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Aula 16

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DIREITO EMPRESARIAL III
CONTRATOS BANCÁRIOS IMPRÓPRIOS
Contratos bancários impróprios são aqueles em que não há consenso doutrinário acerca da necessidade de uma instituição financeira em um dos polos.
São eles: alienação fiduciária em garantia, faturização, arrendamento mercantil, cartão de crédito.
DIREITO EMPRESARIAL III
CONTRATOS BANCÁRIOS IMPRÓPRIOS
Contratos bancários impróprios são aqueles em que não há consenso doutrinário acerca da necessidade de uma instituição financeira em um dos polos.
São eles: alienação fiduciária em garantia, faturização, arrendamento mercantil, cartão de crédito.
DIREITO EMPRESARIAL III
ALIENAÇÃO FIDUCIÁRIA EM GARANTIA.
Na lição de Fábio Ulhoa, alienação fiduciária é o negocio em que uma das partes, chamada fiduciante, proprietário de um bem, aliena-o em confiança para outra, chamada fiduciário, o qual se obriga a devolver-lhe a propriedade do mesmo bem nas hipóteses delineadas no contrato.
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Doutrina salienta que este tipo de contrato é um meio para a obtenção de um fim posterior. 
Assim, o contrato de alienação é celebrado com a finalidade de que o bem arrendado seja administrado por outrem, seja posteriormente vendido ao devedor fiduciante. 
A alienação fiduciária possui natureza instrumental.
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A alienação fiduciária em garantia é espécie da alienação fiduciária.
A legislação que trata da alienação fiduciária em garantia é esparsa. No que tange aos bens imóveis, está prevista na Lei 9.514/97. 
Todavia, se a alienação se der no albergue de mercado financeiro e de capitais, valerá a Lei 4. 728/65.
O Código Civil e o Decreto Lei 911/69 ainda cuidam do tema.
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Funciona do seguinte modo: o mutuário-fiduciante (devedor), para garantir que vai haver o cumprimento de suas obrigações, aliena ao mutuante-fiduciário (credor) a propriedade do bem.
Todavia, a credor tem apenas o chamado domínio resolúvel do bem e a posse indireta da coisa alienada. O devedor, por seu turno, será depositário e possuidor direto do bem.
Uma vez paga a dívida, isto é, devolvendo o dinheiro emprestado, resolve-se o domínio em favor do fiduciante, que passará a ser o proprietário pleno do bem.
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Os bens móveis e imóveis podem ser objeto de alienação fiduciária em garantia, conforme prescreve a Lei 9.514/97, art. 22.
Exemplifiquemos. João deseja comprar um veículo no valor de R$ 50.000,00, haja vista a recente aprovação para o concurso de Auditor Fiscal. 
Todavia, como ainda está em seu primeiro contracheque, não dispõe de numerário suficiente para fazê-lo à vista. Recorre então a uma instituição financeira, que lhe empresta os numerários dos quais necessita.
Como as financeiras não são nossas mães, familiares, ou algo do tipo, exigem alguma garantia do empréstimo.
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João então transfere para a instituição financeira a chamada propriedade resolúvel do carro adquirido. João ficará com a posse do bem.
Quitado o financiamento dizemos que a propriedade se resolve, passando João, portanto, a ter a chamada propriedade plena do veículo.
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É muito importante que tenhamos entendido estes conceitos.
Segundo o artigo 1.361, § 2°, do Código Civil, "com a constituição da propriedade fiduciária, dá-se o desdobramento da posse, tornando-se o devedor possuidor direto da coisa".
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Encontra-se já sedimentado na jurisprudência do STJ/STF que, nos contratos garantidos por alienação fiduciária, não há depósito típico, razão pela qual não há que se falar em imposição de prisão civil, possibilidade presente apenas para o devedor de pensão alimentícia.
Há um contrato de depósito quando alguém entrega alguma coisa a outrem
para que o guarde.
