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Contabilidade Básica - Módulo 1

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CCoonnttaabbiilliiddaaddee BBáássiiccaa 
 
Módulo I 
 
 
 
Parabéns por participar de um curso dos 
Cursos 24 Horas. 
Você está investindo no seu futuro! 
Esperamos que este seja o começo de um 
grande sucesso em sua carreira. 
 
Desejamos boa sorte e bom estudo! 
 
Em caso de dúvidas, contate-nos pelo site 
www.Cursos24Horas.com.br 
 
Atenciosamente 
Equipe Cursos 24 Horas 
 
 
 
 
 
Sumário 
Introdução.....................................................................................................................3 
1 Unidade 1 - Abordagem Inicial .................................................................................4 
1.1 – O que é Contabilidade ......................................................................................5 
1.1.1. O Caduceu...................................................................................................6 
1.2 – Evolução da contabilidade ................................................................................7 
1.2.1. Contabilidade no Brasil ............................................................................. 11 
1.3 – Objetivos da contabilidade.............................................................................. 13 
1.4 – O Contabilista ................................................................................................ 15 
1.4.1. Perfil ideal dos contabilistas....................................................................... 17 
1.4.2. Contabilidade como Profissão.................................................................... 20 
1.4.3. Funções que podem ser exercidas por contabilistas .................................... 21 
1.5 Ética na Contabilidade...................................................................................... 25 
1.6. Introdução ao Sistema Contábil ........................................................................ 30 
1.6.1. As contas de registro.................................................................................. 30 
1.6.2. Convenções para registro: Débito e Crédito ............................................... 31 
1.6.3. Livro Diário Geral ..................................................................................... 31 
1.6.4. Controle de contas individuais: O razão ..................................................... 32 
Unidade 2 – Receitas e Despesas................................................................................. 34 
2.1 – O que são receitas? ......................................................................................... 35 
2.1.1. Classificação das Receitas ......................................................................... 35 
2.2 – O que são despesas? ....................................................................................... 36 
2.3 – O que são custos? ........................................................................................... 37 
2.3.1. Diferença entre Custos e Despesas............................................................. 41 
2.4 – Depreciação, amortização e exaustão.............................................................. 41 
2.4.1. Depreciação............................................................................................... 41 
2.4.2. Amortização .............................................................................................. 43 
2.4.3. Exaustão.................................................................................................... 44 
Conclusão do Módulo I............................................................................................... 46 
GLOSSÁRIO – CONTABILIDADE .......................................................................... 47 
 
3
 
Introdução 
 
 A contabilidade exerce um papel fundamental na administração de qualquer 
negócio, uma vez que oferece um banco de dados com informações preciosas para que 
os gestores possam tomar decisões estratégicas para o futuro da empresa. 
 
 Neste sentido, estamos diante de uma nova etapa na área contábil. A fase 
mecânica de apuração de números cedeu lugar à fase técnica e esta passou a ceder lugar 
à fase da informação. O estigma de a contabilidade ser vista apenas como necessária 
para o cumprimento de obrigações fiscais e determinações legais ficou, há muito tempo, 
no passado. 
 
 Dentro desse princípio de atividade estratégica, podemos destacar sua 
importância junto a outras áreas da empresa, compartilhando informações 
indispensáveis para manutenção de um bom posicionamento no mercado. É através de 
suas informações que a empresa poderá apoiar suas decisões de planejamento, 
organização, coordenação e controle objetivando uma maior competitividade. 
 
 Assim, buscou-se desenvolver um curso que pudesse transmitir um pouco desse 
universo e de como o mesmo afeta todo o organismo empresarial. Baseado nisso, você 
vai conhecer os fundamentos da profissão, entre eles, seu objetivo, ética e 
regulamentação para o seu exercício. 
 
 Abordaremos também, ao longo do curso, questões práticas como conceitos de 
despesas e receitas, lançamentos contábeis, erros de escrituração e os principais 
demonstrativos, necessários tanto para uma boa estratégia e um controle efetivo do 
negócio, como também para o cumprimento das obrigações legais. 
 
Bom Curso! 
 
 
 
 
4
 
1 Unidade 1 - Abordagem Inicial 
 
Olá, 
 
Seja bem vindo(a) à Unidade 1. 
 
 Nesta unidade você vai receber informações importantes que constituirão a base 
de seus estudos. 
 
 Dentre elas, vai aprender sobre a história da contabilidade e seus objetivos, o 
papel do contabilista e quais são as habilidades e competências necessárias para ter 
sucesso na profissão, bem como o comportamento do mercado de trabalho em relação a 
esta profissão. Verá também a importância da ética na profissão e uma breve introdução 
ao sistema contábil. 
 
Bom estudo! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5
 
1.1 – O que é Contabilidade 
 
 Quem não conhece a função da contabilidade 
dentro de uma empresa, imagina que a mesma constitui 
apenas uma atividade extremamente burocrática, cujo 
objetivo é o de controlar os pagamentos de tributos 
governamentais e manter a empresa em dia com suas 
obrigações perante as leis que regem o sistema tributário. 
Porém, esta ciência, não se resume apenas a estas 
atividades mecânicas. 
 
 Podemos conceituar a contabilidade como uma ciência social, assim como a 
economia ou administração, que estuda, interpreta e registra os fenômenos, tanto em seu 
aspecto quantitativo, quanto em seu aspecto qualitativo, que afetam o patrimônio de 
uma organização. 
 
Neste sentido, podemos afirmar que ela mensura, condensa e atesta a 
veracidade de todos os dados e números relativos a tudo o que se passa na organização. 
Procura fornecer aos administradores da organização, as informações necessárias para 
tomadas de decisão, bem como aos proprietários do patrimônio e demais pessoas que 
estejam envolvidas neste processo. 
 
 Reforçamos a importância da contabilidade como auxiliar na tomada de 
decisões por administradores, uma vez que, em uma economia globalizada como a que 
vivemos hoje, apenas a experiência e o feeling do administrador não são mais 
suficientes para o sucesso nos negócios. 
 
Na maioria dos casos, as organizações não podem se dar ao luxo de arriscar e 
correr grandes riscos. Para evitar tal cenário, tomam decisões apoiadas em informações 
contidas nos relatórios elaborados pela área de contabilidade e demais áreas afins. Tais 
relatórios também são fundamentais para que a organização se relacione com outros 
segmentos como: 
 
 
6
 
 
Investidores – Os relatórios contábeis são o melhor 
caminhopara o investidor decidir se investe ou não 
em determinada empresa. Estes relatórios 
evidenciam se a empresa tem ou não capacidade 
para gerar lucros e se manter no mercado. 
 
Fornecedores – Os fornecedores que vendem a crédito usam estes relatórios para 
analisar a saúde financeira de seus compradores, afinal, está entregando seu produto 
agora e deverá receber apenas em 30 ou 45 dias. 
 
Bancos – Utilizam os relatórios para aprovar créditos e empréstimos, autorizar 
financiamentos, entre outros. 
 
Governo – Além de usar os relatórios, principalmente para arrecadar impostos, também 
os usa com a finalidade de gerar dados estatísticos como os relatórios emitidos pelo 
IBGE. 
 
Sindicatos – Utilizam os relatórios para determinar a produtividade do setor e, com 
isso, dependendo das informações, lutar com seus associados por reajustes de salários. 
 
1.1.1. O Caduceu 
 
 O Caduceu é o símbolo dos profissionais de contabilidade. 
Trata-se de um bastão, com a parte superior formada por um elmo 
com duas asas, entrelaçado por duas serpentes. Segundo 
especialistas, podemos definir sua origem na mitologia, onde 
Mercúrio intervém com seu bastão em uma disputa entre duas 
serpentes. 
 
 Os romanos utilizavam o Caduceu como símbolo de equilíbrio moral e da boa 
conduta expressando-o da seguinte forma: 
 
 
7
 
O Bastão – Expressa o poder 
As Serpentes – Expressam a sabedoria 
As Asas – Expressam a diligência 
O Elmo – Expressa os pensamentos elevados. 
 
 Ainda na mitologia, Mercúrio era filho de Zeus com uma ninfa chamada Maia e 
irmão de Apolo. Por ter facilidade com permutas, desde o seu nascimento, Mercúrio 
também é considerado o Deus do Comércio. Inteligente e perspicaz inventou a Lira, um 
instrumento de cordas feito com o casco de uma tartaruga e presenteou seu irmão Apolo 
que, em retribuição, lhe deu de presente o Caduceu. 
 
 O Caduceu era considerado um objeto mágico capaz de transformar em ouro 
tudo que tocasse. Assim, pelo fato da Contabilidade ser considerada uma garantidora 
da gestão eficiente de negócios e de Mercúrio ser o Deus propiciador das fortunas, é que 
se escolheu esta entidade para representar o papel exercido pelos contabilistas nas 
empresas. 
 
1.2 – Evolução da contabilidade 
 
 Não podemos avançar no campo da contabilidade, sem antes compreendermos 
quais são as suas raízes. Só entenderemos o presente após conhecermos suas origens. 
 
