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etica legislação profissional aula 03

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UNIDADE 3 - Virtudes profissionais básicas e complementares e normatização do 
gerenciamento contábil
Zelo .............................................................................................................................07
Honestidade ..................................................................................................................09
Sigilo ............................................................................................................................09
Competência .................................................................................................................10
Integridade ....................................................................................................................11
Virtudes complementares profissionais ..............................................................................11
Normatização deontológica do gerenciamento contábil .....................................................17 
Síntese ..........................................................................................................................28
Referências Bibliograficas ................................................................................................29
Sumário
05
A partir de agora, vamos refletir sobre virtudes e normas profissionais importantes para 
uma carreira profissional, a exemplo da contábil. Começaremos discutindo sobre virtude. 
O que seria uma virtude? O termo virtude, de acordo com Cunha (1982), vem do latim 
virtus e significa “disposição firme e constante para a prática do bem”. A partir deste 
conceito, é possível compreender que toda e qualquer profissão deve ter como princípios 
as mesmas virtudes.
 Você deve lembrar que as virtudes básicas dos profissionais, de acordo com Sá (2001, 
p. 175):
[...] são aquelas que são indispensáveis, sem as quais não se consegue a 
realização de um exercício ético competente, seja qual for a natureza do serviço 
prestado. 
Estas virtudes devem contribuir para a formação da 
[...] consciência étnica estrutural, os alicerces do caráter e, em conjunto, 
habilitarem o profissional ao êxito em seu desempenho.
Utilizaremos, como referência, as virtudes básicas apresentadas por Sá (2001, p. 
175), para quem: “[...] o serviço prestado deriva-se de conhecimentos formados nas 
universidades, notadamente naqueles de maior alcance social”. Assim, o profissional que 
tem compromisso com o trabalho que realiza, que se compromete com a elaboração de 
um trabalho honesto e com qualidade, está apresentando um comportamento ético e 
virtuoso.
Você sabe que o profissional deve possuir muitas virtudes para que, de fato, haja eficácia 
no seu trabalho. Por isso, conheceremos, a partir de agora, as virtudes vistas como 
essenciais.
Unidade 3Apresentação
07
Zelo 
Segundo Cunha (1992), a palavra zelo vem do latim zélus e significa “cuidado, desvelo 
ardente”. Inicia-se, assim, com a responsabilidade individual, pois tem a ver com a relação 
entre o profissional e o objeto de trabalho. Como afirma Sá (2001, p. 176):
[...] o zelo é uma virtude que, como as demais, muito depende do próprio ser, o que exige do 
profissional a necessidade de doação e busca total de meios possíveis para que o objeto de 
trabalho seja cumprido de forma eficaz no momento em que o compromisso é assumido.
Ainda de acordo com Sá (2001, pp. 176-177), “[...] Ninguém é obrigado a aceitar um 
empenho profissional, mas se obriga ao aceitá-lo.” Isto quer dizer que, uma vez a tarefa 
aceita, ela deve ser assumida de forma profissional e concluída dentro dos critérios 
da ética, pois, como afirma o mesmo autor, “[...] o importante é que não falte todo 
o esforço e cuidado para que o serviço se execute em favor do utente, mesmo em condições 
adversas”.
Observe bem que a atitude zelosa exige do profissional um conhecimento profundo daquilo 
que se propõe a fazer. Um exemplo é o trabalho de um profissional em Contabilidade 
assessorando a Justiça. Ele precisa conhecer todo processo, fazer um estudo de todos os 
documentos ligados ao tal processo, ouvir as pessoas envolvidas, procurar chegar a todos os 
detalhes ligados ao fato.
Assim, será possível afirmar que a aceitação do trabalho é o início da atitude zelosa e 
só termina quando o trabalho realizado é entregue. Encontraremos em alguns casos a 
necessidade de acompanhamento e assistência após a conclusão e a entrega do trabalho. No 
momento em que se tem a consciência de que a satisfação do contratante e o respeito à tarefa 
devem ser fatores primordiais, e é necessário um contrato que garanta a eficácia de ambas as 
partes.
Note bem que é no contrato que estarão sendo definidos prazos de entrega, os honorários, a 
forma de pagamento, a forma como o serviço será executado, evitando, na maioria das vezes, 
mal entendidos e insatisfações. Em alguns casos, a depender do profissional e do trabalho, 
o que não se aplica ao serviço contábil, uma explicação verbal atende ao acordo, mas nem 
por isso exclui o dever do zelo. Isto quer dizer que a obrigação com o cuidado, com o zelo da 
tarefa, não irá variar, o que pode variar é a qualidade do serviço e a formalização do contrato.
Capítulo 3Virtudes profissionais básicas e 
complementares e normatização 
do gerenciamento contábil
08 Laureate- International Universities
Ebook - Ética e Legislação Profissional
Figura 1: Todo contrato celebra responsabilidade entre as partes. 
Fonte: Shutterstock (2015). 
Torna-se importante saber que a diligência é uma forma de zelo, isto por se caracterizar 
pela consistência com a qual a tarefa vem a ser exercida. A negligência seria o contrário de 
zelo, pois é considerada a responsável por grande parte das falhas na execução de tarefas 
e, a depender do caso, a negligência pode causar até quebra de empresas. Dessa forma, 
enumeramos, a seguir, atitudes que, para diversos autores, podem ser consideradas como falta 
de zelo no exercício da profissão:
 - não cumprir tudo o que for necessário para o desempenho eficaz de uma tarefa que 
se assumiu;
 - passar para um colega de menor experiência, ou mesmo para um estagiário, uma 
tarefa que este não tem capacidade para cumprir com êxito a sua execução;
 - dar opinião sem os limites de prudência e segurança necessários;
 - não avaliar a fundo uma questão para emitir um parecer, a menos que o assunto seja 
comum, habitual, que já tenha a resposta habitualmente dada em outros casos.
É importante você ter em mente que o zelo não se confunde com competência 
superior, cargo nem poder, porém, ele exige o entusiasmo pela tarefa. Observa-se que 
quem pratica o zelo busca a utilidade profissionalmente, e produz a utilidade quem 
o pratica. É preciso a disposição para tornar o zelo um hábito, em toda e qualquer 
ocasião.
NÓS QUEREMOS SABER!
09
Honestidade 
Você já deve saber, mas é bom relembrar que esta virtude caracteriza-se pela lealdade, 
fidelidade, sinceridade e respeito ao outro, constituindo-se como atributo maior e decisivo na 
relação estabelecida entre o contratante e o contratado, porque pressupõe confiança. Assim, 
afirma Sá (2001, p. 183): “[...] Sob esse aspecto a honestidade situa-se como uma compatível 
prática do bem com a confiança depositada por terceiros em alguém [...]”.
Note bem que não basta ter a intenção de ser honesto, é preciso ser honesto em suas ações, 
seja como pessoa, seja como profissional. Então, é preciso ser e parecer honesto, apresentar 
o ânimo de sê-lo, independentemente do ambiente em que se está. A desonestidade revela-se 
como abuso de confiança, indução maliciosa e arbitrariedade que se caracteriza, segundo Sá 
(2001, p. 184), por: 
[...] fascinação pelos lucros, privilégios e benefícios fáceis, pelo enriquecimento e 
desfrute ilícito em cargos que outorgam autoridade e depositam a confiança coletiva em 
alguém,para através dela ensejar a prática de atos tirânicos ou egoístas. 
Tenha em mente que, ao falar da honestidade, deve-se ter consciência de que ela deve ser 
plena em todos os sentidos, pois não existe meia-confiança ou confiança pela metade. Uma 
vez que se trai a confiança, é difícil a sua recuperação. No momento em que um profissional 
contratado não age de acordo com os princípios da honestidade, pode trazer sérios prejuízos 
não só ao contratante, como também a toda uma classe de profissionais, provocando inclusive 
desvalorização de uma comunidade. Ainda segundo Sá (2001, p. 187):
A honestidade é um princípio que não admite relatividade, ou seja, o indivíduo é ou não 
é honesto; não existe o relativamente honesto nem o aproximadamente honesto, tão como 
não existe uma honestidade adaptável a cada comportamento perante terceiros.
