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Contabilidade das Organizacoes

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CONTABILIDADE DAS 
ORGANIZAÇÕES 
AULA 1 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Prof. André Júnior de Oliveira
 
 
CONVERSA INICIAL 
Estamos embarcando em mais uma “aventura” em que aprenderemos 
mais acerca da contabilidade, sendo esta uma importante ferramenta que os 
gestores têm ao seu alcance, com a finalidade de registrar, controlar, analisar e 
evidenciar o patrimônio das organizações. Nesta aula, teremos condições de 
visualizar o patrimônio das empresas, saber quais são os seus componentes e 
ainda sabermos os mecanismos de apuração do lucro ou prejuízo das 
empresas. 
CONTEXTUALIZANDO 
Geralmente o conceito que carregamos acerca de patrimônio está 
relacionado à herança familiar, que são, em sua maioria, compostos de bens 
cuja posse, em determinado momento, é repassada para outra pessoa. Na 
contabilidade, de certa forma, não é diferente, visto que Patrimônio são bens, 
direitos e obrigações de uma pessoa, podendo essa pessoa ser física ou 
jurídica. 
A importância de controle do patrimônio é datada antes mesmo do 
surgimento de uma ciência chamada contabilidade. Na atualidade, tal processo 
tem sido aperfeiçoado, visando assim o processo de tomada de decisão, que 
está alicerçado a sistemas contábeis eficientes, uma vez que estes devem ser 
passíveis de fornecer informações de ordem financeira e não financeira, 
oportunas e precisas, de forma a facilitar aos responsáveis humanos o 
processo de tomada de decisão, visando assim à continuidade das 
organizações. 
TEMA 1 – PATRIMÔNIO – DEFINIÇÃO E EQUAÇÃO PATRIMONIAL 
1.1 Definição 
Patrimônio, no campo do direito, é entendido como o conjunto de bens, 
direitos e obrigações de valor econômico, pertencentes a uma pessoa (física) 
ou empresa (pessoa jurídica), que a qualquer momento serão objeto de análise 
diante de ações em que se fizerem necessárias a posse ou a desapropriação 
 
 
de itens componentes do patrimônio, das pessoas intituladas autoras ou rés 
dos processos ora formalizados. 
Patrimônio, em contabilidade assim como no direito, continua 
apresentando características de posse de bens, direitos e obrigações, 
propostos pelas correntes do patrimonialismo e neopatrimonialismo. 
De acordo com Sá e Sá (2012), O neopatrimonialismo é um corpo de 
doutrinas que foi se formando ao redor do mundo latino, devido ao avanço 
científico de teorias defendidas por grandes autores. Essa vertente tem por 
objetivo o estudo do patrimônio dos empreendimentos humanos com a 
finalidade de alcançar a prosperidade desses empreendimentos. É importante 
destacar que o neopatrimonialismo tem origem no patrimonialismo, que no 
Brasil começou no século XX, devido à reunião de intelectuais da contabilidade 
no estado de Minas Gerais. 
De acordo com Marion (2015), “O patrimônio pode ser definido como um 
conjunto de bens, direitos e obrigações”. Dessa forma, pode ser considerado o 
objeto de estudo da contabilidade, ou seja, caso não exista patrimônio, não há 
condições de existir contabilidade. 
1.2 Equação patrimonial 
Quando falamos em patrimônio, perguntas do tipo “O patrimônio das 
empresas surgiu em que momento?” “O patrimônio do sócio é o mesmo da 
empresa?” podem ser facilmente respondidas tomando por base a equação 
patrimonial, em que se tem um vislumbre da composição do patrimônio das 
empresas, mais especificamente do balanço patrimonial. 
O balanço patrimonial é composto por três componentes: o ativo, o 
passivo e o patrimônio líquido. A posição financeira da empresa é refletida 
diante da relação desses grupos na dinâmica empresarial da empresa. O termo 
balanço indica equilíbrio entre eles, o que pode ser demonstrado pela seguinte 
equação: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 1 – Equação patrimonial 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: Dumont Treinamentos, 2018. 
Se observamos a figura acima, podemos denotar que: ATIVO (–) 
PASSIVO (=) PL (PATRIMÔNIO LÍQUIDO) ou ATIVO (=) PASSIVO (+) PL. Os 
grupos de ativo e passivo são comumente chamados de grupos de controle, ao 
passo que o patrimônio líquido é considerado o capital próprio, visto que nele 
são registrados o capital inicial para início das atividades da empresa e os 
resultados advindos da dinâmica empresarial, sendo estes mutações 
produzidas pelo patrimônio, pelos atos e pelos fatos contábeis, tendo por base 
a atividade econômica da empresa. 
 Conforme visto na Figura 1, a forma mais comum de se representar o 
patrimônio é em forma de “T”, Por meio dessa forma percebe-se que, do lado 
esquerdo, temos o grupo do ativo, considerado elemento positivo, e que é onde 
se têm classificado os bens e direitos; do lado direito, há os elementos 
negativos, representando assim as obrigações, e o patrimônio líquido, 
contendo o capital investido e os resultados advindos da atividade empresarial. 
O Balanço patrimonial lembra uma balança. Dessa forma, o valor do 
ativo deve corresponder ao mesmo valor do passivo, juntamente com o 
patrimônio líquido, ou seja, é necessário que o demonstrativo demonstre um 
equilíbrio. Para melhor visualizarmos essa situação, observemos a Figura 2: 
 
 
 
Figura 2 – Situação líquida 
 
O patrimônio líquido representa a situação líquida da empresa, ou seja, 
caso este seja positivo, isso representa que o ativo é maior que o passivo; caso 
contrário (ou seja, se for negativo), automaticamente entendemos que o ativo é 
menor que o passivo e caso seja zerado, inexistente ou nulo, sabemos que o 
valor do ativo é exatamente igual ao valor do passivo. 
TEMA 2 – ORIGEM E APLICAÇÃO DE RECURSOS 
No Balanço patrimonial, se analisado sob uma ótica financeira, é possível 
evidenciar, por meio do grupo do passivo, as fontes de recursos financeiros, sendo 
que estes têm a finalidade de financiar as atividades da empresa. O capital é 
evidenciado no grupo do passivo, considerado juntamente com o Patrimônio líquido, 
desde que o capital ali demonstrado seja próprio ou de terceiros. No grupo do ativo, é 
possível observar como e onde foram aplicados esses recursos. Daí temos o conceito 
de origem e aplicação de recursos. 
2.1 Origem de recursos 
A constituição de uma empresa acontece por meio da injeção de 
recursos fornecidos pelos sócios, com a finalidade de formação do patrimônio 
empresarial, ou seja, a origem de recursos inicial se dá mediante a 
integralização do capital social pelos sócios no ato de constituição da empresa. 
Esse capital é classificado/contabilizado no grupo do patrimônio líquido na 
conta capital social. Dessa forma, é considerado recurso próprio e origem de 
recursos. Diante disso, é possível considerar essa conta e todos os aumentos 
provenientes de aumento de capital, assim como os recursos advindos dos 
 
 
resultados positivos apurados na atividade empresarial, como tendo origem de 
recurso próprio. 
A continuidade da empresa é marcada pela dinâmica de investimentos e 
prospecção de recursos junto ao mercado, seja junto aos fornecedores, 
entidades bancárias, governo ou servidores, que podem ser considerados 
terceiros junto à empresa, ou melhor, são os credores. As dívidas ora 
assumidas perante esses terceiros representam obrigações da empresa, 
assumidas para aquisição de bens e serviços, pagamento de salários e 
tributos, entre outras ações que, com a finalidade de manter o nível de 
atividade da empresa, são consideradas como origem de recursos para com 
terceiros. 
No balanço patrimonial, esses recursos de terceiros são representados 
no grupo passivo exigível de curto ou longo prazo. Os recursos adquiridos junto 
aos sócios são representados no patrimônio líquido. Somando os recursos de 
terceiros e recursos próprios, tem-se o capital total à disposição da empresa, 
sendo representado pelo total do passivo, ou seja, a soma do passivo exigível 
com o patrimônio líquido. 
Se analisarmos o grupo do passivo, notaremos que é possível identificar 
quais são as fontes ou origens de recursos. Por exemplo,o capital social 
investido pelos sócios na constituição das empresas ou um empréstimo, 
adquirido junto a uma instituição bancária, ambos são origem de recursos que 
permeiam as decisões de financiamento das operações da empresa. Caso seja 
constatado um passivo de valor superior ao comparado com o patrimônio 
líquido, temos uma indicação de que os ativos foram financiados por capital de 
terceiros, e, consequentemente, tem-se um elevado nível de endividamento, 
contudo caso seja constatado um patrimônio líquido elevado em comparação 
com o passivo exigível da empresa, isso indica que os ativos em sua maioria 
foram financiados por capital próprio, o que transmite maior segurança para os 
credores e para os investidores. 
O passivo representa de onde veio o dinheiro: se a fonte ou origem de 
recursos foi própria ou de terceiros. 
2.2 Aplicação de recursos 
Se, por um lado, conforme o tópico anterior menciona, o passivo 
representa as origens de recursos, por outro, o ativo representa as aplicações 
 
 
de recurso. No grupo do ativo encontram-se as contas representativas dos 
bens e dos direitos, e nestes bens e direitos é que o dinheiro da empresa está 
aplicado. É importante observamos que quando adquiro um bem para uso nas 
atividades da empresa ou quando compro um item para compor o estoque da 
empresa, estou fazendo uma aplicação de recursos, e a conta Duplicatas a 
receber também pode ser caracterizada como uma aplicação de recurso, visto 
que quando se vende a prazo, a empresa está usando seu próprio dinheiro 
para financiar aquela venda a prazo para o cliente, ou seja, é uma aplicação do 
seu recurso. Caso o valor dos direitos seja maior que o valor das obrigações 
representadas no grupo do passivo, podemos dizer que a situação líquida da 
empresa é positiva; caso inverso, é negativa, e caso o valor de ativo e passivo 
forem iguais, podemos dizer que a situação líquida é nula. Por meio da análise 
dos valores de ativo e passivo ainda podemos classificar a situação líquida da 
empresa como em estabilidade absoluta, relativa, equívoca ou com insolvência 
absoluta ou relativa. 
Estabilidade absoluta representa que a empresa não possui obrigações, 
ou seja, os bens classificados no ativo estão cobertos por recursos próprios, 
contudo, caso a empresa estiver em estabilidade relativa, existem obrigações, 
mas todas estas têm cobertura nos bens e direitos registrados no ativo. Caso a 
empresa demonstrar estabilidade nula ou equívoca, as obrigações existentes 
são para com terceiros, inexistindo patrimônio líquido, e o grupo do ativo 
totaliza o mesmo montante das obrigações para com terceiros registradas no 
passivo. 
Quando a empresa revela insolvência relativa, isso significa que o valor 
das obrigações é muito significativo, demonstrando assim um patrimônio 
líquido negativo ou, como podemos dizer, temos assim um passivo a 
descoberto. Por fim, quando a empresa está com insolvência absoluta, pode-se 
afirmar que a situação é ruim, pois esta representa somente passivo e nenhum 
ativo. Nesse caso, os credores estão sem possibilidade de receber pelos seus 
créditos. 
 
