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UNIVERSIDADE DO ESTADO DE SANTA CATARINA – UDESC CENTRO DE CIÊNCIAS TECNOLÓGICAS – CCT DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA MECÂNICA – DEM PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA E ENGENHARIA DE MATERIAIS - PGCEM Formação: Mestrado em Ciência e Engenharia de Materiais DISSERTAÇÃO DE MESTRADO OBTIDA POR Helena Ravache Samy Pereira Schumacher CARACTERIZAÇÃO DO CONCRETO CONVENCIONAL COM PÓ DE PEDRA EM SUBSTITUIÇÃO PARCIAL A AREIA NATURAL Apresentada em 18 / 12 / 2007 Perante a Banca Examinadora: Dr. Luiz Veriano Oliveira Dalla Valentina - Presidente (UDESC) Dr. César Edil da Costa (UDESC) Dr. Masahiro Tomiyama (UDESC) Dra. Daniela Becker (SOCIESC) ii UNIVERSIDADE DO ESTADO DE SANTA CATARINA – UDESC CENTRO DE CIÊNCIAS TECNOLÓGICAS – CCT DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA MECÂNICA – DEM PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA E ENGENHARIA DE MATERIAIS - PGEM DISSERTAÇÃO DE MESTRADO Mestrando: HELENA RAVACHE SAMY PEREIRA SCHUMACHER – Engenheira Civil Orientador: Prof. Dr. LUIZ VERIANO OLIVEIRA DALLA VALENTINA CCT/UDESC – JOINVILLE CARACTERIZAÇÃO DO CONCRETO CONVENCIONAL COM PÓ DE PEDRA EM SUBSTITUIÇÃO PARCIAL A AREIA NATURAL DISSERTAÇÃO APRESENTADA PARA OBTENÇÃO DO TÍTULO DE MESTRE EM CIÊNCIA E ENGENHARIA DE MATERIAIS DA UNIVERSIDADE DO ESTADO DE SANTA CATARINA, CENTRO DE CIÊNCIAS TECNOLÓGICAS – CCT, ORIENTADA PELO PROF. DR. LUIZ VERIANO OLIVEIRA DALLA VALENTINA Joinville 2007 iii UNIVERSIDADE DO ESTADO DE SANTA CATARINA - UDESC CENTRO DE CIÊNCIAS TECNOLÓGICAS – CCT COORDENAÇÃO DE PÓS-GRADUAÇÃO - CPG "Caracterização do concreto convencional com pó de pedra em substituição parcial a areia natural" por Helena Ravache Samy Pereira Schumacher Essa dissertação foi julgada adequada para a obtenção do título de MESTRE EM CIÊNCIA E ENGENHARIA DE MATERIAIS na área de concentração "Cerâmica", e aprovada em sua forma final pelo CURSO DE MESTRADO EM CIÊNCIA E ENGENHARIA DE MATERIAIS DO CENTRO DE CIÊNCIAS TECNOLÓGICAS DA UNIVERSIDADE DO ESTADO DE SANTA CATARINA Dr. Luiz Veriano Oliveira Dalla Valentina (presidente) Banca Examinadora: Dr. César Edil da Costa UDESC/SC Dr. Masahiro Tomiyama UDESC/SC Dra. Daniela Becker SOCIESC/SC iv FICHA CATALOGRÁFICA NOME: SCHUMACHER, Helena Ravache Samy Pereira Schumacher DATA DEFESA: 18/12/2007 LOCAL: Joinville, CCT/UDESC NÍVEL: Mestrado Número de ordem: 90 – CCT/UDESC FORMAÇÃO: Ciência e Engenharia de Materiais ÁREA DE CONCENTRAÇÃO: Cerâmica TÍTULO: Caracterização do concreto convencional com pó de pedra em substituição parcial a areia natural PALAVRAS - CHAVE: Concreto, agregado e pó de pedra. NÚMERO DE PÁGINAS: 89 p. CENTRO/UNIVERSIDADE: Centro de Ciências Tecnológicas da UDESC PROGRAMA: Pós-graduação em Ciência e Engenharia de Materiais - PGCEM CADASTRO CAPES: 4100201001P-9 ORIENTADOR: Dr. Luiz V. Dalla Valentina PRESIDENTE DA BANCA: Dr. Luiz Veriano Oliveira Dalla Valentina MEMBROS DA BANCA: Dr. César Edil da Costa, Dr. Masahiro Tomiyama e Dra. Daniela Becker. v Dedico este trabalho aos meus filhos Victor Schumacher e Luiza Ravache Schumacher, pela compreensão nos momentos de ausência. vi AGRADECIMENTOS Ao professor Dr. Luiz V. O. Dalla Valentina, meu orientador e amigo, pelo incentivo e motivação em tantas conversas e momentos de alegrias e tristezas em todas as etapas desta pesquisa. Aos professores do Programa de Pós-graduação em Ciência e Engenharia de Materiais da Universidade do Estado de Santa Catarina, que de forma direta ou indireta contribuíram para a realização deste trabalho. À professora Dra. Marilena V. Folgueras, pela sua importante colaboração na elaboração deste trabalho e pela ajuda em todos os momentos difíceis. À Universidade do Estado de Santa Catarina – UDESC e ao Programa de Pós- graduação em Ciência e Engenharia de Materiais - PGCEM pela realização do presente trabalho. Ao Laboratório de Caracterização de Materiais do Departamento de Engenharia Mecânica onde foram realizadas as análises de microestrutura e composição mineralógica dos materiais. Ao Laboratório de Materiais de Construção do Departamento de Engenharia Civil onde foram realizados a maioria dos ensaios. À bolsista Carine Cardoso dos Santos, pela sua preciosa ajuda nos ensaios de laboratório. Aos amigos, em especial à Roberta H. Pires, que durante este período me acompanharam com ajuda e incentivo. vii LISTA DE FIGURAS Figura 2.1 Etapas do processo de fabricação do cimento Portalnd........................................................ 05 Figura 2.2 Principais fases do cimento Portland..................................................................................... 07 Figura 3.1 Comparação entre as classes de materiais granulares segundo várias normas...................... 15 Figura 3.2 Teor de umidade e absorção.................................................................................................. 