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Fundações e Obras de Terra Darlan Amorim Pereira Eng. Civil graduado pela UNIVALI (2011) Mestre em Geotecnia pela UFPR (2016) email: professordarlanpereira@gmail.com 1 Fundações Profundas • Definições da NBR 6122:2010: • Transmite carga pela base (resistência de ponta), superfície lateral (resistência de fuste) ou uma combinação das duas, devendo sua ponta ou base estar assente em profundidade superior ao dobro de sua menor dimensão em planta e, no mínimo, a 3m. • Incluem-se neste tipo de fundação: estacas, tubulões e caixões. 2Fundações e obras de terra • Estaca: elemento de fundação executado por ferramentas ou equipamentos, podendo ser cravado, escavado ou ambos. 3Fundações e obras de terra Fundações Profundas • Tubulão: elemento de fundação profunda de forma cilíndrica que, ao menos na sua fase final de execução, requer descida de operário ou técnico. A diferença entre tubulão e caixão está na geometria, sendo o tubulão cilíndrico e o caixão prismático. 4Fundações e obras de terra Fundações Profundas •Classificação das estacas •De deslocamento: o solo é “deslocado” durante a execução da estaca, causando o aumento nas tensões geostáticas horizontais. Estacas cravadas em geral apresentam este comportamento. •De substituição: o solo é removido e “substituído” pela estaca, causando a redução nas tensões geostáticas horizontais. Estacas escavadas em geral apresentam este comportamento. • Sem deslocamento: casos específicos onde não ocorre o alívio ou aumento das tensões horizontais durante o processo de execução. 5Fundações e obras de terra Fundações Profundas • Estaca de deslocamento: exemplo 6Fundações e obras de terra Fundações Profundas • Estaca de deslocamento: exemplo 7Fundações e obras de terra Fundações Profundas • Estaca de substituição: exemplo 8Fundações e obras de terra Fundações Profundas • Estaca pré-moldada: Madeira • Indicadas apenas para situações provisórias devido à sua baixa durabilidade, caso exposta à variação do lençol freático. • Feitas de troncos de árvores, razoavelmente retilíneos, com preparação das extremidades (topo e ponta) para cravação. •A ponta e o topo devem ter diâmetros maiores que 15 cm e 25 cm, respectivamente, e o segmento de reta que une os centros das seções (ponta e topo) deve estar compreendido integralmente no interior do perímetro da estaca (NBR 6122: 2010). • Proteção por amortecedores adequados durante a cravação para evitar danos na cabeça da estaca (NBR 6122: 2010). 9Fundações e obras de terra Fundações Profundas • Estaca pré-moldada: Madeira • Caso ocorra dano durante a cravação, a parte afetada deve ser cortada (NBR 6122: 2010). • Proteção da ponta com ponteira de aço para cravação em camadas resistentes (NBR 6122: 2010). • Para cravação por percussão, a relação entre peso do martelo e o peso da estaca deve ser a maior possível, respeitando-se a relação mínima de 1,0 (NBR 6122: 2010). • Para obras provisórias não necessita de tratamento químico para sua conservação. Caso contrário, a madeira deve ser tratada contra o ataque de fungos, bactérias e afins. Tratamento este feito com sais à base de zinco, cobre, mercúrio ou creosoto (substância proveniente da destilação do carvão ou do asfalto) 10Fundações e obras de terra Fundações Profundas • Estaca pré-moldada: Madeira Relação entre comprimento e diâmetro de estacas de madeira: indicações da norma alemã DIN 4026. 11Fundações e obras de terra Fundações Profundas Comprimento L da estaca (m) Diâmetro médio em cm < 6 25 ≥ 6 20 + L; L em m • Estaca pré-moldada: Madeira Cargas admissíveis estruturais empregadas em estacas de madeira (DIN 4026): Obs: Comprimento cravado mínimo de 5 m e camada resistente sendo areia compacta ou argila rija ao longo de espessura suficiente. 