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CCoonnttaabbiilliiddaaddee BBáássiiccaa Módulo I Parabéns por participar de um curso dos Cursos 24 Horas. Você está investindo no seu futuro! Esperamos que este seja o começo de um grande sucesso em sua carreira. Desejamos boa sorte e bom estudo! Em caso de dúvidas, contate-nos pelo site www.Cursos24Horas.com.br Atenciosamente Equipe Cursos 24 Horas Sumário Introdução.....................................................................................................................3 1 Unidade 1 - Abordagem Inicial .................................................................................4 1.1 – O que é Contabilidade ......................................................................................5 1.1.1. O Caduceu...................................................................................................6 1.2 – Evolução da contabilidade ................................................................................7 1.2.1. Contabilidade no Brasil ............................................................................. 11 1.3 – Objetivos da contabilidade.............................................................................. 13 1.4 – O Contabilista ................................................................................................ 15 1.4.1. Perfil ideal dos contabilistas....................................................................... 17 1.4.2. Contabilidade como Profissão.................................................................... 20 1.4.3. Funções que podem ser exercidas por contabilistas .................................... 21 1.5 Ética na Contabilidade...................................................................................... 25 1.6. Introdução ao Sistema Contábil ........................................................................ 30 1.6.1. As contas de registro.................................................................................. 30 1.6.2. Convenções para registro: Débito e Crédito ............................................... 31 1.6.3. Livro Diário Geral ..................................................................................... 31 1.6.4. Controle de contas individuais: O razão ..................................................... 32 Unidade 2 – Receitas e Despesas................................................................................. 34 2.1 – O que são receitas? ......................................................................................... 35 2.1.1. Classificação das Receitas ......................................................................... 35 2.2 – O que são despesas? ....................................................................................... 36 2.3 – O que são custos? ........................................................................................... 37 2.3.1. Diferença entre Custos e Despesas............................................................. 41 2.4 – Depreciação, amortização e exaustão.............................................................. 41 2.4.1. Depreciação............................................................................................... 41 2.4.2. Amortização .............................................................................................. 43 2.4.3. Exaustão.................................................................................................... 44 Conclusão do Módulo I............................................................................................... 46 GLOSSÁRIO – CONTABILIDADE .......................................................................... 47 3 Introdução A contabilidade exerce um papel fundamental na administração de qualquer negócio, uma vez que oferece um banco de dados com informações preciosas para que os gestores possam tomar decisões estratégicas para o futuro da empresa. Neste sentido, estamos diante de uma nova etapa na área contábil. A fase mecânica de apuração de números cedeu lugar à fase técnica e esta passou a ceder lugar à fase da informação. O estigma de a contabilidade ser vista apenas como necessária para o cumprimento de obrigações fiscais e determinações legais ficou, há muito tempo, no passado. Dentro desse princípio de atividade estratégica, podemos destacar sua importância junto a outras áreas da empresa, compartilhando informações indispensáveis para manutenção de um bom posicionamento no mercado. É através de suas informações que a empresa poderá apoiar suas decisões de planejamento, organização, coordenação e controle objetivando uma maior competitividade. Assim, buscou-se desenvolver um curso que pudesse transmitir um pouco desse universo e de como o mesmo afeta todo o organismo empresarial. Baseado nisso, você vai conhecer os fundamentos da profissão, entre eles, seu objetivo, ética e regulamentação para o seu exercício. Abordaremos também, ao longo do curso, questões práticas como conceitos de despesas e receitas, lançamentos contábeis, erros de escrituração e os principais demonstrativos, necessários tanto para uma boa estratégia e um controle efetivo do negócio, como também para o cumprimento das obrigações legais. Bom Curso! 4 1 Unidade 1 - Abordagem Inicial Olá, Seja bem vindo(a) à Unidade 1. Nesta unidade você vai receber informações importantes que constituirão a base de seus estudos. Dentre elas, vai aprender sobre a história da contabilidade e seus objetivos, o papel do contabilista e quais são as habilidades e competências necessárias para ter sucesso na profissão, bem como o comportamento do mercado de trabalho em relação a esta profissão. Verá também a importância da ética na profissão e uma breve introdução ao sistema contábil. Bom estudo! 5 1.1 – O que é Contabilidade Quem não conhece a função da contabilidade dentro de uma empresa, imagina que a mesma constitui apenas uma atividade extremamente burocrática, cujo objetivo é o de controlar os pagamentos de tributos governamentais e manter a empresa em dia com suas obrigações perante as leis que regem o sistema tributário. Porém, esta ciência, não se resume apenas a estas atividades mecânicas. Podemos conceituar a contabilidade como uma ciência social, assim como a economia ou administração, que estuda, interpreta e registra os fenômenos, tanto em seu aspecto quantitativo, quanto em seu aspecto qualitativo, que afetam o patrimônio de uma organização. Neste sentido, podemos afirmar que ela mensura, condensa e atesta a veracidade de todos os dados e números relativos a tudo o que se passa na organização. Procura fornecer aos administradores da organização, as informações necessárias para tomadas de decisão, bem como aos proprietários do patrimônio e demais pessoas que estejam envolvidas neste processo. Reforçamos a importância da contabilidade como auxiliar na tomada de decisões por administradores, uma vez que, em uma economia globalizada como a que vivemos hoje, apenas a experiência e o feeling do administrador não são mais suficientes para o sucesso nos negócios. Na maioria dos casos, as organizações não podem se dar ao luxo de arriscar e correr grandes riscos. Para evitar tal cenário, tomam decisões apoiadas em informações contidas nos relatórios elaborados pela área de contabilidade e demais áreas afins. Tais relatórios também são fundamentais para que a organização se relacione com outros segmentos como: 6 Investidores – Os relatórios contábeis são o melhor caminhopara o investidor decidir se investe ou não em determinada empresa. Estes relatórios evidenciam se a empresa tem ou não capacidade para gerar lucros e se manter no mercado. Fornecedores – Os fornecedores que vendem a crédito usam estes relatórios para analisar a saúde financeira de seus compradores, afinal, está entregando seu produto agora e deverá receber apenas em 30 ou 45 dias. Bancos – Utilizam os relatórios para aprovar créditos e empréstimos, autorizar financiamentos, entre outros. Governo – Além de usar os relatórios, principalmente para arrecadar impostos, também os usa com a finalidade de gerar dados estatísticos como os relatórios emitidos pelo IBGE. Sindicatos – Utilizam os relatórios para determinar a produtividade do setor e, com isso, dependendo das informações, lutar com seus associados por reajustes de salários. 