 Podemos considerar que a história da contabilidade se mistura com a própria 
história da civilização, na qual surgiram as primeiras manifestações de proteção à posse 
e controle de seus bens. 
 
 Desta forma, podemos resumir a evolução da ciência contábil em quatro 
períodos principais: 
 
A) Contabilidade no Mundo Antigo – Inicia-se nas primeiras civilizações e vai até 
1202 d.C., com os seguintes acontecimentos: 
 
 
8
 
• A contabilidade era feita de forma empírica, mas tinha como objeto o 
patrimônio representado por rebanhos e outros bens. 
 
• Estes primeiros registros eram feitos pelo homem de forma mental, mas com a 
sua evolução, encontrou foram encontradas maneiras de registrar essas 
informações através de gravações e outros métodos alternativos. 
 
• O método mais adequado neste período para exercer o controle dos bens, era a 
contagem. O inventário era classificado conforme sua natureza, ou seja, 
rebanhos de animais, metais, quantidade de escravos, entre outros. 
 
• Geralmente, esse controle era realizado através da gravação ou desenho da cara 
do animal que queria controlar e o número correspondente às cabeças existentes. 
 
• Escavações realizadas em Ur, na Caldeia, encontraram provas de que há 5.000 
anos antes de Cristo, existiram documentos contábeis que comprovavam o 
registro de contas referentes à mão de obra e materiais. 
 
• Com a invenção dos papiros e das penas, as informações passaram a ser 
registradas diariamente, agrupando-se vários períodos, o que lembrava o diário, 
balancete mensal e balanço anual. 
 
• Os gregos, 2000 anos antes de Cristo, escrituravam Contas de custo e receitas de 
forma a compará-las para poderem apurar o saldo. Da mesma forma, 
aprimoraram este modelo e a estenderam às várias atividades como 
administração pública, privada e bancária. 
 
B) Contabilidade no Período Medieval – Inicia-se em 1202 e vai até 1494 com o 
surgimento do “Summa de Arithmetica, Geometria, Proportioni et Proportionalita” de 
Frei Luca Pacioli, publicado em 1494, que vincula a teoria contábil do débito e do 
crédito com a teoria dos números positivos e negativos. Neste período, destacamos 
ainda os seguintes eventos: 
 
9
 
• Neste período havia uma preocupação com o estudo de técnicas matemáticas 
possibilitando ao homem, um avanço nos conhecimentos comerciais e 
financeiros. 
 
• Os italianos deram uma grande 
contribuição no desenvolvimento da 
contabilidade, com a criação do método 
de partidas dobradas, o que obrigou a 
adoção de outros livros que tornassem a 
contabilidade mais analítica. Surge então 
o livro da contabilidade de custos. 
 
• Foi um período marcado por grandes invenções como moinhos de vento e o 
aperfeiçoamento da bússola que propiciaram a homens como Marco Polo, 
explorar novos horizontes. 
 
• Com os navegadores, o comércio exterior ganhou novos ares e como 
consequência, surgiu o livro caixa que recebia os registros de recebimentos e 
pagamentos em dinheiro. Nesta mesma época, inicia-se o uso do débito e 
crédito, oriundos das relações entre direitos e obrigações. 
 
• Neste período houve um extraordinário crescimento da contabilidade em função 
do advento do capitalismo. O processo de produção gerou acúmulo de capital, 
alterando completamente as relações de trabalho, ao ponto de o trabalho escravo 
ceder lugar ao trabalho assalariado. 
 
• No início do século XIV já existiam registros dos custos comerciais e industriais 
em suas diversas fases como custo de aquisição, custo de transportes, tributos, 
mão de obra direta, entre outros. Da mesma forma, a escrita já se fazia nos 
moldes em que é realizada nos dias atuais, separando os gastos com matérias 
primas, mão de obra direta e custos indiretos de fabricação. 
 
 
10
 
C) Contabilidade no Período Moderno – Inicia-se em 1494 e vai até 1840 com a obra 
"La Contabilità Applicatta alle Amministrazioni Private e Pubbliche" de Franscesco 
Villa. Obra esta, marcante na história da Contabilidade. 
 
• A obra “Summa de Arithmetica, Geometria, Proportioni et Proportionalita” de 
Frei Luca Pacioli, publicado em 1494, dá início à contabilidade no período 
moderno. Pacioli foi um matemático, teólogo e contabilista que, apesar de não 
ter criado a teoria das partidas dobradas, uma vez que o método já era utilizado 
na Itália, foi o que melhor conseguiu desenvolvê-la, sistematizando a 
contabilidade, abrindo precedentes para que novas obras pudessem ser escritas 
sobre o assunto. 
 
• Neste período, surge o Novo Mundo e a contabilidade tornou-se uma 
ferramenta essencial para estabelecer as inúmeras riquezas que estavam por vir. 
 
• Neste período também, a contabilidade é introduzida nos negócios privados. 
Isso assegurou os interesses de credores e investidores que concediam 
empréstimos e, ao mesmo tempo, foi muito útil na relação dos comerciantes com 
seus clientes e empregados. 
 
D) Contabilidade no Mundo Científico – Inicia-se em 1840 e continua até os dias 
atuais. 
 
• A obra "La Contabilità Applicatta alle Amministrazioni Private e Pubbliche" de 
Francesco Villa é o marco inicial para esta nova fase da contabilidade. 
 
• Neste período surgem três escolas do pensamento contábil: 
 
- Escola Lombarda, chefiada por Francesco Villa 
 
 - Escola Toscana, chefiada por Giusepe Cerboni- Escola Veneziana, chefiada por Fábio Bésta 
 
11
 
• A ciência contábil ainda era confundida com a ciência da administração e o 
patrimônio, segundo postulados jurídicos, se definia como um direito. 
 
• Na Itália, a contabilidade passa a ser lecionada na universidade com a aula de 
comércio da corte. 
 
• Francesco Villa elabora o pensamento patrimonialista, no qual entende que a 
contabilidade implicava conhecer a natureza, os detalhes, as normas, as leis e 
as práticas que regem o patrimônio. 
 
• Já Fábio Bésta, seguidor de Francesco Villa, superou seu mestre ao demonstrar 
o elemento fundamental da conta, o valor e quase definiu o patrimônio como 
apenas objeto da contabilidade. 
 
• Quem conseguiu definir o patrimônio como objeto da contabilidade, foi 
Vicenzo Mazi, seguidor de Fábio Besta. 
 
• Porém, a escola europeia, preocupou-se apenas com a teoria da contabilidade, 
esquecendo-se de demonstrar na prática como deveria funcionar a 
contabilidade gerencial. 
 
• A partir de 1920, destaca-se dentro da contabilidade, a escola Norte-americana. 
Em função do surgimento de grandes corporações, foi necessário implementar 
tanto a teoria quanto a prática da contabilidade de forma que permitisse a 
correta interpretação dos números por qualquer acionista ou outro interessado 
nos resultados das empresas. 
 
1.2.1. Contabilidade no Brasil 
 
 Podemos destacar as influências contábeis 
no Brasil da seguinte forma: 
 
 
12
 
• Inicialmente, o Brasil sofreu influência das escolas italianas, defendidas por 
Vicenzo Mazi no qual se destacava o patrimônio. Tal influencia foi decretada 
pelo rei D. João VI em 1808. 
 
• Em 1850, o Código Comercial Brasileiro passou a obrigar a manutenção e 
escrituração de livros pelos comerciantes. Desta forma, surge a necessidade de 
oferecer uma disciplina que preparasse esses comerciantes para a prática do 
registro contábil. Surge então, em 1863, a disciplina de Escrituração 
Mercantil, no Instituto Comercial do Rio de Janeiro. 
 
• Por volta de 1870 ocorre, por meio de decreto, a primeira regulamentação da 
profissão contábil no Brasil e que passa a reconhecer a primeira profissão 
liberal regulamentada no país. 
 
• Em 1946, são criados os Conselhos Federal e Regionais de contabilidade, com o 
objetivo de realizar a fiscalização do exercício da profissão. 
 
• Em 1964 o Brasil adota o método norte-americano onde a tendência era 
padronizar a contabilidade de forma a torná-la mais prática. 
 
• Em 2004, com o objetivo de aperfeiçoar o curso superior de contabilidade, são 
instituídas as diretrizes curriculares nacionais. 
 
• Hoje, além do SPED, sigla para Sistema Público de Escrituração Digital, que 
determina a transferência para o meio eletrônico de todas as obrigações 
contábeis e fiscais de uma empresa, o que simplifica e padroniza muitos 
processos tributários, reduz o interminável processo de preenchimento de livros 
e formulários e permite um maior controle e efetivo combate a informalidade, há 
uma expectativa muito grande por parte do empresariado brasileiro sobre as 
possíveis alterações que o Conselho Federal de Contabilidade deseja realizar 
para que todas as companhias adotem o padrão International Financial 
Reporting Standard (IFRS), ou seja, todas as empresas seguirão normas 
 
13
 
internacionais. Para pequenas e médias empresas, isso significa alterações 
significativas em seus lucros e patrimônios líquidos. 
 
