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Provisões e Perdas Estimadas na Contabilidade

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ASSOCIAÇÃO DE ENSINO SUPERIOR DO PIAUÍ – AESPI
Instituto de Ensino Superior de Teresina – IEST
Curso: Ciências Contábeis
_________________________________________________________________________
AULAS SOBRE PROVISÕES DO PASSIVO E PERDAS ESTIMADAS DE ATIVO
1.1. PROVISÕES
As Provisões representam estimativas de despesas pertinentes a determinado
período em que incorrerem, no qual serão contabilizadas, e que serão pagas ou
apuradas no próprio período ou em períodos subsequentes.
Provisões são estimativas que reduzem valores do Ativo (Perdas Estimadas) ou
aumentam o Passivo (Obrigações)
As provisões influenciam diretamente na correta aplicação do princípio da
competência.
O ilustre professor A. Lopes de Sá, no Livro Dicionário de Contabilidade, pág. 368,
define provisão como sendo “a parcela extraída dos resultados da empresa ou de seus
meios financeiros para cobrir despesas que devem ser feitas ou desníveis de caixa”.
Como se observa o termo “Provisão” é freqüentemente utilizado para o
reconhecimento de autênticas despesas incorridas.
Assim, quanto às provisões, considerando ainda as determinações da Lei 6.404/76,
temos:
a. Provisões para perdas estimadas no Ativo (contas retificadoras ou
redutoras)
As provisões do Ativo são contas RETIFICADORAS (ou REDUTORAS), isto é, são
contas cujos saldos serão subtraídos de outras contas (contas retificadas). Assim, por
exemplo, se uma empresa vende mercadorias a prazo, no momento da venda, há o
risco do não recebimento. Se as duplicatas a receber referentes a tais vendas forem
vencíveis dentro do mesmo exercício da venda, nenhuma provisão será feita e, caso
haja insolvência das mesmas, a despesa deverá ser diretamente apropriada como
Despesas com Devedores Insolventes. No entanto, se o prazo das duplicatas a
receber ultrapassar o exercício social da venda, neste deverá ser feita uma Perda
Estimada em Créditos de Liquidação Duvidosa, a qual gerará uma Despesa com
Perda Estima para Créditos de Liquidação Duvidosa, sendo esta apropriada ao
resultado do exercício em que ocorrer a venda, e não no exercício em que se
esgotarem todos os meios e recursos para recebimento.
As perdas estimadas do Ativo mais conhecidas são
• para créditos de liquidação duvidosa;
• para redução dos estoques ao valor realizável líquido;
• para redução ao valor recuperável dos ativos imobilizado e intangível;
• para redução dos investimentos ao valor provável de realização.
b. Provisões do Passivo (exigibilidades):
Contrariamente às provisões do Ativo, as provisões do Passivo não são contas
retificadoras e sim contas representativas de obrigações, as quais só serão
perfeitamente quantificadas em função de fatos supervenientes.
Contabilidade Financeira - Prof. Eudimar
ASSOCIAÇÃO DE ENSINO SUPERIOR DO PIAUÍ – AESPI
Instituto de Ensino Superior de Teresina – IEST
Curso: Ciências Contábeis
_________________________________________________________________________
As contas que representam as provisões do Passivo mais conhecidas são:
• Provisão para Gratificação à empregados;
• Provisão para Férias e encargos;
• Provisão para 13º salário e encargos;
• Provisão para Contingências;
• Provisão para Imposto de Renda;
• Provisão para Contribuição Social sobre o Lucro;
• Provisão para Resgate de Partes Beneficiárias.
É importante ressaltar que, para fins ficais, existem restrições quanto ao
aproveitamento das deduções de certas provisões para efeito da apuração e
determinação do Lucro Real. Segundo o Regulamento do Imposto de Renda-RIR/99,
em seus artigos 335 e 338, somente serão admitidas como deduções, as provisões
para o 13º Salário, Férias e Encargos, além das provisões técnicas das Companhias de
Seguro e de capitalização e das Instituições de previdência privada, cuja constituição é
exigida pela legislação fiscal a elas aplicável.
1.2 ESTUDO DAS PROVISÕES EM SENTIDO AMPLO (ESPÉCIES)
 Provisões representam estimativas de perda de ativos ou de obrigações para
com terceiros, que envolvam incertezas de grau variável.
 Representam valores cuja perfeita quantificação dependem de fatos ainda não
concretizados.
 Os eventos representativos das provisões, embora já tenham seu fato gerador
contábil ocorrido, não podem ser medidos com exatidão e têm portanto caráter
estimativo.
 Ou seja, em sentido amplo, as provisões podem ser retificadoras do ativo ou
constitutivas de obrigações (aumentativas do passivo).
 É, portanto, a apropriação contábil de um ativo ou passivo cuja existência ainda
se discute ou cujo valor é incerto ou apenas estimável (envolve certo grau de
estimativa ou previsão).
 Entretanto, é preciso ficar atento para o fato de que, na prática, nem sempre o
que se denomina de provisão tem a característica de incerteza quanto à
existência ou valor.
 Com a exceção do art. 176, o termo provisão não é utilizado na Lei das S/A
com o sentido técnico dado pelo CPC 25 (obrigação presente com prazo ou
valor incerto).
1.2.1 NATUREZA E APRESENTAÇÃO
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PRINCÍPIOS: 
PRUDÊNCIA, OPORTUNIDADE E COMPETÊNCIA
NATUREZA CREDORA
Apresentadas no Passivo Exigível 
(Circulante ou Não Circulante) como 
contas constitutivas de obrigações.
Apresentadas no Ativo, após as contas 
que retificam, diminuindo o saldo 
destas.
OBRIGAÇÕESRETIFICADORAS
DO PASSIVODO ATIVO (PERDAS ESTIMADAS)
PROVISÕES
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1.2.2 PROVISÕES RETIFICADORAS DO ATIVO (PERDAS ESTIMADAS)
As empresas têm como objetivo fundamental a produção de lucros e, para obtê-los,
aplicam recursos de seus sócios, acionistas ou titular (Patrimônio Líquido), bem como
de terceiros (Passivo Circulante ou Não Circulante), em ativos os mais diversos.
Evidente se torna que esses lucros, para serem obtidos, necessitam da realização dos
ativos, geralmente por alienação ou resgate. Entretanto, sempre que os ativos
estiverem registrados por valor superior ao de sua realização, normalmente por
circunstâncias de mercado, necessário se faz ajustá-los para que as demonstrações
financeiras espelhem a realidade patrimonial, de forma a que terceiros interessados -
sócios, acionistas, credores etc. - possam conhecer a real situação de liquidez da
entidade.
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INVESTIMENTOS PERMANENTES 
(Societários e Demais Investimentos), 
classificados no Ativo Não Circulante-
Investimentos
PROVISÃO PARA PERDAS 
PROVÁVEIS NA REALIZAÇÃO DE 
INVESTIMENTOS (OU PERDAS 
ESTIMADAS POR VALOR NÃO 
RECUPERÁVEL EM INVESTIMENTOS
DUPLICATAS A RECEBER (ou conta 
CLIENTES), relacionadas às atividades 
operacionais da empresa.