17 Figura 3.3 Exemplos de curvas granulométricas.................................................................................... 18 Figura 3.4 Fluxograma esquemático de uma pedreira............................................................................ 22 Figura 4.1 Combinações possíveis do planejamento fatorial 32............................................................. 31 Figura 5.1 Ensaio de Los Ángeles.......................................................................................................... 37 Figura 5.2 Ensaio de abatimento do tronco de cone............................................................................... 47 Figura 6.1 Curva granulométrica da areia de rio.................................................................................... 52 Figura 6.2 Curva granulométrica do pó de pedra gnaisse....................................................................... 53 Figura 6.3 Curva granulométrica da mistura com 15 % de pó de pedra................................................. 54 Figura 6.4 Curva granulométrica da mistura com 30 % de pó de pedra................................................. 55 Figura 6.5 Curva granulométrica da brita............................................................................................... 56 Figura 6.6 Frações granulométricas da brita: (a) areia de rio e (b) pó de pedra gnaisse........................ 59 Figura 6.7 Forma e textura dos grãos grossos do agregado miúdo: (a) areia de rio e (b) pó de pedra gnaisse................................................................................................................................... 59 Figura 6.8 Forma e textura dos grãos médios do agregado miúdo: (a) areia de rio e (b) pó de pedra gnaisse................................................................................................................................... 60 Figura 6.9 Forma e textura dos grãos finos do agregado miúdo: (a) areia de rio e (b) pó de pedra gnaisse................................................................................................................................... 60 Figura 6.10 Forma e textura dos grãos muito finos doagregado miúdo: (a) areia de rio e (b) pó de pedra gnaisse......................................................................................................................... 61 Figura 6.11 Forma e textura da brita proveniente de rocha gnaisse......................................................... 62 Figura 6.12 Rocha gnáissica..................................................................................................................... 62 Figura 6.13 Difratograma de raios-X da areia de rio................................................................................ 63 Figura 6.14 Difratograma de raios-X do pó de pedra............................................................................... 64 Figura 6.15 Resistência à compressão...................................................................................................... 70 Figura 6.16 Influência do fator A/C sobre a resistência à compressão a 7 dias....................................... 71 Figura 6.17 Influência da porcentagem de pó de pedra sobre a resistência à compressão a 7 dias.......... 72 viii Figura 6.18 Influência da interação da porcentagem de pó de pedra com o fator A/C sobre a resistência à compressão a 7 dias.......................................................................................... 72 Figura 6.19 Influência do fator A/C sobre a resistência à compressão a 28 dias..................................... 73 Figura 6.20 Influência da porcentagem de pó de pedra sobre a resistência à compressão a 28 dias........ 73 Figura 6.21 Influência da interação da porcentagem de pó de pedra com o fator A/C sobre a resistência à compr74essão a 28 dias.................................................................................... 73 Figura 6.22 Gráfico de curvas de nível da resistência à compressão a 7 dias (MPa)............................... 74 Figura 6.23 Gráfico de curvas de nível da resistência à compressão a 28 dias (MPa)............................. 74 Figura 6.24 Gráfico de probabilidade normal dos resíduos para o modelo de análise da resistência à compressão a 7 dias............................................................................................................... 75 Figura 6.25 Gráfico de probabilidade normal dos resíduos para o modelo de análise da resistência à compressão a 28 dias............................................................................................................. 75 Figura 6.26 Microestrutura do concreto: (a) apresentando a textura do agregado e da matriz e (b) a rugosidade do agregado graúdo............................................................................................. 