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Análise Teológica da Terapia Familiar Estrutural

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CENTRO PRESBITERIANO DE PÓS-GRADUAÇÃO ANDREW JUMPER 
M.DIV. EM ACONSELHAMENTO PASTORAL 
PAC 405 – ACONSELHAMENTO DE CASAIS 
ALESSANDRO ROBERTO AZEVEDO CAPELARI - 81504128 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
MONOGRAFIA 
UMA ANÁLISE TEOLÓGICA DA TERAPIA FAMILIAR ESTRUTURAL 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SÃO PAULO 
2017 
 
 
CENTRO PRESBITERIANO DE PÓS-GRADUAÇÃO ANDREW JUMPER 
M.DIV. EM ACONSELHAMENTO PASTORAL 
PAC 405 – ACONSELHAMENTO DE CASAIS 
ALESSANDRO ROBERTO AZEVEDO CAPELARI - 81504128 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
MONOGRAFIA 
UMA ANÁLISE TEOLÓGICA DA TERAPIA FAMILIAR ESTRUTURAL 
 
 
 
 
Trabalho Monográfico sobre a Análise Teológica da 
Terapia Familiar Estrutural apresentado ao Centro 
Presbiteriano de Pós-graduação Andrew Jumper em 
cumprimento de parte das exigências da disciplina de 
“PAC 405 – Aconselhamento de Casais”. 
Professor: Rev. Valdeci Santos. 
 
 
 
 
 
 
 
SÃO PAULO 
2017 
 
 
SUMÁRIO 
 
INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 2 
1- ENTENDENDO O CONCEITO DE TERAPIA ......................................................... 2 
2- UM BREVE HISTÓRICO SOBRE TERAPIA FAMILIAR ......................................... 3 
3- A TERAPIA FAMILIAR ESTRUTURAL DE MINUCHIN .......................................... 6 
4- ANÁLISE BÍBLICO TEOLÓGICA DA TERAPIA FAMILIAR ESTRUTURAL ............ 8 
4.1. Um Olhar Bíblico sobre a Estrutura Familiar ..................................................... 9 
4.2. O Processo da Terapia Estrutural ................................................................... 11 
4.2.1. O Objetivo da Terapia Familiar Estrutural ................................................ 12 
5- TERAPIA OU ACONSELHAMENTO? EM BUSCA DO MELHOR CAMINHO ...... 13 
CONCLUSÃO ............................................................................................................ 14 
BIBLIOGRAFIA ......................................................................................................... 16 
 
 
2 
 
INTRODUÇÃO 
 
Esse trabalho visa apresentar uma análise dos principais fundamentos e 
práticas da Terapia Familiar em comparação com os conceitos aplicados no 
Aconselhamento Bíblico. De início apresentamos uma breve definição do que vem a 
ser terapia, logo após será traçado um breve histórico sobre a Terapia Familiar como 
um todo, e, por fim, apresentaremos uma visão mais específica dos conceitos e 
métodos aplicados pela Terapia Familiar Estrutural desenvolvida por Salvador 
Minuchin. 
Posteriormente será feito uma análise bíblico teológica desses conceitos de 
forma a compreender quais conceitos da Terapia Familiar Estrutural tem maior ou 
menor proximidade com o que a Bíblia nos apresenta sobre a estrutura de família, 
seus objetivos e a forma de tratamento de algumas questões que estejam 
disfuncionais. Por fim faremos uma comparação dos principais conceitos e técnicas 
da Terapia Familiar Estrutural em relação aos princípios do Aconselhamento Bíblico, 
observando onde esses conceitos são complementares e onde eles apresentam 
questões antagônicas. 
Como objetivo maior o trabalho apresentado aqui tem a finalidade de 
proporcionar que seus leitores tenham uma visão um pouco mais ampla acerca da 
Terapia Familiar Estrutural e seu relacionamento com o Aconselhamento Bíblico, de 
forma que obtenham fundamento para fazer uma escolha por uma ou outra forma de 
tratamento dos problemas humanos tendo como ponto de partida a percepção do 
ambiente familiar. 
 
 
1- ENTENDENDO O CONCEITO DE TERAPIA 
 
Ao falar em terapia familiar é importante que se compreenda, em primeiro lugar, 
o conceito do que vem a ser uma terapia. Por terapia entende-se uma forma de 
tratamento que tenha um princípio, meio ou fundamento pré-estipulado a ser seguido, 
visando sempre uma cura1. Ou seja, precisa de terapia aquilo que está disfuncional, 
 
1 FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Dicionário Eletrônico Aurélio Século XXI. Rio de 
Janeiro: Editora Nova Fronteira e Lexikon Informática, 1999. Versão 3.0. CD-ROM. 
3 
 
em desarmonia, que causa alguma espécie de sofrimento, dor, e que precisa de 
restauração. O Rev. Wadislau Gomes afirma que um processo terapêutico é um 
processo de aproximação do ser humano e seus problemas, da cura, solução e 
restauração para os mesmos2. 
No tratamento de questões emocionais que envolvem o ser humano... 
[...] as duas abordagens de psicoterapia mais influentes no século XX, 
a psicanálise de Freud e a terapia centrada no cliente de Rogers, 
baseavam-se na suposição de que os problemas psicológicos surgiam 
de interações não sadias com os outros e que a melhor maneira de 
minorá-los era um relacionamento privado entre terapeuta e paciente3. 
 
