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Resumo de Ciência Política I

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Ciência Política- 
Aula 1: Introdução. 
Aula 2- Filosofia, Discurso e Fenômeno Estatal. 
A filosofia política lida com: Abstração – Essência; 
Já a Ciência Política lida com: Fato, Evento, Previsão e Líderes. 
Discurso
É caracterizado pela construção discursiva que busca o convencimento de um determinado grupo em assuntos de interesse coletivo. 
	Ele tem a pretensão de expressar uma fala coletiva que procura se impuser como uma linha argumentativa em favor dos interesses da comunidade. 
	Por isso, o discurso político necessita, para a sua sobrevivência, impor sua verdade a muitos, embora, ao mesmo tempo ele esteja ameaçado de não conseguir, pois concorre com vários discursos. 
Discurso político e a ação 
	O discurso político não esgota, de forma alguma, todo o conceito de política, mas não há política sem discurso. A linguagem é o que motiva a ação, orientando-a e lhe concedendo sentido. A ação política e o discurso político estão indissociavelmente ligados. 
	Estando intrinsecamente ligado à organização da vida social, o discurso é simultaneamente: A) Lugar de engajamento político do sujeito; B) Justificação para seu posicionamento; C) Influência para o outro. 
Composição 
	Razão (logos) – Esse tipo pertence ao puro raciocínio e funda-se sobre as faculdades intelectuais, estando voltado para o estabelecimento da verdade. Obtém-se a persuasão através de argumentos que levam o auditório a acreditar que a perspectiva do orador é correta. 
	Emoção (pathos) – Funda-se sobre os deslocamentos emocionais estando voltado para o auditório. Assim, aquele que discursa deverá ser capaz de produzir um discurso que empolgue e impressione os ouvintes, que mobilize esses sentimentos e emoções. 
	Autoridade (ethos) – Este é o tipo de argumentação em que o discurso do orador põem em destaque a virtude do seu caráter. A persuasão é obtida quando o discurso é proferido de maneira a deixar no auditório a impressão de que o caráter do orador concede dignidade. 
Discurso e Democracia 
Quanto mais pessoas em diferentes espaços se interessam por externar suas posições políticas, mais democrática tende a ser a sociedade. 
Elemento fundador da política, residindo na ágora e do direito. 
De um regime oligárquico passasse a um democrático. 
Fenômeno Estatal 
A definição para “Estado” depende do telos (finalidade) que a ele se objetiva dar. 
Maquiavel foi o primeiro a fazer uso da palavra a partir do exercício do poder: “Todos os Estados, todos os domínios que tem tudo ou tem império sobre os homens são Estados, e são repúblicas ou principados”. 
A palavra estado, derivado do latim status, de modo abrangente significa a condição ou o específico modo de ser de alguma coisa, isto é, como esta se situa ou qual é a sua situação. 
No sentido vinculado a uma perspectiva política, pode ser pensado como um determinado território próprio e independente onde habita um determinado povo, governado por representantes políticos sob a égide de um sistema de instituições políticas, jurídicas, administrativas, econômicas e policiais. 
Segundo George Jellinek: “a corporação de um povo assentada num determinado território e dotada de um poder originário de mando”. 
Aula 3 e 4 - Origem do Estado 
Pelas teorias naturalistas o ser humano seria naturalmente gregário, e sua associação com os outros seres humanos, de maneira organizada ou não, é que estaria na origem da ideia contemporânea de estado. 
Nesta via, o ser humano é um animal político inclinado a fazer parte de uma polis. Para os naturalistas a cidade procede a família e até mesmo o indivíduo, tendo vista que responde a um impulso social natural do ser humano. 
É consenso entre os adeptos das teorias naturalistas da contemporaneidade que viver em sociedade é algo natural e inerente ao ser humano, não apenas em busca da sobrevivência, mas também o bem-estar e as facilidades da vida em grupo. A sociedade é um fato natural. 
Estado de Natureza 
É uma situação hipotética, imaginada por certos filósofos, na qual se encontrariam os homens antes de se organizarem em sociedade. 
Hobbes e a fundamentação do Estado Absolutista 
Primeiro contratualista, entendia que o homem é movido por inclinações inatas, sendo que: 
Se por um lado, o orgulho e a vaidade o levam a que deseje ardentemente a glória; 
Por outro lado, é ele assediado de uma forma igualmente apaixonada pelo desejo de se conservar vivo, o que o leva a temer de forma profunda a morte. 