1.3 – Objetivos da contabilidade 
 
 Como vimos no tópico anterior, a contabilidade vem evoluindo ao longo dos 
anos e hoje desponta como uma perfeita gestora de patrimônio, principalmente quando 
se trata de catalisar informações com o objetivo de revelar sua atual situação e possíveis 
fatores que possam proporcionar mutações ao referido patrimônio, fornecendo assim, 
informações úteis para a tomada de decisão. Exemplificando, nos países mais 
desenvolvidos, tais informações são produzidas principalmente para investidores que 
desejam aplicar seu capital na entidade. Já no Brasil, o principal usuário destas 
informações é o governo através de seu órgão de fiscalização, que busca erros e falta de 
transparência nas informações. 
 
 Neste sentido, destacamos a posição do Conselho Federal de Contabilidade 
sobre o objetivo da contabilidade: 
 
“O objetivo científico da Contabilidade manifesta-se na correta apresentação do 
Patrimônio e na apreensão e análise das causas das suas mutações. Já sob ótica 
pragmática, a aplicação da Contabilidade a uma Entidade particularizada, busca 
prover os usuários com informações sobre aspectos de natureza econômica, 
financeira e física do Patrimônio da Entidade e suas mutações, o que compreende 
registros, demonstrações, análises, diagnósticos e prognósticos, expressos sob a 
forma de relatos, pareceres, tabelas, planilhas, e outros meios”. 
 
 Note que o texto em questão deixa claro que a 
contabilidade deve prover os usuários com informações, de 
forma a possibilitar uma boa administração do patrimônio da 
entidade. Isso se faz através de um sistema de informações 
contábeis que, como dissemos, proverá os usuários com 
demonstrações e análises de natureza econômica, financeira, 
física e produtividade. 
 
 
14
 
 Entendemos por informações de natureza econômica, as demonstrações do 
resultado do exercício como o fluxo de receitas e despesas, o capital e o patrimônio da 
entidade. 
 
 Entendemos por informações de natureza financeira, o fluxo de caixa, o 
capital de giro, entre outros. 
 
 Entendemos por informações de natureza física, dos complementos aos valores 
monetários como quantidades geradas de produtos e serviços, número de clientes e 
empregados de uma empresa e outras que possam permitir uma inferência 
(conhecimento; dedução sobre a situação da entidade) do usuário. 
 Entendemos por informações de natureza produtiva, a utilização mista dos 
conceitos de valor (financeiros) e quantidade (físicos) como receita bruta per capita 
(produto da venda de bens e serviços dividido pelo número de funcionários), depósitos 
por clientes em instituição bancária (valor médio de depósito por cliente), entre outros. 
 
 Porém, para que os usuários avaliem a situação financeira e econômica da 
entidade e possam realizar inferências sobre as tendências futuras, utilizando estas 
informações como instrumento para a tomada de decisões, é necessário que a entidade 
divulgue com clareza tais informações para uma adequada avaliação de sua situação 
patrimonial. As informações que não estiverem explícitas nas demonstrações deverão 
constar de notas explicativas ou quadros complementares. 
 
 Vale ressaltar ainda, a importância de se verificar se tais objetivos estão sendo 
alcançados. O procedimento ideal para esta avaliação consiste em realizar uma pesquisa 
periódica na qual se apura o grau de utilização destas informações por parte dos 
usuários interessados. Se as informações não estiverem sendo utilizadas ou com uma 
utilização apenas restrita poderão estar ocorrendo algumas interferências, como: 
 
A) Deficiências na estrutura do modelo informativo 
 
B) Limitações do próprio usuário 
 
 
15
 
C) Baixa credibilidade por parte dos usuários 
 
D) Linguagem inadequada nas demonstrações contábeis. 
 
1.4 – O Contabilista 
 
 Para se tornar um contabilista, seja um contador ou 
técnico em contabilidade é preciso concluir o curso técnico 
ou universitário na área. Antes de ingressar no mercado de 
trabalho, este profissional deve passar por um processo 
educacional com o objetivo de obter conhecimentos técnicos 
para desenvolver seu trabalho com qualidade e eficiência. 
 
 As empresas não possuem mais interesse em um 
profissional desprovido de estratégia e interação com as demaisáreas da empresa, um 
fazedor de contas, como o profissional dessa área foi considerado por muito tempo. 
Desejam um profissional que utilize o raciocínio, a lógica, o planejamento e a estratégia. 
Querem um profissional que, além de ético, seja completo, com formação em línguas, 
agilidade com números, conhecimentos em informática, entre outros. 
 
A profissão contábil foi regulamentada pelo Decreto-lei nº. 9.295/46, o qual 
criou também o Conselho Federal de Contabilidade (CFC) e seus Conselhos Regionais 
de Contabilidade (CRC). Por este Decreto, ficam definidas duas categorias profissionais 
para o exercício da contabilidade: 
 
A) Técnico em Contabilidade – São os contabilistas que se formam em nível médio, 
ou seja, nos cursos técnicos de contabilidade. 
 
B) Contador – São os contabilistas que se formam em nível superior, como bacharel 
em Ciências Contábeis. 
 
 
16
 
 Tanto um quanto o outro, só poderão exercer a profissão, se estiverem 
devidamente registrados em seu Conselho Regional de Contabilidade, sob pena de 
serem punidos por exercício ilegal da profissão. 
 
 Entre as prerrogativas para exercício da atividade, estes profissionais podem 
exercer a profissão na condição de: 
 
• Profissional Liberal ou Autônomo 
 
• Empregado Celetista (registrado pelo regime da CLT) 
 
• Servidor Público 
 
• Sócio de qualquer tipo de sociedade 
 
• Diretor ou Conselheiro de quaisquer entidades. 
 
Entre as atribuições privativas dos profissionais de contabilidade, precisamos 
destacar as atividades que são exclusivas dos Contadores, uma vez que, por possuírem 
formação de nível superior, recebem mais responsabilidades que os técnicos. 
 
Assim, entre as principais atribuições dos técnicos em contabilidade, 
destacamos: 
 
A) Abertura e encerramento de escritas contábeis 
 
B) Elaboração de balancetes e demonstrações do movimento por contas ou grupos de 
contas, de forma analítica ou sintética 
 
C) Levantamento de balanços de qualquer tipo ou natureza, para quaisquer finalidades 
 
D) Tradução, em moeda nacional, das demonstrações contábeis originalmente em 
moeda estrangeira e vice-versa 
 
17
 
E) Integração de balanços, inclusive consolidações, também de subsidiárias do exterior 
 
F) Elaboração de orçamentos de qualquer tipo, tais como econômicos, financeiros, 
patrimoniais e de investimentos 
 
G) Declaração de Imposto de Renda, pessoa jurídica. 
 
Entre as atribuições dos Contadores, além das previstas para o técnico de 
contabilidade, também se destacam como sua exclusividade: 
 
A) Regulações judiciais e extrajudiciais 
 
B) Análise de balanços 
 
C) Auditoria interna e operacional 
 
D) Auditoria externa independente 
 
E) Perícias contábeis, judiciais e extrajudiciais 
 
F) Magistério das disciplinas compreendidas na Contabilidade, em qualquer nível de 
ensino, inclusive no de pós-graduação. 
 
1.4.1. Perfil ideal dos contabilistas 
 
 Assim como na maioria das profissões, para ter sucesso em sua atividade, o 
profissional precisa apresentar uma série de habilidades e competências que permita 
realizar seu trabalho com qualidade e eficiência. 
 
 O contador não é apenas um controlador de dados. Atualmente não se restringe 
a uma conciliação e reconciliação de contas nem a apuração e recolhimento de 
impostos. É fundamental o conhecimento de um idioma estrangeiro, pois os negócios 
 
18
 
não se restringem a regiões e locais delimitados. Atualmente os balanços são feitos por 
escriturações aceitas mundialmente. 
 
A seguir, a título de melhor especificação, tratamos algumas características 
importantes ao profissional de contabilidade: 
 
Planejamento Profissional – O profissional contábil, 
a exemplo de qualquer outra profissão não pode mais 
agir ao sabor das ocorrências. Precisa ter 
conhecimento das premissas de planejamento e 
organizar sua atividade de forma a não ser 
surpreendido ao ter que cumprir certas ações sem a devida previsão de ocorrência. Um 
planejamento bem elaborado é capaz de prever até certos fatos fortuitos de forma a não 
prejudicar as atividades principais e os cumprimentos de prazo. 
 
Conhecimento Técnico – A realidade do mercado econômico exige do contador a 
agilidade em reciclar seus conhecimentos e buscar novos conhecimentos que permitam 
desenvolver seu trabalho com mais qualidade, sabendo que, do trabalho bem feito na 
contabilidade, são identificadas as necessidades da empresa para garantia de sua 
longevidade e desenvolvimento. 
 
