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DIREITO EMPRESARIAL - AULA I

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DIREITO EMPRESARIAL – ALEXANDRE GIALLUCA (G7) 
Complemento – OUSE – LESEN – NFPSS (TJAL/2019) 
AULA I - DATA: 29.07.2020 
 
 
Bibliografia 
Manual de Direito Comercial de Fábio Ulhoa Coelho. 
Curso de Direito Empresarial de Marlon Tomazette – para AGU e PFN. 
Direito Empresarial – André Santa Cruz 
Falência - Ricardo Negrão. 
 
Evolução histórica do Direito Comercial 
A primeira fase é chamada de Corporações de Ofício. Começa na 
segunda metade do séc. XII e vai até a segunda metade do séc. XVI. 
Nessa época tinha os mercadores e artesãs que faziam os produtos e 
comercializavam os produtos. Os mercadores se reuniram para formar 
uma associação chamada de corporação de ofício que tinha o objetivo de 
proteger, dar suporte, a classe de mercadores e artesãs. 
As regras eram baseadas nos costumes. Era um direito costumeiro, 
próprio. Eles criavam regras próprias que somente eram aplicadas aos 
membros associados, que faziam parte das corporações. 
Criaram-se os Tribunais do Comércio que tinham como juízes os 
membros das corporações. Essa fase é subjetiva, pois só se aplicava a 
regra do direito comercial para aquele que era membro da corporação. 
A segunda fase é chamada de Estados Nacionais. A partir do séc. XVI até 
o séc. XVIII. O comércio ficou muito desenvolvido nos países como Itália, 
Inglaterra, França, Holanda etc. e, em razão da intensidade, surgiu uma 
necessidade de uniformização das regras comerciais para que seja melhor 
a relação comercial entre os comerciantes dessa região. Daí, a 
necessidade de regras para regular as relações comerciais. 
 
 
É nesse momento que surge os Estados Nacionais. O próprio Estado 
começa a se preocupar em criar regras comerciais. Nesse momento, a 
jurisdição mercantil deixa de ser atividade privada (que era por meio das 
associações) e passa a ser incorporada pelo Estado. 
Os Tribunais do Comércio era composto por juízes escolhido pelo Estado 
para julgar os conflitos comerciais. Porém, essas regras criadas pelo 
Estado tinham com base o direito costumeiro. Por esse motivo, surge a 
terceira fase. 
A terceira fase é chamada de Codificação Napoleônica. Começa no séc. 
XIX e vai até séc. XX. Nesse momento histórico surge a revolução 
francesa. Fala-se em igualdade, fraternidade e liberdade. Busca-se a 
abolição do corporativismo. 
Busca-se uma análise objetiva. Aplicam-se as regras do Direito Comercial 
que agora estão em um Código Napoleônico. Codifica as leis. A base do 
Direito Comercial se desloca da figura do comerciante para a figura dos 
atos de comércio. 
O comerciante não é aquele que faz parte da corporação, mas qualquer 
pessoa! Mesmo aquele q não integra a corporação. Comerciante é aquele 
que pratica atos de comércio. Não se olha mais para a pessoa, mas para 
o ato que ela pratica. 
A quarta fase é chamada de Teoria da Empresa. Começa com o Código 
Civil Italiano de 1942. A análise deixa de ser subjetiva e volta a ser uma 
análise subjetiva. 
Não se olha para o ato praticado, mas para a pessoa que pratica o ato. 
Olha para a figura do empresário. 
 
1. Direito Comercial no Brasil 
Tem-se um código comercial de 1850. Esse código sofreu forte influência 
do Código Napoleônico porque o Código adotou a teoria dos atos de 
comércio (é uma teoria francesa). 
 
 
 
O código comercial de 1850 (Código Comercial do Império do Brasil), se 
divida em três partes 
Parte I – “Do comércio em geral”; 
Parte II – “Do comércio marítimo”; 
Parte III – “Das quebras” – tratava da falência: já havia sido revogado 
pelo Decreto nº 7661/45. Posteriormente, o decreto foi revogado pela Lei 
nº 11.101/05. 
 
Parte I: Trazia a figura do comerciante (pessoa física) e da sociedade 
comercial (pessoa jurídica). O Código Comercial adotou a Teoria dos 
Atos de Comércio (é uma teoria francesa) que, por meio desta, só pode 
ser comerciante ou ter atividade comercial se praticar atos de comércio. 
Para ser classificado como comerciante deveria ter habitualidade e 
finalidade lucrativa e, além disso, deveria praticar atos de comércio. 
 
O Código Comercial é um espelho do Código de Napoleão, Logo, esta 
teoria nada mais é do que uma reprodução da estabelecida naquele 
Código. Tratava do comerciante. Tinha-se a figura do comerciante (pessoa 
natural) e sociedade comercial (pessoa jurídica). 
A Teoria dos Atos de Comércio surgiu na França, que dizia que o objeto 
de estudo do ainda chamado Direito Comercial era apenas os atos de 
comercializar, ou seja, comprar e vender. Com isso, a preocupação não 
era apenas com o comerciante, mas sim com a sua atividade. 
O Código de Napoleão de 1807 foi um marco importante para se 
implementar esta mudança de pensamento, dando início à era objetiva 
do Direito Comercial. 
Só era comerciante e sociedade comercial quem praticasse atos de 
comércio, seja pessoa natural ou pessoa jurídica. Não se tinha uma 
classificação dos que era atos de comercio. Daí, a necessidade de se 
recorrer a regulamento 737/1850. 
 
