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Livro Contabilidade Geral Unicesumar

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Prévia do material em texto

PROFESSORA
Me. Adriana Casavechia Fragalli
Contabilidade 
Geral
ACESSE AQUI O SEU 
LIVRO NA VERSÃO 
DIGITAL!
EXPEDIENTE
Coordenador(a) de Conteúdo 
Juliana Moras da Silva
Projeto Gráfico e Capa
André Morais, Arthur Cantareli e 
Matheus Silva
Editoração
Matheus Silva de Souza
Design Educacional
Rossana Costa Giani
Curadoria
Luana Brutscher
Revisão Textual
Sarah Mariana Longo Carrenho 
Cocato
Ilustração
Welington Vainer
Fotos
Shutterstock
DIREÇÃO UNICESUMAR
NEAD - NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
Diretoria Executiva Chrystiano Mincoff, James Prestes, Tiago Stachon Diretoria de Graduação e Pós-graduação Kátia 
Coelho Diretoria de Cursos Híbridos Fabricio Ricardo Lazilha Diretoria de Permanência Leonardo Spaine Diretoria de 
Design Educacional Paula R. dos Santos Ferreira Head de Graduação Marcia de Souza Head de Metodologias Ativas 
Thuinie M.Vilela Daros Head de Recursos Digitais e Multimídia Fernanda S. de Oliveira Mello Gerência de 
Planejamento Jislaine C. da Silva Gerência de Design Educacional Guilherme G. Leal Clauman Gerência de Tecnologia 
Educacional Marcio A. Wecker Gerência de Produção Digital e Recursos Educacionais Digitais Diogo R. Garcia 
Supervisora de Produção Digital Daniele Correia Supervisora de Design Educacional e Curadoria Indiara Beltrame
Reitor Wilson de Matos Silva Vice-Reitor Wilson de Matos Silva Filho Pró-Reitor de Administração Wilson de 
Matos Silva Filho Pró-Reitor Executivo de EAD William Victor Kendrick de Matos Silva Pró-Reitor de Ensino 
de EAD Janes Fidélis Tomelin Presidente da Mantenedora Cláudio Ferdinandi
NEAD - Núcleo de Educação a Distância
Av. Guedner, 1610, Bloco 4 Jd. Aclimação - Cep 87050-900 | Maringá - Paraná
www.unicesumar.edu.br | 0800 600 6360 
Impresso por: 
Bibliotecário: João Vivaldo de Souza CRB- 9-1679
C397 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ. 
Núcleo de Educação a Distância. FRAGALLI, Adriana 
Casavechia.
Contabilidade Geral. Adriana Casavechia Fragalli. 
Maringá - PR: Unicesumar, 2022. 
216 p.
ISBN 978-85-459-2129-5
“Graduação - EaD”. 
1. Contabilidade 2. Geral 3. Patrimônio. 4. EaD. I. Título. 
CDD - 22 ed. 657 
FICHA CATALOGRÁFICA
Reitor 
Wilson de Matos Silva
A UniCesumar celebra os seus 30 anos de história 
avançando a cada dia. Agora, enquanto Universidade, 
ampliamos a nossa autonomia e trabalhamos diaria-
mente para que nossa educação à distância continue 
como uma das melhores do Brasil. Atuamos sobre 
quatro pilares que consolidam a visão abrangente 
do que é o conhecimento para nós: o intelectual, o 
profissional, o emocional e o espiritual.
A nossa missão é a de “Promover a educação de 
qualidade nas diferentes áreas do conhecimento, for-
mando profissionais cidadãos que contribuam para o 
desenvolvimento de uma sociedade justa e solidária”. 
Neste sentido, a UniCesumar tem um gênio impor-
tante para o cumprimento integral desta missão: o 
coletivo. São os nossos professores e equipe que 
produzem a cada dia uma inovação, uma transforma-
ção na forma de pensar e de aprender. É assim que 
fazemos juntos um novo conhecimento diariamente.
São mais de 800 títulos de livros didáticos como este 
produzidos anualmente, com a distribuição de mais 
de 2 milhões de exemplares gratuitamente para nos-
sos acadêmicos. Estamos presentes em mais de 700 
polos EAD e cinco campi: Maringá, Curitiba, Londrina, 
Ponta Grossa e Corumbá, o que nos posiciona entre 
os 10 maiores grupos educacionais do país.
Aprendemos e escrevemos juntos esta belíssima 
história da jornada do conhecimento. Mário Quin-
tana diz que “Livros não mudam o mundo, quem 
muda o mundo são as pessoas. Os livros só 
mudam as pessoas”. Seja bem-vindo à oportu-
nidade de fazer a sua mudança!
Tudo isso para honrarmos a 
nossa missão, que é promover 
a educação de qualidade nas 
diferentes áreas do conhecimento, 
formando profissionais 
cidadãos que contribuam para 
o desenvolvimento de uma 
sociedade justa e solidária.
Me. Adriana Casavechia Fragalli
Olá, estimado aluno(a)! Eu me chamo Adriana Casavechia 
Fragalli e contarei um pouquinho sobre mim. 
Ingressei no curso de Ciência Contábeis sem ideia do 
que seria essa profissão, eu só sabia que queria trabalhar 
em escritório, já que gostava muito de ajudar o meu pai 
a organizar os documentos e relatórios da empresa da 
família. Escolhi a Contabilidade e me encantei. No meu 
segundo ano de faculdade, eu já estava trabalhando no 
Departamento de Contabilidade de uma usina de álcool 
como Auxiliar Contábil. Nos meus quatros anos de empre-
sa, trabalhei com escrita fiscal, faturamento, apuração de 
custos e elaboração de relatórios gerenciais. Por incentivo 
do meu orientador de TCC, decidi fazer mestrado e, desde 
então, atuo exclusivamente como professora de Contabi-
lidade em diversos cursos. 
Tenho como hobby assistir a filmes e jogar videoga-
me com meu esposo Rogério e meu filho Tiago. Moro em 
uma cidade do interior, e a diversão por aqui é estar com 
a família, passear no sítio e ficar na pracinha da igreja. 
Sou uma pessoa muito ligada à família e à comunidade e 
participo do grupo de canto. 
Espero que você aproveite este material. Busquei uti-
lizar uma linguagem simples, com exemplos práticos do 
dia a dia para facilitar a compreensão desse assunto que 
é tão importante.
http://lattes.cnpq.br/8193667547216940
http://lattes.cnpq.br/8193667547216940
Olá, prezado(a) estudante! Seja bem-vindo(a) ao nosso estudo sobre Contabilidade 
Geral. Quem nos acompanhará nesta descoberta sobre a Contabilidade é o João. 
Ele acabou de se formar no curso de Empreendedorismo da UniCesumar. Como está 
difícil de encontrar um bom emprego, e o curso lhe encorajou a colocar o seu espírito 
empreendedor em prática, ele convidou mais dois colegas e, juntos, decidiram abrir 
uma loja de roupas. João já tem em mente o público que atenderão, as estratégias 
de marketing, o ponto ideal, entre várias outras questões necessárias para que o 
negócio seja um sucesso. 
Para abrir a empresa, João e seus colegas procuraram um escritório de Conta-
bilidade que foi muito bem recomendado. O contador explicou sobre os diferentes 
tipos de regime tributário e orientou a adoção do mais adequado para a loja de João. 
Esclareceu, também, sobre a necessidade de documentação fiscal de todos os fatos 
que ocorrerem na empresa. Após a abertura da empresa, que recebeu o nome de 
Estilo, o contador acompanhou de perto as transações da empresa, sempre orien-
tando João no que ele precisava.
Ao final do primeiro mês de funcionamento da empresa Estilo Ltda., o contador 
enviou para o João as guias de recolhimento de impostos, o que já era esperado, mas 
enviou, também, duas demonstrações contábeis: o balanço patrimonial e a Demonstra-
ção do Resultado. João não entendeu nada delas e, por isso, fez as seguintes perguntas: 
“afinal de contas, o papel da Contabilidade não é apenas lançar todas as notas fiscais 
e apurar os impostos da empresa? O que é balanço patrimonial? Qual é o significado 
desses grupos de ativo, passivo e patrimônio líquido que aparecem no balanço? O que 
representa esse resultado apurado na Demonstração do Resultado, já que ele não tem 
nada a ver com o saldo de dinheiro da empresa?”. 
Muitos novos empresários buscam os serviços contábeis quando decidem abrir 
uma empresa, mas não fazem ideia do que a Contabilidade realmente faz. A Contabili-
dade registra tudo o que acontece na empresa e transforma esses dados em relatórios, 
mas, para isso, ela utiliza uma metodologia específica.
CONTABILIDADE GERAL
Você se lembra das demonstrações que João recebeu no final do primeiro mês de 
atividade da empresa Estilo Ltda.? Então, tente interpretá-las.
Demonstração do Resultado do Exercício
Receita operacional bruta
Receita de vendas 55.000,00
 (-) Deduções da receita bruta
Impostos sobre vendas (11.800,00) 
Devolução de vendas (1.100,00) 
(=) Receita operacional líquida 42.100,00 
(-) Custos da mercadoria vendida (28.000,00)(=) Lucro bruto 14.100,00 
(-) Despesas operacionais
Despesas administrativas (9.700,00)
Despesas com aluguel (3.000,00) 
Despesas com depreciação (1.700,00) 
Despesas com salários (5.000,00)
(=) Resultado antes do resultado financeiro 4.400,00
(-) Despesas financeiras
Despesas financeiras (1.200,00) 
(+) Receitas financeiras
Receitas financeiras 800,00
(=) Resultado antes dos tributos sobre o lucro 4.000,00 
(=) Lucro líquido do exercício 4.000,00 
Quadro 1 - Demonstração do Resultado do Exercício / Fonte: a autora.
Balanço patrimonial
Ativo Passivo
Ativo circulante Passivo circulante
Caixa e equivalentes de caixa Fornecedores
Caixa 7.800,00 Fornecedores 25.000,00
Banco 25.900,00 Obrigações trabalhistas
Aplicações financ. de liq. imed. 
12.100,00
Salários a pagar / 11.500,00
Contas a receber e outros 
créditos
Obrigações fiscais
Duplicatas a receber 
18.500,00
Impostos a recolher / 4.800,00
Impostos a recuperar 2.900,00 Empréstimos e financiamentos
Estoques
Empréstimos e financiamentos 
17.600,00 
Mercadorias 51.800,00 Outras obrigações
Materiais de uso e consumo 
3.500,00
Contas a pagar 8.700,00
Passivo não circulante
Ativo não circulante Empréstimos e financiamentos
Investimentos
Financiamentos a pagar 
19.200,00 
Participação em outras cias 
5.000,00 
Patrimônio líquido
Imobilizado Capital social
Instalações 90.000,00 Capital social 300.000,00
Balanço patrimonial
Ativo Passivo
Móveis e utensílios 70.000,00 (-) Capital a integralizar (75.000,00)
Veículos 30.000,00 Lucros/prejuízos acumulados
(-) Depreciação acumulada 
(1.700,00)
Lucros acumulados 4.000,00 
Total: 315.800,00 Total: 315.800,00
Quadro 2 - Balanço patrimonial / Fonte: a autora.