1.1.1. O Caduceu O Caduceu é o símbolo dos profissionais de contabilidade. Trata-se de um bastão, com a parte superior formada por um elmo com duas asas, entrelaçado por duas serpentes. Segundo especialistas, podemos definir sua origem na mitologia, onde Mercúrio intervém com seu bastão em uma disputa entre duas serpentes. Os romanos utilizavam o Caduceu como símbolo de equilíbrio moral e da boa conduta expressando-o da seguinte forma: 7 O Bastão – Expressa o poder As Serpentes – Expressam a sabedoria As Asas – Expressam a diligência O Elmo – Expressa os pensamentos elevados. Ainda na mitologia, Mercúrio era filho de Zeus com uma ninfa chamada Maia e irmão de Apolo. Por ter facilidade com permutas, desde o seu nascimento, Mercúrio também é considerado o Deus do Comércio. Inteligente e perspicaz inventou a Lira, um instrumento de cordas feito com o casco de uma tartaruga e presenteou seu irmão Apolo que, em retribuição, lhe deu de presente o Caduceu. O Caduceu era considerado um objeto mágico capaz de transformar em ouro tudo que tocasse. Assim, pelo fato da Contabilidade ser considerada uma garantidora da gestão eficiente de negócios e de Mercúrio ser o Deus propiciador das fortunas, é que se escolheu esta entidade para representar o papel exercido pelos contabilistas nas empresas. 1.2 – Evolução da contabilidade Não podemos avançar no campo da contabilidade, sem antes compreendermos quais são as suas raízes. Só entenderemos o presente após conhecermos suas origens. Podemos considerar que a história da contabilidade se mistura com a própria história da civilização, na qual surgiram as primeiras manifestações de proteção à posse e controle de seus bens. Desta forma, podemos resumir a evolução da ciência contábil em quatro períodos principais: A) Contabilidade no Mundo Antigo – Inicia-se nas primeiras civilizações e vai até 1202 d.C., com os seguintes acontecimentos: 8 • A contabilidade era feita de forma empírica, mas tinha como objeto o patrimônio representado por rebanhos e outros bens. • Estes primeiros registros eram feitos pelo homem de forma mental, mas com a sua evolução, encontrou foram encontradas maneiras de registrar essas informações através de gravações e outros métodos alternativos. • O método mais adequado neste período para exercer o controle dos bens, era a contagem. O inventário era classificado conforme sua natureza, ou seja, rebanhos de animais, metais, quantidade de escravos, entre outros. • Geralmente, esse controle era realizado através da gravação ou desenho da cara do animal que queria controlar e o número correspondente às cabeças existentes. • Escavações realizadas em Ur, na Caldeia, encontraram provas de que há 5.000 anos antes de Cristo, existiram documentos contábeis que comprovavam o registro de contas referentes à mão de obra e materiais. • Com a invenção dos papiros e das penas, as informações passaram a ser registradas diariamente, agrupando-se vários períodos, o que lembrava o diário, balancete mensal e balanço anual. • Os gregos, 2000 anos antes de Cristo, escrituravam Contas de custo e receitas de forma a compará-las para poderem apurar o saldo. Da mesma forma, aprimoraram este modelo e a estenderam às várias atividades como administração pública, privada e bancária. B) Contabilidade no Período Medieval – Inicia-se em 1202 e vai até 1494 com o surgimento do “Summa de Arithmetica, Geometria, Proportioni et Proportionalita” de Frei Luca Pacioli, publicado em 1494, que vincula a teoria contábil do débito e do crédito com a teoria dos números positivos e negativos. Neste período, destacamos ainda os seguintes eventos: 9 • Neste período havia uma preocupação com o estudo de técnicas matemáticas possibilitando ao homem, um avanço nos conhecimentos comerciais e financeiros. • Os italianos deram uma grande contribuição no desenvolvimento da contabilidade, com a criação do método de partidas dobradas, o que obrigou a adoção de outros livros que tornassem a contabilidade mais analítica. Surge então o livro da contabilidade de custos. • Foi um período marcado por grandes invenções como moinhos de vento e o aperfeiçoamento da bússola que propiciaram a homens como Marco Polo, explorar novos horizontes. • Com os navegadores, o comércio exterior ganhou novos ares e como consequência, surgiu o livro caixa que recebia os registros de recebimentos e pagamentos em dinheiro. Nesta mesma época, inicia-se o uso do débito e crédito, oriundos das relações entre direitos e obrigações. • Neste período houve um extraordinário crescimento da contabilidade em função do advento do capitalismo. O processo de produção gerou acúmulo de capital, alterando completamente as relações de trabalho, ao ponto de o trabalho escravo ceder lugar ao trabalho assalariado. • No início do século XIV já existiam registros dos custos comerciais e industriais em suas diversas fases como custo de aquisição, custo de transportes, tributos, mão de obra direta, entre outros. Da mesma forma, a escrita já se fazia nos moldes em que é realizada nos dias atuais, separando os gastos com matérias primas, mão de obra direta e custos indiretos de fabricação. 10 C) Contabilidade no Período Moderno – Inicia-se em 1494 e vai até 1840 com a obra "La Contabilità Applicatta alle Amministrazioni Private e Pubbliche" de Franscesco Villa. Obra esta, marcante na história da Contabilidade. • A obra “Summa de Arithmetica, Geometria, Proportioni et Proportionalita” de Frei Luca Pacioli, publicado em 1494, dá início à contabilidade no período moderno. Pacioli foi um matemático, teólogo e contabilista que, apesar de não ter criado a teoria das partidas dobradas, uma vez que o método já era utilizado na Itália, foi o que melhor conseguiu desenvolvê-la, sistematizando a contabilidade, abrindo precedentes para que novas obras pudessem ser escritas sobre o assunto. • Neste período, surge o Novo Mundo e a contabilidade tornou-se uma ferramenta essencial para estabelecer as inúmeras riquezas que estavam por vir. • Neste período também, a contabilidade é introduzida nos negócios privados. Isso assegurou os interesses de credores e investidores que concediam empréstimos e, ao mesmo tempo, foi muito útil na relação dos comerciantes com seus clientes e empregados. D) Contabilidade no Mundo Científico – Inicia-se em 1840 e continua até os dias atuais. • A obra "La Contabilità Applicatta alle Amministrazioni Private e Pubbliche" de Francesco Villa é o marco inicial para esta nova fase da contabilidade. • Neste período surgem três escolas do pensamento contábil: - Escola Lombarda, chefiada por Francesco Villa - Escola Toscana, chefiada por Giusepe Cerboni- Escola Veneziana, chefiada por Fábio Bésta 11 • A ciência contábil ainda era confundida com a ciência da administração e o patrimônio, segundo postulados jurídicos, se definia como um direito. • Na Itália, a contabilidade passa a ser lecionada na universidade com a aula de comércio da corte. • Francesco Villa elabora o pensamento patrimonialista, no qual entende que a contabilidade implicava conhecer a natureza, os detalhes, as normas, as leis e as práticas que regem o patrimônio. • Já Fábio Bésta, seguidor de Francesco Villa, superou seu mestre ao demonstrar o elemento fundamental da conta, o valor e quase definiu o patrimônio como apenas objeto da contabilidade. • Quem conseguiu definir o patrimônio como objeto da contabilidade, foi Vicenzo Mazi, seguidor de Fábio Besta. • Porém, a escola europeia, preocupou-se apenas com a teoria da contabilidade, esquecendo-se de demonstrar na prática como deveria funcionar a contabilidade gerencial. • A partir de 1920, destaca-se dentro da contabilidade, a escola Norte-americana. Em função do surgimento de grandes corporações, foi necessário implementar tanto a teoria quanto a prática da contabilidade de forma que permitisse a correta interpretação dos números por qualquer acionista ou outro interessado nos resultados das empresas. 