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Dimensão Humana e Contemporânea - UVB
Faculdade On-line UVB48
Aula 09
Ética nas Organizações: 
a Responsabilidade Social
Objetivos da Aula
Os objetivos desta aula visam proporcionar a você o conhecimento 
necessário para interpretar a sociedade contemporânea e suas 
transformações. Para tal, pretende-se analisar os seus diferentes 
atores sociais a partir de seus conflitos, interesses, valores e 
posicionamentos ideológicos.
Ao final desta aula, você deverá estar apto a comparar 
organizações e suas tipologias, do ponto de vista sociológico, ou 
seja: as instituições do Estado e da sociedade civil - as empresas 
e sua economia. Além disso, você deverá saber também como 
identificar princípios e valores universais do homem, bem como 
estabelecer parâmetros éticos para o gerente e o empresário.
Introdução
A Responsabilidade Social
Historicamente, a maioria das empresas sempre atuou com 
responsabilidades voltadas à sua função econômica, ou seja, 
cumprindo etapas que necessariamente levam ao processo de 
acumulação e reprodução do capital.
Neste sentido, esta ação contém obrigações relacionadas apenas 
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ao desenvolvimento econômico em termos nacionais, estaduais ou 
municipais. A finalidade maior sempre foi obter lucro e proporcionar 
dividendos para os acionistas ou proprietários. Pagando os seus 
tributos em dia, oferecendo empregos, bem como desenvolvendo 
novas tecnologias, e ofertando bons produtos e serviços, acreditava-
se que a empresa já estivesse cumprindo satisfatoriamente a sua 
função de agente econômico.
É claro que, os problemas sociais não se agravaram somente em função 
da exploração de agentes econômicos sobre a sociedade. Há uma 
incapacidade do Estado, principalmente nos países subdesenvolvidos, em 
criar políticas públicas efetivas e sustentáveis, aliadas a um nível satisfatório 
de crescimento econômico. Esta característica pode ser considerada 
inclusive como uma das principais causas da desestabilização social que 
vitima cotidianamente milhares de pessoas no mundo inteiro.
Neste contexto, de profundas desigualdades sociais, tudo nos mostra o 
quanto as transformações interferem no desenvolvimento da sociedade 
e da própria empresa. Tudo o que acontece de bom ou ruim é fruto da 
intervenção de atores que possuem um forte poder social, político e 
econômico. Sendo que, um desses atores é evidentemente a empresa.
Por esta razão, há de se considerar que houve uma certa evolução no 
papel das empresas frente às mudanças ocorridas na sociedade. Para 
muitas empresas, hoje em dia, é necessário assumir um envolvimento com 
questões que outrora eram consideradas alheias ao seu papel econômico. 
Como as crises sociais atingem diretamente o sistema econômico, tornou-
se necessário ao empresariado se mobilizar mais ativamente para enfrentar 
os problemas sociais, pois estes podem futuramente se constituir em 
entraves ao desenvolvimento das empresas. 
Apesar disso, o conceito de responsabilidade social expressa 
compromissos reconhecidamente importantes, e que vão além 
daqueles já compulsórios para as empresas, tais como: o cumprimento 
das obrigações trabalhistas, tributárias e sociais. Ele também 
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questiona a adoção e a difusão de valores, condutas e procedimentos 
que induzam e estimulem o contínuo aperfeiçoamento dos processos 
empresariais dentro de uma nova ótica de mercado. Pois, passa a 
vincular o desenvolvimento econômico empresarial com a preservação 
e melhoria da qualidade de vida das sociedades, principalmente no 
que diz respeito a novas condutas de caráter ético e social.
Neste sentido, os valores relacionados à ética e ao aspecto social, entre 
outros, devem caminhar paralelamente na construção de uma melhor 
cidadania para a sociedade e para a própria organização empresarial. 
Portanto, valores ou indicadores econômicos não podem ser os únicos 
constituintes da relação empresarial com os seus diversos públicos 
existentes.
Caso contrário, a empresa estará sempre imersa em um sistema 
restrito somente aos propósitos de sua função econômica, o que não 
representa o verdadeiro sistema aberto e vivo de uma instituição que 
faz parte da sociedade.