Para compreender as demonstrações, é necessário conhecer a linguagem contábil, ou 
seja, saber como a Contabilidade faz os seus registros, o que ela considera como ativo, 
passivo, patrimônio líquido, receita e despesa, como os fatos afetam o patrimônio da 
entidade e como ela gera informações por meio das demonstrações contábeis.
Com todo esse conteúdo, você e João compreenderão como a Contabilidade trans-
forma os fatos ocorridos em uma empresa em relatórios, o que proporcionará, tam-
bém, que você compreenda as informações contidas nas demonstrações de qualquer 
empresa. Isso seguramente será um diferencial na sua atuação profissional.
Então, prepare um ambiente para estudo, tenha sempre papel e caneta em mãos, 
acompanhe atentamente todas as aulas e, no final, você estará preparado(a) para 
compreender a linguagem contábil. Conto com você nesta caminhada. Bons estudos! 
IMERSÃO
RECURSOS DE
Ao longo do livro, você será convida-
do(a) a refletir, questionar e trans-
formar. Aproveite este momento.
PENSANDO JUNTOS
NOVAS DESCOBERTAS
Enquanto estuda, você pode aces-
sar conteúdos online que amplia-
ram a discussão sobre os assuntos 
de maneira interativa usando a tec-
nologia a seu favor.
Sempre que encontrar esse ícone, 
esteja conectado à internet e inicie 
o aplicativo Unicesumar Experien-
ce. Aproxime seu dispositivo móvel 
da página indicada e veja os recur-
sos em Realidade Aumentada. Ex-
plore as ferramentas do App para 
saber das possibilidades de intera-
ção de cada objeto.
REALIDADE AUMENTADA
Uma dose extra de conhecimento 
é sempre bem-vinda. Posicionando 
seu leitor de QRCode sobre o códi-
go, você terá acesso aos vídeos que 
complementam o assunto discutido.
PÍLULA DE APRENDIZAGEM
OLHAR CONCEITUAL
Neste elemento, você encontrará di-
versas informações que serão apre-
sentadas na forma de infográficos, 
esquemas e fluxogramas os quais te 
ajudarão no entendimento do con-
teúdo de forma rápida e clara
Professores especialistas e convi-
dados, ampliando as discussões 
sobre os temas.
RODA DE CONVERSA
EXPLORANDO IDEIAS
Com este elemento, você terá a 
oportunidade de explorar termos 
e palavras-chave do assunto discu-
tido, de forma mais objetiva.
Quando identificar o ícone de QR-CODE, utilize o aplicativo Unicesumar 
Experience para ter acesso aos conteúdos on-line. O download do 
aplicativo está disponível nas plataformas: Google Play App Store
https://apigame.unicesumar.edu.br/qrcode/3881
APRENDIZAGEM
CAMINHOS DE
1 2
3 4
5
ESTRUTURA 
BÁSICA DA 
CONTABILIDADE
11
SISTEMATIZAÇÃO 
DO PATRIMÔNIO
41
71
BALANÇO 
PATRIMONIAL
109
DEMONSTRAÇÃO 
DO RESULTADO
145
CONTABILIDADE 
POR BALANÇOS 
SUCESSIVOS
1Estrutura Básica 
da Contabilidade
Me. Adriana Casavechia Fragalli
Olá, prezado(a) estudante! Seja bem-vindo(a) ao nosso estudo sobre 
Contabilidade Geral. Nesta primeira unidade, você terá a oportunidade 
de conhecer um pouco sobre a história da Contabilidade, compreen-
dendo como ela surgiu e se desenvolveu. Você aprenderá, também, 
quais são o objeto, o objetivo e os usuários da informação contábil. 
E, por fim, ao contrário do que muitos pensam, você perceberá que 
a Contabilidade não serve apenas para atender às exigências legais, 
na verdade, ela possui diferentes campos de atuação, os quais você 
conhecerá. Bons estudos!
UNIDADE 1
12
Você se lembra do nosso amigo João? Ele acabou de abrir 
uma loja de roupas com alguns colegas e, após o primeiro 
mês, ele recebeu as demonstrações contábeis do seu conta-
dor, mas ele não entende nada de Contabilidade, não faz a 
menor ideia de como ela pode lhe auxiliar como empresário. 
Então, minha tarefa é demonstrar para ele e para você, tam-
bém, como a Contabilidade pode ser uma grande parceira 
dos negócios. Contudo, para entendê-la, é preciso começar 
pelo início, descobrindo como ela surgiu e se desenvolveu. 
Você sabia que a Contabilidade é tão antiga quanto o ho-
mem? Sabia que ela tem um objeto de estudo próprio? Você 
sabe quem são os usuários da informação contábil e quais 
são os seus campos de atuação? Pois nós descobriremos!
Quando João e seus colegas decidiram abrir a empresa, 
eles sabiam que seria necessário contratar os serviços de 
um contador. Entretanto, logo no primeiro mês, quando 
receberam as demonstrações contábeis, perceberam que 
não tinham o conhecimento necessário para compreen-
dê-las. E isso é um problema. 
Segundo o Sebrae, cerca de 24% das micro e pequenas 
empresas fecham suas portas em até dois anos (SERASA 
EXPERIAN, 2020). Entre os diversos motivos, está a falta 
de acompanhamento das finanças: 
 “ Muitas empresas demoram a perceber a importância de realizar uma gestão financeira eficiente dos seus negócios para que eles con-sigam seguir em frente. Muitas vezes, em especial nos primeiros 
anos de vida do empreendimento, acabam misturando as finanças 
pessoais com as da empresa.
Outro erro é não elaborar um fluxo de caixa e desconhecer seus 
números reais de lucratividade, rentabilidade e liquidez. Dessa for-
ma, o empresário torna-se incapaz de tomar decisões embasadas 
e estratégicas para o negócio. Ir à falência torna-se um processo 
natural para as empresas que deixam de dar a atenção adequada às 
suas finanças (SERASA EXPERIAN, 2020, on-line).
13
Aluno(a), conheça e acesse, aqui, o QR Code para 
mais informações sobre o Serasa Experian.
Caso você nunca tenha feito, convido-lhe a realizar um controle financeiro pes-
soal. Para isso, você pode utilizar uma planilha do Excel ou baixar algum aplicati-
vo, como Mobills, Organizze, Minhas Economias ou Guiabolso. Anote todos — eu 
disse TODOS — os seus gastos e os seus ganhos. Esse controle é muito importante 
para que você consiga tomar decisões seguras sobre comprar um carro, financiar 
uma casa, entre outras, afinal, se você conhecer sua movimentação financeira, terá 
mais segurança para decidir se pode e o quanto pode se endividar. 
Convenhamos: não é uma tarefa fácil registrar, realmente, TODAS as mo-
vimentações financeiras que realizamos, não é mesmo? Sempre esquecemos de 
uma comprinha aqui, uma ida ao mercado ali, que são valores menos expressivos, 
realmente, mas que podem ter um impacto importante no final do mês: sabe 
aquela sensação de “cadê o meu dinheiro?!”. 
Pois então, na empresa, não pode haveresse “cadê o meu dinheiro?!”, e é por 
isso que a Contabilidade pode ser uma grande aliada. Antes de começar a conhe-
cer o papel da Contabilidade, descreva, no Diário de Bordo, a sua experiência com 
o controle financeiro pessoal, se é difícil ou não, quais recursos utilizou, se acha 
importante etc. Descreva, também, como você imagina que se deva fazer o con-
trole financeiro nas empresas. Você acha que a Contabilidade controla somente 
todas as saídas e entradas de dinheiro ou a sua função vai além disso?
UNICESUMAR
UNIDADE 1
14
Para entender a Contabilidade, o seu papel, as suas responsabilidades, a sua liga-
ção com o mundo dos negócios, devemos começar pelo início: conhecendo um 
pouco sobre a HISTÓRIA DA CONTABILIDADE. 
Não se sabe ao certo quando a Contabilidade surgiu, mas podemos afirmar 
que ela é tão antiga quanto a origem do homem: “alguns pesquisadores revelam 
que os primeiros sinais objetivos da existência da Contabilidade datam de mais 
ou menos 4.000 anos a.C.” (FAVERO et al., 2011, p. 9), contudo “alguns histo-
riadores fazem remontar os primeiros sinais objetivos da existência de contas a 
aproximadamente 2.000 anos a.C.” (IUDÍCIBUS, 2015, p. 16).
Talvez, você esteja se perguntando: “como assim a Contabilidade é tão antiga? 
Nem os números são tão antigos!”. Apesar de serem muito utilizados pela Con-
tabilidade, os números não são a sua razão de ser. Na verdade, a Contabilidade 
cuida do patrimônio das entidades, assim, quando o homem passou a possuir 
bens, como instrumentos de caça e de pesca, animais, ânforas de bebidas, entre 
outros, ele precisou buscar mecanismos para controlar esses bens. 
 “ Para controlar os animais, por exemplo, o dono do rebanho separava uma pedra para cada animal, ou fazia ‘riscos’ em um pedaço de madeira ou osso, assim ele acompanhava se havia a mesma quantidade de pe-
dras, ou de riscos, em comparação aos animais. É claro que esta era uma 
forma muito rudimentar de contabilidade, mas já representava um 
acompanhamento do patrimônio (FRAGALLI; SILVA, 2021, p. 14–15).
15
Até o surgimento da 
moeda, a Contabili-
dade teve uma evo-
lução relativamente 
lenta, isso porque, na 
época do escambo, 
os negociantes ano-
tavam suas obriga-
ções, direitos e bens 
perante terceiros sem 
avaliação monetária, 
ou seja, tratava-se de 
um inventário físico 
(IUDÍCIBUS, 2015). 
Contudo, a preocu-
pação do homem com o seu patrimônio e a sua riqueza fez com que a Con-
tabilidade aperfeiçoasse a sua forma de avaliação da situação patrimonial à 
medida em que as atividades foram se desenvolvendo em dimensão e com-
plexidade (IUDÍCIBUS, 2015).
Não é à toa que a Contabilidade enquanto disciplina adulta e completa 
— a Contabilidade enquanto ciência — surgiu a partir do século XIII nas 
cidades italianas de Veneza, Gênova, Florença, Pisa e outras, afinal essas ci-
dades representavam o que havia de mais avançado na época em termos de 
empreendimentos comerciais e industriais incipientes (IUDÍCIBUS, 2015). 
