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Contabilidade Básica aula 1 5

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Contabilidade Básica
Aula 1 – Conceitos de Contabilidade
Leia no Material Didático que você recebeu o capítulo 1, "A contabilidade", do livro Contabilidade Geral Fácil, de Osni Moura Ribeiro.
Pode-se afirmar que a Ciência Contábil surgiu juntamente com o homem, pois desde os primórdios da vida humana os indivíduos sentem necessidade de controlar, de alguma forma, o seu patrimônio. Necessitam mensurar, ou seja, medir o quanto ganham, quanto o patrimônio aumenta e o destino dos seus bens. A evolução da Contabilidade como ciência ocorreu com o florescimento do comércio. Nessa época, o controle do patrimônio tornou-se essencial. Surgiram as primeiras formas realmente organizadas de empresa e era preciso, mais do que nunca, controlar o que acontecia com estas entidades. 
Analisaremos nesta aula como a Ciência da Contabilidade passou a mensurar, controlar, estudar e verificar o patrimônio das entidades, visando fornecer informações sobre a situação da empresa a todos os interessados ― proprietário, funcionários e fornecedores.Vamos estudar também o conceito de Contabilidade, seu objeto de estudo, finalidade e as situações em que pode ser aplicada.
Você já ouviu falar no método das partidas dobradas? É o método considerado, até hoje, como base para a Contabilidade, que afirma que toda a origem de capital deverá ter sempre uma aplicação de igual valor.
Desde os primórdios o homem já demonstrava a habilidade e a necessidade de registrar o seu patrimônio.
Pode-se afirmar que o maior destaque na história da Contabilidade é creditado ao Frei Luca Pacioli, que, no século XV, em sua obra La Summa de Arithmetica Proportioni et Proportinalita ( A obra, traduzida como Tudo sobre Aritmética, Geometria e Proporção, é composta por 36 capítulos e dedica um módulo especial à contabilidade.), disseminou o método conhecido como partidas dobradas.
Com o surgimento do método e as demais publicacões do Frei Luca Pacioli — pai da Contabilidade — a Ciência Contábil saiu da forma rudimentar e passou a outras formas mais organizadas como a anotacão em livros, depois o emprego de meios mecânicos e, nos dias de hoje, a utilizacão de sistemas contábeis informatizados.
Como vimos até aqui, após a divulgação do método das partidas dobradas, a contabilidade se desenvolveu como ciência e ganhou cada vez mais espaço.
O vídeo a seguir mostra o funcionamento do método, de forma clara, possibilitando o maior entendimento.
Você notou que o vídeo esclarece que neste método todo débito corresponde a um crédito com valor igual ao do débito e vice-versa, isto é, para cada crédito deverá haver um débito de valor igual ao do crédito?
Essa regra tem como base a natureza das contas de Ativo e Passivo.
Ativo: Pense na frase: Tenho um funcionário excelente; Ele trabalha de forma ativa e é muito competente. Sinônimo de coisa boa e positiva. Bens / direitos.
Passivo: Estou tão preguiçoso, tenho agido de forma lenta e passiva, sinto que estou cansado. Sinônimo de coisa ruim e negativa. Obrigações / dívidas.
Ativo
Dinheiro na Carteira: 110,00
Dinheiro no Banco: 1.100,00
Salário a receber: 5.000,00
Valor do automóvel: 20.000,00
Valor da residência: 80.000,00
TOTAL: 106.210,00
Passivo Lojas Americanas: 400,00 
Plano de Saúde: 430,00 
Faculdade: 1.200,00
Mercado: 500,00
Cartão de crédito: 650,00
Financiamento imobiliário: 103.030,00
TOTAL: 106.210,00
Por que o contador antigamente era conhecido como guarda-livros?
 “Há muito tempo, em uma terra não muito distante, os contadores eram chamados de ‘guarda-livros’. A origem desse estranho nome era proveniente da sua principal função que, até então, era a de escriturar e manter em boa ordem os livros mercantis das empresas comerciais”.
A contabilidade passou a se desenvolver a partir da necessidade de tornar a área contábil mais compreensível e dinâmica. 
No Brasil, por exemplo, a construção da contabilidade vem evoluindo desde o surgimento das escolas de contabilidade e das regulamentações contábeis.
1808: Nesse ano o Brasil deu os seus primeiros passos para a organização contábil. O alvará publicado na época dizia que os contadores deveriam usar obrigatoriamente as partidas dobradas como método de escrituração.
1850: Em 25 de junho de 1850, o Imperador Pedro II promulgou o primeiro Código Comercial Brasileiro. Essa promulgação tornou obrigatória a escrituração contábil, além da elaboração anual do balanço.
1880: Nesse ano, a Escola Politécnica do Rio de Janeiro passou a oferecer as primeiras disciplinas de Direito Administrativo e Contabilidade.
1902: Porém, somente após doze anos do oferecimento das disciplinas Direito Administrativo e Contabilidade pela Escola Politécnica do Rio de Janeiro que surgiu a Escola de Comércio Álvares Penteado. Essa escola, três anos depois, passou a ter o reconhecimento do curso de guarda-livros e também de perito-contador.
1946: A USP criou nesse ano a Faculdade de Ciências Contábeis, que coincide com a criação do Conselho Federal de Contabilidade (CFC). O Conselho criado pelo Decreto-lei nº 9295/46 é o órgão que orienta, fiscaliza e normatiza a profissão contábil no Brasil através dos Conselhos Regionais de Contabilidade (CRCs).
1964: Em 1964, houve a promulgação da Lei nº 4.230 que instituiu as principais normas para a elaboração e controle de orçamento da União, Estados, Municípios e Distrito Federal.
1976: Esse ano é marcado por um grande acontecimento para Contabilidade no Brasil: a criação da Lei nº 6.404 ou Lei das Sociedades por Ações. Em 1976 também houve a Criação da Comissão de Valores Mobiliários (CMV), responsável pela disciplina e funcionamento do mercado de valores mobiliários no Brasil.
2007: Nesse ano ocorreu uma revolução na Contabilidade através da promulgação da Lei nº 11.638, que alterou diversos dispositivos da Lei das Sociedades Anônimas e aproximou a Contabilidade brasileira do modelo que vem sendo adotando mundialmente. 
A partir daí o Brasil passou a utilizar os princípios das IFRS (Trata-se de um conjunto de pronunciamentos contábeis que trazem normas internacionais de Contabilidade, adotadas no sistema brasileiro.) visando a melhor apresentação e compreensão das normas e demonstrações contábeis.
Contabilidade
Definida como a ciência responsável pelo estudo dos fenômenos ocorridos no patrimônio das entidades, a Contabilidade é a responsável, portanto, pelo registro, classificação e demonstração dos fatos ocorridos no patrimônio das entidades, através da escrituração contábil (Técnica que consiste em registrar de forma ordenada tudo o que ocorre nas empresas).
A Contabilidade também fornece informações para a análise e interpretação dos fatos obtidos mediante a escrituração contábil, e possibilita que sejam evidenciadas, ou seja, que sejam conhecidas as variações através dos períodos em que houve alteração no patrimônio.
No que diz respeito ao patrimônio das entidades, pode-se dizer que a Contabilidade atua em três campos:
Econômico: Uma empresa que compra sempre à vista e realiza suas vendas sempre a prazo acaba por ter sua operação de geração de capital: Favorecida, pois não parcela, nem cria dívidas em cima das suas compras. Toda vez que uma entidade apura o seu resultado do exercício, ela faz um resumo de sua situação econômica, e isso não necessariamente reflete em uma boa situação patrimonial.
Financeiro: Mesmo que uma entidade tenha prejuízo, ou seja, acabe vendendo por menos do que comprou, ela pode ter dinheiro em caixa suficiente, oriundo de outras operações bem sucedidas, para pagar suas contas.
3 – Patrimonial: O patrimônio é a garantia de todo o desenvolvimento e até mesmo da continuidade da entidade.
Bens: Você pode entender por bens todas aquelas coisas que são capazes de atender às necessidades das pessoas físicas ou jurídicas e que podem ser mensuradas, ou seja, têm valor econômico. 
Direitos: Direitos podem ser entendidos como os valores que determinada entidade tem a receber de terceiros. O exemplo mais comum neste grupo são os clientes, que são indivíduos para quem a empresavendeu, garantindo, assim, no futuro, o direito de receber o pagamento.
Obrigações: As obrigações, ou passivos exigíveis, são dívidas que a empresa assumiu com terceiros, ou seja, com pessoas alheias à entidade.
Estes três elementos representam a entidade como um todo, ou seja, o que ela tem como patrimônio.
Na verdade, o campo de estudo principal da Contabilidade é o patrimônio, que pode ser uma pessoa física – por exemplo, você mesmo – ou pessoa jurídica – entidade que pode ser formada por uma ou mais pessoas.
Pessoa Física: Considera-se pessoa física toda pessoa natural que é registrada em cartório e que possui bens, direitos e obrigações junto ao Estado. A pessoa física responde individualmente por seus atos e só terá fim quando decretada a sua morte.
Pessoa jurídica: Trata-se da composição de uma ou mais pessoas físicas, por meio de um contrato que deverá ser registrado em cartório, na Receita Federal ou junta comercial.
Mas se a pessoa jurídica é formada por uma ou mais pessoas físicas, por que devemos considerar que entidade é igual à pessoa jurídica?
Na verdade, os responsáveis pela pessoa jurídica são as pessoas físicas que a formaram e seu término será dado por um acordo entre estas pessoas ou por decisão judicial.
No caso de constituição por pessoa física, os dois tipos mais comuns são as sociedades limitadas e as sociedades anônimas, sendo que para as limitadas o documento de nascimento é o Contrato Social e para as anônimas é o Estatuto Social.
Existem dois aspectos que podem ser observados em relação ao patrimônio das entidades:
1 – Quantitativo: Diz respeito à expressão monetária. Aqui no Brasil a moeda em que o Balanço deve estar expresso é o real.
2 – Qualitativo: Com relação ao aspecto qualitativo do patrimônio é possível citar as nomenclaturas que são utilizadas para descrever cada elemento:
• Bens: representados pelo caixa;
• Direitos: representados pelos clientes; e 
• Obrigações: representadas por contas diversas a pagar.
Patrimônio Líquido: Patrimônio líquido nada mais é do que a soma de tudo o que a empresa tem (bens), tudo o que ela tem para receber (direitos) menos as suas obrigações. Desta forma, o que sobra no caso de liquidação de dívidas é o que realmente é da propriedade.
Para entender melhor, voltemos ao que já foi dito sobre Ativo e Passivo.
Suponhamos que a situação da sua empresa neste mês foi a seguinte:
Ativo
Caixa: 10.000,00
Estoque: 40.000,00
Contas a receber: 20.000,00
Imobilizado: 30.000,00
Total do ativo: 100.000,00
Total do ativo: 100.000,00
Passivo
Empréstimo: 15.000,00
Contas a pagar: 25.000,00
TOTAL do passivo: 40.000,00
Total do ativo: 100.000,00 - Total do passivo: 40.000,00 = Patrimônio Líquido: 60.000,00
ESTATUTO SOCIAL
O Estatuto Social é o documento pelo qual são constituídas as sociedades anônimas. 
Sociedade anônima é uma forma de constituição de uma empresa, este modelo atribui a capital social dividido por ações que podem ser negociadas livremente e não como nas demais que o capital social é atribuído a um nome em específico. Neste modelo de sociedade, não é necessário uma escritura pública (contrato social) ou outro ato oficial, assim esta sociedade de capital, vai prever a obtenção dos lucros e distribuí-los aos acionistas.
No caso destas sociedades, é feita uma assembleia que deverá representar, no mínimo, metade do capital social, ou seja, o capital da empresa. 
•Nome;
•Prazo de duração;
•Localização da empresa;
•Objeto social (ou seja, o que ela terá como atividade);
•Seu capital social; e 
•Outros dados primordiais para o nascimento da entidade.
CONTRATO SOCIAL
O Contrato Social é o documento de nascimento de uma entidade com fins lucrativos e não anônima. 
Este documento não pode conter nenhum tipo de emendas, rasuras ou qualquer tipo de entrelinha. Além disso, o documento deverá designar o objeto da sociedade e o nome desta.
Área de atuação
Atualmente há uma lista ampla e bem diversificada de áreas em que você poderá atuar.
Exemplos:
1 – Contador: É a forma independente que assume a contabilidade.
Atualmente, o profissional que deseja trabalhar nesta área precisa fazer o exame de suficiência do CRC ( O Conselho Regional de Contabilidade é uma Entidade criada pelo Decreto Lei nº 9.295/46. Como Órgão Regional, é subordinado ao Conselho Federal de Contabilidade e sua jurisdição abrange todo o Estado do Rio de Janeiro.) e obter o registro junto ao órgão para exercer a profissão. 
 