12Fundações e obras de terra Fundações Profundas Penetração na camada resistente (m) Carga admissível (kN) Diâmetro da ponta (cm) 15 20 25 30 35 3 100 150 200 300 400 4 150 200 300 400 500 5 --- 300 400 500 600 • Estaca pré-moldada: Metálica • Elemento produzido industrialmente, podendo ser constituído por perfis laminados ou soldados, simples ou múltiplos, tubos de chapa dobrada ou calandrada, tubos (com ou sem costura) e trilhos (NBR 6122:2010). 13Fundações e obras de terra Fundações Profundas • Estaca pré-moldada: Metálica •A cravação da estaca pode ser feita por percussão, prensagem ou vibração. • Recomendações da NBR 6122: 2010 para cravação com martelo de queda livre: • a) Peso do martelo não inferior a 10 kN ou 1 t. • b) Peso do martelo não inferior a 30 kN ou 3 t para estacas com carga de trabalho entre 0,7 MN ou 70 t e 1,3 MN ou 130 t. • c) Para estacas cuja carga de trabalho seja superior a 1,3 MN, a escolha do sistema de cravação deve ser previamente analisada. 14Fundações e obras de terra Fundações Profundas • Estaca pré-moldada: Metálica • Espessura de sacrifício para estacas permanentemente enterradas (NBR 6122: 2010). Observação: para situações onde parte da estaca fique desenterrada, é obrigatória a proteção com camisa de concreto ou outro recurso de proteção do aço. 15Fundações e obras de terra Fundações Profundas • Estaca pré-moldada: Metálica • A carga máxima, do ponto de vista estrutural, é obtida multiplicando- se a área útil, (descontada a espessura de sacrifício) pela tensão admissível (fyk/2), onde fyk é a tensão de escoamento do aço. 16Fundações e obras de terra Fundações Profundas • Estaca pré-moldada: Metálica Carga admissível estrutural para perfis fabricados pela CSN com fyk = 102 MPa (ALONSO, 1996) 17Fundações e obras de terra Fundações Profundas • Estaca pré-moldada: Metálica 18Fundações e obras de terra Fundações Profundas Fonte: VELLOSO, D. A.; LOPES F. R. Fundações – Critérios de Projeto, Investigação do Sobsolo, Fundações Superficiais, Fundações Profundas. São Paulo: Oficina de Textos, 2010. • Estaca pré-moldada: Metálica • Tabela de perfis da Gerdau 19Fundações e obras de terra Fundações Profundas • Estaca pré-moldada: Metálica 20Fundações e obras de terra Fundações Profundas • Estaca pré-moldada: Concreto • As estacas pré-moldadas podem ser de concreto armado ou protendido, vibrado ou centrifugado, com qualquer forma geométrica de seção transversal, devendo apresentar resistência compatível com os esforços de projeto e decorrentes do transporte, manuseio, cravação e eventuais solos agressivos (NBR 6122: 2010). Seções Típicas 21Fundações e obras de terra Fundações Profundas • Estaca pré-moldada: Concreto • Cravação por percussão, prensagem ou vibração. Quando cravada com martelo de queda livre a NBR 6122: 2010 recomenda: • a) Peso do martelo não inferior a 20 kN ou 2 t. • b) Peso do martelo no mínimo igual a 75% do peso total da estaca. • c) Peso do martelo não inferior a 40 kN ou 4 t para estacas com carga de trabalho entre 0,7 MN ou 70 t e 1,3 MN ou 130 t. • d) Para carga de trabalho superiores a 1,3 MN ou 130 t, a escolha do sistema de cravação deve ser previamente analisado. 22Fundações e obras de terra Fundações Profundas • Estaca pré-moldada: Concreto Carga estrutural admissível para estacas pré-moldadas de concreto. 