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MpMagEst SATPRES Empresarial MCometti Aula01 260213 CarlosEduardo

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MpMagEst 
Empresarial 
Marcelo Cometti 
Data: 26/02/2013 
Aula 01 
 
MpMasEst – 2013 
Anotador(a): Carlos Eduardo de Oliveira Rocha 
Complexo Educacional Damásio de Jesus 
RESUMO 
 
SUMÁRIO 
 
1. Teoria de empresa 
2. EIRELI – Empresa individual de responsabilidade limitada 
 
 
1. TEORIA DE EMPRESA 
 
1.1. Empresário. 
 
 Espécies de empresário: 
 
a) Pessoa física: empresário individual – problemas: a pessoa física exerce diretamente a 
atividade empresarial e sua responsabilidade perante as obrigações contraídas é direta e 
ilimitada. 
 
b) Pessoa Jurídica: 
(i) Sociedade empresária; 
(ii) EIRELI – empresa individual de responsabilidade limitada; 
1.2. Empresa 
 
1.3. Estabelecimento empresarial 
 
a) Empresário individual: é a pessoa física que nos termos do art. 966 cc. exerce profissionalmente 
uma atividade econômica organizada, para produção ou circulação de bens ou de serviços. 
 
“Art. 966. Considera-se empresário quem exerce profissionalmente 
atividade econômica organizada para a produção ou a circulação 
de bens ou de serviços. 
 
Para ser empresário é preciso explorar uma atividade empresarial: 
 
 Produtor de bens: ou realiza a transformação ou realiza a montagem 
 Circulação de bens: não produz o bem, mas faz a intermediação entre o produtor e o 
destinatário final (concessionária de automóveis). 
 Produção de serviços: ex.: Damasio, TAM, GOL, etc. 
 Circulação de serviços: agencia de turismos, faz a intermediação entre o produtor do 
serviço e o destinatário final. 
 
De acordo com a teoria de empresa, recepcionada pelo código civil de 2002, em substituição a teoria 
dos atos de comércio, a caracterização do empresário individual se dá em razão da forma pela qual ele 
irá exercer a sua atividade empresarial. 
 
 
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a) Profissionalismo: consiste em exercer a atividade empresarial com habitualidade (de modo não 
esporádico) e com pessoalidade (exercício direto da atividade) ainda que por intermédio de 
empregados e colaboradores. 
 
b) Atividade econômica: consiste na exploração da atividade empresarial com fins lucrativos. 
 
c) Organizada: caberá ao empresário, organizar os fatores indispensáveis para a exploração de uma 
atividade empresarial. 
 
De acordo com o professor Silvio Marcondes, são três os fatores a serem organizados pelo empresário: 
 
(i) Capital (não existe atividade empresarial sem capital) 
(ii) Mão-de-obra 
(iii) Insumos (matéria prima) 
 
(iv) Tecnologia (fator incluído pelo professor Fabio Ulhoa Coelho) 
 
1.4. Exceções à atividade empresarial 
 
a) Atividade intelectual Art. 966 p. único do cc. 
 
“Parágrafo único. Não se considera empresário quem exerce 
profissão intelectual, de natureza científica, literária ou artística, 
ainda com o concurso de auxiliares ou colaboradores, salvo se o 
exercício da profissão constituir elemento de empresa.” 
 
Por uma questão de valoração social, a atividade intelectual não foi considerada por Vivante uma 
atividade empresarial, razão pela qual não será considerada empresário, quem exercer profissão 
intelectual de natureza científica, literária ou artística, ainda que para tanto atue com 
profissionalismo, fins lucrativos, e de modo organizado. Salvo se, a atividade intelectual, consistir 
em mero elemento de empresa. 
 
O elemento de empresa é caracterizado quando o sujeito deixa de ter na sua profissão intelectual 
a única atividade exercida, passando a explorar também outras atividades próprias de empresário. 
Nesta hipótese, a atividade intelectual se tornará mero elemento dentre outras atividades 
empresariais exercidas pelo sujeito. Nesse sentido, Erasmo Valadão e Haroldo Duclerc Verçosa. 
 
Para alguns, entretanto, como Fábio Ulhoa Coelho, o elemento de empresa, está associado a 
pessoalidade sendo considerado empresário o profissional intelectual que deixa de ter nas suas 
aptidões profissionais o principal fator de atração de sua clientela. 
 
b) Atividade rural Art. 971cc. 
 
