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FICHAMENTO: O QUE É SOCIOLOGIA? - CARLOS BENEDITO MARTINS

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA 
 
 
 
 CAMILA AMIZADAI MOREIRA CAMPOS 
 
 
 
 
 
 FICHAMENTO: O QUE É SOCIOLOGIA? 
 
 
 
 
 
 
 
 
 JUIZ DE FORA 
 2019 
 
 
Camila Amizadai Moreira Campos 
Matrícula: 201934006 
Curso: Direito 
Disciplina: Sociologia: História, Temas e Atualidade 
Professora: Célia Arribas 
Setembro de 2019 
 
Obra de referência: MARTINS, Carlos Benedito; 1948 – O que é Sociologia? – São Paulo, 
editora Brasiliense, 2006. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fichamento: “O que é Sociologia?”, de Carlos Benedito Martins 
 
 
Sobre a obra: 
O livro “O que é Sociologia?” discorre sobre o surgimento, formação, 
desenvolvimento e influência da Sociologia em sociedade, a partir de uma lógica histórica de 
narração que perpassa desde as Revoluções Francesa e Industrial até a era contemporânea. 
Apresenta e avalia autores clássicos como Auguste Comte, Saint-Simon, Émile Durkheim, Karl 
Marx e Max Weber, cujos pensamentos moldaram o desenvolvimento desta ciência, bem como 
reflete de maneira critica sobre as funções e o trabalho do sociólogo. 
 
Introdução: 
Na introdução, o autor apresenta o tema a ser tratado na obra, deixando clara a 
diversidade de visões contraditórias a respeito da Sociologia: instrumento das classes 
dominantes ou ferramenta de luta das classes dominadas? Busca-se apresentar a " (...) dimensão 
política da sociologia, a natureza e as consequências de seus envolvimentos nos embates entre 
grupos e classes sociais (...)", bem como refletir sobre a contribuição e influência do sociólogo 
em sociedade, ao passo em que nasce a visão desta ciência enquanto agente de transformação 
social. 
 
Capítulo I: O Surgimento: 
Entende-se a sociologia como uma das manifestações do pensamento moderno, cujo 
surgimento é posterior ao das chamadas Ciências Naturais e das diversas ciências sociais. 
Resulta do trabalho conjunto de elaboração de diversos pensadores, que tinham por objetivo 
compreender as profundas transformações sociais e as novas situações de existência a partir do 
século XVIII, decorrentes das Revoluções Francesa e Industrial. 
A Revolução Francesa 
A ascensão da burguesia ocasionada pela Revolução Francesa de 1789 ocasionou 
profunda mudança na estruturação do poderio de governo, antes centrado na figura de um 
monarca de sangue nobre e estritamente ligado a títulos e laços sanguíneos, de hereditariedade. 
A burguesia investiu seus esforços na construção de um Estado autônomo frente a Igreja e "(...) 
que protegesse e incentivasse a empresa capitalista". O Velho Regime Absolutista foi destruído, 
dando lugar a uma nova ordem político-social que possibilitou a implantação do sistema 
capitalista e inspirou diversas revoluções sociais ao redor do mundo. A Revolução espantou 
filósofos, pensadores e seus próprios agentes, dada as transformações por ela impulsionadas. 
Outrossim, o apoio das classes mais pobres foi fundamental ao sucesso da revolução, 
mas uma vez no poder, a burguesia voltou a subjugar aqueles que não detinham riquezas e, 
mesmo sob a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão e do nascente ideal da isonomia, 
pouco se alterou para os mais pobres. 
A Revolução Industrial 
 A Revolução Industrial, por sua vez, mudou profundamente as formas de trabalho. A 
população que antes trabalhava nos campos, artesanalmente, passou a constituir o operariado 
das grandes fábricas e a lotar os centros urbanos: miséria, exploração, urbanização 
descontrolada e não planejada, aumento nos índices de violência e surtos de doenças marcaram 
a fase inicial do capitalismo. Nasce, aí, o proletariado, agente protagonista da dicotomia 
"Burguês X Proletário" que perpassa as discussões políticas até os dias atuais. 
Com mudanças tão profundas e estruturação totalmente nova, a sociedade passa a ser 
objeto de necessário estudo científico. Não se tratava apenas de mera produção de 
conhecimento sobre o padrão de vida surgido na Revolução Industrial, mas da busca por 
orientações que norteassem a ação prática que possibilitasse modificação social e resolução de 
problemas. A palavra Sociologia, que viria a designar está ciência, nasce apenas no século XIX. 
Não obstante, as formas de pensamento também alteravam-se ao longo do tempo. 
Passa-se a valorizar o que é científico e racional, o emprego sistemático da observação e do 
emprego da mesma enquanto instrumento para obtenção de conhecimento. 
Neste mesmo contexto, nasce a ideologia socialista pelas mãos de pensadores como 
Karl Marx e Friedrich Engels. Inicialmente de inspiração positivista emanada por autores como 
Auguste Comte, baseada em métodos profundamente inspirados nas ciências naturais, a 
Sociologia, no contexto da Revolução Industrial, vincula-se a uma " (...) Teoria crítica da 
sociedade e passa a estar ao lado dos interesses da classe trabalhadora." Envolve-se em debates 
a respeito das classes sociais e deixa ainda mais claro que seu ideal nunca foi meramente teórico, 
mas sim prático: manter ou alterar fundamentos da sociedade. 
 