Observe que o profissional honesto não deseja prejudicar ninguém e não faz acordos que 
possam gerar lesão a terceiros. Ser honesto é agir com lealdade. Assim, podemos concluir 
que, sendo a lealdade um fator essencial à honestidade, não se deve esquecer que o termo 
“lealdade” constitui-se de um significado maior. Nele está também a disposição para atitudes 
de solidariedade, fidelidade, sinceridade, cumplicidade entre outras. Há de se ter o cuidado 
de que a lealdade, no estudo aqui proposto, precisa estar atrelada a atos éticos, e não à 
cumplicidade em atos viciosos.
Sigilo
Fique atento, porque tão importante quanto o zelo e a honestidade é o sigilo profissional, 
através do qual se torna possível para o contratado a manutenção do vínculo profissional. 
Porém, preste ainda mais atenção, porque nem tudo é objeto de sigilo, mas preferível será 
sempre que o profissional se reserve quanto a tudo o que sabe e que lhe é reservado pelo 
cliente ou que ele veio a saber por força da execução trabalho, conforme afirma Sá (2001).
Mesmo que o cliente não manifeste o desejo para que se resguarde sigilo sobre os dados 
fornecidos ao profissional, o ideal é que se mantenha total reserva sobre as informações 
adquiridas. Informações sobre novas propostas a serem implantadas numa empresa podem ser 
copiadas e, de certa forma, colocadas no mercado por empresas concorrentes, provocando 
problemas e prejuízos, assim como documentações e registros contábeis.
10 Laureate- International Universities
Ebook - Ética e Legislação Profissional
Segundo Fipecafi (1997), baseado no código de ética elaborado pelo Institute of Management 
Accountants, o contador, no exercício da profissão, deve:
•	 guardar segredo de toda informação confidencial da empresa;
•	 informar os subordinados e monitorá-los, de forma a manter o sigilo das informações;
•	 abster-se de usar informações confidenciais (insider information) em proveito próprio ou 
para pessoas relacionadas.
A quebra de sigilo revela-se uma atitude não ética. Existem algumas posturas que o profissional 
pode seguir para que não haja esta quebra. Por exemplo, na área judicial, o profissional não 
deve depor contra o cliente quando esta atitude exigir a revelação de segredo, a não ser que 
seja uma solicitação daquele que a ele confiou o segredo. O contabilista, perante o poder 
fiscal, jamais deve fazer denúncia contra seu cliente, não importando as circunstâncias.
A quebra de sigilo pode se dar de forma intencional, tanto por interesse de vingança quanto 
com o intuito de tirar proveito. Neste caso, na área tributária, como em tantas outras é 
considerada como um ato criminoso. Todos estes atos parecem improváveis, porém, são 
praticados por determinados profissionais, mesmo sabendo que todos eles vão de encontro ao 
que verdadeiramente pode ser considerado como um comportamento ético. 
Competência
Perceba que, do ponto de vista funcional, competência “[...] é o exercício do conhecimento de 
forma adequada e pertinente a um trabalho” (SÁ, 2001, p. 192). Portanto, no momento em que 
se é solicitado para uma tarefa para a qual lhe falte todo o conhecimento necessário, é ético 
recusá-la. Sá (2001) apresenta exemplos de situações causadas por falta de conhecimento do 
contabilista: multas fiscais, certificados de regularidade de peças contábeis que são dados por 
auditores e onde se comprovam fraudes elevadas das administrações contra o público.
Figura 2: Recuse uma tarefa para a qual não seja competente. 
Fonte: Shutterstock (2015).
11
Atualmente, muitos recursos estão disponíveis para qualquer profissional desempenhar seu 
trabalho, mas é necessário estar atento para reciclagens, atualizações e mudanças de posturas. 
Como exemplo, podemos citar o uso de variados sistemas operacionais e tecnologias que 
facilitam a escrituração e o controle gerencial da informação na área contábil, que tem 
permitido uma maior rapidez na execução das tarefas. Eticamente, o importante é que a tarefa 
seja executada com os melhores recursos possíveis e em favor do cliente, proporcionando 
menores custos e maior capacidade de aproveitamento.
Sabemos que a construção do conhecimento se dá não apenas com o acúmulo de informações 
adquiridas através de livros, das aulas nas universidades, mas, principalmente, através da prática, 
do seu cotidiano e da reflexão. Assim, a competência como domínio de conhecimento deve 
ser aplicada para o bem, não devendo ser negada a ninguém. Baseado no código de ética 
elaborado pelo Institute of Management Accountants, o contador, no exercício da profissão, deve:
•	 manter um nível adequado de competência profissional, aperfeiçoando-se através de 
treinamentos constantes;
•	 adequar-se aos dispositivos legais pertinentes (leis, regulamentos, instruções, medidas 
provisórias, código de ética da profissão);
•	 preparar relatórios claros e completos, com recomendações apropriadas após cada 
análise.
A ausência de competência na aceitação de tarefas, assim como a omissão por parte 
do profissional, são consideradas como infrações.
NÃO DEIXE DE LER...
Integridade
Uma quarta virtude é importante para o profissional contábil: a integridade. Assim, deve-se 
evitar conflitos de interesse, alertando previamente as partes envolvidas do conflito potencial. 
Deve-se recusar presente que possa influenciar suas ações, além de evitar também tomar 
qualquer atitude que possa prejudicar a empresa de atingir seus objetivos de forma ética. 
Assim, também deve ser em qualquer limitação profissional que prejudique o exercício da 
sua função. E, ainda, qualquer informação, opinião e julgamento devem ser comunicados à 
administração da empresa.
Virtudes	complementares	profissionais
Segundo Sá (2001, p. 197), “[...] são complementares as virtudes que completam o valor da 
ação do profissional e ampliam as virtudes básicas, sendo, a transgressão delas, infração e perda 
da qualidade ética.” Ou seja, as virtudes que o profissional possui contribuem para a sua ação, 
como no caso de uma boa orientação, por exemplo, que facilita para o cliente o desenrolar do 
trabalho. Já o contrário, a falta ou a má orientação, pode dificultar o bom resultado, aquele 
esperado pelo cliente. Veja a seguir algumas características de tais virtudes complementares.
12 Laureate- International Universities
Ebook - Ética e Legislação Profissional
Orientação e assistência ao cliente
A orientação ao cliente é fundamental, assim como a explicação necessária para leitura e 
compreensão dos dados apresentados nos relatórios e balancetes. O trabalho de orientação 
deve iniciar com as preliminares necessárias ao bom desempenho da tarefa, devendo 
prolongar-se até que esteja terminada. 
Além disso, o profissional tem o dever ético de guiar seu cliente ao limite máximo de 
aproveitamento da tarefa. A quantidade e frequência das orientações devem ser proporcionais 
à necessidade e circunstâncias de cada trabalho.
Ética na orientação e assistência: tipos humanos de clientes – erros 
do	profissional	peranteos	clientes
Para seu conhecimento e para reforçar a importância das virtudes, apresentamos, a seguir, 
de acordo com Sá (2001), alguns tipos humanos de clientes e qual deve ser a postura do 
profissional diante de cada situação.
1. O cliente rebelde e de má formação moral: muitas vezes, por não seguir as orientações do 
profissional pode causar problemas que podem gerar processos de ética. Ao perceber tal 
situação, o profissional deve buscar acautelar-se contra acusações infundadas.
2. Existe o cliente que contrata os serviços de orientação e age de maneira passiva, sem 
questionar, apenas esperando pela ação do profissional, seja por comodismo, seja por 
negligência. Ele pode tomar atitudes que não são compartilhadas com o profissional. Nesta 
situação, cabe ao profissional estimular o cliente no questionamento e, ao mesmo tempo, 
redobrar a fiscalização sobre os atos do cliente.
3. Também existe o cliente que questiona demais, seja por insegurança, por dúvidas ou 
outro motivo qualquer. Mesmo que pareça inoportuno, ele tem direito ao questionamento, 
cabendo ao profissional respondê-las com atenção e dar limites, utilizando como estratégia 
acordo quanto ao horário de atendimento e tempo de consulta.
4. Já o cliente prolixo é aquele que busca explicações excessivas e sem objetividade, 
ocupando muito tempo do profissional. Neste caso, de forma extremamente cuidadosa, a 
situação pode ser contornada da seguinte forma:
•	 “o uso da franqueza ao cliente, sobre a limitação do tempo”;
•	 “a transferência do atendimento de pergunta a um funcionário assistente, incumbido de 
gravar ou anotar as dúvidas do cliente”. Apesar de ser uma possibilidade, na maioria 
das vezes, esta é uma atitude que deve se evitar, devido a problemas comuns no 
processo de comunicação;
•	 “o desestímulo à prolixidade, com respostas objetivas e insinuando-se o término da 
conversa”;
•	 “rompimento do contrato”.