Estado de Natureza de Hobbes 
Éramos governados pelo direito de natureza, ou seja, na ausência de normas e leis, o direito de natureza seria o direito de todos os homens sobre todas as coisas e também sobre todos, isso geraria o “homem em lobo do próprio homem” e acarretaria um estado de guerra perpétuo, que ele definiu como “guerra de todos contra todos”. 
Contrato Hobbesiano 
O homem com medo de morrer substitui o direito de natureza pela lex naturalis (lei natural ou direito natural), que tem como regra primeira e fundamental manter a paz. 
A percepção que o uso ilimitado da sua liberdade original poderia conduzi-lo à autodestruição fez com que o homem procurasse a paz. 
A sociabilidade é artificialmente criada para tornar possível a manutenção da vida.
Características 
Trata-se de uma delegação de poder expressa por cada um daqueles que formarão o corpo social, a fim de que, cada um, abdicando de seu direito de se autogovernar, autorize o soberano a governa-lo, sempre na condição de que os demais contratantes façam o mesmo. 
O contratante escolhido não é signatário do acordo, mas a pessoa que receberá a delegação para o exercício do poder delegado. 
A partir daí, forma-se o conceito de um Estado Absoluto, que tem todo direito sobre o indivíduo e nenhum dever. 
Finalidade 
Representar os cidadãos, que abdicaram seus direitos. 
Assegurar a ordem, só um Estado enérgico pode controlar um indivíduo enérgico. 
Ser a única fonte da lei. 
O dever a obediência não é ilimitado e absoluto e cessa quando pesa sobre a vida e liberdade. 
Hobbes foi responsável pela invenção do absolutismo monárquico e serviu de influência para o Ato Patriótico (presente na CF dos Estados Unidos, diz que se pode suspender todo processo legal caso haja ameaça de terrorismo). 
Locke e o Estado Liberal 
Estado Natural 
A família e a propriedade caracterizam a existência efetiva do Estado Natural. Não se caracteriza por um estado pré-social, mas um estado racional. 
Em estado de natureza os homens possuem direitos inatos à vida, liberdade e propriedade bem como a faculdade de castigar qualquer ofensa. 
A pergunta que surge é: por que seria necessário passar do estado de natureza para um estado civil, se o primeiro já teria por pressuposto os direitos à liberdade, à vida e à propriedade? 
Segundo Locke, como a fraqueza humana levaria a comportamentos contra natura e a lei não escrita (lei natural) está sujeita a contestações, os homens decidiram cindir a sua comunidade em sociedades civis particulares, a fim de salvaguardar os seus direitos naturais. 
A passagem para o estado civil, então, opera-se pela convenção voluntária de um contrato que, ao contrário daquele previsto por Hobbes, parece manter um vínculo de continuidade com o estado natural. 
O indivíduo não aliena todos os seus direitos, pois ao confiar o cuidado da sua salvaguarda às leis, cede tão somente o seu direito de punir. 
E caso o governo não tenha a capacidade de garantir a vida, liberdade e propriedade o povo tem direito de rebelião. 
Locke foi o teórico do liberalismo e da monarquia constitucional. Também existe na concepção lockena a divisão entre o executivo e o legislativo, e a formação do Parlamento. 
Rousseau e o Estado democrático-plebiscitário
Estado Natural 
Não existiriam agregações sociais e nem mesmo famílias. Afirma que o homem é naturalmente bom, pois não existe perversidade no coração humano e os primeiros movimentos da natureza são sempre retos. 
OBS: Essa bondade não seria um valor ético, poisse situa aquém do bem e do mal. Seria uma moral natural, uma inocência original. 
Então o Estado Natural de Rousseau se configura como reino da liberdade, da espontaneidade, da moralidade (natural) e também da felicidade do homem. 
Perfectibilidade 
 Outro ponto que Rousseau atribui ao homem, a faculdade de se aperfeiçoar. 
A formação de grupos sociais acaba por corromper o homem. 
Graças às alterações climáticas, por exemplo, deu-se início a necessidade de se associar a grupos. Associados a grupos, o homem compara-se aos semelhantes e desenvolve capacidade de raciocínio. 
