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DIREITO EMPRESARIAL III
LETRA DE CAMBIO
A letra de câmbio ou simplesmente letra, trata-se de um título de crédito “à ordem”, criado mediante “saque”, que responde pela formação de três posições jurídicas.
Título “à ordem” é aquele emitido em favor de pessoa determinada, mas transferível por simples endosso, dispensando, portanto, qualquer outra formalidade para a sua transferência, que não o endosso.
O “saque” refere-se à emissão do título. 
Nesse sentido, sacar um título de crédito significa emiti-lo.
As três posições jurídicas formadas a partir do saque, ou seja, da emissão as letra, são:
Sacador – é o emitente do título;
Sacado – contra quem se emite o título;
Tomador – beneficiário do título.
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Requisitos formais da letra de câmbio.
Para que um documento seja considerado uma letra de câmbio, submetendo-se assim ao regime dos títulos de crédito, deverá atender a alguns requisitos formais, conforme determina o art. 1º do Decreto 57.663/66 – anexo I. 
São eles:
- A palavra "letra" inserta no próprio texto do título e expressa na língua empregada para a redação desse título;
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O mandato puro e simples de pagar uma quantia determinada;
O nome daquele que deve pagar (sacado);
A época do pagamento;
A indicação do lugar em que se deve efetuar o pagamento;
O nome da pessoa a quem ou a ordem de quem deve ser paga;
A indicação da data em que, e do lugar onde a letra é passada;
A assinatura de quem passa a letra (sacador).
 * A Súmula 387 do Supremo Tribunal Federal admite a possibilidade de circulação de título incompleto ou em branco. 
“A cambial emitida ou aceita com omissões, ou em branco, pode ser completada pelo credor de boa-fé antes da cobrança ou do protesto”
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Aceite.
Imagine-se que João Henrique, sacou uma letra de câmbio contra Maria Eduarda, a favor de Francisco. 
JOÃO HENRIQUE -------------- MARIA EDUARDA -------------- FRANCISCO
Sacador 			sacado 			tomador
Ao receber das mãos do sacador a letra de câmbio, o tomador deve procurar o sacado para apresentar-lhe o título e consultá-lo sobre a aceitação da ordem. Aceitando a letra, o sacado se compromete a pagar o valor constante do título ao seu beneficiário na data do vencimento (art. 28 Dec. 57.663/66). 
Assim, a declaração do aceite torna o sacado devedor principal, o qual passa a chamar-se de “aceitante”.
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Em termos práticos, o aceite decorre da simples assinatura do sacado no anverso (frente) da letra de câmbio. 
No Brasil a praxe é lançá-lo à esquerda do documento, no sentido vertical. Se lançado no verso, deverá ser precedido da palavra “aceito”, “aceitamos” ou expressão equivalente, evitando que se confunda com endosso.
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Recusa parcial do aceite.
na letra de câmbio o aceite é facultativo, sacado pode recusar-se a aceitar o pagamento do valor total da letra, ele também poderá recusar-se de forma parcial.
Aceite limitativo - aquele onde o sacado reduz o valor da obrigação.
Aceite modificativo - aquele que o sacado introduz mudança nas condições de pagamento da letra, postergando o seu vencimento.
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Cláusula não aceitável
Para evitar a antecipação provocada pela recusa do aceite, a lei possibilita ao sacador a introdução da cláusula “não aceitável” ou expressão equivalente (art. 22 Dec. 57.663/66).
Exemplo: Aos 11 de junho de 2012, pagará V.S.ª por esta única via de letra de câmbio não aceitável, a importância de (...). Inserida a cláusula “não aceitável", o tomador somente poderá apresentar o título ao sacado na data designada para o seu vencimento, protegendo assim o sacador e demais coobrigados cambiários contra o risco de vencimento antecipado do título, uma vez que a recusa do aceite somente poderá ocorrer com o vencimento da letra
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Aval
O aval corresponde a uma garantia cambial, firmada por terceiro (avalista) ao avalizado (devedor principal), garantindo o pagamento do título.
o avalista assume uma obrigação igual a do seu avalizado, embora a sua obrigação seja autônoma em relação a deste. 
Neste sentido, ainda que a obrigação do avalizado seja, por exemplo, objeto de novação (como no caso da aprovação do plano de recuperação judicial), permanece inalterada a obrigação do avalista.