Um profissional que deseja atuar como contador pode ter seu próprio escritório, desenvolvendo funções generalistas com relação a uma empresa. 
O contador pode ser também analista ou assistente, atuando na área tributária, de custos, gerencial, de controladoria, entre outras.
2 – Perito Contábil: A profissão de perito contábil é prerrogativa exclusiva do contador, ou seja, somente o bacharel em Ciências Contábeis, devidamente habilitado (com CRC), poderá atuar nesta área.  
Este profissional atua com a indicação de juízes ou partes envolvidas em processos e é responsável pela elaboração de laudos que serão utilizados para a tomada de decisão judicial, em casos de dissolução de entidades, pensão alimentícia, recálculo de encargos financeiros com Sistema Financeiro Habitacional, com bancos em geral, entre outros.
3 – Controller: É aquele profissional que atuará como gestor de uma determinada entidade, trabalhando para fazer a gestão de forma eficaz.
4 – Tributarista: Levando-se em conta a complexidade do sistema tributário brasileiro, esta é uma área que possui uma vasta demanda de profissionais.
O contador pode trabalhar de forma independente, ou seja, oferecendo consultoria nesta área, ou atuar dentro de uma empresa, planejando quais as melhores formas de tributação para aquela entidade.
A figura do leão faz referência  a um das mais famosas tributações: o imposto de renda.
5 – Auditor: Assim como o perito contábil, somente o profissional formado em Ciências Contábeis, devidamente habilitado, poderá atuar como auditor.  
Este profissional é responsável por analisar as demonstrações contábeis, bem como trabalhar para que os controles internos  sejam respeitados e para que isso seja feito de forma eficiente. 
Lembrando que a auditoria está dividida em duas modalidades:
• Auditoria interna: que é aquela realizada dentro das entidades para a verificação dos procedimentos internos; e 
• Auditoria externa: que é aquela normalmente requerida por uma sociedade anônima para a verificação da veracidade de suas demonstrações contábeis.
6 – Contador Público: É aquele profissional que prestou concurso e trabalha na área pública. 
As entidades públicas por possuírem patrimônio também são objeto da Contabilidade.
7 – Pesquisador e professor: Assim como em todas as profissões, o profissional graduado em Ciências Contábeis poderá atuar na área da docência ou pesquisa.
Além das áreas citadas, existem outras possibilidades de atuação para o profissional contábil.
Porém, antes de escolher a área que se deseja atuar,  é muito importante entender que o objetivo da Contabilidade é fornecer informações sobre a composição do patrimônio e como funcionam as suas variações. A partir daí, é possível pensar na área que se quer seguir.
Outro ponto que pode ajudar na decisão da carreira a seguir é o pensamento voltado para as finalidades da Contabilidade, pois, atualmente, a sua principal função é o planejamento que serve de base para a análise de situações futuras e o controle do que acontece com as instituições.
Os usuários da contabilidade são divididos em dois tipos:
1 – Agentes Internos: Os agentes internos podem ser apresentados aos usuários que têm algum tipo de relação direta com a entidade e que, por consequência, têm facilidade de acesso às informações contábeis. 
Os interessados e seus respectivos interesses são:
• Gerentes – utilizam a informação para tomar decisões;
• Funcionários – utilizam as informações da empresa para saber se receberão ou não seus salários, férias e benefícios, quandodefinidos na política da empresa.
2 – Agentes Externos: Os agentes externos são aqueles que não possuem uma relação direta com a entidade, mas que, mesmo assim, mantém algum tipo de relacionamento com esta.
Bancos: Utilizam a informação contábil para a concessão ou não de financiamentos, empréstimos e créditos em geral.
Concorrentes: Utilizam a formação para tornarem-se competitivos nos mercados cada vez mais acirrados.
Governo: É o principal interessado, pois está sempre buscando informações relativas às despesas e receitas. São elas que geram o resultado para atingir o objetivo do governo: a tributação das entidades.
Fornecedores: Seu principal interesse é a capacidade de pagamento das entidades, ou seja, querem saber se poderão continuar ou não vendendo a prazo e se vão continuar recebendo.
Clientes: Apesar de não ser uma informação percebida diretamente da Contabilidade, os clientes têm interesses ligados aos prazos de recebimento de suas compras, ao tipo de atendimento e querem detalhes de como podem fazer a devolução de um produto, por exemplo.
Investidores: No caso das sociedades de capital aberto, o principal interesse é o desempenho das entidades em que investem, para saber se podem manter seu dinheiro nelas. 
No caso de investidores que ainda não investiram, o maior interesse é saber se vale a pena investir seu dinheiro e deixá-lo aplicado em determinada entidade, o que ela trará de retorno e como estão as perspectivas dessa entidade para o futuro.
Para que haja uma padronização, é preciso que existam órgãos responsáveis pela normatização contábil. No Brasil as normatizações são de responsabilidade da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) (Responsável pela padronização do mercado de valores mobiliários nacional.) e do Conselho Federal de Contabilidade (CFC) (Órgão responsável pela emissão de normas profissionais contábeis e normas técnicas que servem para regulamentar os procedimentos contábeis.).
A resolução de nº 750/93, emitida pelo Conselho Federal de Contabilidade, definiu alguns princípios contábeis com o intuito de padronizar a Contabilidade.
ATENÇÃO: O mais comum é a utilização da padronização com base na Resolução nº 750/93, atualizada pela Resolução nº 1.282/10, sem a separação por categorias. Texto Contabilidade Básica
Alguns autores dividem os princípios contábeis em três categorias:
1 – Postulados: Conhecido como “Pilares da Contabilidade”, os Postulados são considerados a base da teoria contábil e se divide em Postulados Entidade e Postulados da Continuidade, onde o primeiro estabelece o patrimônio como sendo o objeto da Contabilidade e o segundo prevê que o processo contábil deve ser considerado sem prazo estimado de duração.
2 – Princípios: É a padronização das técnicas contábeis adotadas pela maioria dos profissionais, com o intuito de normatizar os lançamentos e relatórios, para um melhor controle do patrimônio da entidade. 
No Brasil, os princípios contábeis são os estabelecidos pela Resolução CFC 750/93. Tais princípios servem como padrões a serem seguidos na contabilização dos fatos contábeis.
3 – Convenções Contábeis: Conceitos que servem como um guia para o profissional da área contábil, normatizando padrões de conduta na hora de escriturar os fatos contábeis, tais como: objetividade, conservadorismo, materialidade e evidenciação.
Aula 2 – Conceitos de Patrimônio
Muitas pessoas acham que só os bens que elas possuem fazem parte do patrimônio, mas é preciso lembrar que o que elas têm a receber, ou seja, os direitos, e o que elas têm a pagar também fazem parte do conjunto denominado Patrimônio. 
Outro aspecto importante é compreender como funcionam as movimentações no patrimônio, ou seja, como este aumenta, diminui ou sofre qualquer tipo de movimentação. 
É importante saber também quais as possíveis situações patrimoniais, o que demonstra e como o balanço pode ser configurado.
O Código Civil brasileiro distingue os bens em:
Bens imóveis, aqueles vinculados ao solo, que não podem ser retirados sem destruição ou danos, como por exemplo: edifícios, construções, árvores etc. olha
Bens móveis, aqueles que podem ser removidos por si próprios ou por outras pessoas, como por exemplo: animais, máquinas, equipamentos, estoques de mercadorias etc.