Surge então a desigualdade moral ou política, que diferente da natural ou física que é considerada por Rousseau normal, é a fonte de todo o problema, sendo a geradora da exploração do homem pelo homem e encontra sal expressão na propriedade. 
As leis, segundo Rousseau, são grilhões impostos aos pobres pelos mais ricos, destruindo irrevogavelmente a liberdade natural. 
O objetivo seria equiparar o Estado atual ao de natureza, para que o homem recupere sua liberdade. 
O contrato Social de Rousseau é o ato convencional que tem por pressuposto estabelecer uma comunidade política fundamentada na soberania do povo, única fonte legítima de poder. 
Vontade Geral 
Vontade do corpo social que é o meio do povo exercer sua autoridade soberana. Só será alcançada a partir da renúncia da vontade coletivista de cada um. 
A manifestação do povo somente por der considerada vontade geral quando, ao mesmo tempo, é expressão da maioria, em tema cuja descrição na arena pública envolva temática de interesse da cidadania. 
A democracia rousseuniana é uma democracia direta, por via de plebiscito. 
E caso a vontade do indivíduo seja diferente da Vontade Geral, ele será “forçado a ser livre”. 
Outras Teorias: 
Coletivistas: 
A concepção moral do Estado; 
Friedrich Hegll: Estado extremamente autoritário, não respeitando nem a vida privada do indivíduo, sendo um todo ético organizado, tanto a família, como a sociedade civil são abstrações que praticamente inexistem em face da única realidade materializada, ou seja, o Estado. 
A concepção sociológica do Estado 
Em Marx, o Estado somente poderia ser explicado historicamente à luz do desenvolvimento do corpo social, em um ambiente de antagonismo entre classes sociais. Assim, o surgimento do Estado é um imperativo para que os interesses de uma dada classe se façam valer no mundo dos fatos.
Teoria do Estado de Direito: a concepção jurídica do Estado 
Hans Kelsen acreditava que o poder, caráter substancial do Estado, decorre do próprio Direto. Sendo assim, o Estado vai se configurar como um organismo de caráter político, mas que depende do Direito para regular as relações sociais, bem como a correta aplicação da força. Se o Direito é natural decorrência do fenômeno estatal, no chamado Estado de Direito é também, e de forma concomitante, o instrumento pelo qual o Estado atua de forma legítima e não arbitrária. 
Aula 5: A configuração do Estado moderno e o território como elemento essencial. 
Elementos Essências para um Estado
Povo, território e soberania (uma e indivisível). 
Estado Moderno – é aquele que se mostrou dotado de um poder soberano e independente de quaisquer outros poderes, exercido dentre das fronteiras do seu território e sal população. 
O Estado Medieval aparece como precursor do Estado Moderno. 
Característica: 
Não havia centralização do poder, O indivíduo recebia ordens dos mais diversos lugares: rei, igreja, as corporações do ofício. 
A paz de Westfália (1648) – Conjunto de tratados que deram fim a Guerra de 30 anos. Pacto Internacional estabelecendo a paz. Também é o início do Direito Internacional Público, pois reconhecia que existiam Estados além do próprio e cada um tinha, além da sua soberania, direitos e deveres com outros Estados. 
Soberania Una. Estado > Igreja.
Território 
Limites dentro dos quais o Estado exerce sua soberania. Segundo Ferrucio Pergolesi, “é a parte do globo terrestre na qual se acha efetivamente fixado o elemento populacional, com exclusão de soberania de qualquer outro Estado”. 
Características: 
	Multidimensional: Em essência, este conceito de território, enquanto delimitação espacial do poder, projeta a ideia de que a soberania se estende sobre: solo, subsolo, águas interiores, mar territorial e o espaço aéreo sobrejacente. 
	Descontínuo: Pode-se considerar território de um Estado: porção de terra/água e afins que estiverem sob a sua soberania mesmo que não estiverem ligados ao seu território principal. Ex. Paquetá, Ilha Grande; Ilhas Malvinas. 
 
 
Aula 6 Povo: Traços e Características 
Povo Conjunto de indivíduos que em um dado momento se unem para construir o Estado, estabelecendo assim, um vínculo de caráter permanente. Fundadores e Soberanos na condução. 
