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1 - Paulo dirigia o seu automóvel pela Av. X, dentro da velocidade normal estabelecida para o trecho, quando uma roda do veículo caiu em um bueiro destampado. Desgovernado, o carro colidiu com um muro e ficou com a dianteira praticamente destruída. Paulo sofreu lesões físicas que o impossibilitaram para o trabalho por dez dias. De quem Paulo poderá pleitear indenização, com que fundamento e o que poderá pedir? RESPOSTA: Em se tratando de acidente ocorrido em decorrência de buraco em via pública, bueiro aberto, a responsabilidade é do município, pois a ele compete zelar pela segurança do sistema de trânsito local e pela conservação das vias de circulação da cidade, mediante a adoção de meios eficazes para prevenir acidentes, sendo certo que este responde de forma imediata e direta pelos danos ocorridos nas vias públicas do município, mesmo que possa ser atribuída responsabilidade a alguma concessionária de serviço público. 2 - Antônia teve o seu veículo apreendido em ação de busca e apreensão movida pelo Banco X. Pagas as prestações em atraso, seis meses depois o veículo lhe foi devolvido, mas inteiramente danificado, inclusive com subtração de peças e acessórios. Alega também Antônia que não poderá usar o seu veículo, enquanto não for consertado, no fornecimento de quentinhas para cerca de 80 pessoas, o que lhe daria um ganho diário de R$ 120,00. Em ação indenizatória contra o Banco X o que Antônia poderá pedir? RESPOSTA: Ela sofreu prejuízo no seu patrimônio, dano material e dano emergente (as peças), nascendo, portanto, o dever de indenizar, porque o depositário tinha que ter guardado e devolvido o bem em perfeitas condições. O carro era utilizado para trabalho e durante 6 meses ela perdeu o ganho que é o lucro cessante. Portanto, Antônia poderá pedir ressarcimento em relação aos danos materiais decorrentes da conduta do banco, exigindo o dano emergente, relativo ao que perdeu efetivamente e os lucros cessantes correspondente aos que razoavelmente deixou de ganhar com a venda das quentinhas, além de eventuais danos morais supervenientes. 3 - Em discussão ocorrida no trânsito, Antônio (25 anos) depredou com uma barra de ferro o veículo de José (75 anos), tendo este sido acometido de infarto fulminante, morrendo no local. Antônio responde civilmente pela morte de José? Por que? Resposta fundamentada. RESPOSTA: Não responderá pelo evento morte, mas pelo dano no veículo, porque ele quis depredar o automóvel do outro. Ele não queria que o José morresse, teve um resultado que não era previsto. Trata de responsabilidade subjetiva que é preciso culpa, e como faltou um dos elementos da culpa que é a previsibilidade, ele não responde então, pelo resultado morte, pois não deu a causa, e sim praticou ato ilícito, conforme Artigo 927 do CC. 4 - Marcos, tendo seu veículo fechado por outro carro, desvia com o intuito de evitar a colisão, sobe na calçada e atropela João, transeunte que retornava de seu trabalho. Reconhecido o estado de necessidade de Marcos na esfera criminal, com sua absolvição nesta seara, respaldada pelo ato justificado de fugir ao perigo iminente à própria vida, bem como dos passageiros de seu automóvel, pergunta-se: Marcos será compelido a indenizar João? Justifique. RESPOSTA: Aquele que deu a fechada em Marcos que foi a causa direta e imediata, assim, quem causou o perigo é que responde pelo dano causado. Marcos, em ação regressiva, terá ônus de identificar quem deu a fechada e correr atrás para reparar com base no art. 930 do CC. João foi a pessoa lesada, ele não causou perigo, nesse caso, o CC determina que aquele que causou o dano, mesmo em estado de necessidade tem o dever de reparar o dono, sendo o caso de indenização por ato lícito art. 929 C/C art. 188, II do CC. 5 - Flávia, 10 anos de idade, brincava com o irmão mais velho e dois colegas na piscina do Condomínio onde moravam. Quando Flávia estava mergulhando próximo do filtro (ralo) da piscina, teve seus cabelos sugados, tão fortemente que ficou presa no fundo, o que provocou o seu afogamento. Quando o irmão de Flávia conseguiu retirá-la do fundo da piscina ela já estava morta. Os pais de Flávia pretendem ser indenizados por danos materiais e morais. De quem poderão pleitear a indenização: do condomínio, do fabricante do filtro (ralo) ou de ambos? E m qualquer caso, qual será o fundamento legal do pedido indenizatório? RESPOSTA: O que causou o trágico acidente foi o defeito do ralo ou filtro (produto) da piscina por não ter oferecido a segurança legitimamente esperada. Não é previsível, nem concebível que o ralo de uma piscina sugue a água com tal intensidade que deixe uma pessoa presa pelos cabelos. A ação indenizatória deverá ser ajuizada contra o fabricante do filtro com base no art. 12 do CDC. 6 - Um prisioneiro do sistema penitenciário do Estado do Rio de Janeiro faleceu acometido de pneumonia. A viúva propõe ação indenizatória contra o Estado sob o fundamento de que a este cabia zelar pela integridade física do seu marido. Assiste- lhe razão? Resposta fundamentada. RESPOSTA: A responsabilidade do Estado é uma regra objetiva fundamentada na teoria do risco administrativo. Todavia também existe a culpa anônima ou falta de serviço, seja porque não funcionou quando deveria ou funcionou mal e tardiamente, é a responsabilidade subjetiva. Comprovando-se a culpa, na forma do art. 186 do CC, caso em que, se houver falta de serviço ou serviço mal prestado e este ser configurado, responderá o Estado pelo falecimento.
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