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Da mesma maneira, em função da mencionada autonomia, se o aval é feito em favor do sacado e este não aceita a letra de câmbio, isso não significa que o avalista está exonerado de sua obrigação - é o que se chama de aval antecipado.
O art. 30 da Lei Uniforme que trata da letra de câmbio e da nota promissória, assim como o art. 29 da Lei do Cheque, permitem o chamado aval parcial ou limitado, ou seja, aquele em que o avalista garante valor menor do que o constante do título.
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O aval pode ser aposto antes ou após o vencimento do título, produzindo em ambos os casos o mesmo efeito (art. 900 CC).
A menos que o regime matrimonial seja o de separação total de bens, a constituição do aval dependerá de outorga conjugal, nos termos dos artigos 1.642, IV e 1.647, III CC
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Endosso.
O título de crédito é, essencialmente, um documento que facilita a circulação do crédito nele representado. 
O endosso é exatamente a forma de transferência do direito ao valor constante do título, a partir da assinatura do seu possuidor no seu verso ou anverso (na letra de câmbio, o endosso poderá ser lançado no próprio título ou em uma declaração anexa, quando falte espaço na cártula).
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duas posições jurídicas: 
*endossante - pessoa que transfere o título.
*endossatário - pessoa para a qual o título é transferido.
*primeiro endossante sempre o tomador do título – beneficiário.
*ordem de pagamento - sacada - emitida em seu benefício.
É vedado o endosso parcial - diga respeito apenas a uma parte do valor constante do título. Se lançado, será nulo. Com o endosso, ocorre a transferência integral do crédito contido no título.
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A propriedade do título, o endosso transfere também a garantia do seu adimplemento. 
O endosso normalmente produz dois efeitos: 
transfere o título ao endossatário - e vincula o endossante ao seu pagamento. 
Assim, enquanto o endossatário se torna o novo credor da letra, o endossante passa a ser um de seus co-devedores.
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Ação cambial e prescrição.
Inadimplência do título de executivo extrajudicial (art. 585 CPC), deve-se buscar Poder Judiciário, para se executar .
Ação de cobrança sumária, que dispensa prévia ação de conhecimento (haja vista já se desprender dos títulos executivos a presunção de liquidez e certeza), através da qual se busca compelir o devedor a pagar o valor consignado na cártula.
Da mesma forma promissória, o cheque e duplicata
Prazos prescricionais:
Todas as ações contra o aceitante da letra de câmbio prescrevem em 3 (três) anos, a contar do seu vencimento;
As ações do portador contra os endossantes e contra o sacador prescrevem em 1 (um) ano, a contar da data do protesto feito em tempo útil, ou da data do vencimento, em se tratando de letra de câmbio que contenha cláusula “sem despesas”(“sem protesto”).
As ações dos endossantes uns contra os outros e contra o sacador prescrevem em 6 (seis) meses, a contar do dia em que o endossante pagou a letra ou em que ele próprio foi acionado (ação de regresso)
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Cheque.
O cheque é uma ordem de pagamento em dinheiro e à vista (principal característica do cheque), sacada contra um banco ou instituição financeira (art. 32 Lei do Cheque).
Trata-se de um título padronizado, considerado válido apenas quando emitido
por um banco ou instituição financeira, observada a forma determinada pela Resolução nº 885/83 do Banco Central do Brasil.
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Nota promissória
Regulada pelo Decreto 2.044/1908 - Lei Saraiva - e pelo Decreto 57.663/66 - Lei Uniforme.
é uma promessa de pagamento, na qual uma pessoa compromete-se a pagar quantia determinada a outra, ou a quem esta indicar.
Embora comumente esteja vinculada a um contrato, a sua emissão decorre de uma declaração unilateral de vontade e não de um contrato.
Seu saque gera duas posições jurídicas: a do emitente (subscritor, promitente ou sacador), que se compromete a pagar determinada quantia ao beneficiário ou tomador do título, por vezes também chamado de sacado.
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Requisitos formais da nota promissória.
- A denominação “nota promissória” inserta no próprio texto do título e expressa na língua empregada para a redação do mesmo;
- A promessa pura e simples (incondicionada) de pagar uma quantia determinada;
- A época do pagamento;
- A indicação do lugar em que se deve efetuar o pagamento;
- O nome da pessoa a quem ou à ordem de quem deve ser paga(beneficiário);
não é possível a emissão de nota promissória ao portador, tratando-se, portanto, de um título à ordem.