 
Quadro 1 – Exemplo de insolvência relativa 
Ativo Passivo 
Caixa 50,00 Fornecedores 600,00 
estoques 200,00 Patrimônio 
Líquido 
(100,00) 
Duplicatas a 
receber 
250,00 Capital social 500,00 
 Prejuízo 
acumulado 
(600,00) 
Total 500,00 Total 500,00 
Observando o quadro acima, percebemos que o valor do passivo é 
maior que o valor do ativo, demonstrando que parte das obrigações não tem 
cobertura de valor em ativos. Percebemos ainda que temos um Passivo a 
descoberto, ou seja, o patrimônio líquido é negativo, uma vez que o grupo 
Patrimônio Líquido é composto pelas contas de capital social e prejuízos 
acumulados, contudo o valor dos prejuízos é maior que o valor do capital 
social, resultando assim em um passivo a descoberto. 
TEMA 3 – POSTULADO DA ENTIDADE 
Antes de estudarmos o postulado da entidade, é preciso lembrarmos ou 
relembrarmos que a contabilidade é a ciência que tem a finalidade de estudar e 
controlar o patrimônio de forma a fornecer informações que serão utilizadas 
pelos usuários como sendo um instrumento básico para a tomada de decisões. 
Em contabilidade, temos a teoria da contabilidade, uma área dedicada 
aos estudos teóricos da contabilidade. A teoria da contabilidade tem por 
finalidade ser o embasamento necessário e suficiente para que as práticas 
contábeis não percam a sua essência, e essa essência seja refletida nos 
demonstrativos contábeis produzidos pela contabilidade. 
De acordo com Niyama e Silva (2011), a estrutura conceitual da 
contabilidade no Brasil é definida pelos seguintes órgãos regulamentadores: 
Conselho Federal de Contabilidade (CFC) e pelo Comitê de Pronunciamentos 
Contábeis (CPC). O CFC tem, dentre outras finalidades, orientar, normatizar e 
fiscalizar o exercício da profissão contábil, por meio dos conselhos regionais de 
 
 
contabilidade (CRC). O CFC também edita Normas Brasileiras de 
Contabilidade de natureza técnica e profissional. O CPC é o órgão responsável 
por buscar a convergência da contabilidade brasileira às normas internacionais. 
O CPC é composto pelas seguintes instituições: Bolsa de Valores de São Paulo 
(Bovespa), Instituto dos Auditores Independentes do Brasil (Ibracon), Fundação 
Instituto de Pesquisas Contábeis, Atuariais e Financeiras (Fipecafi) e o CFC. 
As Normas Brasileiras de Contabilidade têm por objetivo estabelecer 
regras de conduta profissional e procedimentos técnicos, alinhados aos 
princípios fundamentais de contabilidade. Em contabilidade, temos os 
postulados, que podem ser entendidos como os pilares da contabilidade, uma 
vez que estes são a base de toda a teoria da contabilidade. Os postulados são: 
entidade e continuidade. Trataremos do postulado da entidade dentro deste 
tópico e, no seguinte, falaremos acerca do postulado da continuidade. 
De acordo com Niyama e Silva (2011), o postulado contábil da entidade 
define a entidade contábil, dando a esta autonomia patrimonial e necessidade 
de diferenciação patrimonial particular do universo de patrimônio existente nas 
empresas, uma vez que determina o patrimônio de total necessidade de 
diferenciação do patrimônio, o que se deve ao fato de que os reflexos das 
variações verificadas neste patrimônio também são controladas/contabilizadas 
de forma individualizada. 
Quando os sócios necessitarem de dinheiro advindo das 
disponibilidades (caixa ou banco) ou até mesmo que seja feita a retirada de 
mercadoria do estoque da empresa, estes precisam contabilizar tais operações 
como retirada pró-labore ou retirada de lucros. Quando a retirada for de cunho 
financeiro ou venda de mercadoria ao sócio, debita-se na conta do ativo que o 
caracterize como um cliente ou no adiantamento ao sócio. Caso esse controle 
não for efetivo, em algum momento a empresa pode se ver em necessidades, 
passando por dificuldades financeiras. 
Comumente os teóricos da contabilidade dão para o postulado da 
entidade as conotações anteriormente destacadas, contudo é importante 
consubstanciarmos na contabilidade o postulado da entidade nas seguintes 
dimensões: jurídica, econômica, organizacional e social. 
Na dimensão jurídica, os preceitos consistem na diferenciação do 
patrimônio, conforme anteriormente analisados. A dimensão econômica 
caracteriza-se como massa patrimonial, de forma que a evolução patrimonial 
 
 
tanto qualitativa quanto quantitativa necessita de acompanhamento, sendo este 
necessário para avaliar o desempenho econômico e financeiro real da 
organização. A dimensão organizacional consiste no entendimento de que 
como grupo de pessoa ou pessoas, estas exercem controle sobre as receitas e 
despesas, sobre os investimentos e nas distribuições a serem efetuadas. A 
dimensão social pode ser examinada em suas transfigurações sociais, no 
sentido de que a entidade pode seravaliada não só pela utilidade que a si 
acresce, mas também pelo que contribui no campo do social em termos de 
benefícios sociais. 
TEMA 4 – POSTULADO DA CONTINUIDADE 
De acordo com o postulado da continuidade, a entidade é uma empresa 
em andamento e que nunca terá um fim, visto que tem intenção de existência 
indefinida, representando assim uma situação de conveniência, uma vez que 
deve sobreviver aos seus próprios fundadores e ter seu patrimônio avaliado 
pela sua potencialidade de gerar benefícios futuros (Azevedo, 2010). 
De acordo Niyama e Silva (2013), o postulado da continuidade tem a 
função de primar pela continuidade da empresa, ou seja, tudo deve ser feito 
para que a empresa não venha a ficar em situação de descontinuidade, a qual 
caracterizada pelos seguintes fatores: redução das suas atividades, 
paralisação das atividades, extinção via processo falimentar ou liquidação 
ordinária, entre outros fatores. 
 Entre as diversas funções do postulado da continuidade, cabe destacar 
que este tem a função de encarar a entidade como um meio capaz de produzir 
riqueza e gerar valor de forma contínua, não havendo interrupções. Na 
verdade, o entendimento de exercício financeiro anual ou semestral é uma 
ficção determinada pelas diretrizes da empresa, de acordo com o seu ciclo 
operacional. O ciclo operacional das empresas é o período compreendido 
desde a compra da matéria-prima até o recebimento das vendas dos produtos. 
Assim, entendemos que as operações da empresa devem possuir 
continuidade, de forma que o processo de financiamento, estocagem e venda 
faça parte de uma engrenagem, que se renova ao final de cada ciclo. 
 
 
TEMA 5 – CONTAS PATRIMONIAIS E DE RESULTADO 
De acordo com Bächtold (2011) conta é o nome técnico utilizado para 
registrar os elementos, considerando aspectos qualitativos e quantitativos, ou 
seja, identifica cada componente pertencente ao patrimônio (bens, direitos e 
obrigações) e elementos de resultado (despesas e receitas). 
As contas são endereços situados dentro do patrimônio. Sempre que 
houver a necessidade de movimentar um elemento, o registro deve ser 
efetuado dentro desse endereço, que consequentemente alterará o saldo 
desse elemento. 
O registro contábil é efetuado por meio de contas. É por meio delas que 
a contabilidade consegue exercer o seu papel, visto que todos os 
acontecimentos (atos e fatos administrativos) que ocorrem diariamente na 
empresa, tais como compras, vendas, pagamentos e recebimentos, são 
registrados pela contabilidade em contas próprias. Como exemplo disso, 
podemos citar o fato de que todas as movimentações em dinheiro são 
registradas em uma conta denominada caixa, e os objetos comercializados 
pela entidade são registrados em uma conta denominada 
mercadorias/estoques. 
Outro exemplo da importância das contas pode ser ilustrado pela 
seguinte situação: o ato de abrir uma conta em determinado banco, efetuar um 
depósito em dinheiro nela, no banco em que você se tornou correntista 
(portador de conta corrente), significa que a ela tem um nome, nesse caso o 
seu nome, em que serão efetuados os registros de entradas (depósitos) e 
saídas (saques) e, sempre que preciso, você emite um relatório da 
movimentação da sua conta. Da mesma forma, as empresas utilizaram contas 
para registrar as transações ocorridas e, quando preciso, emitem um relatório 
da conta com a finalidade de consulta ou conciliação. 
São elementos essenciais das contas: 
a. Nome da conta; 
b. Valor a ser debitado; 
c. Valor a ser creditado; 
d. Saldo devedor ou credor; 
e. Histórico de lançamento; 
f. Data de lançamento. 
 
