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1. Compreensão e Intelecção Textos

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Intelecção, Compreensão, Leitura, Análise e Interpretação de Textos
COMPREENSÃO E INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS NA PRÁTICA
A compreensão e interpretação de textos, através da ótica das provas de concursos públicos e vestibulares, é simplesmente entender o conteúdo do texto focado, isto é, limita-se rigorosamente ao que o texto diz, de maneira explícita ou implicitamente.
Ao se fazer a compreensão e interpretação de textos, não se deve preocupar-se com o subjetivismo, a moral, o emocional, que seu conteúdo possa inspirar. Deve-se ficar restrito àquilo de que o texto trata, às ideias explícitas e implícitas que seu autor expõe. As experiências de vida do intérprete não interessam à compreensão e interpretação de textos. Para um perfeito entendimento do que acabamos de afirmar, leia o texto e a pertinente questão aplicada em prova de concurso público do MPU, pela organizadora FCC, com adaptações nossas:
Os mitólogos costumam chamar de imagens de mundo certas estruturas simbólicas pelas quais, em todas as épocas, as diferentes sociedades humanas fundamentaram, tanto coletiva quanto individualmente, a experiência do existir. Ao longo da história, essas constelações de ideias foram geradas quer pelas tradições étnicas, locais, de cada povo, quer pelos grandes sistemas religiosos. No Ocidente, contudo, desde os últimos três séculos uma outra prática de pensamento veio se acrescentar a estes modos tradicionais na função de elaborar as bases de nossas experiências concretas de vida: a ciência. Com efeito, a partir da revolução científica do Renascimento as ciências naturais passaram a contribuir de modo cada vez mais decisivo para a formulação das categorias que a cultura ocidental empregará para compreender a realidade e agir sobre ela.
No texto acima, o autor
A. ...
B. ratifica a ideia, construída ao longo da trajetória humana, de que o pensamento científico é a via mais eficaz para o conhecimento da realidade.
C. atribui a idiossincrasias culturais as distintas representações daquilo que legitimaria as práticas humanas.
D. ...
E. expressa sua compreensão de que, fora do âmbito racional, não há base sólida que fundamente a vida dos seres humanos.
Uma pessoa, simpatizante do espírito científico, ou seja, que tende a aceitar somente aquilo que pode ser explicado pela razão, seria fortemente influenciada a considerar verdadeira a opção "B" ou a "E". Além disso, o autor faz expressivas alusões ao caráter científico nos dois últimos períodos, que formam mais da metade do parágrafo em análise. Tudo isso constitui forte carga de influência para quem tem que resolver a questão e, ainda por cima, sob a coação do tempo, como o é em concursos públicos. Vista sob esse aspecto, a tarefa de compreensão e interpretação de textos está seriamente comprometida pelas armadilhas representadas por essas duas opções acima referidas.
Como para cada veneno há um antídoto apropriado, essas "pegadinhas", em compreensão e interpretação de textos, podem ser evitadas, se prestarmos mais atenção ao verbo que indica a ação ou posição do autor sugerida em cada alternativa. Na alternativa "B", o verbo é "ratifica a ideia, construída ao longo da trajetória humana, ...", e, na alternativa "E", é "expressa sua compreensão de que, ...". Como se trata de um parágrafo cujo texto é do tipo descritivo (descrição de realidades em determinadas épocas), longe está a possibilidade de o autor "ratificar alguma ideia", como também de "expressar sua compreensão". Situações, essas, próprias de textos dissertativos.
Deixamos de mencionar as opções "A" e "D" por fugirem do tema influência da subjetividade do intérprete cuja importância pretendemos destacar em compreensão e interpretação de textos.