-A indicação da data em que e do lugar onde a nota promissória é passada.
- A assinatura de quem passa a nota promissória
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Prescrição.
A prescrição da nota promissória.
Do portador contra o emitente e avalista: 3 (três) anos, a contar do vencimento;
Do portador contra endossantes e respectivos avalistas: 1(um) ano, a contar da data do protesto feito em tempo útil, ou da data do vencimento, se a letra contiver cláusula “sem protesto” (“sem despesas”);
Dos endossantes, uns contra os outros, ou seus avalistas: 6 (seis) meses, a contar do dia em que o endossante pagou o título ou em que ele foi acionado.
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Código Civil - art. 206. Prescreve.
§ 3º Em três anos.
VIII – a pretensão para haver o pagamento de titulo de crédito, a contar do vencimento, ressalvadas as disposições de leis especiais.
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CPC – art. 585. São títulos executivos extrajudiciais.
I – a letra de câmbio, a nota promissória, a duplicata, a debênture e o cheque.
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A informática e o futuro do Direito Cambiário
- Os títulos de créditos surgiram na Idade Média – facilitar a circulação do crédito comercial.
 - O que de fato é que a concessão do credito por meio eletrônico – a inadimplência – os bancos passam de forma eletrônica para os cartório de protestos.
* Mais ainda se usa títulos de créditos.
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DUPLICATA 
– criado pelo direito brasileiro, com origem no Código Comercial de 1850.
Regida pela Lei 5.474/68, a duplicata é um título de crédito causal 
- diferentemente da letra, da nota e do cheque - haja vista só poder ser emitida a partir de dois eventos: 
compra e venda mercantil ou prestação de serviços. 
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A duplicata responde pela formação de 2 posições jurídicas: de um lado, o sacador, emitente, vendedor ou credor do título; e de outro, a posição do sacado, comprador ou devedor da duplicata.
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Consiste em uma ordem de pagamento, assemelhando-se ao cheque e à letra de câmbio. No entanto, distingue-se desta última porque, enquanto a letra é título abstrato (pode ser sacada em qualquer situação, de acordo com a vontade do emitente), a duplicata, insista-se, é título causal, devendo ser emitida apenas, como visto, com lastro em uma compra e venda de mercadorias ou prestação de serviços.
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De tal sorte que, em todo o contrato de compra e venda mercantil, entre partes domiciliadas no Brasil, com prazo não inferior a 30 dias, contado da data de entrega ou despacho das mercadorias, emitirá o vendedor a respectiva fatura para apresentação ao comprador (a fatura discriminará as mercadorias vendidas ou o serviço prestado). No ato de emissão da fatura, dela poderá ser extraída duplicata para circulação (art. 1º e 2º Lei 5.474/68).
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CAUSALIDADE – sua emissão somente se pode dar para a documentação de crédito nascido de compra e venda mercantil.
EXECUÇÃO - titulo de crédito extrajudicial – art. 585, I, CPC.
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Nesse diapasão, merece relevo a Súmula 248 STJ: “Comprovada a prestação dos serviços, a duplicata não aceita, mas protestada, é título hábil para instruir pedido de falência”.
A duplicata é protestável por falta de aceite, de devolução ou de pagamento. A falta de devolução do título pelo devedor permite que o credor emita triplicata e realize o protesto por simples indicações. 
O portador que não tirar o protesto da duplicata, em forma regular e dentro do prazo de 30 dias, contado da data de seu vencimento, perderá o direito de regresso contra os coobrigados.
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Requisitos formais da duplicata - art. 2º Lei 5.474/68.
A denominação “duplicata”;
b. A data da emissão;
c. O número de ordem;
d. O número da fatura da qual foi extraída;
e. A data certa do vencimento ou a declaração de ser a duplicata à vista (assim, não é possível a 
emissão de duplicata a certo termo da vista ou da data);
f. O nome e o domicílio do vendedor e do comprador;
g. A importância a pagar, em algarismos e por extenso;
h. A praça de pagamento;
i. A cláusula à ordem (a cláusula “não à ordem” somente pode ser inserida no título por endossante, 
e, como o vendedor a saca a seu favor, ele, necessariamente, é o primeiro endossante do título). 