Capítulo II: A formação 
Enquanto ciência que visa resultados práticos, a sociologia certamente os alcançou, 
ainda que tal constatação seja colocada em dúvida por vezes. Em face dos antagonismos e 
dicotomias da sociedade capitalista, foi possível o surgimento de variadas correntes e tradições 
sociológicas, com visões distintas a respeito da organização social do capitalismo, dos valores 
e das formas de trabalho. 
Conservadores: posicionaram-se contra a herança iluminista, com inspiração na 
sociedade feudal. Julgavam os impactos da Revolução Francesa como "castigo de Deus" e as 
crenças iluministas como viés de destruição. Baseiam-se na defesa das instituições 
monárquicas, aristocráticas e religiosas que decaiam progressivamente. Alguns de seus 
expoentes são Edmund Burke, Joseph de Maistre e Louis de Bonald. Seus ideais constituíram 
um ponto de referência para a Sociologia. 
Positivistas: Os grandes expoentes são Auguste Comte, Émile Durkheim e Saint-
Simon. Realizam a revisão dos trabalhos de uma série de conservadores, porém, tendo por 
objetivo defender os interesses capitalistas. 
 Saint- Simon, porém, tem reconhecimento também na tradição socialista, uma vez que 
seus ideais influenciaram o nascimento do ideal socialistas. Admitia a existência de conflitos 
entre os detentores e não detentores dos meios de produção, acreditando que tais conflitos 
poderiam ser solucionados a partir da repressão ou de uma normatização que orientasse a 
conduta dos indivíduos, tomando como mais eficiente a segunda escolha. O papel da Sociologia 
seria, exatamente, promover a criação de tais normas. Outrossim, sua visão a respeito da 
sociedade era otimista e a ciência social nascente seria fundamental a sociedade. 
Auguste Comte sofreu influência do pensamento de Saint- Simon, todavia, 
caracterizou-se como defensor veemente da nova sociedade, conservador. Seu ideal reside na 
necessidade da criação de uma crença comum a todos os homens e na necessidade de ordem na 
sociedade, tendo a ciência como ponto de partida. A ordem e progresso constituem seus ideais 
norteadores, presentes, inclusive, na bandeira brasileira. 
Durkheim, por sua vez, também preocupou-se com a questão da ordem e buscou 
definir o objeto de estudo da sociologia, bem como seu método de investigação. 
Contemporâneo a ascensão dos ideais socialistas, Émile Durkheim conheceu-os e criticou-os, 
uma vez que acreditava que os problemas sociais não tinham origem econômica mas sim na 
fragilidade moral. Para este, o papel da nova ciência social seria encontrar novas ideias morais 
capazes de nortear os indivíduos. A divisão do trabalho deveria gerar sentimento de cooperaçãoe solidariedade entre os homens. Definiu o fato social e outros conceitos fundamentais ao estudo 
da Sociologia, e, outrossim, manifestou visão otimista a respeito da sociedade. 
Socialistas: Negação à sociedade capitalista e visão centrada na luta de classes e na 
necessidade de uma nova revolução. Marx e Engels são os principais expoentes da corrente, 
possuidores de seus ideais norteadores. Precedido pelo socialismo utópico, o socialismo 
marxista ganharia expressão e crença. A partir da observação da filosofia do alemão Hegel e 
sua dialética, Marx definiu o chamado "materialismo histórico", norteador sociológico. A 
Sociologia, aqui, tem a função não apenas de solucionar problemas sociais, mas de contribuir 
para a promoção de mudanças radicais na sociedade. Encontra-se, aqui, inspiração para que a 
sociologia se torne "(...) um empreendimento crítico e militante, desmistificador da civilização 
burguesa, e um compromisso com a construção da ordem social na qual fossem eliminadas as 
relações de exploração entre as classes sociais. 
Max Weber: assinala a busca pela neutralidade científica, estabelecendo a fronteira 
entre o homem que toma ações práticas e o homem do saber, que analisa. Tal postura contribui 
para a profissionalização da disciplina, colocada enquanto ciência social neutra. O trabalho de 
Weber foi bastante influenciado pelo contexto da Alemanha de sua época, que passava por um 
grande surto de crescimento econômico e a classe intelectual vai-se enriquecer, ao mesmo passo 
em que passou a ter mais tempo e menos pressão para exercer suas funções. Recebeu grande 
influência marxista, apesar de não trazer consigo a certeza de que a economia fosse o cerne 
dominante da sociedade. Em Weber, o ponto de partida da sociologia é a compreensão da ação 
dos indivíduos, considerando a realidade empírica onde o pesquisador tem papel ativo na 
elaboração do conhecimento. Outrossim, religião também ocupou papel central nas 
investigações de Weber, como demonstra a importantíssima obra " A ética protestante e o 
espírito do capitalismo", de 1905. Considerou o capitalismo como um sistema pautado na 
organização racional, expressão da modernização e racionalização do homem. 
 