O LEGO é um  brinquedo inteligente, constituído por blocos coloridos e encaixáveis, que estimula o lado criativo de crianças e adultos desde 1950. No Brasil, o LEGO só começou a ser comercializado no final de 1985.
Como vimos, os bens imateriais são bens intangíveis, ou seja, não têm matéria, não podem ser tocados. A marca LEGO, por exemplo, é um bem imaterial. 
Enquanto marca ela não pode ser tocada, certo? Mesmo assim, pode ser avaliada economicamente, isto é, possui valor econômico sem que possamos pegá-la ou transportá-la.
Outro exemplo de bens imateriais são as Patentes, que nada mais são do que registros de invenções de uma pessoa ou empresa.
Nesse caso, a pessoa ou empresa tem o direito de explorar os benefícios advindos daquela determinada invenção.
Conforme  o que já foi estudado na primeira aula, os bens são todas as coisas capazes de satisfazer as necessidades humanas e que podem, de alguma forma, ser mensuradas, medidas economicamente, ou seja, que podem ter algum valor atribuído de algum jeito.
Os bens de uso  da loja são todos aqueles utilizados pela empresa para a exploração da sua atividade principal, como os móveis onde ficarão expostos os produtos.
Fazem parte dos bens de troca os produtos que formam a base da atividade da empresa, como os produtos à venda.
Já os bens de consumo estão relacionados aos bens que serão consumidos, como as caixas e sacolas para embalar os produtos, materiais de escritório, ou seja, tudo aquilo que não é durável na entidade.
Quando a empresa vende mercadoria e o cliente fica de pagar esta mercadoria no prazo de um mês, a empresa terá o direito de receber do cliente esse determinado valor após 30 dias.
Caso o acordo não seja cumprido, ela pode aplicar multas.
Outro tipo comum de direito acontece quando a empresa adianta salários ou valores para viagens de funcionários. 
Esta situação mostra que quando a empresa libera para o funcionário um valor antecipado, ela tem o direito de descontá-lo do seu salário posteriormente. 
Em casos especiais, como as viagens a serviço, a empresa tem direito a pedir prestação de contas por meio da apresentação de notas fiscais dos gastos para reembolso ou desconto de gastos particulares.
Nas entidades é comum realizar algumas operações a prazo, como, por exemplo, a compra de mercadoria ou, ainda, operações que têm uma determinada data de vencimento que não significa desembolso, ou seja, retirada de dinheiro imediata do caixa (como as contas de salários a pagar, impostos a pagar, energia elétrica a pagar, entre outras que obedecem ao regime de competência.
Regime de competência: Como já visto, as despesas desse tipo têm seus valores reconhecidos no mês que ocorreram, mas só são efetivamente pagas no outro mês.
Os empréstimos e financiamentos, que são maneiras da empresa obter dinheiro ou bens com prazos diferenciados para pagamento, também são outros exemplos de obrigações.
Imagine uma balança. Para que ela fique equilibrada é preciso que os dois lados estejam com o mesmo peso, não é? Assim também acontece na Relação Patrimonial, onde o Ativo e o Passivo devem permanecer equilibrados. Se este equilíbrio não acontecer, é neste ponto que surge um novo elemento na equação patrimonial denominado Patrimônio Líquido, que nada mais é do que a diferença entre o Ativo e o Passivo, ou seja, é o valor líquido resultante da seguinte equação: 
Bens + Direitos – Obrigações
Outra definição que pode ser dada ao Patrimônio Líquido é a de que este é o grupo que representa o valor referente aos acionistas ou a que estes pertencem.  
São exemplos de contas de patrimônio líquido, conforme a Lei nº 11.638/07: 
• Lucro Social;
• Reservas de Capital;
• Ajustes de Avaliação Patrimonial;
• Reservas de Lucros;
• Açõesem Tesouraria e Prejuízos Acumulados. 
Lembrando que em nossos estudos as contas mais vistas serão as de Lucro Social, Reservas de Lucro ou Prejuízos Acumulados.
Atenção: Nunca confunda o termo Patrimônio Líquido com o termo Patrimônio.
Patrimônio: conjunto de Bens, Direitos e Obrigações.
Patrimônio Líquido: diferença entre Bens Direitos e Obrigações.
No balanço patrimonial, o dinheiro “entra” pelo lado do Passivo.
Quando os sócios abrem a empresa, eles colocam o capital nela, e esse fica registrado no Passivo, ou seja, sua origem foi no Passivo. Em contrapartida, o dinheiro é aplicado no Ativo. O mesmo ocorre, por exemplo, com os fornecedores, pois determinada mercadoria aparecerá no Ativo. Já o Registro da Entrada ficará no Passivo.
Lembre-se: as origens de recursos correspondem às obrigações e podem ser divididas em dois tipos:
De terceiros – são recursos provenientes de entes alheios à companhia ou que não fazem parte diretamente desta, como, por exemplo, os fornecedores, o governo através dos impostos, financiamentos, salários a pagar, entre outras dívidas.
De recursos próprios – recursos provenientes de capital dos sócios, do capital social ou, ainda, de lucros e reservas que são valores decorrentes das atividades normais da empresa.
Situação Patrimonial, ou seja, uma das formas de apresentação do balanço que pode ser aplicada tanto à pessoa física quanto à jurídica. Em uma Situação Patrimonial podem ser apresentados mais Bens e Direitos do que Obrigações, mais Obrigações do que Bens e Direitos ou ainda Ativo e Passivo iguais.
Agora, vamos trabalhar algumas formas de apresentação do Patrimônio e como elas podem ser entendidas mediante o uso de ilustrações. 
A maneira mais simplificada para que sejam demonstradas as situações possíveis em relação à estrutura patrimonial é a utilização de balanças no lugar dos gráficos.
Com valores iguais para o Ativo e para o Passivo, o equilíbrio estará alcançado. Isso é fácil de perceber.
Porém, normalmente, o Ativo e o Passivo apresentam valores diferentes e esta balança virtual penderá para um dos lados.
Você deve buscar sempre o equilíbrio.
O peso (valor) que se utiliza para se alcançar este equilíbrio é chamado Patrimônio Líquido e, por lógica, estará no lado do menor valor, compensando, assim, a diferença.
Exemplo: 
Ativo = Passivo Patrimônio Líquido = 0: Note que esta situação traz valores iguais para Ativo (A) e Passivo (P), o que revela a inexistência de riqueza própria (representada pelo Patrimônio Líquido), como, por exemplo, acontece com o indivíduo ou empresa que possui bens à sua disposição, mas tem dívida junto a terceiros de igual valor. Note que esta situação traz valores iguais para Ativo (A) e Passivo (P), o que revela a inexistência de riqueza própria (representada pelo Patrimônio Líquido), como, por exemplo, acontece com o indivíduo ou empresa que possui bens à sua disposição, mas tem dívida junto a terceiros de igual valor.
Ativo > Passivo Patrimônio Líquido > 0: Nesta situação é fácil identificar que o valor é maior no lado do Ativo, ocasionando a criação do Patrimônio Líquido. Note que aqui a empresa possui um valor superior a zero. Isso revela a existência de riqueza própria, sendo justificada pela diferença positiva entre o Ativo (A) e o Passivo (P). Esta situação é a mais comum e a mais desejada pelas empresas.
Ativo = Patrimônio Líquido Passivo = 0: Esta situação denota, tal como na primeira, valores idênticos. O terceiro exemplo é incomum na prática entre as empresas em atividade no Brasil. Ele demonstra a falta de capitais de terceiros, fazendo uma simulação de atividades sem obrigações, o que, teoricamente, pode ocorrer, mas é muito difícil na prática empresarial.
Esta situação revela a inexistência de obrigações ou dívidas, representadas pelo Passivo exigível da empresa. Logo, todo o Ativo é dos sócios, acionistas ou quotistas e não há reclamos de terceiros sobre ele.
Tal equidade apenas se difere da primeira situação porque do lado direito são relacionados os valores relativos à riqueza empresarial e não obrigações ou dívidas como naquela.
Isso pode ocorrer no momento de criação da empresa, pois aí surge o Patrimônio Líquido em contrapartida do Ativo, ou seja, ainda não existem obrigações da empresa.