PROVISÃO (PERDA ESTIMADA) 
PARA CRÉDITO DE LIQUIDAÇÃO 
DUVIDOSA
ESTOQUES:
de mercadorias ou produtos do 
comércio da empresa; e
de matérias-primas, de produtos em 
fabricação e de bens do almoxarifado.
DEMAIS INVESTIMENTOS, 
classificados no Ativo Não Circulante-
Investimentos:
obras de arte;
antiguidades;
imóveis e terrenos sem utilização;
imóveis alugados;
PROVISÃO (PERDA ESTIMADA) 
PARA AJUSTE DE BENS E DIREITOS 
AO VALOR DE MERCADO
(OU PERDA ESTIMADA PARA 
REDUÇÃO AO VALOR REALIZÁVEL 
LÍQUIDO)
GRUPO DE CONTAS A QUE SE 
APLICAMPERDAS ESTIMADAS DO ATIVO
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1.2.3 PROVISÕES DO PASSIVO
Pelo disposto no art. 184, da Lei nº 6.404/76, as obrigações conhecidas ou calculáveis
devem ser registradas no passivo:
Critériosde Avaliação do Passivo
“Art. 184. No balanço, os elementos do passivo serão avaliados de
acordo com os seguintes critérios:
I - as obrigações, encargos e riscos, conhecidos ou calculáveis,
inclusive Imposto de Renda a pagar com base no resultado do exercício,
serão computados pelo valor atualizado até a data do balanço;
PRINCIPAIS PROVISÕES DO PASSIVO
a) Provisão p/ Férias (dedutível);
b) Provisão p/ 13º Salário (dedutível);
c) Provisão para Imposto de Renda;
d) Provisão para Contribuição Social;
e) Provisão p/ Gratificação a Empregados (dedutível até 31/12/95);
f) Provisão p/ Licença Prêmio (dedutível até 31/12/95);
g) Provisão p/ Gratificação a Administradores;
h) Provisão p/ Riscos Fiscais ou Eventuais;
i) Provisão p/ Contingências;
j) Provisão p/ Resgate de Partes Beneficiárias;
etc.
1.2.3.1 ENTENDIMENTO DO CPC ACERCA DAS PROVISÕES (PROVISÕES EM
SENTIDO ESTRITO – PRONUNCIAMENTO CPC 25)
Nos termos do Pronunciamento CPC 25, provisão é um passivo de prazo ou de valor
incertos. 
Passivo, por sua vez, é uma obrigação presente da entidade, derivada de eventos já
ocorridos, cuja liquidação se espera que resulte em saída de recursos da entidade
capazes de gerar benefícios econômicos.
As provisões, portanto, são distintas de outros passivos tais como contas a pagar e
outros passivos derivados de apropriações por competência porque há incerteza sobre
o prazo ou o valor do desembolso futuro necessário para a sua liquidação, a saber:
1. as contas a pagar são passivos por conta de bens ou serviços fornecidos ou
recebidos que tenham sido faturados ou formalmente acordados com o
fornecedor (em regra, não há incerteza quanto a prazo ou valor, logo não
são provisões); e
2. os passivos derivados de apropriações por competência são passivos por
bens ou serviços fornecidos ou recebidos, mas que não tenham sido pagos,
faturados ou formalmente acordados com o fornecedor, incluindo valores
devidos a empregados (por exemplo, valores relacionados a pagamento de
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férias). Embora algumas vezes seja necessário estimar o valor ou prazo
desses passivos, a incerteza é muito menor do que nas provisões.
Como consequência, em sentido estrito, o registro de obrigação cujo valor e existência
são certos (como salários, por exemplo) não deveria ser chamado de
“provisionamento”.
Os passivos derivados de apropriação por competência são frequentemente divulgados
como parte das contas a pagar, enquanto as provisões são divulgadas separadamente.
Espécies de Passivos Grau de Incerteza Exemplos
Contas a Pagar Em regra, não há incerteza
quanto a prazo ou valor
Dívidas com fornecedores
de mercadorias e bancos
Passivo derivado de 
apropriação por 
competência
Pode ser necessário estimar
o valor ou prazo desse
passivo, mas a incerteza é
geralmente muito menor do
que na provisão
Férias e décimo terceiro
Provisão Passivo de prazo ou de
valor incertos
Provisão para garantia de
produto e provisão para
ações trabalhistas
Portanto, uma provisão será reconhecida quando:
 a entidade tem uma obrigação presente (legal ou não formalizada) como
resultado de evento passado;
 é provável haver uma saída de recursos econômicos (em regra, dinheiro ou
equivalente) para liquidar a obrigação; e
 é possível estimar de forma confiável o valor da obrigação.
Se essas condições não forem satisfeitas, nenhuma provisão deve ser reconhecida.
 Obrigação legal é a que deriva:
1. contrato (por meio de termos explícitos ou implícitos);
2. legislação; ou
3. outra ação da lei.
 Obrigação não formalizada é a que decorre das ações em que:
1. por meio de práticas passadas, de políticas publicadas ou de declaração
atual suficientemente específica, a entidade tenha indicado a terceiros que
aceitará certas responsabilidades; e
2. em consequência, a entidade cria uma expectativa válida nesses terceiros
de que cumprirá com essas responsabilidades.
 Eis um exemplo do CPC:
1. um fabricante dá garantia do seu produto no momento da venda para os
compradores. De acordo com os termos do contrato de venda, o fabricante
se compromete a consertar defeitos de produtos que se tornarem aparentes
até três anos após a data de venda. Com base na experiência em casos
semelhantes, é provável (quase certo) haver reclamações dentro das
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garantias. Nesse caso, o evento que gera a obrigação é a venda do produto
com a garantia, o que dá origem a uma obrigação legal. Portanto, a
provisão deve ser reconhecida pela melhor estimativa dos custos, com base
na experiência da empresa, para conserto de produtos vendidos com
garantia.
Obrigação presente
Em casos raros, pode não ficar evidente se existe ou não uma obrigação presente.
Quando isso ocorre, presume-se que um evento passado dá origem a uma obrigação
presente se, levando em consideração toda a evidência disponível, é mais provável que
exista uma obrigação presente na data do balanço. 
Por exemplo, em um processo judicial, pode-se discutir tanto se certos eventos
ocorreram quanto se esses eventos resultaram em uma obrigação presente. Nesse
caso, considerando toda a evidência disponível, inclusive a opinião de peritos, a
entidade deve determinar se a obrigação é presente ou não na data do balanço. Com
base em tal evidência:
I. Quando for provável que exista uma obrigação presente na data do balanço, a
entidade deve reconhecer a provisão (se os critérios de reconhecimento forem
satisfeitos); e
II. Quando não for provável que exista uma obrigação presente na data do
balanço, a entidade deve divulgar um passivo contingente, a menos que seja
remota a possibilidade de uma saída de recursos, hipótese em que a divulgação
é desnecessária.