Essas duas vertentes psicológicas creem que uma boa psicoterapia é algo que 
fica estritamente limitada à relação de paciente e terapeuta, sendo que “psicólogos 
freudianos tentam explicar os seres humanos em termos de impulsos biológicos”4, 
sendo tentados a reduzir os seres humanos a animais meramente impulsivos. 
Enquanto isso, a terapia centrada na pessoa, de Carl Rogers assume que “as pessoas 
seriam capazes, consciente e racionalmente, de mudar os próprios pensamentos e 
comportamentos do indesejável para o desejável”5, sem que isso tenha relação com 
o seu inconsciente ou com as suas experiências na infância. 
 
 
2- UM BREVE HISTÓRICO SOBRE TERAPIA FAMILIAR 
 
A terapia familiar surgiu na década de 50 se apresentando como uma 
alternativa para famílias, ou para indivíduos que estão passando por momentos de 
conflitos e desarmonia6 e que compreendam que esses conflitos tenham seu 
fundamento no ambiente familiar. 
O surgimento da terapia familiar revolucionou o conceito de psicologia da sua 
época, visto que seu objetivo – ao contrário da perspectiva daquele momento, que era 
a aplicação da terapia de forma individual – é tratar a família como sendo o ambiente 
 
2 GOMES, Wadislau Martins. Aconselhamento Redentivo. São Paulo: Cultura Cristã, 2004, pp.13-
14. 
3 NICHOLS, Michael P.; SHWARTS, Richard C. Terapia Familiar: conceitos e métodos. 7. Ed., 
Porto Alegre – RS, Artmed, 2007, p.24. 
4 GOMES, Wadislau Martins., op. cit, p.12. 
5 SCHULTZ, Duane P.; SCHULTZ, Sudney Ellen. História da Psicologia Moderna. 10. Ed., São 
Paulo: Cengage Learning, 2014, p.342. 
6 Terapia Familiar: como pode lhe ajudar? Disponível em < 
https://www.psicologiaviva.com.br/blog/terapia-familiar/>. Acesso em 19/09/2017. 
4 
 
no qual o indivíduo desenvolve sua vida7. “Por família entende-se um grupo de 
indivíduos unidos por laços transgeracionais e interdependentes quanto aos 
elementos fundamentais da vida.”8 Todo esse novo conceito estava unido em torno 
da rejeição da psicanálise e do abraçar do pensamento sistêmico9, ou seja, a 
percepção de que a família é um sistema aberto que interage com o seu meio 
ambiente estabelecendo uma relação de troca de informação e complementariedade 
numa organização de partes que interagem de forma dinâmica10. 
Esse foi um grande salto qualitativo e paradigmático nos conceitos de terapia, 
pois agora a terapia passa a compreender o indivíduo não apenas no âmbito de sua 
individualidade, mas também como sendo fruto das relações e dos contextos em que 
está inserido, surgindo assim as primeiras abordagens de terapia familiar organizada 
por sistemas11. Essa percepção sistêmica da terapia é caracterizada pelo estudo da 
família como sendo uma estrutura hierárquica organizada
em níveis12, exatamente por 
isso... 
A abordagem Sistêmica é uma proposta de terapia focada na família 
como um sistema em que os seus membros encontram-se 
interligados, ou seja, o comportamento de um deles influencia o 
comportamento dos demais.13 
 
A professora de psicologia da PUC/RJ, Terezinha Féres Carneiro afirma que, 
na terapia familiar sistêmica: 
A família é vista como um sistema equilibrado e o que mantém este 
equilíbrio são as regras do funcionamento familiar. Quando, por algum 
motivo, estas regras são quebradas, entram em ação meta-regras 
para restabelecer o equilíbrio perdido.14 
 