“As empresas e seus líderes têm um papel fundamental diante deste 
cenário. Em poder das corporações estão o capital, a capacidade de gestão 
dos recursos e, sobretudo, um extraordinário estoque de talentos, um fator 
decisivo em qualquer processo de transformação. Para desempenhar esse 
papel, é preciso que o mundo corporativo siga alguns passos elementares. 
Em primeiro lugar, é urgente tomar consciência da realidade que nos 
rodeia e do fato de que fazemos parte dela. Em seguida, é preciso entender 
o conceito de responsabilidade social como o compromisso de cada um 
com a qualidade de vida, com a preservação da natureza e com uma 
sociedade mais justa.” (Grajew/Instituto Ethos, 2004)
A afirmação de Grajew deixa claro que, apesar das empresas 
precisarem ter uma participação mais efetiva na sociedade, elas não 
podem curar todas as suas mazelas, quer sejam de qualquer natureza, 
e mesmo no intuito inestimável de procurarem resolver os graves 
problemas sociais que afligem toda a humanidade, pois isto seria 
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uma grande pretensão descomunal. Entretanto, a participação desses 
atores sociais no processo de crescimento visando mais sustentação 
econômica e social é fundamental, pois as empresas são, talvez, as 
principais responsáveis pelo funcionamento de toda a cadeia de 
relacionamentos de uma sociedade.
“Responsabilidade Social é uma forma de conduzir os negócios da 
empresa de tal maneira que a torna parceira e co-responsável pelo 
desenvolvimento social. A empresa socialmente responsável é aquela que 
possui a capacidade de ouvir os interesses das diferentes partes (acionistas, 
funcionários, prestadores de serviço, fornecedores, consumidores, 
comunidade, governo e meio-ambiente) e conseguir incorporá-los no 
planejamento de suas atividades, buscando atender às demandas de 
todos e não apenas dos acionistas ou proprietários.” (Instituto Ethos, 
Perguntas e Respostas, 2004)
Portanto, é importante que, ao se envolver com ações sociais, sejam 
elas internas ou externas, as empresas tenham um bom planejamento 
estratégico. Mesmo porque, a prática social não pode ser feita sem 
a existência de uma política social que norteie as diretrizes corretas 
de intervenção social por parte da empresa, tais como: as áreas mais 
prioritárias para se investir, o montante necessário, o público-alvo, etc. 
Sendo assim, torna-se profundamente complexo definir estratégias de 
atuação social sem a existência de uma política interna que contemple 
os passos necessários a um bom desempenho.
Por isso, a participação do público integrante da empresa é essencial. 
O caráter participativo é indispensável até mesmo nas decisões que 
envolvam os negócios tradicionais da empresa, pois o trabalho em equipe 
determina, quase sempre, um comprometimento mais acentuado com 
aqueles que fazem com que a empresa continue existindo.
Desta maneira, com a responsabilidade social não poderia ser 
diferente. Todos os instrumentos ligados à prática social da empresa 
devem ser concebidos com a participação dos interessados.
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Na verdade, a responsabilidade social significa um comprometimento 
voluntário da empresa com seus diversos públicos. É por isso que, não 
basta estar apenas comprometido com o aspecto legal dos respeito 
aos direitos trabalhistas,por exemplo. O tipo de comprometimento 
que se exige atualmente deve ir além do simples cumprimento das leis. 
Mesmo porque, a responsabilidade social precisa incorporar valores 
que representem, categoricamente, uma condição de civilidade, e os 
quais acabem por contribuir de fato para o desenvolvimento humano 
e social de todas aquelas pessoas, que direta, ou indiretamente, 
estejam atreladas à empresa.
Nesta aula podemos analisar a importância da responsabilidade 
social no mundo dos negócios. Atualmente, as empresas 
estão se empenhando para o desenvolvimento social, ou seja, 
contribuindo e compactuando com a sociedade. Dentro desse 
novo panorama organizacional, uma empresa não se deve apenas 
se ater ao lucro econômico, mas sim preocupar-se também com 
certos valores sociais, tais como: educação e meio ambiente, 
os quais refletem na qualidade de vida de toda a sociedade. 
Na próxima aula, veremos a questão da Ética Empresarial: código 
de ética e ética nos negócios.
Referências Bibliográficas
STEWART, Thomas A. Capital Intelectual. Rio de Janeiro: Campus, 1998.
Referências de Sites
http://www.ethos.org.br