Entre os progressos tecnológicos e as mudanças socioeconômicas que 
impulsionaram o desenvolvimento da Contabilidade, Hendriksen e Breda 
(2012) destacam a invenção da vela triangular utilizada nas embarcações — 
Figura 1. Antes de sua invenção, o comércio se limitava à navegação em uma 
direção em uma época do ano e na direção oposta em outra época. A vela 
triangular, conhecida como vela latina, permite viajar em qualquer época do 
ano. Contudo, a necessidade desse meio de transporte provocou uma guerra 
que conhecemos como Primeira Cruzada. Entre o final do século XI e o final 
do século XIII, cruzadas sucessivas impulsionaram o desenvolvimento do 
comércio, principalmente, entre as cidades italianas e o Oriente. 
UNICESUMAR
UNIDADE 1
16
De acordo com Hendriksen e Breda (2012), à medida em que o comércio se 
expandia e a riqueza era acumulada, os negócios deixaram de ser realizados 
individualmente e foram substituídos por sociedades. O uso de sociedades 
permitia que os riscos da navegação marítima fossem compartilhados. Assim, 
o conceito de sociedade foi importante para o desenvolvimento da Contabi-
lidade, pois levou ao reconhecimento da empresa como entidade separada 
e distinta dos seus proprietários. Todos esses fatos deixam claro porque o 
Método das Partidas Dobradas e, consequentemente, a Ciência Contábil sur-
giram justamente na Itália: o alto nível de atividade comercial e industrial e 
o surgimento das sociedades criaram a necessidade de mecanismos capazes 
de organizar economicamente as riquezas geradas. 
Descrição da Imagem: a figura apresenta a imagem de uma caravela navegando no mar. A estrutura é 
de madeira e tem alguns tripulantes. Há dois mastros com velas triangulares, cada uma com o desenho 
de uma cruz. 
Figura 1 - Caravela Vera Cruz / Fonte: Caravelas ([2022], on-line).
17
Nessa evolução, deu-se o desenvolvimento do Método das Partidas Do-
bradas, utilizado até hoje. Segundo Hendriksen e Breda (2012), sistemas de 
escrituração por partidas dobradas começaram a surgir, gradativamente, 
entre os séculos XIII e XIV, mas foi apenas no século XV que o método 
foi publicado pela primeira vez. O frei franciscano Luca Pacioli, que, por 
sinal, era professor de Matemática, escreveu um livro denominado Summa 
de Arithmetica, Geometrica, Proportioni et Proportionalitá. Nesse livro, 
Pacioli escreveu um capítulo que, segundo Hendriksen e Breda (2012, p. 39), 
“descreve o sistema de partidas dobradas e apresentava o raciocínio em que 
se baseiam os lançamentos contábeis”.
O conceito do Método das Partidas Dobradas é que: I - para cada causa, 
existe um efeito; II - para cada origem, existe uma aplicação; III - para cada 
crédito, existe um débito. Assim, o registro contábil sempre envolverá, no 
mínimo, duas contas — uma de débito e outra de crédito. Contudo, fique 
tranquilo(a)! O Mecanismo das Partidas Dobradas será estudado adiante 
em nosso material. E por que será que o esse mecanismo é utilizado sempre 
com uma conta de débito e uma conta de crédito? Por que não uma conta 
positiva e outra conta negativa? Se quiser compreender esses conceitos, leia 
o texto a seguir do “Explorando Ideias”. 
Por que, especificamente, a escrituração por partidas dobradas? O conceito de dualidade 
frequentemente utilizado para justificar as partidas dobradas apenas exige que sejam 
reconhecidos dois lados de cada transação. Isso poderia ser, com igual facilidade, feito em 
uma única coluna, usando sinais positivos e negativos, ou em duas colunas com débitos e 
créditos. Por exemplo, ao se usar caixa para adquirir estoque, por que não simplesmente 
colocar um número positivo na coluna de estoque e um número negativo na coluna de 
caixa em uma planilha? Por que falar de debitar uma conta e creditar outra? Por que toda 
essa maquinaria complexa? O fato curioso é que, embora os investidores da Contabili-
dade dispusessem de conceitos tais como moeda, capital próprio e despesa, eles não 
dispunham de números negativos! Havia a noção de números negativos, mas, ainda em 
1544, matemáticos como o alemão Michael Stifel os consideravam absurdos e fictícios. Na 
verdade, não foram utilizados em Matemática antes do século XVII. 
Fonte: Hendriksen e Breda (2012, p. 45).
EXPLORANDO IDEIAS
UNICESUMAR
UNIDADE 1
18
Após o surgimento do Método das Partidas Dobradas, a escola italiana de Con-
tabilidade ganhou grande impulso e se espalhou por toda a Europa (FAVERO et 
al., 2011). Assim, entre o século XIII e o início do século XX, a Europa se destacou 
no desenvolvimento das teorias contábeis. Apesar das importantes contribuições 
da escola italiana/europeia de Contabilidade, seus estudos se preocupavam em 
demonstrar a Contabilidade quanto à Ciência, dando pouca atenção à verdadei-
ra necessidade informacional dos usuários, assim a escola norte-americana de 
Contabilidade passou a se destacar.
No início do século XX, o surgimento das grandes corporações, em conjunto com 
o desenvolvimento do mercado de capitais e do extraordinário ritmo de desenvol-vimento dos Estados Unidos da América (EUA), constituiu um campo fértil para o 
avanço das teorias e práticas contábeis. Além disso, os norte-americanos herdaram 
da Inglaterra uma excelente tradição no campo da Auditoria (IUDÍCIBUS, 2015).
 “ É de nosso conhecimento que a Contabilidade acompanha a evolu-ção das sociedades, cidades e nações e, no início deste século, como o cenário de maior desenvolvimento industrial e comercial passou 
a ser a América do Norte, mais particularmente os Estados Unidos, 
o eixo de evolução da Contabilidade deslocou-se em função desse 
cenário (FAVERO et al., 2011, p. 21).
19
Esses dois eixos de estudos e desenvolvimento de teorias contábeis — escola 
italiana/europeia e escola norte-americana — não são opostos, na verdade, em 
cada época e atendendo a cada realidade, as teorias se desenvolveram de forma a 
atender às novas necessidades dos usuários. No Quadro 1, encontram-se alguns 
pontos relevantes sobre tais escolas de Contabilidade.
Escola italiana/europeia de 
Contabilidade
Escola norte-americana de 
Contabilidade
Desenvolvimento de teorias 
contábeis importantes até hoje, 
como o Patrimonialismo, que 
define o patrimônio como objeto da 
Contabilidade.
Direciona o estudo da Contabilidade 
para dois focos: informação para 
usuários externos (Contabilidade 
Financeira) e informação para 
usuários internos (Contabilidade 
Gerencial).
Preocupação demasiada em 
demonstrar a Contabilidade como 
Ciência, não se preocupando com 
as necessidades informativas dos 
usuários.
Preocupação com o aspecto 
informacional da Contabilidade.
Foco na Contabilidade Financeira.
Desenvolvimento da Contabilidade 
de Custos.
Baixo desenvolvimento na área de 
Auditoria.
Criação dos Princípios de 
Contabilidade.
Ênfase ao desenvolvimento teórico 
das contas.
Ênfase ao desenvolvimento na área 
de Auditoria.
Quadro 1 - Aspectos relevantes sobre as escolas de Contabilidade / Fonte: adaptado de Favero et al. (2011).
É justamente por acompanhar o desenvolvimento econômico e social que, há 
alguns anos, passamos por uma revolução na área: a Contabilidade Internacional. 
Com o mundo globalizado, em que se tornou comum empresas realizarem tran-
sações comerciais com diferentes países, tornou-se necessário falar uma mesma 
língua, pelo menos, no que se refere às informações contábeis. 
UNICESUMAR
UNIDADE 1
20
 “ Por ser uma ciência social, a Contabilidade é fortemente influen-ciada pelo ambiente em que atua. Assim, as diferenças históricas, os valores culturais e as estruturas políticas, legais e econômicas de 
cada país acabam refletindo nas práticas contábeis em vigor. Nor-
malmente, os princípios e as práticas adotados na Contabilidade po-
dem ser diferentes de um país para outro. Em alguns países, como é 
o caso do Brasil, a Contabilidade é influenciada pela exigência legal; 
em outros, pelo consenso de órgãos profissionais de classe, como é o 
caso dos Estados Unidos (NIYAMA; SILVA, 2013, p. 31–32).
É por isso que, de acordo com Niyama e Silva (2013), o crescimento do comércio 
globalizado provocou a necessidade de padrões internacionais de Contabilidade. 
Assim, o International Accounting Standards Board (Iasb), que é um órgão privado 
formado por um Conselho de Membros constituído por representantes de mais 
de 140 entidades de classe de todo o mundo, inclusive, o Brasil — representado 
pelo Ibracon e pelo Conselho Federal de Contabilidade (CFC) —, edita os cha-
mados IFRS (International Financial Reporting 
Standards), conhecidos, aqui, como Normas Inter-
nacionais de Contabilidade. As Normas Internacio-
nais de Contabilidade têm como objetivo reduzir 
as diferenças entre os procedimentos e as normas 
contábeis adotadas nos diferentes países e come-
çaram a ser publicadas em 1975. O Brasil passou 
a adotar as Normas Internacionais em 2007, com 
a promulgação da Lei nº 11.638 (BRASIL, 2007). 
Acredito que você e o João já tenham 
percebido que o desenvolvimento da Con-
tabilidade está intimamente ligado com o 
desenvolvimento econômico, social e cul-
tural. De acordo com Hendriksen e Breda 
(2012), o mundo, como o conhecemos hoje, é 
decorrente da criação da Contabilidade por 
Partidas Dobradas, pois ela criou a base para 
o desenvolvimento do capitalismo privado. 
21
 “ Na verdade, o desenvolvimento inicial do método contábil esteve intimamente associado ao surgimento do Capitalismo, como for-ma quantitativa de mensurar os acréscimos ou decréscimos dos 
investimentos iniciais alocados a alguma exploração comercial 
ou industrial. Não é menos verdade, todavia, que a economia de 
mercado e seu florescer foram, por sua vez, fortemente ampara-
dos pelo surgimento e aperfeiçoamento das partidas dobradas, o 
que equivale a dizer que se verificou uma interação entre os dois 
fenômenos (IUDÍCIBUS et al., 2019, p. 1). 