Capítulo III: O desenvolvimento 
Enquanto o surgimento e a formação da Sociologia têm como contexto histórico a 
expansão do sistema capitalista, seu desenvolvimento se dá mediante a existência de uma 
burguesia afastada dos ideais que defendera na Revolução Francesa e que se torna cada vez 
mais conservadora, buscando sempre assegurar seu domínio. A sociedade afunda-se em crises 
de diversos setores, a exemplo da eclosão de duas guerras mundiais e do crescimento dos 
movimentos socialistas. Grades empresas começam a surgir e, apesar do ideal democrático, vê-
se o claro domínio dos que detém poder econômico e que uma minoria em quantidade e renda 
configura-se como esmagadora maioria política na tomada de decisões. As Ciências sociais, de 
modo geral, foram colocadas a serviço da dominação vigente, inclusive a Sociologia: pesquisas 
sociológicas foram “(...) incorporadas à cultura e à práticas das grandes empresas, do Estado 
moderno, dos partidos políticos, à luta cotidiana pela preservação das estruturas econômicas, 
políticas e culturais do capitalismo moderno.” A partir de então, tornou-se extremamente difícil 
a produção de um conteúdo independente e crítico por parte dos sociólogos, principalmente 
após a segunda guerra mundial. 
Durante as três primeiras décadas do século XX, porém, a Sociologia desenvolveu-se 
de forma mais livre e rica em termos de pesquisa, firmando o trabalho de campo e o 
levantamento empírico de informações. Na França, a inspiração em Durkheim gerou pesquisas 
sobre a organização do trabalho, o suicídio e a importância do contexto social para os 
indivíduos. Na Alemanha foram estruturados, principalmente, estudos quanto a reconstrução 
de fatos históricos e a estrutura do capitalismo, sob a herança de Marx e Weber. Nasce, também 
neste período, a “sociologia do saber”, a partir dos pensamentos de Karl Manheim e Max 
Scheller, considerando uma exposição sistemática das origens do conhecimento e buscando 
estabelecer uma relação entre as diferentes ideologias. 
Buscou-se “(...) formular e classificar os diferentes tipos de relações sociais que 
ocorrem em todas as sociedades, independentemente de tempo e lugar.” Não obstante, as 
transformações por quais a sociedade passava neste período foram objeto de estudo por parte 
de sociólogos que mantinham ligações, sutis ou não, com o pensamento socialista, a exemplo 
das obras de Lênin e Rosa Luxemburgo. Outrossim, principalmente nos Estados Unidos, a 
sociologia passou por uma imensa fase de expansão e desenvolvimento científico ligada ao 
empirismo e a analise das grandes transformações, a exemplo da grave Crise de 1929, o que 
influenciou as gerações posteriores de sociólogos americanos e promovendo a “quebra” do 
estilo clássico de estudo sociológico. 
Contemporaneamente, a função do sociólogo é “(...) Libertar sua ciência do 
aprisionamento que o poder burguês lhe impôs”, colocando-a a serviço dos explorados, em 
busca de uma sociedade verdadeiramente justa.

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