1.2.1. Contabilidade no Brasil Podemos destacar as influências contábeis no Brasil da seguinte forma: 12 • Inicialmente, o Brasil sofreu influência das escolas italianas, defendidas por Vicenzo Mazi no qual se destacava o patrimônio. Tal influencia foi decretada pelo rei D. João VI em 1808. • Em 1850, o Código Comercial Brasileiro passou a obrigar a manutenção e escrituração de livros pelos comerciantes. Desta forma, surge a necessidade de oferecer uma disciplina que preparasse esses comerciantes para a prática do registro contábil. Surge então, em 1863, a disciplina de Escrituração Mercantil, no Instituto Comercial do Rio de Janeiro. • Por volta de 1870 ocorre, por meio de decreto, a primeira regulamentação da profissão contábil no Brasil e que passa a reconhecer a primeira profissão liberal regulamentada no país. • Em 1946, são criados os Conselhos Federal e Regionais de contabilidade, com o objetivo de realizar a fiscalização do exercício da profissão. • Em 1964 o Brasil adota o método norte-americano onde a tendência era padronizar a contabilidade de forma a torná-la mais prática. • Em 2004, com o objetivo de aperfeiçoar o curso superior de contabilidade, são instituídas as diretrizes curriculares nacionais. • Hoje, além do SPED, sigla para Sistema Público de Escrituração Digital, que determina a transferência para o meio eletrônico de todas as obrigações contábeis e fiscais de uma empresa, o que simplifica e padroniza muitos processos tributários, reduz o interminável processo de preenchimento de livros e formulários e permite um maior controle e efetivo combate a informalidade, há uma expectativa muito grande por parte do empresariado brasileiro sobre as possíveis alterações que o Conselho Federal de Contabilidade deseja realizar para que todas as companhias adotem o padrão International Financial Reporting Standard (IFRS), ou seja, todas as empresas seguirão normas 13 internacionais. Para pequenas e médias empresas, isso significa alterações significativas em seus lucros e patrimônios líquidos. 1.3 – Objetivos da contabilidade Como vimos no tópico anterior, a contabilidade vem evoluindo ao longo dos anos e hoje desponta como uma perfeita gestora de patrimônio, principalmente quando se trata de catalisar informações com o objetivo de revelar sua atual situação e possíveis fatores que possam proporcionar mutações ao referido patrimônio, fornecendo assim, informações úteis para a tomada de decisão. Exemplificando, nos países mais desenvolvidos, tais informações são produzidas principalmente para investidores que desejam aplicar seu capital na entidade. Já no Brasil, o principal usuário destas informações é o governo através de seu órgão de fiscalização, que busca erros e falta de transparência nas informações. Neste sentido, destacamos a posição do Conselho Federal de Contabilidade sobre o objetivo da contabilidade: “O objetivo científico da Contabilidade manifesta-se na correta apresentação do Patrimônio e na apreensão e análise das causas das suas mutações. Já sob ótica pragmática, a aplicação da Contabilidade a uma Entidade particularizada, busca prover os usuários com informações sobre aspectos de natureza econômica, financeira e física do Patrimônio da Entidade e suas mutações, o que compreende registros, demonstrações, análises, diagnósticos e prognósticos, expressos sob a forma de relatos, pareceres, tabelas, planilhas, e outros meios”. Note que o texto em questão deixa claro que a contabilidade deve prover os usuários com informações, de forma a possibilitar uma boa administração do patrimônio da entidade. Isso se faz através de um sistema de informações contábeis que, como dissemos, proverá os usuários com demonstrações e análises de natureza econômica, financeira, física e produtividade. 14 Entendemos por informações de natureza econômica, as demonstrações do resultado do exercício como o fluxo de receitas e despesas, o capital e o patrimônio da entidade. Entendemos por informações de natureza financeira, o fluxo de caixa, o capital de giro, entre outros. Entendemos por informações de natureza física, dos complementos aos valores monetários como quantidades geradas de produtos e serviços, número de clientes e empregados de uma empresa e outras que possam permitir uma inferência (conhecimento; dedução sobre a situação da entidade) do usuário. Entendemos por informações de natureza produtiva, a utilização mista dos conceitos de valor (financeiros) e quantidade (físicos) como receita bruta per capita (produto da venda de bens e serviços dividido pelo número de funcionários), depósitos por clientes em instituição bancária (valor médio de depósito por cliente), entre outros. Porém, para que os usuários avaliem a situação financeira e econômica da entidade e possam realizar inferências sobre as tendências futuras, utilizando estas informações como instrumento para a tomada de decisões, é necessário que a entidade divulgue com clareza tais informações para uma adequada avaliação de sua situação patrimonial. As informações que não estiverem explícitas nas demonstrações deverão constar de notas explicativas ou quadros complementares. Vale ressaltar ainda, a importância de se verificar se tais objetivos estão sendo alcançados. O procedimento ideal para esta avaliação consiste em realizar uma pesquisa periódica na qual se apura o grau de utilização destas informações por parte dos usuários interessados. Se as informações não estiverem sendo utilizadas ou com uma utilização apenas restrita poderão estar ocorrendo algumas interferências, como: A) Deficiências na estrutura do modelo informativo B) Limitações do próprio usuário 15 C) Baixa credibilidade por parte dos usuários D) Linguagem inadequada nas demonstrações contábeis. 1.4 – O Contabilista Para se tornar um contabilista, seja um contador ou técnico em contabilidade é preciso concluir o curso técnico ou universitário na área. Antes de ingressar no mercado de trabalho, este profissional deve passar por um processo educacional com o objetivo de obter conhecimentos técnicos para desenvolver seu trabalho com qualidade e eficiência. As empresas não possuem mais interesse em um profissional desprovido de estratégia e interação com as demaisáreas da empresa, um fazedor de contas, como o profissional dessa área foi considerado por muito tempo. Desejam um profissional que utilize o raciocínio, a lógica, o planejamento e a estratégia. Querem um profissional que, além de ético, seja completo, com formação em línguas, agilidade com números, conhecimentos em informática, entre outros. A profissão contábil foi regulamentada pelo Decreto-lei nº. 9.295/46, o qual criou também o Conselho Federal de Contabilidade (CFC) e seus Conselhos Regionais de Contabilidade (CRC). Por este Decreto, ficam definidas duas categorias profissionais para o exercício da contabilidade: A) Técnico em Contabilidade – São os contabilistas que se formam em nível médio, ou seja, nos cursos técnicos de contabilidade. B) Contador – São os contabilistas que se formam em nível superior, como bacharel em Ciências Contábeis. 16 Tanto um quanto o outro, só poderão exercer a profissão, se estiverem devidamente registrados em seu Conselho Regional de Contabilidade, sob pena de serem punidos por exercício ilegal da profissão. Entre as prerrogativas para exercício da atividade, estes profissionais podem exercer a profissão na condição de: • Profissional Liberal ou Autônomo • Empregado Celetista (registrado pelo regime da CLT) • Servidor Público • Sócio de qualquer tipo de sociedade • Diretor ou Conselheiro de quaisquer entidades. Entre as atribuições privativas dos profissionais de contabilidade, precisamos destacar as atividades que são exclusivas dos Contadores, uma vez que, por possuírem formação de nível superior, recebem mais responsabilidades que os técnicos. Assim, entre as principais atribuições dos técnicos em contabilidade, destacamos: A) Abertura e encerramento de escritas contábeis B) Elaboração de balancetes e demonstrações do movimento por contas ou grupos de contas, de forma analítica ou sintética C) Levantamento de balanços de qualquer tipo ou natureza, para quaisquer finalidades D) Tradução, em moeda nacional, das demonstrações contábeis originalmente em moeda estrangeira e vice-versa 17 E) Integração de balanços, inclusive consolidações, também de subsidiárias do exterior F) Elaboração de orçamentos de qualquer tipo, tais como econômicos, financeiros, patrimoniais e de investimentos G) Declaração de Imposto de Renda, pessoa jurídica. Entre as atribuições dos Contadores, além das previstas para o técnico de contabilidade, também se destacam como sua exclusividade: A) Regulações judiciais e extrajudiciais B) Análise de balanços C) Auditoria interna e operacional D) Auditoria externa independente E) Perícias contábeis, judiciais e extrajudiciais F) Magistério das disciplinas compreendidas na Contabilidade, em qualquer nível de ensino, inclusive no de pós-graduação. 