76 Figura 6.27 Microestrutura do concreto: (a) apresentando a má aderência entre o agregado graúdo e a matriz e (b) a má aderência entre o agregado graúdo e a matriz e porosidade..................... 77 Figura 6.28 Agregados de silicato de cálcio hidratado (C-H-S): (a) em amostra com fator A/C 0,56, (b) em amostra com fator A/C 0,54 e (c) em amostra com fator A/C 0,52........................... 78 Figura 6.29 Cristais de hidróxido de cálcio: (a) em amostra com fator A/C 0,56 e (b) em amostra com fator A/C 0,52........................................................................................................................ 78 Figura 6.30 Formação de etringita: (a) em amostra com fator A/C 0,54 e (b) em amostra com fator A/C 0,52................................................................................................................................ 79 Figura 6.31 Pozolanas: (a) em amostra com fator A/C 0,56 e (b) em amostra com fator A/C 0,54 ................................................................................................................. ............................. 79 Figura 6.32 Microestrutura do concreto: (a) diversas fases da matriz com fator A/C 0,52 e (b) diversas fases da matriz com fator A/C 0,54......................................................................... 80 ix LISTA DE TABELAS Tabela 2.1 Principais compostos do cimento Portland............................................................................ 05 Tabela 2.2 Resistência média do concreto em MPa em função da relação A/C para vários tipos de cimentos brasileiros............................................................................................................... 10 Tabela 2.3 Índices de expressão de previsão do módulo de elasticidade do concreto............................ 12 Tabela 3.1 Classificação da forma das partículas dos agregados............................................................ 19 Tabela 3.2 Textura superficial dos agregados......................................................................................... 20 Tabela 4.1 Arranjo dos dados para um planejamento fatorial com dois fatores..................................... 29 Tabela 4.2 Tabela de análise de variância para um fatorial com dois fatores, modelo de efeitos fixos.. 30 Tabela 5.1 Etapas da pesquisa................................................................................................................. 33 Tabela 5.2 Ensaios físicos do cimento CP-II-Z-32................................................................................. 42 Tabela 5.3 Ensaios químicos do cimento CP-II-Z-32............................................................................. 42 Tabela 5.4 Combinações possíveis no planejamento de experimentos utilizado.................................... 44 Tabela 5.5 Seqüência da mistura............................................................................................................. 45 Tabela 6.1 Distribuição granulométrica da areia de rio.......................................................................... 52 Tabela 6.2 Distribuição granulométrica do pó de pedra gnaisse............................................................. 53 Tabela 6.5 Distribuição granulométrica da mistura com 15 % de pó de pedra....................................... 54 Tabela 6.4 Distribuição granulométrica da mistura com 30 % de pó de pedra....................................... 55 Tabela 6.5 Distribuição granulométrica da brita..................................................................................... 56 Tabela 6.6 Massa específica e massa unitária no estado solto da areia de rio e do pó de pedra............. 57 Tabela 6.7 Massa unitária no estado solto, absorção e massa específica absoluta da brita..................... 57 Tabela 6.8 Substâncias deletérias presentes no agregado miúdo............................................................ 58 Tabela 6.9 Grãos medidos conforme fração granulométrica................................................................... 61 Tabela 6.10 Consistência do concreto fresco............................................................................................ 65 Tabela 6.11 Média e desvio padrão para a consistência do concreto fresco............................................. 65 Tabela 6.12 Consistências do concreto admissíveis.................................................................................. 66 Tabela 6.13 Massa específica, índices de vazios e absorção de água por imersão................................... 