Ativo < Passivo Patrimônio Líquido < 0: Nota-se aqui que a empresa apresenta problemas de liquidez. Esta situação evidencia a pior circunstância empresarial, pois mostra que a empresa possui menor conjunto de bens e direitos do que o de obrigações, fazendo com que a empresa apresente dificuldades de pagamentos, que podem ser de longo, médio ou curto prazos.
Também chamada de Patrimônio Líquido negativo ou Passivo a descoberto, essa situação deixa clara a ideia de que a empresa apresenta dificuldades de liquidez, ou seja, menor poder de gerar recursos, pois terá muito mais obrigações a liquidar do que possibilidades de gerar recursos financeiros em um mesmo período de tempo.
Exemplos:
Pensando na evolução do Patrimônio de uma empresa, analise:
Prestando atenção na tabela é possível entender como o fluxo de dinheiro entra pelo Passivo. Neste caso, o dinheiro entrou pelo investimento dos sócios e se aplicou no Ativo, que aqui é o Caixa. Neste exemplo, a empresa teve suas atividades iniciadas com dinheiro. 
R$100.000,00 de capital ― originados no Capital Social que foi captado de um ou mais sócios ― foram aplicados no Ativo no Caixa da empresa.
Na segunda operação, imagine que seja feita a compra à vista, em dinheiro, de um veículo por R$15.000,00 e uma compra de mercadorias também à vista. O dinheiro para esta compra saiu do caixa da empresa. Verifique que mais uma vez a igualdade foi mantida e só houve uma troca de valores no Ativo. Aqui, especificamente, o dinheiro saiu do Caixa da empresa e foi para a compra de Mercadorias e Veículos.
Agora a empresa fez uma compra de R$20.000,00 em mercadorias a prazo. A empresa não desembolsou dinheiro para executar essa compra, pois ela não foi à vista. Entretanto, seguindo o método das partidas dobradas, mesmo sendo a prazo, o valor terá que ter uma contrapartida, que no caso será representada pelos fornecedores. 
Por isso, o valor do balanço subiu para R$120.000,00 nos dois  lados, o que fez aparecer do lado direito uma nova obrigação com fornecedores, aplicada na conta de mercadorias.
Em outro momento, a empresa comprou um prédio, no valor de R$50.000,00, a prazo, para a manutenção de suas atividades. Dessa forma, foi possível manter a igualdade dos dois lados, pois o método das partidas dobradas está sendo respeitado em todas as operações. 
Por causa da compra, o valor total do balanço foi alterado novamente, já que a empresa aumentou o seu patrimônio ao adquirir um imóvel. Porém, também aumentou as suas dívidas, quando fez essa compra a prazo.
Neste exemplo, foi pago o valor de R$10.000,00 aos fornecedores, o que fez com que o valor dos dois lados diminuísse, resultando também na diminuição do valor da dívida e do caixa . 
Para apurar o valor dos bens, direitos e obrigações é necessário fazer a diferenciação entre os conceitos: primeiro com relação aos bens é preciso lembrar que é tudo o que possuo e que pode me gerar benefício futuro, no caso dos direitos é que tudo o que se tem a receber e com relação às obrigações é só lembrar que é tudo aquilo que deverá ser pago. Por fim, a riqueza líquida será a comparação dos bens mais os direitos e menos as obrigações, ou seja, o que realmente sobra de patrimônio.
Aula 3 – Conceito e Classificação de Conta
Depois de estudarmos alguns conceitos de contabilidade, já entendemos que existem bens, direitos e obrigações e verificamos que o registro que modifica esses elementos ocasiona alterações no patrimônio e, assim, cada elemento deverá ser devidamente identificado. É neste momento que surge o conceito de conta ― nome que irá definir cada elemento da contabilidade.
O plano de contas, por sua vez, será uma lista organizada de como são essas contas, ou seja, de como estes elementospatrimoniais, devidamente organizados, deverão aparecer na contabilidade. O plano de contas é, por isso, um elemento essencial no dia a dia do contador e apresenta as contas de acordo com a sua codificação e classificação devidas.
Conta: Nome técnico do elemento que representa o fato contábil, que se divide em:
Contas Patrimoniais: São aquelas que representam os elementos patrimoniais, ou seja, aquelas que compõe o patrimônio. 
 Tais contas demonstram a posição do patrimônio em certo momento. Além disso, também são contas patrimoniais aquelas que representam o patrimônio líquido das entidades, ou seja, a riqueza líquida das entidades. 
Pode-se afirmar, então, que as contas patrimoniais são aquelas que demonstram a posição financeira da entidade, pois representam valores monetários.
Obs.: Elementos Patrimoniais: Entre eles estão os bens (como caixa, bancos, veículos, imóveis), os direitos (entre eles as duplicatas a receber, clientes, adiantamentos), além das obrigações (como, por exemplo, as contas a pagar, os impostos a pagar, as contas de energia elétrica, água, luz, entre outras contas).
Contas de resultados: As contas de resultado, ainda pouco exploradas por nós, são aquelas que aparecem durante o exercício social ― período em que a empresas têm o seu ciclo de operações (normalmente um ano), que deverão ser encerradas no final desse tempo.
Estas contas estão divididas em Receitas e Despesas e, mediante o confronto destas, é obtido o Lucro ou Prejuízo de um determinado período.
Em Contabilidade, existem as chamadas teorias patrimoniais, a função delas é explicar como os elementos são representados por contas. Entre elas destacam-se:
Teoria Personalista: Nesta teoria as contas são comparadas a pessoas e essas pessoas mantêm relação com a entidade em que atuam. Assim, o débito de uma dessas pessoas representará uma dívida e o crédito desta mesma pessoa representará um direito.
Com isso, cada débito do proprietário será um crédito dos agentes consignatários e dos agentes correspondentes e vice-versa.
Existem três grupos nesta teoria:
Contas dos proprietários – é o titular do patrimônio que se relaciona diretamente com os agentes consignatários. O patrimônio líquido, bem como as receitas e despesas, é uma conta que representa o proprietário.
Contas dos agentes consignatários – são as contas guardadas pelo proprietário, ou seja, os bens da empresa, como, por exemplo, caixa, bancos (contas devedoras).
Contas dos agentes correspondentes – agentes correspondentes são aquelas pessoas que não pertencem à empresa e as contas deles são aquelas com que o empresário mantém débitos ou créditos. No caso dos direitos, correspondem aos créditos no Ativo, como duplicatas ou clientes. No passivo, representam obrigações, como duplicatas a pagar e fornecedores.
Teoria Materialista: Na Teoria Materialista, como o próprio nome já diz, as contas representam relação material com as instituições. 
Assim, os bens (contas patrimoniais), os direitos e as obrigações são chamadas de Contas integrais. Já o patrimônio líquido e suas variações do resultado são conhecidos como Contas diferenciais.
Teoria Patrimonialista: Esta é a teoria mais adequada à legislação societária brasileira e tem como objetivo principal a administração das entidades, separando os elementos em Contas Patrimoniais (Ativo e Passivo) e Contas de Resultado (Receitas e despesas).
Segundo Ribeiro (2009), é por meio das contas que a contabilidade desempenha o seu papel, que nada mais é do que registrar e controlar os acontecimentos que modificam o patrimônio das entidades.
A conta serve para que a contabilidade reconheça a alteração em cada elemento patrimonial e isto, por consequência, trará alterações na estrutura contábil de uma empresa como um todo.
Assim, todos os acontecimentos que ocorrem na empresa são registrados por meio de contas e depois anotados em livros próprios para que sejam disponibilizados aos usuários interessados.
A representação gráfica das contas é o respectivo registro em folhas ou fichas individuais. 
 