 
7 SANTANA, Sumaia. Terapia Familiar: Como funciona e quem pode fazer. Disponível em < 
https://www.eusemfronteiras.com.br/terapia-familiar-como-funciona-e-quem-pode-fazer/>. Acesso em 
19/09/2017. 
8 MACHADO, Mónica. Compreender a Terapia Familiar. 2012, p.1. Disponível em < 
http://unesav.com.br/ckfinder/userfiles/files/Resenha%20do%20texto.pdf>. Acesso em 22/09/2017. 
9 MINUCHIN, Salvador. Apud: NICHOLS, Michael P.; SHWARTS, Richard C., op. cit, p.6. 
10 MENEGATTI, Rosemary Parras, op. cit, p.4. 
11 OSÓRIO, Luiz Carlos; VALE, Maria Elizabeth Pascual do (org). Manual de Terapia Familiar. Porto 
Alegre – RS, Artmed, 2009, p.106. 
12 MENEGATTI, Rosemary Parras. Grupo de Estudos – Abordagem Sistêmica. Apostila de estudos 
sobre Terapia Familiar Sistêmica, Evolução do Pensamento Sistêmico, Maringá – PR., p.7. 
13 GURGEL, Amanda; APARECIDA, Maria. Abordagem Sistêmica com enfoque na Terapia 
Familiar Estrutural. (Curso de Psicologia) Estágio de Sistêmica – Instituto de Ciências Humanas, 
p.2. Disponível em < https://pt.scribd.com/document/253315395/Abordagem-Sistemica-com-enfoque-
na-Terapia-Familiar-Estrutural-1>. Acesso em 20/09/2017. 
14 CARNEIRO, Terezinha Féres. Terapia familiar: das divergências às possibilidades de 
articulação dos diferentes enfoques. Revista Psicologia: Ciência e Profissão, Brasília – DF, v.16, 
n.2, 1996. Disponível em < http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1414-
98931996000100007&script=sci_arttext>. Acesso em 22/09/2017. 
5 
 
Diferente das terapias individuais, a terapia familiar acredita que as forças 
dominantes da vida estão localizadas externamente ao indivíduo, na família e, por 
conta disso, o seu foco está na organização familiar como sendo o fundamento da 
transformação do indivíduo, agindo tanto de fora para dentro – onde a mudança da 
estrutura familiar influenciará o indivíduo, como de dentro para fora – onde as 
mudanças ocorridas no indivíduo influenciarão toda a estrutura familiar. Desta feita, o 
poder da terapia familiar advém da capacidade de juntar pais e filhos para transformar 
suas interações, em vez de isolá-los na observação dos seus conflitos 
desconsiderando questões emocionais que residem nos relacionamentos familiares. 
Para a terapia familiar quando um indivíduo não percebe a sua participação na 
construção dos problemas que o atormentam ele corre o risco de ficar estagnado em 
suas crises emocionais15. 
A terapia desenvolvida a partir deste enfoque enfatiza a mudança no 
sistema familiar, sobretudo pela reorganização da comunicação entre 
os membros da família. O passado é abandonado como questão 
central, pois o foco de atenção é o modo comunicacional no momento 
atual. A unidade terapêutica se desloca de duas pessoas para três ou 
mais à medida em que a família é concebida como tendo uma 
organização e uma estrutura.16 
 
Em todas as abordagens sistêmicas de terapias familiares, é considerado ainda 
que as famílias têm uma tendência de buscar manter o seu equilíbrio de forma 
autorregulada, ao que os pesquisadores denominaram homeostase17. O Dr. Don 
Jackson enfatizou a homeostase familiar como sendo “a tendência das famílias 
disfuncionais de resistirem à mudança” de forma que, mesmo havendo um esforço 
rumo a melhora, muitos pacientes continuavam na mesma18. Também é considerado 
que o sistema familiar tende a adaptar-se por si só para manter-se funcional. Isso se 
dá à medida em que há novas exigências fruto do amadurecimento dos seus membros 
– como no caso de uma família que flexibiliza suas regras internas quando os filhos 
entram na adolescência e requerem novos tipos de tratamento e de limites mais 
específicos para o momento. Essa tendência de auto adaptação recebe o nome de 
 
15 NICHOLS, Michael P.; SHWARTS, Richard C., op. cit, pp.25-28. 
16 CARNEIRO, Terezinha Féres., op. cit. 
17 MENEGATTI, Rosemary Parras, op. cit, p.8. 
18 JACKSON, Don D. Family interaction, familyhomeostasis, and some implications for conjoint 
family therapy. In Individual and family dynamics, J. Masserman, ed. New York: Grune & Stratton. 
1959. Apud: NICHOLS, Michael P.; SHWARTS, Richard C., op. cit, p.104. 
6 
 
morfogênese19. A terapia familiar acredita que é no equilíbrio entre a homeostase e a 
morfogênese que se confere funcionalidade ao sistema familiar. 
Um sistema no qual predomina a tendência à mudança, no qual as 
regras mudam constantemente, onde entram e saem elementos sem 
critérios definidos, é um sistema que desenvolve pouca coesão e 
estabilidade, o que dificulta atingir objetivos comuns. Um sistema no 
qual predomina a homeostase corre o risco de se tornar um sistema 
fechado para o desenvolvimento, estagnado e empobrecido de 
recursos adaptativos criativos. É na alternância entre homeostase e 
morfogênese, efetuada com a flexibilidade necessária, que favorece 
ao sistema manter sua funcionalidade.20 
 
Desde seu surgimento com Gregory Bateson e Nathan Ackerman, e, 
posteriormente no seu desenvolvimento nas décadas de 1960 e 1970, com Salvador 
Minuchin, várias técnicas foram surgindo e sendo nominadas a partir da teoria dos 
sistemas. Dentre as escolas clássicas que compõem a abordagem sistêmica, 
destacam-se a Terapia Familiar Estratégica, a Terapia Familiar Experiencial, a Terapia 
Comportamental Cognitiva, a Terapia Familiar Psicanalítica e a Terapia Familiar 
Estrutural21. 
E é sobre a Terapia Familiar Estrutural que debruçaremos a seguir, estudando 
sua história, seus conceitos e sua forma terapêutica em si. 
 