População Povo é um conceito jurídico-político, sendo menos abrangente que população. População pode ser conceituada como mera expressão numérica, demográfica ou econômica, que abrange o conjunto de pessoas que vivem no território do Estado ou se encontra temporariamente nele. 
Pode existir povo sem ser população, ou seja, fora do país (ex. brasileiros que votaram nas eleições presidenciais, mesmo estando nos Estados Unidos) ou estrangeiros que residem no território ou estão de passagem. 
Nação Refere-se a uma coletividade geral que se sente unida por laços linguísticos, origem comum, cultura, religião, interesses, ideias e aspirações em comum. Tem relação com Identidade, sentimentos e etnias. Ex. Nordestinos de 1° ou 2° grau que residem no Sudeste ou Judeus que viveram na década de 40, antes da formação do Estado de Israel. 
Aula 7 - Soberania 
Pode ser conceituada como Interna ou Externa 
Internamente, o conceito de soberania acaba por expressar uma específica situação de quem comanda, ou seja, a plenitude da capacidade de direito em relação aos demais poderes dentro do Estado. 
Externamente, significa o atributo que possui o Estado Nacional de não ser submetido às vontades estatais estrangeiras, já que situado em posição de igualdade para com elas. 
Essa soberania também pode ser: Espiritual (emanada da religião) ou Temporal (laica). 
Evolução histórica do Conceito: A concepção medieval do Estado tinha sua pedra angular pautada na dualidade, de um lado, envolvendo a autoridade divina, extra e supraterrânea, mas com firme ponto de penetração dentro da atividade política terrena. De outro lado, a autoridade crescente dos novos monarcas surgidos com a desintegração dos antigos feudos.
Vigorava a concepção Espiritual, de que a fé e razão seriam a mesma coisa e teria uma estrutura: Deus> Igreja> Rei>Instituições> Povo. 
Santo Tomás de Aquino: Nesse contexto que aparece Santo Tomás de Aquino, que tem importante influencia, pois divide fé de razão, criando duas linhas de soberania possíveis. Espiritual: Deus e Igreja; Temporal: Rei, Instituição e Povo. 
Jean Bodin: Embora essa teoria ganhasse espaço, o vínculo religioso não se encerrou. Continuava presente fortemente nas instituições. Mediante a essa situação, Jean Bodin, vai apontar para a radicalização do caráter absoluto da soberania no exercício do poder. Dos seus ensinamentos é possível extrair a soberania como um elemento essencial do Estado, que auxiliou a elevá-la ao patamar de verdadeiro dogma do Direito Público, elemento irrefutável dentro do ordenamento político- jurídico do Estado. Para Bodin, a soberania é uma, indivisível, irrevogável, perpétua, indelegável, ou seja, é um poder supremo que não pode ser desafiado por qualquer tipo de oposição. 
Thomas Hobbes: Fundador do contratualismo, Hobbes tinha por objetivo legitimar a supremacia do monarca perante seus súditos, tendo em vista que esse (o monarca) tinha o objetivo de emancipar-se da autoridade papal e negociar com liberdade. Ou seja, para Hobbes essa soberania não é relativa ou negociável. Sai da pessoa de Deus para a pessoa do monarca. 
John Locke 
Locke desenvolveu uma teoria política ainda influente.Para ele a soberania não residia nem no monarca, nem no Estado, mas na população. O estado somente é merecedor de respeito se ele respeita as leis civis e naturais. A esfera de soberania sai do rei e passa para o parlamento. 
Rousseau: Defende que a ideia de que a soberania do povo é inalienável e indivisível. Assim, com a predominância da vontade popular (ou vontade geral), ocorre o deslocamento da vontade para o povo, recusando-se qualquer limite a esta. 
Hans Kelsen: Conceitua que a soberania reside nas leis. Uma boa sociedade passa por boas leis. Soberania é a fonte da lei. 
Welfare State (Estado de Bem-Estar Social): Pós crise de 1929, o Estado Liberal entrou em colapso dando início assim ao Estado criado por Keynes, O Estado de Bem-Estar Social que visa a interferência do Estado nas relações entre patrão-empregado ou em momentos de crise, com o objetivo de proteger o lado mais fraco dessa negociação, o trabalhador. Antes o que era visto como relação privado, passa a ser regulamentada pelo estado (salário mínimo, justiça do trabalho). Foi um fator externo que teve influências na sociedade brasileira, no âmbito interno. 
