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APOSTILA 2017.2 CS AGO 2017 AE

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ANTONIO DAS GRAÇAS ALVES FERREIRA
Professor Mestre em Economia (UFPE)
	
APOSTILA
DISCIPLINA
 
CONTABILIDADE SOCIAL
CARGA HORÁRIA: 40 HORAS
SÃO LUIS – MARANHÃO
AGOSTO 2017
UNIDADE I - CONTABILIDADE SOCIAL
INTRODUÇÃO
Há várias maneiras de indicar, para efeitos de uma primeira aproximação com o tema, qual é o sentido do que se convencionou chamar de Contabilidade Social. A mais usual delas é lembrar que a Contabilidade Social congrega instrumentos de mensuração capazes de aferir o movimento da economia de um país num determinado período de tempo, ou seja:
Quanto se produziu;
Quanto se consumiu;
Quanto se investiu;
Quanto se vendeu para o exterior;
Quanto se comprou do exterior.
Nessa acepção, pode-se, com razão, retrucar:
Mas por que medir tudo isso sob a forma de contas?
Por que fazer uma “contabilidade”? 
Não é esse um instrumento mais adequado para lidar com a vida econômica de uma empresa do que de um país?
Não foi para isso que nasceu afinal a Contabilidade?
A resposta a essa questão passa inescapavelmente pela própria história do pensamento econômico, particularmente pela evolução daquilo que os economistas vieram a denominar Macroeconomia. 
Como indica o próprio nome, a Macroeconomia trabalha numa dimensão macroscópica, de modo que suas variáveis são sempre agregados, como o consumo agregado, o investimento agregado, o produto nacional e a renda nacional.
Como se sabe, a Ciência Econômica nasceu, ao final do século XVIII, sob a égide da preocupação com o crescimento econômico e a repartição do produto social. 
Adam Smith, David Ricardo e John Stuart Mil, que são os autores mais importantes da chamada “Escola Clássica”, debruçaram-se, todos, sobre tais questões de modo que, quando investigavam as leis do funcionamento da economia, era na dimensão agregada de seus resultados que eles estavam interessados. 
Além disso, trabalhos como o do Francês Jean Baptiste Say já revelavam a preocupação com os aspectos de simultaneidade, interdependência e identidade entre determinadas relações econômicas.
Dando continuidade aos esforços dos clássicos, surge em 1936, como crítica a dominância do pensamento marginalista, a Teoria Geral do Emprego, do juro e do Dinheiro, de John Maynard Keynes, e é aí que a Macroeconomia vai encontrar seu berço.
“É a partir da Teoria Geral de Keynes que ganham contornos definitivos os conceitos fundamentais da Contabilidade Social, bem como a existência de identidades no nível macro e a relação entre os diferentes agregados”.
Assim, a partir da obra teórica de Keynes, os economistas passaram, a saber, o que medir em nível agregado e como fazê-lo. 
A difícil situação enfrentada pela economia mundial na década de 1930, depois do colapso de 1929 e da recessão e desemprego dele resultantes, vinha por sua vez demonstrando por que era cada vez mais importante medir agregadamente as transações econômicas. 
Assim, a revolução keysiana, como costuma ser chamada a intervenção de Keynes no debate acadêmico, conferiu aos economistas a capacidade de verificar o comportamento e a evolução da economia de um país numa dimensão sistêmica, ou seja, não só medindo produção, renda e consumo, mas fazendo isso de modo a perceber exatamente a relação entre esses agregados e a lógica do sistema econômico como um todo.
Além dos primeiros esforços para fechar logicamente o sistema de contas nacionais, a Teoria Macroeconômica e a Contabilidade Social experimentaram desenvolvimentos conjuntos, beneficiando-se mutuamente. Além disso, a evolução prática da Contabilidade Social, rumo à produção de estatísticas sistematizadas sobre variáveis agregadas, foi tornando possível a verificação empírica das proposições teóricas derivadas da Macroeconomia, seja no que tange a leis fundamentais, seja no que diz respeito a modelos específicos.
Utilizando-se conceitos aplicados à Contabilidade Empresarial, com seu princípio das partidas dobradas - a um lançamento a débito, deve sempre corresponder a um outro de mesmo valor a crédito - e com sua exigência de equilíbrio interno - exigência de igualdade entre o valor do débito e do crédito de cada uma das contas - e de equilíbrio externo - necessidade de equilíbrio entre todas as contas do sistema -, mostrou-se um instrumento bastante adequado para dar conta da tarefa de mensurar sistêmica e logicamente a evolução dos agregados econômicos.
Frente a outros tipos de mensuração sistêmica, como a matriz insumo-produto, o sistema de contas nacionais apresenta ainda a vantagem da maior facilidade de apuração estatística das variáveis.
Escolhida a Contabilidade como o instrumento por excelência de aferição macroscópica do movimento econômico, tudo se passa, então, como se a economia de todo um país pudesse ser vista como a de uma única grande empresa: os resultados de seu funcionamento durante um determinado período de tempo - convencionalmente um ano - são apresentados pelas contas integrantes do sistema de contas nacionais.
Contudo, o que se convencionou chamar Contabilidade Social não se reduz ao sistema de contas nacionais.
Na medida em que a Contabilidade de que estamos falando é social, toda a “trabalheira” estatística de mensuração dos agregados e de fechamento das contas tem de servir para que as autoridades governamentais, aqueles que estão em postos de comando no setor privado e a sociedade civil como um todo possam ter uma ideia mais clara dos rumos de um país e possam, assim, intervir nesses rumos, quando for o caso. 
Dentro dessa visão também fazem parte da Contabilidade Social, por exemplo, os indicadores de distribuição de renda, os indicadores de desenvolvimento humano (IDH) e a comparação desses indicadores entre diferentes países.
Quanto à Contabilidade Nacional propriamente dita é a partir dos anos 1940 que se avolumam os esforços para mensurar todos os agregados necessários e desenhar logicamente o sistema. 
No Brasil, as contas nacionais começaram a ser elaboradas em 1947, pela Fundação Getúlio Vargas do Rio de Janeiro, passando em 1986, para o IBGE.
Em nosso País, Contabilidade Nacional ou Contabilidade Social, é uma disciplina de Economia, que não deve ser confundida com a Contabilidade Pública ou Contabilidade Governamental, que advém da Lei nº 4.320/1964.
1.1.1 SISTEMA DE CONTABILIDADE SOCIAL
Os agregados macroeconômicos que serão definidos neste tópico são determinados a partir de um sistema contábil que trata o país como se ele fosse uma grande empresa que produz um produto único, o produto nacional bruto, que é o agregado de tudo o que é produzido nesta economia.
Existem dois sistemas de Contabilidade Social, adotados na quase totalidade dos países: o Sistema de Contas Nacionais e a Matriz de Relações Intersetoriais. A organização das Nações Unidas (ONU) apresenta modelos e manuais desses sistemas, que orientam os institutos de pesquisas na medição dos agentes nacionais.
1.1.2 SISTEMA DE CONTAS NACIONAIS
Este sistema corresponde ao sistema de contabilidade social criado pelo economista inglês Richard STONE, que considera apenas as transações com bens e serviços finais. Utiliza o método contábil das partidas dobradas e consiste em quatro contas básicas (PIB, Renda Nacional, Capital e Transações com o Resto do Mundo) e em uma conta complementar (Conta Corrente das Administrações Públicas).
O Sistema de Contas Nacionais utiliza o método tradicional das Partidas Dobradas, discriminando as transações dos grandes agentes (setores) macroeconômicos: famílias, empresas, governo e setor externo, cada um, representado por uma conta específica. Nesse sistema, medem-se apenas as transações com bens e serviços finais, e não as transações com insumos ou matérias-primas, utilizados na produção dos bens finais. 
1.1.3 MATRIZ DE RELAÇÕES INTERSETORIAIS (OU MATRIZ INSUMO-PRODUTO OU MATRIZ DE LEONTIEF)
Diferentemente do Sistema de Contas Nacionais, este sistema que foi criado pelo economista russo WassilyLeontief, mostra todas as transações agregadas de bens intermediários e de bens finais da economia, em determinado período. Permite, portanto, analisar também relações econômicas entre os vários setores de atividade (o que cada setor gasta e o que vende para outros setores). 
Essa matriz fornece informações mais completas, por incluir também as transações intersetoriais. Entretanto, ela exige dados mais detalhados, que só são obtidos nos censos, elaborados normalmente de cinco em cinco anos. 
Assim, por questões operacionais, o Sistema de Contas Nacionais é o mais adotado no mundo todo, permitindo obter mais rapidamente estimativas anuais dos agregados macroeconômicos. Os conceitos apresentados neste tópico baseiam-se nesse sistema. 
1.1.4 PRINCÍPIOS BÁSICOS DAS CONTAS NACIONAIS
Alguns princípios básicos devem ser observados no levantamento e medição dos agregados macroeconômicos, a saber:
Consideram-se apenas as transações com bens e serviços finais, não sendo computadas as transações com bens e serviços intermediários (matérias-primas, componentes). Os custos de produção referem-se, então, apenas à remuneração aos fatores de produção (salários, juros, aluguéis e lucros), não sendo considerados os custos de matérias-primas e demais produtos intermediários;
Mede-se apenas a produção corrente do próprio período. Assim, não é levado em conta o valor de transações com bens produzidos em períodos anteriores (automóveis, máquinas, imóveis usados, por exemplo). Entretanto, como as atividades econômicas compõem-se também do setor de serviços, a atividade comercial é um serviço corrente. Então, considera-se a remuneração do vendedor (mesmo que de um produto de segunda mão) como parte do produto corrente, mas não o valor do objeto de transação (o produto em si);
As transações referem-se a um fluxo, ou seja, são definidas ao longo de certo período de tempo. Normalmente, considera-se o ano, embora existam também estimativas trimestrais, como no Brasil, mas que são amostras parciais;
A moeda é neutra, no sentido de ser considerada apenas como unidade de medida, ou seja, um padrão para permitir a agregação de bens e serviços fisicamente diferentes, e instrumento de troca;
Não são considerados os valores das transações puramente financeiras, dado que essas não representam diretamente acréscimos do produto real da economia. Esses agregados (depósitos e empréstimos bancários, transações na Bolsa de Valores) são considerados transferências financeiras entre aplicadores e tomadores. Nessa mesma linha de raciocínio, as taxas de juros e a taxa de câmbio também não são apresentadas no sistema de contabilidade social, ou seja, a Contabilidade Social preocupa-se apenas em mensurar os agregados reais, que representam diretamente alterações da renda e da riqueza.
