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Dhiego Lúcio da Silva 
Luiz Juciano Alves dos Santos 
 
Fichamento: Economia Política: da origem à crítica marxiana – Introdução (pg. 15-28) 
 
NETTO, José Paulo; BRAZ, Marcelo. Economia Política: uma introdução crítica. São 
Paulo: Cortez, 2006. 258p. 
 
 O termo (ou expressão) Economia Política deriva do grego, politeia = cidades-
estados, e, oikonomika = administração doméstica, de forma abstrata significando a 
administração do bem público, a cidade, mas que na modernidade passou a ser 
interpretada e definida como: o instrumento que estuda “as relações sociais próprias à 
atividade econômica, que é o processo que envolve a produção e a distribuição dos bens 
que satisfazem as necessidades individuais ou coletivas dos membros de uma sociedade” 
(NETTO; BRAZ, 2006, p.29). 
O termo Economia Política surge no contexto social, científico, na segunda década 
do século XVII, em trabalhos de Antoine Montchrétien (no livro Tratado de Economia 
Política), com o objetivo de transpor para a atividade estatal as ideias e os princípios da 
Economia, tratando de temas como o monopólio, a proteção à indústria, o trabalho, etc. 
Mas é, somente, a partir do século XIX que o termo ganha força como um 
instrumento de pesquisa e análise, onde foi utilizada para entender as mudanças que 
sofriam a sociedade na época, momento de grandes transformações (as Revoluções 
Industriais), grandes revoluções políticas (a queda de monarquias), sociais, culturais e 
econômicas (“luta” de classes), sendo desde esse momento constituída e sintetizada como 
um corpo teórico de relativa importância para os intelectuais da época. 
 Os principais pensadores do período (Smith e Ricardo) passaram a utilizar a 
economia política, não apenas como uma disciplina comum, mas, como um instrumento 
para analisar fatores e variáveis socioeconômicas como o trabalho, o valor e o dinheiro. 
A partir dessa análise começaram a interpretar e compreender estigmas da sociedade, 
principalmente, os voltados para as relações estabelecidas pelos homens, no caso a crise 
do Antigo Regime, onde estavam pautadas as relações de trabalho, mercantis, monetárias, 
etc., entre as classes sociais (proletariado e burguesia versus clero e nobreza). Outro ponto 
analisado por esses estudiosos foi que, a partir do momento em que o homem descobre – 
o que eles denominam de instituições econômicas – o capital, o lucro, o mercado, a 
propriedade privada, etc., eles passam a tratá-las como coisas naturais, e são, da vida 
social, sendo que tais instituições permanecem sempre inalteráveis na sua função básica 
e fundamental. 
 Com o estudo e a observação das relações sociais, essencialmente, as ligadas ao 
lado socioeconômico, foi possível perceber quais razões levaram a queda do Antigo 
Regime – a exploração e opressão da nobreza e clero sobre as classes “relativamente” 
inferiores – e a partir disso começou-se um novo período da economia clássica que se 
denominou a crise da economia política clássica. Tal crise surgiu da contraposição, 
contradição, da própria burguesia, dos seus ideais, onde passou de oprimida à opressora. 
Esse contrassenso surge em detrimento de a burguesia, que durante o Antigo Regime era 
idealizadora da liberdade, tal liberdade, a humana, na qual os indivíduos da sociedade 
seriam, em todas as classes e situações, iguais. Após alcançar seus objetivos assume de 
certa forma a posição da nobreza em relação ao proletariado, onde passa a oprimir – retirar 
a liberdade econômica do proletariado – passando assim, a ser julgada como uma 
burguesia conservadora. 
 A partir desse momento de transição e modificação no ideal burguês, a economia 
política passa a modificar-se, ganhando mais adiante (com Alfred Marshall e os 
neoclássicos) novos status – passando a ser constituída como, apenas, Economia - e 
objetivos de analises, tais como as novas relações de trabalho, no caso a produção, entre 
a burguesia e o proletariado, onde se é analisado minuciosamente o valor do produto do 
trabalho (valor do trabalho). 
 Por fim, outro marco da economia política se dá através do aprofundamento no 
estudo da relação burguesia-proletariado feito por Karl Marx, que após cerca 40 anos de 
pesquisa, observação, estabeleceu, de certa forma, um “vilão” presente nessa relação, o 
capital. Sendo esse capital, o responsável por essa condição de opressor econômico 
(burguesia) e oprimido econômico (proletariado). Marx, ainda com o estudo do capital, 
trata sobre a teoria valor-trabalho (estudada antes por Smith e Ricardo), através disso ele 
explica a relação entre o trabalhador e o bem produzido por seu trabalho, estabelecendo 
uma razão segundo a qual à mercadoria que requer mais trabalho para ser produzida, 
deveria corresponder uma maior remuneração do trabalhador que a produz, colocando-se 
este valor no preço final do produto, o que traria maior igualdade nas relações. Com isso, 
passou-se a analisar de forma mais sucinta, a produção, a valoração e a distribuição dos 
bens, a atividade econômica, no caso o objeto de estudo da economia política.

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