 
3- A TERAPIA FAMILIAR ESTRUTURAL DE MINUCHIN 
 
Dentro do desenvolvimento da abordagem de terapia sistêmica, nasce entre os 
anos de 1960 e 1970 a Terapia Familiar Estrutural tendo Salvador Minuchin como seu 
expoente. Minuchin é um médico argentino, especializado em psiquiatria infantil que, 
em 1954 foi para os Estados Unidos “para começar sua formação analítica no William 
Alansons White Institute, onde estudou a psiquiatria interpessoal de Harry Stack 
Sulivan.” Posteriormente Minuchin mudou-se para a Wiltwyck School onde, com seus 
colegas – Dick Auerswald, Charlie King, Braulio Montalvo e Clara Rabinowitz – 
aprenderam a fazer terapia familiar através das experiências práticas e da observação 
 
19 NICHOLS, Michael P.; SHWARTS, Richard C., op. cit, p.439. 
20 MENEGATTI, Rosemary Parras, op. cit, p.8. 
21 GURGEL, Amanda; APARECIDA, Maria, op. cit, p.2. 
7 
 
mútua. Nos anos de 1970 a Terapia Familiar Estrutural já era a mais influente e 
praticada22. 
A Terapia Familiar Estrutural defende que a família é uma organização de 
sujeitos que se inter-relacionam em um ciclo vital onde precisam ser definidos limites 
e hierarquias, alianças e distanciamentos, bem como coligações23. Ela não é 
meramente um conjunto de técnicas aplicadas à família, antes, é uma maneira de 
olhar para as famílias24, onde: 
A família não é um ser passivo, mas sim um sistema intrinsecamente 
ativo, em que cada mudança no seu interior (intrasistêmica: 
nascimento dos filhos, separação, luto, divórcio), ou no seu exterior 
(intersistêmica:
mudanças de trabalho ou contexto, de valores) irá 
repercutir-se no sistema de funcionamento familiar, exigindo um 
processo constante de adaptação.25 
 
A Terapia Familiar Estrutural está fundamentada essencialmente sobre três 
construtos: estrutura, subsistemas e fronteiras. A estrutura é o padrão organizado em 
que os membros da família interagem, considerando os seus papéis e suas funções 
dentro do sistema familiar. Os subsistemas são os agrupamentos e arranjos que 
ocorrem dentro da própria família sendo baseados em geração, gênero e interesses 
comuns, podendo um membro da família estar inserido em vários subgrupos com 
interações diferentes, como no caso de um pai que forma um subgrupo com a mãe, 
outro com os filhos, por exemplo26. Existem ainda as fronteiras, que são as regras 
que definem quem participa de cada subsistema e como participa. 
Para que o funcionamento familiar seja adequado, estas fronteiras 
devem ser nítidas. Quando as fronteiras são difusas, as famílias são 
aglutinadas; fronteiras rígidas caracterizam famílias desligadas. 
Famílias saudáveis emocionalmente possuem fronteiras claras.27 
 
O objetivo da Terapia Familiar Estrutural é promover um ajuste na organização 
da estrutura da familiar através da observação e da análise de cada um desses 
construtos, de forma a dissipar os problemas que são fruto de uma estrutura 
disfuncional, Os terapeutas familiares estruturais buscam alterar a estrutura familiar 
de forma que a família seja direcionada a resolver seus problemas, uma vez que a 
 
22 NICHOLS, Michael P.; SHWARTS, Richard C., op. cit, pp.182-183. 
23 MACHADO, Mónica., op.cit., p.8. 
24 NICHOLS, Michael P.; SHWARTS, Richard C., op. cit, p.193. 
25 ADOLFI, M. A Terapia Familiar. (Cap. I). Lisboa: Vega Universidade, 1995. Apud: MACHADO, 
Mónica., op.cit., p.9. 
26 NICHOLS, Michael P.; SHWARTS, Richard C., op. cit, pp.183-184. 
27 CARNEIRO, Terezinha Féres., op. cit. 
8 
 
mudança na estrutura promove uma nova experiência do cliente28 levando-o a 
perceber papéis, reavaliar fronteiras e buscar interações mais saudáveis entre os 
subsistemas. 
 