5. Cliente que reclama de tudo e se manifesta sempre irritadiço: por melhor que seja 
a solução para uma situação, nunca lhe parece interessante. Nesse caso, cabe ao 
profissional estar atento para perceber até onde a reclamação é injusta ou justa. Sendo 
injusta, cabe ao profissional, de maneira cuidadosa, apresentar suas reclamações. No 
13
caso de reclamações justas, deve o profissional buscar atender ao que foi solicitado, sem 
enfatizar demais o que foi percebido.
6. Há casos de cliente que sempre reclama, com críticas, por acreditar que, dessa forma, é 
possível mostrar que tem autoridade e uma suposta superioridade. Nesse caso, o ideal é 
que as ordens sejam dadas por escrito. Diante dos tipos humanos de clientes, é preciso ter 
em mente que nada justifica a omissão de assistência e orientação, por mais incômodo que 
possa parecer um relacionamento entre as partes.
7. O cliente que coopera com o profissional no desempenho da tarefa, dialoga honestamente 
e busca cumprir as orientações é um exemplo positivo. Nesse caso, deve o profissional 
estimular, ressaltar as virtudes e fazer com que perceba suas condutas. O estímulo é a 
melhor forma para ampliar as virtudes em nossos semelhantes, e seu uso é um fator de 
sucesso para a harmonia das relações.
8. clientes que desejam aparentar saber de tudo ou que são demasiadamente importantes 
podem dificultar a relação. Neste caso, compete ao profissional agir de forma natural 
como se os defeitos não existissem, evitando bajulações. Para os que se julgam saber 
tudo, basta que sejam ouvidos com paciência e, ao responder, adverti-los sobre pontos 
divergentes. Sá (2001, p. 206) alerta:
A posição do profissional, na orientação, deve ser sincera, mas não pode ser alarmista, e a 
opinião sobre o mais grave só deve ocorrer depois que se tenha absoluta certeza, ou seja, 
quando todos os recursos são usados para a formação de um parecer correto.
Todo profissional que emite opinião sem a devida certeza dos elementos que possui comete um 
grave erro quanto à conduta ética. Por exemplo, o contador não pode julgar uma empresa à 
beira da falência sem que antes tenha em mãos uma análise minuciosa das razões e quais as 
possibilidades de revertê-las.
Ainda segundo Sá (2001, p. 207), “[...] a precipitação da opinião é um ato condenável e, 
quando pessimista, tem a agravante de ser desleal, podendo causar lesões sérias ao utente, 
quer materiais, quer psíquicas”. As opiniões não devem ser precipitadas e as orientações devem 
produzir um clima mental positivo.
Devemos evitar o pessimismo exagerado, porque, para Sá (2001, p. 208), “É inequívoca 
prova de incompetência e de falta de ética o antecipar-se a opinião do fracasso, antes 
de empregarem-se todas as tentativas para o sucesso”. Ou seja, é necessário utilizar os 
instrumentos disponíveis para obtenção dos bons resultados, não sendo ético e competente 
abandonar o trabalho mediante a suposição de fracasso.
Ética do coleguismo
O companheiro de profissão não deve ser visto como um concorrente, um adversário, mas 
como aquele que compartilha de um mesmo conhecimento e que está sujeito a todos os 
problemas que o desempenho da função pode causar, assim como todas as conquistas que 
poderão advir. Por esta razão, deve estar fundamentada no respeito e na identidade de 
propósitos. Como afirma Sá (2001, p. 211): 
Eticamente, tudo o que se investe contra um colega e que possa prejudicar seu conceito, 
seu trabalho, é susceptível de apreciação pelos tribunais competentes dos Conselhos 
profissionais e, conforme o caso, até pela Justiça comum.
14 Laureate- International Universities
Ebook - Ética e Legislação Profissional
Figura 3: A ética no trabalho pressupõe coleguismo. 
Fonte: Shutterstock (2015).
É importante que o profissional, ao ser contratado para um serviço que tenha sido abandonado 
por um colega de profissão, tenha informações do motivo da desistência. Ao mesmo tempo, a 
apropriação indevida de trabalhos ou ideias alheias é considerada como um ato ilícito, como 
um roubo comum, sendo, por esta razão, condenável.
Você sabia que, ao utilizar-se de produções de outros colegas, sejam relatórios, 
cálculos, artigos, método de apuração de dados ou quaisquer outros tipos de materiais 
necessários, é preciso de autorização prévia do autor e citação como referência?
NÓS QUEREMOS SABER!
Ética classista
O profissional tem o dever de sustentar a estrutura de organização da comunidade a que 
está vinculado; para isso, necessita de ter atitude participativa e de contribuir com valores 
morais, intelectuais e sociais em prol da coletividade profissional. Além de garantir um padrão 
de qualidade dos escritos, deve apresentar trabalhos com cuidado e dignidade, ao conduzir 
palestras e conferências, ainda que utilize uma linguagem simples, que o faça de maneira 
digna e respeitável. A ética classista requer do profissional que se mantenha altivo e que 
preserve a eficácia das entidades representativas das categorias profissionais.
Leve em conta que os profissionais da mesma área precisam manter-se unidos e não podem 
se deixar dominar pelas vaidades de grupos, assim como evitar delações levianas, já que a 
confiança dos clientes e da comunidade envolvida pode ficar abalada, pois:
Quando uma classe se divide, enfraquece-se e tende a perder espaços, inclusive no 
mercado de trabalho. Lutas de grupos políticos, de profissionais, quando eivadas de ódios e 
15
ressentimentos inferiores, facilitam a debilidade das instituições e em decorrência, também, a 
defesa dos interesses das comunidades. (SÁ, 2001, p. 217).
Ética e remuneração
Sabemos que todo profissional necessita ser remunerado pelo serviço prestado. Normalmente, 
não esqueça, existe uma tabela fixa que determina o valor do prestador de serviço. No entanto, 
há de se ter coerência entre estes valores, pois não é possível a remuneração de uma análise 
interna de situação contábil de um banco importante,por exemplo, da mesma forma que a de 
uma pequena indústria.
É importante que, entre as partes, contratante e contratado, exista um acordo prévio para evitar 
desgastes posteriores, cabendo, nesta hora, um contrato por escrito, principalmente quando 
exigir um prazo maior de execução, definindo todas as condições de trabalho e a remuneração 
do contratado, respeitando, quando existente, as tabelas de honorários, pois o mercado de 
trabalho exige que a concorrência respeite a dignidade dos honorários. 
O desrespeito à tabela de honorários gera desgastes para ambas as partes e poderá 
possibilitar suborno ou comissionamento ilícito. O contratado deve ser honesto e leal 
tanto com o contratante quanto o colega, não fazendo com que os honorários sejam 
transformados em guerra de preços, nem que haja exploração dos clientes.
NÃO DEIXE DE LER...
Ser honesto é não exigir do contratante aquilo que é desnecessário, é não orçar com margens 
superiores; não se aproveitar da ocasião para vantagens paralelas, nem para ampliar receitas; 
é não simular tarefas, aumentando horas de trabalho que se tornem indiferentes à execução da 
tarefa, para justificativas dos preços.
É importante levar em conta que nada pode justificar atitudes levianas que possibilitem o 
enriquecimento ilícito advindo da corrupção, principalmente nos serviços prestados na área pública, 
como constantemente tem sido noticiado através da mídia. É sabido que o objetivo de todo serviço 
das empresas ou de prestadores de serviço é o lucro, no entanto, é preciso que o desejo de construir 
o material seja maior do que os limites entre o respeito de si mesmo e do outro.
Ética da resposta
Todos aqueles que fazem uma pergunta, a qualquer que seja o profissional, merecem uma 
resposta, por mais óbvia que pareça, pois o silêncio se configura como uma atitude aética. 
Seja como pessoa, seja como profissional, temos responsabilidade por nós e por nossos 
semelhantes. É preciso que se tenha respeito às perguntas e responsabilidades diante da 
resposta.