1.4.1. Perfil ideal dos contabilistas Assim como na maioria das profissões, para ter sucesso em sua atividade, o profissional precisa apresentar uma série de habilidades e competências que permita realizar seu trabalho com qualidade e eficiência. O contador não é apenas um controlador de dados. Atualmente não se restringe a uma conciliação e reconciliação de contas nem a apuração e recolhimento de impostos. É fundamental o conhecimento de um idioma estrangeiro, pois os negócios 18 não se restringem a regiões e locais delimitados. Atualmente os balanços são feitos por escriturações aceitas mundialmente. A seguir, a título de melhor especificação, tratamos algumas características importantes ao profissional de contabilidade: Planejamento Profissional – O profissional contábil, a exemplo de qualquer outra profissão não pode mais agir ao sabor das ocorrências. Precisa ter conhecimento das premissas de planejamento e organizar sua atividade de forma a não ser surpreendido ao ter que cumprir certas ações sem a devida previsão de ocorrência. Um planejamento bem elaborado é capaz de prever até certos fatos fortuitos de forma a não prejudicar as atividades principais e os cumprimentos de prazo. Conhecimento Técnico – A realidade do mercado econômico exige do contador a agilidade em reciclar seus conhecimentos e buscar novos conhecimentos que permitam desenvolver seu trabalho com mais qualidade, sabendo que, do trabalho bem feito na contabilidade, são identificadas as necessidades da empresa para garantia de sua longevidade e desenvolvimento. Educação permanente – Os profissionais devem ser capazes de aprender continuamente, tanto na sua formação, quanto na sua prática. Desta forma, os profissionais devem aprender a aprender e ter responsabilidade e compromisso com a sua educação e o treinamento/estágios das futuras gerações de profissionais. Boa comunicação – A comunicação é a área mais sensível e complexa no sucesso de qualquer empreendimento. Ao contador não basta ter todas as informações técnicas, é preciso exercitar o poder da comunicação sempre respeitando as adversidades, procurando ser claro, assertivo, convincente e ter a pré-disposição de esclarecer exaustivamente todos os envolvidos até que estes tenham entendimento das demonstrações contábeis e financeiras que serão a base para as tomadas de decisão. 19 Relacionamento interpessoal – No dia a dia convivemos com pessoas e profissionais das mais diferentes áreas de atuação e com pessoas de nossa própria equipe com as mais diferentes formações, níveis sociais e educacionais, com características pessoais únicas. O profissional precisa aprender a conviver harmoniosamente com a diversidade, respeitando as individualidades e estimulando a busca do autodesenvolvimento de todos, visando um alinhamento de nível, o que necessariamente favorecerá a compreensão e convivência entre os desiguais, fazendo com que a eficácia seja atingida com menos esforço e mais naturalidade. Marketing Pessoal – O marketing pessoal é a arte de mostrar-se naquilo que tem de mais interessante e poderoso, sendo capaz de fazer do profissional uma personalidade requerida nos momentos de tomada de decisão ou em situações limites da organização. O profissional deve estar presente sempre que possível no lugar certo e no momento certo, assim como fazer-se necessário nos momentos de atividades importantes que demandam seus conhecimentos como reforço a ações e decisões. Domínio de uma Língua Estrangeira – O desenvolvimento econômico traz em si a dinâmica de diálogo entre os países. Hoje as empresas estão onde os custos são mais favoráveis porque o que garante a sua sobrevivência, é a sua capacidade competitiva. O profissional de contabilidade está sendo obrigado a ter expertise em processos importados de países mais avançados, compondo as informações de modo que possam ser lidas e interpretadas em qualquer lugar do planeta. Equilíbrio Emocional – Um ambiente equilibrado é a base para a sustentação e desenvolvimento de qualquer atividade, assim como o inverso é passo seguro para o insucesso. O profissional de contabilidade, seja como líder ou membro de uma equipe ou exercendo altos níveis de responsabilidade, deve estar convencido de que o equilíbrio emocional é fator essencial para a condução de um bom planejamento, harmonização de decisões e operacionalização das atividades. 20 Conhecimento de Informática – A área de contabilidade nos dias atuais deve interagir de forma dinâmica com a área de tecnologia da empresa, uma vez que as exigências legais para a prestação de informações de forma eletrônica crescem a cada ano. Ainda, internamente, deve o profissional ser capaz de conciliar e trabalhar com os registros contábeis, gerando relatóriosdiversos, de acordo com as necessidades da administração da empresa e demais áreas relacionadas. Pró-atividade – Pró-atividade, em outras palavras, é estar à frente. Deve o profissional trabalhar com conjunto com as áreas de negócios da empresa, sempre buscando alternativas legais e viáveis para que as operações comerciais a serem realizadas sejam sempre as mais rentáveis para a empresa, clientes e fornecedores . Flexibilidade – Ser flexível é estar preparado para mudanças. As situações de relacionamento, participação em decisões, condução e administração de novas situações, exigem do profissional estar sempre disposto a inovar e criar facilidades para o seu dia a dia e dos que permeiam o seu espaço de atuação. “Aqueles profissionais que, hoje, ainda ficam presos ao passado e só conhecem, exclusivamente, a contabilidade, em termos de partidas dobradas, debitando e creditando sem agregar nenhum valor à empresa, estarão com seus dias condenados.” (José Paulo Cosenza – RBC – p. 61) 1.4.2. Contabilidade como Profissão Podemos afirmar que, onde existir movimentação financeira e patrimônio, haverá um contador. Da mesma forma, podemos concluir que, tanto um pequeno bazar como uma multinacional, precisará sempre contar com um profissional de contabilidade, interno ou externo. Como dissemos, o campo de atuação desses profissionais é muito amplo, podendo atuar em empresas, escritórios próprios, grupos com finalidades não lucrativas, 21 como o terceiro setor, ou mesmo com pessoas de direito público, através de contratação pelo regime CLT ou de forma autônoma. Em pesquisa recente, o Conselho Federal de Contabilidade apurou que existem cerca de 350.000 profissionais contabilistas, ou seja, entre contadores e técnicos de contabilidade e aproximadamente 70.000 empresas de serviços contábeis. Além dos órgãos representativos como CFC e seus CRC´s, sua estrutura abrange ainda uma federação nacional de empresas de serviços contábeis e diversos sindicatos de contabilistas e empresas de serviços contábeis. Estima-se ainda que haja 60 empresas para cada contabilista, podendo ser considerada a profissão com o maior índice de empregabilidade no país. Porém, isto não significa que basta ter o registro de técnico ou contador em mãos para conseguir um emprego e ter sucesso na profissão. É preciso trabalhar com dedicação, seriedade e ética, acompanhando as mudanças que ocorrem com a globalização, de forma a não ser atropelado pelas inovações tecnológicas, pois, os famosos Darfistas, aqueles que apenas preenchem guias para pagamentos de impostos, estão fadados a desaparecerem do mercado. 1.4.3. Funções que podem ser exercidas por contabilistas A contabilidade está entre as áreas que mais oferecem oportunidades no mercado de trabalho. O profissional pode exercer várias funções e atividades em diversos setores da economia como empresas, órgãos públicos, no ensino ou mesmo de forma autônoma. Veremos a seguir algumas alternativas disponíveis para estes profissionais: A) Funções de contabilidade que podem ser exercidas em Empresas Planejador Tributário – Este profissional visa estruturar e orientar a área financeira sobre seus processos tributários de forma a trazer os melhores resultados para a empresa 22 no que tange a redução da carga tributária. Costuma agir, da mesma forma, em situações como fusões, incorporações e cisões entre empresas. Analista Financeiro – Utilizando-se de relatórios contábeis, o analista financeiro vai avaliar a situação econômico-financeira da empresa com o objetivo de atender diversas finalidades, entre elas, a concessão de crédito, investimentos e desempenho. Contador Geral – Deve estar presente em todas as empresas, uma vez que é obrigatório para fins fiscais. Este profissional vai fornecer todas as informações que forem necessárias para seus usuários. Pode especializar-se em vários segmentos da contabilidade como contabilidade bancária (aplicada aos bancos), contabilidade comercial (aplicada ao comércio), contabilidade industrial (aplicada às indústrias), entre outras. Cargos Administrativos – O contador poderá exercer também cargos administrativos como assessoria, postos de chefia e gerência, inclusive cargos de diretoria. Possuem tal desenvoltura, pois, no exercício de suas funções, costumam entrar em contato com todos os setores da empresa. Auditor Interno – É o profissional, contratado pela empresa, que realiza auditorias em diversas áreas como auditoria de sistemas, auditoria de gestão, entre outras. Contador de Custos – Este profissional realiza cálculos e interpretações dos custos dos bens fabricados ou comercializados, ou dos serviços prestados pela empresa. Contador Gerencial – Procura suprir os gerentes com informações suficientes para realizarem tomadas de decisão. Conhecido também como Controller, diferencia-se dos outros modelos de contabilidade por não se prender a princípios tradicionais. Geralmente é responsável pela controladoria, contabilidade internacional, balanço social, accountability, entre outros. Atuário – É o profissional especializado em previdência privada, previdência social e seguros. 