Evento passado
As demonstrações contábeis tratam da posição financeira da entidade no fim do seu
período de divulgação, e não da sua possível posição no futuro. Por isso, nenhuma
provisão é reconhecida para despesas a serem incorridas para operar no futuro. Os
únicos passivos reconhecidos pela entidade são os que já existem na data do balanço.
O seguinte exemplo foi extraído do CPC 25: uma companhia aérea é requerida por lei a
vistoriar suas aeronaves a cada três anos. Apesar disso, não há obrigação presente,
logo nenhuma provisão deve ser reconhedida. Mesmo a exigência legal para realizar a
vistoria não torna os seus custos um passivo, porque não há obrigação presente em
razão de vistorias futuras das aeronaves – a entidade poderia evitar os desembolsos
futuros com a vistoria, por exemplo, mediante a venda das aeronaves.
Um evento passado que gera uma obrigação presente é chamado de evento que cria
obrigação. Para um evento criar obrigação, é necessário que a entidade não tenha
qualquer alternativa realista senão liquidar a dívida (não pode ter sido perdoada, por
exemplo). Isso ocorre somente:
1. quando a liquidação da obrigação pode ser imposta legalmente; ou
2. na hipótese de obrigação não formalizada, quando o evento cria expectativas
válidas em terceiros de que a entidade cumprirá a obrigação (por exemplo,
mesmo não obrigada, para não prejudicar sua reputação, a entidade resolve
dar garantia do produto ou reembolsar um cliente insatisfeito).
Em se tratando de obrigação legal, quando os detalhes de nova lei proposta ainda
estiverem de ser finalizados, a obrigação surgirá somente se for praticamentecerto
que a legislação será promulgada conforme a minuta divulgada. 
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Para que um passivo seja reconhecido, é necessário haver não somente uma obrigação
presente, mas também a probabilidade de saída de recursos econômicos para liquidar
essa obrigação. Dessa forma, uma saída de recursos ou outro evento é considerado
como provável se a probabilidade de que ocorrerá for maior do que a probabilidade de
isso não acontecer.
Estimativa confiável
O uso de estimativas é uma parte essencial da elaboração de demonstrações contábeis
e não prejudica a sua confiabilidade, principalmente no caso de provisões, pela sua
natureza, mais incertas do que a maior parte dos outros elementos do balanço. Exceto
em casos extremamente raros, a entidade é capaz de determinar um conjunto de
desfechos possíveis e, dessa forma, fazer uma estimativa suficientemente confiável da
obrigação para fins de reconhecimento da provisão.
No entanto, nos casos mais raros, quando nenhuma estimativa confiável puder ser
feita, considera-se existir um passivo que não pode ser reconhecido, a ser divulgado
como passivo contingente.
1.2.3.2 MENSURAÇÃO E CONTABILIZAÇÃO DAS PROVISÕES
O valor reconhecido como provisão deve ser a melhor estimativa do desembolso
exigido para liquidar a obrigação presente na data do balanço. A melhor estimativa
consiste no valor que a entidade pagaria para liquidar a obrigação na data do balanço
ou para transferi-la para terceiros nessa data.
Quando a provisão envolve uma grande população de itens, a obrigação deve ser
estimada ponderando-se todos os possíveis desfechos pelas suas probabilidades
associadas (método do valor esperado).
Eis um exemplo do CPC: numa venda com garantia, os clientes estão cobertos pelo
custo da reparação de qualquer defeito de fabricação que se tornar evidente dentro
dos primeiros seis meses após a compra. Se forem detectados defeitos menores em
todos os produtos vendidos, a entidade irá incorrer em custos de repação de $ 1
milhão. Se forem detectados defeitos maiores, $ 4 milhões. A experiência passada da
entidade e as expectativas futuras indicam que, para o próximo ano, 75% dos bens
vendidos não terão defeito, 20% terão defeitos menores e 5% terão defeitos maiores.
Assim, o valor esperado do custo das reparações é:
(75% x zero + 20% x $ 1 milhão + 5% x 4 milhões) = $ 400 mil
As provisões são calculadas e registradas por lançamento a débito de conta que
representa a despesa estimada, quando da elaboração do balanço, no encerramento
do exercício.
Assim, as provisões têm como débitos elementos de despesas e, como contrapartida,
créditos em contas patrimoniais que, como vimos podem ser contas redutoras de ativo
ou contas de passivo exigível.
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Conta de Despesa
a Conta de Provisão 
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1.2.3.2.1 Mudança na provisão
As provisões devem ser avaliadas em cada data de balanço e ajustadas para refletir a
melhor estimativa corrente. Se já não for mais provável a saída de recursos que
incorporam benefícios econômicos futuros para liquidar a obrigação, a provisão deve
ser revertida.
Constituição da provisão:
D – Despesa
C – Provisão (passivo)
Reversão:
D – Provisão (passivo)
C – Receita de reversão
Quando for utilizado o desconto a valor presente, o valor contábil da provisão aumenta
a cada período para refletir a passagem do tempo. Esse aumento deve ser reconhecido
como despesa financeira.
1.3 ESTUDO INDIVIDUALIZADO DAS PROVISÕES
1.3.1 PROVISÃO (PERDA ESTIMADA) PARA AJUSTE DE BENS E DIREITOS AO
VALOR DE MERCADO (ESTOQUES)
Segundo a Lei 6.404/76 as mercadorias e produtos de comércio da companhia, bem
como as matérias-primas, produtos em fabricação e bens em almoxarifado, para fins
de levantamento do balanço patrimonial, deverão ser avaliados pelo custo de aquisição
ou produção deduzidos de provisão para ajustá-los ao valor de mercado, quando este
for inferior (valor justo).
Assim, concluímos que a constituição dessa Provisão é de caráter obrigatório perante a
legislação comercial.
O valor de mercado deverá ser obtido mediante a aplicação das seguintes regras:
a) para as matérias-primas e materiais de consumo (bens em almoxarifado), o
valor de mercado corresponde ao custo de reposição mediante compra no mercado
fornecedor;
b) para as mercadorias e produtos destinados à venda, o valor de mercado
corresponde ao preço líquido de realização mediante venda, deduzidos os impostos, as
despesas necessárias para a venda e a margem de lucro. 