Trata-se, portanto, de um título à ordem;
j. A declaração do reconhecimento de sua exatidão e da obrigação de pagá-la, a ser assinada pelo comprador, como aceite cambial;
k. A assinatura do emitente.
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Prazo prescricional - A pretensão à execução da duplicata prescreve - art. 18 Lei 5.474/68.
- contra o sacado e respectivos avalistas, em 3(três) anos, contados da data do vencimento do título;
- contra endossante e seus avalistas, em 1 (um) ano, contado da data do protesto;
- de qualquer dos coobrigados contra os demais, em 1 (um) ano, contado da data em que haja sido 
efetuado o pagamento do título.
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Contratos Empresariais.
Contrato de Compra e Venda Mercantil.
- Regulado pelo Código Civil -arts. 481 a 532 - trata-se de contrato oneroso e bilateral, através do qual o vendedor se obriga a transferir o domínio de bem determinado ao comprador, que em contrapartida, lhe pagará valor em dinheiro.
. Para a sua caracterização, deve estar relacionando ao exercício de atividade empresária. 
Desse modo, o Contrato de Compra e Venda Mercantil não se confunde com o Contrato de Compra e Venda Civil, na medida em que naquele, comprador e vendedor devem ser empresários e a coisa vendida se destinar ao exercício de atividade empresária daquele que a adquiriu.
DIREITO EMPRESARIAL III
Os contratos são, usualmente, conceituados como os mecanismos jurídicos por meio dos quais são estabelecidos vínculos jurídicos entre dois ou mais sujeitos de direito - negócio jurídico, que será bilateral ou plurilateral.
Corresponde ao acordo de vontades, capaz de criar, modificar e/ou extinguir direitos e/ou obrigações entre as partes contratantes.
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Elementos Constitutivos dos Contratos: Requisitos de Validade.
Os contratos possuem alguns elementos constitutivos obrigatórios, que são usualmente referidos como os requisitos de validade.
Estes se enquadram em 2 (duas) espécies, quais sejam os requisitos de:
- ordem geral, que são aqueles comuns a todos os atos e negócios jurídicos, conforme previstos no artigo 104 do Código Civil; e
-ordem especial, que são aqueles específicos dos contratos.
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Requisitos para a validade dos contratos:
- capacidade das partes, conforme prevê o artigo 104, inciso I, do Código Civil; - objeto lícito, possível e determinado ou determinável, conforme prevê o artigo 104, inciso II, do Código Civil; - forma prescrita ou não defesa em lei, conforme prevê o artigo 104, inciso III, do Código Civil — sendo os três de forma geral; e (d) necessidade de consentimento recíproco e/ou acordo de vontade das partes contratantes — este último de ordem especial.
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Capacidade (art. 104, inciso I, CC/02)
A capacidade dos contratantes é, pois, o primeiro requisito - condição subjetiva - de ordem geral para a validade dos contratos. 
Sendo assim, os contratos serão nulos (artigo 166, inciso I, do Código Civil) ou anuláveis (artigo 171, inciso I, do Código Civil), se a incapacidade, absoluta ou relativa, não for suprimida pela representação ou pela assistência.
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Objeto (art. 104, inciso II, CC/02) O objeto do contrato há de ser lícito, isto é, não atentar contra a lei, a moral ou os bons costumes (condição objetiva). Além disto, o objeto do contrato deve ser também possível, determinado ou determinável. 
Com efeito, o artigo 166, inciso II, do Código Civil, declara nulo o negócio jurídico quando for ilícito, impossível ou indeterminável o seu objeto.
DIREITO EMPRESARIAL III
- Art. 104, inciso III, CC.
Forma, que deve ser prescrita ou não defesa em lei. Em regra, a forma é livre. 
As partes podem celebrar contrato por escrito, público ou particular, ou verbalmente, a não ser nos casos em que a lei, para dar maior segurança jurídica e solenidade ao negócio jurídico, exige a forma escritura, pública ou particular (Artigo 107 do Código Civil). 
Em alguns casos, a lei determina, inclusive, o atendimento à publicidade, mediante o sistema de Registros Públicos (Artigo 221 do Código Civil).
