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Aula 11

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DIREITO EMPRESARIAL III
Duplicata
A duplicata é o título de crédito emitido com base em obrigação proveniente de compra e venda comercial ou prestação de certos serviços. 
Rege-se pela Lei 5.474/1968.
É conhecida por ser um título causal, ou seja, encontra-se vinculada à relação jurídica que lhe dá origem que é a compra e venda mercantil.
DIREITO EMPRESARIAL III
Contudo, tão logo emitida, a duplicata deixa de ter nexo com o negócio que lhe deu origem, tornando-se independente. 
Essa distinção deve estar clara na cabeça: não obstante se perfaça em título de crédito causal, assim que emitida, deixa de ter nexo com o negócio jurídico que lhe deu origem.
Somente a compra e venda mercantil (e a prestação de serviços) permite o
saque da duplicata mercantil.
Art. 1º Em todo o contrato de compra e venda mercantil entre partes domiciliadas no território brasileiro, com prazo não inferior a 30 (trinta) dias, contado da data da entrega ou despacho das mercadorias, o vendedor extrairá a respectiva fatura para apresentação ao comprador.
Art. 2º No ato da emissão da fatura, dela poderá ser extraída uma duplicata para circulação como efeito comercial, não sendo admitida qualquer outra espécie de título de crédito para documentar o saque do vendedor pela importância faturada ao comprador.
DIREITO EMPRESARIAL III
Percebam que a lei diz prazo não inferior a 30 dias para a emissao obrigatória de fatura. Se o prazo for menor, facultativa a emissão.
De acordo com a lei, uma só duplicata não pode corresponder a mais de uma fatura (LD, art. 20, §20).
DIREITO EMPRESARIAL III
Segundo a lei, a duplicata conterá :
I- a denominação "duplicata", a data de sua emissão e o número de ordem;
II -o número da fatura;
III - a data certa do vencimento ou a declaração de ser a duplicata à vista;
IV - o nome e domicílio do vendedor e do comprador;
V - a importância a pagar, em algarismos e por extenso;
VI - a praça de pagamento;
VII - a cláusula à ordem;
VIII - a declaração do reconhecimento de sua exatidão e da obrigação de pagá-la, a ser assinada pelo comprador, como aceite, cambial;
IX - a assinatura do emitente.
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Depois de emitida a duplicata deve ser remetida ao comprador para que se dê o aceite, no prazo de 30 dias a contar da emissão.
Art. 6º A remessa de duplicata poderá ser feita diretamente pelo vendedor ou por seus representantes, por intermédio de instituições financeiras, procuradores ou, correspondentes que se incumbam de apresentá-la ao comprador na praça ou no lugar de seu estabelecimento, podendo os intermediários devolvê-la, depois de assinada, ou conservá-la em seu poder até o momento do resgate, segundo as instruções de quem lhes cometeu o encargo.
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O comprador, por sua vez, deve devolvê-la em um prazo de 10 (dez) dias.
Como o aceite é obrigatório, em regra, o comprador não pode recusá-lo.
Todavia, a LD, arrola hipóteses em que caberá a recusa do aceite:
IMPORTANTÍSSIMO DUPLICATA HIPÓTESES DE RECUSA AO ACEITE NA
Art. 8º O comprador só poderá deixar de aceitar a duplicata por motivo de:
I - avaria ou não recebimento das mercadorias, quando não expedidas ou não por sua conta e risco;
II - vícios, defeitos e diferenças na qualidade ou na quantidade das mercadorias, devidamente comprovados;III - divergência nos prazos ou nos preços ajustados.
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FORMAS DE ACEITE DA DUPLICATA
a) aceite expresso ou ordinário: resultante de assinatura lançada no título pelo comprador;
b) aceite por comunicação: resultante de retenção da duplicata pelo sacado, autorizado por instituição financeira cobradora, e de comunicação escrita do aceite (LO, art. 70, § lº);
c) aceite tácito ou presumido: resultante da prova de recebimento das mercadorias, da falta de recusa justificada do aceite, no prazo de 10 dias, e do protesto do título (LO, art. 15, inc. II).
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Sobre o pagamento da duplicata, é lícito ao comprador resgatar a duplicata antes de aceitá-la ou antes da data do vencimento (LO, art. 90). Este é o
denominado pagamento antecipado.
A prova do pagamento é o recibo, passado pelo legítimo portador ou por seu representante com poderes especiais, no verso do próprio título ou em documento, em separado, com referência expressa à duplicata (LO, art. 9o, §10).
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Constituirá, igualmente, prova de pagamento, total ou parcial, da duplicata, a liquidação de cheque, a favor do estabelecimento endossatário, no qual conste, no verso, que seu valor se destina a amortização ou liquidação da duplicata nele caracterizada (LO, art. 9º, §2º).
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No pagamento da duplicata poderão ser deduzidos quaisquer créditos a favor do
devedor resultantes de devolução de mercadorias, diferenças de preço, enganos, verificados, pagamentos por conta e outros motivos assemelhados, desde que devidamente autorizados (LO, art. 10).
Art. 11. A duplicata admite reforma ou prorrogação do prazo de vencimento, mediante declaração em separado ou nela escrita, assinada pelo vendedor ou endossatário, ou por representante com poderes especiais.
Caso o pagamento não seja efetuado deverá ser procedida à cobrança da duplicata.
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CASO CONCRETO:
Augusto, empresário do ramos de peças de automóveis, emitiu duplicata em face de seu Bernardo, pessoa física que comprou uma peça para uso próprio.  Face à falta de aceite e a inadimplência de Bernardo, Augusto ingressou com ação executiva e, em defesa, foi alegado que o título foi emitido em operação estranha ao permissivo legal, portanto, indevida a ação executiva.
1. Em que casos são admissíveis a falta de aceite de uma duplicata?
2. A alegação de Bernardo procede?
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CASO CONCRETO:
1 - Na duplicata de venda, o aceite é obrigatório, salvo nos casos do art. 8, da Lei n. 5.474/68.
2 - Deverá ser procedente, tendo em vista que duplicata é um título de crédito causal e uma das causas previstas em lei para sua emissão é a compra e venda mercantil, aquela realizada para revenda com intuito lucrativo, o que não ocorreu no caso em tela.
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QUESTÃO OBJETIVA:
Sobre a duplicata de prestação de serviços pode-se afirmar:
A) somente pode ser emitida por sociedades comerciais que prestem serviços; B) constitui documento hábil para a transcrição do instrumento de protesto a efetiva prestação dos serviços e o vínculo contratual que a autorizou;
C) constitui documento hábil para a transcrição do instrumento de protesto somente a prestação dos serviços;
D) a fatura deverá discriminar somente o valor dos serviços prestados
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QUESTÃO OBJETIVA:
Letra B, art. 20, § 3

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