1.1.5 CONCEITO DE CONTABILIDADE SOCIAL
Segundo Vasconcelos et al (2004, p.282), Contabilidade Social (ou Nacional) é o registro contábil da atividade econômica de um país, num dado período (normalmente um ano).
Segundo o autor pode ser definida ainda, como uma técnica que se preocupa com a definição e os métodos de quantificação dos principais agregados macroeconômicos, como produto nacional, consumo global, investimentos, exportações, entre outros. 
 
É, com efeito, uma forma especial de estatística econômica, de natureza contábil, que se propõe a apresentar valores que expressam os montantes das transações econômicas verificadas em determinada economia nacional. 
1.1.6 PRESSUPOSTOS BÁSICOS DA CONTABILIDADE SOCIAL
Estes pressupostos se assemelham aos princípios básicos do sistema de contas nacionais, que são:
 
As contas procuram medir a produção corrente;
As contas referem-se a um fluxo, normalmente de um ano;
A moeda é neutra, no sentido de que é considerada apenas como unidade de medida e instrumento de trocas.
1.1.7 ÓTICAS DE MENSURAÇÃO DA ATIVIDADE ECONÔMICA
São três as óticas de mensuração da atividade econômica por meio da Contabilidade Social: 
Produto;
Despesa; e 
Renda.
Produto Nacional (PN): é o valor de todos os bens e serviços finais produzidos em determinado período de tempo, corresponde, portanto, medida do fluxo de produção.
Despesa Nacional (DN): é o valor das despesas do vários agentes na compra de bens e serviços finais. DN = Despesas de Consumo (C). 
A DN, pois, é representada pelas despesas das famílias com bens e consumo, despesas com investimentos das empresas, gastos do governo e gastos do setor externo.
Renda Nacional (RN): é a soma dos rendimentos pagos às famílias, que são proprietárias dos fatores de produção, pela utilização de seus serviços produtivos.
A explanação sobre as óticas será complementada no tópico seguinte. 
CONCEITOS BÁSICOS: PRODUTO, RENDA E DESPESA AGREGADA E O FLUXO CIRCULAR DE RENDA
Para uma melhor compreensão destes conceitos é essencial uma compreensão dos vários setores que envolvem a economia de um país, conforme comentários inseridos nos itens seguintes. 
1.2.1 ECONOMIA A DOIS SETORES: FAMÍLIAS E EMPRESAS
Seguindo a metodologia tradicionalmente adotada na teoria macroeconômica, partiremos inicialmente de algumas hipóteses simplificadoras. Primeiro, serão considerados apenas dois agentes: empresa e famílias (economia a dois setores). A seguir serão introduzidas as variáveis relativas ao setor público (economia a três setores), e, finalmente, agrega-se o setor externo (economia a quatro setores). 
O FLUXO CIRCULAR DE RENDA: ANÁLISE DA ÓTICA DO PRODUTO, DA DESPESA E DA RENDA
A análise macroeconômica trata da formação e distribuição do produto e da renda gerados pela atividade econômica a partir de um fluxo contínuo, que se estabelece entre os chamados agentes macroeconômicos compostos pelas famílias, empresas, governo e o setor externo. 
Esse fluxo (fluxo circular de renda) precisa ser periodicamente quantificado, para se avaliar o desempenho da economia no período.
O resultado da atividade econômica do país pode ser medido sob três óticas: 
Pelo lado da produção (ótica do Produto);
Pela venda de bens e serviços finais na economia (ótica da Despesa); e
Pela renda gerada no processo de produção (ótica da Renda), que vem a ser a remuneração dos fatores de produção (salários, juros, aluguéis e lucros).
As análises das óticas do produto e da despesa são medidas no mercado de bens e serviços, enquanto a da renda é medida no mercado de fatores de produção.
Para entender melhor os conceitos dos agregados macroeconômicos, vamos supor uma economia em que só existam três empresas: 
A empresa A produz trigo;
O total de sua produção é vendido para a empresa B, que produz a farinha de trigo;
O total de farinha de trigo produzido pela empresa B é vendido para a empresa C, que produz o pão e vende aos consumidores finais.
Suponhamos que os balancetes das três empresas sejam os seguintes:
	Quadro 1 - Empresa A - produção de trigo (em $)
	Despesas
	Receitas
	Salários 80
Juros 30
Aluguéis 20
Lucros 10
	Vendas de trigo para a
empresa B 140 
	TOTAL 140 
	TOTAL 140 
	Quadro 2 - Empresa B - produção de farinha de trigo (em $)
	Despesas
	Receitas
	Compra de trigo da empresa A 140
Salários 50
Juros 10
Aluguéis 15
Lucros 30
	Vendas de farinha trigo 
para a empresa C 245 
	TOTAL 245 
	TOTAL 245 
	Quadro 3 - Empresa C - produção de pães (em $)
	Despesas
	Receitas
	Compra farinha trigo empresa B 245
Salários60
Juros 20
Aluguéis 30
Lucros 35
	Vendas de pães para os 
Consumidores finais 390 
	TOTAL 390 
	TOTAL 390 
Consideremos, inicialmente, apenas o balancete da empresa A. Do lado esquerdo do Quadro 1 encontram-se relacionadas às despesas necessárias para a produção de $ 140 de trigo. 
Por simplificação, e supondo que só existam as três empresas citadas, o setor trigo não tem despesas com a compra de matérias-primas. Assim, a despesa da empresa A ($ 140) é apenas o que ela gasta com o pagamento ou remuneração dos fatores de produção:
Salário, que é a remuneração do trabalho: $ 	80
Juros, que remuneram o capital: $			30
Aluguel da terra: $					20
Lucro: $							10	140
O lucro é interpretado nas contas nacionais como a remuneração da capacidade empresarial, ou gerencial, obtida da diferença entre a receita da venda ($ 140) e o pagamento dos demais fatores (80 + 30 + 20 = $ 130). 
Existe uma diferença entre a interpretação econômica e a contábil, pois para os economistas, o lucro é uma parcela dos custos de produção das empresas, que remuneram seus proprietários ou acionistas. Na visão contábil, é apenas a diferença entre as receitas e as despesas, e não é interpretado como custo. 
Consolidando as informações das três empresas, vamos introduzir os conceitos de produto nacional, despesa nacional e renda nacional, e mostrar que, embora sejam conceitos diferentes, levarão ao mesmo resultado numérico.
Produto Nacional
O Produto Nacional (PN) é o valor de todos os bens e serviços finais, medidos a preços de mercado, produzidos num dado período de tempo.
No exemplo anterior, o Produto Nacional é determinado apenas pela venda de pães, que é o único bem final correspondendo a $ 390. Então, nesse modelo básico, a economia só produz bens de consumo. (PN = C).
Despesa Nacional
Despesa Nacional (DN) é o gasto dos agentes econômicos com o produto nacional. Este agregado revela quais são os setores compradores do produto nacional.
No exemplo anterior, bastante simplificado, a despesa nacional é composta apenas pelos gastos das famílias com bens de consumo (C), isto é (DN = C), que é igual à compra de pão, $ 390. Ou seja, é um valor idêntico ao produto nacional, mas medido pela ótica de quem compra (ótica da despesa), enquanto o produto nacional é medido pela ótica de quem produz e vende (ótica da produção).
A fórmula mais completa, que inclui os demais agentes de despesa (empresa, governo e setor externo), é:
DN = C + I + G + (X - M)
Onde:
C = despesas das famílias com bens de consumo
I = despesas das empresas com investimentos
G = despesas do governo
X - M = despesas líquidas do setor externo (sendo X = exportações e M = importações).
Isso significa que o produto nacional é vendido para os quatro agentes de despesa: consumidores, empresas, governo e setor externo (este em termos de saldo líquido, já que estamos interessados nas despesas com o nosso produto, o que exclui as despesas com importações).
Renda Nacional
Renda Nacional (RN) é a soma dos rendimentos pagos aos fatores de produção no período:
RN = salários (w) + juros (j) + aluguéis (a) + lucros (l), ou RN = w + j + a + l
Em que w = wages = salário.
Se somarmos todos os pagamentos de salários, juros, aluguéis e lucros das três empresas do exemplo anterior chegaremos novamente, ao valor de $ 390.
Observe, finalmente, a identidade básica das contas nacionais:
Produto Nacional = Despesa Nacional = Renda Nacional, donde PN = DN = RN.
No exemplo, consolidando as três empresas, temos que: PN=DN=RN = $ 390.
Isso ocorre porque, como os bens intermediários acabam se anulando (venda de empresa a empresa), tudo o que a empresa recebe (PN=DN) ela gasta na remuneração aos fatores de produção (RN), que inclui o lucro dos empresários, igualando o fluxo do produto e o fluxo dos rendimentos.