É dever ético que, diante de uma pergunta sobre uma questão sigilosa, tenhamos sinceridade 
e, ao mesmo tempo, que o segredo seja protegido. Nesse caso, muitas vezes é preciso dar 
respostas vagas como: “não me lembro”, “não tenho autorização para revelar”, “vou estudar 
a questão”, “preciso realizar consultas a respeito”, “não me passa pela memória...”, ou outras 
equivalentes, conforme indica Sá (2001, p. 223).
16 Laureate- International Universities
Ebook - Ética e Legislação Profissional
Ética e evolução do conhecimento
Lembre-se que, assim como profissionais éticos, em todas as profissões convive-se com 
comportamentos profissionais aéticos. Desta forma, é preciso ter consciência de que o processo 
de mudança depende de atitudes individuais, de atitudes éticas. O desenvolvimento faz-se com 
mudanças, que dependem de conquistas transformadoras. Porém, quando o desenvolvimento 
é cultural, exige, além de pensamentos inovadores, um encontro com novos aspectos, com 
verdades que se mantiverem ainda desconhecidas em sua essência (SÁ, 2001). Mudanças são 
importantes, já que a sociedade está em constante transformação, exigindo novos modelos de 
comportamento, novas ofertas para as novas demandas.
Ética e revide
Observe que é natural que surja a competição entre profissionais prestadores de serviços, que 
haja inveja e vaidades, no entanto, não competem ao profissional comportamentos de revides 
ou vinganças, atitudes consideradas como justiça feita com as próprias mãos. Revidar é passar 
por cima de todo e qualquer código de ética, é gerar violência que só deixa reflexos negativos 
e que nada contribuem para o caminho da paz individual e da sociedade. Um profissional 
não prospera com a prática de criar problemas a terceiros e nem pode aspirar a ser um líder, 
se está constantemente a criticar seus companheiros, a formular denúncias sem fundamentos 
ou movimentar oposições baseadas em calúnias e difamações (SÁ, 2001). Desta forma, o 
profissional sério e competente deve assumir responsabilidades perante si próprio e perante 
seus clientes.
Figura 4: Vingança não é competição e muito menos ética. 
Fonte: Shutterstock (2015).
17
Normatização deontológica do 
gerenciamento contábil
Segundo o dicionário de Cunha (1982), “deontologia” é o estudo dos princípios ou 
fundamentos em sistemas de moral. O termo vem do inglês deontology, criado por volta de 
1826, por Jeremy Benthan, que, em 1834, publicou o livro “Deontology”. Etimologicamente, 
o termo vem do grego déon e quer dizer “o obrigatório, o justo, o adequado” – ou de dontos, 
que significa “necessidade”, o que leva a concluir que se torna necessário seguir normas para 
que se atinjam fins preestabelecidos.
Também é conhecida por “teoria do dever”. É um dos dois ramos principais da ética normativa, 
juntamente com a axiologia. A deontologia é própria do Código Deontológico e procura 
desvendar os pressupostos inseridos nas normas de conduta social dos indivíduos. 
Outra interpretação para deontologia é ética profissional, ou moral profissional que, segundo 
Passos (2007), caracteriza-se como um conjunto de normas e princípios que têm por fim 
orientar as relações dos profissionais com seus pares, destes com seus clientes, com sua equipe 
de trabalho, com as instituições a que servem, entre outros.
Essas normas são extremamente objetivas, uma vez que elas se limitam a grupos específicos 
de profissionais. Assim, cada profissional está sujeito a uma deontologia própria a regular 
o exercício de sua profissão, conforme o Código de Ética de sua categoria. Neste caso, é o 
conjunto codificado das obrigações impostas aos profissionais de uma determinada área, no 
exercício de sua profissão. 
Você sabia que o primeiro Código de Ética teria sido o da área médica, formalizado 
em 1949 pela 3ª Assembleia Geral da Associação Médica Mundial, realizada em 
Londres? O principal código da categoria, no entanto, seria o tradicional Juramento 
de Hipócrates. Mas Thomas Percival é considerado o pioneiro em matéria de ética 
médica, já que elaborou um código para a área em Manchester, Inglaterra, no século 
XVIII. Saiba mais acessando: <http://www.portalmedico.org.br/novocodigo/pdf/
materia_jornal6.pdf> e <http://www.revistabioetica.cfm.org.br/index.php/revista_
bioetica/article/viewFile/507/508>. 
NÓS QUEREMOS SABER!
As normas estabelecidas visam tanto a qualidade moral quanto a correção de suas intenções 
e ações, em relação a direitos, deveres ou princípios, nas relações entre a profissão e a 
sociedade. Para Fipecafi (1997), um dos objetivos é a formação da consciência profissional 
sobre padrões de condutas. No entanto, é necessário compreender que nem todos os 
problemas que são inerentes ao desempenho da profissão serão atendidos no código de ética, 
necessitando, para isso, de complementações determinadas por órgãos competentes e/ou 
associações profissionais. 
Segundo Fipecafi (1997, p. 29), na ética normativa distinguem-se dois grupos de filósofos:
Os deontologistas – do grego déontos, “de obrigatório” – têm como conceito básico 
o direito e o dever, e assumem que as definições de moral derivam desses conceitos 
fundamentais. Os teleologistas – do grego teleìos, “no fim”, “final” (causa) – têm na bondade 
18 Laureate- International Universities
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e no valor os conceitos axiológicos básicos que detectam de onde vem a preponderância da 
bondade intrínseca.
Pode-se compreender um código de ética como “[...] uma relação das práticas de 
comportamento que se espera sejam observadas no exercício da profissão”. O código de 
ética visa, acima de tudo, “[...] o bem-estar da sociedade, de forma a assegurar a lisura de 
procedimentos de seus membros dentro e fora da instituição”. O objetivo primordial é “[...] 
expressar e encorajar o sentido de justiça e decênciaem cada membro do grupo organizado”. 
Também conforme Fipecafi (1997, p. 62), “Um código de ética é um corpo de princípios que 
relaciona as principais práticas de comportamento permitidas e proibidas no exercício da 
profissão”.
Código de ética empresarial
O objetivo primordial do código de ética profissional é “[...] expressar e encorajar o sentido de 
justiça e decência em cada membro do grupo organizado” (FIPECAFI,1997, p. 59). Veja alguns 
itens que podem constar em um código de ética, segundo Cracken (1994, apud FIPECAFI, 
1997):
•	 ser justo;
•	 dividir tudo (rotinas de trabalho, novas descobertas etc.);
•	 colocar no lugar certo as coisas que tirou;
•	 levar uma vida balanceada;
•	 estar atento para a curiosidade.
Ainda conforme Cracken (1994, apud FIPECAFI, 1997), podem ser mais sucintos:
•	 ser honesto;
•	 ser responsável;
•	 ser eficiente;
•	 ser preparado;
•	 ser digno;
•	 ser bom.
Croom (1990, apud FIPECAFI, 1997) apresenta, de forma sucinta e objetiva, o código de ética 
da Columbia Gas System Service Corporation, uma empresa americana. De acordo com o 
código dessa empresa, nenhum empregado deve:
1. aceitar qualquer pagamento ou presente direto ou indireto para fazer negócios no interesse 
da companhia;
2. pleitear reembolso por despesas que não podem ser plenamente documentadas e 
verificadas como uma despesa legítima do negócio;
19
3. fazer uso dos equipamentos da companhia ou facilidade para fins pessoais;
4. dar a conhecimento informação confidencial de computador ou outros arquivos para 
qualquer pessoa não autorizada a recebê-la;
5. ter interesse em negócio ou organização que possa comprometer o exercício independente 
do julgamento, para o melhor interesse da Columbia.
Código	de	ética	profissional	do	contador
De acordo com Fipecafi (1997), o código de ética do contador deve ser constituído de:
•	 propósitos: cumprir as regras da sociedade, servir com lealdade as diligências, 
respeitar a si mesma;
•	 objetivo: habilitar o profissional a adotar uma atitude pessoal, de acordo com os 
princípios éticos conhecidos e aceitos pela sociedade;
•	 princípios: responsabilidade, lealdade, preservação da imagem profissional.
A ética na atualidade
Atualmente, os profissionais enfrentam inúmeros desafios, e o profissional de contabilidade não 
é exceção. A honestidade e dignidade devem nortear seus atos. Assim, ainda de acordo com 
Fipecafi (1997), o contador deve:
•	 manter um comportamento social adequado às exigências que lhe faz a sociedade;
•	 defender, abertamente, os princípios e valores éticos aplicáveis à sua profissão;
•	 saber identificar, com clareza, quais são os princípios morais que devem nortear a sua 
conduta.