 
Só tinha o benefício de concordata, parcelamento, se ele fosse classificado 
como comerciante ou sociedade comercial. Imobiliária é o que trata de 
compra e venda de bens imóveis. Acontece que o código não previa 
imobiliária, só tratava de bem móvel, logo, a imobiliária não tinha o 
benefício de concordata. 
 
*** Neste sentido, quais são os atos de comércio? Os atos de comércio 
estavam previstos, expressamente, no Regulamento nº 737/1850. Este 
regulamento demonstrava um rol de atos. Por ser um regulamento muito 
antigo, não traz muitas atividades consideradas atividades de comércio. 
Expressamente aduzindo sobre: 
a) Compra e venda de bens móveis e semoventes para revenda ou locação; 
b) câmbio (troca de moeda estrangeira); 
c) bancos; 
d) transportes de mercadorias (atividade vinculada ao comércio); 
e) fabricação, consignação e depósito de mercadorias – indústria em 
geral; 
f) espetáculos públicos; 
g) contratos marítimos em geral; 
h) fretamento de navios; 
i) títulos de créditos. 
 
Artigo 2.045, CC: Revogam-se a Lei nº 3.071/1916 – Código Civil e a 
parte primeira do Código Comercial, Lei nº 556/50. 
 
*** O CC revogou totalmente o Código Comercial? Não. Revogou 
parcialmente o Código Comercial, ou seja, revogou a parte primeira do 
código comercial, pois se o assunto for comércio marítimo, ainda está 
em vigor a parte II, do Código Comercial. Ainda está em vigor a segunda 
parte do código comercial. 
 
Artigo 740: “Quando um navio entra por necessidade 
em algum porto ou lugar distinto dos determinados na 
 
 
viagem a que se propusera, diz-se que fez arribada 
forçada”. 
 
Por se tratar de medida excepcional, a lei só a permite quando o 
navio tiver uma justa causa. Neste sentido, o Código Comercial traz como 
hipótese de arribada forçada um dado receio (temor fundado) de ataque 
de inimigo ou pirata. 
 
O CC ao revogar a parte primeira do código comercial adotou uma 
nova teoria. Teoria dos Atos de Comércio (Teoria Francesa), não é mais 
adotada pelo CC; que atualmente, adota a Teoria da Empresa (Teoria 
Italiana). Agora o estudo será focado em toda a atividade empresarial, 
toda a organização dos meios de produção, dos serviços e também do ato 
de comercializar. Para a teoria da empresa, o direito comercial não se 
limita a regular apenas as relações jurídicas em que ocorra a prática de 
um determinado ato definido em lei como ato de comércio (mercancia). A 
teoria da empresa faz com que o direito comercial não se ocupe apenas 
com alguns atos, mas como uma forma específica de exercer uma 
atividade econômica: a forma empresarial. 
Para a teoria da empresa, qualquer atividade econômica, desde 
que exercida profissionalmente e destinada a produzir ou fazer 
circular bens ou serviços, é considerada empresarial e pode submeter-
se ao regime jurídico comercial. 
Alberto Asquini, no entendimento de que a empresa é um conceito 
poliédrico, criou quatro perfis emque ela pode se apresentar: 
• Subjetivo: considera-se a organização econômica da empresa 
pelo seu vértice, utilizando a expressão em sentido subjetivo, como 
sinônima de empresário; 
• Funcional: a empresa é considerada como a atividade 
empreendedora determinada a um certo objetivo; 
• Objetivo: utiliza-se o complexo patrimonial como o centro de 
atenção do conceito de empresa, sendo que poderá ser levada em 
consideração todos os tipos de bens; 
 
 
• Corporativo: a empresa é considerada como uma especial 
organização de pessoas, formada pelo empresário e prestadores de 
trabalho, seus colaboradores. 
A primeira legislação de fato que se filiou a essa nova teoria foi o 
Código Civil Italiano de 1942, considerado o grande marco da 
transformação desse ramo do direito que, aliás, passa a receber uma 
nova denominação: Direito Empresarial. 
Sendo assim, a pessoa física não é mais chamada de comerciante, 
mas sim, de empresário individual. Já, a pessoa jurídica deixa de ser 
sociedade comercial, passando a ser empresário coletivo ou sociedade 
empresária. 
Com o Código Civil de 2002, empresa passou a significar a 
atividade econômica, negocial, que ocorre de forma organizada voltada a 
produção ou circulação de bens ou serviços. 
Diferencia-se, desta forma, o conceito de empresa do de 
empresário, do de sociedade empresária e do de estabelecimento 
empresarial. O legislador brasileiro optou pelo perfil funcional de Alberto 
Asquini para definir a empresa. 
Desta forma, inicialmente, para diferenciar a atividade empresária 
das demais atividades econômicas, é preciso esclarecer o que seja o 
elemento organização que foi estipulado no conceito. Esta organização se 
refere à estrutura empresarial, com a existência de um complexo de bens 
organizados, em que as tarefas para desempenhar a atividade-fim sejam 
separadas em funções específicas, criando uma atuação capaz de 
produzir e circular riquezas. Tal elemento se opõe ao trabalho 
individualizado, meramente pessoal, ainda que se tenha o objetivo de 
circular bens ou serviços. 
Assim, por exemplo, um taxista que pratica o seu serviço de 
transporte apenas com seu táxi e somente ele organiza as contas, as 
receitas e as despesas, não se pode colocar tal atividade como empresa. 
Porém se uma pessoa é dona de, digamos, 3 táxis, contrata motoristas 
para prestar os serviços, organiza horários, contas, sua atividade entrará 
na organização que caracteriza a empresa. 
 