Essas são as três óticas de medição da atividade econômica de um país num dado período. Em termos operacionais, entretanto, a forma mais prática utilizada pelos estatísticos é a do valor adicionado, que veremos a seguir:
Valor Adicionado
	
Valor adicionado (ou valor agregado) é o valor que se adiciona ao produto em cada estágio de produção, ou seja, é a renda adicionada por cada setor produtivo. Somando o valor adicionado em cada estágio de produção, chegaremos ao produto final da economia. 
No Quadro 4, o valor adicionado é calculado por diferença (valor das vendas menos os custos dos bens intermediários). 
No Quadro 5, o valor adicionado é calculado diretamente pelo somatório da remuneração dos fatores de produção, alocados nos três estágios da produção do pão (trigo, farinha de trigo e pão), o que dá, evidentemente, o mesmo resultado.
Quadro 4
	Estágio de produção
	Vendas no período ($) (1)
	Custos dos bens intermediários ($)(2)
	Valor adicionado ($) (1-2)
	Empresa A
Trigo 
Empresa B
Farinha de trigo
Empresa C
Pão
	
140
245
390
	
0
140
245
	
140
105
145
	Valor adicionado = produto final
	390
Como nesse modelo básico não há ainda formação de estoques, tudo que as empresas produzem (PN), vendem (DN).
Quadro 5
	Estágio de produção
	Salários
($)
	Juros
($)
	Aluguéis
($)
	Lucros
($)
	Total
($)
	Trigo
Farinha de trigo
Pão
	80
50
60
	30
10
20
	20
15
30
	10
30
35
	140
105
145
	Total
	190
	60
	65
	75
	390
Como dificilmente se dispõe de informações tão detalhadas como as da Tabela 5 (no Brasil, há dados de salários apenas em anos de Censo), em termos práticos o valor adicionado é medido por diferença, como na Tabela 4, ou seja:
Valor adicionado = Valor bruto da produção (receita de vendas) - Compra de bens e serviços intermediários
A vantagem é que o valor adicionado pode ser obtido a partir de notas fiscais, já que todas essas transações são realizadas entre empresas (vendas de bens finais e intermediários), e cópias dessas notas são enviadas aos órgãos de arrecadação. 
De outra forma, para obter a renda nacional, seria necessário medi-la somando todas as declarações do Imposto de Renda do país, que é menos seguro do que a obtida por notas fiscais.
VA = VBP – consumo de produtos intermediários; então: PN = DN = RN = VA
FORMAÇÃO DE CAPITAL: POUPANÇA, INVESTIMENTO E DEPRECIAÇÃO
Até agora, foram consideradas apenas transações com bens de consumo corrente. Admitamos, ainda dentro do modelo de uma economia a dois setores, que as famílias não gastam toda a sua renda em bens de consumo (elas também poupam para o futuro), e as empresas não produzem apenas bens de consumo, mas também bens de capital, que aumentarão a capacidade produtiva da economia. 
Isso introduz os conceitos de poupança, investimento e depreciação, em nível agregado.
Poupança Agregada (S)
É a parcela da renda nacional (RN) que não é consumida no período, isto é: S = RN – C, em que C é o consumo agregado. Ou seja, de toda a renda recebida pelas famílias, na forma de salários, juros, aluguéis e lucros, a parcela que não for gasta em consumo num dado período é a poupança agregada, não importando o que será feito posteriormente com ela (se ficará embaixo do colchão, se será aplicada ou se será transformada em investimentos). 
Poupança é o ato de não consumir no período, deixando-a para consumo futuro.
Investimentos Agregado (I)
É o gasto com bens que foram produzidos, mas não foram consumidos no período, e que aumentam a capacidade produtiva da economia nos períodos seguintes, ou seja, capacidade de gerar rendas futuras.
O investimento (também chamado de taxa de acumulação de capital) é composto pelo investimento em bens de capital (máquinas e móveis) e pela variação de estoques de produtos que não foram consumidos(ou seja, diferença entre o início e o fim do período). Os bens de capital são chamados, nas contas nacionais, de formação bruta de capital fixo. 
Tem-se, então, que:
Investimento total = investimentos em bens de capital + variação de estoques
Deve ser observado que o investimento agregado é um conceito que envolve produtos físicos. Assim, investir em ações, por exemplo, não é um investimento no sentido econômico. Trata-se de uma transferência financeira, que não aumentou a capacidade produtiva da economia. 
Entretanto, quando a empresa utiliza esse recurso ou parte dele para a compra de equipamentos, por exemplo, aí, sim, tem-se caracterizado um investimento no sentido macroeconômico (a compra do equipamento, não a transação na Bolsa de Valores).
Além disso, o investimento em ativos de segunda mão (máquinas, equipamentos, imóveis) não entra no investimento agregado, pois, no fundo, constitui uma transferência de ativos que se compensa: alguém “desinvestiu”. Esse bem já foi consumido como investimento no passado.
Com a introdução do investimento (I), o produto nacional (N) fica: PN = C+I, ou seja, as empresas produzem bens de consumo (C) e bens de capital (I).
Depreciação
É o consumo do estoque de capital físico, em dado período, ou seja, é o desgaste do equipamento de capital da economia num dado período. 
Sabe-se que, no processo de produção, as máquinas e os equipamentos sofrem desgastes, tornando-se obsoletos, de forma que precisam ser repostos, para garantir a manutenção da capacidade produtiva. A depreciação é justamente a parte do produto que se destina a tal reposição. 
O conceito de depreciação introduz uma diferenciação entre investimento bruto e investimento líquido, que é dado pela depreciação:
 Investimento líquido = investimento bruto – depreciação.
Da mesma forma, pode-se distinguir o produto nacional líquido (PNL) e o produto nacional bruto (PNB), assim:
 Produto Nacional Líquido = Produto Nacional Bruto - depreciação
1.2.2 ECONOMIA A TRÊS SETORES: AGREGADOS RELACIONADOS AO SETOR PÚBLICO
Vamos adicionar ao nosso modelo, que continha apenas famílias e empresas, o Setor Público. O setor público é considerado em suas três esferas: União, Estados e Municípios. Com sua inclusão, introduzimos os conceitos de receita fiscal e gastos públicos.
Receita Fiscal do Governo: a receita ou arrecadação fiscal do governo constitui-se das seguintes receitas:
Impostos indiretos: incidem sobre transações com bens e serviços. Por exemplo: ICMS e ISS;
Impostos diretos: incidem sobre as pessoas físicas e jurídicas. Por exemplo: Imposto de Renda;
Contribuições à Previdência Social (de empregados e empregadores);
Outras receitas: taxas, multas, pedágios, aluguéis.
Gastos do Governo: nas contas nacionais, são considerados três tipos de gastos do governo:
Gastos dos ministérios e autarquias, cujas receitas provêm de dotações orçamentárias. Como os serviços do governo (justiça, educação, planejamento) não têm preço de venda de mercado, o produto gerado pelo governo é medido por suas despesas correntes ou de custeio (salários, compras de materiais para manutenção da máquina administrativa) e despesa de capital (aquisição de equipamentos, construção de estradas, hospitais, escolas, prisões); 
Gastos das empresas públicas e sociedades de economia mista: como suas receitas advêm da venda de bens e serviços no mercado, atuando como empresas privadas, elas são consideradas, nas contas nacionais, dentro do setor de produção, junto com empresas privadas, e não como governo. Por exemplo: Petrobrás, USP, Eletrobrás;
Gastos com transferências subsídios: são considerados nas contas nacionais como transferências (normalmente, donativos, pensões e subsídios), não são computados como parte da renda nacional, pois representam apenas uma transferência financeira do setor público ao setor privado, não ocorrendo qualquer aumento da produção corrente. Por exemplo: aposentadorias e bolsas de estudo, que não são fatores de produção do período corrente.
Superávit ou Déficit Público: se o total da arrecadação superar o total dos gastos públicos nas várias esferas de governo, tem-se um superávit das contas públicas, caso contrário, tem-se um déficit (também chamado de necessidades de financiamento do setor público).
Excluindo-se os juros da dívida pública, interna e externa, tem-se o conceito de superávit ou déficit primário ou fiscal. Quando são incluídos os juros nominais sobre a dívida, tem-se o conceito de superávit ou déficit total ou nominal. Se forem considerados apenas os juros reais (excluindo a taxa de inflação e a variação cambial), tem-se o conceito de superávit ou déficit operacional.
Nos acordos firmados com o Fundo Monetário Internacional (FMI), o conceito relevante é o fiscal ou primário. 
Para o FMI, um país que apresenta superávit primário, mesmo que apresente déficit nominal ou total, está com suas contas relativamente equilibradas e revela condições de honrar seus compromissos futuros, ganhando mais credibilidade para negociar sua dívida externa, com juros menores e prazos maiores.
RENDA NACIONAL A CUSTA DE FATORES E PRODUTO NACIONAL A PREÇOS DE MERCADO
O preço de mercado de um produto normalmente está acima do valor remunerado aos fatores de produção utilizados. Isso porque em seu preço estão incorporados os impostos indiretos cobrados pelo governo (ICMS, IPI e outros). 
Além disso, quando o produto é essencial para a população, o governo, em alguns casos, subsidia o preço do produto, fazendo com que o preço pelo qual o produto é vendido seja inferior a seu custo de produção. 
Por exemplo, o governo concede subsídios ao produtor de trigo para que esse tenha condição de vendê-lo abaixo do custo de produção, sem sofrer prejuízo, pois o diferencial entre o preço de mercado e o preço do produto é coberto pelo governo.
Com isso, torna-se necessário distinguir os conceitos de custo de fatores e preços de mercado. 