 
4- ANÁLISE BÍBLICO TEOLÓGICA DA TERAPIA FAMILIAR 
ESTRUTURAL 
 
Uma vez que a Terapia Familiar Estrutural apresenta na sua base teórica os 
conceitos de que as famílias são fundamentalmente compostas ou subdivididas em 
estrutura, subsistemas e fronteiras, observamos que, nesse quesito, há uma 
semelhança bastante interessante com a definição Bíblica de estrutura familiar, com 
papéis / funções, e uma forma de funcionamento organizada. 
Biblicamente falando, os pais têm a função de governar o lar de forma que os 
filhos aprendam os padrões determinados por Deus [Dt 6.1-8]. Também poderíamos 
dizer que, no que se refere ao funcionamento familiar, encontramos vários modelos 
bíblicos que apontam para o conceito de subsistemas e de fronteiras [1Co 11.9; Pv 
13.24; Ef 6.1-4; Lv 18.14; 20.20], onde o próprio Deus estabelece qual o nível de 
relacionamento que há dentro de um ambiente familiar, além dos limites de cada um 
desses relacionamentos. 
A grande questão é que para a Terapia Familiar Estrutural, bem como para a 
maioria das terapias de cunho humanistas, há uma profunda desconsideração com a 
questão do pecado. As terapias não reconhecem esse conceito, não reconhecem a 
queda da humanidade como sendo a causa fundamental de toda forma de desarranjo 
ou disfunção, seja pessoal, seja familiar. Essa desconsideração implica em todo o 
processo terapêutico, buscando, em suma uma acomodação do paciente com suas 
vontades ou necessidades sentidas, em vez de uma aproximação com a vontade 
revelada de Deus nas Escrituras. 
Poderemos observar isso com mais detalhes, a seguir, ao observarmos mais a 
fundo os conceitos de estrutura, subsistemas e fronteiras a partir de uma perspectiva 
criacional funcional. Vamos perceber que a proposta da Terapia Familiar Estrutural 
 
28 NICHOLS, Michael P.; SHWARTS, Richard C., op. cit, pp.190. 
9 
 
caminhará por caminhos diferentes, e, em alguns casos até mesmo opostos ao 
proposto pelas Escrituras ao tratar dessas questões. 
 
4.1. UM OLHAR BÍBLICO SOBRE A ESTRUTURA FAMILIAR 
 
Apesar de a Terapia Familiar Estrutural considerar que as famílias estão 
dispostas dentro de uma estrutura predeterminada, ela o faz de maneira diferente das 
Escrituras. Na Terapia Familiar Estrutural a estrutura familiar é estabelecida e 
determinada em cima das necessidades sentidas do cliente e não necessariamente 
determinada pelos princípios bíblicos criacionais. 
A Bíblia nos apresenta a estrutura familiar da seguinte forma: Deus fez o 
homem à sua imagem e semelhança já estipulando a sua sexualidade de maneira 
clara e objetiva na sua formação – macho e fêmea os criou [Gn 1.27-28], com o 
objetivo de governarem sobre a terra criada e terem filhos e filhas. Deus também 
estabeleceu quais seriam os papéis do homem e da mulher, já no ato da sua criação: 
o homem como pai e a mulher como mãe; o homem como cabeça e a mulher como 
auxiliadora [Gn 1.27-28; 2.18, 23-24; 3.20]. 
Andreas Köstenberger, em seu livro Deus, Casamento e Família, afirma que na 
Criação, Deus determinou papéis bem claros para que homem e mulher pudessem 
cumprir os mandatos de Deus. Ele afirma que: 
Juntos, homem e mulher são encarregados de governar a terra para 
Deus de forma representativa e, no entanto, não devem fazê-lo de 
forma andrógena, ou como criaturas de mesmo sexo, mas sim, cada 
qual cumprindo um papel específico para seu sexo, conforme a 
determinação divina. [...] Somente quando homens e mulheres 
aceitam os papéis que Deus lhes ordenou encontram satisfação plena 
e a sabedoria de Deus na criação é inteiramente revelada e exaltada.29 
 
Enquanto a Bíblia vê a família como sendo efetivamente funcional somente 
dentro dos pressupostos da criação, 
[...] os terapeutas estruturais não fazem suposições sobre como as 
famílias deveriam ser organizadas. Famílias monoparentais podem 
ser perfeitamente funcionais, tanto quanto as famílias com mamães e 
papais, ou, na verdade, qualquer outra variação familiar. É o fato de a 
família buscar terapia para um problema que foi incapaz de resolver o 
que dá ao terapeuta a licença de supor que algo, na maneira 
 
29 KÖSTENBERBER, Andreas J. Deus, Casamento e Família: reconstruindo o fundamento bíblico. 
2. Ed., São Paulo: Vida Nova, 2015, p.32. 
10 
 
específica pela qual essa família está organizada, talvez não esteja 
dando certo para ela.30 
 
Para a Terapia Familiar Estrutural os problemas na estrutura familiar estão 
ligados à falta de capacidade humana em perceber suas disfunções relacionais e não 
na percepção de que o pecado afetou a estrutura familiar de forma a deixa-la 
disfuncional. A queda trouxe... 
[...] uma inversão completa dos papéis designados por Deus para o 
homem e a mulher. Em vez de Deus estar no controle e o homem, 
auxiliado pela mulher, governar a criação para ele, ocorre uma 
inversão total: Satanás, na forma de serpente, aborda a mulher que, 
ao se rebelar contra o Criador, leva consigo o homem.31 
 