67 Tabela 6.14 Resistência à compressão do concreto com 7 dias................................................................68 Tabela 6.15 Resistência à compressão do concreto com 28 dias.............................................................. 68 Tabela 6.16 Média, desvio padrão e intervalo com 95% de confiança para a resistência à compressão a 7 dias................................................................................................................................... 69 Tabela 6.17 Média, desvio padrão e intervalo com 95% de confiança para a resistência à compressão a 28 dias................................................................................................................................. 69 Tabela 6.18 Análise de variância para o experimento de resistência à compressão com 7 dias............... 70 x Tabela 6.19 Análise de variância para o experimento de resistência à compressão com 28 dias............. 71 xi LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS A Absorção de água A/C Relação água cimento a1 e a2 Índices de expressão ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas ANOVA Análise de variância (Analysis of variance) C-S-H Silicato de cálcio hidratado d Massa específica do agregado seco D Diâmetro do corpo-de-prova DRX Difratometria de raios-X ds Massa específica do agregado na condição saturada superfície seca Ec Módulo de elasticidade inicial Ec Módulo de elasticidade inicial fc Resistência do concreto à compressão fck Resistência característica do concreto à compressão IBRACON Instituto Brasileiro do Concreto IV Índice de vazios m Massa ao ar da amostra seca ma Massa em água da amostra MEV Microscopia eletrônica de varredura mi Massa da amostra saturada imersa em água após fervura MO Microscopia Ótica MP Porcentagem de material pulverulento MQ Média quadrática ms Massa ao ar da amostra na condição saturada superfície seca msat Massa da amostra saturada em água após imersão e fervura Mt Teor de argila em torrões e materiais friáveis P Perda por abrasão PPM Partes por milhão Q Carga máxima SQ Soma quadrática V Volume do frasco yijk Observações do modelo estatístico ρa Massa específica da água ρr Massa específica real ρs Massa específica da amostra seca ρsat Massa específica da amostra saturada µ Efeito médio global xii jβ Efeito do j-ésimo nível do fator B iτ Efeito do i-ésimo nível do fator A IJ)(τβ Efeito da iteração entre A e B ijε Componente de erro aleatório xiii SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO.......................................................................................................................... 01 1.1 PROBLEMÁTICA....................................................................................................................... 01 1.2 OBJETIVOS................................................................................................................................. 02 1.3 ESTRUTURA DO TRABALHO................................................................................................. 03 2 CONCRETO............................................................................................................................... 04 2.1 CIMENTO PORTLAND............................................................................................................. 04 2.1.1 Fabricação do cimento Portland............................................................................................ 04 2.1.2 Composição química do cimento Portland.............................................................................. 05 2.1.3 Sólidos na pasta de cimento Portland hidratado..................................................................... 07 2.2 ZONA DE TRANSIÇÃO............................................................................................................. 09 2.3 PROPRIEDADE DO CONCRETO FRESCO............................................................................. 09 2.4 PROPRIEDADES DO CONCRETO ENDURECIDO................................................................ 10 2.4.1 Resistência à compressão........................................................................................................... 10 2.4.2 Massa específica.......................................................................................................................... 11 2.4.3 Resistência à tração.................................................................................................................... 11 2.5 MÓDULO DE ELASTICIDADE................................................................................................ 11 2.6 DIAGRAMA TENSÃO-DEFORMAÇÃO DE COMPRESSÃO DO CONCRETO................... 12 3 AGREGADOS............................................................................................................................ 14 3.1 ROCHAS...................................................................................................................................... 14 3.2 FRAGMENTOS DE ROCHA E FRAÇÕES GRANULOMÉTRICAS...................................... 15 3.3 CARACTERÍSTICAS DOS AGREGADOS............................................................................... 