Em compreensão e interpretação de textos, há uma categoria de questões do tipo "Pode-se inferir do texto que ...". O que se pede, nessa classe de questões, não está explícito no texto, isto é, não está escrito. Tem-se que chegar à alternativa correta por conclusão, deduzir por raciocínio. Por exemplo, se encontrarmos em um texto a seguinte afirmação: "Aquela lata velha foi o meu primeiro carro.", podemos inferir, sem nenhum temor, que o autor possuiu mais de um carro. A palavra "primeiro", da afirmação em análise, dá margem a essa conclusão.
Observe o texto e a respectiva questão, a seguir.
A cultura, e consequente organização social, política e econômica dominante na sociedade contemporânea, ainda é aquela que começou a nascer no século XVI, quando um conjunto de inovações tecnológicas num contexto histórico favorável contribuiu para o início do enterro do Antigo Regime, no qual a Terra estava no centro do universo, a ordem social era imutável e a Igreja, junto com o poder absolutista, tinha o monopólio da informação.
A prensa de Gutenberg estava entre as inovações tecnológicas que contribuíram para a ascensão do mundo burguês. E os seus principais produtos - o livro e o jornal - foram entendidos durante muitos anos pela ordem dominante como ferramentas subversivas. Esta subversão gestou e gerou o mundo em que vivemos. Um mundo onde a iniquidade social ainda incomoda e assusta, mas no qual todas as barreiras para a geração de riqueza e de conhecimento foram derrubadas, num processo que também gerou a onda de inovação que estamos vivendo e a possibilidade de darmos o próximo salto.
Não é função da indústria pensar a educação. A missão de qualquer empresa é lutar com todas as suas forças para crescer e se perpetuar. Mesmo quando isso vai de encontro aos interesses da comunidade em que está inserida. Ela jamais poderá pensar com a devida isenção numa plataforma de serviços focada em educação.
Por isso mesmo, nenhum representante da indústria de tecnologia poderia ter sido pioneiro num projeto de educação fundamentado nas profundas e dramáticas mudanças que a cibernética tem trazido para as nossas vidas.>
É correto inferir do texto que seu autor,
A. como jornalista que é, questiona a importância do livro e do jornal no mundo contemporâneo, como instrumentos essenciais para a divulgação do conhecimento.
B. ao apontar a importância de algumas inovações tecnológicas do mundo moderno, reconhece a importância da cibernética para os projetos educacionais.
C. pensando em um projeto de educação eficaz, afasta qualquer possibilidade de envolvimento de empresas, a despeito do interesse que elas possam demonstrar.
D. ao reconhecer a inoperância do empresariado, especialmente na área da cibernética, ignora o impacto que essa tecnologia poderia causar em um projeto educacional.
E. como defensor do desenvolvimento tecnológico, propõe uma educação voltada especificamente para a indústria da informática, base da integração social.
Esse tipo de questão exige atenção redobrada do intérprete. Seja pela resposta não estar explicitamente no texto, seja pelas requintadas sugestões das opções errôneas. Vamos, então, à compreensão e interpretação do texto, opção por opção.
Trata-se de um texto dissertativo. Cuidado! Há períodos muito longos, que podem comprometer o trabalho de compreensão e interpretação de texto.
Na opção "A", afirma-se que o autor "questiona a importância do livro e do jornal no mundo contemporâneo". Ora, questionar é levantar um assunto como questão, como foco de discussão. E isso não ocorre em relação ao livro e ao jornal, aos quais faz uma breve referência, como principais produtos da prensa de Gutenberg. Aqui, a compreensão e interpretação de texto nos aponta esta opção como INCORRETA.
A alternativa "C" é um primor de "pegadinha" e começa com a forma verbal "pensando". O terceiro parágrafo do texto em análise, inicia e termina por frase cujo verbo é "pensar". Espero que o leitor tenha percebido a forçada de barra da FCC, saturando a mente do intérprete com o verbo pensar. Vamos começar analisando as sentenças desta opção. Primeiramente, coloca-se todo o período composto em ordem direta para facilitar a compreensão e interpretação de texto, obtendo-se: "(O autor) afasta qualquer possibilidade de envolvimento de empresas, pensando em umprojeto eficaz, a despeito do interesse que elas possam demonstrar."