Educação permanente – Os profissionais devem ser capazes de aprender 
continuamente, tanto na sua formação, quanto na sua prática. Desta forma, os 
profissionais devem aprender a aprender e ter responsabilidade e compromisso com a 
sua educação e o treinamento/estágios das futuras gerações de profissionais. 
 
Boa comunicação – A comunicação é a área mais sensível e complexa no sucesso de 
qualquer empreendimento. Ao contador não basta ter todas as informações técnicas, é 
preciso exercitar o poder da comunicação sempre respeitando as adversidades, 
procurando ser claro, assertivo, convincente e ter a pré-disposição de esclarecer 
exaustivamente todos os envolvidos até que estes tenham entendimento das 
demonstrações contábeis e financeiras que serão a base para as tomadas de decisão. 
 
 
19
 
Relacionamento interpessoal – No dia a dia convivemos com pessoas e profissionais 
das mais diferentes áreas de atuação e com pessoas de nossa própria equipe com as mais 
diferentes formações, níveis sociais e educacionais, com características pessoais únicas. 
O profissional precisa aprender a conviver harmoniosamente com a diversidade, 
respeitando as individualidades e estimulando a busca do autodesenvolvimento de 
todos, visando um alinhamento de nível, o que necessariamente favorecerá a 
compreensão e convivência entre os desiguais, fazendo com que a eficácia seja atingida 
com menos esforço e mais naturalidade. 
 
Marketing Pessoal – O marketing pessoal é a arte de mostrar-se naquilo que tem de 
mais interessante e poderoso, sendo capaz de fazer do profissional uma personalidade 
requerida nos momentos de tomada de decisão ou em situações limites da organização. 
O profissional deve estar presente sempre que possível no lugar certo e no momento 
certo, assim como fazer-se necessário nos momentos de atividades importantes que 
demandam seus conhecimentos como reforço a ações e decisões. 
 
Domínio de uma Língua Estrangeira – O desenvolvimento econômico traz em si a 
dinâmica de diálogo entre os países. Hoje as empresas estão onde os custos são mais 
favoráveis porque o que garante a sua sobrevivência, é a sua capacidade competitiva. O 
profissional de contabilidade está sendo obrigado a ter expertise em processos 
importados de países mais avançados, compondo as informações de modo que possam 
ser lidas e interpretadas em qualquer lugar do planeta. 
 
Equilíbrio Emocional – Um ambiente equilibrado é a base para a sustentação e 
desenvolvimento de qualquer atividade, assim como o inverso é passo seguro para o 
insucesso. O profissional de contabilidade, seja como líder ou membro de uma equipe 
ou exercendo altos níveis de responsabilidade, deve estar convencido de que o 
equilíbrio emocional é fator essencial para a condução de um bom planejamento, 
harmonização de decisões e operacionalização das atividades. 
 
 
 
 
20
 
 
Conhecimento de Informática – A área de contabilidade nos 
dias atuais deve interagir de forma dinâmica com a área de 
tecnologia da empresa, uma vez que as exigências legais para a 
prestação de informações de forma eletrônica crescem a cada 
ano. Ainda, internamente, deve o profissional ser capaz de 
conciliar e trabalhar com os registros contábeis, gerando 
relatóriosdiversos, de acordo com as necessidades da 
administração da empresa e demais áreas relacionadas. 
Pró-atividade – Pró-atividade, em outras palavras, é estar à frente. Deve o profissional 
trabalhar com conjunto com as áreas de negócios da empresa, sempre buscando 
alternativas legais e viáveis para que as operações comerciais a serem realizadas sejam 
sempre as mais rentáveis para a empresa, clientes e fornecedores . Flexibilidade – Ser 
flexível é estar preparado para mudanças. As situações de relacionamento, participação 
em decisões, condução e administração de novas situações, exigem do profissional estar 
sempre disposto a inovar e criar facilidades para o seu dia a dia e dos que permeiam o 
seu espaço de atuação. 
 
“Aqueles profissionais que, hoje, ainda ficam presos ao passado e só conhecem, exclusivamente, a 
contabilidade, em termos de partidas dobradas, debitando e creditando sem agregar nenhum valor 
à empresa, estarão com seus dias condenados.” (José Paulo Cosenza – RBC – p. 61) 
 
1.4.2. Contabilidade como Profissão 
 
 Podemos afirmar que, onde existir 
movimentação financeira e patrimônio, haverá um 
contador. Da mesma forma, podemos concluir que, 
tanto um pequeno bazar como uma multinacional, 
precisará sempre contar com um profissional de 
contabilidade, interno ou externo. 
 
 Como dissemos, o campo de atuação desses profissionais é muito amplo, 
podendo atuar em empresas, escritórios próprios, grupos com finalidades não lucrativas, 
 
21
 
como o terceiro setor, ou mesmo com pessoas de direito público, através de contratação 
pelo regime CLT ou de forma autônoma. 
 
 Em pesquisa recente, o Conselho Federal de Contabilidade apurou que 
existem cerca de 350.000 profissionais contabilistas, ou seja, entre contadores e técnicos 
de contabilidade e aproximadamente 70.000 empresas de serviços contábeis. Além dos 
órgãos representativos como CFC e seus CRC´s, sua estrutura abrange ainda uma 
federação nacional de empresas de serviços contábeis e diversos sindicatos de 
contabilistas e empresas de serviços contábeis. 
 
 Estima-se ainda que haja 60 empresas para cada contabilista, podendo ser 
considerada a profissão com o maior índice de empregabilidade no país. Porém, isto não 
significa que basta ter o registro de técnico ou contador em mãos para conseguir um 
emprego e ter sucesso na profissão. 
 
 É preciso trabalhar com dedicação, seriedade e ética, acompanhando as 
mudanças que ocorrem com a globalização, de forma a não ser atropelado pelas 
inovações tecnológicas, pois, os famosos Darfistas, aqueles que apenas preenchem 
guias para pagamentos de impostos, estão fadados a desaparecerem do mercado. 
 
1.4.3. Funções que podem ser exercidas por contabilistas 
 
 A contabilidade está entre as áreas que mais oferecem oportunidades no 
mercado de trabalho. O profissional pode exercer várias funções e atividades em 
diversos setores da economia como empresas, órgãos públicos, no ensino ou mesmo de 
forma autônoma. Veremos a seguir algumas alternativas disponíveis para estes 
profissionais: 
 
A) Funções de contabilidade que podem ser exercidas em Empresas 
 
Planejador Tributário – Este profissional visa estruturar e orientar a área financeira 
sobre seus processos tributários de forma a trazer os melhores resultados para a empresa 
 
22
 
no que tange a redução da carga tributária. Costuma agir, da mesma forma, em situações 
como fusões, incorporações e cisões entre empresas. 
 
Analista Financeiro – Utilizando-se de relatórios contábeis, o analista financeiro vai 
avaliar a situação econômico-financeira da empresa com o objetivo de atender diversas 
finalidades, entre elas, a concessão de crédito, investimentos e desempenho. 
 
Contador Geral – Deve estar presente em todas as empresas, uma vez que é 
obrigatório para fins fiscais. Este profissional vai fornecer todas as informações que 
forem necessárias para seus usuários. Pode especializar-se em vários segmentos da 
contabilidade como contabilidade bancária (aplicada aos bancos), contabilidade 
comercial (aplicada ao comércio), contabilidade industrial (aplicada às indústrias), entre 
outras. 
 
Cargos Administrativos – O contador poderá exercer também cargos administrativos 
como assessoria, postos de chefia e gerência, inclusive cargos de diretoria. Possuem tal 
desenvoltura, pois, no exercício de suas funções, costumam entrar em contato com 
todos os setores da empresa. 
 
Auditor Interno – É o profissional, contratado pela empresa, que realiza auditorias em 
diversas áreas como auditoria de sistemas, auditoria de gestão, entre outras. 
 
Contador de Custos – Este profissional realiza cálculos e interpretações dos custos dos 
bens fabricados ou comercializados, ou dos serviços prestados pela empresa. 
 
Contador Gerencial – Procura suprir os gerentes com informações suficientes para 
realizarem tomadas de decisão. Conhecido também como Controller, diferencia-se dos 
outros modelos de contabilidade por não se prender a princípios tradicionais. 
Geralmente é responsável pela controladoria, contabilidade internacional, balanço 
social, accountability, entre outros. 
 
Atuário – É o profissional especializado em previdência privada, previdência social e 
seguros. 
 
23
 
B) Funções de contabilidade que podem ser exercidas em Órgãos Públicos 
 
Contador Público – Auxilia no gerenciamento das finanças públicas 
. 
Agente Fiscal de Rendas – Exerce a fiscalização direta dos tributos estaduais e as 
funções relacionadas com a coordenadoria, direção, chefia, assessoramento, assistência, 
planejamento de ação fiscal, consultoria e orientação tributária, representação e 
participação junto a órgãos julgadores, bem como outras atividades ou funções que 
venham a ser criadas. 
 