 
As contas aumentam a débito ou a crédito. As que aumentam a débito 
são as chamadas contas de natureza devedora, e as que aumentam por meio 
de crédito são chamadas de contas de natureza credora. 
Figura 3 – Natureza das contas 
 
Fonte: Elaborado pelo autor 
Com a finalidade de melhor compreensão acerca das contas 
patrimoniais e de resultado, as contas podem ser classificadas em contas 
patrimoniais e contas de resultado. 
 As contas patrimoniais são as contas de ativo, passivo e patrimônio 
líquido, sendo estas representativas dos bens e dos direitos e das obrigações. 
As contas de resultado são aquelas representadas na Demonstração do 
Resultado do Exercício, sendo estas as que representam as receitas e as 
despesas da entidade. Se as operações da empresa envolvem tais contas, 
podemos dizer que teremos a apuração do resultado econômico da empresa, 
ou seja se obteve lucro ou prejuízo. 
 Pensemos na seguinte situação: entrada e saída de dinheiro no caixa. 
Essa entrada pode ser advinda de entrega de dinheiro pelos sócios no ato de 
integralização de capital ou proveniente de recebimento a vista da venda de 
mercadorias. Nesse caso, quais contas foram envolvidas? Patrimoniais ou de 
resultado? Podemos responder que as duas situações aconteceram. No 
momento da integralização do capital, debitou-se a conta caixa e creditou-se a 
conta de Patrimônio Líquido, pois nesse momento somente movimentamos 
contas patrimoniais. Já na segunda situação, entrou dinheiro do caixa 
 
 
proveniente das vendas de mercadorias, movimentamos contas patrimoniais 
(caixa) e resultado (receita de vendas) e a realização dessas operações e 
contabilizações serão vistas posteriormente. Por enquanto, é importante que 
saibamos apenas as movimentações que ocorreram por meio de contas 
contábeis e que elas podem ser classificadas como patrimoniais (aquelas que 
demonstram tudo que a empresa tem ou usufrui de bens e direitos, e tudo que 
ela deve, seja para terceiros ou para os sócios ou acionistas) e de resultado, 
que demonstram se a empresa obteve lucro ou prejuízo no período analisado. 
O acompanhamento dos registros efetuados nas contas acontece por 
meio dos demonstrativos contábeis, ficando mais evidente no balanço 
patrimonial as contas patrimoniais e na Demonstração de Resultado do 
Exercício as contas de resultado. 
TROCANDO IDEIAS 
Como podemos perceber no decorrer desta aula, a contabilidade é uma 
ciência que controla o patrimônio das pessoas físicas e jurídicas, 
demonstrando assim grande importância das informações geradas nas 
organizações. Diante disso, podemos afirmar que a execução da contabilidade 
junto às organizações depende de profissionais preparados, que, de forma 
assertiva, dinâmica e competitividade, produzam algo que servirá de base para 
a tomada de decisões além do cumprimento das obrigações acessórias 
impostas por outros usuários da informação contábil. Durante a capacitação 
dos estudantes de contabilidade, cabe destacar que é necessário que este 
aprenda desenvolvendo atividades próximas da realidade do mercado e em um 
ambiente rico e desafiador, vendo a si mesmo como um profissional 
participante de forma ativa e responsável no mundo empresarial 
contemporâneo, desenvolvendo capacidades de gestão, negociação e 
liderança. 
Com base no acima exposto é possível afirmar que o papel do contador 
deve ser o de prestar informações adequadas, de forma que a empresa tenha 
em mãos um guia para a tomada de decisões, contudo o perfil deste tem 
sofrido mudanças ao longo do tempo. 
 
 
 
 
 
Saiba mais 
Note no artigo: “O novo perfil de uma das profissões mais estáveis do 
Brasil”, que a profissão contábil tem passado por mudanças significativas, o 
que requer do contador um perfil diferenciado. Já pensou em como seria essa 
readequação para os profissionais atuantes no mercado, para aqueles com 
formação consolidada em épocas em que as exigências eram diferentes das 
requisitadas atualmente, e para os que estão em formação? 
GASPARINI, C. O novo perfil de uma das profissões mais estáveis do 
Brasil. Revista Exame, 18 dez. 2017. Disponível em: 
<https://exame.abril.com.br/carreira/o-novo-perfil-de-uma-das-profissoes-mais-
estaveis-do-brasil/>. Acesso em: 7 maio 2019. 
Após a leitura do artigo,discuta com seus colegas acerca das 
habilidades e competências exigidas do contador de ontem, de hoje e de 
amanhã. Aproveite e responda as seguintes perguntas: Qual tipo de preparo é 
exigido dos contadores já atuantes e que tipo de preparo é exigido dos 
contadores que estão em formação? Quais os desafios enfrentados por 
ambos? E qual é a influência que essa mudança de perfil trará para a 
qualidade da informação contábil? 
NA PRÁTICA 
Considerando os relatórios contábeis de certa empresa, foi descrito que 
no ano de 2018 ela incorreu nas seguintes situações: 
a. Compra a prazo no valor de R$ 25.000,00, referente a mercadorias. 
b. Integralização de capital social no valor de R$ 200.000,00; 
c. Pagamento de despesa com energia elétrica no valor de R$ 500,00; 
d. Pagamento de despesa com aluguel no valor de R$ 1.500,00; 
e. Venda a prazo no valor de R$ 50.000,00, referente à venda do total das 
mercadorias ora adquiridas. 
f. Aquisição de máquina para auxílio nas atividades da empresa no valor de 
R$ 7.500,00. 
Informe, em cada situação, se foi movimentada conta patrimonial ou 
conta de resultado. 
 
 
Solução: 
d. Pagamento de despesa com aluguel no valor de R$ 1.500,00 - 
Movimentação em conta patrimonial (Caixa – Ativo) e resultado 
(despesa com aluguel – DRE). 
e. Venda a prazo no valor de R$ 50.000,00, referente à venda do total das 
mercadorias, ora adquiridas. Movimentação em conta patrimonial (Caixa 
– Ativo) e resultado (receita da venda de mercadorias – DRE). 
f. Aquisição de Máquina para auxílio nas atividades da empresa no valor de 
R$ 7.500,00. Movimentação em contas patrimoniais (Imobilizado, caixa – 
Ativo). 
FINALIZANDO 
 Para fechar os conteúdos desta aula, é importante que tenhamos em 
mente que o objetivo era trazer conceitos iniciais de contabilidade nas 
organizações e, como vimos, o patrimônio das organizações é o objeto de 
estudo da contabilidade, patrimônio este composto por bens, direitos e 
obrigações, demonstrados no relatório e no balanço patrimonial. O balanço 
patrimonial é composto por três elementos: o ativo, o passivo e o patrimônio 
líquido. Por meio deste, temos como analisar, em tempo dinâmico, a posição 
financeira da empresa, uma vez que esta é refletida diante da relação da 
dinâmica da empresa. 
O Balanço patrimonial indica o equilíbrio entre as contas que o 
compõem, o que é demonstrado pela equação: ativo – passivo = patrimônio 
líquido, a equação patrimonial, a qual promove o equilíbrio entre as contas do 
ativo (devedoras, em sua regra, salvo as contas retificadoras), e as contas do 
passivo e patrimônio líquido (credoras, salvo as contas retificadoras). A 
equação ainda contempla o resultado apurado e transferido para o patrimônio 
líquido em forma de lucro ou prejuízo. A apuração ocorre por meio do confronto 
das contas de receita e despesas (devedoras). 
O objeto de estudo da ciência contábil é o patrimônio da entidade. As 
contas pertencentes a este patrimônio são classificadas em contas patrimoniais 
e contas de resultado. As contas patrimoniais são do ativo, passivo e 
patrimônio líquido, sendo estas representativas dos bens e dos direitos e das 
 
 
obrigações. As contas de resultado são aquelas contas representadas na DRE, 
sendo estas as que representam as receitas e as despesas da entidade. 
Percebe-se que a contabilidade, embora não seja uma ciência exata, 
utiliza da lógica matemática para mensuração, registro e controle do patrimônio 
das pessoas físicas e jurídicas. Dessa forma, entendemos o termo ciência 
social aplicada, visto que a contabilidade é feita por um ser social (contador) 
para outros seres sociais (pessoas físicas e jurídica – representada pelos 
sócios), visando assim o incremento da riqueza destes. 
 
 
 
 
 
 
REFERÊNCIAS 
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AZEVEDO, R. F. L. Entidade e continuidade: reflexões sobre a base conceitual 
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BÄCHTOLD, C. Contabilidade básica. Curitiba: IFPR, 2011. Disponível em: 
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SOBRE-O-NEOPATRIMONIALISMO-CONT%C3%81BIL-Ana-Maria-Lopes-de-
 
 
S%C3%A1-e-Luiz-Fernando-Coelho-Lopes-de-S%C3%A1-OK.pdf>.. Acesso 
em: 7 maio 2019. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CONTABILIDADE DAS 
ORGANIZAÇÕES 
AULA 2 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Prof. André Júnior de Oliveira 
 
 
2 
CONVERSA INICIAL 
Dando prosseguimento à nossa disciplina, nesta aula aprenderemos o 
método das partidas dobradas, técnica aperfeiçoada pelo frei Luca Pacioli, que 
consiste no entendimento de que para todo débito existe um crédito 
correspondente. Dessa forma, temos o grupo do ativo, com natureza devedora 
e o grupo do passivo, de natureza credora, e estamos claramente demonstrando 
que a contabilidade é elaborada por meio do método das partidas dobradas. 
No decorrer desta aula, falaremos ainda sobre como o lançamento é 
efetuado, quais os elementos necessários para o registro dos atos e fatos 
administrativos, utilizando o método das partidas dobradas. Assim, a 
contabilidade vai tomando forma, por meio do balanço patrimonial e demais 
relatórios administrativos da organização. 
CONTEXTUALIZANDO 
Sabendo que a contabilidade é a ciência que registra e controla o 
patrimônio das empresas, é importante conhecer o meio pelo qual esse registro 
e controle acontece. 
O método das partidas dobradas consiste na figura do credor, aquele que 
detém o direito de exigir algo, e do devedor, que tem a obrigação de pagar por 
algo. De acordo com esse método, então, embora tenhamos duas figuras em 
cada transação, existem muitas formas de débitos e créditos, importando 
somente que o somatório total dos débitos seja igual ao dos créditos. 
Em cada transação a ser registrada, devem ser observadas as 
características relacionadas a ela, tais como: ao contabilizar determinado 
documento, é preciso considerar a substância e a realidade econômica da 
transação, e não somente o caráter documental da matéria em questão, ou seja, 
é preciso se atentar aos fatos futuros que aquele registro poderá trazer à 
contabilidade. Ao efetuar uma venda, o fato a ser analisado é além de uma 
simples venda, e sim o lucro que tal venda proporcionará e como este lucro será 
reinvestido na empresa; ou a forma como será distribuído entre sócios e 
acionistas; ou o registro adequado de cada transação, observando o que ela 
representará paraa empresa. 
 