Custo de fatores é o que a empresa paga aos fatores de produção, salários, juros, aluguéis e lucros, enquanto preço de mercado, que é o preço final pago na venda, adiciona ao custo de fatores de produção os impostos indiretos (ICMS e IPI) e subtrai os subsídios.
Assim, partindo, por exemplo, da RNL (ou PNL) a custo de fatores para se chegar ao PNL a preços de mercado, tem-se:
PNL a preços de mercado = RNL a custo de fatores + impostos indiretos - subsídios
ou
PNLpm = RNLcf + impostos indiretos - subsídios
Evidentemente, a mesma diferença vale em termos de brutos, não só líquidos: se se parte, por exemplo, da RNBcf em vez da RNLcf, chega-se ao PNBpm, ao se somarem impostos indiretos e subtraírem os subsídios. 
Apenas os impostos indiretos, e não os diretos são relevantes nessa diferenciação. Isso porque os impostos diretos não representam uma diferença entre o custo de fatores para a empresa e o preço final de mercado, já que não são as empresas que pagam, mas os proprietários dos fatores de produção. Ou seja, incidirá sobre salários, juros, aluguéis e lucros. Não é custo para a empresa, mas para os proprietários dos fatores de produção.
Renda Pessoal Disponível: esse conceito procura medir quanto da renda gerada no processo econômico fica em poder das famílias.
Partindo da renda nacional líquida a custo de fatores, que é a soma dos salários, juros, aluguéis e lucros e já descontada a depreciação, é preciso deduzir os lucros retidos (não distribuídos) pelas empresas para reinvestimentos, pois, apesar de essa parcela da renda se encontrar de posse das empresas, não é transferida de imediato às famílias. Devem-se deduzir ainda os impostos diretos e as contribuições previdenciárias pagas pelas famílias e empresas ao governo. 
Finalmente, tem-se de deduzir as demais receitas correntes do governo e adicionar as transferências correntes do governo às famílias como aposentadorias, bolsas de estudo.
Tem-se então: 
Renda pessoal disponível = RNLcf - Lucros retidos- Impostos diretos - Contribuições previdenciárias - outras receitas correntes do governo + transferências do governo às famílias.
Ou seja, a renda pessoal disponível mede quanto “sobra” para as famílias decidirem gastar na compra de bens e serviços ou, então, poupar.
Carga Tributária Bruta e Líquida: a carga tributária bruta é o total da arrecadação fiscal do governo (impostos diretos e indiretos e outras receitas do governo, como taxas, multas e aluguéis). No entanto, parte desses tributos retorna ao setor privado na forma de transferências e subsídios. Ao se deduzirem da carga tributária bruta os subsídios e as transferências ao setor privado, chega-se à carga tributária líquida. 
Carga tributária líquida = Carga tributária bruta - Transferências e subsídios do governo ao setor privado
1.2.3 ECONOMIA A QUATRO SETORES: AGREGADOS RELACIONADOS AO SETOR EXTERNO
Finalmente, o esquema da Contabilidade Social fica completo quando se considera a economia “aberta” ao exterior. Com isso, definem-se os conceitos de exportação, importação e renda líquida do exterior, e introduz-se uma diferença entre produto interno e produto nacional.
Exportações e importações: as exportações representam as compras pelos estrangeiros, de mercadorias produzidas pelas empresas que pertencem a nosso País. As importações representam as despesas que nós fazemos com produtos estrangeiros.
Para uma compreensão mais abalizada dos efeitos deste novo setor econômico, vamos comentar outros conceitos, conforme a seguir.
PRODUTO INTERNO BRUTO, PRODUTO NACIONAL BRUTO E RENDA LÍQUIDA DO EXTERIOR
O Produto Interno Bruto (PIB): é o somatório de todos os bens e serviços finais produzidos dentro do território nacional, num dado período, valorizados a preço de mercado, sem levar em consideração se os fatores são de propriedade de residentes ou não-residentes.
Entretanto, para produzir o PIB, utilizamos fatores de produção que pertencem a não-residentes, cuja remuneração é remetida à seus proprietários no exterior, na forma de juros, lucros e royalties. 
Os juros representam o pagamento pela utilização do capital monetário externo (isto é, da dívida externa); as remessas de lucros são a remuneração pelo capital físico de propriedade das empresas estrangeiras instaladas no país; e os royalties representam o pagamento pela utilização da tecnologia estrangeira. 
Também existem residentes que possuem fatores de produção fora do país e recebem, portanto, renda do exterior (extração de petróleo pela Petrobrás, grandes construtoras brasileiras no exterior, entre outras).
Somando ao PIB a renda recebida do exterior e subtraindo a renda enviada ao exterior, tem-se o Produto Nacional Bruto (PNB), que é a renda que efetivamente pertence aos residentes do país. 
Tem-se então:
PNB = PIB + Renda Recebida do exterior - Renda enviada ao exterior
A diferença entre a renda recebida e a renda enviada ao exterior é chamada de Renda Líquida do Exterior (RLE). Tem-se então:
PNB = PIB + RLE
No Brasil, como a renda enviada supera a renda recebida, a diferença é chamada de Renda Líquida Enviada ao Exterior. Então, o PIB é maior que o PNB, o que significa que utilizamos mais os serviços dos fatores de produção estrangeiros do que eles utilizam os nossos.
PIB NOMINAL E PIB REAL
Até o momento lidamos com valores nominais ou monetários, a preços correntes do período. Quando comparamos esses valores em períodos diferentes, eles incorporam o aumento da inflação. Para tirarmos o efeito da inflação, precisamos desinflacionar esses valores, transformando valores nominais em valores reais ou deflacionados. Daí surge a diferença entre PIB nominal e PIB real.
PIB Nominal ou Monetário: o PIB nominal ou monetário é o PIB medido a preços correntes, do próprio ano:
PIB2005 = ∑p2005q2005
PIB2006 = ∑p2006q2006
PIB2007 = ∑p2007q2007
Quando comparamos os valores do PIB nominal ou monetário entre os três anos, não sabemos diferenciar qual parcela deve-se ao aumento de preços(p) e qual deve-se à da quantidade física (q).
PIB Real: para medir o crescimento do produto físico (q), temos de supor que os preços mantiveram-se constantes entre os três anos. O PIB Real é o PIB medido a preços constantes de um dado ano qualquer, chamado ano-base. Os preços ficam fixos nesse ano, como se a inflação fosse zerada a partir de então. Por exemplo, se tomarmos como ano-base 2005, teremos:
PIB Real2005 = ∑p2005q2005
PIB Real2006 = ∑p2005q2006
PIB Real2007 = ∑p2005q2007
Como se observa, só as quantidades variam enquanto os preços permaneceram fixos em 2005, como se a inflação fosse zero desde então. Nota-se também que no ano-base 2005 o PIB Real e o Nominal são iguais.
Assim, quando se compara o PIB Real nos vários anos, tem-se o crescimento real, ou da produção física e de serviços, livre do efeito da inflação. 
Para transformar uma série nominal em uma série real é preciso deflacionar a série nominal. Isso pode ser feito para qualquer série monetária (salários, impostos, custos de produção, faturamento da empresa, depósitos etc.). Para tanto, é necessário encontrar um índice de preços (deflator) que represente o crescimento da inflação no período. 
No caso do PIB, aplicamos a fórmula:
 PIB Nominal
PIB Real = ------------------------------ x 100 =
 Índice Geral de Preços
Como o numerador está “inflacionado”, parece claro que, dividindo-o justamente pelo índice de preços, estamos tirando esse componente do PIB monetário, restando apenas a componente real (q).
PIB Per Capita: é o PIB total dividido pela população do país (PIB por habitante).
PIB COMO MEDIDA DO BEM-ESTAR
Muitos economistas argumentam que o PIB não mede adequadamente o bem-estar da coletividade, isto é, não reflete as condições econômicas e sociais de um país. 
O fato pode ser comprovado tendo em vista que o PIB não:
Não registra a economia informal;
Não considera os custos sociais derivados do crescimento econômico, tais como poluição, congestionamentos, piora do meio ambiente etc;
Não considera diferenças na distribuição de renda entre os vários grupos da sociedade.
Economia informal: é a desobediência civil às atividades formais de mercado, como a sonegação fiscal, o não-registro de empregados, o “caixa 2”, entre outros, e não se refere a atividades ilegais (quando essas são incluídas, tem-se a chamada economia subterrânea ou economia submersa). 
Dentro da discussão da adequação (ou não) do PIB como medida de bem-estar, é interessante observar que as Nações Unidas calculam periodicamente um índice de desenvolvimento humano (IDH), que, além de um indicador econômico (PIB per capita), inclui dois indicadores sociais: um índice de expectativa de vida e um índice de educação. 
É uma média aritmética desses três indicadores, e varia de 0 a 1: quanto mais próximo de 1, maior o padrão de desenvolvimento humano do país. 
Sobre esses indicadores retornaremos em outra unidade. 
PIB EM DÓLARES
Para comparações internacionais, utilizamos o PIB em dólares, mas não os dólares correntes, que são muito afetados pela política cambial de cada país.
Por exemplo, em janeiro de 1999, o PIB brasileiro era de aproximadamente R$ 900 bilhões, que equivalia a cerca de US$ 750 bilhões (o dólar era cotado a R$ 1,20). Houve um aumento da taxa de câmbio para R$ 1,80, o que reduziu o PIB do Brasil para US$ 500 bilhões.
Embora tenha caído o poder de compra dos brasileiros na compra de produtos importados, isso não significou que o Brasil ficou 50% mais pobre (a renda interna, salários, lucros, aluguéis não caíram em 50%).
