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Dimensão Humana e Contemporânea - UVB
Faculdade On-line UVB11
Aula 2
O Início da Sociologia e das 
Ciências Sociais
Objetivos da Aula
Ao final desta aula o aluno terá desenvolvido habilidades 
suficientes para identificar e comparar as diferentes escolas 
de interpretação sociológica e política dos fenômenos sociais, 
por meio do conhecimento da formação das ciências sociais.
Três fatores primordiais: Iluminismo, Revolução 
Francesa e Revolução Industrial
A Sociologia é uma ciência e disciplina que surgiu no final do século 
XVIII e início do século XIX. Entretanto, devemos ressaltar os fatores 
que tornaram possível o aparecimento desta ciência humana. 
Quando os antigos regimes feudais começaram a ruir e dar vazão ao 
trabalho autônomo promovido pelas indústrias nas áreas urbanas, 
novas formas de governo começaram a ameaçar as instituições 
monárquicas. Tudo isto trouxe uma grande inquietação à sociedade 
vigente, pois percebiam que a ordem social passava por uma grande 
transformação.
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Assim, temos três fatores importantíssimos que vão influenciar o 
surgimento da Sociologia.
O primeiro deles foi um movimento intelectual e filosófico conhecido 
como Iluminismo. Ele formou novas idéias sobre a vida social, que 
visavam a agricultura, a indústria, a cidade e o campo. 
Os filósofos iluministas, dentre eles, Hobbes, Locke, Montesquieu e 
Rousseau, analisaram também o conceito de nação, sua estrutura de 
organização política, pela qual as pessoas estabeleciam suas relações, 
pois entendiam que, numa nova vida social moderna o indivíduo 
deveria ser privilegiado, bem como a ciência com suas pesquisas e os 
novos avanços técnicos.
O Iluminismo foi muito forte na França, impulsionou e influenciou a 
burguesia, que neste período (século XVIII), clamava por liberdade. 
Ela queria se libertar da monarquia absolutista para exercer uma 
livre iniciativa sobre o comércio e concorrência de salários, preços e 
produtos.
Desta forma, o iluminismo influenciou outro fator importante, a 
Revolução Francesa. Na verdade, a burguesia ao se sentir forte e 
organizada, passou a confiar em seus objetivos, ou seja, não queria mais 
ser governada pelo Rei, consideravam o regime feudal ultrapassado. 
Assim, a burguesia propunha novas formas de governo, os democráticos 
e republicanos. Chamaram o povo para aderir à idéia da igualdade 
jurídica e do sufrágio universal, ou seja, à democracia, o direito ao voto. 
Foi durante este momento histórico que estoura a Revolução Francesa.
A Revolução Francesa exerceu grande influência sobre o 
desenvolvimento da sociologia, pois, foi uma insurreição social que 
teve início em 1789 e prosseguiu durante as guerras napoleônicas, até 
o final de 1815, transformando a sociedade francesa e influenciando a 
Europa e a América do Norte.
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O lema da Revolução Francesa, liberdade, igualdade e fraternidade, 
é um marco na sociedade capitalista, porque trás à tona a questão da 
desigualdade social, ou seja, um fenômeno que a sociologia até os 
dias de hoje se debruça para analisar.
O terceiro e último fator foi a Revolução Industrial. Ela desenvolveu 
novas técnicas de mecanização, que aceleraram o processo de 
desenvolvimento da industrialização, resultando num processo rápido 
de urbanização. Consequentemente, esta transformação gerou o 
progresso.
A Revolução Industrial originou as classes sociais: a burguesa, 
formada pelos empresários e proprietários dos meios de produção, 
e a operária, também chamada de proletariado, formada pelos 
trabalhadores assalariados e não-proprietários.
Entretanto, uma série de problemas apareceram neste período, 
todos fenômenos sociais: pobreza, fome, violência, doenças, etc., ou 
seja, uma série de desigualdades. Eis que a Sociologia dirige o seu 
olhar para estas profundas mudanças na vida social, na tentativa de 
compreender e esclarecer tais acontecimentos.
As Principais Correntes Sociológicas
Quando falamos das correntes sociológicas, temos que nos referir aos 
seus pensadores. Um dos primeiros, e que é considerado por muitos o 
fundador da Sociologia, chama-se Augusto Comte (1798-1857).
Pensador francês, Comte criou uma corrente sociológica denominada 
Positivismo. O pensamento positivista teve como princípio acreditar 
exclusivamente no poder da razão humana, ou seja, no força do 
conhecimento, que deveria interpretar a realidade e explicá-la pelas 
leis naturais. Tais leis seriam o apoio das regras de vida do homem 
em sociedade e da própria natureza. O positivismo queria substituir 
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o pensamento religioso, que também servia para interpretar a 
realidade humana.
Entretanto, alguns autores como Turner (1999) consideram a maior 
contribuição de Comte para o desenvolvimento da Sociologia não 
apenas as suas idéias, mas sim, sua defesa pela aceitação dela como 
ciência, como uma área de estudo, ou seja, uma nova disciplina.
Outro pensador francês, também positivista, considerado um dos 
grandes teórico desta ciência, é Émile Durkheim (1858-1917). 
Entre outros feitos, Durkheim lutou para emancipar a Sociologia das 
demais teorias que também analisavam a sociedade. Sua principal 
preocupação era com a ordem social.
Para Durkheim, a Sociologia deveria interpretar a sociedade, porém 
ela tinha como principal objetivo descobrir soluções para a vida social. 