23Fundações e obras de terra Fundações Profundas Fonte: VELLOSO, D. A.; LOPES F. R. Fundações – Critérios de Projeto, Investigação do Sobsolo, Fundações Superficiais, Fundações Profundas. São Paulo: Oficina de Textos, 2010. • Estaca pré-moldada: Concreto 24Fundações e obras de terra Fundações Profundas • Estaca pré-moldada: Concreto • Emendas NBR 6122:2010 •As emendas devem ser através de anéis soldados ou outros dispositivos que permitam a transferência dosesforços de compressão, tração e flexão. •O uso de luvas de encaixe é aceito se forem obedecidas as seguintes restrições: • a) uma única emenda por estaca; • b) não haja tração ou flexão na cravação e utilização da estaca; 25Fundações e obras de terra Fundações Profundas • Estaca pré-moldada: Concreto • Emendas NBR 6122:2010 26Fundações e obras de terra Fundações Profundas • Estacas moldadas in loco: Strauss • Estaca de concreto, executada através da escavação por meio de uma sonda (também denominada piteira), com a simultânea introdução de revestimento metálico em segmentos rosqueados, até que se atinja a profundidade projetada. •O revestimento assegura a estabilidade do furo, garantindo que não ocorra mistura do solo com concreto e estrangulamento do fuste. • Ponta deve estar assente em material de baixa permeabilidade, para permitir a limpeza e concretagem. •Não indicada para areias submersas ou argilas muito moles saturadas (NBR 6122:2010). 27Fundações e obras de terra Fundações Profundas • Estacas moldadas in loco: Strauss •O procedimento executivo se divide na seguinte sequência: • 1) - Perfuração com a piteira em conjunto com colocação do revestimento até a conta desejada. • 2) - Limpeza do furo com água e o auxilio da piteira de perfuração. • 3) - Concretagem com apiloamento do concreto e retirada do revestimento. • 4) - Colocação da armadura: podendo esta ser feita antes ou depois da concretagem, dependendo as situação. 28Fundações e obras de terra Fundações Profundas • Estacas moldadas in loco: Strauss 29Fundações e obras de terra Fundações Profundas • Estacas moldadas in loco: Strauss • Recomendações da NBR 6122: 2010: • 1) Não devem ser executadas com espaçamento inferior a cinco diâmetros (maior diâmetro) em intervalo inferior a 12 h. • 2) Ao menos 1% das estacas, e no mínimo uma por obra, deve ser exposta abaixo da cota de arrasamento, para verificação da sua integridade e qualidade do fuste. • 3) Consumo de cimento do concreto não inferior a 300 kg/m³, agregado com diâmetro máximo de 19 mm e fck ≥ 20 MPa aos 28 dias. • 4) Slump test entre 8 cm e 12 cm para estacas não armadas e de 12 cm a 14 cm para estacas armadas. 30Fundações e obras de terra Fundações Profundas • Estacas moldadas in loco: Strauss • Carga estrutural admissível estaca strauss 31Fundações e obras de terra Fundações Profundas Tensão de trabalho σ = 3 a 4 MPa Diâmetro (cm) Carga Usual (KN) Carga Máxima (KN) 25 150 200 32 250 350 38 350 450 45 500 650 • Estacas moldadas in loco: Strauss • Vantagens: equipamento simples e baixo custo. • Desvantagens: Baixa produtividade, pouco controle tecnológico e altamente dependente da habilidade do operador. 32Fundações e obras de terra Fundações Profundas • Estacas moldadas in loco: Franki • Franki Stantard: É uma estaca de deslocamento moldada in loco com grande capacidade de carga, por conta da sua base alargada e do grande atrito lateral, mas devido ao processo executivo causa muita vibração no terreno. • Processo executivo: • 1) Cravação de um tubo por meio de sucessivos golpes de um pilão em uma bucha seca e areia aderida ao tubo. • 2) Atingida a cota de apoio, procede-se à expulsão da bucha, execução da base alargada. • 3) Instalação da armadura e execução do fuste de concreto apiloado com a simultânea retirada do revestimento. 