16 3.3.1 Massa específica.......................................................................................................................... 16 3.3.2 Absorção e umidade................................................................................................................... 16 3.3.3 Resistência à compressão, resistência à abrasão e módulo de elasticidade........................... 17 3.3.4 Composição granulométrica...................................................................................................... 18 3.3.5 Forma e textura superficial....................................................................................................... 19 3.3.6 Substâncias deletérias................................................................................................................ 20 3.4 FRAÇÃO FINA DA BRITAGEM............................................................................................... 21 3.4.1 Processo de fabricação dos agregados artificiais..................................................................... 21 3.4.2 Utilização da fração fina da britagem...................................................................................... 22 4 PLANEJAMENTO DE EXPERIMENTOS............................................................................ 28 4.1 ANÁLISE DE VARIÂNCIA....................................................................................................... 28 4.2 PLANEJAMENTO DE EXPERIMENTOS FATORIAIS COM DOIS FATORES.................... 29 4.3 ANÁLISE DE VARIÂNCIA PARA O MODELO COM EFEITOS FIXOS.............................. 29 4.4 PLANEJAMENTO FATORIAL 32............................................................................................. 31 4.5 VERIFICAÇÃO DA ADEQUAÇÃO DO MODELO................................................................. 32 5 MATERIAIS E MÉTODOS...................................................................................................... 33 5.1 CARACTERIZAÇÃO DOS MATERIAIS.................................................................................. 33 xiv 5.1.1 Agregados.................................................................................................................................... 33 5.1.2 Cimento.......................................................................................................................................41 5.1.3 Aditivo......................................................................................................................................... 42 5.2 DOSAGEM DO CONCRETO................................................................................................... 42 5.2.1 Traço experimental.................................................................................................................... 43 5.2.2 Planejamento de experimentos.................................................................................................. 44 5.3 PRODUÇÃO DOS CONCRETOS.............................................................................................. 44 5.3.1 Mistura dos materiais................................................................................................................ 44 5.3.2 Moldagem.................................................................................................................................... 45 5.3.3 Adensamento............................................................................................................................... 46 5.3.4 Cura............................................................................................................................................. 46 5.4 CARACTERIZAÇÃO DOS CONCRETOS................................................................................ 46 5.4.1 Propriedade no estado fresco – Índice de consistência.......................................................... 47 5.4.2 Propriedades no estado endurecido ......................................................................................... 47 5.4.3 Microestrutura do concreto ...................................................................................................... 50 5.5 CONSIDERAÇÕES..................................................................................................................... 49 6 RESULTADOS E DISCUSSÕES............................................................................................. 51 6.1 CARACTERIZAÇÃO DOS AGREGADOS............................................................................... 51 6.1.1 Distribuição granulométrica..................................................................................................... 51 6.1.2 Massa específica, massa unitária no estado solto e absorção................................................. 57 6.1.3 Substâncias deletérias do agregado miúdo.............................................................................. 