O conjunto destes registros forma o livro contábil chamado Razão, onde cada ficha é utilizada para uma conta específica e os elementos mínimos necessários para cada registro são os valores a débito e a crédito, a data, o histórico e o saldo da conta.
Um modelo de Razão utilizado largamente pelas empresas é especificado conforme o seguinte quadro:
Existe outra forma para que sejam corretamente evidenciados os saldos das contas no livro Razão, chamada de razonete ou de “conta em T”. 
Essa maneira é apenas uma simplificação da ficha vista no quadro, onde apenas são evidenciados o título da conta e duas colunas, sendo uma para os débitos (coluna da esquerda) e outra para os créditos (coluna da direita). 
Para que seja obtido o saldo de cada conta, deve-se realizar o cálculo da soma de cada coluna. A diferença será o saldo da conta.
Pode-se dizer que as despesas são bens e serviços consumidos para a geração de receitas. 
Essas contas são responsáveis pela diminuição do patrimônio, uma vez que são gastos efetuados todos os meses e que saem da empresa. 
Elas se diferenciam das contas patrimoniais facilmente porque estas são contas que permanecem no patrimônio (como os veículos, móveis, contas a pagar), ou seja, essas contas são geradas todos os meses e zeradas no final do período para a apuração do resultado.
Receita
Chama-se de receita todas aquelas contas que representam o resultado do sacrifício da empresa, ou seja, o que ela ganha com a venda de mercadorias ou a prestação de serviço. 
As receitas ocorrem em um número menor do que as despesas e podem ser representadas pela receita com vendas ou prestação de serviços, juros ganhos com aplicação financeira ou com duplicatas recebidas em atraso, bem como descontos obtidos.
Para que sejam feitos lançamentos contábeis, ou seja, movimentações nas contas utilizando a técnica do débito e do crédito, é preciso utilizar o seguinte raciocínio:
No Ativo: Na entrada ou aumento de uma conta do grupo do Ativo (bens e direitos), deverá ser debitada a respectiva conta. A saída de bens e direitos será feita mediante um crédito na respectiva conta.
No Passivo: Quando da entrada ou aumento de uma obrigação ou conta do patrimônio líquido, deverá ser feito um crédito na respectiva conta. No caso de baixa, pagamento ou reclassificação de algum valor referente a este grupo deverá ser feito um débito na respectiva conta.
É preciso lembrar que cada lançamento fará com que haja movimentação em, pelo menos, duas contas, pois deverá ser respeitado o princípio das partidas dobradas.  
Imaginando a constituição de capital da empresa, o lançamento ficará da seguinte forma, se feito sob a forma de razão:
No Ativo: D Caixa C
 10.000
No Passivo: : D Caixa C
 10.000
Movimentação: Para o aumento das contas de Ativo – lembrando que caixa é uma delas – deverá ser feito um débito na respectiva conta e para o aumento de uma conta de Passivo deverá ser feito um crédito nesta conta.
Percebeu que quando os lançamentos são efetuados no razonete é identificado o nome do elemento, ou seja, da conta ― no caso, a conta caixa e a conta capital social, o valor a débito ou a crédito e o saldo da conta. 
• As contas de natureza devedora, ou seja, as contas de Ativo, deverão ter o saldo que é a diferença entre os débitos e créditos do lado devedor; e 
• As contas do Passivo e do patrimônio líquido deverão ter seu saldo dado pela diferença entre débitos e créditos do lado credor, seguindo sua natureza.
Observe o razonete abaixo e responda qual é o saldo final da conta:
 Caixa
10.000 5.000
5.000 
Do lado esquerdo tem-se o valor de R$10.000 como entrada de caixa e uma saída do lado direito de R$5.000. Assim, o saldo da contaé R$5.000. 
É desta forma que funcionam os registros em contas na contabilidade. Da acumulação de saldos é que nasce a movimentação contábil. 
Os lançamentos podem ser feitos de diversas formas
• Os de 1ª fórmula, em que é afetada uma conta de débito e uma conta de crédito;
• Os de 2ª fórmula, em que são afetados um débito para dois ou mais créditos ao mesmo tempo;
• Os de 3ª fórmula, em que são afetados dois ou mais débitos e um valor a crédito; e
• Os lançamentos de 4ª fórmula, em que são afetados dois ou mais débitos e dois ou mais créditos.
Na contabilidade, as contas ficam organizadas por um elemento conhecido como Plano de Contas.
Plano de Contas: Lista de todas as contas disponíveis para lançamento em uma determinada empresa. Ele apresenta a classificação e a codificação do elemento contábil.
Para que o plano de contas seja elaborado é necessário, inicialmente, que sejam observados alguns pontos. Veja:
• A legislação da empresa em que o plano de contas será implantado, pois, por exemplo, o plano de contas de uma indústria possui diferenças do de uma prestadora de serviços;
• As normas da legislação societária, Lei nº 6.404/76, nº 11.638/07 e nº 11.941/09;
• Os Princípios Contábeis (PC) estabelecidos pelo Conselho Federal de Contabilidade (CFC).
A estrutura do plano de contas deverá respeitar a legislação societária. 
Texto Estrutura do plano de contas
Conheça agora os elementos do Plano de contas
1 – Elenco de contas: Depois de seguidos os requisitos como observação da legislação societária e especificidade da entidade deverão ser escolhidas as contas que serão utilizadas.
2 – Manual de contas: No manual de contas estão descritas as explicações para o bom uso de cada elemento do grupo. Neste manual, deverão ser discriminadas a função e o funcionamento de cada conta.
Texto Exemplos de função e funcionamento de contas do balanço patrimonial
É preciso entender que em contabilidade os termos utilizados partem do ponto de vista da empresa e, desta forma, as origens têm natureza credora, ou seja, os grupos do Passivo e do patrimônio líquido são credores. Já o grupo do Ativo é considerado como uma aplicação dos recursos e possui natureza devedora.  
É por isso que em contabilidade o débito representa o lado dos bens e direitos e o crédito o lado das obrigações e do patrimônio líquido.
As contas de resultados estão divididas em dois grupos (receitas e despesas) e o resultado do exercício será apresentado a partir do confronto desses grupos.
O resultado é apurado pela diferença entre a soma das despesas e das receitas e após isso é feita a transferência dos resultados para uma conta (apresentada no plano de contas modelo) chamada de Resultado do Exercício, em que finalmente é obtido o lucro ou prejuízo da empresa no período.
O plano de contas permite a existência de um manual de consulta que será usado toda vez que for realizada a escrituração contábil e para que não haja dúvidas nesse processo. 
Os códigos de forma resumida são apresentados da seguinte forma:
	Algarismos
	Contas
	1
	Contas do Ativo
	2
	Contas do Passivo
	3
	Contas de Despesas
	4
	Contas de Receitas
	5
	Contas de Apuração de Resultados
Para efeito de Plano de Contas, indique, seguindo a numeração abaixo, quais são as contas do Ativo, Passivo, Patrimônio Líquido e as de Resultados.
No plano de contas, para que não haja confusão das contas com os grupos, deverá ser utilizado apenas um código numérico para cada conta. 
Esse código é composto por um ou mais algarismos que farão a identificação de cada conta ao longo do plano de contas, que serve para diferenciar as contas de resultado das contas patrimoniais e, no caso de registro feito via sistema, substituir o nome da conta pelo seu título. 
Além disso, esse processo facilita a organização e o bom entendimento das contas na hora de seu registro.
Assim, em resumo, o plano de contas serve para padronizar os procedimentos que deverão ser adotados na escrituração contábil, para delimitar os títulos, funcionamento e função das contas, bem como a classificação de acordo com a sua natureza.
Serve também como um guia que orientará a pessoa responsável pela contabilização dos dados de uma empresa e permitirá que sejam entendidas e vistas as relações entre as contas.
Lembre-se de que o plano de contas apresentado é apenas um modelo simplificado do que é realmente utilizado nas empresas. 
Não esqueça também que cada plano de contas, como já comentado anteriormente, apresenta particularidades próprias ao tipo de atividade que a empresa executa. Então, o plano de contas de uma empresa industrial apresentará mais contas do que um de uma empresa prestadora de serviços, devido à complexidade do tipo de atividades da entidade. 
 É preciso observar por último que os diversos setores da economia, como financeiro, secundário e outros necessitarão de adaptações no plano de contas.
A constituição de uma empresa é o momento de nascimento de uma instituição e, assim como uma pessoa, possui um documento de nascimento.
O contrato Social é o documento necessário para o nascimento das Sociedades Limitadas. Já o Estatuto Social é o documento utilizado para a criação das Sociedades Anônimas.
Outro momento inicial da empresa é o da definição de como poderá ser feita essa constituição, ou seja, de que forma o capital poderá ser aplicado na empresa.
O capital poderá adentrar nas empresas através dos sócios e de terceiros e poderá assumir denominações como Capital Próprio, Interno, Externo e Alheio.
Aula 4 – Conceito de Escrituração
Agora que você já sabe identificar os elementos patrimoniais, ou seja, os bens, direitos e obrigações e também entendeu como estes são classificados de acordo com o plano de contas, é necessário que entenda o funcionamento e o registro dos atos e fatos contábeis.
Além disso, você precisará compreender como estes elementos são contabilizados durante o exercício social, ou seja, como ocorre o seu registro na contabilidade, que é feito pela escrituração contábil. 
Dessa forma, ficará claro que os registros contábeis que possibilitam a visualização e o entendimento lógico das informações nascem deste fato.
Para compreender como os fatos fazem com que o patrimônio se altere é preciso abordar o tópico atos administrativos e fatos contábeis.
Atos administrativos
Os atos administrativos são aqueles que ocorrem nas entidades e não provocam nenhum tipo de alteração no patrimônio.
Podemos citar como exemplo a contratação de um funcionário e a movimentação de um móvel dentro da empresa, entre outras ações que não provocam nenhuma alteração contábil.
A contratação de um empregado é um ato administrativo, pois não provoca nenhum registro contábil. O que gera o registro contábil é o pagamento do salário do empregado, porque modificou o patrimônio gerando uma despesa e a saída de dinheiro do caixa ou do banco.
Esses são, portanto, atos meramente administrativos que não provocam nenhum impacto contábil.
Porém, existem alguns atos administrativos que no futuro gerarão alterações no patrimônio. Entre eles está a contratação de seguros que gerará despesas ou custos para a empresa ― se for a prazo gerará um Passivo e se for à vista um desembolso do caixa ou bancos.
Outro exemplo é quando a empresa avaliza, ou seja, quando ela se compromete a pagar dívidas de terceiros. Fazendo isso, ela pode arcar no futuro com uma dívida que não é dela e isso impactará no patrimônio da mesma.
Atos contábeis
Os atos contábeis são aqueles que alteram o Patrimônio da entidade, podendo ou não alterar o Patrimônio Líquido. 
Eles estão classificados em três tipos distintos:
• fatos permutativos;
• fatos modificativos ou quantitativos; e
• fatos mistos.
Fatos modificativos ou quantitativos
Os fatos modificativos ou quantitativos são aqueles que envolvem despesas e receitas, que são elementos que aumentam ou diminuem o patrimônio das entidades pela apuração do lucro ou prejuízo. 
Esses fatos também estão divididos em:
Aumentativo:Um exemplo de fato aumentativo pode ser ilustrado por uma venda recebida à vista, no valor de R$100,00. Veja:
Situação anterior ao recebimento da receita
	Ativo
	Passivo
	Caixa
	9.900
	Fornecedores
	5.000
	Cliente
	0
	Contas a Pagar
	2.500
	Mercadorias
	10.000
	Empréstimo
	2.500
	 