 
3 
TEMA 1 – MÉTODO DAS PARTIDAS DOBRADAS 
Embora tenhamos diversas maneiras diferentes de escrituração das 
transações de uma empresa, denominadas atos e fatos administrativos, existem 
dois métodos fundamentais: o método das partidas simples e o método das 
partidas dobradas. 
O método das partidas simples está em desuso na atualidade, diante das 
deficiências apresentadas por ele e por ser incompleto. Por meio do método das 
partidas simples, é possível registrar as operações realizadas com pessoas, 
omitindo o registro de elementos do patrimônio e do resultado. Itens como 
mercadorias, veículos, imóveis, contas de despesa e contas de receita são 
controlados à parte, e apenas uma das operações, débito ou crédito, é 
contabilizada. 
No método das partidas dobradas, em cada lançamento, o valor total 
lançado nas contas a débito deve ser sempre igual ao total dos valores lançados 
na conta de crédito. Portanto, é considerado o método mais adequado para 
registro das operações que envolvem o patrimônio das organizações. Foi 
descrito pela primeira vez no ano de 1494, na Itália, pelo frade Luca Pacioli, no 
livro intitulado Summa de arithmetica, geometria, proportioni et proportionatitá, 
cuja tradução do título seria “Coleção de conhecimentos de aritmética, proporção 
e proporcionalidade”. 
De acordo com o método das partidas dobradas, não existe devedor sem 
um credor correspondente, ou seja, para todo débito existe um crédito de igual 
valor ou vice-versa. Caso aumente de um lado do balanço patrimonial, deve 
automaticamente aumentar do outro lado, explicando mais uma vez o que vimos 
na aula passada, quando discorremos acerca da equação patrimonial. O método 
das partidas dobradas, então, representa a equação patrimonial, para a qual é 
importante que a somatória dos débitos esteja em acordo com a somatória dos 
créditos, isto é, as origens de recursos devem ser iguais às aplicações de 
recursos. 
Vejamos um exemplo: certa empresa adquiriu junto a determinado 
fornecedor um lote de mercadorias no valor de R$ 10.000,00, o que pode ser 
uma origem de recurso, ao passo que a estocagem de mercadorias se trata de 
uma aplicação. 
 
 
 
4 
Dessa forma, podemos afirmar que se a compra junto ao fornecedor for 
efetuada a prazo, tal situação pode ser considerada uma origem de recursos, 
visto que está se utilizando de recursos de terceiros, contudo, caso a compra 
tenha sido efetuada à vista, a origem são os recursos mantidos no caixa. 
As contas envolvidas serão as seguintes: 
• Débito: estoque de mercadorias: R$ 10.000,00. 
• Crédito: fornecedores: R$ 10.000,00. 
O lançamento representa a origem e a aplicação de recursos, e conforme 
visto, possuem os mesmos valores, sendo uma equação patrimonial. 
O método das partidas dobradas consiste ainda na existência de 
lançamentos de 1ª, 2ª, 3ª, enésimas fórmulas, uma vez que pode ter vários 
débitos para vários créditos. Tudo depende da forma como se pretende lançar, 
bastando observar que o valor dos créditos seja igual ao dos débitos. 
Figura 1 – Luca Pacioli, difusor do método das partidas dobradas 
 
Crédito: Sergei Afanasev/Shutterstock. 
Sobre o termo partida dobrada, partida refere-se a um lançamento, e 
dobrada refere-se ao fato de que é mais comum ocorrer em uma transação duas 
entradas, uma entrada a débito e uma saída a crédito. 
Para melhor entendimento deste assunto, vejamos um exemplo: 
imaginemos que a empresa Bruno Ferraz Ltda. tenha um crédito na conta 
clientes no valor de R$ 200,00, e um débito na conta movimento no valor de R$ 
205,00. Observa-se que os valores referentes a débito e crédito são diferentes, 
sendo necessário que sejam iguais, pois não existe um crédito sem um débito. 
Nesse caso, temos uma diferença de valor de R$ 5,00 que deve ser corrigida, e 
esta diferença, após consulta ao financeiro da empresa, é referente ao 
recebimento de juros por atraso. Assim, tem-se o seguinte lançamento: 
 
 
5 
• Débito: banco conta movimento: R$ 205,00. 
• Crédito: clientes (ativo): R$ 200,00. 
• Receita com juros (resultado): R$ 5,00. 
Para melhor entendimento dos conceitos de débito e crédito, observe o 
seguinte quadro: 
Quadro 1 – Memorização de débito e crédito 
ATIVO PASSIVO 
Bens e direitos Obrigações e patrimônio líquido 
Débito Crédito Débito Crédito 
(+) (-) (-) (+) 
Entradas Saídas saídas entradas 
Fonte: Oliveira, 2018. 
Conforme observado no quadro, a natureza do ativo é devedora; dessa 
forma, no registro das transações envolvendo bens ou direitos, toma-se por base 
que os lançamentos que aumentarem o ativo devem ser debitados, e os que 
representarem saídas de ativos devem ser creditados. 
É importante salientar que todo aumento (débito) no grupo do ativo reflete 
uma variação positiva neste grupo, assim como qualquer diminuição (crédito) 
reflete uma variação negativa. 
Consideradas as naturezas devedora e credora, o mesmo entendimento 
do ativo se aplica às despesas, e o do passivo se aplica às receitas. Como as 
despesas representam os gastos, caso queira registrá-las, devem ser lançadas 
a débito. Já as receitas representam ganhos, devendo ser lançadas a crédito. 
Pensemos no exemplo do pagamento de uma despesa com energia, por 
meio de débito em conta corrente. A conta debitada seria despesa com energia 
elétrica e a conta creditada, banco conta movimento. No caso de recebimento 
de venda efetuada à vista por depósito bancário, a conta a ser debitada será 
banco conta movimento e a conta a ser creditada, receita de vendas. 
No lançamento de débito ou crédito, devemos nos atentar aos seguintes 
passos: primeiramente, é necessária a identificação do título das contas a serem 
movimentadas em cada operação, disponível por meio de consulta ao plano de 
contas da empresa. Em seguida, deve-se verificar em qual grupo de contas, 
também constante no plano de contas, as contas identificadas são classificadas. 
Depois, saber se a variação foi negativa ou positiva, e, por fim, detectar qual das 
contas representa aplicação ou origem de recursos. 
 
 
6 
Vejamos o seguinte exemplo: no dia 20 de abril de 2018, pagou-se o saldo 
de um fornecedor, com uma duplicada no valor de R$ 500,00, e este pagamento 
foi efetuado por meio de transferência eletrônica de dados (TED). O primeiro 
passo identifica as contas que movimentarão esta operação, neste caso, 
fornecedores e bancos conta movimento. No segundo passo, é preciso saber a 
qual grupo de contas pertencem as contas identificadas no primeiro passo, 
sendo a primeira do passivo e a segunda do ativo. No terceiro passo, sabemos 
que a variação das contas consistirá na diminuição tanto do passivo quanto do 
ativo. No quarto passo, veremos que a conta fornecedores é conta de passivo, 
portanto, origem de recursos, e o banco, conta de ativo, aplicação de recursos. 
Vejamos os lançamentos advindos desse exemplo: 
• Data: 20/04/2018. 
• Débito: fornecedor (passivo). 
• Crédito: banco conta movimento (ativo). 
• Valor: R$ 500,00. 
• Histórico: pagamento fornecedor X, referente nota fiscal y, conf. 
transferência eletrônica de dados (TED) n/data. 
Outro caso para exemplificarmos os conceitos abordados: a empresa 
Yara Ltda., no final de fevereiro de 2015, em seu balanço patrimonial, tinha saldo 
nas seguintes contas: 
Quadro 2 – Balanço patrimonial: empresa Yara Ltda. 
BALANÇO PATRIMONIAL – 02/2015 – YARA LTDA 
Ativo Passivo 
Circulante 6.250,00 Circulante 0,00 
Clientes 6.250,00 Fornecedores 0,00 
 Não circulante 0,00 
Estoque 0,00 Patrimônio líquido 6.250,00 
 Não circulante 0,00 Capital social 6.250,00 
TOTAL DO ATIVO 6.250,00 TOTAL DO PASSIVO 6.250,00 
Fonte: Oliveira, 2018. 
 No mês de março de 2015, incorreu nas seguintes situações: 
 
 
7 
• No dia 10/03/2015 – adquiriu um empréstimo no valor de R$ 30.000,00, 
no banco Baby S/A, para pagamento em 60 dias, considerando uma taxa 
de juros de 4% noato da concessão do empréstimo. 
• No dia 29/03/2015 – a empresa recebeu, por meio de depósito, o valor de 
R$ 6.500,00 referente ao pagamento de determinado cliente, vencido no 
dia 01/03/2015. Dessa forma, o valor de R$ 6.250,00 refere-se ao saldo 
do cliente e o restante de juros devido ao atraso do pagamento. 
Tendo por base os quatro passos para definição dos lançamentos de débito 
ou crédito, quais lançamentos devem ser efetuados nas duas situações? 
Primeiro passo: identificar as contas movimentadas nessas operações: 
Situação 1: 
 
 
8 
• Bancos conta movimento (onde o valor recebido do banco será 
depositado – ativo). 
• Empréstimo bancário (valor da dívida que ficará pendente – passivo). 
• Despesas com juros (juros pagos referentes ao empréstimo bancário – 
despesa). 
Situação 2: 
• Bancos conta movimento (onde o valor recebido do banco será 
depositado – ativo). 
• Clientes (valor registrado anteriormente em caso de vendas a prazo – 
ativo). 
• Receitas com juros (valor referente a juros recebidos do cliente, devido ao 
atraso no pagamento – receita). 
Segundo passo: identificar o grupo de contas em que tais contas são 
classificadas: 
Situação 1: 
• Direitos – ativo (banco conta movimento). 
• Obrigações – passivo (empréstimo bancário). 
• Despesa – conta de resultado (despesa com juros). 
Situação 2: 
• Direitos – ativo (banco conta movimento e clientes). 
• Receita – conta de resultado (receita com juros). 
Terceiro passo: saber se a variação foi negativa ou positiva: 
Situação 1: 
• Débito: banco conta movimento - R$ 32.200,00 – variação positiva no 
grupo do ativo. 
• Débito: despesas com juros – R$ 2.800,00 – variação negativa no grupo 
do patrimônio líquido – impactando em prejuízo para o período 
considerando somente esta transação. 
• Crédito: empréstimo bancário – R$ 35.000,00 – variação positiva no 
grupo do passivo. 
Situação 2: 
 