A) Constituição da Provisão
D – Despesa com perda estimada ou ajuste de ativos
C – Perda Estimada para Ajuste de Bens ao Valor de Mercado (valor realizável)
Para fatos geradores ocorridos até 31/12/95, a referida despesa era considerada
dedutível para fins de apuração da base de cálculo do Imposto de renda (Lucro Real),
desde que a pessoa jurídica comprovasse o valor de mercado dos bens provisionado
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B) Reversão da Provisão
D – Perda Estimada para Ajuste de Bens ao Valor de Mercado (valor realizável)
C – Reversão da Perda Estimada para Ajuste de Bens ao Valor de Mercado (Outras
Receitas Operacionais)
C) Exemplo:
Estoque em 31/12/X2 Valores R$
Preço de custo
( - ) Preço de mercado
( = ) Provisionar
950.000,00
900.000,00
50.000,00
Contabilização: 
D – Despesa com Provisão 
C – Provisão para Ajuste de Estoque 50.000
Representação no Balanço em 31 de dezembro do ano 2
 
_____________________________________________________________________
Ativo Circulante
 
Estoque de Mercadorias 950.000
 
(-) Provisões p/ Ajuste ao Valor de Mercado (50.000) 900.000
_____________________________________________________________________
Reversão da Provisão no período seguinte:
D – Provisão para Ajuste de Estoque
C – Reversão de Provisões* 50.000
* Outras receitas operacionais
1.3.2 PROVISÃO (PERDAS ESTIMADAS) PARA CRÉDITOS DE LIQUIDAÇÃO
DUVIDOSA (PECLD)
1.3.2.1 CONCEITOS E CONSIDERAÇÕES SOBRE A PECLD
A Perda Estimada para Créditos de Liquidação Duvidosa (PECLD), antes denominada
de Provisão para Devedores Duvidosos (PDD), pode ser constituída pelas empresas
que realizam vendas ou serviços a prazo e, por isso, assumem o risco de eventuais
perdas no recebimento de seus créditos, constantes do balanço de encerramento,
desde que tais créditos não possuam reserva de domínio, alienação fiduciária em
garantia ou garantia real (hipoteca, penhor ou anticrese).
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A constituição da PECLD é recomendável, do ponto de vista contábil, para manter a
integridade das demonstrações financeiras e em obediência aos preceitos da lei
comercial. Entretanto, sua contrapartida como despesa é indedutível para fins de
determinação do lucro real e da base de cálculo da contribuição social sobre o lucro,
desde 01/01/1997, por força do disposto no art. 14 da Lei 9.430/96.
A partir do ano-calendário1997, a legislação fiscal não mais permite a dedutibilidade
dessa provisão, possibilitando, desde então, como dedução, apenas as perdas
efetivas no recebimento de créditos, na forma e nos prazos previstos na referida
legislação fiscal (o sentido do termo perdas utilizado na legislação fiscal difere do
sentido contábil).
1.3.2.2 CRITÉRIOS DE APURAÇÃO E CONSTITUIÇÃO DA PECLD
A Base de Cálculo da PECLD é formada a partir do montante das Duplicatas a Receber,
no encerramento do exercício social, desde que estas estejam relacionadas com as
atividades operacionais da empresa.
A apuração do valor da PECLD pode variar, pois cada empresa pode ter aspectos
peculiares a respeito de seus clientes, ramo de negócios, situação do crédito em geral
e a própria conjuntura econômica do momento.
É, portanto, importante serem considerados todos esses fatores conhecidos na
estimativa do risco e na expectativa de perdas com as contas a receber, que devem
estar cobertos pela provisão.
Assim, algumas considerações importantes quanto aos critérios para sua apuração
devem ser feitas:
a) deve ser baseada na análise individual do saldo de cada cliente. Esse
trabalho deve ser feito com base na posição analítica por duplicata dos clientes
na data do balanço e em conjunto com os responsáveis pelos setores de vendas
e crédito e cobrança, de forma a exercer um julgamento adequado dos saldos
incobráveis;
b) deve ser devidamente considerada a experiência anterior da empresa com
relação a prejuízos com contas a receber. Essa análise pode ser feita por
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Reserva de domínio – ocorre comumente nos contratos de compra e venda,
quando o vendedor transfere a posse do bem, mas reserva-se a propriedade da
coisa até que se realize ou implemente determinada condição – geralmente o
pagamento integral da dívida;
Alienação Fiduciária em Garantia – negócio jurídico pelo qual o devedor adquire
a propriedade de um bem com a interveniência (financiamento) de uma instituição
financeira, obrigando-se a devolvê-lo ao financiador caso ocorra falta ou
insuficiência do pagamento do valor financiado;
Garantia Real
Penhor – bem móvel que o devedor entrega ao credor como garantia da dívida;
Hipoteca – bem imóvel em posse do devedor, garantindo a dívida para o credor;
Anticrese – cessão de um bem do devedor ao credor, para seu uso ou aluguel, até
receber os rendimentos para cobrir a dívida.
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meio da comparação dos saldos totais de clientes ou de volumes de
faturamento com os prejuízos reais ocorridos em anos anteriores na própria
empresa. Complementando essa análise, é importante a contribuição dos
elementos ligados aos setores de vendas e crédito e cobrança, com sua
experiência e conhecimento dos clientes;
c) devem ser também consideradas as condições de venda. Obviamente, a
existência de garantias reais anula ou reduz as perspectivas de perdas;
d) atenção especial deve ser dada às contas atrasadas e a clientes que
tenham parte de seus títulos em atraso. Nesses casos, é importante a
preparação de uma análise das contas a receber vencidas, preferencialmente
comparativa com períodos anteriores. Nessa técnica, as contas são agrupadas
em função de seus vencimentos, como vencidas há mais de um ano, entre 180
dias e um ano, entre 90 e 180 dias etc, de modo que se possa medir a
tendência dos clientes em atraso e a probabilidade de perdas, além da
eficiência do sistema de crédito utilizado e do próprio serviço de cobrança. 
O objetivo é sempre chegar a um dimensionamento adequado da provisão. A análise
por “idade” de vencimento é particularmente importante nos casos em que há
quantidade muito grande de clientes, em que o risco está pulverizado.
A) CRITÉRIO DAS PERDAS PROVÁVEIS
Segundo este critério, a PECLD é calculada mediante a aplicação de uma taxa sobre
uma determinada base de cálculo. Como vimos, a partir de 01/01/97, não mais é
dedutível a PECLD com base neste critério (já foi no passado, de 01/01/95 a
31/12/96). Entretanto, apesar da restrição, as empresas devem continuar a constituí-
la, em observância, principalmente, ao princípio da prudência e da competência.
Por este critério a PECLD pode ser determinada de duas formas:
I) pela média percentual das perdas efetivamente apuradas nos três últimos
exercícios.
Exemplo:
Percentual Médio da Perdas: 
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= 800 x 100 
20 .000
=4%
Data Duplicatas a Receber ($)
Ano Perdas
($)
31.12 ano 1 10.000 19X2 400
31.12 ano 2 6.000 19X3 250
31.12 ano 3 4.000 19X4 150
Totais 20.000   800
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II) individualmente, devedor a devedor, resultando em percentuais distintos
de PECLD para cada classe de risco.
Suponhamos, por exemplo, que os saldos iniciais de contas a receber e da PECLD de
determinado período, segregados por classe de risco, sejam assim compostos:
CONTABILIZAÇÃO DA PECLD
A constituição da PECLD tem como contrapartida contas de despesas operacionais
(Despesas com Vendas). 
Quando um saldo se torna efetivamente incobrável, ou seja, quando se esgotaram sem
sucesso os meios possíveis de cobrança, sua baixa da conta de clientes deve ser feita
tendo como contrapartida a própria conta de provisão. 