A primeira sentença, por si só, já é suficiente para indicar algum indício de incoerência. A propósito, duvide sempre de sentenças absolutistas do tipo "nunca, jamais, qualquer, todo etc.". E que temos, então? Nada mais, nada menos que uma dessas sentenças (" afasta qualquer possibilidade") em dissonância com o último período do terceiro parágrafo do texto, que afirma "Ela jamais poderá pensar com a devida isenção numa plataforma de serviços focada em educação." Assim sendo, é admitida a possibilidade de "ela (a empresa) pensar", interessar-se, envolver-se em educação, desde que SEM A DEVIDA ISENÇÃO. Portanto, nem todas as possibilidades de envolvimento foram afastadas. Superada a barreira da "isenção", é possível o envolvimento da empresa com educação. É bom que se destaque que o verbo pensar pode ser tomado no sentido de envolver-se, interessar-se etc. Essa equivalência semântica verbal é ocorrência bastante comum em compreensão e interpretação de textos.
A opção "D" já é reprovada na primeira frase, uma vez que o autor não considera o empresariado inoperante em nenhuma área, muito menos na área da cibernética. Uma ou outra "colher de chá", como essa, sempre ocorre em compreensão e interpretação de texto, ou seja, a constatação imediata e fácil da inconsistência de uma opção.
Na opção "E", também a primeira frase já a descredencia como verdade, uma vez que o autor não defende o desenvolvimento tecnológico. A compreensão e interpretação de texto, aqui, também não oferece nenhuma dificuldade aparente.
A RESPOSTA CORRETA ESTÁ NA ALTERNATIVA "B", na qual o autor "aponta a importância de ALGUMAS inovações tecnológicas", em vez de "defender o desenvolvimento tecnológico", como ressalta, erroneamente, a opção "E". Na alternativa "B", que é a CORRETA, o autor apenas "reconhece a importância da cibernética (ciência que se relaciona a organismos vivos e máquinas) para a educação", em vez de propor qualquer coisa, como também indica, indevidamente, a opção "E". Em compreensão e interpretação de textos, como se pode notar, a opção verdadeira deve ser legitimada tanto pela sua harmonia com o texto em análise quanto pela contradição a outras alternativas que a ela aparentam assemelhar-se.
Depreende-se da resolução desta questão a importância da significação dos verbos. O conhecimento daquilo que o verbo quer dizer é a chave para fazer inferências, ou seja, conclusões às quais se chega por deduções. Por exemplo, há uma visível distinção entre "reconhecer o livro e o jornal como principais produtos da prensa de Gutenberg" (segundo parágrafo do texto) e "questionar a importância do livro e do jornal.", conforme atesta a alternativa "A". A mensagem expressa pelo verbo é ponto meritório em compreensão e interpretação de textos.
Numa outra base de compreensão e interpretação de textos, veja a opção "C", que afirma que o autor "afasta qualquer possibilidade" de envolvimento de empresas, enquanto, no último período do texto, esse envolvimento é restringido apenas para manter-se a isenção. Em compreensão e interpretação de textos, também tenta-se pegar o incauto intérprete em armadilhas grotescas como a da opção "D", a qual refere-se à inoperância do empresariado, fato que não encontra eco no contexto analisado. A importância da significação do verbo volta à baila na questão "E", que usa falsamente a forma "defender", ao passo que o autor, em seu texto, apenas "aponta" a importância de algumas tecnologias. Mais adiante, a mesma alternativa indica, também de modo errado, que o autor propõe, enquanto, no texto analisado, o referido autor não faz nenhuma proposta.
Assim, você acabou de conhecer o lado prático da compreensão e interpretação de textos. Mesmo por meio de uma exposição muito resumida, acredita-se que ela lhe preste algum auxílio na formação de sua sólida base para o pleno entendimento de textos.

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