Concursos Públicos – Pode prestar concurso para diversas funções como controlador 
de arrecadação, contador do Ministério Público da União, Banco Central, entre outros. 
 
Tribunal de Contas – Neste órgão público, o contador está apto para exercer as 
funções de controladoria, fiscalização, analista contábil, auditoria pública e 
contabilidade orçamentária. 
 
Oficial Contador – Pode ingressar nas forças armadas podendo alcançar a patente de 
general de divisão através dos cargos de contador e auditor. 
 
C) Funções de contabilidade que podem ser exercidas no Ensino 
 
Professor – Pode desenvolver tanto a carreira 
acadêmica quanto aulas para cursos técnicos, 
treinamentos, entre outros. Pode exercer o 
magistério para o 2º. Grau ou para faculdades, neste 
caso, desde que tenha pós-graduação. Não se 
restringe apenas à área contábil, podendo ministrar 
aulas para os cursos de Ciências Econômicas, Administração, Direito, entre outros. 
 
Pesquisador – Este é um campo pouco explorado no Brasil e que possui um amplo 
espaço para desenvolvimento. O profissional pode realizar pesquisas para sindicatos, 
 
24
 
instituições de ensino, órgãos de classes ou mesmo em Fundações de Pesquisa como a 
Fipecafi, FIA ou FIPE, por exemplo. 
 
Escritor – Neste segmento, há muitos meios para o profissional de contabilidade 
desenvolver seu trabalho. Existem boletins que remuneram escritores contábeis, pode 
atuar desenvolvendo livros técnicos e didáticos sobre o assunto, escrevendo colunas 
sobre contabilidade para revistas e jornais ou mesmo trabalhando como revisor de livros 
de outros autores. 
 
Parecerista – Para ingressar neste segmento, o profissional deve ser um docente e 
pesquisador com um currículo notável. Vai desenvolver pareceres sobre laudos 
periciais, causas judiciais envolvendo empresas, questões contábeis, entre outros. 
 
Conferencista – O contabilista conferencista realiza palestras em universidades, 
empresas, órgãos de classes, convenções, entre outros. Para tanto, o profissionalprecisa 
ter uma boa oratória e se expressar de forma clara. 
 
D) Funções de contabilidade que podem ser exercidas de forma Autônoma 
 
Auditor Independente – Trata-se de um profissional liberal que realiza trabalhos de 
auditoria em empresas. Ou seja, apesar de trabalhar dentro das empresas, não está 
vinculado a elas. 
 
Consultor – É o profissional que oferece assistência ou consultoria às empresas, em 
assuntos como avaliação de empresas, tributos, comércio exterior, controladoria e 
demais assuntos relacionados com a sua área de atuação. Assim como o auditor externo, 
pode desenvolver seu trabalho dentro das empresas, mas de forma autônoma, sem 
vínculo empregatício. 
 
Empresário Contábil – É o profissional que abre seu próprio negócio para prestar 
serviços a outras empresas. Pode montar um escritório de contabilidade, despachante, 
centros de treinamento e desenvolvimento, entre outros. 
 
 
25
 
Perito Contábil – É o profissional que se coloca à disposição da justiça para ajudar a 
analisar registros contábeis de disputas judiciais. 
 
Investigador de Fraudes – É o profissional contratado geralmente por investidores e 
empresas que negociam fusões e incorporações, para descobrir informações que foram 
ocultadas ou fraudadas. É comum serem contratados semestralmente por empresas 
sediadas nos EUA ou Europa para investigar suas filiais no Brasil. 
 
1.5 Ética na Contabilidade 
 
 A origem da palavra “ética” vem do grego “éthos” e significa, de forma análoga, 
modo de ser ou caráter, como forma de vida também adquirida ou conquistada pelo 
homem. 
 
 Segundo o Dicionário Aurélio, ÉTICA é "o estudo dos juízos de apreciação que 
se referem à conduta humana susceptível de qualificação do ponto de vista do bem e do 
mal, seja relativamente à determinada sociedade, seja de modo absoluto". 
 
 De forma mais clara, ética é um conjunto de valores morais e princípios que 
norteiam a conduta humana na sociedade e devem ser analisados conforme a cultura, 
crenças, ideologias e tradições de cada sociedade. O mais importante neste conceito é 
que a ética deve ser usada na busca do equilíbrio e do bom funcionamento social. Neste 
sentido, embora não possa ser confundida com as leis, está relacionada com o 
sentimento de justiça social. 
 
 Neste sentido, podemos definir o conceito de Ética 
Profissional como uma série de normas com direitos e 
deveres que devem incutir no profissional hábitos para 
viver harmonicamente com seus colegas de trabalho. As 
empresas devem apresentar com clareza suas regras 
morais, ou seja, princípios básicos de conduta que devem 
nortear seus relacionamentos. Assim, este regramento para 
 
26
 
o profissional de contabilidade está pautado no Código de Ética da Profissão onde 
estão inseridos os problemas específicos da profissão e as maneiras de resolvê-los de 
forma clara e idônea. 
 
 De forma ampla e resumida, este Código de Ética estabelece alguns preceitos 
principais, os quais são destacados a seguir: 
 
São DIREITOS e DEVERES dos profissionais de contabilidade: 
 
A) Exercer a profissão com zelo, diligência e honestidade, resguardando os interesses de 
seus clientes e/ou empregadores, sem prejuízo da dignidade e independência 
profissionais. 
 
B) Guardar sigilo sobre o que souber em razão do exercício profissional lícito, 
ressalvados os casos previstos em lei ou quando solicitado por autoridades competentes. 
 
C) Comunicar, desde logo, ao cliente ou empregador, em documento reservado, 
eventual circunstância adversa que possa influir na decisão daquele que lhe formular 
consulta ou lhe confiar trabalho. 
 
D) Inteirar-se de todas as circunstâncias, antes de emitir opinião sobre qualquer caso. 
 
E) Renunciar às funções que exerce, caso haja falta de confiança por parte do cliente ou 
empregador. 
 
F) Caso seja substituído em suas funções, informar o substituto sobre fatos que devam 
chegar ao conhecimento dele, a fim de habilitá-lo para o bom desempenho das funções a 
serem exercidas. 
 
G) Manifestar, a qualquer tempo, a existência de impedimento para o exercício da 
profissão. 
 
 
 
27
 
É VEDADO aos profissionais de contabilidade: 
 
A) Anunciar, em qualquer modalidade ou veículo de comunicação, conteúdo que resulte 
na diminuição de colega, da Organização Contábil ou da classe. 
 
B) Assumir, direta ou indiretamente, serviços de qualquer natureza, com prejuízo moral 
ou desprestígio para a classe. 
 
C) Auferir qualquer provento em função do exercício profissional que não decorra 
exclusivamente de sua prática lícita. 
 
D) Assinar documentos ou peças contábeis elaborados por outrem, alheio à sua 
orientação, supervisão e fiscalização. 
 
E) Exercer a profissão, quando impedido, ou facilitar, por qualquer meio, o seu 
exercício aos não habilitados ou impedidos. 
 
F) Concorrer para a realização de ato contrário à legislação ou destinado a fraudá-la ou 
praticar, no exercício da profissão, ato definido como crime ou contravenção. 
 
G) Solicitar ou receber do cliente ou empregador qualquer vantagem que saiba para 
aplicação ilícita. 
 
H) Prejudicar, culposa ou dolosamente, interesse confiado a sua responsabilidade 
profissional. 
 
I) Recusar-se a prestar contas de quantias que lhe forem, comprovadamente, confiadas. 
 
J) Reter abusivamente livros, papéis ou documentos, comprovadamente confiados à sua 
guarda. 
 
 
28
 
L) Aconselhar o cliente ou o empregador contra disposições expressas em lei ou contra 
os Princípios Fundamentais e as Normas Brasileiras de Contabilidade editadas pelo 
Conselho Federal de Contabilidade. 
 
M) Exercer atividade ou ligar o seu nome a empreendimentos com finalidades ilícitas. 
 
N) Iludir ou tentar iludir a boa-fé de cliente, empregador ou terceiros, alterando ou 
deturpando o exato teor de documentos, bem como fornecendo falsas informações ou 
elaborando peças contábeis inidôneas. 
 
O) Publicar ou distribuir, em seu nome, trabalho científico ou técnico do qual não tenha 
participado. 
 
Quando se tratar de contador nas funções de perito, assistente técnico, auditor ou 
árbitro, deverá: 
 
A) Recusar sua indicação quando reconheça não se achar capacitado em face da 
especialização requerida. 
 
B) Abster-se de interpretações tendenciosas sobre a matéria que constitui objeto de 
perícia, mantendo absoluta independência moral e técnica na elaboração do respectivo 
laudo. 
 
C) Abster-se de expender argumentos ou dar a conhecer sua convicção pessoal sobre os 
direitos de quaisquer das partes interessadas, ou da justiça da causa em que estiver 
servindo, mantendo seu laudo no âmbito técnico e limitado aos quesitos propostos. 
 