Isso nos permite dizer que as empresas são tão importantes para a Contabi-
lidade quanto a Contabilidade é importante para as empresas. As empresas 
representam o maior consumidor de serviços contábeis, seja para fins legais, 
tributários ou gerenciais. Por outro lado, se não fosse a Contabilidade, as 
empresas não teriam uma base informacional confiável para auxiliar a sua 
gestão (FRAGALLI; SILVA, 2021).
De qualquer forma, os registros contábeis, muito mais do que medir e 
controlar riqueza, são uma importante base de dados. Sobre isso, Hendriksen 
e Breda (2012, p. 39) relatam que: 
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UNIDADE 1
22
NOVAS DESCOBERTAS
Título: Teoria da Contabilidade
Autores: Eldon S. Hendriksen e Michael F. Van Breda
Editora: Atlas
Sinopse: nesse livro, emprega-se um referencial genérico para 
avaliar áreas da teoria e da prática da Contabilidade Financeira 
em três níveis básicos: o nível estrutural, o de interpretação se-
mântica e o pragmático. Nessas avaliações, deu-se ênfase aos 
enfoques indutivo-dedutivo e à Teoria de Mercado de Capitais. 
Em alguns casos, os autores expõem suas opiniões e apresentam 
evidências baseadas na lógica e em resultados empíricos, quando 
disponíveis. 
Comentário: nesse material, mais precisamente na Unidade 2, os 
autores abordam a história da Contabilidade, trazendo fatos históri-
cos importantes. 
 “ A história da contabilidade é a história da nossa era; de muitas formas, a própria contabilidade conta essa história, pois os regis-tros contábeis fazem parte da matéria-prima dos historiadores. 
Aprendemos muito a respeito de homens como Isaac Newton e 
John Wesley graças aos livros contábeis que mantiveram. Como 
disse a novelista Josephine Tey, ‘a verdade não está nas histórias, 
mas nos livros de contabilidade’.
Isso demonstra que os registros e as demonstrações contábeis não são ape-
nas para atender às exigências legais, mas, também, “representam um retrato 
da realidade patrimonial de empresas e/ou pessoas fornecendo informações 
importantes tanto para gestores e governo, quanto para a sociedade” (FRA-
GALLI; SILVA, 2021, p. 16).
23
OLHAR CONCEITUAL
Aluno(a), conheça, nessa linha do tempo de 4.000 a.C. até 2007 d.C., a evolução da 
Contabilidade.
Contabilidade rudimentar ao inventariar 
instrumentos de caça, de pesca etc.
Surgimento gradativo da escrituração por partidas 
dobradas em cidades italianas que representavam 
o que havia de mais avançado na época em 
termos de empreendimentos comerciais e 
industriais incipientes.
Publicação do método das partidas dobradas pelo 
Frei Luca Pacioli. Mesmo não tendo criado o 
método, Pacioli ficou conhecido como o pai da 
contabilidade. 
Destaque da escola italiana/européia de 
contabilidade.
Destaque da escola norte americana de 
contabilidade.
Publicação das Normas internacionais de 
contabilidade visando uma mesma linguagem 
contábil entre diferentes países.
O Brasil adota as normas internacionais de 
contabilidade com a promulgação da Lei 
nº 11.638/07.
Entre 4.000 e 
2.000 anos A.C.
Séc. XIII e XIV
Séc. XV
Entre o séc. XIII e 
início do séc. XX
A partir do séc. XX
A partir de 1975
2007
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UNIDADE 1
24
Os mecanismos contábeis deregistro, controle e evidenciação da situação fi-
nanceira, patrimonial e econômica da entidade são desenvolvidos por meio de 
estudos científicos. Assim, podemos afirmar que Contabilidade é uma Ciência. De 
acordo com Franco (1989), a Ciência Contábil ou a Contabilidade é uma Ciência 
Social que estuda os fenômenos no patrimônio das entidades, mediante registro, 
classificação, demonstração, análise e interpretação dos fatos contábeis, objeti-
vando oferecer informações e orientações para o auxílio na tomada de decisões.
Embora a Contabilidade utilize números, ela não é considerada uma 
Ciência Exata, como a Matemática ou a Estatística. Como foi dito por Franco 
(1989), ela é uma Ciência Social, pois estuda aspectos importantes relaciona-
dos a uma sociedade, na verdade, ela busca mecanismos para avaliar e eviden-
ciar as ações de uma entidade da melhor forma possível, buscando fazer com 
que os relatórios sejam fiéis à realidade. 
A Contabilidade, na qualidade de Ciência Social Aplicada, com metodologia especialmente 
concebida para captar, registrar, acumular, resumir e interpretar os fenômenos que afetam 
as situações patrimoniais, financeiras e econômicas de qualquer ente, seja este pessoa físi-
ca, entidade de finalidade não lucrativas, empresa, seja mesmo pessoa de Direito Público, 
tais como Estado, Município, União, Autarquia etc., tem um campo de atuação muito amplo. 
Fonte: Iudícibus et al. (2019, p. 1).
EXPLORANDO IDEIAS
25
Para entender o papel da Contabilidade, precisamos conhecer seu OBJETO, 
seu OBJETIVO e os USUÁRIOS DA INFORMAÇÃO CONTÁBIL. Toda 
Ciência possui um objeto de estudo; no caso da Contabilidade, esse objeto é 
o patrimônio das entidades contábeis. Nesse material, você descobrirá o que 
compõe o patrimônio e como a Contabilidade organiza os elementos patri-
moniais. Antes, porém, precisamos entender o que é uma entidade contábil, 
a qual possui um patrimônio. 
Segundo Fragalli e Silva (2021, p. 22), “a entidade contábil pode ser de-
finida como um patrimônio sob a ação administrativa do homem, que age 
sobre ele praticando atos de natureza econômica”. Então, eu lhe pergunto: 
você, enquanto pessoa física, administra o seu patrimônio? Você realiza atos 
de natureza econômica? Óbvio que sim! E é por isso que o seu patrimônio 
também representa uma entidade contábil.
Isso significa que o mecanismo contábil de controle patrimonial pode 
ser utilizado tanto por pessoas jurídicas quanto por pessoas físicas. Normal-
mente, relacionamos a Contabilidade às empresas, pois estas são obrigadas 
a manter uma escrituração contábil — exceto empresas da categoria MEI 
(Microempreendedor Individual) —, no entanto, as pessoas físicas podem 
utilizar a Contabilidade para controlar o seu patrimônio. A diferença é que 
a grande maioria da população possui um conjunto pequeno de elementos 
patrimoniais, não sendo necessário os serviços contábeis para tal controle. 
As teorias contábeis são desenvolvidas visando à melhor maneira de re-
gistrar, avaliar e controlar o patrimônio, seja em seu aspecto estático, que evi-
dencia o conjunto de elementos patrimoniais em um determinado momento, 
seja em suas variações. O estudo sobre o patrimônio tem como finalidade 
fornecer aos seus usuários informações econômicas, financeiras e patrimo-
niais que auxiliem no processo de tomada de decisão. Assim, segundo Favero 
et al. (2011, p. 1), a Contabilidade tem como objetivo “gerar informação para 
o controle e tomada de decisão”.
Contribuindo com Favero et al. (2011), Szuster et al. (2013) afirmam que 
a Contabilidade é um sistema de informação e avaliação destinado a prover 
seus usuários com demonstrações e análises de natureza econômica, financei-
ra, física e de produtividade no que tange a entidade objeto da contabilização. 
Assim, podemos afirmar que os objetivos da Contabilidade são:
UNICESUMAR
UNIDADE 1
26
 “ Proceder ao registro da estrutura societária da organização, bem como alterações futuras.Registrar, analisar e controlar o patrimônio das entidades.
Gerar informações para tomada de decisão da administração.
Gerar informações para terceiros com vínculo de interesse para com o 
empreendimento (acionistas, investidores, fornecedores, governo etc. 
(FRAGALLI; SILVA, 2021, p. 38).
Isso demonstra o importante papel da Contabilidade para o sucesso de um negócio. 
Muito mais do que atender às exigências legais, a Contabilidade é responsável por 
fornecer informações que são essenciais para a gestão. 
 “ A função fundamental da Contabilidade [...] tem permanecido inal-terada desde seus primórdios. Sua finalidade é prover os usuários dos demonstrativos financeiros com informações que os ajudarão a tomar 
decisões. Sem dúvida, tem havido mudanças substanciais nos tipos de 
usuários e nas formas de informações que têm procurado. Todavia, esta 
função dos demonstrativos financeiros é fundamental e profunda. O 
objetivo básico dos demonstrativos financeiros é prover informação 
útil para a tomada de decisões econômicas (AICPA, 1973 apud IU-
DÍCIBUS, 2015, p. 4). 
Entretanto, quem são os usuários da informação contábil? Podemos dizer que 
são todas as pessoas que utilizam as informações contábeis para avaliar, verificar ou 
tomar decisões relacionadas à entidade. Tais usuários são classificados em internos 
e externos. Os usuários internos são aqueles que trabalham na empresa e ocupam 
cargos que requerem a tomada de decisões e, por isso, necessitam de informações 
direcionadas. Já os usuários externos não possuem relação de trabalho com a empre-
sa, mas, também, necessitam de informações para a tomada de decisões. Para estes 
usuários, as informações são, normalmente, padronizadas (FAVERO et. al., 2011).
Podemos dizer, porém, que não é uma tarefa fácil atender a todos os usuários 
da Contabilidade, isso porque a necessidade de informação é diferente entre eles. 
Os gestores, enquanto usuários internos, necessitam de informações financeiras 
e operacionais específicas dependendo do seu cargo ou função, normalmente, 
27
precisam saber sobre o fluxo de caixa, itens em estoque, valores a receber e pa-
gar, custo de produção, pedidos de clientes a serem atendidos, entre outras. Já os 
usuários externos, como fornecedores e instituições financeiras, normalmente, 
estão preocupados com a situação financeira da entidade, visando analisar sua 
capacidade de pagamento. Já o Governo e as entidades reguladoras procuram 
informações que possibilitem verificar se o regime tributário e os respectivos 
recolhimentos estão corretos. 
Favero et al. (2011) apresentam alguns exemplos de usuários e a sua respec-
tiva necessidade informacional:
USUÁRIOS INTERNOS INFORMAÇÕES REQUERIDAS
Empregados
Fluxo de caixa capaz de assegurar 
condições de boa remuneração.
Diretores Desempenho e rentabilidade.
Encarregados de produção
Produtividade e análise das variações 
de desempenho.
Encarregados de vendas
Desempenho por região, linhas de 
produtos, vendedores etc.
USUÁRIOS EXTERNOS INFORMAÇÕES REQUERIDAS
Instituições financeiras
Capacidade de pagamento da em-
presa. Ao emprestar o dinheiro, a sua 
preocupação é que a empresa tenha 
uma geração de caixa futuro suficiente 
para pagar, com segurança, o capital 
emprestado, atualizado com os juros.