23 B) Funções de contabilidade que podem ser exercidas em Órgãos Públicos Contador Público – Auxilia no gerenciamento das finanças públicas . Agente Fiscal de Rendas – Exerce a fiscalização direta dos tributos estaduais e as funções relacionadas com a coordenadoria, direção, chefia, assessoramento, assistência, planejamento de ação fiscal, consultoria e orientação tributária, representação e participação junto a órgãos julgadores, bem como outras atividades ou funções que venham a ser criadas. Concursos Públicos – Pode prestar concurso para diversas funções como controlador de arrecadação, contador do Ministério Público da União, Banco Central, entre outros. Tribunal de Contas – Neste órgão público, o contador está apto para exercer as funções de controladoria, fiscalização, analista contábil, auditoria pública e contabilidade orçamentária. Oficial Contador – Pode ingressar nas forças armadas podendo alcançar a patente de general de divisão através dos cargos de contador e auditor. C) Funções de contabilidade que podem ser exercidas no Ensino Professor – Pode desenvolver tanto a carreira acadêmica quanto aulas para cursos técnicos, treinamentos, entre outros. Pode exercer o magistério para o 2º. Grau ou para faculdades, neste caso, desde que tenha pós-graduação. Não se restringe apenas à área contábil, podendo ministrar aulas para os cursos de Ciências Econômicas, Administração, Direito, entre outros. Pesquisador – Este é um campo pouco explorado no Brasil e que possui um amplo espaço para desenvolvimento. O profissional pode realizar pesquisas para sindicatos, 24 instituições de ensino, órgãos de classes ou mesmo em Fundações de Pesquisa como a Fipecafi, FIA ou FIPE, por exemplo. Escritor – Neste segmento, há muitos meios para o profissional de contabilidade desenvolver seu trabalho. Existem boletins que remuneram escritores contábeis, pode atuar desenvolvendo livros técnicos e didáticos sobre o assunto, escrevendo colunas sobre contabilidade para revistas e jornais ou mesmo trabalhando como revisor de livros de outros autores. Parecerista – Para ingressar neste segmento, o profissional deve ser um docente e pesquisador com um currículo notável. Vai desenvolver pareceres sobre laudos periciais, causas judiciais envolvendo empresas, questões contábeis, entre outros. Conferencista – O contabilista conferencista realiza palestras em universidades, empresas, órgãos de classes, convenções, entre outros. Para tanto, o profissionalprecisa ter uma boa oratória e se expressar de forma clara. D) Funções de contabilidade que podem ser exercidas de forma Autônoma Auditor Independente – Trata-se de um profissional liberal que realiza trabalhos de auditoria em empresas. Ou seja, apesar de trabalhar dentro das empresas, não está vinculado a elas. Consultor – É o profissional que oferece assistência ou consultoria às empresas, em assuntos como avaliação de empresas, tributos, comércio exterior, controladoria e demais assuntos relacionados com a sua área de atuação. Assim como o auditor externo, pode desenvolver seu trabalho dentro das empresas, mas de forma autônoma, sem vínculo empregatício. Empresário Contábil – É o profissional que abre seu próprio negócio para prestar serviços a outras empresas. Pode montar um escritório de contabilidade, despachante, centros de treinamento e desenvolvimento, entre outros. 25 Perito Contábil – É o profissional que se coloca à disposição da justiça para ajudar a analisar registros contábeis de disputas judiciais. Investigador de Fraudes – É o profissional contratado geralmente por investidores e empresas que negociam fusões e incorporações, para descobrir informações que foram ocultadas ou fraudadas. É comum serem contratados semestralmente por empresas sediadas nos EUA ou Europa para investigar suas filiais no Brasil. 1.5 Ética na Contabilidade A origem da palavra “ética” vem do grego “éthos” e significa, de forma análoga, modo de ser ou caráter, como forma de vida também adquirida ou conquistada pelo homem. Segundo o Dicionário Aurélio, ÉTICA é "o estudo dos juízos de apreciação que se referem à conduta humana susceptível de qualificação do ponto de vista do bem e do mal, seja relativamente à determinada sociedade, seja de modo absoluto". De forma mais clara, ética é um conjunto de valores morais e princípios que norteiam a conduta humana na sociedade e devem ser analisados conforme a cultura, crenças, ideologias e tradições de cada sociedade. O mais importante neste conceito é que a ética deve ser usada na busca do equilíbrio e do bom funcionamento social. Neste sentido, embora não possa ser confundida com as leis, está relacionada com o sentimento de justiça social. Neste sentido, podemos definir o conceito de Ética Profissional como uma série de normas com direitos e deveres que devem incutir no profissional hábitos para viver harmonicamente com seus colegas de trabalho. As empresas devem apresentar com clareza suas regras morais, ou seja, princípios básicos de conduta que devem nortear seus relacionamentos. Assim, este regramento para 26 o profissional de contabilidade está pautado no Código de Ética da Profissão onde estão inseridos os problemas específicos da profissão e as maneiras de resolvê-los de forma clara e idônea. De forma ampla e resumida, este Código de Ética estabelece alguns preceitos principais, os quais são destacados a seguir: São DIREITOS e DEVERES dos profissionais de contabilidade: A) Exercer a profissão com zelo, diligência e honestidade, resguardando os interesses de seus clientes e/ou empregadores, sem prejuízo da dignidade e independência profissionais. B) Guardar sigilo sobre o que souber em razão do exercício profissional lícito, ressalvados os casos previstos em lei ou quando solicitado por autoridades competentes. C) Comunicar, desde logo, ao cliente ou empregador, em documento reservado, eventual circunstância adversa que possa influir na decisão daquele que lhe formular consulta ou lhe confiar trabalho. D) Inteirar-se de todas as circunstâncias, antes de emitir opinião sobre qualquer caso. E) Renunciar às funções que exerce, caso haja falta de confiança por parte do cliente ou empregador. F) Caso seja substituído em suas funções, informar o substituto sobre fatos que devam chegar ao conhecimento dele, a fim de habilitá-lo para o bom desempenho das funções a serem exercidas. G) Manifestar, a qualquer tempo, a existência de impedimento para o exercício da profissão. 27 É VEDADO aos profissionais de contabilidade: A) Anunciar, em qualquer modalidade ou veículo de comunicação, conteúdo que resulte na diminuição de colega, da Organização Contábil ou da classe. B) Assumir, direta ou indiretamente, serviços de qualquer natureza, com prejuízo moral ou desprestígio para a classe. C) Auferir qualquer provento em função do exercício profissional que não decorra exclusivamente de sua prática lícita. D) Assinar documentos ou peças contábeis elaborados por outrem, alheio à sua orientação, supervisão e fiscalização. E) Exercer a profissão, quando impedido, ou facilitar, por qualquer meio, o seu exercício aos não habilitados ou impedidos. F) Concorrer para a realização de ato contrário à legislação ou destinado a fraudá-la ou praticar, no exercício da profissão, ato definido como crime ou contravenção. G) Solicitar ou receber do cliente ou empregador qualquer vantagem que saiba para aplicação ilícita. H) Prejudicar, culposa ou dolosamente, interesse confiado a sua responsabilidade profissional. I) Recusar-se a prestar contas de quantias que lhe forem, comprovadamente, confiadas. J) Reter abusivamente livros, papéis ou documentos, comprovadamente confiados à sua guarda. 