DIREITO EMPRESARIAL III
Consentimento Recíproco ou Acordo de Vontades
O requisito de ordem especial, próprio dos contratos, é o consentimento recíproco ou acordo de vontades.
Deve ser livre e espontâneo, sob pena de ter a validade afetada pelos vícios ou defeitos do negócio jurídico, quais sejam: (i) erro; dolo, coação, estado de perigo, lesão e fraude.
A manifestação da vontade nos contratos pode ser tácita, quando a lei não exigir que seja expressa (Artigo 111 do Código Civil).
A manifestação expressa pode ser exteriorizada verbalmente, por escrito, gesto ou mímica, de forma inequívoca. Algumas vezes a lei exige o consentimento escrito como requisito.
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- Princípios Fundamentais do Direito Contratual
Tradicionalmente, o Direito reconhecia os seguintes princípios como sendo os mais importantes em relação ao direito dos contratos:
- Princípio da Autonomia da Vontade - As partes contratantes têm ampla liberdade para contratar e estabelecer entre si os termos e condições do vínculo contratual.
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Princípio da Obrigatoriedade dos Contratos - ou Princípio da Força Obrigatória dos Contratos.
O contrato faz lei entre as partes contratantes (pacta sunt servanda)
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Principio da Relatividade dos Contratos
O contrato produz efeito apenas entre as partes contratantes, que assumem, modificam e/ou extinguem direitos e/ou obrigações, não prejudicando e/ou aproveitando a terceiros - res inter alios acta, aliis neque nocet neque potest.
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De forma clássica, tais princípios eram também complementados pelos princípios abaixo:
Principio da Supremacia da Ordem Pública.
A autonomia da vontade é relativa, sujeitando-se à lei e aos princípios da moral e da ordem pública.
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Princípio do Consensualismo
O simples consenso entre as partes contratantes tem força suficiente para fazer surgir o contrato, não se exigindo forma especial para a formação do contrato. 
A legislação brasileira observa ressalvas apenas a alguns tipos específicos de contrato, em que há formalidades e solenidades a serem atendidas.
DIREITO EMPRESARIAL III
Novos Princípios Contratuais - CF/1988 - introduziu novos princípios ao sistema jurídico brasileiro
Tais princípios implicaram na modificação do sentido e do valor atribuído a alguns dos princípios clássicos do direito dos contratos.
Sendo assim, somaram-se aos 3 (três) princípios cardinais do direito dos contratos (Princípio da Autonomia da Vontade; Princípio da Obrigatoriedade dos Contratos; e Princípio da Relatividade dos Contratos), houve a consagração definitiva Princípio da Boa-Fé Objetiva, Princípio do Equilíbrio Econômico; e Princípio da Função Social dos Contratos. 
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TEORIA GERAL DO CONTRATOS EMPRESARIAIS
Deve-se usar método de análise da realidade do mercado descortina visão jurídica pouco usual entre nós, porquanto:
(i) Considera como objeto do direito comercial apenas os contratos celebrados entre empresas (contratos interempresariais, i.e., aqueles em que os partícipes têm sua atuação plasmada pela procura do lucro); e
(ii) Coloca em relevo a necessidade do esboço da teoria geral que leve em consideração as peculiaridades dos contratos interempresariais no contexto do mercado (i.e., que considere a empresa na teia contratual em que 
se insere e que ajuda a construir).”
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Contratos Empresariais 
Os contratos empresariais são aqueles em que ambos - ou, conforme o caso, todos - os polos da relação jurídico-contratual têm sua atividade movida por razões empresariais.
DIREITO EMPRESARIAL III
Com a vigência do Novo Código Civil a compra e venda foi classificada em duas espécies – compra e venda civil e a do consumidor.
Antes havia mais a mercantil – quando havia a necessidade comprador e vendedor ser um empresário.
Atualmente a relação se dará entre empresário e consumidor
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Contratos empresariais – conceito e considerações iniciais.
Os contratos empresariais, como institutos do Direito Privado, seguem as normas gerais do Direito Civil Brasileiro, previstas no Código Civil de 2002, artigos 421 e seguintes. Importante ressaltar que com o advento deste novo Código a matéria contratual foi unificada, deixando-se de considerar o preceituado pelo Código Comercial de 1850.