 
Não nos esqueçamos de que também há que se falar em atividade 
econômica, ou seja, a atividade é uma busca por lucratividade. Aquele 
que inicia a prática de uma atividade empresária, o faz para angariar 
lucros. 
 
Empresário: Artigo 966, do CC. Denominação: Empresário individual 
(é aquele que profissionalmente exerce uma atividade econômica 
organizada, ou seja, aquele que sozinho organiza uma atividade 
empresarial, para a produção ou circulação de bens ou de serviços) ou 
empresário coletivo (sociedade empresária – não se pode dizer que duas 
pessoas que integram uma sociedade empresária sejam empresárias; são 
apenas sócios) ou EIRELI (EMPRESA INDIVIDUAL DE 
RESPONSABILIDADE LIMITADA). Este conceito serve também para a 
sociedade empresária. 
 
OBS.: Empresário é o sujeito de direitos e obrigações que exerce a 
atividade econômica com organização para a circulação de bens ou 
serviços, exceto atividade intelectual. 
 
Quando se fala de empresário, tem-se as espécies empresário individual, 
o coletivo e a EIRELI. O empresário individual é a pessoa natural. O 
empresário coletivo é a pessoa jurídica. A doutrina chama empresário 
coletivo de sociedade empresária. 
A pessoa física inserida no conceito de empresário é chamada de 
empresário individual. • A pessoa jurídica pode ser: o Sociedade 
empresária; ou o EIRELI (empresa individual de responsabilidade 
limitada) No Brasil, quem pretende explorar atividade comercial precisa 
optar por um desses três tipos empresariais: empresário individual, 
sociedade empresária ou EIRELI (empresa individual de responsabilidade 
limitada). ✓ Empresário, portanto, é gênero que tem como espécies o 
empresário individual, a sociedade empresária ou EIRELI. ✓ O 
 
 
empresário individual é pessoa natural que possui CNPJ para ter o 
mesmo tratamento tributário que uma pessoa jurídica. 
 
ATENÇÃO! Não se pode confundir o conceito de empresário com o de 
investidor. O fato de ser sócio de uma sociedade não faz com que a 
pessoa seja considerada empresária. Para sê-lo precisará participar 
efetivamente da organização da atividade empresária (investidor é 
qualquer pessoa que possua ou realize investimento). 
 
*** Cabe desconsideração da personalidade jurídica para o 
empresário individual? Não, porque não desconsidera o que não existe, 
pois ele não tem personalidade jurídica. Por ser o empresário individual 
uma pessoa física, não cabe a desconsideração da personalidade jurídica; 
além do que, por ser empresário individual, o patrimônio é apenas um, 
tanto o empresarial quanto o pessoal. 
 
“Artigo 966 - Considera-se empresário quem exerce 
profissionalmente uma atividade econômica 
organizada para a produção ou circulação de bens 
ou serviços”. 
 
Empresário é a pessoa física ou jurídica que exerce profissionalmente 
atividade econômica organizada para a produção ou circulação de bens 
ou de serviços. 
 
 Quando o legislador traz a palavra “profissionalmente” significa 
dizer “habitualidade”, “continuidade”. Esta habitualidade não é absoluta. 
Já, a atividade econômica significa atividade lucrativa. O empresário 
também deve ter uma atividade organizada. 
a) Profissionalmente = atividade com habitualidade. Pratica atividade 
com continuidade. Ou seja, empresário não é aquele que vende um carro 
hoje e outro daqui a dois anos. Nem muito menos é empresário aquele 
 
 
que fez apenas uma festa hoje e não mais outra. Só será empresário 
aquele que exercer determinada atividade econômica de forma 
profissional, ou seja, que fizer do exercício daquela atividade a sua 
profissão habitual. 
b) Atividade econômica = finalidade lucrativa. O empresário tem a 
intenção, o objetivo, do lucro. Ele pode assumir o risco de não ter o lucro 
porque ele quer investir o dinheiro a sua atividade. Mas ele tem que 
buscar a finalidade lucrativa. A empresa é uma atividade exercida com 
intuito lucrativo. Entenda-se a ideia de lucro aqui como utilidade. É 
lucrativa a atividade que produz uma utilidade, e não somente aquela 
que se traduz em dinheiro. 
O empresário não é apenas aquele que tem uma atividade econômica! 
Empresário é aquele que tem uma atividade econômica organizada! 
c) Organização é a reunião dos quatro fatores de produção, quais sejam: 
a) mão-de-obra/trabalho; 
b) matéria prima/insumo; 
c) capital; 
d) tecnologia. 
 
Para Fábio Ulhoa Coelho, na ausência de um dos fatores de produção, 
não se fala mais em organização. Exemplo: se não tem mão-de-obra 
contratada não tem organização e se não há organização não existe a 
figura do empresário individual nem mesmo da sociedade empresária. 
 
Artigo 982 do CC: Quando ela não for empresária, ela será sociedade 
simples. 
 
