para alinhá-los aos objetivos traçados. PROF LOPES 8 2. CÁLCULO DO DESEMPENHO PROF LOPES 9 Por que medir o desempenho? Organizações estão percebendo que medir a performance ajuda a: Quantificar, e em alguns casos estimar os valores futuros. Monitorar a performance de melhoria Tomar decisões estratégicas Você não pode gerenciar o que não pode medir! PROF LOPES 10 Por que medir? Acompanhar o desempenho Dar suporte ao processo de tomada de decisão Agilidade no processo de tomada de decisão Linguagem comum Influência na criação da cultura de excelência de desempenho Transparência na divulgação dos resultados Melhoria do desempenho Motivação da equipe Clareza e alinhamento do pensamento: senso de prioridade PROF LOPES 11 Exemplo Uma empresa planeja que a demanda projetada do seu produto no mercado seja: Ano 1 2 3 4 5 Produto (unid) 100.000 110.000 123.000 138.000 135.000 Sabe-se que a previsão da estimativa é de 10% (para mais ou para menos) para os anos 1 e 2, e de 20% para os demais anos. A empresa decide que vai abranger uma participação de mercado de 35%. Portanto, o cenário de capacidade para a empresa é o seguinte: Ano 1 2 3 4 5 Produto (unid) 100.000 +10% Ano 1: 100.000 + 10.000 =110.000 - 10 % Ano 1: 100.000 – 10.000 = 90.000 + 35 % Ano 1:110.000 = 38.500 - 35 % Ano 1: 90.000 = 31.500 Ano 1 2 3 4 5 Capacidade Máxima 38.500 Capacidade Mínima 31.500 Ano 1 2 3 4 5 Produto (unid) 110.000 +10% Ano 2: 110.000 + 11.000 = 121.000 - 10 % Ano 2:110.000 – 11.000 = 99.000 +35 % Ano 2: 121.000 = 42.350 - 35 % Ano 2:99.000 = 34.650 Ano 1 2 3 4 5 Capacidade Máxima 42.350 Capacidade Mínima 34.650 Ano 1 2 3 4 5 Produto (unid) 123.000 + 20 % Ano 3: 123.000 + 24.600 = 147.600 - 20 % Ano 3: 123.000 – 24.600 = 98.400 +35 % Ano 3: 147.600 = 51.660 - 35 % Ano 3: 98.400 = 34.440 Ano 1 2 3 4 5 Capacidade Máxima 51.660 Capacidade Mínima 34.440 Ano 1 2 3 4 5 Produto (unid) 138.000 + 20 % Ano 4: 138.000 + 27.600 = 165.600 - 20 % Ano 4: 138.000 – 27.600 = 110.400 +35 % Ano 4: 165.600 = 57.960 - 35 % Ano 4: 110.400 = 38.640 Ano 1 2 3 4 5 Capacidade Máxima 57.960 Capacidade Mínima 38.640 Ano 1 2 3 4 5 Produto (unid) 155.000 + 20 % Ano 5: 155.000 + 31.000 = 186.000 - 20 % Ano 5: 155.000 – 31.000 = 124.000 +35 % Ano 5: 186.000 = 65.100 - 35 % Ano 5: 124.000 = 43.400 Ano 1 2 3 4 5 Capacidade Máxima 65.100 Capacidade Mínima 43.400 Ano 1 2 3 4 5 Capacidade Máxima 38.500 42.350 51.660 57.960 65.100 Capacidade Mínima 31.500 34.650 34.440 38.640 43.400 EXERCÍCIO Uma empresa no seu planejamento estratégico decidiu que para os próximos cinco anos sua atuação no mercado será a seguinte: Ano 1, não haverá variação; a previsão da estimativa de demanda para o ano 2 é de 18% (para mais ou para menos); no ano 3 a estimativa é de 22%; os anos 4 e 5 será de 25%. A empresa pretende que sua participação de mercado seja de 32%. Solução Ano 1 2 3 4 5 Capacidade Máxima Capacidade Mínima Ano 1 2 3 4 5 Produto (unid) 115.000 121.000 123.000 135.000 155.000 3. DEMANDA PROF LOPES 24 Segundo Bowersox e Closs (2007), as previsões da demanda dividem-se por local, por quantidade de produto e por período de tempo, e tem a finalidade de auxiliar no planejamento das operações logísticas. Para desenvolver uma metodologia de previsão da demanda, os gestores de logística precisam considerar todas as possíveis fontes de informações e as características dos possíveis usuários. PROF LOPES 25 Existem dois tipos de técnicas de previsão, as qualitativas e as quantitativas. As técnicas qualitativas utilizam informações baseadas em opiniões de especialistas para preverem o futuro. PROF LOPES 26 Os métodos qualitativos, são baseados em opiniões e Os métodos quantitativos, são baseados em séries históricas ou em relações causais entre as variáveis. 