28 L) Aconselhar o cliente ou o empregador contra disposições expressas em lei ou contra os Princípios Fundamentais e as Normas Brasileiras de Contabilidade editadas pelo Conselho Federal de Contabilidade. M) Exercer atividade ou ligar o seu nome a empreendimentos com finalidades ilícitas. N) Iludir ou tentar iludir a boa-fé de cliente, empregador ou terceiros, alterando ou deturpando o exato teor de documentos, bem como fornecendo falsas informações ou elaborando peças contábeis inidôneas. O) Publicar ou distribuir, em seu nome, trabalho científico ou técnico do qual não tenha participado. Quando se tratar de contador nas funções de perito, assistente técnico, auditor ou árbitro, deverá: A) Recusar sua indicação quando reconheça não se achar capacitado em face da especialização requerida. B) Abster-se de interpretações tendenciosas sobre a matéria que constitui objeto de perícia, mantendo absoluta independência moral e técnica na elaboração do respectivo laudo. C) Abster-se de expender argumentos ou dar a conhecer sua convicção pessoal sobre os direitos de quaisquer das partes interessadas, ou da justiça da causa em que estiver servindo, mantendo seu laudo no âmbito técnico e limitado aos quesitos propostos. D) Considerar com imparcialidade o pensamento exposto em laudo submetido a sua apreciação. E) Mencionar obrigatoriamente fatos que conheça e repute em condições de exercer efeito sobre peças contábeis, objeto de seu trabalho, respeitado o disposto no inciso II do art. 2º do próprio Código de Ética. 29 F) Abster-se de dar parecer ou emitir opinião sem estar suficientemente informado e munido de documentos. G) Assinalar equívocos ou divergências que encontrar no que concerne à aplicação dos Princípios Fundamentais e Normas Brasileiras de Contabilidade editadas pelo CFC. H) Considerar-se impedido para emitir parecer ou elaborar laudos sobre peças contábeis observando as restrições contidas nas Normas Brasileiras de Contabilidade editadas pelo Conselho Federal de Contabilidade. I) Atender à Fiscalização dos Conselhos Regionais de Contabilidade e Conselho Federal de Contabilidade no sentido de colocar à disposição desses, sempre que solicitado, papéis de trabalho, relatórios e outros documentos que deram origem e orientaram a execuçãodo seu trabalho. São OBRIGAÇÕES do profissional de contabilidade em relação aos colegas de profissão: A) Abster-se de fazer referências prejudiciais ou de qualquer modo desabonadoras. B) Jamais apropriar-se de trabalhos, iniciativas ou de soluções encontradas por colegas, que deles não tenha participado, apresentando-os como próprios. C) Evitar desentendimentos com o colega a que vier substituir no exercício profissional. São OBRIGAÇÕES do profissional de contabilidade em relação à sua classe profissional: A) Zelar pelo prestígio da classe, pela dignidade profissional e pelo aperfeiçoamento de suas instituições. B) Acatar as resoluções votadas pela classe contábil, inclusive quanto a honorários profissionais. 30 C) Zelar pelo cumprimento deste Código. D) Não formular juízos depreciativos sobre a classe contábil. E) Jamais utilizar-se de posição ocupada na direção de entidades de classe em benefício próprio ou para proveito pessoal. 1.6. Introdução ao Sistema Contábil Para você ter acesso à parte operacional da contabilidade é de fundamental importância receber algumas informações que o ajudarão a compreender melhor as operações e conceitos que estão por vir ao longo do curso. Assim, neste tópico, veremos de forma sucinta algumas informações que deverão ser usadas durante as próximas unidades. 1.6.1. As contas de registro Da mesma forma que você abre uma conta em um banco para realizar movimentações financeiras e este cuida para que todas as transações ocorridas sejam processadas, as empresas também utilizam contas para registrar tudo o que acontece financeiramente na empresa. Geralmente, o nome da conta indica o tipo de transação que a empresa realizou ou vai realizar. Assim, a conta que registra todas as entradas e saídas de dinheiro é chamada de “caixa”; da mesma forma, os bens adquiridos pela empresa, como móveis, costumam ser registrados em uma conta chamada “móveis”. No mesmo sentido, as obrigações da empresa são registradas em contas chamadas “contas a pagar” ou “empréstimos a pagar”, entre outros. Deve indicar também se a conta é ativo, passivo exigível ou patrimônio líquido, como será visto adiante. 31 Guia de registro: Os lançamentos Os lançamentos são os guias utilizados para realizar o registro de uma transação em uma conta, ou seja, os lançamentos consistem na inserção das informações propriamente ditas nos registros adequados. Utilizando ainda o exemplo do banco, um depósito realizado, será lançado pelo banco em sua conta. Estes lançamentos são resumidos nas fichas de lançamento, que indicam as contas que sofrerão as alterações, o valor destas, bem como um breve histórico da transação. 1.6.2. Convenções para registro: Débito e Crédito Para indicar o aumento ou a diminuição do ativo, passivo exigível ou patrimônio líquido, são usadas as palavras “débito” e “crédito”. Esses termos foram convencionados de forma a parametrizar as operações contábeis. Desta forma, com o que aprendemos até aqui, podemos concluir que: as transações são registradas nas contas, através de lançamentos de débito e crédito. 1.6.3. Livro Diário Geral O registro oficial das transações de uma empresa é realizado em um livro chamado Livro Diário Geral. As informações básicas que este livro deve registrar são: A) Data da transação B) Nome das contas que estão sendo debitadas e creditadas C) Valor dos débitos e créditos em cada conta 32 D) Histórico resumido da transação 1.6.4. Controle de contas individuais: O razão O razão representa um sistema pelo qual se controla a movimentação ocorrida individualmente em cada conta. A sua escrituração pode ser realizada através de um livro ou pela utilização de fichas. Ressaltamos ainda que a diferença para o livro diário geral está no fato deste ser utilizado para registrar as transações em todas as contas, enquanto que o razão demonstra os registros efetuados em cada conta individualmente. As informações básicas que o razão deve registrar são: A) Nome da conta que está sendo representada B) Data da transação C) Histórico resumido da transação D) Colunas para débitos e créditos, com o registro dos valores representativos de cada transação e uma coluna de saldo para demonstrar a diferença entre os totais de débito e crédito E) Coluna para indicar se o saldo da conta é credor ou devedor. CHEGAMOS AO FIM DA UNIDADE 1! NESTA UNIDADE VOCÊ APRENDEU QUE: • A contabilidade é uma ciência social que estuda os fenômenos quantitativos e qualitativos que afetam o patrimônio de uma organização. Ela atesta a veracidade de dados e números ligados a tudo o que se passa na organização. 33 Com isso, os administradores têm as informações necessárias para tomar decisões e obter o sucesso da organização. • A história da contabilidade pode ser dividida em 4 períodos: Mundo Antigo, Período Medieval, Período Moderno e Cientificismo. • No Brasil, a contabilidade adotou o método norte-americano e foram criados os Conselhos Federal e Regionais de Contabilidade para regulamentar a mesma. • As informações fornecidas pela Contabilidade podem ser de natureza econômica, financeira, física e produtiva. • As informações transmitidas pela contabilidade devem ter clareza. Os principais fatores que prejudicam a sua utilização são: deficiências na estrutura do modelo informativo, limitações do próprio usuário, baixa credibilidade por parte dos usuários e linguagem inadequada nas demonstrações contábeis. • Existem duas categorias de profissionais da contabilidade: o técnico e o contador, sendo que cada uma delas possuem diferentes atribuições. • As principais competências e habilidades do profissional de contabilidade devem ser: planejamento pessoal, conhecimento técnico, educação permanente, boa comunicação, marketing pessoal, conhecimento de informática, domínio de uma língua estrangeira, pró-atividade e flexibilidade. • O profissional desta área deve seguir o Código de Ética da Profissão de Contabilidade. • São conceitos básicos para entender as operações da contabilidade: contas de registro, guia de registro, convenções para registro, livro diário e o razão. 34 Unidade 2 – Receitas e Despesas Bem vindo à unidade 2! Nesta unidade você vai receber informações importantes que serão fundamentais para a continuidade do curso, dentre os quais destacamos os conceitos de receitas, despesas e custos. Verá também, os conceitos de depreciação, amortização e exaustão. Bom estudo! 