Neoliberalismo (1970): Depois do Estado de Bem-Estar Social entrar em decadência, um novo liberalismo passa a ser empregado visando a diminuição de direitos conquistados durantes o período anterior, argumentando que o Estado tinha interferido demais nas relações particulares. 
Aula 8 – A separação dos poderes e as clássicas formas de Estado
Estado e Governo: A classificação em regimes políticos democráticos ou autocráticos leva em consideração a participação ou não do povo na formulação das políticas públicas, na decisão das questões fundamentais do Estado, na legitimação do sistema jurídico e na produção normativa constitucional e infraconstitucional. 
A separação de poderes e o sistema de freios e contrapesos – O sistema de freios e contrapesos propicia o controle recíproco entre os poderes da União, de modo a evitar a predominância cêntrica de um deles sobre os demais, e preservando entre eles uma relação de necessário equilíbrio. 
Com efeito, a separação de poderes é instrumento necessário para limitar o poder abusivo do Estado, sendo, por isso mesmo, juntamente com a proteção dos direitos fundamentais, uma das bases sobre a qual repousa o Estado Democrático de Direito.
Portanto, é importante compreender que os dois grandes pilares de sustentabilidade do Estado Democrático de Direito são exatamente: 
A garantia dos direitos fundamentais do cidadão comum diante do Estado; 
A separação de poderes, com a garantia de poderes harmônicos e independentes entre si, sem predominância cêntrica de nenhum deles. 
É nesse sentido que o mecanismo de freios e contrapesos surge como instrumento de harmonização de poderes, na medida em que viabiliza o controle recíproco entre o Executivo, o Legislativo e o Judiciário. 
Formas de Estado: a) Estado Unitário; b) Estado Federal. 
Tal classificação é feita levando-se em consideração o modo de exercício do poder no território do Estado. Ou seja, o elemento que caracteriza a forma de Estado é a existência ou não de poderes regionais com capacidade de auto-organização política, administrativa e financeira. 
Estado Unitário: é caracterizado pela unidade de poder político, ou seja, existe uma só fonte normativa para todo o território do Estado, inexistindo a descentralização política. Os três poderes são todos centrais, inexistindo seus congêneres em âmbito regional ou local, caracterizando assim a centralização política. 
Mas isso não quer dizer que o Estado Unitário não possa oferecer descentralização administrativa, gerando, pois, relativa autonomia para municípios, províncias e afins. Tais subdivisões, decorrentes da descentralização administrativa, têm autoridade legislativa para elaborar leis peculiares a essas regiões, mas, não têm autonomia política. São pequenas Câmaras eleitas para tratar das suas peculiaridades.
Estado Federal: O federalismo é instituto jurídico de origem estadunidense. O conceito de federalismo é, basicamente, estados autônomos que estão submetidos a uma constituição, porém a formação desse conceito passou por um processo histórico que tem a ver com a independência norte-americana. 
Na declaração de independência da Virgínia de 1776 os estados americanos se encontravam numa confederação, sendo as treze colônias independentes e soberanas. Só depois, graças a Convenção de Filadélfia em 1787, um novo modelo de forma de Estado (a federação) no qual os Estados membros não são mais soberanos, apenas autônomos com plena capacidade de auto-organização político-administrativa, porém, sem o direito de secessão, isto é, sem o direito de separar-se da União. 
Distinção entre Federação ou Confederação 
O pacto confederal é dissolúvel, pois a Confederação é a União de Estados Soberanos, enquanto que o pacto federal é indissolúvel, vez que a Federação é a União de Estados autônomos, mas subordinados.
Na Federação, o vínculo que une os entes federativos é a Constituição, enquanto na Confederação o vínculo que une os Estados confederados é um Tratado, que pode ser denunciado a qualquer momento. 
Federação se caracteriza pela unidade de soberania e pluralidade de autonomias (Estados membros são autônomos, porém não são soberanos), enquanto que a confederação de Estados se caracteriza pela multiplicidade de soberania. 