4. MÉTODOS QUALITATIVOS Prof Lopes 27 Bowersox e Closs (2007) apontam que as técnicas qualitativas baseiam-se na experiência e no conhecimento especializados, sendo re- lativamente custosas em relação a custo e tempo. Tais técnicas são idéias para casos nos quais há pouca disponibilidade de dados históricos. PROF LOPES 28 Um possível exemplo é a utilização de dados oriundos de equipes de vendas como base para prever vendas em uma nova região ou vendas de determinado produto. Entretanto, para a logística, os métodos qualitativos não são os mais apropriados, pois absorvem muito tempo para serem elaborados, já que dependem de pesquisas, painéis e reuniões para o atingimento de consenso. PROF LOPES 29 5. MÉTODOS QUANTITATIVOS PROF LOPES 30 Prof Lopes 31 Os métodos quantitativos são divididos entre os baseados em séries temporais e os baseados em relações causais. 6. MÉTODOS BASEADOS EM SÉRIES TEMPORAIS PROF LOPES 32 Tais métodos são técnicas estatísticas que utilizam dados históricos de vendas representativos de relações e tendências estáveis. São utilizados para a identificação dos seguintes fatores: Prof Lopes 33 variações sistemáticas resultantes de fatores sazonais; padrões cíclicos; tendências; taxa de variação das tendências. As técnicas baseadas em séries temporais partem da premissa que o futuro será similar ao passado, ou seja, os padrões de demanda coexistem no futuro. Prof Lopes 34 As técnicas baseadas em séries temporais trabalham com diversos métodos que realizam análise nos padrões e variações de dados históricos, alguns desses métodos serão abordados a seguir, em ordem crescente de complexidade. Prof Lopes 35 7. MÉDIA MÓVEL SIMPLES Prof Lopes 36 A média móvel trabalha com a média dos períodos mais recentes dos dados históricos disponíveis. Elas podem contemplar qualquer quantidade de períodos anteriores, sendo que as mais comuns são de um, três, quatro e doze períodos. A técnica leva em conta que o período seguinte sempre seja projetado a partir do último período de vendas. Prof Lopes 37 Trata-se de um método que tem por objetivo “suavizar” as variações das séries por um processo de sucessivas médias. Mediante o emprego de médias móveis, podem ser eliminadas as variações sazonais e irregulares, conservando-se desta forma o movimento de tendência. Prof Lopes 38 C1+ C2+ C3 …. +Cn MMS = -------------------------- n Onde: C1, C2 …Cn = consumo nos períodos anteriores n = número de períodos em questão Prof Lopes 39 FÓRMULA Calcular uma previsão pela média móvel com base em vendas de 356, 387 e 288 produtos: (356 + 387 + 288) 1.031 MMS = ------------------------- = ---------- = 343,66 3 3 Prof Lopes 40 EXEMPLOS A empresa Fabricante de Peças S.A. teve neste ano o seguinte volume de vendas para seu produto “Bomba Injetora YZ”: Prof Lopes 41 BOMBA INJETORA YZ Mês Quantidade Jan 2.500 Fev 2.200 Mar 2.650 Abr 2.800 Mai 2.850 Jun 2.900 Jul 3.000 (2.500 + 2.200 + 2.650 + 2.800 + 2.850 + 2.900 + 3000) MMS = -------------------------------------------------------------- 7 18.900 MMS = ---------- = 2.700 7 Prof Lopes 42 8. MÉDIA MÓVEL PONDERADA PROF LOPES 43 Nesse método, a previsão do próximo período é obtida por meio da ponderação dada a cada período, sendo que o período mais próximo recebe peso maior e, vamos reduzindo os pesos para os períodos mais distantes. A soma das ponderações deve ser sempre 100%. Os valores das ponderações como regra geral devem ter peso de 40 a 60% para o período mais recente e para o último período 5%. PROF LOPES 44 PROF LOPES 45 Essa alocação será sempre em função da sensibilidade do administrador em relação às variáveis e mudanças de mercado. Tal modelo tende a eliminar algumas das fragilidades apresentadas nos modelos anteriores. MMP = (C1 . P1) + (C2 . P2) + (C3 . P3) + ... + (Cn . Pn) Onde: C = consumo dos períodos anteriores P = ponderação dada a cada período PROF LOPES 46 FÓRMULA A empresa Fabricante de Peças S.A. teve neste ano o seguinte volume de vendas para seu produto “Bomba Injetora YZ”: PROF LOPES 47 EXEMPLO BOMBA INJETORA YZ Mês Qtde % Jan 2.500 5 Fev 2.200 5 Mar 2.650 7 Abr 2.800 8 Mai 2.850 15 Jun 2.900 20 Jul 3.000 40 A empresa Fabricante de Peças S.A. teve neste ano o seguinte volume de vendas para seu produto “Bomba Injetora YZ”: PROF LOPES 48 EXEMPLO BOMBA INJETORA YZ Mês Qtde % Jan 2.500 0,05 Fev 2.200 0,05 Mar 2.650 0,07 Abr 2.800 0,08 Mai 2.850 0,15 Jun 2.900 0,20 Jul 3.000 0,40 MMP = (2.500 . 0,05) + (2.200 . 0,05) + (2.650 . 0,07) + (2.800 . 0,08) + (2.850 . 0,15) + (2.900 . 0,2) + (3000 . 0,4) MMP = (125) + (110) + (185,5) + (224) + (427,5) + (580) + (1.200) MMP = 2.852 PROF LOPES 49 9. MÉTODO DA MÉDIA DE SUAVIZAÇÃO EXPONENCIAL PROF LOPES 50 O amortecimento exponencial é um tipo semelhante a forma da média móvel ponderada. Este tipo de técnica estima as vendas futuras a partir de médias ponderadas dos níveis anteriores de vendas reais e de vendas previstas. PROF LOPES 51 A nova previsão se dá em função da previsão anterior somada a uma fração da diferença entre as vendas projetadas anteriormente e as respectivas vendas reais alcançadas. A magnitude do ajuste é denominada fator alfa ou constante de amortecimento. PROF LOPES 52 MMSE= [(Ra x α) + (1 - α ) x Pa] Onde: MMSE = vendas projetadas para o período Ra = demanda real para o período Pa = previsão para o período α = fator alfa ou constante de amortecimento PROF LOPES 53 FÓRMULA Para resolução do nosso exercício utilizaremos α = 0,2 e a ponderação dada ao último período (Rt-1) como 4.158 unidades e Pt-1 como sendo o último período do exemplo anterior (3000). Pt = (4.158 x 0,2) + (1 – 0,2) x 3.000 Pt = = 831,6 + (0,8 x 3.000) Pt = 831,6 + 2400 Pt = 3.231,6 PROF LOPES 54 EXEMPLO 1 Suponhamos que a previsão do período mais recente tenha sido de 80 unidades e as vendas reais de 95 unidades. Considerando um alfa de 0,3, a nova previsão seria a seguinte: MMSE = [(Ra x α) + (1 - α ) x Pa] MMSE = [(95 x 0,3) + (1 – 0,3) x 80] MMSE = [28,5 + 56] MMSE = 84,5 = 84 PROF LOPES 55 EXEMPLO 2 EXERCÍCIO A empresa PPW Ltda. produz o produto “Z” que, nos meses de janeiro a junho, tiveram os