 
9 
• Débito: banco conta movimento – R$ 6.500,00 – variação positiva no 
grupo do ativo. 
• Crédito: receitas com juros – R$ 250,00 – variação positiva no grupo do 
patrimônio líquido – impactando em lucro para o período 
considerando somente esta transação. 
• Crédito: clientes – R$ 6.250,00 – variação negativa no grupo do ativo. 
Quarto passo: detectar qual das contas envolvidas representam 
aplicação ou origem de recursos: 
Situação 1: 
• Origem de recursos – Empréstimo bancário; 
• Aplicação de recursos – Bancos conta movimento e despesas com juros. 
Observação: a conta empréstimo bancário é considerada origem de 
recursos, tendo em vista que o recurso fora adquirido/originado junto a uma 
instituição bancária, ao passo que a conta bancos conta movimento foi a conta 
do ativo que recepcionou o recurso ora adquirido, dessa forma a conta bancos 
conta movimento é a aplicação do recurso da situação 01. 
Situação 2: 
• Origem de recursos – receita de juros. 
• Aplicação de recursos – clientes, bancos conta movimento. 
Observação: a conta receita de juros é considerada origem de recursos, pois 
o recurso de juros adquirido/originado junto ao recebimento de um cliente em 
atraso – ou seja, a origem – se deu mediante o atraso do cliente, da mesma 
forma como aconteceu na situação 1: a conta bancos conta movimento foi a 
conta do ativo que recepcionou o recurso advindo dos juros recebidos, sendo 
uma aplicação do recurso da situação 2. 
Para efeito de melhor visualização, vejamos os lançamentos diretamente no 
balanço patrimonial e a demonstração de resultado do exercício: 
 
 
 
10 
Quadro 3 – Balanço patrimonial: empresa Yara Ltda. 
Ativo 
Saldo 
anterior Débito Crédito 
Saldo final 
Circulante 6.250,00 38.700,00 6.250,00 38.700,00 
Bancos conta 
movimento 0,00 38.700,00 0,00 
38.700,00 
Clientes 6.250,00 0,00 6.250,00 0,00 
TOTAL DO ATIVO 6.250,00 38.700,00 6.250,00 38.700,00 
Circulante 
Passivo 0,00 0,00 35.000,00 35.000,00 
Empréstimo bancário 0,00 0,00 35.000,00 35.000,00 
Não circulante 0,00 0,00 0,00 0,00 
Patrimônio líquido 6.250,00 2.550,00 0,00 3.700,00 
Capital social 6.250,00 0,00 0,00 6.250,00 
Prejuízo do período 0,00 2.550,00 0,00 (2.550,00) 
TOTAL DO PASSIVO 6.250,00 2.550,00 0,00 38.700,00 
Fonte: Oliveira, 2018. 
Quadro 4 – Demonstração do resultado do exercício: empresa Yara Ltda. 
DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO - YARA LTDA 
Receita de vendas 0,00 
(-) ICMS sobre vendas 0,00 
(=) receita bruta 0,00 
(-) Custo sobre mercadorias vendidas 0,00 
(=) Lucro bruto 0,00 
(.) despesas 0,00 
(=) Lucro operacional 0,00 
(+) receita financeira 250,00 
(-) Despesa financeira 2.800,00 
(=) Lucro líquido (2.550,00) 
 
Observamos por meio do balanço patrimonial da empresa Yara Ltda. que 
os lançamentos foram efetuados com o método das partidas dobradas, utilizando 
um crédito e dois débitos (situação 1) e dois créditos e um débito (situação 2). 
As contas patrimoniais utilizadas foram classificadas no grupo do ativo e passivo, 
e a conta patrimonial prejuízo do período constituiu saldo por meio do confronto 
das duas contas de resultado envolvidas nas transações: despesas com juros 
na situação 1 e receitas com juros na situação 2. 
 
 
11 
TEMA 2 – ELEMENTOS INTRÍNSECOS DE UM LANÇAMENTO (DATA, CONTA 
A DÉBITO, CONTA A CRÉDITO, HISTÓRICO E VALORES) 
Os lançamentos contábeis são registros dos fatos contábeis e provocam 
mudanças na composição do patrimônio e da entidade. Os lançamentos são 
efetuados de acordo com o método das partidas dobradas, em ordem 
cronológica e com aspectos técnicos determinados pela legislação contábil. 
Os lançamentos são feitos nas contas patrimoniais e nas de resultado. 
Nas contas do grupo de ativo, em caso de aumento, os valores são lançados a 
débito, uma vez que as contas de ativo são de natureza devedora, e, em caso 
de diminuição, os lançamentos devem ser efetuados a crédito. Nas contas de 
passivo, os lançamentos são efetuados a crédito, caso queiramos aumentar seu 
saldo, e, se quisermos diminui-lo, devemos lançar os valores a débito – tendo 
em vista que as contas de passivo e patrimônio líquido têm natureza credora, 
salvo se as contas forem retificadoras. Nas contas relativas a receita e despesa, 
o que deve ser levado em conta é seu reflexo no patrimônio líquido. As receitas 
têm natureza credora, pois aumentam o PL; despesas têm natureza devedora, 
pois o diminuem. Para melhor compreensão, observemos o quadro: 
Quadro 5 – Efeitos do lançamento na contabilidade: natureza das contas 
Conta Natureza Aumenta a Diminui a 
Ativo (bens e direitos) Devedora Débito Crédito 
Passivo (obrigações) Credora Crédito Débito 
Patrimônio líquido Credora Crédito Débito 
Receitas Credora Crédito Débito 
Despesas e custos Devedora Débito Crédito 
Contas retificadoras do ativo Credora Crédito Débito 
Contas retificadoras do passivo Devedora Débito Crédito 
Fonte: Oliveira, 2018. 
As contas retificadoras têm natureza contrária ao grupo no qual estão 
inseridas, dessa forma, ao invés de aumentarem o saldo do grupo, elas o 
diminuem. Essas contas têm a finalidade de ajustar o saldo de uma conta 
considerada principal, que demonstra o valor histórico dos bens classificados no 
ativo imobilizado. Como exemplo disso podemos citar o caso da conta 
depreciação acumulada de bens do ativo imobilizado, ou seja, a depreciação 
refere-se ao desgaste natural do bem, e deve ser reconhecida pela contabilidade 
 
 
12 
por meio de critérios estabelecidos pelas políticas empresariais, ou de acordo 
com os normativos contábeis e pronunciamentos emitidos pelo comitê dos 
pronunciamentos contábeis. 
Para que possamos efetuar um lançamento, é preciso seguir etapas 
semelhantes às do tópico anterior, ou seja, precisamos identificar as contas 
envolvidas no fato; identificar a natureza destas contas e saber em quais grupos 
estão classificadas; identificar a variação que tais fatos provocarão nas contas 
envolvidas; e efetuar o respectivo lançamentoutilizando o método das partidas 
dobradas, tendo por base que o lançamento seguirá a lógica de sempre ter uma 
origem de recurso e uma aplicação de recursos. 
Lançamentos são elementos de uma técnica contábil chamada 
escrituração, a primeira técnica utilizada pelo profissional contábil. Ela deve ser 
feita imediata e corretamente, independentemente das causas, tomando por 
base sempre o valor original da transação, o que implica controles financeiros e 
fiscais das entidades. A escrituração tem duas funções: a função histórica e a 
função monetária. 
Figura 2 – Funções do lançamento 
 
Fonte: Oliveira, 2018. 
Os lançamentos contábeis são compostos por cinco elementos: 
• local e data; 
• conta devedora; 
• conta credora; 
• histórico; 
• importância ou quantia (valor); 
Função histórica
Narra o fato contábil em 
ordem cronológica
Função monetária
Registro da expressão 
monetária dos fatos e 
seu agrupamento 
segundo a natureza de 
cada grupo.
 
 
13 
O primeiro elemento abrange o local onde a empresa é estabelecida e a 
data de ocorrência da transação, representando o dia, mês e ano do 
acontecimento. Depois, a conta devedora, que é a conta debitada na transação, 
sempre vindo em primeiro lugar. O terceiro elemento é a conta credora, 
creditada. Em seguida, o histórico é a narração histórica do fato ocorrido, a qual 
deve conter uma descrição resumida do fato, mas que seja explicativa e exprima 
bem a operação, sendo precedida pelas seguintes abreviações: PG, em caso de 
pagamento; REC, quando houver recebimento; e VR, quando não representar 
nem pagamento e nem recebimento, sendo lançamentos de controle. Por fim, o 
quinto elemento é a importância ou quantia, isto é, o valor das operações 
expresso em unidades monetárias do país de estabelecimento das empresas. 
Vejamos o seguinte exemplo: a empresa Vale dos Lírios Ltda., 
estabelecida na cidade de Ponte Nova – MG, no mês de abril de 2018, incorreu 
nas seguintes situações: 
1. Pagamento via caixa, da despesa de energia referente ao mês de abril, 
no dia 15/04/2018 – no valor de R$ 250,00. 
2. Recebimento por meio do caixa, de valor registrado na conta de clientes, 
referente à venda efetuada no mês de março/2018 para o cliente Mar 
Lucia Ltda. – por meio da duplicada 00123, no dia 16/04/2015 – no valor 
de R$ 3.400,00. 
3. Programação (provisão) da despesa de aluguel referente ao mês de abril, 
no dia 30/04/2015 – no valor de R$ 1.800,00, a ser pago no dia 
10/05/2018. 
Situação 1 – lançamentos: 
Local e data Ponte Nova – MG, 15/04/2018 
Conta debitada Despesas com energia elétrica (resultado) 
Conta creditada Caixa (ativo) 
Histórico PG. despesas com energia elétrica, referente 
ao mês 04/2015. 
Valor R$ 250,00 
Situação 2 – lançamentos: 
Local e data Ponte Nova – MG, 16/04/2018 
Conta debitada Caixa (ativo) 
Conta creditada Clientes – Mar Lucia Ltda. (ativo) 
 
 
14 
Histórico REC. Duplicata n. 00123; cliente: Mar Lucia 
Ltda. 
Valor R$ 3.400,00 
Situação 3 – lançamentos: 
Local e data Ponte Nova – MG, 30/04/2018 
Conta debitada Despesas com aluguel (resultado) 
Conta creditada Alugueis a pagar (passivo) 
Histórico VR. despesas de aluguel ref. mês 04/2015 – 
vencimento: 10/05/2018 
Valor R$ 1.800,00 
 Os lançamentos efetuados demonstram a aplicação prática dos cinco 
elementos indispensáveis nos lançamentos contábeis. 
TEMA 3 – ATOS E FATOS ADMINISTRATIVOS (PERMUTATIVOS, 
MODIFICATIVOS E MISTOS) 
O patrimônio das empresas está em constante movimento, em função dos 
acontecimentos a que estão sujeitas, de acordo com sua dinâmica. Tais 
acontecimentos são divididos em dois grupos: fatos administrativos e atos 
administrativos. 
Atos administrativos são situações que acontecem nas empresas que não 
provocam alterações em seu patrimônio. Por exemplo, a assinatura do contrato 
de trabalho na admissão de um funcionário é um ato que em primeiro momento 
não provoca variação do patrimônio da empresa. 
Fatos administrativos, ou fatos contábeis, são acontecimentos que 
provocam variações no patrimônio das empresas, podendo ou não variar seu 
patrimônio líquido. São ocorrências que têm por efeito a alteração do patrimônio, 
seja no aspecto qualitativo ou quantitativo, e se classificam em três grupos: fatos 
contábeis permutativos (aspectos qualitativos ou compensativos), fatos 
contábeis modificativos (aspectos quantitativos) e fatos contábeis mistos 
(compostos, aspectos qualitativos e quantitativos). 
Os fatos contábeis permutativos envolvem lançamentos de ativo e 
passivo, não alterando o patrimônio das empresas, sendo somente uma 
permuta, uma troca entre elementos do ativo e passivo, ou entre contas do PL, 
que apenas altera a composição qualitativa dos elementos pertencentes ao 
 
 
15 
patrimônio. Como exemplo, podemos citar a aquisição à vista de um móvel para 
a empresa. Percebe-se neste lançamento que será debitada a conta móveis e 
utensílios e creditada a conta caixa, ambas pertencentes ao ativo, não alterando 
o patrimônio líquido. 
Os fatos contábeis modificativos são aqueles que alteram a composição 
do patrimônio da empresa. Quando o aumentam, são chamados de fatos 
modificativos aumentativos, e quando o diminuem, são chamados de fatos 
modificativos diminutivos. Os fatos contábeis modificativos aumentativos 
envolvem uma conta patrimonial e uma conta de resultado, neste caso, fatos que 
envolvam contas de receita (vendas, alugueis, rendimentos financeiros), que 
aumentarão o saldo das contas representativas de lucros do patrimônio líquido. 
Os fatos contábeis modificativos diminutivos envolvem uma conta patrimonial e 
uma de resultado, neste caso, fatos que envolvam contas de despesa (com 
vendas administrativas, financeiras), que diminuirão o saldo das contas 
representativas de lucros do patrimônio líquido. Como exemplo de fato 
modificativo aumentativo, podemos citar a contabilização do rendimento 
financeiro de uma conta de aplicação, e, como exemplo de fato modificativo 
diminutivo, despesas bancárias pagas para a manutenção da conta corrente. 
Existem situações na empresa chamadas de fatos contábeis mistos, 
quando acontecem fatos permutativos e modificativos ao mesmo tempo, sendo 
uma troca de elementos patrimoniais com lucro ou prejuízo. Como exemplo de 
fato misto, podemos citar o recebimento de uma duplicata com juros que envolve 
a conta caixa ou bancos, quando são recebidos direitos anteriormente 
registrados na conta de clientes. Contudo, os juros advindos deste recebimento 
são contabilizados em conta de receita financeira. Os fatos contábeis mistos 
também podem ser aumentativos ou diminutivos: 
• São aumentativos quando envolvem duas ou mais contas patrimoniais e 
uma ou mais contas para receita, como uma venda com lucro, por 
exemplo, ou recebimento de duplicata em atraso com juros. 
• São diminutivos quando envolvem duas ou mais contas patrimoniais e 
uma ou mais conta de despesa; quando se tem caracterizado um prejuízo 
advindo do lançamento de uma despesa ou perda. Como exemplo, 
podemos citar o pagamento de uma duplicata em atraso com juros, ou 
baixa de estoque devido à perda advinda da perecibilidade dos produtos. 
 
 
16 
Quadro 6 – Fatos administrativos: método das partidas dobradas 
Débito envolvendo 
contas de: 
Crédito envolvendo 
contas de: Fato contábil 
Ativo Ativo 
Permutativo 
Passivo Passivo 
Ativo Passivo 
Passivo Ativo 
Patrimônio líquido Patrimônio Líquido 
Ativo Patrimônio Líquido/Receita 
Modificativo aumentativo 
Passivo Patrimônio Líquido /Receita 
Patrimônio líquido/despesa Ativo 
Modificativo diminutivo 
Patrimônio líquido/despesa Passivo 
Ativo Passivo/Patrimônio líquido/Receita 
Misto aumentativo 
Ativo e passivo Ativo/Receita 
Patrimônio líquido Patrimônio líquido/Passivo 
Misto diminutivo 
Ativo/Patrimônio 
líquido/Despesa Ativo 
Fonte: Oliveira, 2018. 
Para finalizarmos este assunto, não podemos confundir fatos contábeis eatos administrativos. Um ato administrativo não produz de imediato qualquer 
alteração no patrimônio e não deve ser registrado na contabilidade. Se 
contabilizados, podemos afirmar que são operações extrapatrimoniais, 
classificadas em contas de compensação. Ou seja, quando promovemos 
determinado colaborador, trata-se de um ato administrativo; quando pagarmos o 
salário desse colaborador, estamos executando um fato contábil, advindo da 
alteração do patrimônio, referente à despesa de salários do colaborador. 
TEMA 4 – REGIME DE COMPETÊNCIA CAIXA E MISTO 
Regimes contábeis podem ser entendidos como o método de registro dos 
lançamentos contábeis, sendo classificados em regime de competência ou 
regime de caixa. O regime de competência é realizado no período de 
 
 
17 
competência da receita ou despesa realizada, ou seja, caso uma empresa tenha 
uma despesa no mês de junho para pagar apenas em outubro, o registro contábil 
será efetuado em junho, visto que a ocorrência de tal despesa ocorreu neste 
mês; dessa forma, esse é o mês de competência da despesa. 
O regime da competência consiste no fato de que, independentemente da 
data de recebimento ou pagamento de valores monetários envolvidos nas 
operações das empresas, elas são registradas na data exata da transação 
efetuada, não importando para a contabilidade quando os atos serão pagos ou 
recebidos, mas sim quando foram realizados. 
O regime de caixa considera o registro dos documentos na data em que 
foram pagos ou recebidos, como se fossem uma gaveta onde fica guardado todo 
o dinheiro da empresa. Caso entre algum valor, registra-se como entrada; caso 
saia, registra-se como saída de caixa. 
O regime da competência nos traz o entendimento de que as receitas e 
despesas devem estar registradas nas demonstrações contábeis no momento 
de sua ocorrência, o que está alinhado ao princípio contábil da competência. De 
acordo esse princípio, as receitas e despesas devem ser inseridas nos 
lançamentos no momento de seu acontecimento, independentemente do 
momento de pagamento (despesas) ou recebimento (receita). 
Como exemplo da aplicação dos regimes, pensemos na seguinte 
situação: recebendo um salário de R$ 2.000,00, paga-se a fatura do cartão de 
crédito no valor de R$ 1.500,00. Considerando que esta fatura contempla 
compras de diversos meses, mas seu vencimento é dia 10 de outubro, o 
pagamento pode ser considerado regime de caixa, e, caso contabilize pela data 
de ocorrência dos fatos, seria o regime de competência. Tal situação é 
vivenciada somente por pessoas físicas. Empresas, no entanto, devem 
contabilizar a fatura de cartão de crédito considerando os documentos que 
deram origem aos lançamentos, e não a fatura em si. 
Contabilizar por meio do regime de competência é uma forma de controle, 
visto que o orçamento empresarial estabelece o valor a ser gasto em cada 
modalidade de despesa, e esta despesa não necessariamente será paga num 
mesmo momento, assim como o pagamento das despesas. Por meio do regime 
de competência, as empresas têm condições de apurar o seu real resultado 
operacional, visto que as receitas e as despesas são registradas de acordo com 
o período de sua ocorrência. 
 
 
18 
TEMA 5 – PRIMAZIA DA ESSÊNCIA SOBRE A FORMA 
Valorizar a essência de tudo é algo em voga desde sempre, e em 
contabilidade não poderia ser diferente. Entende-se por primazia da essência 
sobre a forma a correta classificação ou inserção de dados quaisquer na 
contabilidade, de forma que a essência será valorizada, em detrimento aos 
aspectos legais. Isso não significa que a legislação não será observada, contudo, 
ao nos depararmos com documentos como contratos, notas fiscais e duplicatas, 
devemos considerar valores e transações reais mais próximos da realidade, de 
forma a demonstrar a realidade econômica das empresas, com o objetivo de 
facilitar sua gestão, e não apenas cumprir com requisitos legais. 
No cenário brasileiro, essa primazia é algo relativamente novo, tendo em 
vista que requer senso de julgamento mais crítico, mas é uma realidade bastante 
arraigada na cultura dos contadores atuantes nos Estados Unidos e países da 
Europa. A essência sobre a forma pode ser entendida como a essência 
econômica sobre a forma jurídica, pregando que aquela prevalece sobre esta. 
Como exemplo dessa primazia, podemos citar o caso da depreciação. No 
Brasil, por muitos anos contabilizamos a depreciação com base na legislação do 
imposto de renda, no respectivo RIR – Regulamento do Imposto de Renda 
(1999), segundo o qual veículos têm vida útil determinada de cinco anos, com 
taxa de depreciação de 20% ao ano. Se analisarmos a depreciação de veículos 
sob o prisma da primazia da essência sobre a forma, podemos depreciar o 
veículo em um período diferente do estabelecido na legislação, visto que ele 
pode durar muito mais que cinco anos, a depender de sua manutenção. Assim, 
estou fazendo com que a essência econômica do veículo prevaleça sobre a 
forma jurídica, contida no RIR (1999). 
Podemos afirmar que a prática contábil se encaixa mais nos padrões da 
primazia da essência sobre a forma quando normas são elaboradas pelos 
próprios contadores, não existindo interferência significativa do Estado. Nesse 
sentido, o profissional contábil tem mais condições de fornecer informações reais 
nas demonstrações contábeis, de forma a facilitar e agilizar o processo decisório 
ou consultivo dos usuários desta informação. 
 