Assim fica claro que – diferentemente do conceito das terapias que têm seu 
fundamento no humanismo – o conceito bíblico de casamento e família não está 
ancorado na aptidão humana em ajuntar-se familiarmente, nem tampouco na história 
do desenvolvimento das relações humanas, ou, até mesmo na necessidade de 
perpetuação da humanidade através da geração de filhos. “Em vez disso, Deus nos 
declara que Ele próprio estabeleceu, instituiu e ordenou o casamento no princípio da 
história humana [Gênesis, capítulos 2 e 3].”32 
Por
causa do pecado o homem fez uma redefinição do sentido de família, 
desconsiderando o ideal de Deus estabelecido em Gênesis 1 e 2, e adicionando 
estruturas corruptas como a poligamia, divórcio, adultério, homossexualidade, a 
deterioração das distinções entre os sexos e a falta de diferenciação dos papéis de 
cada um.33 Nessa direção, para a Terapia Familiar Estrutural os papéis dentro da 
estrutura familiar são definidos pelos próprios membros da família, de forma que o 
terapeuta ajude na equação de fazer com que a família funcione dentro dos seus 
arranjos, sem, contudo, determinar quais sejam esses arranjos. 
Para se reunir a uma família, o terapeuta precisa transmitir que aceita 
seus membros e respeita sua maneira de fazer as coisas. Minuchin 
(1974) comparava o terapeuta familiar a um antropólogo, que precisa 
primeiro se reunir a uma cultura para poder estuda-la.34 
 
Assim, na perspectiva da Terapia Familiar Estrutural a família se apresenta 
como tendo um fim em si mesma. Essa abordagem humanista, no final das contas, 
 
30 NICHOLS, Michael P.; SHWARTS, Richard C., op. cit, p.192. 
31 KÖSTENBERBER, Andreas J., op. cit, p.32. 
32 ADAMS, Jay E. Casamento, Divórcio e Novo Casamento na Bíblia: novo exame do que a Bíblia 
ensina. São Paulo: Publicações Evangélicas Selecionadas, 2012, p.26. 
33 KÖSTENBERBER, Andreas J., op. cit, p.32. 
34 NICHOLS, Michael P.; SHWARTS, Richard C., op. cit, p.190. 
11 
 
mostra que o que vale para a terapeuta estrutural é que os membros da família se 
resolvam em suas dificuldades de forma a terem uma funcionalidade sentimental, 
ainda que essa funcionalidade não esteja centrada no que as Escrituras determinam 
sobre o que são os papéis de homem, mulher e filhos dentro da Estrutura. 
 
4.2. O PROCESSO DA TERAPIA ESTRUTURAL 
 
Segundo Paul Franklin e Phoebe Prosky, “a terapia familiar começa no primeiro 
momento do contato telefônico do terapeuta com a família. [...] Nesta conversa o 
terapeuta estabelece as regras básicas para uma abordagem de sistema familiar”35. 
Logo na primeira entrevista o terapeuta inicia também um processo de avaliação da 
família que o está procurando. Esse processo de avaliação apresenta quatro etapas 
claras: 
“A primeira etapa é fazer perguntas sobre o problema apresentado. 
[...] A segunda etapa é ajudar os membros da família a perceber como 
as suas interações podem, inadvertidamente, estar perpetuando o 
problema. A terceira etapa é uma breve exploração do passado [...]. A 
quarta etapa é explorar opções que os membros da família possam 
pôr em prática para interagir de maneiras mais produtivas.36 
 
O terapeuta aparece no papel de analista e orientador do sistema familiar. Ele 
ouve as queixas e busca identificar onde essas queixas se enquadram na estrutura 
familiar e na sua dinâmica, buscando orientar um processo de mudança através de 
uma descrição dos processos de relacionamentos interpessoais emocionais dentro da 
família. O terapeuta ainda busca identificar se o problema familiar tem alguma relação 
com a forma como essa família se relaciona com a sua cultura de maneira a entender 
que tipo de influência a percepção cultural exerce no ambiente familiar.37 O principal 
papel do terapeuta é mexer na estrutura familiar, abalar o sistema de forma a gerar as 
mudanças. 
Nesse processo de mudança de estrutura muitas vezes é necessário que o 
terapeuta faça alguma intervenção que seja mais enérgica com respeito às interações 
pessoais, ao que eles denominam de intervenção de intensidade38. A essa intensidade 
 