 Se a atividade-fim tiver de ser exercida com a colaboração de 
terceiros (empregados; prestadores de serviços e outros – robôs e 
computadores) está caracterizada a organização. Não haverá organização 
empresarial quando a atividade fim depender exclusivamente da pessoa 
 
 
natural ou dos sócios da sociedade. Não se analisa o ato praticado, mas 
a pessoa que pratica! 
 Ainda que a figura pessoal desempenhe um papel importante, no 
caso do empresário a organização é que assume papel primordial. 
 A pessoa física sócia de sociedade empresária não é tecnicamente 
empresária, pois quem exerce a atividade é a sociedade (pessoa jurídica) 
e não o sócio. 
Atenção! O sócio não é empresário! Ele é sócio daempresa! O titular da 
empresa é a PJ, é a sociedade e não o seu sócio! 
4. Produção ou circulação de bens ou serviços. Para a teoria da 
empresa, qualquer atividade econômica poderá, em princípio, submeter-
se ao regime jurídico empresarial, bastando que seja exercida 
profissionalmente, de forma organizada e com intuito lucrativo. Sendo 
assim, a expressão deixa claro que nenhuma atividade econômica será 
excluída, a priori, do âmbito de incidência do direito empresarial. A 
produção ou circulação de bens ou serviços deve destinar-se ao mercado. 
Pergunta-se: O que é empresa? É a atividade econômica. Mas não é 
qualquer atividade economia, mas tão-somente a organizada para 
produção ou circulação de bens ou serviços. 
Art. 1.142 do CC: “Considera-se 
estabelecimento todo complexo de bens 
organizados, para exercício da empresa, por 
empresário, ou por sociedade empresária.” 
Empresa é a mesma coisa que atividade. 
 Empresário é aquele que produz bens (móveis ou imóveis) e 
serviços e que também pode circular serviço e bens. 
 
Exemplos de sociedades empresárias: 
1) WV: tem mão-de-obra, matéria prima, capital e tecnologia. Produz 
veículos que é bem. 
2) Bancos; 
 
 
3) Farmácia: tem habitualidade, finalidade lucrativa, possui organização, 
mas não produz os remédios e sim os adquire da sociedade farmacêutica, 
ou seja, faz a circulação de bens; sendo assim, é sociedade empresária. 
4) Agência de turismo: circulação de serviço de hospedagem e transporte 
aéreo. 
5) Fábrica de móveis 
6) Loja de roupa em um shopping 
7) Prestadora de serviço 
 
Parágrafo único, do artigo 966: Não se considera empresário: 
 a) quem exerce profissão intelectual de natureza científica 
(MÉDICO, CONTADOR, ENGENHEIRO), literária (ESCRITOR, 
JORNALISTA) ou artística (DESENHISTA, ATOR, ARTISTA PLÁSTICO, 
DANÇARINO, CANTOR), ainda com o concurso de auxiliares ou 
colaboradores, salvo se o exercício da profissão constituir elemento 
de empresa. 
 
 Em princípio, pois, os profissionais intelectuais (advogados, 
médicos, professores, etc) não são considerados empresários. Há uma 
exceção, prevista no mesmo dispositivo legal, em que o profissional 
intelectual se enquadra no conceito de empresário. Trata-se da hipótese 
em que o exercício da profissão constitui elemento de empresa. 
 A reunião de médicos é, em princípio, sociedade simples. Ainda 
com o concurso de auxiliares ou colaboradores, ainda assim não será 
atividade de empresário, salvo se o exercício da profissão constituir 
elemento de empresa. Todavia, a partir do momento em que ele dá uma 
forma empresarial ao exercício de suas atividades, será considerado 
empresário e passará a ser regido pelas normas do direito empresarial. 
 Enfim, “quando o prestador de serviços profissionais se 
‘impessoaliza’, e os serviços, até então pessoalmente prestados, passam 
a ser oferecidos pela organização empresarial, perante a qual se torna um 
mero organizador”, será considerado empresário. 
 Quando a profissão torna-se elemento de empresa, toda a 
atividade passa a ser empresária, como por exemplo, na hipótese do 
 
 
hospital, pois não há somente a profissão intelectual do médico, mas sim, 
a venda de remédio, de planos de saúde, de hospedagem em UTI 
(natureza jurídica da UTI é de hospedagem), como é considerada, dentre 
outros serviços que o faz ser uma sociedade empresária. Nesse caso, além 
da atividade intelectual, tem-se outras atividades que se tornaram 
componentes integrantes de complexo de atividade, ou seja, a clínica se 
tornou elemento de empresa, deixando de ser sociedade simples para ser 
sociedade empresária. 
 A atividade intelectual leva o seu titular a ser considerado 
empresário se ela estiver integrada em um objeto mais complexo, próprio 
da atividade empresarial. 
 A atividade será simples quando for puramente intelectual; aquela 
que não possuir organização empresarial. 
 
*** Elemento de empresa (parágrafo único do art. 966 do CC): a) 
quando a atividade intelectual estiver integrada em um objeto mais 
complexo (amplo) próprio da atividade empresarial. Exemplo: clínica 
veterinária + petshop; b) ocorre quando o serviço não se caracteriza 
personalíssimo, tendo em vista um cliente individualizado, mas sim um 
serviço impessoal, direcionado a uma clientela indistinta. Será 
considerado empresário quando oferecer a terceiros prestações 
intelectuais de pessoas contratadas a seu serviço. 
 
OBS.: A profissão intelectual também está excluída do conceito de 
empresário. 
 
OBS.: A sociedade de advogados não é uma sociedade empresária, por 
expresso impedimento legal. 
 
OBS.: O exercente de atividade rural sem registo na junta comercial (art. 
971, CC) também está excluído do conceito de empresário. 
 