35 2.1 – O que são receitas? Considera-se receita de uma empresa o dinheiro que a mesma recebe ou tem direito a receber, proveniente de operações realizadas por ela. Normalmente, esses valores correspondem à venda de bens ou serviços oferecidos por esta empresa. 2.1.1. Classificação das Receitas As receitas classificam-se em operacionais e não operacionais. As receitas operacionais são aquelas geradas pelo objeto de venda da empresa e classificam-se em: A) Receita da Atividade Principal – Trata-se da receita advinda da atividade principal da empresa como a venda de produtos, mercadorias ou serviços. B) Receita Complementar – São rendimentos complementares gerados pela atividade principal, compostos basicamente de receitas financeiras como rendimentos, alugueis, juros, entre outros. Contabilmente, esse grupo se classifica em “outras receitas operacionais”.As receitas não operacionais são valores provenientes, de forma atípica ou extraordinária, de outras fontes, diferentes da atividade principal ou complementar da empresa, como a venda de um imóvel integrante do patrimônio da empresa. São elas: A) Receitas do Exercício – São receitas ganhas nesse período, não importando se tenham sido recebidas ou não. B) Receitas a Receber – São receitas ganhas dentro do período contábil, mas que ainda não foram recebidas. 36 C) Receitas Diferidas – São receitas representadas por recebimentos adiantados que vão gerar um passivo para uma prestação de serviços futuros ou entrega posterior do bem. 2.2 – O que são despesas? Consideram-se despesas os gastos necessários para manter e administrar uma empresa, de forma a permitir o desenvolvimento de suas operações. De forma mais simples, são todos os gastos para vender produtos ou serviços, administrar o negócio e financiar as operações. Como exemplo de despesas, podemos destacar: - Salários dos empregados - Aluguel de salas - Gastos com material de limpeza - Gastos com material de escritório - Juros sobre empréstimos - Comissões de vendedores É importante deixar claro que despesa não é simplesmente desembolso de dinheiro. O desembolso significa entregar dinheiro a uma determinada pessoa, por um determinado motivo. Comprar um bem à vista, significa desembolso, mas não despesa, senão vejamos: quando compra um veículo, a empresa passa a ter um bem, que representa um ativo, sendo que a gasolina utilizada para fazer esse veículo rodar, significa uma despesa. 37 Neste sentido, concluímos que se o desembolso gerar um aumento no ativo, tal como ocorre com a aquisição do veículo, ou uma redução no passivo exigível, não será uma despesa. Não sendo este o caso, o desembolso torna-se despesa. As despesas operacionais dividem-se em grupos, os quais destacamos: A) Despesas com Vendas: São todos os gastos relacionados com as vendas de produtos ou serviços. Constituem-se em comissões sobre vendas, propaganda e publicidade, marketing, aluguéis de veículos, provisão para devedores duvidosos, entre outros. B) Despesas Administrativas: São os gastos necessários para realizar a administração da empresa. Neste caso, estas despesas constituem-se em folha de pagamento do pessoal, material de expediente, seguros, combustíveis, manutenção de veículos, assinatura de jornais, depreciação de equipamentos, entre outros. C) Despesas Financeiras: São as remunerações aos capitais de terceiros, tais como juros pagos, comissões bancárias, correção monetária pré-fixada, descontos concedidos, juros de mora pagos, entre outros. 2.3 – O que são custos? De forma direta, podemos conceituar “custos” como desembolsos financeiros necessários para a fabricação ou revenda de produtos e prestação de serviços. Ou seja, são os gastos que a empresa realiza com o objetivo de colocar seu produto no mercado, a disposição de seus clientes, fabricando-o ou apenas revendendo-o, ou de prestar seu serviço oferecido com qualidade. É importante ressaltar que o conceito de custo está relacionado diretamente com o processo produtivo e, qualquer gasto que não esteja relacionado com a produção, não deve ser considerado custo, mas sim despesa. Essa distinção será vista mais adiante. 38 Os custos podem ser apurados da seguinte forma: Custos Diretos – São os custos que podem ser identificados e ligados diretamente a cada serviço ou produto a ser custeado, ou seja, tem parcelas definidas para cada unidade ou lote produzido. Os custos diretos não necessitam de rateio para serem atribuídos ao objeto custeado ou ainda, são os custos incluídos diretamente no cálculo do produto. Exemplos: - Mão de obra direta - Matéria prima usada na fabricação do produto. Custos Indiretos – São os custos que dependem da adoção de algum critério de rateio. Trata-se de um custo comum a diferentes tipos de bens, sem que se possa separar ou identificar especificamente a parcela referente a cada um deles, no momento de sua ocorrência. Exemplos: - Mão de obra indireta, representada pelos empregados de departamentos auxiliares, como o de controle de qualidade, e que não pode ser mensurável em nenhum produto ou serviço executado. - Materiais indiretos utilizados nas atividades auxiliares de produção como graxas, lixas e lubrificantes, entre outros. - Outros custos indiretos: são os custos necessários para a manutenção do setor fabril ou de prestação de serviços, como depreciação, seguros, manutenção de equipamentos e outros. 39 Custos Fixos – São os custos que não sofrem alteração de valor em relação ao aumento ou diminuição da produção. Produzindo ou vendendo, seja em que quantidade for, os custos fixos existirão e serão os mesmos. Exemplos: - Limpeza e Conservação - Aluguéis de Equipamentos e Instalações - Salários da Administração Custos Variáveis – Como o próprio nome já diz, são os custos que variam de acordo com o volume de produção ou atividade. Seus valores dependerão do volume produzido ou vendido num determinado período. Exemplos: - Matérias-Primas - Comissões de Vendas - Insumos produtivos (Água, Energia) - Embalagens - Frete de entrega - Impostos diretos de vendas A seguir destacamos outros custos que são menos usuais, mas nem por isso, menos importantes: 40 Custos Comuns São os custos originados em dois ou mais departamentos ou fases de produção onde não se pode determinar qual parcela do custo corresponde exatamente a cada departamento ou fase de produção. Custos Funcionais São os custos identificados com as diferentes funções da empresa e se originam da utilização de Custeio por Responsabilidade. São os custos demonstrados após o Lucro Bruto Operacional na Demonstração de Resultados do Exercício. Custos Estimados São custos predeterminados destinados a solucionar problemas de controle e planejamento ou situações especiais. Custo Primário Representado pela soma do custo de mão de obra direta e de material direto ou matéria-prima. Custo de Transformação ou Conversão É o custo total do processo produtivo e é representado pela soma da mão de obra direta com os custos indiretos e representa o custo de transformação da matéria-prima em produto acabado. Custo de Fabricação ou de Produção Corresponde a expressão Custo Fabril+Estoque Inicial de Produtos em Processo-Estoque Final de Produtos em Processo, e representa o valor da produção de determinado período. Custo Oportunidade É o valor do benefício que se deixa de receber, quando em um processo de decisão, se opta por determinado investimento em detrimento de outro, sendo os benefícios das alternativas rejeitadas o custo oportunidade da alternativa escolhida. Custo Marginal Conceito de custo ligado à Economia que significa a parcela de acréscimo no custo total por cada unidade adicional produzida. Fonte: http://pt.shvoong.com/exact-sciences/1669381-custos/ 41 2.3.1. Diferença entre Custos e Despesas Muitas pessoas ainda confundem custos com despesas. Apesar de os dois tipos gerarem desembolsos financeiros, não podem ser considerados como similares dentro do sistema contábil. De forma geral, o custo representa um desembolso destinado a atender uma necessidade da atividade-fim, ou seja, todos os gastos relativos ao processo de produção ou fabricação. Já as despesas representam a atividade-meio, ou seja, são gastos relativos à administraçãodo negócio e não geram nenhuma receita para a empresa. 2.4 – Depreciação, amortização e exaustão Estes três temas são de fundamental importância para o entendimento da contabilidade e entendemos estar relacionados aos conceitos de despesa. Por esse motivo, vamos destacá-los nesta unidade. 