Entidades governamentais
Lucro tributável, produtividade e valor 
adicionado.
Acionistas ou quotistas minoritá-
rios — não participantes da admi-
nistração das entidades
Retorno sobre o capital investido. Nor-
malmente, esperam que a empresa 
tenha condições de manter um fluxo 
regular de distribuição de lucros.
Sindicatos Fluxo de caixa futuro e rentabilidade.
Quadro 2 - Tipos de usuários / Fonte: Favero et al. (2011, p. 3).
UNICESUMAR
UNIDADE 1
28
Que legal! João acaba de des-
cobrir que ele é um usuário 
das informações contábeis. 
Como sócio/gerente, ele pre-
cisa saber sobre o resultado 
da empresa, se é positivo ou 
negativo, os recursos finan-
ceiros que a empresa possui, 
o montante de dívidas que 
vencem no curto e no longo 
prazo, enfim umasérie de in-
formações que estão contidas 
nas demonstrações contábeis. 
A questão, agora, é saber iden-
tificar tais informações. 
OLHAR CONCEITUAL
Aluno(a), conheça, aqui, as diferenças entre objeto, objetivo e usuários da informação 
contábil na Contabilidade.
Objeto
A contabilidade 
tem como objeto 
o patrimônio da 
entidade 
contábil.
Objetivo
A contabilidade 
tem como 
objetivo gerar 
informação para 
os usuários.
Usuários da 
informação contábil
Os usuários são todas as 
pessoas que utilizam as 
informações contábeis. 
São classificados
em internos e
externos.
29
É importante esclarecer que “a Contabilidade é muito mais do que mero re-
gistro; é um instrumento básico de gestão, e, na verdade, um dos principais” 
(IUDÍCIBUS, 2015, p. 19). Contudo, para que esse instrumento seja realmente 
útil, é preciso que os usuários compreendam as informações geradas. Por mais 
que a Contabilidade busque ser clara em suas demonstrações, subentende-se 
que os usuários possuem conhecimento mínimo necessário para compreen-
der a metodologia contábil de geração de informação. 
De certa forma, o “homem contador” põe ordem, classifica, agrega e inventaria o que o 
“homem produtor”, em seu anseio de produzir, vai, às vezes, desordenadamente, amea-
lhando, dando condições a este último para aprimorar cada vez mais a quantidade e a 
qualidade dos bens produzidos, por meio da obtenção de maiores informações sobre o 
que conseguiu até o momento.
Fonte: Iudícibus (2015, p. 17).
PENSANDO JUNTOS
Como dito anteriormente, os usuários possuem necessidades diferentes de 
informação, e a Contabilidade deve buscar atender a todos. Contudo, no nosso 
país, a legislação fiscal e tributária é muito complexa, e, por isso, na maioria 
das vezes, as empresas buscam os serviços contábeis apenas para atender à 
legislação. Esse problema, na verdade, possui duas vertentes: por um lado 
existem contadores que deixam de expor aos seus clientes o importante papel 
da Contabilidade no fornecimento de informações que são úteis ao processo 
decisório, por outro, as empresas não querem gastar dinheiro com os serviços 
contábeis e contratam apenas os serviços exigidos por lei. 
Por esse motivo, existem diferentes CAMPOS DE ATUAÇÃO DA 
CIÊNCIA CONTÁBIL: a Contabilidade Fiscal, a Contabilidade Financeira 
e a Contabilidade Gerencial, e cada uma é voltada para finalidades específicas 
dos usuários. De acordo com Szuster et al. (2013, p. 28), “a atuação segmentada 
da Contabilidade Gerencial, da Contabilidade Financeira e da Contabilidade 
Fiscal retrata este processo que fornece, no conjunto, as informações mais 
utilizadas no mundo dos negócios”. 
UNICESUMAR
UNIDADE 1
30
A Contabilidade Fiscal é regida pelo Gover-
no e obrigatória para todas as empresas, exceto 
as que estão enquadradas como Microempreen-
dedor Individual (MEI), e está voltada para aten-
der à legislação fiscal. Nesse campo de atuação, o 
contador precisa estar atento às regulamentações 
específicas de cada empresa, que depende do seu 
porte, seu ramo de atuação, seu regime tributário, 
seu enquadramento fiscal, entre outras questões. 
De acordo com as particularidades de cada em-
presa, o contador calcula e emite as guias de reco-
lhimento de impostos, gera relatórios fiscais, emite 
notas fiscais, entre outras ações. 
A Contabilidade Financeira, ou Contabilidade 
Societária, é regulamentada pelas normas contá-
beis. Ela define os processos de contabilização dos 
fatos ocorridos na empresa de forma que as infor-
mações geradas representem fielmente a situação 
econômica, financeira e patrimonial da entidade. 
A Contabilidade Financeira também é responsável 
por definir a estrutura e as informações a serem 
apresentadas nas demonstrações contábeis. 
Por fim, a Contabilidade Gerencial tem a fi-
nalidade exclusiva de auxiliar na gestão da em-
presa, por isso, ela não segue regras ou normas, 
a própria empresa é quem define os dados, os 
modelos de relatórios, a periodicidade em que 
as informações devem ser divulgadas etc. Na 
Contabilidade Gerencial, o contador pode utili-
zar desde uma simples planilha de Excel ou um 
caderno de anotações até sistemas sofisticados de 
análises quantitativas; o objetivo é que a informa-
ção atenda às necessidades dos gestores internos, 
os quais precisam tomar decisões diárias de for-
ma segura e assertiva.
31
Podemos observar as características de cada campo de atuação no Quadro 3.
CARACTERÍSTICAS
CONTABILIDADE 
FISCAL
CONTABILIDADE 
FINANCEIRA
CONTABILIDADE 
GERENCIAL
Adoção e 
elaboração
Obrigatória Obrigatória Facultativa
Utilizada para...
Relações 
tributárias
Relações 
externas
Relações 
internas
Vínculo à 
legislação
Condicionada 
às disposições 
legais e 
tributárias
Condicionada 
às disposições 
legais
Não está 
condicionada 
às disposições 
legais
Produto principal
Relatórios 
específicos 
exigidos por lei
Conjunto 
completo de 
demonstrações 
contábeis
Relatórios para 
planejamento e 
controle
Visão da empresa
Empresa como 
um todo
Empresa como 
um todo
Interesse nas 
partes
A informação é...
Precisa 
(objetiva)
Relevante e 
confiável
Rápida
A informação 
busca...
Objetividade e 
legalidade
Essência 
econômica das 
transações
Utilidade
Quadro 3 - Características dos campos de atuação da contabilidade
Fonte: adaptado de Szuster et al. (2013).
João não entendeu muito bem a diferença entre Conta-
bilidade Fiscal, Contabilidade Financeira e Contabilidade 
Gerencial e, por isso, foi pedir explicação ao seu contador. 
Acompanhe o podcast e descubra o que o contador 
disse ao João. 
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UNIDADE 1
32
Como dito anteriormente, os empresários, normalmente, contratam os serviços da 
Contabilidade Fiscal e Financeira, realizando a gestão com dados não contábeis e 
se baseando em experiências passadas. No entanto, ao ser responsável por regis-
trar TODAS as movimentações financeiras e patrimoniais ocorridas na empresa, 
a Contabilidade tem acesso a informações que, às vezes, os próprios empresários 
desconhecem, por isso, vale a pena olhar para os serviços contábeis não somente 
como uma obrigatoriedade, mas, sim, como um aliado para o sucesso dos negócios. 
NOVAS DESCOBERTAS
Título: Um Sonho de Liberdade
Ano: 1994
Sinopse: Andy Dufresne é condenado a duas prisões perpétuas con-
secutivas pelas mortes de sua esposa e de seu amante, porém só 
Andy sabe que ele não cometeu os crimes. No presídio, durante de-
zenove anos, ele faz amizade com Red, sofre as brutalidades da vida 
na cadeia, adapta-se, ajuda os carcereiros etc.
Comentário: nesse filme, Andy Dufresne, que era banqueiro, utiliza seus conhecimen-
tos na área de Contabilidade para buscar a sua tão sonhada liberdade. 
Entre esses três campos de atuação, 
neste material, basear-nos-emos na 
Contabilidade Financeira, pois é a 
Contabilidade propriamente dita, 
aquela desenvolvida para registrar e 
controlar o patrimônio da entidade, 
buscando evidenciar, da forma mais 
transparente possível, a sua realida-
de. Uma das tarefas da Contabilida-
de Financeira é definir como devem 
ser evidenciadas as informações da 
entidade nas demonstrações contá-
beis. Lembre-se: é fundamental ter esse conhecimento para, no caso dos contadores, 
saber como apresentar os dados corretamente e, no caso dos gestores, saber com-
preender as informações, tornando-as úteis no processo de tomada de decisão. 
33
Por esse motivo, estudaremos, agora, sobre o OBJETIVO E ALCANCE DAS 
DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS. É importante que você saiba que relatórios 
contábeis e demonstrações contábeis são considerados sinônimos. Sobre esse 
assunto, Iudícibus e Marion (2019, p. 229) afirmam que o “relatório contábil é a 
exposição resumida e ordenada dos principais fatos registrados pela contabili-
dade em determinado período”. O processo de geração de informações contábeis 
pode ser observado na Figura 2.
Coleta de
dados
Contabilidade Relatórios
contábeis
Usuários da
contabilidade
• Administração• Bancos
• Governo
• Fornecedores
A Figura 2 demonstra a obtenção de dados que é feita por meio de documen-
tos: é por isso que a Contabilidade solicita notas fiscais, recibos, contratos, 
entre outros documentos que comprovem a transação realizada. Com os do-
cumentos em mãos, a Contabilidade efetua os registros das transações e, ao 
final do período — que pode ser mensal, anual ou outro —, tais registros dão 
origem às demonstrações contábeis que são utilizadas pelos usuários para 
obtenção de informações a respeito da entidade. 
O Conselho Federal de Contabilidade (CFC), por meio da Norma Brasileira 
de Contabilidade — NBC TG Estrutura Conceitual, de 21 de novembro de 2019, 
fornece alguns apontamentos acerca dos objetivos das demonstrações contábeis:
Descrição da Imagem: a figura demonstra um processo que segue da esquerda para a direita. Na primeira 
parte, está escrito “Coleta de dados”; abaixo, aparece a figura de um funil que tem a sua saída voltada 
para figura da direita, na parte superior do funil, existem vários cifrões sendo coletados. Em seguida, 
está escrito “Contabilidade”; abaixo, aparece a figura de um homem de terno e gravata ao lado de uma 
calculadora. Na sequência, está escrito “Relatórios contábeis”; abaixo, aparece a figura de um papel com 
texto ilegível. Por fim, está escrito “Usuários da contabilidade”; abaixo, aparecem as seguintes citações: 
Administração, Bancos, Governo e Fornecedores. 