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O depositário exerce a guarda no interesse do depositante, o qual pode dele exigir a restituição do bem a qualquer tempo.
Na alienação fiduciária, contudo, o devedor fiduciante recebe o bem alienado fiduciariamente, como possuidor direto e como titular de um direito eventual, sem que tenha a obrigação de restituí-lo segundo o arbítrio ou a vontade do credor. 
Ou seja, enquanto estiver em dia com as prestações, não poderá o credor fiduciário exigir-lhe a restituição do bem.
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Como cediço, a CF/88 prevê duas hipóteses de prisão civil, a saber (art. 5, LXVII):
I - a do responsável pelo inadimplemento voluntário e inescusável de obrigação alimentícia e
II - a do depositário infiel.
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Como na alienação fiduciária em garantia não há depósito, não há que se falar
em prisão civil por esse motivo. 
É esse o entendimento esposado pelo STJ.
Diga-se, ainda, que não mais existe em nosso ordenamento a prisão do depositário infiel, como se vê no informativo a seguir:
STF restringe a prisão civil por dívida a inadimplente de pensão alimentícia.
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Vale salientar, ainda, que, nos termos do art. 1.365 do Código civil: 
É nula a cláusula que autoriza o proprietário fiduciário a ficar com a coisa alienada em garantia, se a dívida não for paga no vencimento.
Registre-se que, segundo Súmula do Superior Tribunal de Justiça: o contrato de alienação fiduciária em garantia pode ter por objeto bem que já integrava o patrimônio do devedor. 
Este é o caso popularmente conhecido como refinanciamento.
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Se Fulano passa por uma crise e tem um veículo em sua propriedade, pode procurar uma instituição f inanceira, pegar recursos e deixar como garantia de pagamento o seu bem.
Os aspectos contratuais da alienação fiduciária estão centrados no Decreto-Lei 911/1969. 
Com fulcro no artigo 20 deste diploma, no caso de inadimplemento ou mora nas obrigações contratuais garantidas mediante alienação fiduciária , o proprietário fiduciário ou credor poderá vender a coisa a terceiros, independentemente de leilão, hasta pública, avaliação prévia ou qualquer outra medida judicial ou extrajudicial, salvo disposição expressa em contrário prevista no contrato, devendo aplicar o preço da venda no pagamento de seu crédito e das despesas decorrentes e entregar ao devedor o saldo apurado, se houver.
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A mora decorrerá do simples vencimento do prazo para pagamento e poderá ser comprovada por carta registada expedida por intermédio de Cartório de
Títulos e Documentos ou pelo protesto do título, a critério do credor.
Para que efetue a venda, o credor poderá requerer contra o devedor ou terceiro a busca e apreensão do bem alienado fiduciariamente, a qual será concedida liminarmente, desde que comprovada a mora ou o inadimplemento do devedor (Decreto-Lei 911/1906, art. 30).
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Ainda, com escopo nesta mesma legislação:
Art. 4° Se o bem alienado fiduciariamente não for encontrado ou não se achar na posse do devedor, o credor poderá requerer a conversão do pedido de busca e apreensão, nos mesmos autos, em ação de depósito, na forma prevista no Capítulo II, do Título I, do Livro IV, do Código de Processo Civil.
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Dispõe a Lei Complementar 105/2001 que as instituições financeiras conservarão sigilo em suas operações ativas e passivas e serviços prestados.
No parágrafo segundo do artigo 1º, equipara as empresas de factoring às instituições financeiras.
As empresas de faturização, ou fomento mercantil, a exemplo dos bancos, devem manter sigilo sobre suas operações.
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ARRENDAMENTO MERCANTIL/LEASING
Fábio Ulhoa define o contrato de arrendamento mercantil como a locação caracterizada pela faculdade conferida ao locatário de, ao seu término, optar pela compra do bem locado.