O caráter técnico contábil correto com relação à provisão para créditos de liquidação
duvidosa independe da legislação fiscal, e compreende:
I) constituição da provisão, conforme a média histórica de perdas ou os
níveis individuais de risco de crédito, no período em que os créditos foram
originados (regime de competência) e sua constante atualização; 
II) realização da provisão pela absorção dos créditos não recebidos,
quando a administração os considerar incobráveis (baixa dos títulos
incobráveis); 
III) reversão da provisão quando constituída em excesso ao valor
efetivamente perdido; e 
IV) a baixa dos créditos como perdas do período quando a provisão for
constituída em valor inferior às perdas efetivamente ocorridas.
Vejamos um caso prático de contabilização, inclusive para recuperações de contas já
baixadas contra provisão, utilizando como base, os valores dos créditos e de PECLD,
segregados conforme classes de risco, demonstrado a seguir:
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D – Despesa com PECLD
C – PECLD
D –PECLD
C – DUPLICATAS A RECEBER
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No momento da constituição da Provisão, ao fim do período (ano1), deve-se
proceder ao seguinte lançamento:
D — Despesa com PECLD R$ 7.150,00
 (Despesa de Vendas)
Classe A R$ 750,00
Classe B R$ 1.400,00
Classe C R$ 1.800,00
Classe D R$ 3.200,00
C – PECLD R$ 7.150,00
Classe A R$ 750,00
Classe B R$ 1.400,00
Classe C R$ 1.800,00
Classe D R$ 3.200,00
Suponhamos então que durante o período seguinte (ano2) ocorreram os seguintes
fatos:
1. Clientes da classe A pagaram $ 49.250 dos $ 50.000 que deviam. A PECLD
dessa classe era de $ 750 e o saldo líquido a receber era de $ 49.250, igual ao
valor recebido. Portanto, a PECLD foi exata para amortecer a perda ocorrida,
tendo sido realizada integralmente, não havendo efeito no resultado do ano 2,
já que fora contabilizada a provisão no ano1. Os lançamentos contábeis e a
movimentação em forma de tabela desse evento são os seguintes:
Recebimento de clientes classe A
D — Caixa R$ 49.250,00
C — Duplicatas a Receber classe A R$ 49.250,00
Realização da PECLD
D — PECLD classe A R$ 750,00
C — Duplicatas a Receber classe A R$ 750,00
2. Clientes classe B pagaram $ 65.000 dos $ 70.000 que deviam. A PECLD
desse cliente era de $ 1.400 e o saldo líquido a receber era de $ 68.600,
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superior ao valor recebido. Portanto, a PECLD foi insuficiente para amortecer
a perda ocorrida, tendo sido realizada integralmente e também havendo
efeito no resultado pelo registro da perda ocorrida no período por causa da
insuficiência da PECLD ($ 3.600). Os lançamentos contábeis e a
movimentação em forma de tabela desse evento são os seguintes:
Recebimento de clientes classe B
D — Caixa R$ 65.000,00
C — Duplicatas a Receber classe B R$ 65.000,00
Realização da PECLD
D — PECLD classe B R$ 1.400,00
C — Duplicatadas a Receber classe B R$ 1.400,00
Reconhecimento das perdas dos clientes classe B
D — Perdas com Títulos Incobráveis R$ 3.600
C — Duplicatas a Receber classe B R$ 3.600
3. Clientes classe C pagaram integralmente os $ 60.000 que deviam, não
havendo perda alguma. Como havia a PECLD de $ 1.800, e esta não foi
utilizada, deve-se reverter seu saldo para o resultado. Os lançamentos
contábeis e a movimentação em forma de tabela desse evento são os
seguintes:
Recebimento de clientes classe C
D — Caixa R$ 60.000
C — Duplicatas a Receber classe C R$ 60.000
Reversão da PECLD
D — PECLD classe C R$ 1.800,00
C — Outras receitas operacionais R$ 1.800,00
 (ou recuperação de despesas)
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4. Clientes classe D pagaram $ 60.000 dos 80.000 que deviam, e entraram em
processo de falência, não havendo qualquer expectativa de receber o saldo
remanescente. Portanto, a PECLD deve ser integralmente realizada e o saldo a
receber remanescente deve ser lançado como perda com incobráveis. Os
lançamentos contábeis e a movimentação em forma de tabela desse evento
são os seguintes:
Recebimento de clientes classe D
D — Caixa R$ 60.000,00
C — Duplicatas a Receber classe D R$ 60.000,00
Realização da PECLD
D — PECLD classe D R$ 3.200,00
C — Duplicatas a Receber classe D R$ 3.200,00
Reconhecimento das perdas dos clientes classe D
D — Perdas com Título Incobráveis R$ 16.800,00
C — Duplicatas a Receber classe D R$ 16.800,00
5 . Um antigo Cliente F pagou o valor de $ 15.000 de dívidas que já haviam
sido consideradas incobráveis em períodos anteriores. Nesse caso houve uma
recuperação de crédito, e esta deve ser registrada na conta de resultado
Outras Receitas Operacionais. Os lançamentos contábeis são os seguintes:
Recebimento do Cliente F
D — Caixa R$ 15.000,00
C — Outras Receitas Operacionais R$ 15.000,00
 (Recuperação de Créditos)
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6. No período, foram feitas vendas a prazo sendo esses os saldos finais antes
da constituição da PECLD:
7. A constituição da PECLD, mais uma vez feita com base na análise individual
de cada cliente, aplicando-se um percentual diferenciado para cada nível
individual de risco de crédito, após análise criteriosa, se deu nos seguintes
percentuais:
Com base nesses percentuais, a constituição da nova PECLD é feita. Os lançamentos
contábeis e os saldos finais são os seguintes:
Constituição da nova PECLD
D — Despesa com PECLD R$ 8.900
 (Despesa de Vendas)
Classe A R$ 2.000
Classe B R$ 3.000
Classe C R$ 3.900
C – PECLD R$ 8.900
Classe A R$ 2.000
Classe B R$ 3.000
Classe C R$ 3.900
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B) CRITÉRIO DAS PERDAS EFETIVAS (CONFORME LEGISLAÇÃO FISCAL)
Tratamento dado às Perdas no Recebimento de Créditos a Partir de 01/01/97
(Lei No 9430/96).
As perdas no recebimento de créditos decorrentes das atividades da pessoa jurídica
poderão ser deduzidas como despesas (perdas), nas seguintes situações:
I. Créditos sem garantia de valor:
1. até R$ 5.000,00, por operação, vencidos há mais de seis meses,
independentemente de iniciados os procedimentos judiciais para seu
recebimento;
2. acima de R$ 5.000,00 até R$ 30.000,00, por operação, vencidos há
mais de um ano, independentemente de iniciados os procedimentos judiciais
para o seu recebimento, porém mantida a cobrança administrativa;
3. superior a R$ 30.000,00, vencidos há mais de um ano, desde que
iniciados e mantidos os procedimentos judiciais para o seu recebimento.