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O contrato tem força de lei entre as partes. As obrigações e direitos livremente assumidos de per si devem ser cumpridas sob pena de se exigir o seu cumprimento e a reparação de eventuais danos ocorridos.
A cláusula pacta sunt servanda, a relação jurídica estabelecida pelas partes não poderá ser retratada ou alterada, salvo um novo acordo entre elas.
DIREITO EMPRESARIAL III
Importante - a cláusula rebus sic stantibus, que permite, quando da ocorrência de fato imprevisível que onere demasiadamente somente uma das partes, seja restabelecido o equilíbrio econômico e financeiro do contrato.  Aqui se fala em uma relativização da cláusula pacta sun servanda.
* Função Social do Contrato e equilíbrio contratual
DIREITO EMPRESARIAL III
Para sua eficácia, os contratos devem considerar todas as condições para a realização de um negócio jurídico, principalmente:
A capacidade das partes;
Objeto lícito, não proibido por lei;
Declaração livre e consciente da vontade das partes, não pode haver qualquer tipo de coação, dolo, fraude ou erro. A declaração deve ser de pleno conhecimento de ambas as partes e não pairar sob ela qualquer dúvida;
Forma pré-estabelecida ou não proibida por lei.
DIREITO EMPRESARIAL III
CLASSIFICAÇÃO DOS CONTRATOS
A doutrina é muito rica para classificar os contratos, não havendo um consenso em tal classificação. Para fins didáticos, vamos utilizar a classificação mais usual dentre elas, qual seja:
Quanto às obrigações das partes 
Bilaterais: obrigam ambas as partes
Unilaterais: geram deveres para apenas uma das partes
DIREITO EMPRESARIAL III
Quanto aos seus termos: 
De Adesão: uma das partes estabelece as condições e define as cláusulas que devem constar
do contrato, a outra apenas ADERE a estas condições pré-estabelecidas;
Paritários : ambas as partes participam da elaboração do instrumento contratual, sendo ele fruto da discussão das partes, das suas condições e renuncias de parte a parte.
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Quanto ao momento de sua realização: 
Consensuais: nestes contratos a sua concretização se dá no momento em que o instrumento é firmado, efetivada a declaração de vontade das partes o contrato reputa-se realizado;
Reais: nos contratos reais a sua concretização se dá no momento da entrega do objeto contratual, com a entrega da coisa.
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Quanto às contraprestações 
Aleatórios: não existe uma proporção entre a contraprestação que cabe a cada parte, uma parte, por livre e espontânea vontade, ou mesmo pela natureza do negócio, acaba por assumir uma obrigação bem superior a outra. O exemplo mais comum deste tipo de contrato é o contrato de seguro;
Comutativos: neste tipo de contrato as contraprestações assumidas por cada parte são proporcionais, são certas e determinadas.
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Quanto ao ônus 
Onerosos: as contraprestações e obrigações de cada parte possuem valor econômico determinável e são estabelecidas no contrato;
Gratuitos: neste caso somente uma das partes tem o ônus contraprestacional, lembre-se que falamos do ponto de vista de mensuração econômica, o que não quer dizer que a parte “gratuita” não tenha obrigações.
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Quanto à autonomia 
Principais: são contratos autônomos e que não necessitam de mais nada além da declaração de vontade dos contraentes para que eles sejam eficazes;
Acessórios: estes contratos somente adquirem eficácia em função da existência de um outro contrato, um contrato principal. Eles tem sua origem em um contrato principal, o exemplo clássico é o contrato de fiança.
DIREITO EMPRESARIAL III
Quanto à forma 
Solenes: estes contratos tem forma pré-estabelecida em lei, somente sendo válidos quando obedecidos as formalidades, sob pena de nulidade;
Não-solenes: as partes tem total liberdade para estabelecerem a forma que o contrato será firmado, esta é a regra nos contratos do Direito Privado.
DIREITO EMPRESARIAL III
Quanto à regulamentação: 
Típicos: a lei que estabelece as principais cláusulas e condições que devem estar presentes no contrato;
Atípicos: embora o instituto seja criado por uma lei, as condições contratuais não são previamente estabelecidas por ela, deixando ao livre arbítrio das partes definiram as obrigações e direitos que serão firmados
DIREITO EMPRESARIAL III
INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS
Instituições financeiras são as pessoas jurídicas públicas ou privadas, que tenham como atividade principal ou acessória a coleta, intermediação ou aplicação de recursos financeiros próprios ou de terceiros, em moeda nacional ou estrangeira, e a custódia de valor de PROPRIEDADE TERCEIROS.