O arrendamento mercantil, também chamado de leasing, é a realização de negócio entre pessoa jurídica num polo, como arrendadora,
e pessoa física ou jurídica no outro, como arrendatário, para o arrendamento de bens (esses bens podem ser móveis ou imóveis), de propriedade da arrendadora.
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ARRENDAMENTO MERCANTIL/LEASING
Fábio Ulhoa define o contrato de arrendamento mercantil como a locação caracterizada pela faculdade conferida ao locatário de, ao seu término, optar pela compra do bem locado.
O arrendamento mercantil, também chamado de leasing, é a realização de negócio entre pessoa jurídica num polo, como arrendadora, e pessoa física ou jurídica no outro, como arrendatário, para o arrendamento de bens (esses bens podem ser móveis ou imóveis), de propriedade da arrendadora.
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Para a relação entre as partes (relações de direito privado) não há quaisquer dispositivos que regulem o tipo contratual, regendo-se, portanto, ta l como negociado entre elas.
Frise-se: 
É o arrendamento mercantil o contrato pelo qual a arrendadora concede à arrendatária o direito de utilizar determinada coisa, cobrando aluguel pelo uso temporário e admitindo que, a certo tempo do contrato, a parte que vem utilizando aquela coisa declare sua opção de compra, pagando o preço residual.
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Ao final do contrato, o arrendatário poderá optar pela renovação do contrato, por encerrar o contrato ou por comprar o bem, pagando-se o valor residual.
Segundo a Lei 6.099/74: Considera-se arrendamento mercantil o negócio jurídico realizado entre pessoa jurídica, na qualidade de arrendadora, e pessoa física ou jurídica, na qualidade de arrendatária, e que tenha por objeto o arrendamento de bens adquiridos pela arrendadora, segundo especificações da arrendatária e para uso próprio desta (art. 10, parágrafo único).
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Essa definição conferirá tratamento especial nas relações tributárias do leasing.
O "arrendamento" que não atender as condições estabelecidas pela lei supracitada será considerado como compra e venda a prazo (Lei 6.099/74, art. 11, §10).
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Frise-se, também, que o objeto do leasing pode ser bem móvel ou imóvel (Lei 6.099/74, art. 100).
Somente poderão ser objeto de arrendamento mercantil os bens de produção estrangeira que forem enumerados pelo Conselho Monetário Nacional, que poderá, também, estabelecer condições para seu arrendamento a empresas cujo controle acionário pertencer a pessoas residentes no exterior (Lei 6.099/74, art. 100).
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Basicamente, temos dois tipos de leasing. 
Para conceitua-los, vamos tomar emprestados os conceitos do Pronunciamento Contábil de nº 6 - do Comitê de Pronunciamentos Contábeis.
Os principais são leasing operacional e financeiro. 
A diferença entre um e outro reside principalmente no seguinte critério: se o leasing transfere ou não os riscos e benefícios inerentes à propriedade.
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Se transferir, será classificado como leasing financeiro. Se não, como leasing operacional. 
E como saberemos se há ou não transferência dos riscos e benefícios? O tema está prescrito no CPC 06, que dispõe sobre o arrendamento mercantil.
Se os riscos e benefícios ficam com o arrendatário Arrendamento financeiro. 
Se os riscos e benefícios ficam com o arrendador Arrendamento operacional.
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Para se caracterizar um arrendamento financeiro, basicamente cinco características podem aparecer:
Principais características de um arrendamento financeiro:
1) Transfere-se a propriedade ao final do contrato;
2) Valor residual mais baixo que o valor justo;
3) O prazo do arrendamento refere-se à maior parte da vida útil do ativo;
4) O valor presente dos pagamentos totaliza substancialmente o todo o valor justo do ativo;
5) O ativo arrendado é de tal forma especializado, que apenas o arrendatário pode usá-lo sem grandes modificações.
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Memorize os 5 itens acima. Não são difíceis, e uma questão pode não mencionar se o arrendamento é operacional ou financeiro, mas indicar uma ou mais das características acima. 