 CONTAS NACIONAIS: ESTRUTURA BÁSICA
No tópico anterior, abordamos situações em que a economia pode ser fechada com existência de dois fatores produtivos (empresas e famílias), fechada com três fatores (empresas, famílias e governo) e economia aberta (empresas, famílias, governo e o setor externo). Neste tópico faremos comentários adicionais sobre essa estruturabásica das contas nacionais.
Como se sabe, a economia real é infinitamente mais complexa de que aquela apresentada nos exemplos e fluxogramas anteriores. 
Por exemplo, há uma quantidade quase infinita de transações que se realizam todos os dias, além disso, existe um elemento chamado governo, que altera expressivamente o funcionamento do sistema; e, finalmente, a economia de um país real nunca é inteiramente fechada, ou seja, sempre realiza transações (compras e vendas de bens e serviços, por exemplo) com as economias de outros países.
Além desses fatores, existem ainda alguns outros que devem ser lembrados quando se avalia a capacidade de explicações desse esquema simplificado: 
Os aluguéis e juros também devem ser considerados como remuneração de fatores e, portanto, de alguma maneira, devem ser contemplados no conceito de renda; 
As empresas e famílias também podem realizar transações entre si - como já demonstrado em tópico antecedente, além de que as famílias não necessariamente despendem toda a renda que recebem, dando assim origem aos movimentos englobados nos conceitos de investimento e poupança.
Todavia, a despeito de todas essas complicações, o esquema simplificado até agora apresentado, bem como as ideias de identidade e fluxo, constitui a base a partir da qual é possível analisar uma economia real em toda a sua complexidade.
Essa base permite a incorporação paulatina de cada um dos elementos. 
Cabe, por fim, uma última observação concernente à relação existente entre as considerações teóricas, ou seja, a base conceitual que sustenta logicamente o sistema de contas nacionais, e a forma efetiva que as contas nacionais possuem em cada país. 
De fato, várias podem ser as maneiras de se apresentarem as informações do sistema de contas nacionais sem que sejam desrespeitados os conceitos básicos que lhes dão origem. Em função disso, o formato concreto do sistema pode variar, e de fato varia, de país para país. 
A ONU, visando unificar esses procedimentos instituiu o System of National Accounts (SNA) que é aplicado em todo mundo.
CONTAS NACIONAIS: PROBLEMAS DE MENSURAÇÃO
1.4.1 INTRODUÇÃO
Neste tópico temos como objetivo colocar em pauta algumas questões, de certa complexidade, relativas à mensuração das variáveis que dão origem aos agregados. 
Algumas delas dizem respeito a dificuldades stricto sensu técnicas, como aquelas decorrentes da existência de inflação e aquelas que se originam da necessidade de se estabelecer comparações entre os países. Outras envolvem complicações de natureza operacional, como aquelas derivadas da existência da chamada economia informal. 
Finalmente existem problemas conceituais, como os envolvidos na problemática ambiental e os decorrentes da existência de atividades não monetarizadas. 
Todas essas questões indicam que, a despeito da relativa simplicidade das noções teóricas fundamentais, a tarefa de elaborar e mensurar um sistema de contas nacionais em uma economia real é bem mais complicada do que parece.
1.4.2 DIFICULDADES TÉCNICAS
Entre as principais dificuldades técnicas é importante mensurar as a seguir apontadas.
CONTABILIDADE REAL X CONTABILIDADE NOMINAL
Como já comentamos, o valor que as contas nacionais registram para os diferentes agregados resulta da multiplicação de preços por quantidades. Assim, esses valores estão sempre sujeitos a alterações que derivam do comportamento dos preços e que podem, portanto, não estar representando nenhuma variação real. Logo:
Quando se analisa uma série de valores, por exemplo, o PIBpm do Brasil no período 1990-1997, é preciso ter o cuidado de deflacionar a série para não efetuar comparações de variáveis que são de fato heterogêneas, porque avaliados em momentos distintos. 
Trazendo para preços de um mesmo ano toda a série de valores - o que se faz por meio da utilização de índices de preço - as comparações podem ser efetuadas de modo menos arbitrário.
Esse problema, porém, não deveria afetar a elaboração das contas nacionais para cada ano, uma vez que aí as variáveis são todas avaliadas segundo o mesmo padrão de preços. 
Contudo, a existência de inflação, principalmente se for muito elevada como a que tivemos em nosso País entre 1980 e 1994, tem consequências para a Contabilidade Nacional, mesmo considerando um único período (ou seja, um único ano).
O principal problema advém do fato de que os ativos oferecem um rendimento a seus proprietários e esse rendimento vai aparecer na contabilidade nacional sob a forma de pagamento a fator - por exemplo, o capital físico produz o rendimento aluguel ou lucro e o capital monetário produz o rendimento juro.
Acontece que para alguns deles, particularmente para determinados ativos financeiros, o rendimento produzido pode não constituir rendimento real. Se a inflação entre o início e o fim do período for muito elevada, o rendimento produzido por esses ativos pode estar tão-somente recompondo o valor nominal do próprio ativo (ou seja, seu poder aquisitivo, que vai sendo sistematicamente desvalorizado pelo processo inflacionário contínuo).
Evidentemente, pode-se argumentar que o mesmo pode estar acontecendo com os aluguéis, com os rendimentos provenientes de quotas de capital e de ações e também com os salários. Mas, apesar de esses rendimentos estarem igualmente sujeitos a flutuações em termos reais em períodos de inflação muito elevada, a inflação não é capaz de depreciar sistematicamente os ativos que lhes dão origem. 
Por exemplo, mesmo que a taxa de inflação seja muito elevada e, em função disso, o valor real dos aluguéis flutue muito e sofra reduções, o valor dos imóveis não é sistematicamente depreciado, visto que o mercado tende a ajustar seus preços de acordo com o patamar inflacionário.
Porém, com os ativos financeiros de valor nominal constante, a situação é diferente. A inflação incide diretamente sobre o valor desses ativos, de modo que, em muitos casos, o rendimento que eles produzem não é suficiente sequer para recompor seu valor original.
Dado que a inflação incide diretamente sobre o valor dos ativos financeiros de valor nominal constante, a contabilidade nacional não distingue, dentro de um mesmo período, valores nominais de reais no que diz respeito aos lucros distribuídos, aluguéis e salários, mas o faz no que tange aos juros. 
Para fazer tal distinção é preciso não só escolher um índice de preços para estimar a taxa de inflação entre o início e o fim do período, como classificar os ativos financeiros em dois grupos: 
O daqueles que, por sua natureza, têm seu valor protegido da inflação (como títulos de renda fixa indexados que existiam até 1994, ou mesmo aqueles com rendimento pós-fixados, na suposição de que os juros nominais incorporem as elevações no nível geral de preços); e 
O daqueles que não contam com essa proteção (como os títulos com rendimentos prefixados). 
Evidentemente, só estes últimos apresentam diferença entre rendimentos nominais e rendimentos reais e demandam, assim, a distinção entre juros nominais e juros reais.
Portanto, torna-se necessário, em cada ano, estimar, para os casos relevantes, a diferença entre juros nominais e juros reais recebidos ou pagos pelos agentes econômicos. Todavia, é preciso deixar claro que:
Os ajustes contábeis derivados da existência de inflação num determinado ano incidem apenas sobre a distribuição da renda entre diferentes agentes e não sobre montante dos agregados (os agregados relevantes aqui são a renda disponível e a poupança agregada).
Finalmente, algumas observações devem ser feitas com relação às consequências da inflação para as estimativas que vêm a compor as contas nacionais.
A primeira delas tem que ver com o fato de que a moeda é também um ativo e, mais importante, ela é, por definição, um ativo de valor nominal constante. Assim, para o caso das empresas e dos indivíduos, a contabilidade real deve incluir, no computo dos juros reais pagos, também a perda do poder aquisitivo dos ativos monetários(papel moeda e depósitos a vista) decorrente da existência de inflação. 
Em termos reais, parte do valor correspondente a tais juros é arrecadada pelo sistema bancário (responsável pela criação de depósitos a vista) e parte fica com o governo, sob a forma daquilo que denominamos imposto inflacionário. Assim, em contrapartida, a conta real do governo deve ter, como lançamento adicional no lado do crédito, o valor do imposto inflacionário arrecadado pelo Banco Central.
Ainda para a conta do governo, outra consequência da existência da inflação é a necessidade de transformar juros nominais em juros reais na estimativa do valor da rubrica transferências, que aparece no lado do débito da referida conta e que inclui os juros da dívida interna. 
A rubrica outras receitas correntes líquidas, componente do lado do crédito da conta governo, sofre igualmente uma alteração em função da existência da inflação, uma vez que estão aí computados, pelo seu valor líquido, tanto os juros pagos (com exceção dos juros da dívida pública, já incluídos na rubrica transferências) quanto os juros eventualmente recebidos pelo governo. Mas está aí também computado, devidamente convertido para a moeda doméstica, o valor referente aos juros da dívida externa. 
Neste último caso, a inflação que tem importância é a do dólar e não a da moeda doméstica, já que a inflação do dólar deprime o valor real da dívida sobre a qual incidem os juros.
Assim, para levar em conta a depreciação do estoque da dívida externa, faz-se um ajuste, tanto na rubrica outras receitas correntes do lado do crédito da conta de governo, quanto na rubrica renda líquida enviada ao exterior, incluída no lado do crédito da conta do setor externo, já que os juros pagos sobre a dívida externa também fazem parte do conjunto de variáveis a partir do qual se chega ao montante da renda líquida enviada ao exterior em cada ano. 