33Fundações e obras de terra Fundações Profundas • Estacas moldadas in loco: Franki Stantard 34Fundações e obras de terra Fundações Profundas • Estacas moldadas in loco: Franki Stantard • Colocação do concreto e exemplo de base alargada. 35Fundações e obras de terra Fundações Profundas • Estacas moldadas in loco: Franki Stantard Características dos pilões para a execução de estacas Franki (NBR 6122:2010). 36Fundações e obras de terra Fundações Profundas Diâmetro da estaca (mm) Massa mínima do pilão (t) Diâmetro do pilão (mm) 300 1,0 180 350 1,5 180 400 2,0 250 450 2,5 280 520 2,8 310 600 3,0 380 700 3,4 430 • Estacas moldadas in loco: Franki Stantard Carga estrutural admissível estaca Franki (Velloso e Lopes, 2010). 37Fundações e obras de terra Fundações Profundas Volume da base (litros) Diâmetro da estaca (mm) 300 350 400 450 520 600 700 Mínima 90 90 180 270 300 450 600 Normal 90 180 270 360 450 600 750 Usual 180 270 360 450 600 750 900 Especial 270 360 450 600 750 900 1050 Carga de trabalho a compressão usual (kN) para (σ = 7 MPa) 450 650 850 1100 1500 1950 2600 Carga de trabalho a tração (kN) 100 150 200 250 300 400 500 Força horizontal máxima (kN) 20 30 40 60 80 100 150 • Estacas moldadas in loco: Franki Stantard • Recomendações da NBR 6122 quanto à execução da base alargada e do consumo de cimento: • 1) Energia mínima de 2,5 MN.m para os últimos 0,15 m³ de concreto, para diâmetro inferior a 450 mm. • 2) Energia mínima de 5,0 MN.m para os últimos 0,15 m³ de concreto, para diâmetros entre 450 mm e 600 mm. • 3) Energia mínima de 9,0 MN.m para os últimos 0,25 m³ de concreto, para diâmetro de 700 mm. • 4) Consumo de cimento mínimo de 350 kg/m³. 38Fundações e obras de terra Fundações Profundas • Estacas moldadas in loco: Franki • Estaca Franki tubada: Executada de maneira semelhante a standard, mas não ocorre a retirada do tubo de cravação. Seu uso ocorre em casos onde parte da estaca fica fora do solo e exposta ao ar ou água. • Estaca Franki Mista: União de uma estaca pré-moldada, ancorada em uma base alargada pelo processo Franki. • Estaca Franki de Fuste Vibrado: Obedece a sequência standard até a colocação da armadura, então enche-se o tubo todo com concreto plástico (slump de 8 a 12 cm) e inicia-se a vibração e retirada do tubo simultaneamente, com o pilão apoiado na coluna de concreto. • Estaca Franki Cravada de Ponta Aberta: Cravação do tubo sem bucha na ponta e com escavação interna (com trado ou piteira). Ao se atravessar a camada resistente que impedia a cravação do tubo fechado o processo Franki convencional é retomado. 39Fundações e obras de terra Fundações Profundas • Estacas moldadas in loco: Escavada com trado sem fluido estabilizante ou revestimento •Recomendações NBR 6122:2010 • Escavação executada por trado espiral sendo empregadas onde o perfil do subsolo tem características tais que o furo se mantenha estável sem a necessidade de revestimento ou de fluido estabilizante. • A profundidade é limitada ao nível do lençol freático pelo fato de não haver garantia de estabilidade abaixo deste nível. • Aconselha-se que a concretagem seja feita no mesmo dia da perfuração. • Consumo mínimo de cimento de 300 kg/m³, slump entre 8 cm e 12 cm para estacas não armadas e 12 cm e 14 cm para estacas armadas, fck ≥ 20 MPa e agregado com φmáximo de 19 mm. 40Fundações e obras de terra Fundações Profundas • Escavada com trado sem fluido ou revestimento. • Vantagens: • 1) Não causa perturbações na vizinhança como levantamento de solo ou vibração. • 2) Cargas admissíveis elevadas. • 3) Conhecimento do terreno atravessado. • Desvantagens: • 1) Necessário grandes equipamentos na maioria dos casos. • 2) Mobilização de grandes volumes de solo e concreto em curto intervalo de tempo. 