Vamos exemplificar?
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"A Cia ABC contratou o arrendamento de uma máquina construída especialmente para ser usada nas suas operações" (Arrendamento financeiro - item "5" acima).
"Um veículo foi arrendado por dois anos, com valor residual segundo a tabela da Revista 4 Rodas do final do contrato". 
Supondo que a tabela da Revista 4 Rodas represente o valor justo do veículo, será arrendamento operacional (Não atende o item 2).
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"Um veículo foi arrendado por dois anos, com valor residual de 500 reais".
Nesse caso, teremos arrendamento financeiro, pois o valor residual é mais baixo que o valor justo (nenhum veículo com dois anos de uso custa apenas 500 reais) .
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Existe, ainda, o lease-back, que é uma operação de leasing financeiro em que o cliente vende o bem para a arrendadora e em seguida arrenda o bem. Ao fim do contrato, o cliente compra o bem pelo valor residual garantido. 
O lease-back funciona como uma maneira simples e rápida de obter um capital de giro de longo prazo com garantia real e sem incidência de IOF. Determinada pessoa vende um bem do seu ativo imobilizado sem perder o seu uso e depois o recompra.
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Caso haja o não pagamento das prestações do leasing por parte do arrendatário, o arrendador pode propor ação de reintegração de posse para
reaver o bem.
Faz-se necessária, entretanto, a notificação prévia do arrendatário, a fim de que este possa purgar a mora ou se defender. 
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ADMINISTRADORAS DE CARTÃO DE CRÉDITO
O contrato de cartão é aquele em que determinada instituição financeira se obriga perante determinada pessoa física ou jurídica a pagar o crédito concedido a esta por um terceiro. 
Os estabelecimentos comerciais recebem o valor das compras da instituição financeira.
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Segundo a Súmula 283 do Superior Tribunal de Justiça.
As empresas administradoras de cartão de crédito são instituições financeiras e, por isso, os juros remuneratórios por elas cobrados não sofrem as limitações da Lei de Usura.
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É um contrato complexo, composto de diversas submodalidades contratuais:
“a obrigação do emissor de pagas as dividas dos titulares, correndo o risco pelo não-reembolso, é uma decorrência da cessão de credito que prometeu aceitar em relação às despesas dos seus credenciados.”
É por essa razão que, ao agir o emissor contra o titular, na cobrança das despesas, não o faz em nome do fornecedor, mas em nome próprio, como verdadeiro e único credor que é.
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MODALIDADES
1. Cartão de crédito bancário: São aqueles que a empresa emissora é um banco.
2. Cartões de credenciamento: São aqueles emitidos por lojas.
3. Propriamente ditos já abordados.
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CASO CONCRETO
Oriente o credor de um contrato de alienação fiduciária em garantia uma vez que não foram pagas várias prestações e depois de lavrado o competente instrumento de protesto, quanto à propositura da competente ação.
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CASO CONCRETO
Medida cautelar de busca e apreensão, visando à imediata recuperação do bem alienado fiduciariamente e, em seguida, a ação principal de cobrança do crédito (Art. 3, Decreto-lei n 911/1969 com as alterações da Lei 10.931/2004).
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QUESTÃO OBJETIVA
Nos contratos de arrendamento mercantil ou "leasing", envolvendo veículo automotor, encerrado o prazo nele previsto, o arrendatário poderá 
a) ficar com a propriedade do bem desde que tenha pago todas as prestações, mesmo inexistindo opção de compra. 
b) alienar o bem a terceiro, após pagas todas as prestações. 
c) ficar com a propriedade do bem desde que pago, também, o valor residual previsto no contrato. 
d) pagas todas as prestações, exigir do arrendante a propriedade de outro veículo, porém de ano de fabricação correspondente à data do término do contrato.
DIREITO EMPRESARIAL III
QUESTÃO OBJETIVA
Letra C.

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