Por fim, resta considerar as consequências da existência da inflação para os lucros das empresas. A existência, em nosso País, de um período longo de inflação fez surgir, ao final dos anos 1970, um dispositivo legal que permitia e regulava o ajuste inflacionário (ou a correção monetária) dos balanços das empresas, tendo em vista, particularmente, o cálculo do IR das PJ. Vigorou até a edição do Plano Real, quanto foi extinto. 
COMPARAÇÃO ENTRE PAÍSES
Como se sabe, é bastante usual em análises e comentários produzidos pela mídia e mesmo em trabalhos acadêmicos fazermos uso, por exemplo, de comparações entre o PIB (e/ou o PIB per capita) de diferentes países. Contudo, em muitos casos, podemos estar lidando com dois ou mais valores não exatamente comparáveis. Dois tipos de problema estão envolvidos na possibilidade de tal comparação:
O primeiro, e talvez mais complexo deles, diz respeito ao fato de que tais agregados são mensurados na moeda doméstica. Assim, quando se trata de fazer comparações, tem-se necessariamente de passar pela operação de conversão de moedas. Tudo seria muito simples se a utilização das taxas de câmbio fosse suficiente para resolver o problema. Infelizmente não é.
A taxa de câmbio seria um conversor eficiente se todos os bens e serviços produzidos em cada país pudessem ser incluídos no grupo dos produtos transacionados com o exterior. Mas isso não é verdade, visto que não é possível transacionar vários desses bens e serviços. 
Assim, a mera conversão dos valores de diferentes países por meio da taxa de câmbio pode não refletir as efetivas diferenças em termos de renda entre eles. 
Como regra geral, como os bens e serviços que não são possíveis de transacionar tendem a ser mais baratos nos países mais pobres, dado o menor preço da mão-de-obra, a utilização da taxa de câmbio acaba por superestimar as diferenças de renda e produtividade entre eles e os países mais desenvolvidos.
Outro grupo de elementos que causa o mesmo tipo de problema e atinge também o grupo de bens passíveis de transação é a existência de eventuais subsídios, de custos diferenciados de transporte e de tarifas alfandegárias (que não necessariamente são idênticas em diferentes países). Tudo isso torna a taxa de câmbio um instrumento pouco adequado para converter, a um mesmo padrão, agregados mensurados em moedas domésticas distintas.
Teoricamente o problema se resolve por meio da substituição das taxas de câmbio usuais por taxas de conversão que reflitam as paridades de poder de compra entre as diversas moedas. 
O segundo problema que diz respeito à comparação de variáveis agregadas entre diferentes países está relacionado a diferenças metodológicas. A despeito do esforço da ONU para homogeneizar a produção dessas estimativas, acabam por permanecerem algumas diferenças substantivas que tornam problemática a comparação. 
Um exemplo desse tipo de diferença decorre da existência de atividades não monetárias, ou seja, atividades que não se tornam objeto de compra e venda e de como cada país decide considerá-las. 
Outro exemplo é a existência daquilo que se convencionou chamar mercado informal ou economia informal. Essa informalidade torna mais difícil a produção de estimativas homogêneas, dado que cada país a trata da maneira que melhor lhe convém.
DIFICULDADES OPERACIONAIS: ECONOMIA INFORMAL
Para compreender a natureza da questão envolvida com a chamada economia informal ou economia subterrânea é preciso lembrar que o cômputo do produto agregado tem na empresa uma de suas unidades básicas de mensuração, seja ela feita pela ótica da renda, do dispêndio ou do valor adicionado. 
Assim, na medida em que há atividades de compra e venda e de produção de bens e serviços que não se dão por meio de empresas oficialmente constituídas, surge o problema de como mensurá-las, isto é, de como incorporar o valor por elas produzido ao valor do produto agregado. 
A dificuldade é operacional porque, na medida em que tais empresas não existem oficialmente e há, por isso mesmo, um certo receio em prestar informações, fica um tanto difícil identificá-las, localizá-las e levantar os dados necessários. 
No limite extremo de tal situação encontramos as atividades ilegais como contrabando, prostituição e tráfico de drogas, em que tal dificuldade é, por óbvias razões, intransponível. Essas, porém, não causam problema desse ponto de vista, pois está convencionado que, dado que são nocivas à sociedade (ou seja, prestam um desserviço), elas não devem ter seu valor incorporado ao valor do produto agregado.
Contudo, há uma série de outras atividades não ilegais que se desenvolvem por meio de “empresas” que oficialmente não existem. O exemplo mais característico desse tipo de atividade - e que é muito familiar para qualquer um que more numa grande cidade de um país pouco desenvolvido como o Brasil - é o trabalho dos camelôs. 
Assim como a atividade dos camelôs, existem inúmeras outras na mesma situação. As empresas familiares, que se multiplicam em épocas de elevado desemprego e desregulamentação do mercado de trabalho, constituem outro exemplo clássico de mercado informal. Na medida em que sua atividade se confunde com a da própria família, torna-se extremamente difícil estimar o valor por elas produzido, já que muitas vezes não se consegue sequer identificá-las.
DIFICULDADES CONCEITUAIS
Entre as principais dificuldades conceituais que tem reflexo sobre as contas nacionais podemos destacar: as atividades não monetárias e a Contabilidade Social e meio ambiente.
ATIVIDADES NÃO MONETÁRIAS
Esta questão é de natureza teórica, porém, tem também consequências práticas. 
Em princípio, só deveriam fazer parte dos agregados como produto, renda e dispêndio aquelas atividades nas quais está envolvida uma transação e que, portanto, são monetarizadas. 
Contudo, a despeito do enorme grau de interdependência e troca vigente nas economias contemporâneas, existe ainda uma parcela não desprezível de atividades econômicas que não passa pelo circuito bens e serviços - dinheiro - bens e serviços - dinheiro, ou seja, que nãose integra ao fluxo circular de renda.
O exemplo mais característico desse tipo de atividade é a pequena produção agrícola de subsistência (o pequeno agricultor ou camponês que planta e cria uns poucos animais para seu próprio consumo e o de sua família), mas existem muitos outros: a costureira que tem suas freguesas no bairro, mas que também costura para o marido e os filhos, a dona de casa que monta uma pequena loja de doces na garagem e distribui, entre os filhos e sobrinhos, as eventuais sobras e, finalmente, os serviços prestados às respectivas famílias pelas próprias donas de casa.
Da mesma maneira, quem mora em imóvel próprio beneficia-se dos serviços de moradia produzidos por esse capital fixo, sem que tal serviço assuma a forma monetária. 
Em todos esses casos (e em muitos outros semelhantes a esses), as atividades em questão (ou pelo menos uma parcela delas) envolvem esforços humanos e recurso materiais e produzem bens e serviços, mas não geram renda monetária (apenas renda em espécie), porque não se tornam objeto de compra e venda. Como considerá-las do ponto de vista das contas nacionais?
Existem aqui, simultaneamente, um problema teórico e um problema prático. 
Em primeiro lugar é preciso decidir se, do ponto de vista teórico, tais atividades devem ou não integrar o cômputo do produto e da renda agregados. Quanto a esse aspecto, não há uma resposta precisa e inteiramente isenta de juízos de valor: de um lado essas atividades são geradoras de produto, ou seja, de bens e serviços que satisfazem necessidades humanas; de outro, porém, elas não geram renda monetária. 
A questão acaba por se resolver de modo convencional. Por razões as mais variadas:
É aceito, convencionalmente, que algumas das atividades não monetarizadas tenham seu valor computado no cálculo dos agregados, enquanto outras não o tenham. Na medida em que tal decisão é puramente convencional, a definição sobre quais atividades entram e quais não entram no cômputo dos agregados é algo que varia de país para país.
Por exemplo, alguns países incluem no cômputo da renda nacional os serviços prestados pelas donas de casa, enquanto outros, como o Brasil, não o fazem. Mas, como adiantamos, tal questão é também prática. Como podemos computar o valor dessas atividades se elas são não monetárias? O expediente que resolve essa questão prática chama-se imputação.
“A Contabilidade Nacional procura estimar o valor monetário das atividades não monetárias imputando-lhes os valores que elas supostamente teriam se tivessem passado pelo mercado.”
De qualquer forma não há como fugir a um certo grau de arbítrio na consideração de tais atividades, seja nos preços que se decide imputar a elas, seja na própria decisão sobre o que não vai fazer parte das estimativas. Eis por que sua existência dificulta as comparações internacionais.
Em função de decisões como essa é que ficou muita famosa uma piada do conhecido economista e professor americano Paul Samuelson, segundo o qual:
 “aquele que casa com a empregada pode diminuir a renda nacional. De fato, se esse cidadão morar em um país onde as contas nacionais não consideram em seu cômputo o valor dos serviços desempenhados pelas donas de casa, ele vai diminuir a renda nacional, já que, como empregada, os serviços prestados por sua futura esposa eram remunerados e entravam no cálculo da renda, o que não mais acontecerá depois do casamento, ainda que ela continue fazendo os mesmos serviços que antes”.
CONTABILIDADE SOCIAL E MEIO AMBIENTE
Nas últimas décadas, a humanidade tem experimentado níveis alarmantes de degradação do meio ambiente com a exaustão de boa parte dos recursos naturais. 
O aquecimento do planeta em decorrência da emissão de CO₂ na atmosfera, a contaminação de recursos hídricos, que comprometem o consumo de água pela população e determinadas atividades como a pesca, a agricultura ou mesmo o turismo, a devastação das florestas, a poluição do ar nas grandes cidades e a destruição da camada de ozônio são alguns exemplos dessa problemática característica do mundo moderno.
Boa parte das agressões ao meio ambiente decorre das atividades de produção e consumo, processo esse que vai ganhando intensidade com a expansão da industrialização e com a crescente urbanização do modo de vida.