41Fundações e obras de terra Fundações Profundas • Estacas moldadas in loco: Escavada com trado sem fluido estabilizante ou revestimento Carga estrutural admissível estaca escavada circular sem revestimento ou fluido (Velloso e Lopes, 2010) 42Fundações e obras de terra Fundações Profundas Tensão de trabalho σ = 3 a 5 MPa Diâmetro (cm) Carga Usual (KN) Carga Máxima (KN) 20 100 120 25 150 200 30 200 250 60 1000 1400 • Estacas moldadas in loco: Escavada comuso de fluido estabilizante ou revestimento • São estacas executadas em solos sem capacidade para manter o furo estável ou abaixo do nível do lençol freático. • Pode-se utilizar revestimento (recuperável ou perdido) ou fluido estabilizante (lama bentonítica ou polímero sintético). •A concretagem é submersa, com o concreto deslocando a água no interior do furo ou o fluido estabilizante em direção ascendente para fora do furo. •As estacas podem ter seções circulares (estacão), retangulares (barrete) ou parede-diafragma. 43Fundações e obras de terra Fundações Profundas • Escavada com uso de revestimento: Processo executivo 44Fundações e obras de terra Fundações Profundas • Escavada com uso de fluido estabilizante: Processo executivo 45Fundações e obras de terra Fundações Profundas • Escavada com uso de fluido estabilizante: Reservatórios 46Fundações e obras de terra Fundações Profundas • Estaca Escavada: Ferramentas de escavação • 47Fundações e obras de terra Fundações Profundas • Estaca Escavada com fluido estabilizante: Recomendações NBR 6122:2010 • Concretagem submersa e contínua com tubo tremonha, devendo ser feita até no mínimo 50 cm acima da cota de arrasamento. •Não se devem executar estacas com espaçamento inferior a cinco diâmetros (maior diâmetro) em intervalo inferior a 12 h. •Ao menos 1% das estacas, e no mínimo uma por obra, deve ser exposta abaixo da cota de arrasamento e, se possível, até o nível d’água, para verificação da sua integridade. • Consumo de cimento mínimo de 400 kg/m³, slump igual a 22 ± 3 cm, fator água/cimento ≤ 0,6, agregado com dimensão máxima de 19 mm, % de argamassa ≥ 55 % e fck ≥ 20 MPa. • 48Fundações e obras de terra Fundações Profundas • Estaca Escavada com fluido estabilizante: Características exigidas para os fluidos segundo a NBR 6122:2010 • 49Fundações e obras de terra Fundações Profundas • Estacas moldadas in loco: Escavada com uso de fluido estabilizante ou revestimento Carga estrutural admissível estaca escavada com uso de revestimento ou fluido estabilizante (Velloso e Lopes, 2010) 50Fundações e obras de terra Fundações Profundas Tensão de trabalho σ = 3 a 5 MPa Dimensões (cm) Carga Usual (KN) Carga Máxima (KN) Obs. ∅ 60 1100 1400 Estaca com seção circular ∅ 80 2000 2500 ∅ 100 3100 3900 ∅ 120 4500 5600 40 x 250 4000 5000 Estaca com seção retangular (diafragma ou barrete) 60 x 250 6000 7500 80 x 250 8000 10000 100 x 250 10000 12500 • Estacas moldadas in loco: Raiz • Estaca revestida integralmente, em solo, por meio de segmentos de tubos metálicos (revestimento) que vão sendo rosqueados à medida que a perfuração é executada. O revestimento é recuperado. •A estaca é armada em todo o seu comprimento e a perfuração preenchida por argamassa de cimento e areia. •Não produz choque ou vibração. • Consegue atravessar obstáculos como blocos de rocha ou peças de concreto. • Equipamento, em geral, de pequeno porte. • Pode ser executada na vertical ou inclinada. 51Fundações e obras de terra Fundações Profundas • Estaca Raiz: perfuratriz rotativa ou rotopercussiva. 