 
19 
TROCANDO IDEIAS 
A estrutura jurídica dos países é determinada por regimes legais, pois o 
sistema legal faz parte dessa estrutura. Temos dois sistemas legais ao redor do 
mundo: Code Law e Common Law. O sistema Code Law é baseado no direito 
romano, sendo um regime conhecido por sua visão legalista, na qual tudo deve 
ser previsto em lei. Common Law é um sistema de origem inglesa e tem como 
predominância um direito baseado em usos e costumes, ou seja, é um direito 
consuetudinário, que não passa por um processo de criação de leis, e sim 
soluções específicas para cada caso ou situação (Niyhama, 2006). 
O regime Code Law foi estabelecido durante o apogeu do Império 
Romano e deu origem a um sistema jurídico muito complexo, individualista e com 
alta formalidade. Tal regime é adotado em países como Japão, França e 
Alemanha, onde as regras são bastante detalhadas, para que sejam aplicadas. 
O regime Common Law é um sistema ou família do direito que se desenvolveu 
por meio de decisões de tribunais, e não mediante atos legislativos ou 
executivos. Países como Inglaterra, Estados Unidos, Canadá, Austrália e Nova 
Zelândia estão inseridos no sistema Common Law. 
Com base nisso, sabemos que na contabilidade existem regras, normas 
e princípios, e que os sistemas legais norteiam sua aplicação. No sistema Code 
Law, as normas contábeis tendem a ser editadas pelo governo, e a profissão 
contábil se torna mais executora e menos atuante. Diferentemente, no sistema 
Common Law, uma vez que a profissão contábil é autorregulamentada, torna-se 
responsável pela edição de normas contábeis e outros elementos pertinentes à 
profissão. 
Acesse o Ambiente Virtual da Aprendizagem (AVA) e utilize o fórum para 
discutir com seus colegas acerca dos regimes adotados pelos países do mundo. 
Aproveite e responda às seguintes perguntas: qual tipo de regime é adotado no 
Brasil? Qual regime influencia na adoção da primazia da essência sobre a 
forma? Na profissão contábil, quais as vantagens de um regime com grande 
interferência do Estado na legislação contábil? 
 
 
20 
NA PRÁTICA 
A empresa Pensamento Ltda., estabelecida na cidade de Toledo – PR, foi 
constituída no dia 2 de janeiro de 2017. 
No mês de janeiro de 2017, incorreu nas seguintes situações: 
a) Integralização do capital social no valor de R$ 100.000,00 no dia 
02/01/2017, em espécie. 
b) No dia 03/01/2017, adquiriu a prazo mercadorias (Nota fiscal 0123 – 
FornecedorPois é S/A) no valor de R$ 75.000,00, sem considerarmos 
impostos. 
c) No dia 04/01/2017, vendeu 50% das mercadorias adquiridas à vista, pelo 
valor de R$ 50.000,00 (NF 0415 – Cliente: Roda Roda Ltda.). 
d) No dia 05/01/2017, pagou despesa de aluguel referente ao mês de 
janeiro/2017, no valor de R$ 2.000,00. 
e) No dia 30/01/2017, fez provisão da despesa de energia elétrica referente 
ao mês de janeiro, no valor de R$ 200,00, com vencimento em 
15/02/2017. 
1. Tendo por base os quatro passos para definição acerca dos lançamentos 
de débito ou crédito, faça os lançamentos das situações abordadas. 
2. Classifique em cada lançamento se ele se caracteriza como ato ou fato 
contábil, e, caso seja fato, se permutativo, modificativo aumentativo, 
modificativo diminutivo, misto diminutivo e misto aumentativo. 
3. Apure o resultado da empresa Sentimento Ltda., com base no regime de 
competência e regime de caixa, e, ao final, aponte o valor do PL diante do 
regime de caixa e o PL diante do regime de competência. 
 
 
 
21 
Solução 
1. Solução A: 
Local e data Toledo - PR. 02/01/2017 
Conta debitada Caixa (ativo) 
Conta creditada Capital social (ativo) 
Histórico VR. Integralização de capital social referente à 
constituição da empresa nesta data 
Valor R$ 100.000,00 
 Situação B: 
Local e data Toledo - PR. 03/01/2017 
 
Conta creditada Fornecedores – Pois é S/A (passivo) 
Histórico VR. Aquisição de mercadorias por meio da NF 
0123, Fornecedores: Pois é S/A 
Valor R$ 75.000,00 
 Situação C: 
Local e data Toledo – PR, 04/01/2017 
Conta debitada Caixa (ativo) 
Conta creditada Receita de vendas (resultado) 
Histórico REC. Venda de mercadorias – NF 0415 – 
Cliente: Roda Roda Ltda. 
Valor R$ 50.000,00 
Local e data Toledo – PR, 04/01/2017 
Conta debitada Custo de mercadorias vendidas (resultado) 
Conta creditada Estoques (ativo) 
Histórico Vr. Baixa do estoque referente à venda de 
mercadorias – NF 0415 – Cliente: Roda Roda 
Ltda. 
Valor R$ 37.500,00 
 Situação D: 
Local e data Toledo – PR, 05/01/2017 
Conta debitada Despesas com aluguel (resultado) 
Conta creditada Caixa (ativo) 
 
 
22 
Histórico VR. Despesas de aluguel ref. Mês 04/2015 – 
vencimento: 10/05/2018 
Valor R$ 2.000,00 
 Situação E: 
Local e data Toledo – PR, 30/01/2017 
Conta debitada Despesas com energia (resultado) 
Conta creditada Contas a pagar – energia (passivo) 
Histórico VR. Despesas de energia ref. mês 01/2017 – 
vencimento: 17/02/2018 
Valor R$ 200,00 
2. Situação A – fato contábil – modificativo aumentativo, tendo em vista que 
aumentou ativo e aumentou PL. 
Situação B – fato contábil – permutativo, tendo em vista que aumentou 
ativo e passivo, sem interferir no valor do PL. 
 Situação C – fato contábil – misto aumentativo, misto diminuitivo, 
tendo em vista que no ato da venda aumentou ativo (caixa) e aumentou 
PL (receita de vendas). No segundo momento, diminuiu o PL (ICMS sobre 
vendas) e aumentou o PL (ICMS a pagar), e, ao final, diminuiu o PL (custo 
sobre vendas de mercadorias) e reduziu o ativo (estoques). 
 Situação D – fato contábil – modificativo diminuitivo, tendo em vista 
que diminuiu ativo e diminuiu PL. 
 Situação E – fato contábil – modificativo diminuitivo, tendo em vista 
que aumentou passivo e diminuiu PL. 
3. Apuração regime de caixa: 
Situação Data Entrada/saída no caixa Saldo atualizado do caixa 
A 02/01/2017 R$ 100.000,00 R$ 100.000,00 
B 03/01/2017 0,00 R$ 100.000,00 
C 04/01/2017 R$ 50.000,00 R$ 150.000,00 
D 05/01/2017 R$ 2.000,00 R$ 148.000,00 
E 30/01/2017 0,00 R$ 148.000,00 
Apuração regime de competência: 
DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO 
Receita de vendas 50.000,00 
 
 
23 
(-) ICMS sobre vendas 0,00 
(=) Receita bruta 50.000,00 
(-) Custo sobre mercadorias vendidas 37.500,00 
(=) Lucro bruto 12.500,00 
(-) Despesas 2.200,00 
Aluguel 2.000,00 
Energia elétrica 200,00 
(=) Lucro líquido 10.300,00 
 
ATIVO 
 Saldo anterior Débito Crédito Saldo atual 
Circulante 0,00 225.000,00 39.500,00 185.500,00 
 
Estoque - 75.000,00 37.500,00 37.500,00 
 
TOTAL DO ATIVO 0.000,00 225.000,00 39.500,00 185.500,00 
PASSIVO 
Contas a pagar – 
energia 0,00 0,00 200,00 
200,00 
Fornecedores 0,00 0,00 75.000,00 75.000,00 
Não circulante 0,00 0,00 0,00 0,00 
Patrimônio líquido 0,00 0,00 100.000,00 110.300,00 
Capital social 0,00 0,00 100.000,00 100.000,00 
Lucro do período 0,00 0,00 10.300,00 10.300,00 
TOTAL DO PASSIVO 0,00 0,00 186500,00 185.500,00 
 
 
 
 
24 
FINALIZANDO 
Nesta aula, vimos que o método das partidas é uma técnica de 
escrituração que consiste no entendimento de que os lançamentos de valores 
nas contas a débito devem ser sempre iguais ao total dos valores lançados nas 
contas de crédito, sendo considerado o método mais adequado para registro das 
operações que envolvem o patrimônio das organizações. 
Regime contábil pode ser entendido como o método de registro dos 
lançamentos contábeis, sendo classificado em regime de competência e regime 
de caixa. O regime de competência é realizado no período de competência da 
receita ou despesa realizada, ou seja, caso uma empresa tenha feito uma 
despesa no mês de junho para pagar apenas em outubro, o registro contábil será 
efetuado em junho, sendo esse o mês de competência da despesa. 
A primazia essência sobre a forma tende a ser menos executada em 
países cujo regime legal é o Code Law, estabelecido durante o apogeu do 
Império Romano e que deu origem a um sistema jurídico muito complexo, 
individualista e com alta formalidade. Nos países com regime Common Law, a 
situação é diferente, visto que tal sistema se desenvolveu por meio de decisões 
de tribunais, em que as normas não estão escritas, e sim sancionadas por 
costumes ou jurisprudência. Nestes países, a prática contábil se torna mais de 
acordo com a primazia da essência sobre a forma, pois as normas são 
elaboradas pelos próprios contadores, sem grande interferência do Estado, 
tendo melhores condições de gerar informações próximas da realidade. 
 