De fato, se reparamos bem, consumimos hoje em dia, particularmente os que vivem nas cidades de médio e grande porte, uma série de bens industrializados que até há muito pouco tempo nos chegavam às mãos praticamente in natura (suco de laranja, por exemplo). 
Além disso, o processo de diversificação de produtos gerados pela indústria introduz em nosso cotidiano a necessidade de uma série de bens que antes não demandávamos, simplesmente porque eles não existiam. 
Existe hoje, por exemplo, uma infinidade de produtos de limpeza e higiene, de produtos derivados do leite - como iogurtes, leites gelificados e outros - de refeições prontas e semiprontas e de produtos descartáveis inexistentes há pouco mais de três décadas. 
O mesmo tipo de reflexão pode ser feita com relação a bens de maior duração como eletrodomésticos. Uma casa de classe média dos anos 1940, por exemplo, era infinitamente mais simples do que uma casa de classe média dos anos 1990: na melhor das hipóteses tinha um fogão a gás, um ferro a carvão, um rádio capelinha e a lista se encerrava por aí. 
Hoje em dia, porém, essa lista é enorme, senão vejamos: geladeira, freezer, forno microondas, máquina de lavar roupas, secadora, máquina de lavar pratos, forno elétrico, batedeira, liquidificador, processador, aspirador de pó, ferro elétrico, ventilador (ou ar-condicionado), aquecedor, depilador, secador, barbeador, aparelho de som, televisão, videocassete, gravador, entre outros, isso tudo sem falar nos telefones fixos e celulares, nos computadores e nos automóveis.
Essa enorme revolução no modo de vida provocou como não poderia deixar de ser, uma série de efeitos no que diz respeito ao meio ambiente e à capacidade do planeta em fornecer recursos naturais. 
Como todos esses bens são produzidos em larga escala, a demanda por matérias-primas em geral cresceu exponencialmente, denunciando rapidamente o caráter predatório de determinadas atividades, bem como os limites impostos pelos estoques - por definição finitos - de recursos naturais exauríveis.
De outro lado, no nível do consumo, as consequências não são menos importantes. 
Além da poluição do ar provocada pelos automóveis (talvez o mais conhecido desses efeitos), há uma série de outras relacionadas ao consumo de produtos químicos (como aerossóis e detergentes), que agridem não só o ar como também os recursos hídricos de modo geral. Ao fim e ao cabo, o que se compromete com tudo isso é não só nossa própria qualidade de vida como as condições legadas às futuras gerações. 
Do ponto de vista da teoria econômica, podemos englobar todas essas pressões ao meio ambiente no conceito de externalidades negativas, ou seja, custos decorrentes da atividade econômica que não são valorados pelo mercado. Entendem-se como externalidades negativas, por exemplo, a poluição dos rios decorrente de resíduos industriais, a poluição do ar gerada por determinados tipos de indústria, a fumaça produzida por caminhões e a redução das florestas nativas.
As atividades de produção e consumo costumam gerar pressões sobre o meio ambiente, seja pela utilização de recursos naturais exauríveis, seja pela geração de poluição. Tais pressões são conhecidas como externalidades negativas, isto é, custos decorrentes da atividade econômica que não são valorados pelo mercado.
Diante dessa situação, tem crescido o interesse acerca das questões ambientais dentro da ciência econômica. Atualmente, já se pode identificar um novo campo que trata das questões relativas à utilização e preservação do meio ambiente sob uma perspectiva econômica: a economia do meio ambiente. 
Seu grande desafio consiste em encontrar alternativas de crescimento sustentável, ou seja, um crescimentoque produza bens e serviços, bem-estar e conforto, mas preservando a qualidade de vida das gerações atuais e futuras.
No âmbito da contabilidade social, alguns estudiosos têm envidado esforços para encontrar meios de levar em conta, no cômputo dos agregados, a degradação sofrida pelo meio ambiente. Nesse sentido, está em curso um processo que busca considerar os custos ambientais relacionados ao processo de produção e consumo agregados.
Entretanto, existe uma dificuldade ainda não superada para que se consiga levar em conta tais perdas: como valorá-las, isto é, como torná-las mensuráveis em termos monetários? 
Apesar de aparentemente técnica, a questão é conceitual, visto que a falta de consenso sobre como valorar essas perdas reflete no fundo uma não-concordância sobre a forma de considerá-las. 
Assim, na medida em que não há, até o momento, uma resposta inequívoca para essa pergunta, ainda não se pode falar num sistema de contas nacionais que contenha algum tipo de conta ambiental ou mesmo lançamentos específicos que contemplem as externalidades negativas geradas pelo processo de crescimento econômico. 
Desta forma, no cálculo da renda ou produto nacional, ainda não têm sido considerados os custos relacionados à degradação do meio ambiente. 
No âmbito da Contabilidade Social, o grande problema em se considerar as perdas sofridas pelo meio ambiente está na dificuldade de se valorá-las, isto é, de torná-las mensuráveis em termos monetários.
A utilização dos recursos ambientais no processo produtivo interfere nas relações econômicas de duas maneiras:
Em primeiro lugar, a utilização desses recursos pode ser entendida como um serviço prestado pelo meio ambiente. Nesse sentido, o não-pagamento desse serviço representa um subsídio à produção, que deveria ser considerado no cálculo do produto agregado. 
Em segundo lugar, a utilização dos recursos ambientais, quando implica perdas ao meio ambiente, seja pela exaustão dos recursos ou pela degradação da natureza, resulta em custos, tanto para gerações atuais quanto e, principalmente, para as gerações futuras. Nesse sentido, os custos relacionados à degradação do meio ambiente e à depreciação do estoque de capital natural do planeta deveriam ser deduzidos do cálculo do produto agregado, levando-se em consideração também seu impacto sobre a qualidade e as condições de vida no futuro. 
Apesar da dificuldade em se considerar a sustentabilidade do meio ambiente no sistema de contas nacionais, existem já algumas propostas para se contornar o problema da valoração das externalidades negativas geradas por determinados processos produtivos. 
Uma delas, por exemplo, busca mensurar as despesas necessárias para se evitar a degradação, restaurar as perdas ou compensar as gerações futuras pelos problemas ambientais. 
Nesse sentido, investimentos como a instalação de equipamentos antipoluentes, despesas como as decorrentes dos processos de controle e limpeza ambiental ou mesmo determinados gastos com saúde deveriam ser destacados no cálculo do produto da economia e excluídos de seu valor final.
Outra possibilidade seria a utilização do conceito de disposição a pagar. Assim, seriam realizadas estimativas acerca do valor das perdas impostas ao meio ambiente, tornando-se por base a disposição que teriam as pessoas em pagar pela redução de tais perdas. 
Poder-se-ia, por exemplo, mensurar o diferencial de preço entre imóveis em locais onde não exista poluição em relação aos imóveis em locais poluídos, estimando-se assim a disposição a pagar pela eliminação da poluição do ar e utilizando-se tal indicador como uma estimativa dos custos impostos pela poluição do ar. 
Partindo-se do pressuposto de que mais dia ou menos dia encontre-se algum parâmetro ou conjunto de indicadores que, consensualmente, permitam avaliar qual o sacrifício que o processo de geração de renda impõe ao meio ambiente, existirão duas alternativas para incorporar as perdas assim mensuradas ao sistema de contas nacionais: 
A primeira seria deduzir, do cálculo do produto, o custo de utilização do meio ambiente (o que afetaria primordialmente a conta de produção);
A segunda seria a criação de uma conta adicional, cujo objetivo seria detalhar as perdas impostas ao meio ambiente pelo processo do produto e da renda.
Num plano mais geral, e falando agora dessa nova área chamada economia do meio ambiente, os inúmeros exemplos de países ou regiões que alcançaram elevadas taxas de crescimento do produto, mas que experimentaram, simultaneamente, grandes perdas em termos de qualidade do meio ambiente, indicam a premência de se estimar essas perdas e de incorporá-las, não só ao cômputo do produto e da renda, mas também às teorias e modelos de crescimento produzidos pela ciência econômica, demonstrando, com isso, a necessidade de a sociedade encontrar alternativas para a continuidade do crescimento econômico sem o comprometimento do meio ambiente.
 
 CONTAS NACIONAIS NO BRASIL
1.5.1 INTRODUÇÃO: DOS PRIMÓRDIOS ATÉ O SNA 1993
Como já adiantamentos, o sistema de contas nacionais estudado no tópico anterior constitui, na verdade, apenas uma metodologia de referência para a construção de sistemas específicos. 
A ONU tem canalizado esforços para padronizar o sistema de contas nacionais dos vários países, tomando como base o sistema preconizado por Richard Stone. Como se sabe, o System of National Accounts (SNA) elaborado pela ONU é peça de referência para todos os países. 
O SNA de 1993 introduziu algumas mudanças significativas relativamente à versão então vigente, que excetuadas pequenas alterações, respeitava as recomendações do SNA 1968. Em função das novas determinações do SNA, a Fundação IBGE, responsável pela elaboração das contas nacionais do Brasil, procedeu recentemente a uma alteração substantiva na forma de apresentação do sistema de contas brasileiro. Recuperemos então um pouco da história das contas nacionais em nosso país antes de discutirmos o formato que elas atualmente apresentam.
No Brasil, os esforços em se criar um sistema de contas nacionais datam de 1947, a partir da criação do Núcleo de Economia na já existente Fundação Getúlio Vargas. 
Seu propósito inicial era empreender um acompanhamento sistemático da evolução dos preços, além da elaboração do balanço de pagamentos e do cálculo da renda nacional. Nessa época, ainda estava em estudos, no plano internacional, o desenho conceitual das contas. 