Distinção entre as versões de federalismo 
A origem da formação do federalismo pode se dar de duas formas: 
Centrípeta, como no caso norte-americano. É a passagem de um Estado composto confederal para um Estado simples Federal. Ou seja, uma força que vem de fora para o centro. 
Centrífuga, como no caso brasileiro. Dá-se a partir da passagem de um Estado Simples Unitário para um Simples Federal. Ou seja, a força vai do centro para fora. 
Aula 9 – As formas clássicas de governo 
O próximo passo é analisar as formas clássicas de governo (Monarquia e República). Tal divisão é feita levando-se em conta o modo pelo qual se dá a instituição do poder na sociedade. 
Faz-se necessário antes a distinção do conceito de Aristóteles e Maquiavel. 
A classificação de Aristóteles é a mais antiga e tinha por base o número de governantes e a forma pura ou impura de governar. Tem assim, dupla dimensão: a base moral (formas puras e impuras de governo) e a base numérica de governantes (de um só, de vários ou de todos). 
Sendo assim, combinando-se os dois critérios temos: 
Formas puras (buscam o interesse geral):
Monarquia – Governo de um só;
Aristocracia – Governo de vários;
Democracia – Governo do povo.
Formas impuras (buscam conveniências particulares):
Tirania – corrupção da monarquia; 
Oligarquia – corrupção da aristocracia;
Demagogia – corrupção da democracia. 
Já Maquiavel, por sua vez, rejeita a distinção entre formas puras e impuras. Para ele, a classificação deve partir da ideia de que os governos se sucedem em ciclos, sendo inútil diferi-los em bons ou maus. Para ele o que ocorre são os chamados ciclos de governo. 
Estado anárquico – origem da sociedade;
Monarquia – que era inicialmente eletiva (escolha do mais justo e sensato), posteriormente transforma-se em monarquia hereditária;
Tirania – degeneração dos herdeiros da monarquia; 
Aristocracia – para combater a tirania, os mais ricos e nobres organizam conspiração e tomam o poder, que por horror ao governo de um só, criam o governo puro de alguns; 
Oligarquia – os descendentes dos governantes aristocratas, por que não terem sofrido com a tirania, afastam-se do bem comum e passam a governar para benefício de um grupo; 
Democracia ou República – o povo não suportando mais os descalabros da oligarquia, resolve governa-se a si mesmo. 
Volta da anarquia – a transformação em demagogia fazer retornar ao Estado anárquico do início do ciclo
O problema se torna a sucessão. 
Para Dallaria, a única maneira de se evitarem as degenerações seria a conjugação da monarquia, da aristocracia e da democracia em um só governo. Para o autor,o presidencialismo não deixa de ser um sistema misto em que coexistem as três formas aristotélicas puras de governo. Ou seja, o poder executivo seria a expressão de um governo unipessoal monárquico (governo de um só). Por sua vez, o poder judiciário simbolizaria um corpo aristocrático cuja a nota central é o déficit democrático por que não eleito pelo povo (governo de alguns) e o poder legislativo, este, sim, representando o componente democrático do sistema (governo da maioria). 
Diferenças entre a República e Monarquia
República: 
Temporalidade – mandato com prazo de duração pré-definido. 
Eletividade – o chefe de governo é eleito pelo povo, porém não se reconhece a sucessão hereditária. Sempre haverá a participação do povo no processo eleitoral. 
Responsabilidade – o chefe de governo é politicamente responsável, ou seja, deve prestar contas de seus atos, diretamente ao povo ou indiretamente a um órgão de representação popular. 
Monarquia: 
Hereditariedade – Transmissão de direitos em virtude dos laços de sangue.
Vitaliciedade – é a condição atribuída a alguém de forma que o término do direito de ser o monarca somente ocorre com a morte ou com a comprovada ausência de condições de cumprir suas atribuições. 
Não representatividade popular – a condução ao exercício da função de monarca não decorre da escolha popular. 
Irresponsabilidade (ausência de prestação de contas) – o monarca não tem responsabilidade política, por isso, não deve explicações ao povo. 
Aula 10 – Sistemas de governo 
Tal classificação é feita levando-se em consideração as relações institucionais entre os poderes executivos e legislativos no exercício do poder político do Estado. Os sistemas de governo indicam o grau de dependência ou independência entre os poderes legislativo e executivo, seja na criação da ordem jurídica como um todo, seja na condução da vida administrativa do Estado, no âmbito maior da formulação de políticas focadas nos objetivos do Estado. 