consumos de 1.000, 1.050, 1.100, 1.200, 1.050, e 1.150 respectivamente. Estime a demanda para o mês de julho utilizando o MMS e MMSE. Utilizar a constante de suavização exponencial de 0,35 e consumo real de 1200 unidades PROF LOPES 56 O amortecimento exponencial simples permite cálculo rápido de novas previsões sem que seja preciso trabalhosas atualizações nas bases de dados. Um aspecto importante é entender o funcionamento do fator alfa para escolhê-lo adequadamente. PROF LOPES 57 Quanto maior o seu valor, maior será o peso para o período mais recente. Por exemplo, ao escolher um valor alfa igual a 1, a venda do período mais recente será a venda prevista, já valores muito baixos, próximos a zero, a previsão torna-se praticamente uma média móvel simples. PROF LOPES 58 O amortecimento exponencial simples tem a desvantagem de não identificar diferenças entre sazonalidade e flutuações aleatórias, sendo que, desta forma, não elimina a necessidade de julgamento posterior. As técnicas de utilização de amortecimento exponencial com outros componentes resolvem esta desvantagem. PROF LOPES 59 10. PREVISÕES DE DEMANDA E SEU IMPACTO SOBRE A PRODUÇÃO PROF LOPES 60 As previsões de demanda podem ser classificadas com independentes e dependentes. A demanda dependente tem por característica uma sequência interligada de atividades de compra e produção. PROF LOPES 61 Um exemplo dessa interligação é a ligação entre componentes usados para a montagem de um produto final, as necessidades de teclados de notebooks dependem da programação da sua produção. PROF LOPES 62 No caso de itens de demanda dependente dentro de um processo produtivo, não há a necessidade de previsão, sua necessidade no processo produtivo é calculada a partir de necessidades dos itens independentes (estes sim, precisão da utilização de técnicas de previsões de demanda). PROF LOPES 63 11. IMPACTOS EM FUNÇÃO DA VARIABILIDADE DA DEMANDA PROF LOPES 64 A variação da demanda, quando contraria os valores estimados pelas técnicas de previsão leva a impactos que as organizações precisam enfrentar e buscar uma solução. Divergências entre oferta e demanda resultam em alto custo, levando a prejuízos com efeito cascata nos demais componentes da cadeia de suprimentos. PROF LOPES 65 12. EFEITO CHICOTE PROF LOPES 66 O efeito chicote, também conhecido como efeito Forrester (1961) é resultado da discrepância entre a demanda real e à prevista, em conjunto com a intenção das empresas em alinharem sua oferta a esta demanda, para não deixar de atendê-la. PROF LOPES 67 13. FATORES QUE AFETAM A DEMANDA PROF LOPES 68 Há diversos fatores que influenciam a demanda, alguns deles são fatores internos, os quais podem ser controlados e outros são externos, os quais as empresas não conseguem controlar, entretanto, precisam acompanhar possíveis mudanças e as suas influências. PROF LOPES 69 Fatores Internos Preço; Qualidade do produto; Investimento e publicidade; Lançamento de produtos substitutos pela própria empresa PROF LOPES 70 Fatores externos Preço de bens substitutos dos concorrentes; Preços de bens complementares; Renda dos consumidores; Regulamentação governamental; Comportamento do consumidor PROF LOPES 71 Aula 1 - Globalização PROF LOPES 72
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