 
 
OBS.: A sociedade cooperativa também está excluída do conceito de 
empresário (art. 982, parágrafo único do CC). 
 
OBS.: Enunciado 194 do CJF: “Os profissionais liberais não são 
considerados empresários, salvo se a organização dos fatores da 
produção for mais importante que a atividade pessoal desenvolvida.” 
 
*** E se ela for uma atividade intelectual, mas tem uma organização 
empresarial? Quando o prestador de serviços profissionais se 
impessoaliza, e os serviços, até então pessoalmente prestados, passam a 
ser oferecidos e prestados pela organização empresarial, perante a qual 
se torna mero organizador, será ele considerado empresário. 
 
Neste sentido temos os seguintes enunciados do CJF: 
• Enunciado 54 – art. 966: É caracterizador do elemento de empresa a 
declaração da atividade-fim, assim como a prática de atos empresariais. 
• Enunciado 193 – Art. 966: O exercício das atividades de natureza 
exclusivamente intelectual está excluído do conceito de empresa. 
• Enunciado 194 – Art. 966: Os profissionais liberais não são 
considerados empresários, salvo se a organização dos fatores de 
produção for mais importante que a atividade pessoal desenvolvida. 
• Enunciado 195 – Art. 966: A expressão “elemento de empresa” 
demanda interpretação econômica, devendo ser analisada sob a égide da 
absorção da atividade intelectual, de natureza científica, literária ou 
artística, como um dos fatores da organização empresarial. 
 
A definição do que seja esse elemento de empresa gerou/gera grande 
polêmica doutrinária, assim temos duas correntes: • A primeira 
corrente (Fábio Ulhoa Coelho e Ricardo Fiuza) parte para o lado 
econômico e diz que esse elemento empresarial está na complexidade da 
organização da atividade intelectual, ou seja, a partir do porte do negócio. 
• A segunda corrente (Sylvio Marcondes e Alfredo de Gonçalves Neto) 
vem entendendo que esse elemento seria caracterizado pela existência de 
 
 
outras atividades sendo praticadas em complemento à atividade 
intelectual. 
 O STJ vem entendendo que o elemento de empresa se caracteriza 
pela complexidade na organização (REsp 1028086/RO, publicado em 
15 de dezembro de 2011). 
 
*** Conceito de empresa: é a atividade econômica organizada para a 
produção ou circulação de bens ou de serviços (artigo 1.142 do CC). 
 
As Cooperativas: O legislador (art. 982, parágrafo único), por uma opção 
política, determinou que a cooperativa é sempre uma sociedade simples, 
pouco importando se exerce uma atividade empresarial de forma 
organizada e com intuito de lucro. 
 
O empresário rural: O Código Civil reservou para o exercente de 
atividade rural um tratamento específico (art. 971). Se ele requerer sua 
inscrição no registro das empresas (Junta Comercial) será considerado 
empresário e submeter-se-á às normas do Direito Empresarial. Caso, 
porém, não requeira a inscrição neste registro, não se considera 
empresário e seu regime será o do Direito Civil. 
 Conclui-se, pois, que para o exercente de atividade rural o registro 
na Junta Comercial tem natureza constitutiva, e não meramentedeclaratória, como de ordinário. 
 O registro não é requisito para que alguém seja considerado 
empresário, mas apenas uma obrigação legal imposta aos praticantes de 
atividade econômica. Quanto ao exercente de atividade rural, essa regra 
é excepcionada, sendo o registro na Junta, pois, condição indispensável 
para sua caracterização como empresário e consequente submissão ao 
regime jurídico empresarial. 
 Neste sentido, temos os seguintes Enunciados da III Jornada de 
Direito Civil: 
• Enunciado 202 – arts. 971 e 984: O registro do empresário ou 
sociedade rural na Junta Comercial é facultativo e de natureza 
 
 
constitutiva, sujeitando-o ao regime jurídico empresarial. É inaplicável 
esse regime ao empresário ou sociedade rural que não exercer tal opção. 
• Enunciado 201 – arts. 971 e 984: O empresário rural e a sociedade 
empresária rural, inscritos no registro público de empresas mercantis, 
estão sujeitos à falência e podem requerer concordata. 
 
Requisitos para ser empresário: Empresário individual: É a pessoa 
natural (pessoa física), que individualmente, de forma profissional exerce 
uma atividade econômica organizada para a produção ou circulação de 
bens ou serviços. Artigo 972, do CC: Requisitos cumulativos. 
Só pode ser empresário: 
a) Quem está em pleno gozo da capacidade civil; 
b) Não tem impedimento legal. 
Promotores, magistrados, militares na ativa e funcionários públicos não 
podem ser empresários individuais, mas podem ser sócios de sociedade 
empresária desde que não exerça administração. 
ATENÇÃO! A proibição para o exercício de empresa não se estende, a 
princípio para ser sócio de sociedades empresárias, afinal quem exerce 
neste caso é a PJ. Entretanto, a possibilidade de participarem de 
sociedades empresárias não é absoluta, somente pode ocorrer se forem 
sócios de responsabilidade limitada e não exercerem funções de 
gerência e administração. 
STJ: julgou REsp asseverando que quem é médico não pode ser 
farmacêutico e vice-versa, concomitantemente. 
 
*** Empresários falidos, enquanto não forem reabilitados: Quem teve 
a falência decretada sofre os efeitos do artigo 195 da Lei de Falência. 
 