Figura 2 - Geração de informações contábeis / Fonte: Marion (2009, p. 46).
UNICESUMAR
UNIDADE 1
34
 “ O objetivo das demonstrações contábeis é fornecer informações financeiras sobre os ativos, passivos, patrimônio líquido, receitas e despesas da entidade que reporta que sejam úteis aos usuários das 
demonstrações contábeis na avaliação das perspectivas para futuros 
fluxos de entrada de caixa líquidos para a entidade que reporta e na 
avaliação da gestão de recursos da administração sobre os recursos 
econômicos da entidade (CFC, 2019, [s.p.]).
NOVAS DESCOBERTAS
Caro(a) aluno(a), como você deve ter percebido, mencionamos, anterior-
mente, a existência de uma normativa que regulamenta a estrutura concei-
tual para um relatório financeiro. Acesse o QR Code e conheça o documento 
na íntegra.
Apesar de as demonstrações contábeis possuírem estruturas específicas, o nível 
de detalhamento e complexidade deve ser ajustado de acordo com cada realidade. 
Para entender essa ideia, basta comparar uma grande indústria têxtil, com deze-
nas de funcionários e na qual o proprietário pode nem atuar dentro da empresa, 
com um pequeno ateliê de costura, em que a(o) costureira(o) é proprietária(o) 
do negócio e, também, é quem atende o cliente, fabrica, vende, recebe, controla o 
estoque, o caixa, enfim atua em todas as ações do negócio.
https://apigame.unicesumar.edu.br/qrcode/13828
35
As diferentes características das empresas nos permitem afirmar que os relatórios 
contábeis serão influenciados pelos seguintes aspectos:
 ■ Complexidade do negócio
É evidente que os relatórios de uma pequena empresa, com poucos tipos de transa-
ções — basicamente, compra, vende, recebe e paga — conterá bem menos informa-
ções que os relatórios de uma grande corporação que realiza uma extensa variedade 
de transações, nacionais e internacionais, que apresenta uma enorme carga tribu-
tária e realiza operações em diversas instituições financeiras. Dessa forma, quanto 
maior o nível de complexidade das atividades desempenhadas pela entidade, maior 
também será a complexidade e o detalhamento das informações contábeis. 
 ■ Distância entre os sócios/acionistas da gestão da empresa
Nas empresas em que os sócios conseguem acompanhar de perto as atividades 
realizadas, não existe a necessidade de relatórios contábeis mais detalhados. Nes-
ses casos, a informação é obtida na própria empresa, sendo os relatórios menos 
utilizados para tomada de decisão. Por outro lado, em grandes empresas, em 
que os sócios/acionistas não participam dos negócios, os relatórios se tornam o 
principal meio de prestação de contas sobre as ações dos gestores. 
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UNIDADE 1
36
 Nas entidades por ações, também conhecidas como Sociedades Anônimas 
(S.A.), por exemplo, os acionistas minoritários compõem o quadro societário da 
empresa, mas são considerados usuários externos, pois não têm fácil acesso às infor-
mações, por isso, a Lei nº 6.404/76 (BRASIL, 1976) e alterações (Lei das S.A.) deter-
minam uma série de informações a serem divulgadas nas demonstrações contábeis, 
de forma a amparar os acionistas com dados que assegurem seu investimento. 
 ■ Conjunto de demonstrações contábeis
De acordo com a NBC TG 26 (R5) — Apresentação das Demonstrações Con-
tábeis (CFC, 2017), o conjunto completo de demonstrações inclui:
 » Balanço patrimonial.
 » Demonstração do resultado.
 » Demonstração do resultado abrangente.
 » Demonstração das mutações do patrimônio líquido.
 » Demonstração dos fluxos de caixa.
 » Demonstração do valor adicionado.
 » Notas explicativas.
A obrigatoriedade de elaboração e divulgação de tais demonstrações depende de 
legislações específicas conforme o porte e a formalização legal da entidade. No 
entanto, o balanço patrimonial e a demonstração do resultado, que você conhe-
cerá neste material, devem ser elaborados por todas as empresas, mesmo que não 
venham a ser divulgados publicamente.
Muitos empresários de pequenos negócios nunca viram o balanço patrimonial ou a de-
monstração de resultado da sua empresa. Será que o contador não fornece as demons-
trações ou o empresário não tem interesse, pois não entende as informações?
PENSANDO JUNTOS
Mesmo que não sejam poucas as demonstrações, muitas empresas também apre-
sentam o relatório da administração, que descreve e explica as características 
principais do desempenho e da posição financeira e patrimonial da entidade, 
assim como as incertezas às quais está sujeita. Muitas empresas também apre-
sentam relatórios ambientais e sociais, sobretudo as de setores em que os fatores 
ambientais e sociais são significativos (CFC, 2017).
37
As demonstrações contábeis são voltadas para usuários externos de forma geral:
 “ As demonstrações contábeis fornecem informações sobre transa-ções e outros eventos observados do ponto de vista da entidade que reporta como um todo e, não, do ponto de vista de qualquer 
grupo específico de investidores, credores por empréstimos e outros 
credores, existentes ou potenciais, da entidade (CFC, 2019, [s.p.]).
Contudo, os usuários internos necessitam de informações mais específicas e 
atuais. Por exemplo, ao invés de utilizar o balanço patrimonial, que contém todo 
o conjunto de bens, direitos e obrigações da entidade, o gerente financeiro pode 
requerer relatórios específicos apenas com os dados relativos a valores a receber 
e/ou a pagar, contendo o valor de cada título e vencimento. Da mesma forma, o 
gerente de produção pode solicitar informações específicas a respeito de itens 
em estoque, produtividade, pedidos a serem entregues, custos de produção, entre 
outras informações.
Além de informações específicas, os usuários internos necessitam receber os 
relatórios de forma mais contínua. As demonstrações contábeis são elaboradas 
ao final de cada período, que pode ser mensal, semestral, anual ou outro definido 
pela entidade. No entanto, os relatórios gerados para os usuários internos devem 
ser gerados conforme a necessidade, que pode ser, até mesmo, diária. 
UNICESUMAR
UNIDADE 1
38
Os relatórios internos são gerados 
pela Contabilidade quando a empre-
sa possui um departamento contábil 
próprio. Quando a Contabilidade é 
terceirizada, as informações para a ges-
tão são elaboradas por algum departa-
mento administrativo que a empresa 
possua. Contudo, nada impede que o 
contador contratado pela empresa lhe 
envie relatórios com informações es-
pecíficas, mas isso dependerá de como 
os serviços contábeis são contratados. 
E aí, gostou do papel da Contabili-
dade? Acredito que, agora, a atividade 
contábilfaz muito mais sentido para 
você, pois sabe que muito mais do 
que atender às determinações legais, a 
Contabilidade é um importante instru-
mento de controle patrimonial, sendo 
que esse controle resulta em informa-
ções que contribuem para o processo 
de tomada de decisão dos usuários. 
Contudo, para que essas informações 
sejam úteis, é necessário compreendê-
-las, e é isso que trabalharemos a partir 
da próxima unidade. Até logo!
39
1. De acordo com Iudícibus (2015, p. 17), “o grau de desenvolvimento das teorias contá-
beis e de suas práticas está diretamente associado, na maioria das vezes, ao grau de 
desenvolvimento comercial, social e institucional das sociedades, cidades ou nações”. 
Isso explica o fato de a Contabilidade, enquanto Ciência, ter surgido nas cidades italia-
nas de Veneza, Gênova, Florença, Pisa, entre outras. Explique por que a Contabilidade, 
enquanto disciplina, surgiu justamente nessas cidades italianas.
IUDÍCIBUS, S. de. Teoria da Contabilidade. 11. ed. São Paulo: Atlas, 2015.
2. Segundo Silva (2018, p. 17), a Ciência Exata é “qualquer campo da ciência capaz de ex-
pressar quantidades, predições precisas e métodos rigorosos de testar hipóteses”; já 
a Ciência Social é um “ramo da ciência que estuda os aspectos sociais do ser humano, 
propondo conhecer o ser humano enquanto elemento integrante de grupo organizado”. 
SILVA, J. M. Contabilidade Empresarial. Maringá: UniCesumar, 2018.
O principal relatório da Contabilidade, o balanço patrimonial, utiliza números e che-
ga a um valor exato entre ativo e passivo mais patrimônio líquido. Mesmo assim, a 
Contabilidade não é tida como uma Ciência Exata. Observando essas descrições, 
explique por que a Contabilidade é classificada como uma Ciência Social, já que ela 
utiliza números — valores e quantidades — em seus relatórios para expressar a 
situação econômica e financeira da empresa.
3. Para Hendriksen (apud PADOVEZE, 2000, p. 49), “a Contabilidade é um processo de 
comunicação de informação econômica para propósitos de tomada de decisão tanto 
pela administração como por aqueles que necessitam fiar-se nos relatórios externos”.
PADOVEZE, C. L. Manual de Contabilidade Básica. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2000.
Isto significa que, como mecanismo de informação, a Contabilidade busca auxiliar a 
tomada de decisão tanto dos usuários internos, como a administração da entidade, 
quanto dos usuários externos, que utilizam relatórios externos. Nesse sentido, ex-
plique a diferença entre usuários internos e externos da Contabilidade. 
4. Todas as pessoas, físicas ou jurídicas, públicas ou privadas que necessitarem de infor-
mações contábeis para tomar decisões são consideradas usuários das informações 
contábeis. Estes, por sua vez, são separados em internos e externos. Os usuários 
internos fazem parte da empresa e atuam diretamente em suas rotinas operacionais. 
40
Já os usuários externos podem ou não ter relações diretas com a empresa, mas não 
atuam dentro dela. Considerando essas informações e tomando como base uma 
empresa industrial, assinale a alternativa que apresenta um usuário da informação 
contábil com sua correta classificação.
a) Governo, usuário interno.
b) Diretoria, usuário externo.
c) Gerente de produção, usuário externo.
d) Instituições financeiras, usuário interno.
e) Conselho Regional de Contabilidade, usuário externo. 
5. As demonstrações contábeis fornecem informações sobre a situação econômica, 
financeira e patrimonial da entidade. Apesar de serem elaboradas de acordo com 
as estruturas definidas pelas normas contábeis, o nível de detalhamento e comple-
xidade é influenciado por alguns fatores. No que se refere a esses fatores, analise 
as afirmativas a seguir.