35 FRANKLIN, Paul; PROSKY, Phoebe. Uma Entrevista Inicial Padrão. Apud: BLOCH, Donald A. 
Técnicas da Psicoterapia Familiar: Uma Estrutura Conceitual. São Paulo: Atheneu: Ed. Da 
Universidade de São Paulo, 1983, p.39. 
36 NICHOLS, Michael P.; SHWARTS, Richard C., op. cit, p.193. 
37 MACHADO, Mónica., op.cit., pp.11-12. 
38 NICHOLS, Michael P.; SHWARTS, Richard C., op. cit, pp.196-197. 
12 
 
poderíamos comparar o processo de confrontação noutética do Aconselhamento 
Bíblico, sendo que a diferença básica está no sentido em que essa intensidade é 
aplicada. Na Terapia Familiar Estrutural a intensidade é aplicada no sentido da 
promoção de mudanças na estrutura familiar para que ela se adeque às necessidades 
do cliente, de buscar um equilíbrio e uma cura; já no Aconselhamento Bíblico a 
intensidade é no sentido de confrontar algum padrão de pecado que esteja agindo, 
seja em indivíduos, seja na própria estrutura familiar, de forma a leva-la a conformar-
se com os padrões bíblicos [Rm 12.1-2]. 
Ainda outra intervenção interessante que os terapeutas estruturais operam é o 
que eles chamam de: dar forma à competência. Esse direcionamento é como dar uma 
cutucada no paciente no sentido de ele perceber se está cumprindo, ou não, a 
responsabilidade que lhe compete o seu papel dentro da família. Isso se dá, 
geralmente, pelo salientar e dar forma a alguns aspectos positivos relativos à forma 
como o paciente tem cumprido o seu papel39. 
 
4.2.1. O Objetivo da Terapia Familiar Estrutural 
 
De uma forma bem geral, o objetivo da Terapia Familiar Estrutural não é o de 
confrontar a família que está buscando tratamento de forma que ela busque amoldar-
se ao padrão determinado pelo Criador, onde pais governam os filhos e os instruem 
nos caminhos do Senhor, onde os filhos devem obediência aos pais e os pais não 
devem provocar seus filhos à ira [Ef 6.1-4]. Pelo contrário, a Terapia Familiar Estrutural 
não considera que há um modelo preestabelecido de família que deva ser seguido, 
mas sim uma forma de arranjo, centrado nas necessidades sentidas, que precisa ser 
feito para que as percepções acerca do problema sejam experimentadas de forma 
diferente. Para a Terapia Familiar Estrutural, 
o que distingue uma família normal não é a ausência de problemas, 
mas uma estrutura funcional para lidar com eles. Todo casal precisa 
aprender a se ajustar um ao outro; a criar os filhos, se decidir ter filhos; 
a lidar com os pais; a lidar com seus empregos, e a se adaptar à 
comunidade. A natureza dessas lutas se modifica de acordo com os 
estágios desenvolvimentais e as crises situacionais.40 
 
 
39 NICHOLS, Michael P.; SHWARTS, Richard C., op. cit, p.198. 
40 NICHOLS, Michael P.; SHWARTS, Richard C., op. cit, p.185. 
13 
 
Mas, de acordo com o que diz Jay Adams, a instituição da família não tem suas 
raízes nas percepções da sociedade, antes, estão no fundamento básico dessa 
sociedade. Antes de haver Estado, Igreja e qualquer outro tipo de instituição formal, 
já havia a família criada e estabelecida por Deus no Edem41. Assim, numa perspectiva 
Bíblica o objetivo de toda terapia deveria ser a conformação com a imagem de Cristo. 
 
 
5- TERAPIA OU ACONSELHAMENTO? EM BUSCA DO 
MELHOR CAMINHO 
 
Eis uma decisão que pode parecer óbvia, mas que tem suas raízes naquilo que 
a família crê acerca de Deus, do homem e da vida. É o conjunto das crenças familiares 
que determinará se ela procurará a terapia ou o aconselhamento. De uma forma geral, 
a maioria das famílias, inclusive cristãs, tem procurado as terapias psicológicas por 
conta de uma falha grave em um princípio básico da fé cristã: a crença na suficiência 
das Escrituras para o tratamento da alma do ser humano. É fato que: 
Para o conselheiro cristão, a Palavra de Deus deve ser mais que uma 
rede de opções interpretativas para a aceitação ou negação das 
declarações psicológicas; a bíblia é o instrumento prático do qual o 
conselheiro deriva sua autoridade funcional e final, sendo aceito como 
a autoridade determinativa em antropologia. As Escrituras servem
como a única fonte confiável para a terminologia do diagnóstico e do 
remédio usados pelo conselheiro cristão. A Palavra de Deus possui o 
sistema teórico exclusivo por meio do qual os problemas da alma 
podem ser apropriadamente interpretados e resolvidos. Mais 
importante ainda, ela declara possuir autoridade exclusiva em 
defender a significância e propósito para a vida do ser humano. 
Quando colocada em justaposição com o conselho do homem, a 
superioridade e abrangência da Palavra de Deus é inequívoca. O 
propósito de Deus para a vida do homem prevalecerá.42 
 
O que vai determinar qual modelo terapêutico a ser buscado é exatamente a 
compreensão de qual a extensão do poder das Escrituras para lidar com as emoções, 
os sentimentos e as crises humanas. Uma vez que haja um reconhecimento de que 
Deus tem a primeira e a última palavra acerca de tudo o que envolve o ser humano 
criado à sua imagem e semelhança; e à medida em que se crê que Deus se revela 
 