Características do Parlamentarismo: 
Organização Dualística do Poder Executivo: Firme distinção entre Chefe de Estado (Rei ou Presidente) e Chefe de Governo (Primeiro-Ministro). Para o Chefe de Estado ficam reservadas as funções de representação do Estado, enquanto para o Primeiro-Ministro cabe a Chefia do Gabinete ou Conselho de Ministros (Poder Executivo propriamente dito); 
Colegialidade do órgão governamental: O poder Executivo é um órgão colegiado composto pelo Primeiro-Ministro e pelos membros do Gabinete. A política geral do País depende da maioria dos membros do corpo deliberativo do poder executivo e não da vontade unipessoal do Presidente.
Voto de desconfiança do Parlamento para o Primeiro Ministro e seu gabinete: O chefe de governo e seu gabinete dependem da aprovação do legislativo (parlamento). A queda do gabinete pode ocorrer a qualquer momento, a partir de um voto de desconfiança do parlamento. 
Prazo máximo do Poder Executivo é indeterminado: Afirma-se que o prazo do mandato do Poder Executivo ( Gabinete e Primeiro-Ministro) é indeterminado, pois graças ao voto de desconfiança, mesmo não cometendo nenhum tipo de crime, o executivo pode ser destituído, pois tem responsabilidade política. 
Responsabilidade Política solidária entre o Gabinete e o Primeiro-Ministro: Isto significa dizer que o voto de desconfiança do Parlamento atingirá todo o gabinete, ou seja, ao receber um voto de desconfiança, o Primeiro-Ministro renunciará com todo seu Conselho de Ministros.
Sistema típico das Monarquias, porém podendo ser adotado nas Repúblicas: O Parlamentarismo é adotado nas Monarquias constitucionais, mas cabe lembrar que o número de Repúblicas que têm adotado esta forma de governo é crescente. 
Direito de Dissolução do Parlamento e a responsabilidade política do Parlamento perante o povo: O poder Legislativo também pode ser destituído a partir da realização de novas eleições gerais. Esse mecanismo é o contraponto do voto de desconfiança. 
Características do Presidencialismo: 
O Presidente da República é o Chefe de Estado (função de representação e vínculo moral do Estado) e o Chefe de Governo (direção do poder executivo).
Poder Executivo é unipessoal, cabe ao Presidente da República exercer a chefia do poder executivo. 
O poder presidencial deriva da própria nação, ou seja, o Presidente da República é escolhido pelo povo, em eleições diretas ou quase diretas. 
O mandato presidencial tem prazo determinado: uma vez eleito pelo povo, o Presidente da República não pode ser destituído pelo Congresso Nacional a partir de voto de desconfiança ou moção de censura. 
O poder de veto do Presidente da República e sua participação efetiva no processo de elaboração das leis. 
Aula 11 – democracia como regime de governo 
Regime político, no âmbito de nossos estudos da ciência política, é o nome genérico da estrutura e das instituições utilizadas pelo Estado a fim de determinar a forma como o poder político exercido, enfocando mais precisamente os contornos que se dão na relação entre aqueles que exercem o poder e os demais membros do grupo social.
Democracia é basicamente a maneira de articular ou envolver mais pessoas no processo de decisões políticas na sociedade. Porém, não teve a mesma forma ao longo da história, sendo divida por Benjamin Constant em democracia dos antigos e dos modernos. 
A democracia dos antigos refere-se ao modelo grego, sendo o exercício democrático exercido de forma pessoalmente por aqueles que eram reconhecidos como cidadãos, com a participação direta dos mesmos. Mas cabe ressaltar que uma taxa pequena da população tinha o status de cidadão, tendo uma cidade grega, como Atenas, por exemplo, 400.000 habitantes e 2.000 cidadãos. Nesse modelo de democracia o cidadão é o vigilante permanente do Estado, podendo ser convocado a qualquer momento à Assembleia e não tendo vida pública diferenciada de sua vida privada. 
Já a democracia dos modernos se fundamenta em um sistema de controle e limitação, com base na transmissão da representatividade do povo. Elegem-se representantes e as manifestações destes representam a vontade da cidadania. 