Podemos concluir que um dos fatores fundamentais para o bom exercício do seu papel e o seu 
sucesso profissional está na “[...] sua aderência a um conjunto de princípios éticos que sirvam 
de premissas as suas ações” (FIPECAFI, 1997, p. 62).
A	ética	e	a	atividade	profissional
Note bem que, para uma administração que seja, de fato, ética, torna-se importante e 
necessário compreender os conceitos de dois termos considerados como essenciais no 
desempenho dessa tarefa. São eles: questão ética e dilema ético. Segundo Fipecafi (1997), 
enquanto a questão ética tem a ver com a formulação do problema, o dilema ético lida com a 
solução de problemas.
Todo profissional de contabilidade enfrenta diariamente muitos dilemas éticos no desempenho 
de sua profissão. Esses dilemas perpassam os seguintes conceitos:
20 Laureate- International Universities
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•	 dever, que corresponde à obrigação de oferecer, realizar ou omitir algo diante do 
direito de alguém;
•	 direito que é a contrapartida do dever. É tudo aquilo que uma pessoa pode exigir de 
quem lhe deve;
•	 justiça, que tem como princípio dar a cada pessoa o que lhe corresponde, ou seja, 
permitir que possua o que lhe é de direito. Ela é a principal virtude da ética;
•	 responsabilidade, que é a capacidade de entendimento do direito e do dever que 
acompanha o exercício de qualquer atividade.
Todo profissional possui responsabilidades pessoais perante o desempenho de sua 
função e, ao mesmo tempo, por viver em sociedade, também possui responsabilidades 
sociais. Quais seriam as responsabilidades profissionais de um contador encarregado 
do registro contábil das operações internacionais de uma grande empresa? Quais 
seriam, então, as responsabilidades sociais? De acordo com Fipecafi (1997), o 
profissional teria as seguintes responsabilidades pessoais: fazer relatórios, saber 
detalhes operacionais de operações financeiras internacionais, conhecer toda a 
estrutura das demonstrações contábeis dos diversos países que possuem empresas, 
conhecer conjuntura internacional, aperfeiçoar sua formação técnica e humanística, ter 
controlada as finanças pessoais, ter uma conduta sóbria.
NÃO DEIXE DE LER...
Perceba que as responsabilidades profissionais sociais seriam, de acordo com Fipecafi (1997, 
p. 72): “[...]o respeito aos usuários das demonstrações contábeis, além de prestar todas as 
informações contábeis requeridas pelos órgãos fiscalizadores do país, de forma correta e dentro 
dos prazos estabelecidos”. Lembremos que consciência é uma regra moral que motiva a pessoa 
a agir de determinada forma, em vez de outra, ou seja, resulta do processo de entendimento 
que cada pessoa ou grupo de pessoas tem a respeito da vida.
Já vocação é a tendência (baseada nas aptidões) de uma pessoa de dedicar-se a determinada 
profissão. Então, para o exercício das responsabilidades profissionais sociais é importante o 
profissional possuir também consciência e vocação. Essas duas características irão ajudá-lo a 
agir com responsabilidade perante os clientes.
Sabemos que o mundo atual está cercado de situações que evidenciam a opção do indivíduo 
de se distanciar de atitudes consideradas como íntegras, levando-o, muitas vezes, a pensar 
apenas no “eu” e a esquecer-se do “nós”. As alterações de comportamento na sociedade, 
tendo referência crenças e valores culturais, têm sido muito grandes, evidenciando uma 
tendência ao individualismo com a destruição de valores, sejam eles éticos ou morais. São 
atitudes que, na maioria das vezes, geram consequências nas relações interpessoais.
Conforme já discutimos, existe a necessidade de contextualização da sociedade atual para 
entender as transformações sofridas ao longo da história. Como afirma Valls (1996, p. 10), 
“[...] os costumes mudam e o que ontem era considerado errado hoje pode ser aceito”. De 
acordo com Fipecafi (1997, p. 22), “[...] cada pessoa constrói um conjunto de crenças e 
valores que serve como sustentação do comportamento que adota ao longo de sua vida, na 
busca de objetivos que ela persegue”.
21
Isso, de certa forma, possibilita uma contradição na conduta do indivíduo que, na maioria das 
vezes, clama por justiça, por direitos e, ao mesmo tempo, deixa-se levar pelo egoísmo, pela 
opção de agir conforme única e exclusivamente a sua forma de pensar. Este comportamento, 
conforme Passos (2007, p. 106), “[...] choca-se com as imposições colocadas pela sociedade, 
das quais não pode fugir, como membro que é. Não tendo mais o ideal de felicidade 
perseguido na antiguidade, nem o cristão que vigorou na Idade Média, acaba tendo que seguir 
as relações contratuais impostas pelo capitalismo”.
Hoje, no Brasil, como afirma Passos (2007, p. 106):
Vive-se um momento de redescoberta da ética, de ânsia por incorporar valores morais 
em nossas práticas quotidianas, assim como nas atividades econômicas, científicas e políticas. 
A demanda reflete a crise política de valores em que estamos vivendo, identificada pela falta 
de decoro, de compostura e de respeito às leis e regras sociais.
Problemas éticos
Não deixe de ter em mente queos seguintes problemas éticos normalmente são enfrentados 
por profissionais das diversas áreas, inclusive os contadores:
•	 crise de valores;
•	 conflito de interesses;
•	 desvio de conduta;
•	 imperícia;
•	 relações com partidos políticos e comunidades;
•	 insider information (informação privilegiada);
•	 honestidade;
•	 o profissionalismo e a ética.
O que pode, então, gerar os dilemas éticos nas organizações? Ainda de acordo com Fipecafi 
(1997), seriam:
•	 a falta de diretrizes claras;
•	 a ausência de comunicação entre os diferentes níveis hierárquicos e a inexistência de 
discussões abertas sobre os problemas que afetam as empresas.
Hoje, muitas empresas têm tentado fazer com que a ética seja desenvolvida de forma 
eficaz. No que se refere ao contador, especificamente, têm sido elaborados instrumentos de 
conscientização profissional que são utilizados por muitas organizações, como:
•	 elaboração e distribuição de um código de ética para todos os funcionários;
•	 seminários frequentes sobre ética;
•	 criação da função de ombudsman dentro da empresa. Esse é o profissional cujo 
trabalho é observar e criticar as falhas da empresa, do ponto de vista do público;
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•	 instituição de uma linha direta de comunicação entre a administração e o funcionário;
•	 formação de comitês de ética;
•	 inclusão do item “auditoria ética” nas rotinas de trabalho da auditoria interna;
•	 colaboração dos sindicatos e associações de classes para debates e seminários sobre 
ética.
Papel do contador na sociedade
Segundo Fipecafi (1997), o contador desempenha importante papel na análise e no 
aperfeiçoamento da ética na profissão contábil, pois sempre está às voltas com dilemas éticos. 
Esses, para serem resolvidos, requerem do contador os princípios éticos. Assim, além de 
competência, sigilo e integridade, aos quais já nos referimos, existem outros princípios.
Objetividade
É preciso entender que cada indivíduo é único – cliente, colega e colaborador – e que cada 
um tem seu ritmo próprio. Então, é preciso ter a paciência, deixar que cada um caminhe, 
desenvolva-se e cresça no tempo que lhe for apropriado. Não é necessário fazê-los pular 
etapas a fim de adquirir resultados imediatos. Assim, devemos usar linguagem clara e objetiva e 
destacar informações relevantes.
A verdadeira ética profissional deve também facilitar a substituição do egoísmo, do 
individualismo e da competição entre os profissionais por um comportamento amigo e 
solidário. Solidariedade que não deve ser interpretada como conivência e corporativismo, e sim 
como exercício da verdade, que é a única forma de crescimento individual e coletivo. Passos 
(2009, p. 112) assinala: 
Em síntese, se queremos ter uma sociedade mais justa, humana e menos discriminatória, 
devemos ver os seres humanos como seres capazes de pensar, de criar valores, e não como 
seres que devem ser modelados e manipulados. Partindo deste princípio, os códigos de ética 
profissional devem assumir um compromisso de vida; enfrentando as práticas tradicionais 
e inadequadas e colocando-se aberta ao novo, à revisão constante, pois só assim eles se 
tornarão verdadeiras práticas deontológicas e deixarão de ser subterfúgios para práticas 
desonestas e comportamentos moralmente inadequados. 