D) Considerar com imparcialidade o pensamento exposto em laudo submetido a sua 
apreciação. 
 
E) Mencionar obrigatoriamente fatos que conheça e repute em condições de exercer 
efeito sobre peças contábeis, objeto de seu trabalho, respeitado o disposto no inciso II 
do art. 2º do próprio Código de Ética. 
 
29
 
F) Abster-se de dar parecer ou emitir opinião sem estar suficientemente informado e 
munido de documentos. 
 
G) Assinalar equívocos ou divergências que encontrar no que concerne à aplicação dos 
Princípios Fundamentais e Normas Brasileiras de Contabilidade editadas pelo CFC. 
 
H) Considerar-se impedido para emitir parecer ou elaborar laudos sobre peças contábeis 
observando as restrições contidas nas Normas Brasileiras de Contabilidade editadas 
pelo Conselho Federal de Contabilidade. 
 
I) Atender à Fiscalização dos Conselhos Regionais de Contabilidade e Conselho Federal 
de Contabilidade no sentido de colocar à disposição desses, sempre que solicitado, 
papéis de trabalho, relatórios e outros documentos que deram origem e orientaram a 
execuçãodo seu trabalho. 
 
São OBRIGAÇÕES do profissional de contabilidade em relação aos colegas de 
profissão: 
 
A) Abster-se de fazer referências prejudiciais ou de qualquer modo desabonadoras. 
 
B) Jamais apropriar-se de trabalhos, iniciativas ou de soluções encontradas por colegas, 
que deles não tenha participado, apresentando-os como próprios. 
 
C) Evitar desentendimentos com o colega a que vier substituir no exercício profissional. 
 
São OBRIGAÇÕES do profissional de contabilidade em relação à sua classe 
profissional: 
 
A) Zelar pelo prestígio da classe, pela dignidade profissional e pelo aperfeiçoamento de 
suas instituições. 
 
B) Acatar as resoluções votadas pela classe contábil, inclusive quanto a honorários 
profissionais. 
 
30
 
C) Zelar pelo cumprimento deste Código. 
 
D) Não formular juízos depreciativos sobre a classe contábil. 
 
E) Jamais utilizar-se de posição ocupada na direção de entidades de classe em benefício 
próprio ou para proveito pessoal. 
 
1.6. Introdução ao Sistema Contábil 
 
 Para você ter acesso à parte operacional da contabilidade é de fundamental 
importância receber algumas informações que o ajudarão a compreender melhor as 
operações e conceitos que estão por vir ao longo do curso. 
 
 Assim, neste tópico, veremos de forma sucinta algumas informações que 
deverão ser usadas durante as próximas unidades. 
 
1.6.1. As contas de registro 
 
 Da mesma forma que você abre uma conta em 
um banco para realizar movimentações financeiras e 
este cuida para que todas as transações ocorridas sejam 
processadas, as empresas também utilizam contas para 
registrar tudo o que acontece financeiramente na 
empresa. 
 
 Geralmente, o nome da conta indica o tipo de transação que a empresa realizou 
ou vai realizar. Assim, a conta que registra todas as entradas e saídas de dinheiro é 
chamada de “caixa”; da mesma forma, os bens adquiridos pela empresa, como móveis, 
costumam ser registrados em uma conta chamada “móveis”. No mesmo sentido, as 
obrigações da empresa são registradas em contas chamadas “contas a pagar” ou 
“empréstimos a pagar”, entre outros. Deve indicar também se a conta é ativo, passivo 
exigível ou patrimônio líquido, como será visto adiante. 
 
 
31
 
Guia de registro: Os lançamentos 
 
 Os lançamentos são os guias utilizados para realizar o registro de uma transação 
em uma conta, ou seja, os lançamentos consistem na inserção das informações 
propriamente ditas nos registros adequados. Utilizando ainda o exemplo do banco, um 
depósito realizado, será lançado pelo banco em sua conta. 
 
 Estes lançamentos são resumidos nas fichas de lançamento, que indicam as 
contas que sofrerão as alterações, o valor destas, bem como um breve histórico da 
transação. 
 
1.6.2. Convenções para registro: Débito e Crédito 
 
 Para indicar o aumento ou a diminuição do ativo, passivo exigível ou patrimônio 
líquido, são usadas as palavras “débito” e “crédito”. Esses termos foram 
convencionados de forma a parametrizar as operações contábeis. 
 
Desta forma, com o que aprendemos até aqui, podemos concluir que: as 
transações são registradas nas contas, através de lançamentos de débito e crédito. 
 
1.6.3. Livro Diário Geral 
 
 O registro oficial das transações de uma empresa é realizado em um livro 
chamado Livro Diário Geral. 
 
 As informações básicas que este livro deve registrar são: 
 
A) Data da transação 
 
B) Nome das contas que estão sendo debitadas e creditadas 
 
C) Valor dos débitos e créditos em cada conta 
 
 
32
 
D) Histórico resumido da transação 
 
1.6.4. Controle de contas individuais: O razão 
 
 O razão representa um sistema pelo qual se controla a movimentação ocorrida 
individualmente em cada conta. A sua escrituração pode ser realizada através de um 
livro ou pela utilização de fichas. 
 
 Ressaltamos ainda que a diferença para o livro diário geral está no fato deste ser 
utilizado para registrar as transações em todas as contas, enquanto que o razão 
demonstra os registros efetuados em cada conta individualmente. 
 
 As informações básicas que o razão deve registrar são: 
 
A) Nome da conta que está sendo representada 
 
B) Data da transação 
 
C) Histórico resumido da transação 
 
D) Colunas para débitos e créditos, com o registro dos valores representativos de cada 
transação e uma coluna de saldo para demonstrar a diferença entre os totais de débito e 
crédito 
 
E) Coluna para indicar se o saldo da conta é credor ou devedor. 
 
CHEGAMOS AO FIM DA UNIDADE 1! NESTA UNIDADE VOCÊ APRENDEU 
QUE: 
 
• A contabilidade é uma ciência social que estuda os fenômenos quantitativos e 
qualitativos que afetam o patrimônio de uma organização. Ela atesta a 
veracidade de dados e números ligados a tudo o que se passa na organização. 
 
33
 
Com isso, os administradores têm as informações necessárias para tomar 
decisões e obter o sucesso da organização. 
 
• A história da contabilidade pode ser dividida em 4 períodos: Mundo Antigo, 
Período Medieval, Período Moderno e Cientificismo. 
 
• No Brasil, a contabilidade adotou o método norte-americano e foram criados os 
Conselhos Federal e Regionais de Contabilidade para regulamentar a mesma. 
 
• As informações fornecidas pela Contabilidade podem ser de natureza 
econômica, financeira, física e produtiva. 
 
• As informações transmitidas pela contabilidade devem ter clareza. Os principais 
fatores que prejudicam a sua utilização são: deficiências na estrutura do modelo 
informativo, limitações do próprio usuário, baixa credibilidade por parte dos 
usuários e linguagem inadequada nas demonstrações contábeis. 
 
• Existem duas categorias de profissionais da contabilidade: o técnico e o 
contador, sendo que cada uma delas possuem diferentes atribuições. 
 
• As principais competências e habilidades do profissional de contabilidade 
devem ser: planejamento pessoal, conhecimento técnico, educação permanente, 
boa comunicação, marketing pessoal, conhecimento de informática, domínio de 
uma língua estrangeira, pró-atividade e flexibilidade. 
 
• O profissional desta área deve seguir o Código de Ética da Profissão de 
Contabilidade. 
 
• São conceitos básicos para entender as operações da contabilidade: contas de 
registro, guia de registro, convenções para registro, livro diário e o razão. 
 
 
 
34
 
 
Unidade 2 – Receitas e Despesas 
 
Bem vindo à unidade 2! 
 
 Nesta unidade você vai receber informações importantes que serão fundamentais 
para a continuidade do curso, dentre os quais destacamos os conceitos de receitas, 
despesas e custos. 
 
 Verá também, os conceitos de depreciação, amortização e exaustão. 
 
Bom estudo! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
35
 
2.1 – O que são receitas? 
 
 Considera-se receita de uma empresa o dinheiro que a mesma recebe ou tem 
direito a receber, proveniente de operações realizadas 
por ela. Normalmente, esses valores correspondem à 
venda de bens ou serviços oferecidos por esta 
empresa. 
 
 
2.1.1. Classificação das Receitas 
 
 As receitas classificam-se em operacionais e não operacionais. 
 
As receitas operacionais são aquelas geradas pelo objeto de venda da empresa e 
classificam-se em: 
 
A) Receita da Atividade Principal – Trata-se da receita advinda da atividade principal 
da empresa como a venda de produtos, mercadorias ou serviços. 
 
B) Receita Complementar – São rendimentos complementares gerados pela atividade 
principal, compostos basicamente de receitas financeiras como rendimentos, alugueis, 
juros, entre outros. Contabilmente, esse grupo se classifica em “outras receitas 
operacionais”.As receitas não operacionais são valores provenientes, de forma atípica ou 
extraordinária, de outras fontes, diferentes da atividade principal ou complementar da 
empresa, como a venda de um imóvel integrante do patrimônio da empresa. São elas: 
 
A) Receitas do Exercício – São receitas ganhas nesse período, não importando se 
tenham sido recebidas ou não. 
 