52Fundações e obras de terra Fundações Profundas • Estaca Raiz: processo executivo 53Fundações e obras de terra Fundações Profundas • Estaca Raiz: recomendações da NBR 6122: 2010 • Consumo mínimo de cimento de 600 kg/m³. • Fator água/cimento entre 0,5 e 0,6. •Agregado: areia e/ou pedrisco. • fck ≥ 20 MPa. • Relação entre diâmetros nominal acabado e diâmetro do revestimento no trecho executado em solo: 54Fundações e obras de terra Fundações Profundas • Estacas moldadas in loco: Escavada Raiz Carga estrutural admissível Raiz (Velloso e Lopes, 2010) 55Fundações e obras de terra Fundações Profundas Tensão de trabalho σ = 11 a 12,5 MPa Diâmetro acabado (cm) Carga Usual (KN) Carga Máxima (KN) 20 250 300 25 400 500 30 600 700 35 850 1000 40 1200 1400 • Estacas moldadas in loco: Hélice contínua • Estaca executada mediante a introdução no terreno, por rotação, de um trado helicoidal contínuo. A injeção de concreto é feita pela haste central, vazada, do trado simultaneamente à sua retirada. •A armadura é sempre colocada após a concretagem da estaca. •A execução da estaca é monitorada durante todo o processo. •Os equipamentos mais comuns permitem executar estacas com diâmetros de 30 cm a 100 cm e comprimento de até 30 m. • Principais vantagens: execução rápida, alta produtividade e grande capacidade de carga das estacas. 56Fundações e obras de terra Fundações Profundas • Estacas moldadas in loco: Hélice contínua 57Fundações e obras de terra Fundações Profundas • Estacas moldadas in loco: Hélice contínua 58Fundações e obras de terra Fundações Profundas • Estacas moldadas in loco: Hélice contínua 59Fundações e obras de terra Fundações Profundas • Estacas Hélice contínua: Recomendações NBR 6122:2010 • Características mínimas do equipamento, para que se minimize o desconfinamento durante a perfuração. 60Fundações e obras de terra Fundações Profundas • Estacas Hélice contínua: Recomendações NBR 6122:2010 • Consumo mínimo de cimento de 400 kg/m³. • Slump igual a 22 ± 3 cm. • Fator água/cimento ≤ 0,6. •% de argamassa em massa: ≥ 55%. • fck ≥ 20 MPa aos 28 dias. •A pressão do concreto deve ser sempre positiva para evitar a interrupção do fuste durante a concretagem. •Ao menos 1% das estacas, e no mínimo uma por obra, deve ser exposta abaixo da cota de arrasamento e, se possível, até o nível da água, para verificação da sua integridade. 61Fundações e obras de terra Fundações Profundas • Estacas moldadas in loco: Hélice Contínua Carga estrutural admissível Raiz (Velloso e Lopes, 2010) 62Fundações e obras de terra Fundações Profundas Tensão de trabalho σ = 5 a 6 MPa Diâmetro (cm) Carga Usual (KN) Carga Máxima (KN) 40 600 800 60 1400 1800 80 2500 3000 100 4000 4700 • Estacas moldadas in loco: parâmetros para dimensionamento da NBR 6122:2010. 63Fundações e obras de terra Fundações Profundas • Estacas: provas de carga em, no mínimo, 1% da quantidade total de estacas, arredondando-se para mais NBR 6122:2010. 64Fundações e obras de terra Fundações Profundas • Valores de ���� indicativos de cravabilidade ou escavabilidade para diferentes tipos de estacas. 65Fundações e obras de terra Fundações Profundas Fonte: CINTRA, J. C. A.; AOKI, N. Fundações por estacas: projeto geotécnico. São Paulo: Oficina dos textos, 2010 •Métodos para previsão da capacidade de carga em estacas •A capacidade de carga é a máxima carga que o sistema solo- estaca suporta, sem ocorrer a ruptura do solo, recalques excessivos ou danos na estrutura da estaca. • É dividida em uma parcela correspondente à resistência de ponta e uma parcela devido à resistência por atrito lateral. •Depende de fatores como o tipo de solo (coesivo ou granular), o estado em que o solo de encontra (sobre adensado ou normalmente adensado, compacto ou fofo), tipo de estaca (substituição ou deslocamento), material da estaca e sua geometria (seção transversal e comprimento). 