II. Créditos com garantia, vencidos há mais de dois anos, desde que iniciados e
mantidos os procedimentos judiciais para o seu recebimento ou arresto de garantias;
III. Créditos contra devedor declarado falido ou pessoa jurídica declarada
concordatária, relativamente à parcela que exceder o valor que esta tenha se
comprometido a pagar;
IV . Créditos baixados em decorrência de sentença proferida pelo Poder Judiciário.
Perdas no Recebimento de Créditos
(Art. 9º Lei 9.430/96, § 11 - Lei 13.097/15)
Contratos adimplidos a partir de 08/10/2014
Sem Garantia de Valor:
Valor por
Operação
Tempo
Decorrido
Procedimento
Judicial
Observação
Até 15.000 + de 6 meses Independe XXX
+ 15.000 até
100.000
+ de 1 ano Independe Mantida
cobrança
administrativa
+ de 100.000 + de 1 ano Necessário XXX
1.3.3 PROVISÃO PARA PERDAS PROVÁVEIS DA REALIZAÇÃO DE
INVESTIMENTOS (PPPRI) (Perdas Estimadas por Valor Não Recuperável em
Investimentos)
1.3.3.1 CONCEITOS E CONSIDERAÇÕES SOBRE A PPPRI
(Lei 6.404/76)
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 “Art. 183. No balanço, os elementos do ativo serão avaliados segundo
os seguintes critérios:
(...)
III - os investimentos em participação no capital social de outras
sociedades, ressalvado o disposto nos arts. 248 a 250, pelo custo de
aquisição, deduzido de provisão para perdas prováveis na realização do
seu valor, quando essa perda estiver comprovada como permanente, e
que não será modificado em razão do recebimento, sem custo para a
companhia, de ações ou quotas bonificadas;
IV - os demais investimentos, pelo custo de aquisição, deduzido de
provisão para atender às perdas prováveis na realização do seu valor,
ou para redução do custo de aquisição ao valor de mercado, quando
este for inferior;
PROVISÃO PARA PERDAS PROVÁVEIS
NA REALIZAÇÃO DE INVESTIMENTOS
SE APLICA A
Investimentos em participações societárias
permanentes (classificadas no Ativo Não 
Circulante)
Demais Investimentos Permanentes 
(classificados no Ativo Não Circulante)
PPPRI aplicável a Investimentos Societários Permanentes
A constituição da provisão deverá estar fundamentada na comprovaçãode que a perda
será permanente. Define-se como perda permanente como aquela de difícil ou
improvável recuperação. 
Um exemplo de perda permanente é a relativa a participação em companhia que tenha
sua falência decretada e que não disponha de recursos para reembolsar seus
acionistas, ou ainda que tenha perda da capacidade de competir por dificuldades
tecnológicas, mercadológicas, de administração etc.
A provisão para perdas prováveis na realização do investimento tanto é aplicável aos
investimentos permanentes avaliados pelo método de custo, quanto pelo método da
equivalência patrimonial.
PPPRI aplicável aos Demais Investimentos Permanentes
Em relação aos demais investimentos permanentes, a lei admite tanto a provisão para
perdas prováveis na realização do valor, quanto a provisão para redução do custo de
aquisição ao valor de mercado, quando este for inferior.
Quando temporária a perda de valor dos demais investimentos permanentes, cabe a
constituição de provisão para ajuste ao valor de mercado. Mas se a perda é
permanente, deve ser constituída provisão para perdas prováveis na realização do seu
valor.
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Exemplo de perda permanente com os demais investimentos é a decorrente de obra ou
intervenção pública que provoca desvalorização de imóvel fora do uso nas atividades
da companhia. É pouco provável que o proprietário consiga recuperar a perda de valor
de seu imóvel em virtude, por exemplo, da construção de um viaduto ao lado de sua
propriedade, ou do erguimento de uma favela nas proximidades do imóvel.
O valor de mercado (valor justo) dos demais investimentos é o valor líquido pelo qual
possam ser alienados a terceiros. Do valor dos bens, devem ser deduzidos os valores
correspondentes a comissões, impostos, taxas, etc, relativos à sua eventual
negociação.
1.3.3.2 CONTABILIZAÇÃO
D – Despesa c/ Provisão p/ Perdas na Realização de Investimentos
C – Provisão para Perdas na Realização de Investimentos
Esta é a única provisão cuja contrapartida é classificada como despesa não-
operacional.
Exemplo:
 
Determinada pessoa jurídica possui investimento em ações, de natureza permanente,
da Cia. CELTA, no valor de R$2.000.000,00. Parte significativa da capacidade produtiva
da investida destina-se à produção autorizada pelo detentor da marca ou patente.
Estando próximo o término do prazo de concessão e não havendo previsão de
renovação do direito de uso da marca, a investida deverá desativar 25% de sua linha
produtiva, o que implicará perda definitiva na mesma proporção pela investidora.
Cálculo da perda:
25% de R$ 2.000.000,00 = R$ 500.000,00
Contabilização:
Despesa com perda em investimento (despesa não-operacional)
a Provisão para perdas em investimento R$ 500.000,00
Representação no balanço patrimonial:
Ativo Permanente
Investimento
Participação societária – Cia. CELTA R$ 2.000.000,00
(-) Provisão para perdas em investimento (R$ 500.000,00)
Esta provisão somente deverá ser baixada por ocasião da alienação dos investimentos
objetos da provisão.
Se, no período seguinte, o investimento vier a ser alienado à vista, pelo valor de R$
1.400.000,00, a contabilização da respectiva operação será:
a) Pela venda à vista:
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Bancos c/ movimento
a Receita não-operacional R$ 1.400.000,00
b) Pela baixa do investimento:
Custo do investimento (não-operacional)
a Participação societária – Cia. CELTA R$ 2.000.000,00
c) Pela baixa da provisão:
Provisão para perdas em investimento
a Custo do investimento R$ 500.000,00
d) Pela apuração do resultado não-operacional:
d.1) pela transferência da receita:
Receita não-operacional
a Resultado não-operacional R$ 1.400.000,00
d.2) pela transferência do custo:
Resultado não-operacional
a Custo do investimento R$ 1.500.000,00
e) Pela transferência para o resultado do exercício:
Resultado do exercício
a Resultado não-operacional R$ 100.000,00
1.3.4 PROVISÕES DO PASSIVO
Pelo disposto no art. 184, da Lei nº 6.404/76, as obrigações conhecidas ou calculáveis
devem ser registradas no passivo:
Critérios de Avaliação do Passivo
“Art. 184. No balanço, os elementos do passivo serão avaliados de
acordo com os seguintes critérios:
I - as obrigações, encargos e riscos, conhecidos ou calculáveis,
inclusive Imposto de Renda a pagar com base no resultado do exercício,
serão computados pelo valor atualizado até a data do balanço;
PRINCIPAIS PROVISÕES DO PASSIVO
a) Provisão p/ Férias (dedutível);
b) Provisão p/ 13º Salário (dedutível);
c) Provisão para Imposto de Renda;
d) Provisão para Contribuição Social;
e) Provisão p/ Gratificação a Empregados (dedutível até 31/12/95);
f) Provisão p/ Licença Prêmio (dedutível até 31/12/95);
g) Provisão p/ Gratificação a Administradores;
h) Provisão p/ Riscos Fiscais ou Eventuais;
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i) Provisão p/ Contingências;
j) Provisão p/ Resgate de Partes Beneficiárias;
etc. 