Uma versão mais bem acabada desse sistema, graças ao trabalho de Richard Stone e sua equipe, só viria em 1952. É neste ano que a ONU divulgam o SNA 1952, a primeira proposta de desenho do sistema, com recomendações metodológicas visando padronizar os cálculos e homogeneizar as estimativas. 
Assim, só em 1956, o Brasil disporia, pela primeira vez, de um balanço geral da atividade econômica do País, a partir da adaptação, ao SNA 1952, das estimativas da renda nacional a custo de fatores já elaboradas pela FGV, para o período 1948-1955.
Nessa época, já existia o Instituto Brasileiro de Economia (IBRE) da FGV, e as atividades relacionadas à mensuração e ao cálculo dos agregados componentes do sistema de contas nacionais já estavam a cargo desse órgão.
A equipe responsável por essa tarefa fez divulgar, desde então, várias séries de dados, não apenas relativos às contas nacionais propriamente ditas, mas a uma série de outras informações e estimativas necessárias para uma visão mais precisa do desempenho da economia.
Não custa lembrar, que a obtenção de tais séries e a elaboração do Sistema de Contas Nacionais no Brasil significaram à época um enorme avanço. Dadas as precariedades das estatísticas existentes e a falta de tradição nesse tipo de trabalho, o fato de nosso País ter conseguido àquela época elaborar o sistema de contas nacionais e produzir uma série significativa delas colocou-o na dianteira, particularmente se considerado o grupo dos países menos desenvolvidos, a maior parte dos quais estava então muito longede dispor de qualquer tipo de instrumento desse gênero.
Até 1986, é o Centro de Contas Nacionais do IBRE-FGV que se responsabiliza pelo cálculo e elaboração das contas nacionais do Brasil, procurando, na medida do possível, adaptar-se às determinações internacionais expressas nas sucessivas edições do SNA. 
A partir de 1986, é a Fundação IBGE que passa a se responsabilizar pela elaboração das contas nacionais.
Na época em que assume esse encargo, essa instituição elabora também uma profunda revisão metodológica com várias mudanças na estrutura do sistema de contas.
A alteração mais significativa foi a substituição do antigo sistema de cinco contas, por um sistema de quatro contas. No novo desenho, as atividades do governo não aparecem destacadas numa conta própria, mas diluem-se nas contas restantes. Cria-se simultaneamente, mas como instrumento à parte do sistema de contas, a Conta Corrente das Administrações Públicas, visando detalhar as operações do governo.
Finalmente, em 1993, surge uma nova proposta do SNA, recomendando um novo formato que apresenta significativas mudanças em relação ao anterior. O SNA de 1993 leva a Fundação IBGE a modificar mais uma vez o sistema de contas brasileiro, visando adaptá-lo a essas novas recomendações. 
1.5.2 O SISTEMA BRASILEIRO DE CONTAS NACIONAIS
1.5.2.1 SISTEMAS VIGENTES ATÉ 1987:
ATÉ 1986
O sistema de contas nacionais do Brasil, até 1986 era caracterizado por um conjunto de cinco contas:
Conta de produção;
Conta de apropriação; 
Conta corrente do governo; 
Conta consolidada de capital; e 
Conta transações com o resto do mundo. 
A PARTIR DE 1987
Com a passagem do cálculo da FGV para o IBGE, o sistema de contas nacionais passou a ser apresentado, a partir de 1987, sob a forma de quatro contas:
Conta produto interno bruto (referente à conta de produção);
Conta renda nacional disponível bruta (referente à conta de apropriação);
Conta de capital; e
Conta de transações correntes com o resto do mundo. Esse sistema exclui, portanto, a conta do governo, cujas operações são apresentadas à parte na conta corrente das administrações públicas.
A PARTIR DE 1998
A partir de 1998, mais uma vez seguindo orientação da ONU, o IBGE modificou a forma de apresentação do sistema de contas nacionais do Brasil para adaptá-lo às recomendações do SNA 1993, cujo desenho foi elaborado sob a responsabilidade conjunta de cinco organizações: 
As Nações Unidas (ONU);
Fundo Monetário Internacional (FMI);
A Comissão das Comunidades Europeias; 
A Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE); e
O Banco Mundial. 
Segundo a própria ONU, a nova proposta visa:
 “apresentar um sistema de contas que, embora mantendo os fundamentos anteriores, seja atualizado, flexível e harmônico”.
Atualizado, para acompanhar a evolução das economias nas quais a inflação, mudanças no papel do governo, desenvolvimento das comunicações e da informática, maior complexidade das instituições e dos mercados financeiros e a crescente preocupação com o meio ambiente direcionassem a adaptação dos conceitos e das mudanças metodológicas.
Flexível, para viabilizar sua aplicação tanto em economias que estão se tornando mais complexas, quanto naquelas que estão experimentando outros tipos de mudanças como a passagem para a economia de mercado. 
Finalmente, a harmonização do SNA 1993 com outros sistemas internacionais de estatísticas, a exemplo do Manual de Balanço de Pagamentos do FMI, foi bem mais significativa do que nos SNA anteriores. 
Como deixa claro o texto acima, as mudanças implementadas pelo SNA 1993, agora incorporadas ao sistema brasileiro pelo IBGE, não são mudanças de fundamento, mas de forma. 
Do ponto de vista conceitual, portanto, continuam ter validade todas as considerações apresentadas até aqui. Além disso, apesar de nos referirmos agora não mais a créditos e débitos, mas sim a recursos e usos, continuam a ser válidos os princípios contábeis que nortearam todos os Sistemas de Contabilidade Nacional até hoje desenhados.
O Novo sistema é bem mais complexo e rico em informações do que o sistema consolidado que vigorou até 1996. Em realidade, ele contém, além das Contas econômicas integradas (CEI), que se aproximam das quatro contas do antigo sistema, uma série de outros instrumentos que permitem analisar o comportamento da economia como um todo, as relações entre os agregados e a performance de cada setor/atividade, além da atuação do governo desagregada por nível (federal, estadual e municipal) e a relação da economia com o resto do mundo. 
Dentre esses instrumentos adicionais um se destaca por sua importância e riqueza de informações, a Tabela de Recursos e Usos de Bens e Serviços (TRU). As Contas Econômicas Integradas (CEI) dependem das informações da TRU.
A TRU é apresentado em forma de um diagrama. Não faremos sua análise devido o nível de complexidade e não ser este o objetivo da disciplina, assim como a CEI.
 ATIVIDADE PRÁTICA
1. Assinale a alternativa que indica os autores considerados os mais importantes da escola clássica da ciência econômica:
Bresser, Mailson, Malam.
Adam Smith, David Ricardo e John Stuart Mil.
Mantega, Tomim, David Smith.
Kaynes, Vasconcelos e Pinho.
2. A Teoria Geral do Emprego, do Juro e do Dinheiro, é uma obra de:
Adam Smith.
David Ricardo.
Stuar Mil.
John Maynard Keynes.
3. As contas nacionais do Brasil começaram a ser elaboradas em 1947 pelo(a):
FGV.
IBGE.
USP.
CVM.
4. Existem, basicamente, dois sistemas de contabilidade social adotados para quase todos os países. A opção que contém esses sistemas é:
COSIF e SPED.
ECD e SNA.
Sistema de Contas Nacionais e Matriz de Relações Intersetoriais.
Partida Simples e Partidas Dobradas.
5. “é uma técnica de registro e de mensuração de um conjunto interligado de grandezas e de variáveis definidas pela Ciência Econômica”. O enunciado corresponde ao conceito de:
Contabilidade Financeira.
Contabilidade Social.
Contabilidade Geral.
Contabilidade Integrada.
6. As óticas de mensuração da Contabilidade Social são:
Salário mínimo; inflação e juros.
PIB, PNB, Renda Nacional.
PNB, Despesa Nacional, Juros.
Produto, Despesa, Renda.
7. “é o valor de todos os bens e serviços finais produzidos em determinado período de tempo”. O enunciado está relacionado a:
Despesa Nacional (DN).
Renda Nacional (RN).
Produto Nacional (PN).
Produto Interno Bruto.
8. Um país de economia fechada com dois setores, envolve os setores:
Governo e Resto do Mundo.
Empresas e Governo.
Famílias e Governo.
Famílias e Empresas.
9. “é o gasto dos agentes econômicos com o produto nacional”. O enunciado corresponde à definição de:
Despesa Nacional.
Valor Adicionado.
Consumo Nacional.
Dispêndio Nacional.
10. Cite os pressupostos básicos da Contabilidade Social.
11. “é o valor que se adiciona ao produto em cada estágio de produção”. O enunciado trata de:
Renda Nacional.
Valor adicionado.
Valor desagregado.
Agregado Macroeconômico.
12. “é a parcela da renda nacional que não é consumida no período”. O enunciado corresponde ao conceito de:
Investimento Agregado.
Investimento total.
Depreciação.
Poupança agregada.
13. Explique no consiste a “Renda Pessoal Disponível”:
14. Explique no que consiste a “Carga Tributária Bruta e Líquida”:
15. O PIB mais Renda Recebida do exterior, menos Renda enviada ao exterior, resulta no:
PIB Nomal.
PIB Real.
PNB.
PIB per capita.
16. Explique porque alguns economistas argumentam de que o PIB não mede adequadamente o bem-estar da coletividade.
17. Explique em que consiste a “Economia Informal”.
18. Cite quatro exemplos de atividades consideradas não monetarizadas.
19. A utilização dos recursos ambientais no processo produtivo interfere nas relações econômicas de duas maneiras. Explique como a utilização desses recursos pode ser entendida:
20. Enumere as receitas que compõem a Receita Fiscal do Governo.

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