	 
	Patrimônio Líquido
	 
	 
	 
	Capital Social
	5.000
	 
	 
	Reserva de Lucros
	4.900
	Total
	19.900
	15.000
	19.900
Agora, com o recebimento da receita no valor de R$100,00, veja como ficou a situação da empresa:
Situação posterior ao recebimento da receita
	Ativo
	Passivo
	Caixa
	15.000
	Fornecedores
	10.000
	Cliente
	0
	Contas a Pagar
	2.500
	Mercadorias
	10.000
	Empréstimo
	2.500
	 
	 
	Patrimônio Líquido
	 
	 
	 
	Capital Social
	5.000
	 
	 
	Reserva de Lucros
	5.000
	Total
	25.000
	15.000
	25.000
Note que o valor total do Balanço aumentou e que o total da reserva de lucros, bem como a conta caixa, foi impactado positivamente.
A exemplo da despesa, o lançamento não ocorre diretamente no Balanço, mas está assim demonstrado pois ainda não aprendemos o conceito de Demonstração de Resultado de Exercício.
Diminutivo: Veja agora um exemplo que envolve o pagamento de despesa com energia elétrica:
Situação anterior ao pagamento da despesa com energia elétrica
Agora visualize o Balanço após o pagamento de uma conta de energia elétrica de R$100,00
	Ativo
	Passivo
	Caixa
	9.900
	Fornecedores
	5.000
	Cliente
	0
	Contas a Pagar
	2.500
	Mercadorias
	10.000
	Empréstimo
	2.500
	 
	 
	Patrimônio Líquido
	 
	 
	 
	Capital Social
	5.000
	 
	 
	Reserva de Lucros
	4.900
	Total
	19.900
	15.000
	19.900
Note que o valor do Balanço teve uma diminuição de R$100,00, pois a despesa diminui o Patrimônio Líquido das entidades, afetando uma diminuição no Patrimônio Líquido. 
 É preciso ressaltar que esta operação não ocorre diretamente no Balanço, mas sim na Demonstração do Resultado do Exercício, que é uma demonstração que será explorada posteriormente. Entretanto, repare que impacta no Balanço e foi assim demonstrada para fins didáticos. 
O valor do caixa também sofreu uma diminuição, pois era R$10.000,00 e foi impactado negativamente em R$100,00. Assim como a conta de Reserva de Lucros.
Fatos mistos
Envolve simultaneamente um fato permutativo e um modificativo, ocorrendo aumento no Ativo, Passivo ou Patrimônio Líquido, simultaneamente ou não. 
Podem ser de dois tipos: 
•  Aumentativos mistos - quando envolvem duas ou mais contas de patrimônio e uma de resultado (receita), como o recebimento com juros; e 
• Diminutivos mistos - que envolvem duas ou mais contas patrimoniais e uma ou mais contas de despesa, como pagamentos com juros, por exemplo.
Fatos permutativos
São aqueles que provocam mutações entre contas do Ativo, ou do Ativo e do Passivo, sem provocar mudanças no Patrimônio Líquido. 
No caso de permutação de valores do Ativo, podemos citar como exemplo a compra de um imóvel à vista, em que o dinheiro sai do caixa e vai para o imóvel, ou seja, só há a permuta ou troca de valores entre Ativos.
Situação anterior ao recebimento
	Ativo
	Passivo
	Caixa
	10.000
	Fornecedores
	5.000
	Cliente
	5.000
	Patrimônio Líquido
	 