Provisão é um passivo de prazo ou de valor incertos.
Passivo é uma obrigação presente da entidade, derivada de eventos já ocorridos, cuja
liquidação se espera que resulte em saída de recursos da entidade capazes de gerar
benefícios econômicos.
1.3.4.1 RELAÇÃO ENTRE PROVISÕES E PASSIVOS CONTINGENTES
O Pronunciamento Técnico CPC 25, aprovado pela Deliberação CVM 594/2009, traz
conceitos importantes acerca de provisão e passivos contingentes, pelo que
reproduzimos alguns trechos do seu texto:
12. Em sentido geral, todas as provisões são contingentes porque são incertas quanto
ao seu prazo ou valor. Porém, neste Pronunciamento Técnico o termo “contingente” é
usado para passivos e ativos que não sejam reconhecidos porque a sua existência
somente será confirmada pela ocorrência ou não de um ou mais eventos futuros
incertos não totalmente sob o controle da entidade.
Adicionalmente, o termo passivo contingente é usado para passivos que não
satisfaçam os critérios de reconhecimento.
13. Este Pronunciamento Técnico distingue entre:
(a) provisões – que são reconhecidas como passivo (presumindo-se que possa ser
feita uma estimativa confiável) porque são obrigações presentes e é provável que uma
saída de recursos que incorporam benefícios econômicos seja necessária para liquidar
a obrigação; e 
(b) passivos contingentes – que não são reconhecidos como passivo porque são:
(i) obrigações possíveis, visto que ainda há de ser confirmado se a entidade tem ou
não uma obrigação presente que possa conduzir a uma saída de recursos que
incorporam benefícios econômicos, ou
(ii) obrigações presentes que não satisfazem os critérios de reconhecimento deste
Pronunciamento Técnico (porque não é provável que seja necessária uma saída de
recursos que incorporem benefícios econômicos para liquidar a obrigação, ou não pode
ser feita uma estimativa suficientemente confiável do valor da obrigação).
Reconhecimento
Provisão
14. Uma provisão deve ser reconhecida quando:
(a) a entidade tem uma obrigação presente (legal ou não formalizada) como resultado
de evento passado;
(b) seja provável que será necessária uma saída de recursos que incorporam
benefícioseconômicos para liquidar a obrigação; e
(c) possa ser feita uma estimativa confiável do valor da obrigação.
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Se essas condições não forem satisfeitas, nenhuma provisão deve ser reconhecida.
Passivo contingente
27. A entidade não deve reconhecer um passivo contingente.
28. O passivo contingente é divulgado, como exigido pelo item 86, a menos que seja
remota a possibilidade de uma saída de recursos que incorporam benefícios
econômicos.
29. Quando a entidade for conjunta e solidariamente responsável por obrigação, a
parte da obrigação que se espera que as outras partes liquidem é tratada como
passivo contingente. A entidade reconhece a provisão para a parte da obrigação para a
qual é provável uma saída de recursos que incorporam benefícios econômicos, exceto
em circunstâncias extremamente raras em que nenhuma estimativa suficientemente
confiável possa ser feita.
30. Os passivos contingentes podem desenvolver-se de maneira não inicialmente
esperada. Por isso, são periodicamente avaliados para determinar se uma saída de
recursos que incorporam benefícios econômicos se tornou provável. Se for provável
que uma saída de benefícios econômicos futuros serão exigidos para um item
previamente tratado como passivo contingente, a provisão deve ser reconhecida nas
demonstrações contábeis do período no qual ocorre a mudança na estimativa da
probabilidade (exceto em circunstâncias extremamente raras em que nenhuma
estimativa suficientemente confiável possa ser feita).
1.3.4.2 PROVISÃO PARA FÉRIAS
Um empregado goza férias porque ele trabalhou durante um ano inteiro. Durante o
mês de férias ele não estará trabalhando, porém receberá salário, acrescido de pelo
menos 1/3. Mas, ele recebe salário porque ele trabalhou no ano anterior. Desta forma,
para adequar esta despesa ao princípio de competência, é justo que a empresa
provisione 1/12 do salário mensal do empregado, acrescido de 1/3, tendo como
contrapartida uma conta de resultado. Assim, as férias são despesas a ser computadas
no período aquisitivo destas, ou seja, nos meses em que o empregado efetivamente
trabalha de modo a que possa gozar das férias respectiva, e não no momento do
pagamento das férias.
No regime de competência, as férias transcorridas e ainda não gozadas devem ser
provisionadas contabilmente, permitindo melhor apuração do resultado. A legislação
fiscal permite a dedutibilidade dessa despesa (art. 337, parag 1° a 3°, do RIR/99).
A provisão de férias é constituída com base na remuneração mensal do empregado
mais os encargos e tem a finalidade de evidenciar o montante real de despesas
incorridas no período, de acordo com o regime de competência. 
O montante da provisão é calculado com base na remuneração mensal do
empregado, no mês do encerramento do período, e no número de dias de férias a que
já tiver direito na data do balanço.
Para contabilizar a provisão debitamos uma conta de resultado (custo ou despesa) e
creditamos provisão para férias. A provisão contempla a inclusão dos gastos
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incorridos com a remuneração de férias proporcionais e dos encargos sociais, cujos
ônus cabem à empresa, tais como a contribuição previdenciária patronal e o FTGS,
bem como deve computar o terço constitucional. Veja o quadro a seguir:
Lançamento da provisão:
D – Férias 320,00
D – INSS 88,96
D – FGTS 25,60 
C – Provisão para férias 434,56
Por ocasião das férias do empregado, a empresa debitará a conta de provisão para
férias, o valor pago aos empregados, inclusive pagamento relativos aos encargos
sociais decorrentes:
D – Provisão para férias
C – Banco c/ movimento
Como se trata de um lançamento de provisão, onde a empresa apóia-se em valores
estimados, pode ocorrer que, no decorrer dos meses, principalmente no momento do
pagamento das férias e dos encargos, o valor provisionado no passivo não represente
o valor exato a ser pago. Por isso, havendo variação salarial durante o período, a
empresa deverá efetuar a complementação da provisão.
EXERCÍCIO RESOLVIDO:
Ao encerrar o exercício social, a empresa Personal Ltda. constituiu a provisão para
férias, segundo os critérios da legislação pertinente, com base na remuneração mensal
dos empregados e no número de dias de férias a que já tinham direito na época do
balanço, incluindo os encargos à base de 30%, sendo 10% dos segurados e 20%
patronal. Apenas o acréscimo de um terço do valor das férias não foi incluído na
provisão.
A situação descrita na época do balanço era a seguinte:
10 empregados com 12 meses de trabalho e salário mensal de R$ 1.500,00;
10 empregados com 6 meses de trabalho e salário mensal de R$ 1.200,00;
10 empregados com 3 meses de trabalho e salário mensal de R$ 1.000,00.