 
 
25 
REFERÊNCIAS 
ALMEIDA, M. C. Contabilidade intermediária. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2010. 
FEA/USP. Contabilidade Introdutória. 10.ed. São Paulo: Atlas, 2006. 
FRANCO, H. Contabilidade geral. 23. ed. São Paulo: Atlas, 1996. 
GASPARINI, C. O novo perfil de uma das profissões das profissões mais 
estáveis do Brasil. Exame, 2017. Disponível em: 
<https://exame.abril.com.br/carreira/o-novo-perfil-de-uma-das-profissoes-mais-
estaveis-do-brasil/>. Acesso em: 18 jul. 2019. 
IUDÍCIBUS, S de; MARION, J. C. Contabilidade comercial. 9. ed. São Paulo: 
Atlas, 2010. 
IUDÍCIBUS, S. de. Teoria da contabilidade. 10. ed. São Paulo: Atlas, 2011. 
MARION, J. C. Contabilidade básica. 10. ed. São Paulo: Atlas, 2009. 
______. Contabilidade empresarial. 15. ed. São Paulo: Atlas. 2009. 
NIYAMA, J. K. Contabilidade internacional. 1. ed. São Paulo: Atlas, 2006. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CONTABILIDADE DAS 
ORGANIZAÇÕES 
AULA 3 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Prof. André Júnior de Oliveira
 
 
CONVERSA INICIAL 
Nesta aula, falaremos sobre o plano de contas, um assunto muito 
importante, afinal, para tudo o que queiramos fazer, tanto no plano pessoal como 
profissional, precisamos de planejamento. Na contabilidade não é diferente, e é 
aí que entra o papel do plano de contas, uma ferramenta que contém códigos e 
classificações usados para o registro das entradas e saídas financeiras de uma 
empresa. Esses códigos, chamados de contas, são categorizados em grupos, 
servindo de base para estruturar os relatórios contábeis das organizações, como 
o seu balanço patrimonial e a Demonstração do Resultado do Exercício (DRE). 
CONTEXTUALIZANDO 
 O primeiro passo para a contabilização das empresas é a configuração do 
plano de contas, pois a gestão precisa estabelecer quais contas farão parte do 
sistemade contabilidade. Por meio das contas elencadas no plano de contas, as 
empresas têm condições de saber de onde vem (receitas, origens de recursos) 
e para onde vai o seu dinheiro (despesas, aplicação de recursos). Para tanto, a 
estrutura do plano de contas precisa ser atual e conveniente, de acordo com a 
realidade das operações da organização. 
O plano de contas dá direcionamento aos trabalhos contábeis executados 
nas empresas, servindo de modelo para a confecção das demonstrações 
financeiras. Ele organiza as finanças da entidade e segrega as despesas, 
receitas, ativos e passivos, com a finalidade de proporcionar aos usuários destas 
informações uma maior e melhor compreensão da saúde financeira da empresa. 
O plano de contas é flexível, uma vez que pode ser adaptado a qualquer 
hora, a fim de atender às necessidades da organização. Isso significa que as 
contas podem ser adicionadas contas de acordo com as exigências, contudo, as 
contas que um dia foram criadas podem mudar de nomenclatura, mas não 
podem ser excluídas, visto que já possuem registros anteriores. 
TEMA 1 – PLANO DE CONTAS: OBJETIVO E AGRUPAMENTOS 
 O plano de contas pode ser definido como o conjunto de contas, 
previamente estabelecido, com a finalidade de nortear os trabalhos contábeis de 
registro dos fatos e atos inerentes à entidade, servindo de parâmetro para a 
elaboração das demonstrações contábeis. É importante salientar que a 
 
 
montagem do plano de contas deve ser feita de forma personalizada, de acordo 
com a necessidade e realidade de cada empresa, uma vez que os usuários das 
informações podem precisar de detalhamentos específicos. Se o modelo de 
plano de contas for geral, ele não pode atender às necessidades dos usuários. 
 O plano de contas busca, então, estabelecer normas de conduta para o 
registro de operações da organização, e, na sua montagem, ele deve: 
• atender às necessidades de informação da administração da empresa; 
• ser elaborado de acordo com formato compatível com as normas legais 
de elaboração do balanço patrimonial e demais demonstrações contábeis, 
especificamente aos princípios de contabilidade; 
• adaptar-se tanto quanto possível às exigências dos agentes externos, 
principalmente às da legislação do imposto de renda. 
 O plano de contas pode ser entendido como um elenco de contas, ou 
conjunto de normas, no qual devem fazer parte as descrições de funcionamento 
de cada conta, ou seja, deve estar sempre acompanhado de um manual, com 
comentários e indicações acerca da aplicação e do uso de cada uma das contas. 
 O plano de contas deve estar estruturado de acordo com o conceito legal 
da Lei 6.404/1976 (artigos 176-182 e 187), sendo composto da seguinte forma 
no tocante ao balanço patrimonial: 
Ativo 
 
Passivo 
Circulante Circulante 
Não circulante Não circulante 
Realizável a longo prazo Patrimônio líquido 
Investimentos 
Imobilizado 
Intangível 
 Conforme mencionado anteriormente, cada conta é um elemento, e o 
patrimônio é composto por estes elementos. Cada inclusão ou alteração é feita 
por meio das contas e tem por objetivo registrar as movimentações patrimoniais. 
Dessa forma, é possível expor bens, direitos, obrigações, fazer o lançamento 
das receitas e das despesas, de forma que os resultados sejam apurados 
mediante o confronto destas, decorrentes das atividades da empresa. 
 
 
 Ao estruturar um plano de contas, deve ser observado que: a) as 
necessidades das empresas são diferentes, então, um plano de contas 
elaborado para a empresa A pode não ser útil para a empresa B; b) o ponto 
inicial para a elaboração do plano de contas é a movimentação da empresa, 
assim, o papel do contador é de monitorar e ser uma peça consultiva; c) a 
classificação deve partir do geral para o específico, dessa forma, existirá um 
grupo de contas, um subgrupo, e, neste subgrupo, as contas que são passiveis 
de lançamentos; d) a nomenclatura de cada conta deve ser de rápida 
identificação para os usuários deste plano de conta e para os que forem utilizar 
essa informação contábil. 
 O plano de contas pode ser entendido também como o agrupamento 
ordenado de todas as contas utilizadas pela contabilidade dentro das empresas, 
isto é, as contas de ativo, passivo, receita e despesas. 
 Para classificar os ativos e passivos em um plano de contas contábil, é 
preciso saber quais são os códigos referentes à classe deles. O plano de contas 
é dividido em grupos, subgrupos e contas, conforme o exemplo a seguir: 
• 1º dígito – classe (1 – ativo); 
• 2º dígito – grupo (1.1 – ativo circulante); 
• 3º dígito – subgrupo (1.1.1 – disponível); 
• 4º dígito – conta (1.1.1.01 – caixas e equivalentes de caixa); 
• 5º dígito – subconta (1.1.1.01.001 – caixa). 
 No geral, as contas são classificadas da seguinte forma: o classificador 1 
para o grupo do ativo; 2 para o grupo do passivo; 3 para as despesas e custos; 
4 para as receitas; e 5 para as contas de compensação. 
 Veja a seguir algumas classificações presentes nos planos de contas: 
1. Ativo: 
• circulante; 
• disponível; 
• aplicações financeiras. 
2. Passivo: 
• circulante; 
• não circulante; 
• patrimônio líquido. 
 
 
3. Despesas: 
• custos diretos de produção; 
• despesas operacionais; 
• outras despesas. 
4. Receitas: 
• receita bruta de vendas e serviços; 
• dedução de receita bruta de vendas e serviços; 
• receita operacional; 
• receita de participações societárias; 
• outras receitas. 
5. Contas de compensação 
TEMA 2 – RAZONETES 
 Razonete é uma versão simplificada ou até mesmo uma forma didática do 
livro Razão, fundamental ao processo de escrituração contábil, sendo exigido 
pela legislação brasileira para empresas enquadradas no regime tributário lucro 
real. O razonete também pode ser chamado de gráfico ou conta em T, sendo 
bastante utilizado pelos contadores, pois é por meio dele que são feitos os 
registros de forma individual por conta. 
O razonete foi criado com a finalidade de ajudar no entendimento da 
mecânica dos lançamentos contábeis. O controle individualizado das contas é 
importante para se conhecer os saldos, de forma a possibilitar a apuração dos 
resultados e a elaboração de demonstrações contábeis, como o balancete de 
verificação do razão e do balanço patrimonial. 
Figura 1 – Razonete 
 
Fonte: Oliveira, 2019. 
 
 
 Para creditarmos ou debitarmos, devemos saber de que tipo de venda ou 
compra se trata. Em uma compra a prazo de mercadorias, no valor de R$ 
10.000,00, com 12% de ICMS, por exemplo, teremos os seguintes razonetes: 
ICMS a recuperar 
R$ 1.200,00 
 
Fornecedores 
 R$ 10.000,00 
 
Estoques 
R$ 8.800,00 
 
 Conforme podemos observar nos lançamentos efetuados, para cada 
conta do balanço patrimonial utiliza-se um razonete e, nele, realiza-se a 
movimentação. De um lado, registram-se os aumentos e de outros as 
diminuições. Como saber em que lado colocar o acréscimo ou decréscimo? Tudo 
dependerá da natureza da conta, se esta pertence ao grupo do ativo, passivo, 
receita, despesa ou patrimônio líquido. Por exemplo, se a conta a ser utilizada 
for de ativo, os aumentos serão registrados no lado esquerdo do razonete e as 
diminuições do lado direito. Contudo, se a conta for de passivo ou PL, os lados 
serão invertidos: os aumentos serão registrados no lado direito do razonete e as 
diminuições no lado esquerdo. 
 A importância dos razonetes na atualidade é didática, sendo amplamente 
utilizados para o auxílio na compreensão de como as operações de uma 
empresa são processadas pela contabilidade. Na realidade prática, a fonte dos 
dados para a obtenção do balancete, do balanço patrimonial ou DRE – 
Demonstração do Resultado do Exercício é o livro diário. 
TEMA 3 – LANÇAMENTOS DE ABERTURA DE EMPRESA (INTEGRALIZAÇÃO 
DE CAPITAL) 
A constituição de uma empresa se dá com a abertura de atos constitutivos 
junto à Junta Comercial, sendo esta a responsável pelo

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