Agora, preste atenção em alguns exemplos ilustrativos. Segundo Fipecafi (1997), quando ocorre 
um conflito de valores pessoais, o profissional está diante de um dilema ético. Analise os casos 
a seguir.
Caso 1
Abel trabalha em um conglomerado financeiro. Ele é contador da distribuidora de títulos 
Zilênia. A empresa de auditoria independente Cia Correta acaba de ganhar a concorrência 
para auditar o conglomerado. Abel foi escalado pela Zilênia para acompanhar os trabalhos 
da Cia Correta, providenciando documentos solicitados e esclarecendo procedimentos. Os 
sócios da empresa de auditoria estão em dúvida se a presença de um funcionário da instituição 
auditada junto a sua equipe de auditores pode ser considerada falta de ética.
23
Discussão
Do ponto de vista da ética profissional, Abel pode participar dos trabalhos de auditoria, sem 
tirar a independência da Cia Correta com relação ao conglomerado. A Cia Correta usará os 
serviços de Abel tal qual usaria aqueles de um auditor interno, não se configurando falta de 
ética.
Caso 2
Durante os serviços anuais de auditoria independente no Banco Caravelas, um auditor, Paulo, 
foi convidado a ser o controller da empresa. Ele está vivamente interessado na proposta, pois, 
além de um salário promissor, as condições de trabalho condizem com suas expectativas 
profissionais. Paulo planeja conversar demoradamente com a direção do Banco Caravelas para 
conhecer os detalhes da nova carreira. Pergunta-se: a proposta ora feita ao auditor afeta, de 
alguma forma, a credibilidade do relatório de auditoria?
Discussão
À luz da ética profissional, o auditor deve afastar-se dos serviços imediatamente, até que o 
relatório de auditoria, acompanhado do parecer respectivo, seja entregue ao Banco Caravelas. 
Caso não o faça, cabe à empresa de auditoria verificar se o auditor está agindo com 
objetividade e integridade.
Você sabia que as relações profissionais podem revelar dilemas éticos que não são simples 
de resolver? Deste modo, é preciso estar atento às circunstâncias e usar o bom senso com 
amparo do código de ética da sua área profissional. Ainda assim, se a solução não foi fácil 
de encontrar, busque aconselhamento de profissionais mais experientes. 
NÓS QUEREMOS SABER!
Conheça, agora, o Código de Ética Profissional do Contador (CEPC ), Resolução CFC no 
803/1996 e suas atualizações:
RESOLUÇÃO CFC Nº 803/96
Aprova o Código de Ética Profissional do Contador – CEPC
O CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE, no exercício de suas atribuições legais e 
regimentais,
CONSIDERANDO que o Código de Ética Profissional do Profissional da Contabilidade, 
aprovado em 1970, representou o alcance de uma meta que se tornou marcante no campo 
do exercício profissional;
CONSIDERANDO que, decorridos 26 (vinte e seis) anos de vigência do Código de Ética 
Profissional do Profissional da Contabilidade, a intensificação do relacionamento do 
Profissional da Contabilidade com a sociedade e com o próprio grupo profissional exige uma 
atualização dos conceitos éticos na área da atividade contábil;
CONSIDERANDO que, nos últimos 5 (cinco) anos, o Conselho Federal de Contabilidade vem 
colhendo sugestões dos diversos segmentos da comunidade contábil a fim de aprimorar os 
princípios do Código de Ética Profissional do Profissional da Contabilidade – CEPC;
CONSIDERANDO que os integrantes da Câmara de Ética do Conselho Federal de 
Contabilidade, após um profundo estudo de todas as sugestões remetidas ao órgão federal, 
apresentou uma redação final,
RESOLVE:
Art. 1º Fica aprovado o anexo Código de Ética Profissional do Contador.
Art. 2º Fica revogada a Resolução CFC nº 290/70.
Art. 3º A presente Resolução entra em vigor na data de sua aprovação.
Brasília, 10 de outubro de 1996.
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Contador JOSÉ MARIA MARTINS MENDES
Presidente
CÓDIGO DE ÉTICA PROFISSIONAL DO CONTADOR
CAPÍTULO I
DO OBJETIVO
Art. 1º Este Código de Ética Profissional tem por objetivo fixar a forma pela qual se devem 
conduzir os Profissionais da Contabilidade, quando no exercício profissional e nos assuntos 
relacionados à profissão e à classe.
(Redação alterada pela Resolução CFC nº 1.307/10, de 09/12/2010)
CAPÍTULO II
DOS DEVERES E DAS PROIBIÇÕES
Art. 2º São deveres do Profissional da Contabilidade:
(Redação alterada pela Resolução CFC nº 1.307/10, de 09/12/2010)
I – exercer a profissão com zelo, diligência, honestidade e capacidade técnica, observada toda 
a legislaçãovigente, em especial aos Princípios de Contabilidade e as Normas Brasileiras de 
Contabilidade, e resguardados os interesses de seus clientes e/ou empregadores, sem prejuízo 
da dignidade e independência profissionais;
(Redação alterada pela Resolução CFC nº 1.307/10, de 09/12/2010)
II – guardar sigilo sobre o que souber em razão do exercício profissional lícito, inclusive no 
âmbito do serviço público, ressalvados os casos previstos em lei ou quando solicitado por 
autoridades competentes, entre estas os Conselhos Regionais de Contabilidade;
III – zelar pela sua competência exclusiva na orientação técnica dos serviços a seu cargo;
IV – comunicar, desde logo, ao cliente ou empregador, em documento reservado, eventual 
circunstância adversa que possa influir na decisão daquele que lhe formular consulta ou lhe 
confiar trabalho, estendendo-se a obrigação a sócios e executores;
V – inteirar-se de todas as circunstâncias, antes de emitir opinião sobre qualquer caso;
VI – renunciar às funções que exerce, logo que se positive falta de confiança por parte do 
cliente ou empregador, a quem deverá notificar com trinta dias de antecedência, zelando, 
contudo, para que os interesses dos mesmos não sejam prejudicados, evitando declarações 
públicas sobre os motivos da renúncia;
VII – se substituído em suas funções, informar ao substituto sobre fatos que devam chegar 
ao conhecimento desse, a fim de habilitá-lo para o bom desempenho das funções a serem 
exercidas;
VIII – manifestar, a qualquer tempo, a existência de impedimento para o exercício da 
profissão;
IX – ser solidário com os movimentos de defesa da dignidade profissional, seja propugnando 
por remuneração condigna, seja zelando por condições de trabalho compatíveis com o 
exercício ético-profissional da Contabilidade e seu aprimoramento técnico.
X – cumprir os Programas Obrigatórios de Educação Continuada estabelecidos pelo CFC;
(Criado pelo Art. 5º, da Resolução CFC nº 1.307/10, de 09/12/2010)
XI – comunicar, ao CRC, a mudança de seu domicílio ou endereço e da organização contábil 
de sua responsabilidade, bem como a ocorrência de outros fatos necessários ao controle e 
fiscalização profissional.
(Criado pelo Art. 6º, da Resolução CFC nº 1.307/10, de 09/12/2010)
XII – auxiliar a fiscalização do exercício profissional.