*** O menor pode ser empresário individual? Se o menor está 
enquadrado nas hipóteses de emancipação, está em pleno gozo da 
capacidade civil e sendo assim, pode exercer atividade empresarial. 
 
 
 
*** Requisitos para que o incapaz possa continuar exercer a atividade 
empresarial: devidamente assistido ou representado e autorização 
judicial (essa autorização pode ser revogada a qualquer tempo) 
 
*** E o menor que não está emancipado? Cuidado!!! Iniciar atividade 
como empresário não pode, mas se o menor tem um pai que tem uma 
atividade empresarial e este vem a falecer, neste caso, o menor pode 
continuar as atividades da empresa, haja vista que o impedimento reside 
ao fato, tão somente, em iniciar a atividade empresária. Pode continuar 
uma empresa antes exercida por seus pais ou por autor de herança. 
Aqueles casos em que não estiver enquadrado na hipótese de 
emancipação, não podem iniciar uma atividade empresarial, mas pode 
continuar na empresa. Eles só não podem dar início, abertura da 
empresa. 
 A mesma regra se aplica àquele que tem incapacidade 
superveniente, a teor do que dispõe a regra do artigo 974, do CC. 
 
“Artigo 974 – Poderá o incapaz, por meio de 
representante ou devidamente assistido, continuar a 
empresa antes exercida por ele enquanto capaz, por 
seus pais ou pelo autor da herança”. 
*** Essa não seria uma regra de proteção ao menor? Não, mas sim 
uma regra de preservação da empresa. 
 Para que o incapaz continue essa atividade, é necessária a 
presença de 02 (dois) requisitos: 
a) Deve estar devidamente assistido ou representado; 
b) É necessário autorização judicial, conforme dispõe o artigo 974, § 1º. 
 
Artigo 974, § 2º, CC: “Não ficam sujeitos ao resultado da empresa, os 
bens que o incapaz já possuía ao tempo da sucessão ou da interdição, 
desde que estranhos ao acervo daquela, devendo tais fatos constar do 
alvará que conceder a autorização”. 
 
 
 
No alvará o juiz vai ter que colocar os bens que ele (incapaz) possuía, para 
que não sejam reféns da dívida empresarial. 
• O alvará judicial deve constar: 
✓ O alvará judicial tem caráter temporário podendo ser 
revogado pelo juiz a qualquer tempo; 
✓ No alvará deverá constar os bens que o incapaz possui, 
art. 974, §2º do CC; 
OBS.: O alvará deverá ser averbado na junta comercial. 
OBS.: Os bens que o incapaz já possuía não respondem pelas dívidas 
empresariais, desde que tais bens fiquem consignados no alvará de 
autorização. Este artigo traz um patrimônio de afetação. 
 
Responsabilidade do Empresário Individual: O Empresário Individual 
possui responsabilidade ilimitada. Isto é, responde com seus bens 
pessoais pelas dívidas empresariais contraídas. A responsabilidade que 
o empresário individual possui é uma responsabilidade ilimitada. Isso 
significa que ele responde com seus bens pessoais (particulares) por 
dívidas empresariais contraídas. Exemplo: João é empresário individual 
e abriu um posto de gasolina. Posteriormente, surgiram dívidas do posto 
de gasolina e os bens da empresa não foram suficientes para quitar os 
débitos. Neste caso, João responde com seus bens particulares pelas 
dívidas do posto. 
 O empresário individual tem um patrimônio só (salvo o 
empresário individual da EIRELI); não há pessoa jurídica por trás dele 
para protegê-lo. Assim, ele responde com todos os seus bens, inclusive 
os não afetos à atividade, pelos riscos do negócio. A Sua responsabilidade 
é ilimitada, tendo em vista que o empresário individual não atua sob a 
forma de pessoa jurídica (porém, isso não impede o seu ingresso em juízo 
em nome próprio). 
 O empresário individual tem um nome e deve se identificar 
como uma firma individual, que é formada pelo nome dele. 
 
 
Princípio da Unidade Patrimonial: Significa dizer que tanto a pessoa 
física como a pessoa jurídica só possui um único patrimônio; tem um 
único patrimônio. Se o empresário individual é a pessoa física, só pode 
ter um patrimônio, não podendo separá-lo, a fim de dizer que tem dois 
patrimônios; não pode ser desmembrado. Sendo assim, as dívidas 
empresariais do empresário podem recair sobre o seu patrimônio pessoal 
porque não temos separação de patrimônio para o empresário individual 
e o contrário também é verdadeiro, ou seja, se ele tem uma dívida pessoal, 
esta dívida recairá sobre os bens pessoais e empresariais. 
 No caso de sociedade empresária, se houver solicitação da 
desconsideração da personalidade jurídica, é possível que a dívida da 
sociedade empresarial possa recair sobre as dívidas do sócio. 
 
*** Mas deverá seguir uma ordem? Segundo o princípio da unidade 
patrimonial, tanto a pessoa física quanto a jurídica possui apenas um 
único patrimônio. Em outras palavras, não existe separação de 
patrimônio da empresa com o do dono. Tanto a pessoa natural quanto a 
pessoa jurídica somente podem ter um único patrimônio, isto é, não há 
uma separação de patrimônio. 
✓ Se, entretanto, a pessoa natural monta uma pessoa jurídica, a pessoa 
jurídica terá o patrimônio empresarial e a pessoa natural manterá seu 
patrimônio pessoal. 
Questão: quando o empresário individual responde com seus bens 
pessoais por dívidas empresariais contraídas, deve ser seguida uma 
ordem? O Enunciado n. 5 da I jornada de Direito Comercial traz a 
resposta a essa questão. 
I Jornada de Direito Comercial do Conselho da Justiça Federal, 
Enunciado V ““Quanto às obrigações decorrentes de sua atividade, o 
empresário individual tipificado no art. 966 do Código Civil responderá 
primeiramente com os bens vinculados à exploração de sua atividade 
econômica, nos termos do art. 1.024 do Código Civil”. 
 