58 6.1.4 Resistência à abrasão do agregado graúdo.............................................................................. 58 6.1.5 Forma dos grãos e textura superficial...................................................................................... 58 6.1.6 Composição mineralógica dos agregados................................................................................. 62 6.2 CARACTERIZAÇÃO DOS CONCRETOS................................................................................ 64 6.2.1 Propriedade no estado fresco – Índice de consistência........................................................... 64 6.2.2 Propriedades no estado endurecido.......................................................................................... 66 6.2.3 Microestrutura do concreto....................................................................................................... 76 7 CONCLUSÃO E TRABALHOS FUTUROS........................................................................... 81 7.1 CONCLUSÃO.............................................................................................................................. 81 7.2 TRABALHOS FUTUROS........................................................................................................... 82 REFERÊNCIAS......................................................................................................................... 83 xv RESUMO O uso das frações finas residuais de britagem no concreto traz benefícios ambientais através da minimização da geração de resíduos e da otimização de processos mineiros, além da redução dos impactos produzidos pela extração da areia natural. As frações finas também podem oferecer vantagens econômicas já que o produto é menos valorizado que a areia natural. Este trabalho tem por objetivo caracterizar o concreto convencional produzido com pó de pedra de origem gnáissica em substituição parcial a areia natural. Os agregados foram caracterizados por ensaios normatizados, microscopia ótica e difração de raios-x. A metodologia para a dosagem do concreto foi experimental e foi adotado um traço normal em relação ao consumo de cimento. Foram produzidos 144 corpos-de-prova cilíndricos, com o objetivo de estudar as propriedades físicas e mecânicas e a microestrutura do concreto. Para a análise da propriedade resistência à compressão foi adotado um planejamento fatorial com 2 fatores. Os fatores adotados foram o fator água/cimento e porcentagem de pó de pedra, cada um com 3 níveis. Diante dos resultados obtidos, verificou-se que apenas o fator água/cimento influenciou nos resultados de resistência à compressão. Os valores de massa específica estão em conformidade com os valores usuais para concreto convencional. É possível concluir que a utilização do pó de pedra no concreto convencional é perfeitamente viável em substituição parcial. Os resultados relacionados às propriedades físicas e mecânicas do concreto com pó de pedra não apresentaram diferenças significativas em relação ao concreto com 100% de areia natural. Palavras-chave: Concreto, agregado, pó de pedra xvi ABSTRACT The use of fine residual fractions of crushing in concrete brings enviromental benefits through de minimization of the generation of residues and the optimization of mining processes, besides de reduction of impacts produced by the extraction of natural sand. The fine fractions can also offer economic advantages since the product is less valued than natural sand. This paper aims to point out the conventional concrete produced with quarry fine of gnaissic origin in partial replacement of natural sand. The aggregates were pointed out by normatized esays, optical microscopy and X-ray diffraction. The methodology for a concrete dosage was experimental and a normal trace was adopted related to consumption of cement. 144 cylindrical test bodies were produced, aiming to study the physics and mechanic properties and the microstructure of the concrete. To the analysis of the property resistance to compression a factorial planning with 2 factors was adopted. The factors adopted were the factor water/cement and quarry fines percentage, each one with 3 levels. According to the gotten results, it was verified that only the factor water/cement influenced in the results of resistance to compression. The specific mass values are in conformity to usual values to conventional concrete. It is possible to conclude that the use of quarry fines in conventional concrete is perfectly feasible in partial replacement. The results related to the physic and mechanic properties of the concrete with quarry fines didn’t show meaningful differences related to the concrete with 100% of natural sand. Key words: concrete, aggregates, quarry fines xvii CAPÍTULO 1 - INTRODUÇÃO 1.1 - Problemática O concreto de cimento Portland é presentemente o material manufaturado mais utilizado. Entre as vantagens deste material de