	 
	 
	Capital Social
	5.000
	 
	 
	Reserva de Lucros
	5.000
	Total
	15.000
	15.000
	15.000
Supondo que a empresa tenha recebido os R$5.000,00 de clientes, haverá uma permutação apenas entre elementos do Ativo.
Na tabela abaixo, observa-se a situação patrimonial após o recebimento:
	Ativo
	Passivo
	Caixa
	15.000
	Fornecedores
	5.000
	Cliente
	5.000
	Patrimônio Líquido
	 
	 
	 
	Capital Social
	5.000
	 
	 
	Reserva de Lucros
	5.000
	Total
	15.000
	15.000
	15.000
Note que não houve nenhuma alteração no total do Balanço, mas sim no caixa (que passou de R$10.000,00 para R$15.000,00) e que o valor de clientes de R$5.000,00 ficou zerado, ou seja, houve somente uma troca de valores entre contas.
Pense no seguinte fato: A empresa obteve um empréstimo no valor de R$2.500,00 e o contador na hora de classificá-lo contabilizou o valor na conta de Contas a Pagar em vez de classificá-lo corretamente na Conta Empréstimos. Veja:
	Ativo
	Passivo
	Caixa
	10.000
	Contas a Pagar
	5.000
	Cliente
	5.000
	Patrimônio Líquido
	 
	 
	 
	Capital Social
	5.000
	 
	 
	Reserva de Lucros
	5.000
	Total
	15.000
	15.000
	15.000
Levando em consideração o que foi aprendido sobre fatos permutativos, é correto afirmar que: 
Isso não poderia ter ocorrido, pois se tratam de duas operações diferentes, uma vez que o empréstimo é uma operação financeira.
Verifica-se nessa demonstração que, dos R$5.000,00 em contas a pagar, R$2.500,00 são referentes a um empréstimo e que deveriam ser reclassificados para tal conta.
Pois Contas a Pagar e Conta Empréstimo representam duas operações distintas, sendo necessária a reclassificação do valor que está na conta de Contas a pagar para a Conta Empréstimo, caracterizando desta forma um fato permutativo entre os elementos do passivo.
A classificação correta seria: 
	Ativo
	Passivo
	Caixa
	15.000
	Contas a Pagar
	2.500
	Cliente
	 
	Empréstimo
	2.500
	 
	 
	Patrimônio Líquido
	 
	 
	 
	Capital Social
	5.000
	 
	 
	Reserva de Lucros
	5.000
	Total
	15.000
	15.000
	15.000
Escrituração Contábil
A escrituração contábil é a técnica responsável pelo registro de todos os fatos contábeis de uma entidade, segundo os princípios e normas contábeis, com o objetivo de evidenciar a situação econômica, financeira e patrimonial das entidades que estão submetidas a ela, além dos resultados obtidos em um determinado período de tempo, o qual é denominado exercício social. (MARION, 2009)
Tem como objetivo principal o estudo, o controle e a geração de informações e orientações acerca do estado patrimonial e de suas variações. 
Para que sejam efetuados todos os registros dos atos e fatos que figurarão no patrimônio empresarial e no Balanço Patrimonial contábil é utilizada a técnica do registro contábil por meio do método das partidas dobradas.
Método das partidas simples x Método das partidas dobradas
É necessário, inicialmente, que seja compreendido o método das partidas simples, que é o registro único dos fatos contábeis, em que apenas um elemento patrimonial é utilizado, ou seja, um valor no débito contábil ou um valor no crédito contábil, sem a necessidade de registro de outros componentes patrimoniais. 
Pela evidente deficiência, não permitindo o controle amplo do patrimônio, não é mais usado nos dias atuais.
Já o método das partidas dobradas, pelo seu mecanismo simplificado, é um método largamente utilizado e que possui como princípio fundamental o fato de que o registro de qualquer operação financeira implica em débito contábil em uma ou mais contas, gerando a necessidade de semelhante crédito de igual valor também em uma ou mais contas.
Sendo assim, a soma dos valores debitados deve ser sempre igual à soma dos valores creditados. 
O que vai definir o saldo final de cada conta contábil é a diferença entre os valores debitados e creditados nela.
É importante destacar que o sistema de escrituração contábil se utiliza de distintas maneiras para registrar os fatos contábeis que evoluíram na escrituração contábil  com o passar do tempo. 
Nesse contexto, temos o sistema manual (o registro é feito nos livros de escrituração de maneira manual) e o sistema eletrônico (chamado também de sistema informatizado, utiliza computadores para o registro dos fatos contábeis).
Para que servem os Livros de escrituração?
Para que as informações sejam registradas é necessário que sejam utilizados livros específicos que variam de acordo com a forma jurídica, o porte e também o ramo de atividade em que a empresa atua.
Os livros deverão conter a numeração mecânica em suas páginas, bem como termos de abertura e fechamento,registro de acordo com o órgão fiscalizador competente e a forma de encadernação. 
O profissional responsável pelo preenchimento deverá evitar rasuras, borrões e emendas. Além disso, o livro deverá ser organizado em ordem cronológica e sem nenhum tipo de registro nas entrelinhas e margens.
Existem diversos livros na contabilidade, entre eles os contábeis, os auxiliares, os societários, os fiscais e os trabalhistas. 
Dentre os principais destacam-se:
Livro diário: Obrigatório, de acordo com o Código Civil. Registra as transações que ocorrem dia a dia e que afetam a situação patrimonial. O Diário tem a seguinte estrutura:
	Data
	Conta
	Histórico
	Débito
	Crédito
	 
	 
	 
	 
	 