Todos os empregados tinham mais de um ano de casa e não faltaram ao serviço
durante o período aquisitivo das férias.
Com estas informações o contador da empresa deverá promover o lançamento para
contabilizar a provisão para férias. Determine esse valor.
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Resolução:
Devemos calcular a provisão com base no período aquisitivo e na remuneração de cada
grupo de funcionários, sendo:
Lançamento:
D – Férias 23.500,00
D – Encargos Sociais s/férias 4.700,00 
C – Provisão para Férias 28.200,00
1.3.4.3 PROVISÃO PARA 13° SALÁRIO
Pelo mesmo motivo que a empresa faz a constituição da provisão para férias, ela deve
constituir uma provisão para o 13o salário, por constituir um encargo complementar de
salário. O valor da provisão deverá ser reajustado sempre que ocorrerem alterações
salariais, uma vez que a provisão efetiva é devida com base no salário de dezembro,
ou no caso de pagamentos, em virtude de demissão.
Se a empresa tiver como política o compromisso de pagar salários adicionais ao 13°
obrigatório (14° ou 15° salário), deve efetuar idêntico provisionamento. Ressalte-se
que a dedutibilidade para fins de imposto de renda desta provisão refere-se,
entretanto, apenas ao 13° salário.
Contabilização:
1a) Na constituição da provisão:
D – Despesas com 13o salário (custo ou despesa)
C – Provisão para o 13o salário (passivo circulante)
2a) Pelo pagamento nos casos de demissões:
D – Provisão para o 13o salário
D – Despesas com 13o salário (*)
C – Bancos c/ movimento
(*) No caso de haver acréscimo salarial no período ou pagamento de valores ainda
não-provisionados.
3a) Acréscimos salariais
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Dados:
– remuneração mensal – janeiro/X4 R$ 1.200,00
– remuneração mensal – fevereiro/X4 R$ 1.500,00
a) valor da provisão de janeiro/X4
1/12 de R$ 1.200,00 R$ 100,00
b) valor da provisão de fevereiro/X4
1/12 de R$ 1.500,00 R$ 125,00
c) complementação da provisão de jan/X4
(R$ 125,00 – R$ 100,00) R$ 25,00
d) total da provisão em fev/X4 R$ 150,00
e) total provisionado nos 02 (dois) meses (2/12)_________
2/12 de R$ 1.500,00 R$ 250,00
Após a constituiçãoda provisão, quaisquer pagamentos a título de 13o salário,
inclusive adiantamentos ou pagamento em rescisões contratuais e encargos sociais
correspondentes, serão contabilizados a débito da conta de provisão e a crédito de
conta Caixa ou Bancos.
D – Provisão para o 13o salário
C – Bancos c/ movimento
1.3.4.4 PROVISÃO PARA GRATIFICAÇÃO A EMPREGADOS E
ADMINISTRADORES
A gratificação a empregados, decorrente de acordo coletivo ou individual representa
uma despesa operacional para a empresa e, geralmente, é será devida no final do
exercício. Desta forma, a empresa deverá provisionar a quantia correspondente no
exercício em que a despesa se tornou exigível, mesmo que será paga somente no
exercício seguinte.
A contabilização desta provisão é feita mediante débito em conta de custo ou despes e
crédito à conta de provisão para gratificação a empregados, no passivo circulante,
na forma que se segue:
D – Gratificação a empregados
C – Provisão para gratificação a empregados
Ressaltamos que esta provisão não está entre as que podem ser deduzidas da base de
cálculo do imposto de renda.
Chamamos atenção ao fato de que esta gratificação difere da participação de
empregados prevista em estatuto e que esta última é dedutível para fins de imposto
de renda.
1.3.4.5 PROVISÃO PARA CONTINGÊNCIAS
O termo contingência significa uma situação de risco já existente e que envolve um
grau de incerteza quanto à efetiva ocorrência e que, em função de um evento futuro,
poderá resultar em ganho ou perda para a empresa. A provisão para contingência,
portanto, é constituída em virtude de um fato ocorrido que pode tornar-se um passivo,
ou seja, quaisquer fatos já ocorridos que possam gerar dívidas para a empresa:
Contabilidade Financeira - Prof. Eudimar
ASSOCIAÇÃO DE ENSINO SUPERIOR DO PIAUÍ – AESPI
Instituto de Ensino Superior de Teresina – IEST
Curso: Ciências Contábeis
_________________________________________________________________________
Exemplos:
 Multas previsíveis por quebra de contratos;
 Autuações fiscais que possam resultar em obrigação para a empresa;
 Valores recebidos que deverão ser reclamados, podendo tornar-se exigível;
 Garantias concedidas para cobertura de compromisso de terceiro e que
possivelmente se tornarão obrigações da empresa;
 Ações judiciais em andamento contra a companhia;
 Reclamações trabalhistas.
Essa provisão é indedutível para efeitos fiscais. Todavia, no exercício social (período
fiscal) em que a perda se efetivar, a parcela da provisão utilizada para sua absorção
poderá ser excluída do lucro real (art. 247, parag. 2º, do RIR/99).
1.3.4.6 PROVISÃO PARA CONTIGÊNCIAS X RESERVAS PARA CONTIGÊNCIAS
A Provisão para Contingências, classificada no passivo circulante/não circulante, não se
confunde com Reserva para Contingências, classificada no patrimônio líquido.
A Provisão para Contingências é relativa a evento já ocorrido, cujos efeitos envolvem
relativa incerteza. É o caso de provisão para ação judicial movida contra a empresa por
empregados que reclamam direitos trabalhistas não pagos em período já trabalhado;
ou por clientes que alegam danos sofridos pelo consumo de produtos fabricados pela
empresa. O fato gerador do litígio já ocorreu, mas o Judiciário é que vai declarar seus
efeitos. A companhia pode ter ou não que indenizar o autor da ação, de acordo com a
decisão judicial.
Já a Reserva para Contingências é constituída com a finalidade de compensar, em
exercício futuro, a diminuição do resultado em virtude de perda provável, cujo valor
possa ser estimado. Assim, o evento que provoca a constituição da Reserva para
Contingência é futuro, podendo ou não se materializar. É o caso de atividades que
possam ser afetadas por geadas, inundações, secas e outros fenômenos da natureza.
Também servem de base para a reserva: a previsão de instalação de uma empresa
concorrente; e a provável redução das alíquotas de importação, pelo governo, de
produtos que a companhia fabrica no País. Tais eventos podem ocasionar maior
concorrência e a conseqüente perda de receita para a companhia.
A seguir, passa-se ao estudo mais detalhado das provisões. As reservas serão objeto
de aulas específicas.
Contabilidade Financeira - Prof. Eudimar
	Associação de Ensino Superior do Piauí – AESPI
	C – DUPLICATAS A RECEBER
	A) Constituição da Provisão
	Contabilização da PECLD
	Recebimento de clientes classe B
	Recebimento de clientes classe C
	Reversão da PECLD

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