construção podem ser citados seu baixo custo relativo, a disponibilidade de seus materiais componentes, sua versatilidade e adaptabilidade, sua durabilidade e sua possibilidadede incorporar com vantagens rejeitos industriais. Para obter um concreto com características adequadas, combinada com benefícios ecológicos é necessária uma dosagem bem elaborada, ensaios em laboratório, seleção de material apropriado, cuidados na preparação, ou seja, estudos para a obtenção de um produto ainda melhor. O concreto é uma rocha artificial formada por agregados graúdos, miúdos e material ligante, podendo ter ainda aditivos químicos e minerais. O agregado miúdo utilizado na produção do concreto pode ser areia natural, cuja produção é ambientalmente problemática. A obtenção de areia natural pode ocorrer através da dragagem de depósitos de leitos de rios, por escavações mecânicas de depósitos de solos residuais derivados de alterações físico-químico de rochas, ou por desmonte hidráulico destas acumulações com posterior dragagem e armanezamento de cavas. Esses processos citados apresentam impactos ambientais significativos e de razoável extensão, com danos na maioria das vezes irreversíveis. Dentre os impactos ambientais identificados nas áreas de extração de areia natural, destaca-se perda da biodiversidade, o comprometimento do regime de vazão dos cursos de água, além do assoreamento dos mesmos pela destruição das margens e matas ciliares. Além do problema ambiental, a exaustão de áreas próximas aos grandes centros consumidores tem resultado na exploração de areias em locais cada vez mais distantes dos centros urbanos, o que onera o preço final da areia natural. A proposta e também desafio de hoje em dia é que o uso atual de um recurso não deve comprometer seu uso pelas futuras gerações. O desenvolvimento sustentável implica na necessidade de avaliação dos processos de obtenção de materiais utilizados na construção civil. Ou ainda, uma avaliação dos aspectos ambientais associados a esses produtos. xviii Diante desta situação surge como alternativa o uso do pó de pedra de origem gnáissica, obtida pela britagem direta das rochas, em substituição parcial a areia natural no concreto convencional. A geração de resíduos na indústria extrativa de pedra britada é um dos principais problemas econômicos e ambientais do setor, pois uma parcela significativa de suas reservas minerais acaba sendo perdida devido à inadequada disposição ou descarte das frações finas produzidas. Esta fração, conhecida no mercado como pó de pedra e areia de brita tem sido procurada no mercado, porém existe pouca especificação técnica. Geralmente este subproduto é armazenado em pilhas de estoque ao ar livre, sujeito à ação dos ventos e das chuvas e à liberação de material particulado para as drenagens e corpos de água. O uso das frações finas residuais de britagem no concreto traz benefícios ambientais através da minimização da geração de resíduos e da otimização de processos mineiros além da redução dos impactos produzidos pela extração da areia natural. As frações finas também podem oferecer vantagens econômicas já que o produto é menos valorizado que a areia natural. 1.2 - Objetivos O objetivo geral deste trabalho é a caracterização do concreto convencional produzido com pó de pedra de origem gnáissica em substituição parcial a areia natural. E como objetivos específicos pode-se citar: • identificar, caracterizar e estudar os materiais e a interação entre eles; • dosar os concretos convencionais utilizando a mistura de pó de pedra e da areia natural como agregado miúdo; • caracterizar as propriedades físicas do concreto convencional; • avaliar a resistência à compressão do concreto convencional utilizando um planejamento fatorial de dois fatores; • analisar a microestrutura da matriz cimento e da zona de transição interfacial entre a matriz de cimento e o agregado. xix 1.3 - Estrutura do trabalho Este trabalho está estruturado em sete capítulos. O segundo, terceiro e quarto capítulo apresentam a revisão bibliográfica sobre temas de importância para a pesquisa. O segundo capítulo aborda as definições e propriedades do concreto. O terceiro capítulo apresenta o tema agregados, inclusive citando pesquisas recentes na área da utilização das frações finas de britagem. O quarto capítulo descreve o método estatístico fatorial utilizado para avaliar a propriedade mecânica resistência à compressão do concreto No quinto capítulo, materiais e métodos, é feita a descrição de toda a metodologia para a caracterização dos materiais, produção e caracterização do concreto. No sexto capítulo, resultados e discussões apresentam-se todos os resultados obtidos de caracterização dos materiais e do concreto. No sétimo capítulo, são apresentadas as conclusões obtidas a partir da discussão dos dados e sugerem-se temas para pesquisas futuras.
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