(Criado pelo Art. 7º, da Resolução CFC nº 1.307/10, de 09/12/2010)
Art. 3º No desempenho de suas funções, é vedado ao Profissional da Contabilidade:
(Redação alterada pela Resolução CFC nº 1.307/10, de 09/12/2010)
I – anunciar, em qualquer modalidade ou veículo de comunicação, conteúdo que resulte na 
diminuição do colega, da Organização Contábil ou da classe, em detrimento aos demais, 
sendo sempre admitida a indicação de títulos, especializações, serviços oferecidos, trabalhos 
realizados e relação de clientes;
(Redação alterada pela Resolução CFC nº 1.307/10, de 09/12/2010)
II – assumir, direta ou indiretamente, serviços de qualquer natureza, com prejuízo moral ou 
desprestígio para a classe;
III – auferir qualquer provento em função do exercício profissional que não decorra 
exclusivamente de sua prática lícita;
IV – assinar documentos ou peças contábeis elaborados por outrem, alheio à sua orientação, 
supervisão e fiscalização;
V – exercer a profissão, quando impedido, ou facilitar, por qualquer meio, o seu exercício aos 
não habilitados ou impedidos;
VI – manter Organização Contábil sob forma não autorizada pela legislação pertinente;
VII – valer-se de agenciador de serviços, mediante participação desse nos honorários a 
receber;
VIII – concorrer para a realização de ato contrário à legislação ou destinado a fraudá-la ou 
praticar, no exercício da profissão, ato definido como crime ou contravenção;
IX – solicitar ou receber do cliente ou empregador qualquer vantagem que saiba para 
aplicação ilícita;
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X – prejudicar, culposa ou dolosamente, interesse confiado a sua responsabilidade 
profissional;
XI – recusar-se a prestar contas de quantias que lhe forem, comprovadamente, confiadas;
XII – reter abusivamente livros, papéis ou documentos, comprovadamente confiados à sua 
guarda;
XIII – aconselhar o cliente ou o empregador contra disposições expressas em lei ou contra os 
Princípios de Contabilidade e as Normas Brasileiras de Contabilidade editadas pelo Conselho 
Federal de Contabilidade;
(Redação alterada pela Resolução CFC nº 1.307/10, de 09/12/2010)
XIV – exercer atividade ou ligar o seu nome a empreendimentos com finalidades ilícitas;
XV – revelar negociação confidenciada pelo cliente ou empregador para acordo ou transação 
que, comprovadamente, tenha tido conhecimento;
XVI – emitir referência que identifique o cliente ou empregador, com quebra de sigilo 
profissional, em publicação em que haja menção a trabalho que tenha realizado ou 
orientado, salvo quando autorizado por eles;
XVII – iludir ou tentar iludir a boa-fé de cliente, empregador ou de terceiros, alterando ou 
deturpando o exato teor de documentos, bem como fornecendo falsas informações ou 
elaborando peças contábeis inidôneas;
XVIII – não cumprir, no prazo estabelecido, determinação dos Conselhos Regionais de 
Contabilidade, depois de regularmente notificado;
XIX – intitular-se com categoria profissional que não possua, na profissão contábil;
XX – executar trabalhos técnicos contábeis sem observância dos Princípios de Contabilidade e 
das Normas Brasileiras de Contabilidade editadas pelo Conselho Federal de Contabilidade;
(Redação alterada pela Resolução CFC nº 1.307/10, de 09/12/2010)
XXI – renunciar à liberdade profissional, devendo evitar quaisquer restrições ou imposições 
que possam prejudicar a eficácia e correção de seu trabalho;
XXII – publicar ou distribuir, em seu nome, trabalho científico ou técnico do qual não tenha 
participado;
XXIII – Apropriar-se indevidamente de valores confiados a sua guarda;
(Criado pelo Art. 12, da Resolução CFC nº 1.307/10, de 09/12/2010)
XXIV – Exercer a profissão demonstrando comprovada incapacidade técnica.
(Criado pelo Art. 13, da Resolução CFC nº 1.307/10, de 09/12/2010)
XXV – Deixar de apresentar documentos e informações quando solicitado pela fiscalização dos 
Conselhos Regionais.
(Criado pelo Art. 14, da Resolução CFC nº 1.307/10, de 09/12/2010)
Art. 4º O Profissional da Contabilidade poderá publicar relatório, parecer ou trabalho 
técnico-profissional, assinado e sob sua responsabilidade.
(Redação alterada pela Resolução CFC nº 1.307/10, de 09/12/2010)
Art. 5º O Contador, quando perito, assistente técnico, auditor ou árbitro, deverá;
I – recusar sua indicação quando reconheça não se achar capacitado em face da 
especialização requerida;
II – abster-se de interpretações tendenciosas sobre a matéria que constitui objeto de perícia, 
mantendo absoluta independência moral e técnica na elaboração do respectivo laudo;
III – abster-se de expender argumentos ou dar a conhecer sua convicção pessoal sobre os 
direitos de quaisquer das partes interessadas, ou da justiça da causa em que estiver servindo, 
mantendo seu laudo no âmbito técnico e limitado aos quesitos propostos;
IV – considerar com imparcialidade o pensamento exposto em laudo submetido à sua 
apreciação;
V – mencionar obrigatoriamente fatos que conheça e repute em condições de exercer efeito 
sobre peças contábeis objeto de seu trabalho, respeitado o disposto no inciso II do art. 2º;
VI – abster-se de dar parecer ou emitir opinião sem estar suficientemente informado e munido 
de documentos;
VII – assinalar equívocos ou divergências que encontrar no que concerne à aplicação dos 
Princípios de Contabilidade e Normas Brasileiras de Contabilidade editadas pelo CFC;
(Redação alterada pela Resolução CFC nº 1.307/10, de 09/12/2010)
VIII – considerar-se impedido para emitir parecer ou elaborar laudos sobre peças contábeis, 
observando as restrições contidas nas Normas Brasileiras de Contabilidade editadas pelo 
Conselho Federal de Contabilidade;
IX – atenderà Fiscalização dos Conselhos Regionais de Contabilidade e Conselho Federal de 
Contabilidade no sentido de colocar à disposição desses, sempre que solicitado, papéis de 
trabalho, relatórios e outros documentos que deram origem e orientaram a execução do seu 
trabalho.
CAPÍTULO III
DO VALOR DOS SERVIÇOS PROFISSIONAIS
Art. 6º O Profissional da Contabilidade deve fixar previamente o valor dos serviços, por 
contrato escrito, considerados os elementos seguintes:
(Redação alterada pela Resolução CFC nº 1.307/10, de 09/12/2010)
I – a relevância, o vulto, a complexidade e a dificuldade do serviço a executar;
II – o tempo que será consumido para a realização do trabalho;
III – a possibilidade de ficar impedido da realização de outros serviços;
26 Laureate- International Universities
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IV – o resultado lícito favorável que para o contratante advirá com o serviço prestado;
V – a peculiaridade de tratar-se de cliente eventual, habitual ou permanente;
VI – o local em que o serviço será prestado.
Art. 7º O Profissional da Contabilidade poderá transferir o contrato de serviços a seu cargo a 
outro profissional, com a anuência do cliente, sempre por escrito, de acordo com as normas 
expedidas pelo Conselho Federal de Contabilidade.
(Redação alterada pela Resolução CFC nº 1.307/10, de 09/12/2010)
Parágrafo único. O Profissional da Contabilidade poderá transferir parcialmente a execução 
dos serviços a seu cargo a outro profissional, mantendo sempre como sua a responsabilidade 
técnica.
(Redação alterada pela Resolução CFC nº 1.307/10, de 09/12/2010)
Art. 8º É vedado ao Profissional da Contabilidade oferecer ou disputar serviços profissionais 
mediante aviltamento de honorários ou em concorrência desleal.
(Redação alterada pela Resolução CFC nº 1.307/10, de 09/12/2010)
CAPÍTULO IV
DOS DEVERES EM RELAÇÃO AOS COLEGAS E À CLASSE
Art. 9º A conduta do Profissional da Contabilidade com relação aos colegas deve ser pautada 
nos princípios de consideração, respeito, apreço e solidariedade, em consonância com os 
postulados de harmonia da classe.
(Redação alterada pela Resolução CFC nº 1.307/10, de 09/12/2010)
Parágrafo único. O espírito de solidariedade, mesmo na condição de empregado, não induz 
nem justifica a participação ou conivência com o erro ou com os atos infringentes de normas 
éticas ou legais que regem o exercício da profissão.
Art. 10 O Profissional da Contabilidade deve, em relação aos colegas, observar as seguintes 
normas de conduta:
(Redação alterada pela Resolução CFC nº 1.307/10, de 09/12/2010)
I – abster-se de fazer referências prejudiciais ou de qualquer modo desabonadoras;
II – abster-se da aceitação de encargo profissional em substituição a colega que dele tenha 
desistido para preservar a dignidade ou os interesses da profissão ou da classe, desde que 
permaneçam as mesmas condições que ditaram o referido procedimento;
III – jamais apropriar-se de trabalhos, iniciativas ou de soluções encontradas por colegas, que 
deles não tenha participado, apresentando-os como próprios;
IV – evitar desentendimentos com o colega a que vier a substituir no exercício profissional.