“Art. 971. O empresário, cuja atividade rural constitua sua 
principal profissão, pode, observadas as formalidades de que 
tratam o art. 968 e seus parágrafos, requerer inscrição no Registro 
Público de Empresas Mercantis da respectiva sede, caso em que, 
depois de inscrito, ficará equiparado, para todos os efeitos, ao 
empresário sujeito a registro.” 
 
 
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Não será considerado empresário quem exercer uma atividade rural, salvo se houver optado por 
seu registro na junta comercial. 
 
Obs.: a literalidade do artigo é decorrente do direito Italiano. Lá existem empresários 
comerciantes e empresários rurais, estes últimos não estão sujeitos às regras da atividade 
empresarial. Portanto, no início do artigo leia-se empreendedor rural e não empresário. 
 
1.5. Requisitos do empresário individual (Art. 972 cc.) 
 
“Art. 972. Podem exercer a atividade de empresário os que 
estiverem em pleno gozo da capacidade civil e não forem 
legalmente impedidos.” 
 
(i) Ter capacidade civil. 
 
Exceção (art. 974 cc.) 
O juiz pode autorizar o incapaz a ser empresário nos casos de herança e incapacidade 
superveniente. 
 
Art. 974. Poderá o incapaz, por meio de representante ou 
devidamente assistido, continuar a empresa antes exercida por ele 
enquanto capaz, por seus pais ou pelo autor de herança. 
§ 1º Nos casos deste artigo, precederá autorização judicial, após 
exame das circunstâncias e dos riscos da empresa, bem como da 
conveniência em continuá-la, podendo a autorização ser revogada 
pelo juiz, ouvidos os pais, tutores ou representantes legais do 
menor ou do interdito, sem prejuízo dos direitos adquiridos por 
terceiros. 
§ 2º Não ficam sujeitos ao resultado da empresa os bens que o 
incapaz já possuía, ao tempo da sucessão ou da interdição, desde 
que estranhos ao acervo daquela, devendo tais fatos constar do 
alvará que conceder a autorização. 
§ 3º O Registro Público de Empresas Mercantis a cargo das Juntas 
Comerciais deverá registrar contratos ou alterações contratuais de 
sociedade que envolva sócio incapaz, desde que atendidos, de 
forma conjunta, os seguintes pressupostos: 
I – o sócio incapaz não pode exercer a administração da 
sociedade; 
II – o capital social deve ser totalmente integralizado; 
III – o sócio relativamente incapaz deve ser assistido e o 
absolutamente incapaz deve ser representado por seus 
representantes legais. 
 
(ii) Não estar impedido por lei – ex.: juízes, promotores, funcionários públicos, estrangeiros não 
residentes, falido não reabilitado (Art. 973 cc.). 
 
“Art. 973. A pessoa legalmente impedida de exercer atividade 
própria de empresário, se a exercer, responderá pelas obrigações 
contraídas.” 
 
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1.6. Alienação de bens imóveis. 
 
Nos termos do art. 978 do cc. o empresário casado independentemente do regime de bens 
adotado, é livre para alienar ou gravar de ônus real sem a anuência de seu cônjuge os imóveis por 
ele afetados na exploração de sua empresa. 
 
2. EIRELI – EMPRESA INDIVIDUAL DE RESPONSABILIDADE LIMITADA 
 
É a pessoa jurídica de direito privado, (art. 44, VI do cc.) unipessoal que irá explorar uma empresa. 
 
“Art. 44. São pessoas jurídicas de direito privado:” 
“VI - as empresas individuais de responsabilidade limitada. 
(Incluído pela Lei nº 12.441, de 2011)” 
 
A EIRELI é, portanto, constituída por uma única pessoa que titularizará todas as quotas representativas 
do seu capital. 
 
2.1. Nos termos do art. 980-A, o titular da EIRELI deverá no ato de sua constituição, integralizar valor 
correspondente a no mínimo 100 vezes o maior salário mínimo vigente no país. 
 
“Art. 980-A. A empresa individual de responsabilidade limitada 
será constituída por uma única pessoa titular da totalidade do 
capital social, devidamente integralizado, que não será inferior a100 (cem) vezes o maior salário mínimo vigente no País.”

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