I - A complexidade do negócio interfere nas informações contábeis, isso porque as 
demonstrações de pequenos empreendimentos apresentam uma quantidade 
maior de informações, já que, normalmente, nessas situações, a Contabilidade é 
terceirizada. Já os grandes empreendimentos não necessitam de demonstração 
com muitas informações, já que possuem profissionais qualificados para realizar 
a gestão do negócio.
II - A distância entre o sócio/acionista das informações da empresa interfere nas 
informações contábeis, isso porque quanto mais próximo o proprietário estiver 
da rotina da empresa, menos detalhes serão necessários nas demonstrações. 
III - Apesar das normas contábeis apresentarem um conjunto de sete demonstra-
ções, cada empresa deve analisar sua própria obrigatoriedade de elaboração e 
divulgação, por isso, varia a depender do porte e ramo de atividade.
É correto o que se afirma em:
a) I, apenas.
b) II, apenas.
c) I e II, apenas.
d) II e III, apenas.
e) I, II e III. 
2Sistematização do 
Patrimônio
Me. Adriana Casavechia Fragalli
Caro(a) estudante, na primeira unidade deste material, você aprendeu 
que o patrimônio é o objeto de estudo da Ciência Contábil. Agora, você 
terá a oportunidade de conhecer o que compõe esse patrimônio: os 
chamados elementos patrimoniais. Você descobrirá, também, como a 
Contabilidade classifica e organiza esses elementos. Essa forma parti-
cular de organizar os elementos patrimoniais gera uma série de infor-
mações importantes sobre a entidade, como, por exemplo, identificar 
as origens e as aplicações de recursos financeiros. Então, não perca 
tempo, vamos descobrir a linguagem contábil!
UNIDADE 2
42
O João, personagem do nosso material, que, assim como você, deseja conhecer 
mais sobre Contabilidade, abriu uma loja de roupas chamada de Estilo. Para tanto, 
ele e mais dois amigos investiram o montante de R$ 200.000,00 cada, totalizando 
um capital de R$ 600.00,00. Com esse valor, eles compraram o ponto comercial 
e montaram a loja com balcões, expositores, prateleiras, provadores, mesas, itens 
de decoração e mercadorias para venda. Então, ela ficou assim:
Do valor investido, sobraram R$ 180.000,00, que foram depositados em uma 
conta corrente aberta no nome da empresa. A abertura da empresa também gerou 
dívidas com aluguel e com fornecedores, já que parte das mercadorias foram 
adquiridas a prazo. Com essas informações eu lhe pergunto: o que compõe o 
patrimônio da empresa Estilo? Quais são as origens de recursos financeiros e 
como eles foram aplicados na empresa? A empresa Estilo apresenta uma situação 
patrimonial positiva ou negativa?
43
Quando pensamos em patrimônio, naturalmente, nos lembramos dos bens 
que possuímos: uma casa, um carro, um terreno etc. O Dicionário Aurélio define 
patrimônio como “herança paterna. Bens de família. Complexo de bens, materiais 
ou não, direito, ações, posse e tudo o mais que pertença a uma pessoa ou empresa 
e seja suscetível de apreciação econômica” (FERREIRA, 2009, p. 488).
Os dados da empresa Estilo, apresentados anteriormente, estão detalhados na Tabe-
la 1. Considerando os dados apresentados, identifique o patrimônio da empresa Estilo.
Ponto comercial R$ 75.000,00
Balcões R$ 60.000,00
Expositores R$ 40.000,00
Prateleiras R$ 50.000,00
Provadores R$ 35.000,00
Mesas R$ 15.000,00
Itens de decoração R$ 5.000,00
Mercadorias R$ 265.000,00
Depósito na conta corrente R$ 180.000,00
Dívida com fornecedores R$ 120.000,00
Dívida com aluguel R$ 5.000,00
Capital investido pelos sócios R$ 600.000,00
Tabela 1 - Dados da empresa Estilo / Fonte: a autora.
Você, provavelmente, deve ter considerado todos os bens, como os móveis e as 
mercadorias, como o patrimônio da empresa Estilo. Contudo, eu lhe convido a fa-
zer a seguinte reflexão: caso os sócios da empresa Estilo solicitassem um emprés-
timo a uma instituição financeira e, para assegurar o empréstimo, a instituição 
exigisse a relação de todo o patrimônio no nome da empresa, e, então, os sócios 
apresentassem todos os bens e seus respectivos valores, mas não mencionassem 
a dívida de R$ 120.000,00 com fornecedores, eles estariam sendo verdadeiros 
sobre a situação da empresa? Afinal, se a empresa já possui uma dívida, de certa 
forma, seus bens já estão comprometidos.
UNIDADE 2UNIDADE 2
44
Utilize o Diário de Bordo para descrever o que acha que devemos considerar 
como sendo patrimônio de uma entidade contábil. Comente, também, sobre 
essa situação hipotética: você acha que, na relação dos elementos patrimoniais, 
os sócios deveriam considerar a dívida?
Como você aprendeu na unidade anterior, o objeto de estudo da Contabilidade 
é o patrimônio da entidade contábil, e é por isso que é importante conhecer os 
ELEMENTOS PATRIMONIAIS.
45
Quando falamos em patrimônio, normalmente, lembramo-nos dos bens, da-
quilo que possuímos e que tem valor, como uma casa ou um carro. Além do bem 
que já possuímos, nosso patrimônio também é composto pelos direitos que nos 
pertencem, como o direito de receber algum valor ou de usufruir de algo, afinal 
tudo que nos pertence e que tem valor econômico faz parte do nosso patrimônio. 
Entretanto, se dizemos que o que nos pertence e tem valor econômico faz parte 
do nosso patrimônio, então as nossas obrigações também são nosso patrimônio, 
afinal as nossas obrigações são nossas: ninguém sai por aí distribuindo boletos 
para outros pagarem, não é mesmo?!
Patrimônio
Bens Direitos Obrigações
Descrição da Imagem: a figura apresenta os elementos patrimoniais. À esquerda, está a palavra “Patri-
mônio”; do seu lado direito, há três quadros com desenhos e, entre eles, o sinal de mais (+). No primeiro 
quadro, há uma mão segurando uma sacola de presente e escrito “Bens”; no segundo, há uma mão em 
concha e, em cima da mão, há um cifrão com uma seta demonstrando retorno, abaixo, está escrito “Di-
reitos”; no último quadro, há uma mão segurando um celular que apresenta a palavra PAY (pagamento), 
abaixo, está escrito “Obrigações”.
Figura 1 - Elementos que compõem o patrimônio / Fonte: a autora.
Assim, podemos dizer que o patrimônio de uma entidade contábil é formado por 
bens, direitos e obrigações pertencentes a ela e que possuam valor econômico, ou 
seja, que possam ser mensurados em dinheiro. Os bens podem estar vinculados 
à entidade pela aquisição, recebimento, doação ou outro título. Os direitos de 
recebimento e as obrigações de pagamento são decorrentes de transações eco-
nômicas. Conheçamos melhor cada um desses elementos. 
Os bens representam tudo aquilo que é útil para satisfazer as necessidades das 
pessoas, assim são suscetíveis a avaliação econômica. No caso de João, em sua loja 
Estilo, é possível observar os seguintes bens: gôndolas, balcões, expositores, prate-
leiras, provadores, mesas, ar-condicionado, dinheiro no caixa, computador, telefone, 
UNIDADE 2
UNIDADE 2
46
máquina de cartão, roupas para venda, o próprio prédio no qual a loja está instalada, 
entre outros. Todos esses elementos são bens e, dependendo da sua finalidade, são 
registrados em grupos específicos. Os bens para uso na própria loja, como as prate-
leiras e os provadores, são registrados no imobilizado, já os bens para venda, como 
as roupas, são registrados no estoque. Normalmente, o estoque e o imobilizado são 
os grupos de bens mais significativos nas entidades, mas você conhecerá outros.
Existem várias maneiras de classificar os bens, dependendo do enfoque dado 
pela ciência. Para a Ciência Contábil, a principal classificação é quanto à mate-
rialidade: bens materiais e bens imateriais.
 ■ Bens materiais
Os bens materiais são aqueles que possuem corpo, matéria. Esses bens, quando 
destruídos por força física, deixam de ser bens. Os bens materiais, também de-
nominados bens tangíveis, são divididos em:
• Bens móveis: segundo o artigo 82 do Código Civil (BRASIL, 2002), 
são os bens suscetíveis de movimento próprio ou de remoção por 
força alheia, sem alteração da substância ou destinação econômico-
-social. Exemplos: máquinas, veículos, mercadorias.
• Bens imóveis: o artigo 79 do Código Civil (BRASIL, 2002) salienta 
que é o solo e tudo quanto se lhe incorporar natural ou artificialmen-
te. Exemplos: terrenos, edificações.
 ■ Bens imateriais
Os bens imateriais, também denominados bens intangíveis, não possuem corpo, 
não podem ser tocados, assim não podem ser destruídos por uma ação física. 
Contudo, a difamação, a má qualidade, preços incompatíveis, desrespeito ao con-
sumidor podem desvalorizar ou, até mesmo, acabar com o bem (FRAGALLI; 
SILVA, 2021). Para Marion (2015), o bem intangível, incorpóreo ou invisível são 
bens que não se pode tocar ou pegar. São aqueles que passaram a ter grande re-
levância a partir das ondas de fusões e incorporações na Europa e nos EUA. Os 
bens intangíveis podem ser objeto de cessão, ou seja, ação de ceder ou transferir a 
outrem a posse ou propriedade de alguma coisa. Os exemplos de bens intangíveis 
são: fundo de comércio, software, marcas e patentes, direitos autorais e direitos 
de exploração. Esses dois últimos, apesar de mencionarem “direitos”, na Conta-
bilidade, ficam registrados como intangíveis.
47
Enquanto os bens, tangíveis e intangíveis, são elementos que a entidade possui, os direi-
tos são os valores que a entidade tem a receber, sejam eles de pessoas físicas ou jurídicas. 
Esses direitos decorrem do poder jurídico que uma entidade tem de exigir valores de 
outra entidade, seja de pessoa física, empresa ou até mesmo de órgãos públicos. Os 
direitos ocorrem por diversos atos empresariais, entre eles, podemos citar os seguintes:
NOVAS DESCOBERTAS
Filme: Fome de Poder
Ano: 2016
Sinopse: a história da ascensão de uma das maiores redes de fast 
food do mundo. Após receber uma demanda sem precedentes e 
notar uma movimentação de consumidores fora do normal, o vendedor de Illinois 
Ray Kroc adquire uma participação nos negócios da lanchonete dos irmãos Richard e 
Maurice Mac McDonald no sul da Califórnia e, pouco a pouco, elimina os dois da rede, 
transformando a marca em um gigantesco império alimentício.