Lei 4.595/64 – art. 17
DIREITO EMPRESARIAL III
BANCOS
“Chamam-se bancos empresas comerciais que têm por finalidade realizar a mobilização do crédito, principalmente mediante o recebimento, em depósito, de capitais de terceiros, e o empréstimo de 
importâncias, em seu próprio nome, aos que necessitam de capital”.
Fran Martins
DIREITO EMPRESARIAL III
No Brasil, as instituições financeiras funcionam mediante prévia autorização e fiscalização do Banco Central do Brasil, e quando forem estrangeiras, por decreto do Poder Executivo.
No Brasil, o primeiro banco foi fundado por D. João VI, mediante alvará de 12 de outubro de 1808, com o nome de Banco do Brasil.
DIREITO EMPRESARIAL III
Lei nº 4.595/64, transformou a antiga Superintendência da Moeda e do Crédito (Sumoc) no Banco Central da República o Brasil, nome que mais tarde foi mudado para Banco Central do Brasil.
DIREITO EMPRESARIAL III
O Banco Central do Brasil como órgão deliberativo, é fiscalizador e orientador das instituições financeiras do País e também executor das decisões do Conselho Monetário Nacional.
DIREITO EMPRESARIAL III
As Instituições Financeiras conservarão sigilo em suas operações ativas e passivas e serviços prestados.
Lei nº 4.595/64 – Artigo 38
Lei Complementar nº 105/01
DIREITO EMPRESARIAL III
O direito à privacidade está inscrito entre os direitos fundamentais no artigo 5º, incisos X - direito a intimidade e vida privada e XII - garantia do sigilo de 
dados, da Constituição Federal, compreendendo o direito ao sigilo bancário.
DIREITO EMPRESARIAL III
Contrato Bancário 
Operações bancárias são negócios jurídicos praticados pelos bancos.
As operações bancárias dividem-se em típicas e atípicas.
DIREITO EMPRESARIAL III
Típicas são as operações bancárias relacionadas com o crédito.
Atípicas são as prestações de serviços acessórios aos clientes, como a cobrança de títulos, financiamentos, locação de cofres, a custódia de valores, etc.
DIREITO EMPRESARIAL III
Operações Bancárias Típicas 
As operações bancárias típicas se subdividem em passivas e ativas.
Operações bancárias passivas são aquelas de captação dos recursos, onde os bancos se tornam devedores de seus clientes. 
Exemplo: depósito bancário, conta corrente, aplicação financeira e redesconto.
DIREITO EMPRESARIAL III
Depósito Bancário 
Entende-se por depósito bancário ou pecuniário, a operação bancária segundo a qual uma pessoa entrega ao banco determinada importância em dinheiro, ficando o mesmo com a obrigação de devolvê-la no prazo e nas condições convencionadas.
DIREITO EMPRESARIAL III
Conta Corrente
O contrato de conta corrente implica um sistema de reciprocidade entre duas pessoas que, durante certo período, utilizam-se de recursos pertencentes ao outro, sem que sejam considerados, como devedores ou credores.
DIREITO EMPRESARIAL III
Conta Corrente
É o contrato pelo qual uma pessoa física ou jurídica ajusta com o banco a guarda de dinheiro em conta-corrente. 
As partes recebem o nome de depositante e depositário.
DIREITO EMPRESARIAL III
Aplicação Financeira
É o contrato pelo qual o depositante autoriza o banco a empregar em determinados mercados de capitais, o dinheiro mantido em conta de depósito, são denominados fundos de investimentos.
DIREITO EMPRESARIAL III
Redesconto
É a operação pelo qual o banco redesconta títulos adquiridos através de descontos em outros estabelecimentos bancários.
Contratos Empresariais
Espécies
Compra e Venda Mercantil
 DIREITO EMPRESARIAL II
Constituição da sociedade anônima. 
Requisitos Preliminares
Cabe ao fundador efetuar o depósito da entrada, no prazo de cinco dias contados do recebimento das quantias, em nome do subscritor e a favor da sociedade em organização. 