Livro razão; Apresenta o registro de cada conta em uma folha separada, contendo os valores a débito e a crédito, sendo possível ver o saldo da conta a qualquer momento. É de apresentação obrigatória. O razão possui a seguinte estrutura:
	Data
	Conta
	Histórico
	Débito
	Crédito
	Saldo
	D/C
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	 
Além disso, de acordo com a Legislação Societária (Lei nº 6.404/76), os seguintes livros são exigidos:
• Atas de assembleias;
• Atas de reuniões da diretoria;
• Atas de parecer do conselho fiscal.
Já segundo a legislação tributária podem ser citados os seguintes livros:
• Apuração do IPI;
• Apuração do ICMS;
• Registro de inventário.
E de acordo com Legislação trabalhista:
• Registro de empregados.
Fatos Permutativos: São aqueles que provocam mutações entre contas do ativo, ou do ativo e do passivo, sem provocar mudanças no patrimônio líquido.
Fatos Modificativos: São aqueles que envolvem despesas e receitas, que são elementos que aumentam ou diminuem o patrimônio das entidades pela apuração do lucro ou prejuízo.
Fatos Mistos: Envolve simultaneamente um fato permutativo e um modificativo, ocorrendo em um aumento no Ativo, Passivo ou Patrimônio Líquido, simultaneamente ou não. 
Aula 5 – Lançamentos
Muitas pessoas acham que só os bens que elas possuem fazem parte do patrimônio, mas é preciso lembrar que o que elas têm a receber, ou seja, os direitos, e o que elas têm a pagar também fazem parte do conjunto denominado Patrimônio. 
Outro aspecto importante é compreender como funcionam as movimentações no patrimônio, ou seja, como este aumenta, diminui ou sofre qualquer tipo de movimentação. 
É importante saber também quais as possíveis situações patrimoniais, o que demonstra e como o balanço pode ser configurado.
Ribeiro (2010) afirma que a escrituração contábil é o modo de registros de fatos e atos administrativos e, conforme visto anteriormente, ela pode ser feita por dois métodos:
1 – Partidas Simples: Método que registra somente o controle de um elemento contábil.  
Podemos considerar como exemplo o controle do livro caixa em que são registradas as entradas e saídas de dinheiro, sem a preocupação de evidenciação do controle dos outros elementos patrimoniais, lucro ou prejuízo. 
Este método é incompleto e não evidencia as mutações de forma global no patrimônio.
2 – Partidas dobradas: Este método, que já foi rapidamente abordado, está baseado na seguinte premissa: A soma de todos os débitos é igual à soma de todos os créditos.
O débito representa o lado esquerdo do razonete, ou seja, os bens e direitos.
Já o crédito representa o lado direito do razonete, ou seja, as obrigações.
Inicialmente, você vai precisar se preocupar com alguns detalhes como:
• O fato que ocorreu e que vai ser registrado;
• Se é débito ou crédito; e 
• Qual conta será afetada.
 Para que o lançamento seja efetuado em livro Diário é preciso também que sejam observados alguns elementos:
• Local;
• Data de ocorrência do fato;
• Conta que deverá ser debitada;
• Conta que deverá ser creditada;
• Histórico; e
• Valor.
Exemplo: Observe a nota fiscal da compra à vista de um carro no valor de R$30.000,00 e confira os passos para um lançamento de compra deste tipo:
O primeiro passo é verificar o local e a data da ocorrência da compra (fato administrativo).
O segundo passo é verificar se existe um documento que sirva para comprovar a compra (fato administrativo). Neste caso, existe a Nota Fiscal 12 da Cia de Carros Ltda.
Na terceira etapa é preciso identificar os elementos envolvidos. No caso, foi feita uma compra à vista ― o que representa dinheiro ― de um veículo, que é o segundo elemento.
Nesse quarto passo, o conceito de plano de contas será retomado, pois é preciso verificar se os elementos envolvidos são bens, direitos, obrigações, patrimônio líquido, receitas ou despesas. Se você pensar um pouco verá que, pelo conceito de plano de contas, temos dois bens envolvidos: Dinheiro e Veículo.
Depois de identificar que os dois elementos são um bem, é preciso analisar quais contas do plano de contas representam esses elementos. Veja a seguir:
	Elemento
	Conta
	Dinheiro
	Caixa
	Veículo
	Veículos
O pagamento à vista em dinheiro representa, segundo a nomenclatura contábil, o uso da conta Caixa e a compra de um veículo deverá ser registrada na conta de veículos. 
Portanto, estão sendo afetados dois elementos do Ativo. Isso caracteriza, na prática, a quarta etapa ou passo a ser observado.
No quinto passo, o histórico do lançamento deve ser delimitado.
Veja como: “Compra de um veículo à vista, em São Paulo, na data 05/02/12, no valor de R$30.000,00, conforme nota fiscal 12 da Cia de Carros Ltda.”
No sexto passo, deverá ser eleita a conta que deve ser debitada e a conta que deve ser creditada. Para isso é necessário delimitar claramente a situação:
Uma compra, ou seja, saída de dinheiro do caixa contra a aquisição de um veículo que é um imobilizado.
É possível, assim, identificar nesta situação um fato administrativo (RIBEIRO, 2010), uma vez que ocorreu um fato permutativo entre elementos do Ativo em que o dinheiro saiu de uma conta (Caixa) e foi aplicado na conta veículos.
Texto Funcionamento da movimentação de contas
7 - No sétimo passo realizaremos o lançamento propriamente dito.
Aqui será apresentado um exemplo adaptado de diário, mas você pode encontrar muitos exemplos com diferentes números de colunas e outras nomenclaturas. Porém, a ideia básica é a mesma:
	São Paulo, 05 de fevereiro de 2012
	 
	 
	 
	Veículos
	 
	 
	 
	a caixa
	 
	 
	 
	Compra de um veículo à vista,
	 
	 
	 
	conforme NF 12 da Cia de Carros Ltda.
	 
	 
	30.000,00
Neste exemplo, foi utilizado um diário de 4 colunas, assim definido para fins didáticos:
• Na primeira coluna, foram lançados os dados referentes à identificação da transação, como local e data, conta a ser debitada e creditada e o histórico;
• A outra é utilizada para lançamentos discriminados por parcela;
• A próxima para o total de cada conta, quando forem realizados lançamentos de segunda, terceira e quarta fórmula; e
• A última coluna está destinada ao total do lançamento.
Este lançamento ficaria assim em forma de razonete:
Fórmulas de lançamento
O lançamento anteriormente abordado era um lançamento denominado de primeira fórmula, ou seja, um débito para um crédito.
Agora, de forma resumida, abordaremos os lançamentos de segunda, terceira e quarta fórmula.
Segunda fórmula: quando existe um débito e mais de um crédito.
O exemplo abaixo corresponde à compra de mercadorias em São Paulo, em 25/05/2012, conforme nota fiscal 01 da Cia Brasil Ltda., no valor de R$15.000,00, sendo 50% à vista e 50% a prazo, em 30 dias:
	São Paula, 25 de maio de 2012
	 
	 
	 
	Mercadorias
	 
	 
	 
	a diversos
	 
	 
	 
	Compra de mercadorias em São Paulo, em 25/05/2012,
	 
	 
	 
	conforme nota fiscal 01 da Cia Brasil Ltda.
	 
	 
	 
	a Caixa
	 
	 
	 
	Em dinheiro
	 
	15.000
	 
	a Fornecedores
	 
	 
	 
	Nota Fiscal 01 Da Cia Brasil Ltda.
	 
	15000
	30000
Note que foi debitada a conta mercadorias e posteriormente foi creditada, pois existe um “a” na frente da palavra diversos, precedida do histórico da operação. Isso indica que existiram diversoscréditos. 
Assim, foram creditadas a conta Caixa, no valor de R$15.000,00, e a conta Fornecedores, no valor de R$15.000,00, demonstrando que metade da compra foi à vista e metade foi a prazo. 
Veja os seguintes lançamentos que teríamos em razonete:
Terceira fórmula: quando existe mais de um débito e apenas um crédito.
Um bom exemplo para se entender essa situação é a criação de uma empresa, isto é, quando o dinheiro é colocado na entidade pelos sócios. 
Suponha que uma empresa foi criada com capital social de R$100.000,00, que foram integralizados, ou seja, colocados na empresa da seguinte forma:
R$50.000,00 em dinheiro; e
R$50.000,00 em móveis e utensílios.
Este fato ocorreu em São Paulo, no dia 25 de maio de 2012, na Cia Ltda.
	São Paulo, 25 de maio de 2012
	 
	 
	 
	Diversos
	 
	 
	 
	a diversos
	 
	 
	 
	Integralização de capital social, no dia 26 de Março de 2012, 
	 
	 
	 
	da Cia Ltda. em dinheiro e móveis e utensílios
	 
	 
	 
	Caixa
	 
	 
	 
	Dinheiro
	 
	50.000
	 
	Móveis e utensílios
	 
	 
	 
	 
	 
	50.000
	100000
Observe que agora a palavra diversos não vem precedida da letra “a”, o que indica que ela representa múltiplos débitos que serão posteriormente detalhados. 
O crédito ficou restrito à conta “Capital Social”, que possui um breve histórico de como esse capital foi integralizado. 
Posteriormente, são apresentados os dois débitos: um referente ao valor que entrou em dinheiro e outro referente a móveis e utensílios.
Quarta fórmula: quando existe mais de um débito e mais de um crédito.
Essa situação pode ser exemplificada por uma compra de móveis e utensílios no valor de R$10.000,00 e um computador de R$2.000,00, 50% a prazo e 50% à vista. 
A compra foi efetuada no dia 08 de abril de 2012, na cidade da São Paulo, na Cia Sul Ltda., conforme nota fiscal 003
	São Paulo, 8 de abril de 2012
	 
	 
	 
	Diversos
	 
	 
	 
	a diversos
	 
	 
	 
	Compras a saber
	 
	 
	 
	Móveis e utensílios
	 
	10.000
	 
	Nota fiscal 003 da Cia. Sul Ltda.
	 
	 
	 
	Computador
	 
	50.000
	 
	Nota fiscal 003 da Cia. Sul Ltda.
	 
	2000
	12000
	a Caixa
	 
	 
	 
	Em Dinheiro
	 
	6000
	 
	a Duplicatas a pagar
	 
	 
	 
	Compra de móveis e utensílios e um computador conforme
	 
	 
	 
	 nota fiscal 003 da Cia Sul Ltda.
	 
	6000
	12000
Note que a palavra diversos aparece duas vezes, sendo que na primeira vez aparece sozinha e na segunda precedida da letra “a”. Isso quer dizer, inicialmente, vários débitos e depois vários créditos. 
Depois de fazer todos os passos, temos os dois primeiros débitos, em móveis e utensílios e no computador, representando a entrada do bem. Posteriormente, existem dois créditos, a saída de caixa e o registro das compras a prazo em duplicatas a pagar.

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