Comentário: o filme mostra a negociação de um bem intangível, no caso, a marca de 
uma das maiores redes de fast food do mundo.
1 2 3Valores a receber 
de clientes: 
são decorrentes de 
vendas realizadas a 
prazo, como os 
clientes levaram os 
produtos ou 
mercadorias e não 
pagaram no ato da 
compra, a empresa 
fica com o direito 
de receber no prazo 
combinado.
Valores a receber 
do poder público: 
são decorrentes de 
créditos por impostos 
não cumulativos que 
legalmente serão 
utilizados para reduzir 
o valor dos impostos 
a pagar nos períodos 
seguintes, mas isto vai 
depender do regime 
tributário adotado 
pela empresa.
Valores a receber de 
funcionários ou sócios:
são decorrentes de 
adiantamentos de 
salários ou 
empréstimos feitos a 
funcionários ou sócios, 
enquanto estes valores 
não forem descontados 
dos pagamentos ou 
recebidos em dinheiro, 
a empresa fica com o 
direito de recebê-los.
Descrição da Imagem: a imagem contempla três colunas enumeradas de um a três com as classificações dos di-
reitos. Da esquerda para a direita, temos os valores a receber de clientes, que são decorrentes de vendas realizadas 
a prazo; como os clientes levaram os produtos ou mercadorias e não pagaram no ato da compra, a empresa fica 
com o direito de receber no prazo combinado. Em seguida, no número dois, temos os valores a receber do poder 
público, que são decorrentes de créditos por impostos não cumulativos que legalmente serão utilizados para 
reduzir o valor dos impostos a pagar nos períodos seguintes, mas isso dependerá do regime tributário adotado 
pela empresa. Na coluna de número três, estão os valores a receber de funcionários ou sócios: são decorrentes 
de adiantamentos de salários ou empréstimos feitos a funcionários ou sócios; enquanto esses valores não forem 
descontados dos pagamentos ou recebidos em dinheiro, a empresa fica com o direito de recebê-los.
Figura 2 - Classificação dos direitos
UNIDADE 2
UNIDADE 2
48
Assim como a entidade tem direitos a receber, ela também tem obrigações a 
pagar. As obrigações são todos os compromissos, deveres ou ações passivas que 
envolvam valor econômico. Dessa forma, podemos dizer que as obrigações são 
valores que a entidade tema pagar, seja a outras empresas, instituições financei-
ras, poder público, funcionários, sócios etc. As obrigações são dívidas contraí-
das por diversos motivos, como: compras a prazo, obtenção de empréstimos ou 
financiamentos, determinação legal, contratação de funcionários, entre outras. 
Podemos classificar as obrigações, para fins didáticos, da seguinte forma:
1
2
3
4
Obrigações por funcionamento: são as dívidas decorrentes de operações 
normais da entidade, como compras a prazo de materiais para consumo ou de 
mercadorias para venda.
 
Obrigações por financiamento: são as dívidas decorrentes de financiamento 
de bens ou de obtenção de recursos em instituições financeiras.
Obrigações sociais e trabalhistas: são decorrentes da contratação de 
funcionários e de leis trabalhistas.
Obrigações fiscais: são as dívidas com o órgão fiscal, seja ele federal, estadual 
ou municipal, como os impostos e contribuições sociais. O ramo de atividade e 
o regime tributário interferem diretamente nestas obrigações.
Descrição da Imagem: a imagem contempla quatro linhas enumeradas de um a quatro com as
classificações das obrigações. De cima para baixo, temos as obrigações por funcionamento, que são 
as dívidas decorrentes de operações normais da entidade, como compras a prazo de materiais para 
consumo ou de mercadorias para venda. Em seguida, no número dois, temos as obrigações por fi-
nanciamento, que são as dívidas decorrentes de financiamento de bens ou de obtenção de recursos 
em instituições financeiras. Na linha de número três, estão as obrigações sociais e trabalhistas, essas 
são decorrentes da contratação de funcionários e de leis trabalhistas. E, por último, na quarta linha, 
as obrigações fiscais, que são as dívidas com o órgão fiscal, seja ele federal, estadual ou municipal, 
como os impostos e contribuições sociais. O ramo de atividade e o regime tributário interferem 
diretamente nessas obrigações.
Figura 3 - Classificação das obrigações
É importante esclarecer que a liquidação de uma obrigação não é feita, ex-
clusivamente, por meio de pagamento com recursos financeiros. Ela pode 
ser liquidada por meio de transferência de outros ativos ou, até mesmo, da 
prestação de serviços, o que depende da negociação.
49
A Contabilidade divide as obrigações em exigíveis e não exigíveis. As obri-
gações exigíveis são aquelas contraídas com terceiros, como os fornecedores, o 
Governo e os funcionários. Essas obrigações têm um prazo determinado para 
pagamento. Já as obrigações não exigíveis são aquelas contraídas com os sócios.
Quando a empresa é constituída, os sócios investem um capital; na Conta-
bilidade, esse investimento recebe o nome de Capital Social. Esse investimento 
dos sócios gera uma obrigação para a empresa, contudo essa obrigação não 
tem um prazo determinado para pagamento, por isso, é considerada uma 
obrigação não exigível.
Uma das premissas básicas para a atividade contábil é reconhecer que a empresa é uma 
entidade separada dos seus sócios. Isso significa que o patrimônio da empresa não pode 
ser misturado com o patrimônio de seus sócios. Não é à toa que chamamos a empresa de 
pessoa jurídica: é como se fosse, realmente, uma outra pessoa, com seus bens, direitos e 
obrigações próprias. Assim, quando os sócios investem na empresa, esta passa a ter uma 
obrigação financeira com aqueles.
EXPLORANDO IDEIAS
Resumindo: o patrimônio de uma entidade contábil, seja pessoa física ou jurídica, 
é composto pelo conjunto de bens, direitos e obrigações. Uma questão importan-
te sobre os elementos que compõem o patrimônio é que, necessariamente, eles 
precisam ter valor monetário. Isso significa que, se não for possível avaliar mone-
tariamente um bem, um direito ou uma obrigação, não será possível registrá-lo 
no patrimônio. É por isso que a Contabilidade registra e controla o patrimônio 
observando dois aspectos: o qualitativo e o quantitativo.
O aspecto qualitativo do patrimônio corresponde ao nome dado a cada ele-
mento patrimonial. Isso porque, quando falamos que os bens, os direitos e as 
obrigações representam os elementos patrimoniais, na verdade, precisamos lem-
brar que esses são os conjuntos de elementos, já que existem vários bens, vários 
direitos e várias obrigações em cada entidade contábil.
Para registrar e controlar cada elemento patrimonial, a Contabilidade 
utiliza um plano de contas, assim cada conta contábil representa um elemento 
patrimonial, que, no caso, corresponde ao aspecto qualitativo do elemento. 
É importante esclarecer que o nome da conta contábil deve estar sempre 
UNIDADE 2
UNIDADE 2
50
relacionado ao elemento. Por exemplo, a conta “Caixa” representa o dinheiro 
da empresa, já a conta “Mercadorias” representa o estoque de mercadorias 
disponível para venda.
Por mais que pareça fácil identificar o elemento patrimonial pela sua conta 
contábil, é importante conhecer o plano de contas de cada entidade e verificar 
o que é registrado em cada uma delas, isso porque o plano de contas pode ser 
ajustado à realidade de cada entidade. Por exemplo, a entidade pode optar por 
separar o dinheiro em papel moeda do dinheiro da conta corrente, nesse caso, 
no plano, haverá a conta “Caixa” e a conta “Banco conta movimento”. Por outro 
lado, a entidade pode optar por registrar toda a sua movimentação financeira em 
uma única conta, então, no plano, haverá a conta “Caixa e equivalentes de caixa”.
Enquanto o aspecto qualitativo de cada elemento é evidenciado por meio 
da conta contábil, o aspecto quantitativo é evidenciado por meio de valores. Isso 
significa que cada elemento patrimonial deve ser registrado em uma conta con-
tábil com seu respectivo valor.
O simples levantamento dos elementos patrimoniais de uma entidade, em 
seus aspectos qualitativo e quantitativo, representa um inventário, é o que cha-
mamos de patrimônio não sistematizado, conforme demonstrado na Tabela 2.
Aspecto qualitativo Aspecto quantitativo
Caixa R$ 15.000,00
Duplicatas a receber R$ 11.000,00
Mercadorias R$ 38.000,00
Móveis R$ 23.000,00
Fornecedores R$ 19.000,00
Salários a pagar R$ 5.000,00
Capital social R$ 63.000,00
Tabela 2 - Patrimônio não sistematizado / Fonte: a autora.
A Contabilidade, em sua função de gerar informação, não se limita a regis-
trar os elementos patrimoniais em seus aspectos qualitativo e quantitativo, 
ela também os organiza; é o que chamamos de SISTEMATIZAÇÃO DO 
51
PATRIMÔNIO. Para tanto, a Contabilidade separa os bens e os direitos das 
obrigações. Os bens e direitos ficam registrados em um grupo chamado ativo, 
enquanto as obrigações ficam em um grupo chamado passivo. Como existem 
obrigações exigíveis e não exigíveis, no grupo do passivo, existe um subgrupo 
chamado patrimônio líquido.
PATRIMÔNIO
Bens e
direitos 
ATIVO
Obrigações
exigíveis 
Obrigações
não exigíveis 
Obrigações
PASSIVO PATRIMÔNIOLÍQUIDO
Descrição da Imagem: a imagem demonstra a sistematização do patrimônio através de um organo-
grama que inicia com o “Patrimônio”. Este é dividido em “Bens e direitos” de um lado e “Obrigações” do 
outro. Entre “Bens e direitos” e “Obrigações”, aparece o sinal de igual (=). Os “Bens e direitos” são alo-
cados no “Ativo”, já as “Obrigações” são divididas em “Obrigações exigíveis” de um lado e “Obrigações 
não exigíveis” de outro. As “Obrigações exigíveis” são alocadas no “Passivo”, enquanto as “Obrigações 
não exigíveis” são alocadas no “Patrimônio líquido”. Entre “Obrigações exigíveis” e “Obrigações não 
exigíveis”, aparece o sinal de mais (+). Entre “Passivo” e “Patrimônio líquido”, aparece o sinal de mais 
(+). Entre “Ativo” e “Passivo”, + “Patrimônio líquido” aparece o sinal de igual (=).
Figura 4 - Sistematização do patrimônio / Fonte: a autora.
Essa separação, muito mais do que uma simples organização, permite identificar 
uma série de informações sobre a entidade, como nível de endividamento, origem 
e aplicação de recursos financeiros, situação patrimonial (positiva ou negativa). 
Conforme nos aprofundamos no detalhamento dessa

Outros materiais