Art. 11 O Profissional da Contabilidade deve, com relação à classe, observar as seguintes 
normas de conduta:
(Redação alterada pela Resolução CFC nº 1.307/10, de 09/12/2010)
I – prestar seu concurso moral, intelectual e material, salvo circunstâncias especiais que 
justifiquem a sua recusa;
II – zelar pelo prestígio da classe, pela dignidade profissional e pelo aperfeiçoamento de suas 
instituições;
III – aceitar o desempenho de cargo de dirigente nas entidades de classe, admitindo-se a justa 
recusa;
IV – acatar as resoluções votadas pela classe contábil, inclusive quanto a honorários 
profissionais;
V – zelar pelo cumprimento deste Código;
VI – não formular juízos depreciativos sobre a classe contábil;
VII – representar perante os órgãos competentes sobre irregularidades comprovadamente 
ocorridas na administração de entidade da classe contábil;
VIII – jamais utilizar-se de posição ocupada na direção de entidades de classe em benefício 
próprio ou para proveito pessoal.
CAPÍTULO V
DAS PENALIDADES
Art. 12 A transgressão de preceito deste Código constitui infração ética, sancionada, segundo 
a gravidade, com a aplicação de uma das seguintes penalidades:
I – advertência reservada;
II – censura reservada;
III – censura pública.
§ 1º Na aplicação das sanções éticas, podem ser consideradas como atenuantes:
(Redação alterada pela Resolução CFC nº 1.307/10, de 09/12/2010)
I – ação desenvolvida em defesa de prerrogativa profissional;
(Redação alterada pela Resolução CFC nº 1.307/10, de 09/12/2010)
II – ausência de punição ética anterior;
(Redação alterada pela Resolução CFC nº 1.307/10, de 09/12/2010)
III – prestação de relevantes serviços à Contabilidade.
(Redação alterada pela Resolução CFC nº 1.307/10, de 09/12/2010)
§ 2º Na aplicação das sanções éticas, podem ser consideradas como agravantes:
(Criado pelo Art. 25, da Resolução CFC nº 1.307/10, de 09/12/2010)
I – Ação cometida que resulte em ato que denigra publicamente a imagem do Profissional da 
Contabilidade;
(Criado pelo Art. 25, da Resolução CFC nº 1.307/10, de 09/12/2010)
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II – punição ética anterior transitada em julgado.
(Criado pelo Art. 25, da Resolução CFC nº 1.307/10, de 09/12/2010)
Art. 13 O julgamento das questões relacionadas à transgressão de preceitos do Código de 
Ética incumbe, originariamente, aos Conselhos Regionais de Contabilidade, que funcionarão 
como Tribunais Regionais de Ética e Disciplina, facultado recurso dotado de efeito suspensivo, 
interposto no prazo de quinze dias para o Conselho Federal de Contabilidade em sua 
condição de Tribunal Superior de Ética e Disciplina.
(Redação alterada pela Resolução CFC nº 950, de 29 de novembro de 2002)
§ 1º O recurso voluntário somente será encaminhado ao Tribunal Superior de Ética e 
Disciplina se o Tribunal Regional de Ética e Disciplina respectivo mantiver ou reformar 
parcialmente a decisão.
(Redação alterada pela Resolução CFC nº 950, de 29 de novembro de 2002)
§ 2º Na hipótese do inciso III do art. 12, o Tribunal Regional de Ética e Disciplina deverá 
recorrer ex officio de sua própria decisão (aplicação de pena de Censura Pública).
(Redação alterada pela Resolução CFC nº 950, de 29 de novembro de 2002)
§ 3º Quando se tratar de denúncia, o Conselho Regional de Contabilidade comunicará ao 
denunciante a instauração do processo até trinta dias após esgotado o prazo de defesa.
(Renumerado pela Resolução CFC nº 819, de 20 de novembro de 1997)
Art. 14 O Profissional da Contabilidade poderá requerer desagravo público ao Conselho 
Regional de Contabilidade, quando atingido, pública e injustamente, no exercício de sua 
profissão.
(Redação alterada pela Resolução CFC nº 1.307/10, de 09/12/2010)
CAPÍTULO VI
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS
(Criado pelo Art. 27, da Resolução CFC nº 1.307/10, de 09/12/2010)
Art. 15 Este Código de Ética Profissional se aplica aos Contadores e Técnicos em 
Contabilidade regidos pelo Decreto-Lei nº. 9.295/46, alterado pela Lei nº. 12.249/10.
(Criado pelo Art. 28, da Resolução CFC nº 1.307/10, de 09/12/2010)
Para saber mais sobre o código, acesse a Planilha Referencial dos Serviços Contábeis, 
disponível no portal do Sescon Serra Gaúcha, no seguinte endereço: <http://
sesconserragaucha.com.br/legislacao/planilha-referencial/>. 
Leia também “Abordagens éticas para o Profissional contábil” no portal do Conselho 
Federal de Contabilidade (CFC). Disponível em: <http://portalcfc.org.br/wordpress/
wp-content/uploads/2013/01/livro_abord_etica-pdf.pdf >. 
NÃO DEIXE DE LER...
28 Laureate- International Universities
O comportamento ético de um profissional é o elemento chave que determina sucesso ou 
fracasso individual ou coletivo em uma organização, independentemente do porte e do ramo 
de atuação no mercado. O que acenapara a conduta ética são as virtudes como honestidade, 
zelo, sigilo e competência. Um profissional ético e competente deve possuir várias virtudes para 
que, de fato, haja eficácia no seu trabalho. A deontologia, sistema de códigos de uma profissão 
como a de contabilista, deve ser respeitada como princípios que fundamentam a ética. 
Dilemas e conflitos cotidianos são dirimidos com base no código de ética específico, que, 
conforme Fipecafi (1997, p. 62), relaciona as principais práticas de comportamento. No 
entanto, mesmo com regras a serem seguidas, nem sempre a existência de um código de 
ética e sua prática impedem que as empresas afastem os riscos de se verem envolvidas em 
escândalos. O noticiário atual está repleto de casos típicos que envolvem ingredientes como a 
corrupção. Fique atento!
Vale pensar no seguinte dilema ético, que é comum no mercado de trabalho: quando um 
presidente de uma empresa solicita do contador a assinatura num balanço com distorções de 
disclosure (evidenciação), o ato de assinar ou não se revela para o contador, de acordo com 
Fipecafi (1997), um conflito de valores pessoais, pois ele terá dois caminhos a seguir: um seria 
não assinar, assumindo uma atitude estritamente profissional, e outro seria assinar e, assim, 
manter o cargo. No caso de se submeter, o contador manteria seu emprego, mas teria, ao 
mesmo tempo, a participação em uma fraude que poderia comprometer sua carreira. No caso 
de não assinar, colocaria em risco sua permanência na empresa, mas teria agido da forma 
mais ética e aconselhada para uma carreira com credibilidade.
SínteseSíntese
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Síntese
ACCOUNTINGVERSE. Standards of Ethical Conduct for Management Accountants. 
Disponível em: <http://www.accountingverse.com/managerial-accounting/code-of-ethics.
html>. Acesso em: 6 nov. 2014.
CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE. CEPC	-	Código	de	Ética	Profissional	
do Contador. Disponível em: <http://www2.cfc.org.br/sisweb/sre/detalhes_sre.
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______. Abordagens	éticas	para	o	profissional	contábil. Disponível em: <http://
portalcfc.org.br/wordpress/wp-content/uploads/2013/01/livro_abord_etica-pdf.pdf>. Acesso 
em: 6 nov. 2014. 
CUNHA, A. G. Dicionário etimológico nova fronteira da língua portuguesa. Rio de 
Janeiro: Nova Fronteira, 1982.
FIPECAFI, L. L. P. (Org.). Ética geral e profissional em contabilidade. 2 ed. São Paulo: Atlas, 
1997.
PASSOS, E. Ética nas organizações. São Paulo: Atlas, 2009. 
SÁ, A. L. Ética profissional. 4. ed. São Paulo: Atlas: 2001.
SESCON SERRA GAÚCHA. Planilha Referencial de Honorários Contábeis. Disponível 
em: <http://sesconserragaucha.com.br/legislacao/planilha-referencial/>. Acesso em: 6 nov. 
2014.
ReferênciasBibliográficas

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