 
✓ Segundo o art. 1.024 do CC: “os bens particulares dos sócios não 
podem ser executados por dívidasda sociedade, senão depois de 
executados os bens sociais”. Trata-se do chamado “benefício de ordem”: 
primeiro os bens da atividade empresarial e, depois, os bens do 
empresário individual. 
As dívidas devem recair primeiro sobre os bens destinados à atividade 
empresarial, mas se forem insuficientes, recairá sobre os bens do 
empresário porque a sua responsabilidade é ilimitada. 
Pelo princípio da unidade patrimonial, a dívida empresarial também 
poderá recair sobre os bens pessoais do empresário individual e vice-
versa, isto é, as dívidas civis ou pessoais também poderão recair sobre os 
bens empresariais do empresário individual. 
*** Tem alguma exceção??? Imagine que um incapaz recebeu por 
herança uma fazenda do seu avô. Depois de receber a fazenda, o incapaz 
continua a atividade empresarial do pai (empresário individual), o qual 
tinha um bar. Posteriormente, o incapaz comprou um imóvel e um carro 
com o dinheiro auferido em sua atividade empresarial. O incapaz acaba 
se envolvendo com drogas e as dívidas surgem. Tais dívidas recaem sobre 
os bens do bar, mas estes não são suficientes para saldá-las. Logo, o 
imóvel e o carro adquiridos pelo incapaz, que é empresário individual, 
são utilizados para saldar as dívidas. Ocorre que, no exemplo dado, a 
fazenda recebida por herança, por ser anterior ao tempo da sucessão, não 
responde pela dívida. 
✓ Desse modo, o art. 974, §2º, CC, criou uma regra de proteção ao 
incapaz. Os bens que o incapaz possuía antes da sucessão ou da 
interdição devem constar no alvará que conceder a autorização para 
continuar a atividade empresarial. CC, art. 974, § 2º: “Não ficam sujeitos 
ao resultado da empresa os bens que o incapaz já possuía, ao tempo da 
sucessão ou da interdição, desde que estranhos ao acervo daquela, 
devendo tais fatos constar do alvará que conceder a autorização.” 
 
 
*** Pode o empresário individual se transformar numa sociedade 
empresária? Pode. Art. 968 do CC § 3o Caso venha a admitir sócios, o 
empresário individual poderá solicitar ao Registro Público de Empresas 
Mercantis a transformação de seu registro de empresário para registro de 
sociedade empresária, observado, no que couber, o disposto nos arts. 
1.113 a 1.115 deste Código. (Incluído pela Lei Complementar no 128, de 
2008) 
*** É possível, também, a transmudação do empresário individual para 
uma EIRELI, quando integralizado o montante de capital previsto no art. 
980-A do CC/2002 (além dos demais requisitos dispositivos seguintes). 
*** Empresário casado: Situação 1: imagine que João possui uma 
fábrica que produz canudos plásticos. Com o dinheiro auferido, João 
adquire o imóvel 1, que será a sede da fábrica. Posteriormente, João 
adquire o imóvel 2, que será a residência dele e de sua esposa. Após isso, 
a produção da fábrica de João cai e ele precisa de dinheiro. João recebe 
uma proposta para a venda de sua residência, mas, para realizar a 
alienação, ele precisa da autorização de sua esposa, pois o art. 1.647 do 
CC afirma que, salvo nos casos de outorga judicial, nenhum dos cônjuges 
pode, sem autorização do outro, exceto no regime da separação absoluta, 
alienar ou gravar de ônus real os bens imóveis. 
 
Artigo 1.647, inciso I, do CC: Ressalvado o disposto no artigo 1.648, 
nenhum dos cônjuges pode, sem a autorização do outro, exceto no regime 
da separação absoluta: I – alienar ou gravar de ônus real os bens imóveis. 
 Neste ínterim, dispõe o artigo 1.648, CC que cabe ao juiz, nos casos 
do artigo 1.647, suprir a outorga, quando um dos cônjuges denegue sem 
motivo justo, ou lhe seja impossível concedê-la. 
 *** Questão: João precisa de autorização de sua esposa para 
vender o imóvel 1 (sede da fábrica)? Não. Neste caso, aplica-se o 
disposto no art. 978 do CC, ou seja, ele não precisa de autorização do 
cônjuge para vender o bem destinado à atividade empresarial. 
 
 
 Para o empresário individual há uma regra específica, a teor do 
disposto no artigo 978, do CC. 
 