B) Receitas a Receber – São receitas ganhas dentro do período contábil, mas que ainda 
não foram recebidas. 
 
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C) Receitas Diferidas – São receitas representadas por recebimentos adiantados que 
vão gerar um passivo para uma prestação de serviços futuros ou entrega posterior do 
bem. 
 
2.2 – O que são despesas? 
 
 Consideram-se despesas os gastos necessários para manter e administrar uma 
empresa, de forma a permitir o desenvolvimento de suas operações. De forma mais 
simples, são todos os gastos para vender produtos ou serviços, administrar o negócio e 
financiar as operações. 
 
Como exemplo de despesas, podemos destacar: 
 
- Salários dos empregados 
 
- Aluguel de salas 
 
- Gastos com material de limpeza 
 
- Gastos com material de escritório 
 
- Juros sobre empréstimos 
 
- Comissões de vendedores 
 
 É importante deixar claro que despesa não é simplesmente desembolso de 
dinheiro. O desembolso significa entregar dinheiro a uma determinada pessoa, por um 
determinado motivo. Comprar um bem à vista, significa desembolso, mas não despesa, 
senão vejamos: quando compra um veículo, a empresa passa a ter um bem, que 
representa um ativo, sendo que a gasolina utilizada para fazer esse veículo rodar, 
significa uma despesa. 
 
 
37
 
 Neste sentido, concluímos que se o desembolso gerar um aumento no ativo, tal 
como ocorre com a aquisição do veículo, ou uma redução no passivo exigível, não será 
uma despesa. Não sendo este o caso, o desembolso torna-se despesa. 
 
 As despesas operacionais dividem-se em grupos, os quais destacamos: 
 
A) Despesas com Vendas: São todos os gastos relacionados com as vendas de produtos 
ou serviços. Constituem-se em comissões sobre vendas, propaganda e publicidade, 
marketing, aluguéis de veículos, provisão para devedores duvidosos, entre outros. 
 
B) Despesas Administrativas: São os gastos necessários para realizar a administração 
da empresa. Neste caso, estas despesas constituem-se em folha de pagamento do 
pessoal, material de expediente, seguros, combustíveis, manutenção de veículos, 
assinatura de jornais, depreciação de equipamentos, entre outros. 
 
C) Despesas Financeiras: São as remunerações aos capitais de terceiros, tais como 
juros pagos, comissões bancárias, correção monetária pré-fixada, descontos concedidos, 
juros de mora pagos, entre outros. 
 
2.3 – O que são custos? 
 
 De forma direta, podemos conceituar “custos” 
como desembolsos financeiros necessários para a 
fabricação ou revenda de produtos e prestação de 
serviços. Ou seja, são os gastos que a empresa realiza 
com o objetivo de colocar seu produto no mercado, a 
disposição de seus clientes, fabricando-o ou apenas 
revendendo-o, ou de prestar seu serviço oferecido com 
qualidade. 
 
 É importante ressaltar que o conceito de custo está relacionado diretamente com 
o processo produtivo e, qualquer gasto que não esteja relacionado com a produção, não 
deve ser considerado custo, mas sim despesa. Essa distinção será vista mais adiante. 
 
38
 
 Os custos podem ser apurados da seguinte forma: 
 
Custos Diretos – São os custos que podem ser identificados e ligados diretamente a 
cada serviço ou produto a ser custeado, ou seja, tem parcelas definidas para cada 
unidade ou lote produzido. Os custos diretos não necessitam de rateio para serem 
atribuídos ao objeto custeado ou ainda, são os custos incluídos diretamente no cálculo 
do produto. 
 
Exemplos: 
 
- Mão de obra direta 
 
- Matéria prima usada na fabricação do produto. 
 
Custos Indiretos – São os custos que dependem da adoção de algum critério de rateio. 
Trata-se de um custo comum a diferentes tipos de bens, sem que se possa separar ou 
identificar especificamente a parcela referente a cada um deles, no momento de sua 
ocorrência. 
 
Exemplos: 
 
- Mão de obra indireta, representada pelos empregados de departamentos 
auxiliares, como o de controle de qualidade, e que não pode ser mensurável em nenhum 
produto ou serviço executado. 
 
- Materiais indiretos utilizados nas atividades auxiliares de produção como 
graxas, lixas e lubrificantes, entre outros. 
 
- Outros custos indiretos: são os custos necessários para a manutenção do setor 
fabril ou de prestação de serviços, como depreciação, seguros, manutenção de 
equipamentos e outros. 
 
 
39
 
Custos Fixos – São os custos que não sofrem alteração de valor em relação ao aumento 
ou diminuição da produção. Produzindo ou vendendo, seja em que quantidade for, os 
custos fixos existirão e serão os mesmos. 
 
Exemplos: 
 
- Limpeza e Conservação 
 
- Aluguéis de Equipamentos e Instalações 
 
- Salários da Administração 
 
Custos Variáveis – Como o próprio nome já diz, são os custos que variam de acordo 
com o volume de produção ou atividade. Seus valores dependerão do volume produzido 
ou vendido num determinado período. 
 
Exemplos: 
 
- Matérias-Primas 
 
- Comissões de Vendas 
 
- Insumos produtivos (Água, Energia) 
 
- Embalagens 
 
 - Frete de entrega 
 
 - Impostos diretos de vendas 
 
A seguir destacamos outros custos que são menos usuais, mas nem por isso, 
menos importantes: 
 
 
40
 
 
 
Custos Comuns 
São os custos originados em dois ou mais departamentos ou 
fases de produção onde não se pode determinar qual parcela 
do custo corresponde exatamente a cada departamento ou fase 
de produção. 
 
 
Custos Funcionais 
São os custos identificados com as diferentes funções da 
empresa e se originam da utilização de Custeio por 
Responsabilidade. São os custos demonstrados após o Lucro 
Bruto Operacional na Demonstração de Resultados do 
Exercício. 
Custos Estimados São custos predeterminados destinados a solucionar problemas 
de controle e planejamento ou situações especiais. 
Custo Primário Representado pela soma do custo de mão de obra direta e de 
material direto ou matéria-prima. 
Custo de 
Transformação ou 
Conversão 
É o custo total do processo produtivo e é representado pela 
soma da mão de obra direta com os custos indiretos e 
representa o custo de transformação da matéria-prima em 
produto acabado. 
Custo de 
Fabricação ou de 
Produção 
Corresponde a expressão Custo Fabril+Estoque Inicial de 
Produtos em Processo-Estoque Final de Produtos em 
Processo, e representa o valor da produção de determinado 
período. 
 
Custo 
Oportunidade 
É o valor do benefício que se deixa de receber, quando em um 
processo de decisão, se opta por determinado investimento em 
detrimento de outro, sendo os benefícios das alternativas 
rejeitadas o custo oportunidade da alternativa escolhida. 
 
Custo Marginal 
Conceito de custo ligado à Economia que significa a parcela 
de acréscimo no custo total por cada unidade adicional 
produzida. 
Fonte: http://pt.shvoong.com/exact-sciences/1669381-custos/ 
 
 
 
 
41
 
2.3.1. Diferença entre Custos e Despesas 
 
 Muitas pessoas ainda confundem custos com despesas. Apesar de os dois tipos 
gerarem desembolsos financeiros, não podem ser considerados como similares dentro 
do sistema contábil. 
 
 De forma geral, o custo representa um desembolso destinado a atender uma 
necessidade da atividade-fim, ou seja, todos os gastos relativos ao processo de 
produção ou fabricação. Já as despesas representam a atividade-meio, ou seja, são 
gastos relativos à administraçãodo negócio e não geram nenhuma receita para a 
empresa. 
 
2.4 – Depreciação, amortização e exaustão 
 
 Estes três temas são de fundamental importância para o entendimento da 
contabilidade e entendemos estar relacionados aos conceitos de despesa. Por esse 
motivo, vamos destacá-los nesta unidade. 
 
2.4.1. Depreciação 
 
 Trata-se da perda de valor que os bens imobilizados sofrem ao longo do tempo, 
por força de seu uso. Pode ser conceituado como a diminuição do valor dos bens 
corpóreos que integram o ativo permanente de uma empresa, em decorrência de 
desgaste ou perda de utilidade por uso, ação da natureza ou obsolescência. 
 
 Tal depreciação pode ser computada como custo ou despesa. Quando a 
depreciação ocorre em bens utilizados na produção, será computado como custo e, 
quando ocorre com os demais bens do patrimônio, será computado como despesa 
operacional. 
 
 
42
 
 A depreciação ocorre em um determinado lapso temporal estabelecido pela 
legislação, ou seja, há uma regra legal para que a empresa deprecie um bem e efetue o 
lançamento desta despesa. 
 