Esta só poderá levantá-lo após haver adquirido personalidade jurídica, isto é, quando estiver com seus atos constitutivos arquivados no Registro de Comércio. 
Nos atos e publicações referentes à companhia em constituição, sua denominação deverá ser aditada da cláusula "em organização". 
 DIREITO EMPRESARIAL II
Aula: 9
Requisitos Constitutivos
A sociedade anônima pode formar-se simultaneamente ou sucessivamente. 
Daí distinguirem-se as duas modalidades de criação da sociedade: simultânea e sucessiva. 
Na constituição simultânea os subscritores do capital se reúnem e por instrumento particular, representado pela ata da assembleia geral, ou por escritura pública, dão por constituída definitivamente a sociedade. 
A sucessiva ocorre por adesão a ata já subscrita. 
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formas de Constituição Pública e Constituição Particular.
No sistema da lei vigente somente as companhias abertas se podem constituir por subscrição pública. 
O ato de subscrição constitui um negócio jurídico bilateral. 
Configura um contrato de adesão no qual o subscritor, assinalando a lista, boletim ou carta em separado, adere ao contrato, visando à constituição da sociedade anônima. 
A outra parte contratante não é sociedade, pois
ainda está em formação, não tendo nascido; o contrato se forma com os fundadores. 
Encerrada a subscrição de todo o capital, os fundadores podem dar os primeiros passos para a constituição da sociedade. 
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Constituição por Subscrição Particular 
As companhias abertas, que não lançarem subscrição pública, e também as companhias fechadas, poderão adotar o sistema de constituição simultânea. 
A subscrição, nesses casos, será somente particular, sem nenhuma publicidade, concitando os subscritores a aderir à constituição. 
Será feita, portanto, no círculo íntimo de amigos ou familiares. 
A constituição da companhia, assim, pode fazer-se por deliberação dos subscritores em assembléia geral ou por escritura pública. Todos os subscritores, nesse caso, são fundadores. 
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APLICAÇÃO: ARTICULAÇÃO TEORIA E PRÁTICA
AULA 09: 
CASO CONCRETO:
Uma empresa formada por três amigos, pretendendo explorar uma atividade econômica, funda, com sede no Rio Grande do Sul, Porto Alegre, uma S.A., sob a denominação social “BANCO LUCRO CERTO S.A”, teve seu capital formado com 40% das ações – todas preferenciais sem direito a voto, subscritas por duas instituições financeiras. As ações ordinárias restantes, correspondentes a 60% do capital social, foram subscritas pela Fundadora, que não deseja que as ações da Cia. sejam negociadas em Bolsa. Na Assembléia de constituição da Cia., após deliberação, os acionistas presentes deram por constituída a Cia. e escolheram os primeiros administradores e membros do Conselho Fiscal. Pergunta-se: Quais as formalidades exigidas por lei para constituição desta sociedade, de acordo com o estudo da formação das sociedades no Brasil?
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GABARITO: Além das formalidades exigidas pela lei das S/A’s quando da sua constituição (Art. 80 e incisos), como se trata de uma instituição financeira bancária deverá ter a autorização do Banco Central, de acordo com o art. 17 da Lei 4595/64.
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QUESTÃO OBJETIVA 01:
A constituição da Sociedade Anônima por subscrição particular do capital deverá ser feita por deliberação de subscritores.
A) Em Assembléia Geral ou por Contrato particular.
B) Somente em Assembléia Geral.
C) Em Assembléia Geral ou por Escritura Pública.
D) Somente por Escritura Pública.
E) Através da emissão pública de ações.
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GABARITO: Letra “C” está correta conforme art. 88 da Lei 6.404/76.
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QUESTÃO OBJETIVA 02:  Quais as providências preliminares para a Constituição de uma Sociedade Anônima seja Aberta ou Fechada?
 
A.    Subscrição de todas as ações por pelo menos dois sócios.
B.    Subscrição de todas as ações por pelo menos sete sócios.
C.    30% no mínimo das entradas deverão ser realizadas em dinheiro para toda e qualquer sociedade.
D.    50% no mínimo das entradas deverão ser realizadas em dinheiro para toda e qualquer sociedade.
E.     Registro e Publicação.
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GABARITO: Letra “A”. Artigo 80 da Lei das S/As

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