“Artigo 978 - O empresário casado pode, sem 
necessidade de outorga conjugal, qualquer que seja 
o regime de bens, alienar os imóveis (destinados 
para atividade empresarial) que integrem o patrimônio 
da empresa ou gravá-los de ônus real”. 
 Portanto, o empresário individual está dispensado da autorização 
do cônjuge. 
▪ Enunciado 58: O empresário individual regularmente inscrito é o 
destinatário da norma do art. 978 do Código Civil, que permite 
alienar ou gravar de ônus real o imóvel incorporado à empresa, 
desde que exista, se for o caso, prévio registro de autorização 
conjugal no Cartório de Imóveis, devendo tais requisitos constar 
do instrumento de alienação ou de instituição do ônus real, com a 
consequente averbação do ato à margem de sua inscrição 
no Registro Público de Empresas Mercantis. 
Análise: o artigo 978 determina: “O empresário casado pode, sem 
necessidade de outorga conjugal, qualquer que seja o regime de bens, 
alienar os imóveis que integrem o patrimônio da empresa ou gravá-los de 
ônus real”. Este dispositivo é destinado ao empresário individual tão 
somente, não se aplicando à sociedade empresarial ou ao empresário 
individual de responsabilidade limitada. 
Ainda sobre o Empresário Individual: Empresário que compra um 
imóvel, usando a sala da frente para exercer a sua atividade comercial e 
nos fundos a residência. 
*** Esse imóvel é penhorável ou impenhorável? O STJ declara que se 
o imóvel está registrado em nome do empresário individual (pessoa física) 
não tem como separar o patrimônio, significando dizer que é 
impenhorável. Ainda, se esse imóvel é uma porta de moradia para o 
 
 
empresário sócio (sociedade de marido e mulher – constituição de 
sociedade), ocorrendo o registro do imóvel em nome da pessoa jurídica; 
neste caso, o STJ entende que ainda que seja residência do marido e da 
mulher, mas sendo o imóvel registrado em nome da pessoa jurídica, sobre 
ele não incide a Lei nº 8.009/90, passando a ser penhorável. 
*** Empresário individual pode ser estrangeiro? Sim. A questão aqui 
não é ser estrangeiro. A questão é, e se o estrangeiro estiver com o visto 
provisório, e não com o visto permanente? Antigamente, a posição 
amplamente dominante na doutrina era de que o estrangeiro com visto 
provisório não podia ser empresário individual por força do artigo 98 da 
revogada Lei no 6.815/80. 
Atualmente, a Lei de Migração (no13.445/2017), no seu art. 14, I, “h” e § 
9o, possibilita o estrangeiro com visto temporário aportar recursos para 
fins de investimento e, inclusive, facilitar a sua residência no Brasil. No 
caso de portugueses, devido ao Tratado de Amizade e Cooperação, o 
tratamento será o mesmo dado aos brasileiros. Note que o dispositivo 
também exige um elemento subjetivo para a sua concessão: o intuito de 
estabelecer residência por tempo determinado. 
1 – Do Direito de Empresa. Do Empresário. Da caracterização e da inscrição. Da capacidade. 
 EMPRESÁRIO INDIVIDUAL 
 
 
 
INSCRIÇÃO 
DO 
EMPRESÁRIO 
Art. 967. É obrigatória a inscrição do empresário no Registro Público de Empresas Mercan- 
tis da respectiva sede, antes do início de sua atividade. 
Empresário individual ou Sociedade empresária precisam se registrar na Junta Comercial 
antes de iniciar suas atividades, sob pena de exercer sua empresa irregularmente. 
Consequência pelo não registro: será considerado empresário e se submeterá às regras 
do regime jurídico empresarial, embora esteja irregular, e sofrerá algumas consequências 
jurídicas (ex. impossibilidade de requerer recuperação judicial – art. 48, Lei 11.101/1005). 
 
INSCRIÇÃO DO 
EMPRESÁRIO 
RURAL 
Art. 970. A lei assegurará tratamento favorecido, diferenciado e simplificado ao empresário 
rural e ao pequeno empresário, quanto à inscrição e aos efeitos daí decorrentes. 
O empresário rural não precisa promover sua inscrição na Junta Comercial, sendo, portanto, 
facultativa. Caso deseje, poderárequerer sua inscrição na Junta Comercial, quando ficará 
equiparado, para todos os efeitos, ao empresário sujeito a registro (art. 971, CC). 
VEDAÇÕES AO EXERCÍCIO DE EMPRESA 
 
 
 
 
NOME 
EMPRESARIAL 
 
FIRMA 
Empresário individual 
Sociedade em nome coletivo 
Sociedade em comandita simples 
DENOMINAÇÃO Sociedade anônima 
FIRMA OU 
DENOMINAÇÃO 
Sociedade limitada 
Sociedade em comandita por ações 
 
 
 
 
Os que não estão no pleno gozo da capacidade 
civil (exceção: exercício de atividade empresarial 
por incapaz, mediante autorização judicial, para 
continuidade – art. 974 do CPC) 
Os legalmente impedidos 
a) Art. 1011, §1º do CC: condenados a certos crimes 
relacionados na norma; 
b) Art. 117, X da Lei 8112/90: servidores públicos 
fe- derais; 
c) Art. 36, I da LC 35/79 – LOMAN: magistrados; 
d) Art. 44, III da Lei 8625/93: membros do 
Ministério Público; 
e) Art. 29 da Lei 6880/80: militares 
 
 
 
NOME 
EMPRESARIAL 
 
 
FIRMA 
Deve conter o nome civ- il 
do empresário ou dos 
sócios da sociedade em- 
presária e pode conter ra- 
mos de atividade 
 
Serve de assi- 
natura do em- 
presário 
 
Contrata assi- 
nando o nome 
empresarial 
 
 
DENOMINAÇÃO 
Deve designar o objeto da 
empresa e pode adot- ar 
nome civil ou qualquer 
outra expressão 
 
Não serve de 
assinatura do 
empresário 
Contrata assi- 
nando com o 
nome civil do 
representante

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