Uma característica da democracia moderna é a mediação, pois esse tipo de configuração (por representação) permite grandes debates sobre os temas, onde as propostas vencedoras acabam incorporando alguns pontos que o grupo perdedor apoiou. Enquanto na democracia dos antigos existe uma clara subdivisão entre vencedores e vencidos, na dos modernos, as deliberações exprimem o quadro de luta e negociação política entre os diversos grupos, de forma ser comum que nas propostas vencedoras existam pontos vindos de grupos perdedores. 
No Brasil existe o sistema misto, onde o cidadão é convocado a expressar, pessoalmente, sua opinião sobre determinados temas. Ex. plebiscito (consulta sobre questão específica), referendo (consulta popular que torna a questão aprovado vinculatória) e iniciativa popular (população apresentando projetos de leis, como ficha limpa, medidas contra a corrupção). 
Critérios Democráticos segundo Robert Dahl
Participação efetiva – todos os membros devem ter oportunidades iguais e efetivas para fazer o outros membros conhecerem suas opiniões sobre o tema. 
Igualdade de voto – todos devem direito ao voto e esse possuir valor igual para todos.
Entendimento esclarecido – dentro do razoável, todos devem ter igual oportunidade de aprender sobre as políticas alternativas e seus efeitos. 
Controle do programa de planejamento – membros devem ter a oportunidade de decidir o que entra ou não em pauta, de forma a evitar o monopólio.
Inclusão do maior número de participantes – todos os cidadãos devem usufruir da participação efetiva.
Ferramentas de participação popular (judiciário)
Audiências Públicas – instrumento de participação popular. Espaço entre o Executivo e Legislativo ou o Ministério Público podem expor um tema e debater com a população sobre a formulação de política pública, elaboração de um projeto de lei ou a realização de empreendedorismo que podem geram impacto nacidade.
Amigos da Corte ou amici curiae – Participação no debate e auxílio aos juízes a entender as diversas posições presentes nos chamados casos difíceis. Não são parte do processo; atuam apenas como interessados na causa.
Aula 12 – Regimes autocráticos de governo 
Trata-se de regimes políticos nos quais o poder está concentrado na mão de um único detentor, seja ele uma pessoa, um comitê, uma junta governamental, assembleia ou partido. Pode ser tido como a degeneração da democracia. Normalmente atende aos clamores populares no primeiro momento, depois governa retirando direitos e com poucas restrições. Autocrático = eu + governo.
Regimes autoritários
O autoritarismo como regime político caracteriza-se essencialmente por ser uma espécie de regime autocrático. No autoritarismo, diferente do modelo totalitário, não se baseia no primado de uma ideologia e podem admitir certas liberdades, como crenças religiosas ou no âmbito econômico. O detentor do poder não deseja impor coincidência entre sociedade e Estado e o papel da ideologia oficial é limitado. 
Existe uma ponderação no que se refere à mobilização das massas e à penetração política na sociedade. Aceitam limites éticos exteriores e superiores ao Estado. Ex. Ditadura militar brasileira e o Estado Novo de Vargas. 
O autoritarismo também mantém determinadas características do regime autocrático, como o monopólio do poder político, o governante sendo o governo e a existência de opinião, mesmo que limitada; mas pode ser divido em: a) autocracias tradicionais, que são os modelos de monarquia no mundo árabe e b) as ditaduras militares, que é um presidencialismo autoritário. 
Regimes totalitários
O totalitarismo é uma espécie de regime autocrático de governo. Pode ser visto como um aumento de grau do regime autoritário e tem o objetivo de tudo englobar, buscando submeter a vida do cidadão à autoridade absoluta do Estado. Algumas características podem ser apontadas como comuns às formas totalitárias, como a existência de um forte conteúdo ideológico. 
As características do Totalitarismo
Existência de uma ideologia oficial que não reconhece qualquer outra e abrange todos os aspectos da vida do homem, sem distinguir público/privado. 
Partido único de massa como instrumento de domínio guiado por um chefe ou ditador carismático. 
Controle policial da população e polícias políticas. Perseguição a determinados grupos com noção de culpa abstrata (burguês, judeu, etc.).
Monopolização de todos os meios de informação e das forças armadas. 
Direção centralizada da economia, sob dependência de um corpo burocrático estatal.

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