 Segue abaixo uma relação de bens que podem ser depreciáveis: 
 
- Edifícios e construções (a partir da conclusão e início de utilização, o valor da 
edificação deve ser destacado do valor do terreno). 
 
- Bens móveis e imóveis utilizados no desempenho de atividades de contabilidade. 
 
- Os bens imóveis utilizados como estabelecimento da administração. 
 
- Os bens móveis utilizados nas atividades operacionais, instalados em estabelecimento 
da empresa. 
 
- Os veículos do tipo caminhão, caminhonete de cabine 
simples ou utilitários utilizados no transporte de 
mercadorias e produtos adquiridos para revenda de 
matéria-prima, produtos intermediários e de embalagem 
aplicados à produção. 
 
- Os veículos do tipo caminhão, caminhonete de cabine 
simples ou utilitário, as bicicletas e motocicletas utilizadas pelos cobradores, 
compradores e vendedores, nas atividades de cobrança, compra e venda, bem como os 
utilizados nas entregas de mercadorias. 
 
- Os veículos utilizados no transporte coletivo de empregados. 
 
Apenas para elucidar, destacamos também uma relação de bens não 
depreciáveis: 
 
- Terrenos, salvo em relação a melhoramentos ou construções. 
 
43
 
- Prédios ou construções não alugados nem utilizados pelo proprietário na produção dos 
seus rendimentos ou destinados à revenda. 
 
- Bens que normalmente aumentam de valor com o tempo, como as obras de arte ou 
antiguidades. 
 
- Bens para os quais sejam registradas cotas de exaustão. 
 
2.4.2. Amortização 
 
 A Amortização pode ser conceituada como uma eliminação gradual e periódica 
do ativo de uma empresa. Ou seja, é a recuperação contábil: 
 
A) Do capital aplicado na aquisição de bens e direitos classificados no ativo 
imobilizado, cuja existência ou exercício tenha duração limitada ou cuja utilização pelo 
contribuinte tenha o prazo limitado por lei ou contrato. 
Ressalta-se ainda que, neste caso, só haverá esta recuperação caso não haja hipóteses 
que permitam indenizações como: 
 
- Bens intangíveis ou direitos de uso 
 
- Investimento em bens que, nos termos da lei ou contrato que regule a concessão de 
serviço público, devem reverter ao poder concedente, ao final do prazo de concessão. 
 
- Direitos autorais, licenças, autorizações para exploração de determinada atividade 
econômica, concessões para exploração de serviços públicos, bem como o custo de 
aquisição, prorrogação ou modificação de contratos de qualquer natureza, inclusive de 
exploração de fundos de comércio. 
 
- Custo das construções e benfeitorias em bens locados, arrendados ou cedidos por 
terceiros. 
 
 - O valor dos direitos contratuais de exploração de florestas. 
 
44
 
B) Dos custos, encargos ou despesas, registrados no ativo diferido, que contribuirão 
para a formação do resultado de mais de um período de apuração. Como exemplo, 
destacamos despesas pré-operacionais e despesas com pesquisas e desenvolvimento de 
novos produtos. 
 
A principal distinção entre esses dois encargos é que, enquanto a 
depreciação incide sobre os bens físicos de propriedade do próprio 
contribuinte, a amortização relaciona-se com a diminuição de valor dos 
direitos (ou despesas diferidas) com prazo limitado (legal ou 
contratualmente). 
 
2.4.3. Exaustão 
 
 Exaustão é a perda de valor de imobilizações suscetíveis de exploração que se 
esgotam ao longo do tempo. Como exemplo, destacamos as reservas vegetais e 
minerais. 
 
A diferença entre depreciação e exaustão está no fato da depreciação 
causar a perda de valor pelo uso enquanto que a exaustão causa a perda de 
valor pela exploração. 
 
CHEGAMOS AO FIM DA UNIDADE 2! NESTA UNIDADE VOCÊ APRENDEU: 
 
• Como são definidas as receitas, as despesas, os custos, a amortização, a 
depreciação e a exaustão. 
 
• Que as receitas podem ser operacionais e não operacionais. 
 
• Que as despesas representam as atividades-meio da empresa. 
 
• Que os custos representam as atividades-fim da empresa. 
 
 
45
 
• Que a exaustão e a depreciação são diferentes porque a primeira diz respeito às 
perdas causadas pela exploração e, a segunda, diz respeito às perdas causadas 
pelo tempo de uso e desgaste. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
46
 
Conclusão do Módulo I 
 
 Chegamos ao fim do Módulo I! 
 
 Para continuar com o curso você deve, quando se sentir preparado(a) fazer a 
avaliação referente a este módulo. Após a avaliação você terá acesso aos materiais 
referentes ao Módulo II! 
 
Boa Sorte! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
47
 
GLOSSÁRIO – CONTABILIDADE 
 
A 
 
Ágio – Diferença entre o valor de mercado de um título e seu valor nominal. 
 
Alíquota - Percentual ou valor fixo que será aplicado sobre a base de cálculo para o 
cálculo do valor de um tributo. 
 
Amortização – Redução de uma dívida mediante pagamento parcelado. 
 
Analogia – Comparação. 
 
Aportado – Chegado ao porto ou qualquer lugar. 
 
 
C 
 
Capital – Patrimônio de uma empresa, que se constitui de, ou pode ser convertido em, 
dinheiro. 
 
Catalisar – Modificar a velocidade de um processo. 
 
CFC – Conselho Federal de Contabilidade 
 
Controller – Cargo relacionado a um administrador financeiro. 
 
CRC – Conselho Regional de Contabilidade 
 
 
 
 
 
48
 
D 
 
Debênture – Título de crédito ao portador, emitido por uma empresa em troca de 
empréstimo a juros e amortizável a longo prazo, cuja garantia é o valor do patrimônio e 
a confiabilidade (e não itens ou bens especificados). 
 
Deturpar – Estragar; corromper; tornar feio. 
 
Diferido – Diz-se de despesa ou renda cujo pagamento anual começa no final de um 
determinado prazo. 
 
Dividendos – Parte do lucro de uma empresa ou sociedade que cabe a cada um dos 
acionistas ou sócio. 
 
Duplicatas – Título de crédito que obriga o comprador a pagar, em data preestabelecida, 
a quantia correspondente ao valor da mercadoria adquirida. 
 
E 
 
Elmo – Peça de armadura para a cabeça; espécie de capacete. 
 
Elucidar – Esclarecer; explicar. 
 
Empirismo – Pessoa que trabalha apenas com a experiência, sem uma formação técnica. 
 
Estigma – Visão negativa e muito arraigada, numa sociedade, a respeito de determinada 
prática ou comportamento. 
 
Estorno – Ação ou resultado de estornar, de corrigir crédito ou débito lançado 
indevidamente em conta. 
 
Exaustão – Consumo completo de um recurso. 
 
 
49F 
 
Feeling – Pode ser considerado um sentimento sobre determinada situação. 
 
I 
 
Incorpóreo – imateriais. 
 
Inidôneas – Que não são próprias, adequadas ou aptas para alguma coisa. 
 
Intangível – Diz-se de bens que não têm existência física 
 
IPVA – Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores. 
 
IRPF – Imposto de Renda Pessoa Física 
 
ISS – Imposto sobre serviço de qualquer natureza. 
 
ITBI – Imposto sobre Transmissão de Bens Imóveis. 
 
L 
 
Liquidez – é um conceito econômico que considera da facilidade com que um ativo 
pode ser convertido em um meio de troca da economia, ou seja, é a facilidade em que 
ele pode ser revertido em dinheiro. 
 
M 
 
Majorar – Aumentar, elevar. 
 
Mensuráveis – Que podem ser medidos. 
 
Mercúrio – Deus grego que era um mensageiro e deus da venda, do lucro, do comércio. 
 
50
 
 
Método – Conjunto de meios ou procedimentos racionais para atingir um objetivo. 
 
Mitologia – Conjunto dos mitos de uma área do conhecimento, uma doutrina, uma 
atividade, um tema. 
 
Montante – Que se eleva; que sobe. 
 
Mutação – Ação ou resultado de mudar(-se), transformar(-se); 
 
P 
 
Parametrizar – Criar parâmetros. 
 
Periodicidade – Que se repete em intervalos regulares ou apresenta sintomas/fenômenos 
em horas/dias certos. 
 
Permutas - Trocas 
 
Privativo – Peculiar; próprio; exclusivo. 
 
Promissórias – Título de crédito no qual uma pessoa (devedor) assume que deve a outra 
(beneficiário ou favorecido) certa quantia e que lhe pagará em determinado dia. 
 
Provisão – Reserva em dinheiro ou outros valores. 
 
R 
 
Rateio – Distribuição proporcional de lucros ou bens, prejuízos ou despesas. 
 
Ressalva – Qualquer observação por escrito com o fito de corrigir ou emendar algo ou 
para validar o que anteriormente se registrou. 
 
 
51
 
T 
 
Tempestividade – oportunidade. 
 
Tributo – Imposto de caráter geral e obrigatório.

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