2.4.1. Depreciação Trata-se da perda de valor que os bens imobilizados sofrem ao longo do tempo, por força de seu uso. Pode ser conceituado como a diminuição do valor dos bens corpóreos que integram o ativo permanente de uma empresa, em decorrência de desgaste ou perda de utilidade por uso, ação da natureza ou obsolescência. Tal depreciação pode ser computada como custo ou despesa. Quando a depreciação ocorre em bens utilizados na produção, será computado como custo e, quando ocorre com os demais bens do patrimônio, será computado como despesa operacional. 42 A depreciação ocorre em um determinado lapso temporal estabelecido pela legislação, ou seja, há uma regra legal para que a empresa deprecie um bem e efetue o lançamento desta despesa. Segue abaixo uma relação de bens que podem ser depreciáveis: - Edifícios e construções (a partir da conclusão e início de utilização, o valor da edificação deve ser destacado do valor do terreno). - Bens móveis e imóveis utilizados no desempenho de atividades de contabilidade. - Os bens imóveis utilizados como estabelecimento da administração. - Os bens móveis utilizados nas atividades operacionais, instalados em estabelecimento da empresa. - Os veículos do tipo caminhão, caminhonete de cabine simples ou utilitários utilizados no transporte de mercadorias e produtos adquiridos para revenda de matéria-prima, produtos intermediários e de embalagem aplicados à produção. - Os veículos do tipo caminhão, caminhonete de cabine simples ou utilitário, as bicicletas e motocicletas utilizadas pelos cobradores, compradores e vendedores, nas atividades de cobrança, compra e venda, bem como os utilizados nas entregas de mercadorias. - Os veículos utilizados no transporte coletivo de empregados. Apenas para elucidar, destacamos também uma relação de bens não depreciáveis: - Terrenos, salvo em relação a melhoramentos ou construções. 43 - Prédios ou construções não alugados nem utilizados pelo proprietário na produção dos seus rendimentos ou destinados à revenda. - Bens que normalmente aumentam de valor com o tempo, como as obras de arte ou antiguidades. - Bens para os quais sejam registradas cotas de exaustão. 2.4.2. Amortização A Amortização pode ser conceituada como uma eliminação gradual e periódica do ativo de uma empresa. Ou seja, é a recuperação contábil: A) Do capital aplicado na aquisição de bens e direitos classificados no ativo imobilizado, cuja existência ou exercício tenha duração limitada ou cuja utilização pelo contribuinte tenha o prazo limitado por lei ou contrato. Ressalta-se ainda que, neste caso, só haverá esta recuperação caso não haja hipóteses que permitam indenizações como: - Bens intangíveis ou direitos de uso - Investimento em bens que, nos termos da lei ou contrato que regule a concessão de serviço público, devem reverter ao poder concedente, ao final do prazo de concessão. - Direitos autorais, licenças, autorizações para exploração de determinada atividade econômica, concessões para exploração de serviços públicos, bem como o custo de aquisição, prorrogação ou modificação de contratos de qualquer natureza, inclusive de exploração de fundos de comércio. - Custo das construções e benfeitorias em bens locados, arrendados ou cedidos por terceiros. - O valor dos direitos contratuais de exploração de florestas. 44 B) Dos custos, encargos ou despesas, registrados no ativo diferido, que contribuirão para a formação do resultado de mais de um período de apuração. Como exemplo, destacamos despesas pré-operacionais e despesas com pesquisas e desenvolvimento de novos produtos. A principal distinção entre esses dois encargos é que, enquanto a depreciação incide sobre os bens físicos de propriedade do próprio contribuinte, a amortização relaciona-se com a diminuição de valor dos direitos (ou despesas diferidas) com prazo limitado (legal ou contratualmente). 2.4.3. Exaustão Exaustão é a perda de valor de imobilizações suscetíveis de exploração que se esgotam ao longo do tempo. Como exemplo, destacamos as reservas vegetais e minerais. A diferença entre depreciação e exaustão está no fato da depreciação causar a perda de valor pelo uso enquanto que a exaustão causa a perda de valor pela exploração. CHEGAMOS AO FIM DA UNIDADE 2! NESTA UNIDADE VOCÊ APRENDEU: • Como são definidas as receitas, as despesas, os custos, a amortização, a depreciação e a exaustão. • Que as receitas podem ser operacionais e não operacionais. • Que as despesas representam as atividades-meio da empresa. • Que os custos representam as atividades-fim da empresa. 45 • Que a exaustão e a depreciação são diferentes porque a primeira diz respeito às perdas causadas pela exploração e, a segunda, diz respeito às perdas causadas pelo tempo de uso e desgaste. 46 Conclusão do Módulo I Chegamos ao fim do Módulo I! Para continuar com o curso você deve, quando se sentir preparado(a) fazer a avaliação referente a este módulo. Após a avaliação você terá acesso aos materiais referentes ao Módulo II! Boa Sorte! 47 GLOSSÁRIO – CONTABILIDADE A Ágio – Diferença entre o valor de mercado de um título e seu valor nominal. Alíquota - Percentual ou valor fixo que será aplicado sobre a base de cálculo para o cálculo do valor de um tributo. Amortização – Redução de uma dívida mediante pagamento parcelado. Analogia – Comparação. Aportado – Chegado ao porto ou qualquer lugar. C Capital – Patrimônio de uma empresa, que se constitui de, ou pode ser convertido em, dinheiro. Catalisar – Modificar a velocidade de um processo. CFC – Conselho Federal de Contabilidade Controller – Cargo relacionado a um administrador financeiro. CRC – Conselho Regional de Contabilidade 48 D Debênture – Título de crédito ao portador, emitido por uma empresa em troca de empréstimo a juros e amortizável a longo prazo, cuja garantia é o valor do patrimônio e a confiabilidade (e não itens ou bens especificados). Deturpar – Estragar; corromper; tornar feio. Diferido – Diz-se de despesa ou renda cujo pagamento anual começa no final de um determinado prazo. Dividendos – Parte do lucro de uma empresa ou sociedade que cabe a cada um dos acionistas ou sócio. Duplicatas – Título de crédito que obriga o comprador a pagar, em data preestabelecida, a quantia correspondente ao valor da mercadoria adquirida. E Elmo – Peça de armadura para a cabeça; espécie de capacete. Elucidar – Esclarecer; explicar. Empirismo – Pessoa que trabalha apenas com a experiência, sem uma formação técnica. Estigma – Visão negativa e muito arraigada, numa sociedade, a respeito de determinada prática ou comportamento. Estorno – Ação ou resultado de estornar, de corrigir crédito ou débito lançado indevidamente em conta. Exaustão – Consumo completo de um recurso. 49F Feeling – Pode ser considerado um sentimento sobre determinada situação. I Incorpóreo – imateriais. Inidôneas – Que não são próprias, adequadas ou aptas para alguma coisa. Intangível – Diz-se de bens que não têm existência física IPVA – Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores. IRPF – Imposto de Renda Pessoa Física ISS – Imposto sobre serviço de qualquer natureza. ITBI – Imposto sobre Transmissão de Bens Imóveis. L Liquidez – é um conceito econômico que considera da facilidade com que um ativo pode ser convertido em um meio de troca da economia, ou seja, é a facilidade em que ele pode ser revertido em dinheiro. M Majorar – Aumentar, elevar. Mensuráveis – Que podem ser medidos. Mercúrio – Deus grego que era um mensageiro e deus da venda, do lucro, do comércio. 50 Método – Conjunto de meios ou procedimentos racionais para atingir um objetivo. Mitologia – Conjunto dos mitos de uma área do conhecimento, uma doutrina, uma atividade, um tema. Montante – Que se eleva; que sobe. Mutação – Ação ou resultado de mudar(-se), transformar(-se); P Parametrizar – Criar parâmetros. Periodicidade – Que se repete em intervalos regulares ou apresenta sintomas/fenômenos em horas/dias certos. Permutas - Trocas Privativo – Peculiar; próprio; exclusivo. Promissórias – Título de crédito no qual uma pessoa (devedor) assume que deve a outra (beneficiário ou favorecido) certa quantia e que lhe pagará em determinado dia. Provisão – Reserva em dinheiro ou outros valores. R Rateio – Distribuição proporcional de lucros ou bens, prejuízos ou despesas. Ressalva – Qualquer observação por escrito com o fito de corrigir ou emendar algo ou para validar o que anteriormente se registrou. 51 T Tempestividade – oportunidade. Tributo – Imposto de caráter geral e obrigatório.
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