41 ADAMS, Jay E. A Vida Cristã no Lar. 2. Ed. São José dos Campos – SP: Editora Fiel, 2011, p.60. 
42 MACARTHUR, John (Ed.). Pense Biblicamente: recuperando a visão cristã de mundo. São 
Paulo: Hagnos, 2005, p.308. 
14 
 
através das Escrituras, o cristão definirá qual o caminho ele buscará para o tratamento 
de suas emoções. 
A própria Bíblia declara o seu poder e eficácia afirmando: “e conhecereis a 
verdade, e a verdade vos libertará” [Jo 8.32]; e ainda: 
Porque a palavra de Deus é viva, e eficaz, e mais cortante do que 
qualquer espada de dois gumes, e penetra até ao ponto de dividir alma 
e espírito, juntas e medulas, e é apta para discernir os pensamentos e 
propósitos do coração. [Hb 4.12] 
 
Ainda o apóstolo Paulo orienta para que: 
Habite, ricamente, em vós a palavra de Cristo; instruí-vos e 
aconselhai-vos mutuamente em toda a sabedoria, louvando a Deus, 
com salmos, e hinos, e cânticos espirituais, com gratidão, em vosso 
coração. [Cl 3.16] 
 
No que se refere a uma família cristã, não conseguimos encontrar base nas 
Escrituras para a busca de alguma forma de terapia humanista para o tratamento das 
emoções, das questões da alma e para lidar com suas necessidades sentidas. 
Somente as Escrituras poderão apontar com precisão o caminho da verdadeira cura, 
de forma que o resultado final de todo o processo seja a glória de Deus na vida do 
paciente. 
 
 
CONCLUSÃO 
 
Apesar de a Terapia Familiar, como um todo e, em específico, a Terapia 
Familiar Estrutural apresentar observações muito interessantes e, em certos casos 
até mesmo precisas, acerca do funcionamento familiar, elas não podem ser vistas 
como idôneas para o tratamento de famílias cristãs. O seu fundamento humanista e a 
sua percepção de que os arranjos familiares são determinados pelos membros de 
cada família, ainda que os mesmos estejam contrários ao que determina as Escrituras, 
além do fato de que os objetivos da Terapia Familiar seja a resolução dos problemas 
percebidos pela família em vez de uma conformação dessa família com os padrões 
Bíblicos, depõe contra sua idoneidade no que se refere ao tratamento de casais 
cristãos. 
Deus estabeleceu o projeto e o padrão familiar a ser seguido desde a criação 
de Adão e Eva. Ele mesmo estabeleceu normas de funcionamento para que a sua 
15 
 
glória seja vista nos casamentos que seguem o padrão da Criação. Qualquer 
disfuncionalidade precisa ser revista à luz das Escrituras de forma a redimir o homem 
em Cristo e não apenas ajusta-lo à questões sociais atendendo suas expectativas de 
realização e felicidade. “A Bíblia provê a terminologia de diagnóstico e cura, assim 
como o padrão teórico, do qual cada problema da alma pode ser apropriadamente 
interpretado e resolvido.”43 
De fato, toda forma de terapia tem a intenção de ajudar, de colaborar para que 
o indivíduo, ou a família como um todo cheguem a um objetivo esperado. A questão 
não é nem se a terapia ajuda ou não, pois de fato ela colabora sim. A questão é sobre 
quais pressupostos estão fundamentadas essa ajuda e qual o objetivo final da mesma. 
Percebe-se que praticamente na totalidade dos casos, as terapias visam fazer com 
que o cliente obtenha satisfação e consiga conviver bem com os seus problemas, ao 
passo que no Aconselhamento Bíblico o foco é que a pessoa se pareça mais com 
Cristo em seus pensamentos e atitudes. 
Assim, conhecedores dos fundamentos, métodos e objetivos apresentados por 
cada um dos lados, nós, como cristãos, temos a responsabilidade de decidirmos, 
mediante à nossa declaração de fé, sobre qual caminho iremos seguir. 
Que o Senhor nos abençoe e nos guarde de forma que o nosso coração e 
nossa mente estejam sempre cativos ao Mestre Jesus. 
 
Porque, embora andando na carne, não militamos segundo a carne. 
Porque as armas da nossa milícia não são carnais, e sim poderosas 
em Deus, para destruir fortalezas, anulando nós sofismas e toda 
altivez que se levante contra o conhecimento de Deus, e levando 
cativo todo pensamento à obediência de Cristo, [2Co 10.3-5] 
 
Disto também falamos, não em palavras ensinadas pela sabedoria 
humana, mas ensinadas pelo Espírito, conferindo coisas espirituais 
com espirituais. Ora, o homem natural não aceita as coisas do Espírito 
de Deus, porque lhe são loucura; e não pode entendê-las, porque elas 
se discernem espiritualmente. Porém o homem espiritual julga todas 
as coisas, mas ele mesmo não é julgado por ninguém. Pois quem 
conheceu a mente do Senhor, que o possa instruir? Nós, porém, temos 
a mente de Cristo. [1Co 2.13-16] 
 
 
 
43 MACARTHUR, John (Ed.)., op. cit, p.322. 
16 
 
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