Segundo ele, a sociedade funcionaria como um organismo, portanto, ela 
alternaria estados normais e estados patológicos, ou seja, saudáveis e 
doentios. Caberia então à Sociologia “curar” as doenças da sociedade.
Porém, a Sociologia não tinha apenas pensadores franceses. Um dos 
grandes filósofos da Sociologia foi o alemão Max Weber (1864-1920). 
Weber defendeu uma corrente chamada Idealismo, que partia do 
princípio histórico da sociedade, respeitando suas particularidades. 
Devemos ressaltar uma profunda diferença entre a sociedade francesa 
e a alemã dentro da Europa. A França, juntamente com a Inglaterra, 
foram duas grandes potências européias entre os séculos XVII e XVIII. 
Além disso, as duas foram palco das maiores revoluções burguesas: a 
Revolução Francesa e a Revolução Industrial.
A Alemanha sofreu um processo diferenciado e tardio, pois a 
industrialização ocorreu apenas na segunda metade do século XIX, 
bem como sua unificação como Estado-Nação. 
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Desta forma, o pensamento alemão procurou então analisar a 
diversidade, ou seja, ele teve como preocupação a diferença política e 
econômica que distinguia a sua sociedade das demais na Europa.
É esta diversidade que vai chamar a atenção de Weber, que pelo Idealismo, 
estabelece duas formas de análise da sociedade: a histórica, que respeita 
a particularidade de cada sociedade e a sociológica, que destaca os 
elementos gerais do processo histórico de cada sociedade.
Outro pensador alemão que trouxe grandes contribuições para a 
Sociologia foi Karl Marx (1818-1883). Marx foi um pensador radical e 
revolucionário e é considerado o precursor de uma corrente sociológica 
chamada sociologia do conflito. Esta linha de pensamento – assim como 
Marx – , teve como principal preocupação a profunda desigualdade social 
e a exploração do homem sobre outro homem, ou seja, a exploração da 
classe burguesa sobre a classe operária, conseqüências geradas pelo 
regime capitalista. 
No início do século XX, a Sociologia conquistou legitimidade 
acadêmica e científica. Nos Estados Unidos surge uma corrente 
sociológica denominada Funcionalismo. Os funcionalistasqueriam 
analisar a sociedade do ponto de vista da ordem, ou seja, como as 
instituições, tais como, família, educação, religião, agiam diante dos 
padrões da sociedade, da ordem social e das organizações sociais.
A partir de então, a Sociologia se expandiu cada vez mais, tomando 
vários rumos sempre acompanhando as transformações e 
desenvolvimento da sociedade contemporânea.
As Ciências Sociais
O início das Ciências Sociais muitas vezes se confunde com o começo 
da Sociologia. Entretanto, vamos ressaltar as três ciências que 
compõem esta disciplina. São elas: Ciência Política, Antropologia e 
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Sociologia. Como já explanamos a Sociologia, tema central do curso 
de Dimensão Humana e Contemporânea, agora veremos de forma 
sintética as outras duas.
A Ciência Política nasceu na metade do século XIX, tendo uma 
influência direta da filosofia política e de seus pensadores, entre eles 
Maquiavel, Hobbes, Locke e Rousseau. Esta ciência procura analisar 
– entre outras questões –, as diversas formas de relações de poder 
na sociedade, ou seja, o poder do homem sobre o homem. Portanto, 
quando falamos nestas relações, também nos referimos à política.
Segundo Bobbio (1999: 164), “a expressão Ciência Política pode ser 
usada em sentido amplo e não técnico para indicar qualquer estudo dos 
fenômenos e das estruturas políticas, conduzido sistematicamente e com 
rigor, apoiado num amplo e cuidadoso exame dos fatos expostos com 
argumentos racionais”.
A Antropologia é considerada a ciência da diversidade, ou seja, aquela 
que busca analisar o “outro”, o indivíduo que difere de nós e possui 
uma cultura diferente da nossa.
Segundo Costa (1998: 106), “a antropologia e a sociologia, dentre as 
ciências sociais, definiram de forma bastante satisfatória seus objetos 
de estudo, seus objetivos e métodos. Enquanto à sociologia cabia o 
estudo da sociedade européia, à antropologia cabia o estudo dos povos 
colonizados na África, Ásia e América”.
A afirmação da autora deixa claro o interesse dos antropólogos 
europeus em estudar os povos considerados “exóticos” e os seus 
costumes, ou seja, culturas que eram totalmente diferente do modo 
de vida europeu.
A proposta desta aula foi mostrar a influência do pensamento 
iluminista e o impacto da Revolução Francesa e da Revolução Industrial 
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sobre a Sociologia. Procuramos enfatizar como estes três elementos 
contribuíram para a formação e desenvolvimento da Sociologia 
enquanto ciência e disciplina. 
Verificamos resumidamente as principais correntes sociológicas e 
seus pensadores, suas diferenças, mas também suas contribuições na 
interpretação dos fenômenos sociais.
Referências Bibliográficas:
BOBBIO, Norberto. Dicionário de Política, Brasília: Editora Universidade 
de Brasília, 12ª edição, 1999.
COSTA, Cristina. Sociologia: introdução à ciência da sociedade. São 
Paulo: Moderna, 1998.
TURNER, Jonathan H. Sociologia: conceitos e aplicações. São Paulo: 
Makron Books, 1999.
Sugestões Bibliográficas:
MARTINS, Carlos B. O que é Sociologia. São Paulo, Brasiliense, 1986.
CHARON, Joel M. Sociologia. São Paulo, Saraiva, 1999.
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