66Fundações e obras de terra Fundações Profundas •Métodos para previsão da capacidade de carga em estacas • Métodos Estáticos – estudam à estaca mobilizando toda a resistência ao cisalhamento estática do solo e são subdivididos em: • Racionais ou teóricos - utilizam soluções clássicas de capacidade de carga a partir de parâmetros do solo como ângulo de atrito e coesão; • Métodos semiempíricos - se baseiam em correlações entre a capacidade de carga da estaca com resultados de ensaios de campo como CPT e SPT. • Empíricos – onde a capacidade de carga écalculada apenas com base na classificação das camadas de solo atravessadas, servindo apenas como uma estimativa grosseira da capacidade de carga. 67Fundações e obras de terra Fundações Profundas •Métodos para previsão da capacidade de carga em estacas • Métodos Dinâmicos – determinam a capacidade de carga com base na observação da sua resposta à cravação e são subdivididos em: • Fórmulas dinâmicas - relacionam a resistência à cravação com a energia de cravação e com o deslocamento axial da estaca causado pelo impacto do martelo. São estabelecidas com base em diferentes hipóteses e seus resultados tendem a variar bastante. São recomendadas apenas como sistema de controle na homogeneidade de estacas cravadas. • Soluções da equação da onda – analisa a cravação como um fenômeno de propagação de ondas de tensão ao longo da estaca, permitindo a obtenção das resistências estática e dinâmica da estaca. 68Fundações e obras de terra Fundações Profundas •Métodos para previsão da capacidade de carga em estacas •Aoki & Velloso (1975): Método desenvolvido no Brasil, foi concebido a partir da correlação de resultados de prova de carga estática com resultados de ensaios de cone (CPT). É possível o seu uso com o resultado de ensaios de penetração dinâmica (SPT) por meio do coeficiente de conversão “k” da resistência de ponta do cone (qc) para o índice de resistência a penetração (NSPT). A expressão da capacidade de carga da estaca é dada pela equação: Onde: Rult - carga de ruptura estaca; U - perímetro do fuste; ql - tensão cisalhante por atrito lateral; Δl - segmento da estaca; qp - tensão normal na ponta da estaca; Ap - área da ponta 69Fundações e obras de terra Fundações Profundas �� = � · � + � ·� � · ∆ •Métodos para previsão da capacidade de carga em estacas •Aoki & Velloso (1975): As tensões atuantes no fuste (ql) e na ponta (qp) são relacionadas com a resistência de ponta (qc) do ensaio CPT por meio das expressões: Onde: qc - resistência de ponta do ensaio CPT; F1 e F2 - são fatores de correção das resistências de ponta e lateral e dependem do tipo de estaca; fs - atrito lateral no cone; α - coeficiente que depende do tipo de solo. 70Fundações e obras de terra Fundações Profundas � = �� �1 � = �� �2 = � · �� �2 •Métodos para previsão da capacidade de carga em estacas •Aoki & Velloso (1975): Unindo as equações obtém-se: • Para ensaio CPT: • Para ensaio SPT: 71Fundações e obras de terra Fundações Profundas �� = � · �� �1 + � ·� � · �� · ∆ �2 �� = � · � · ���� �1 + � ·� � · � · ���� �2 •Métodos para previsão da capacidade de carga em estacas •Aoki & Velloso (1975): Valores de F1 e F2 72Fundações e obras de terra Fundações Profundas Tipos de Estaca Aoki & Velloso (1975) Laprovitera (1988) & Benegas (1993) Monteiro (1993) F1 F2 F1 F2 F1 F2 Franki de fuste apiloado 2,5 5,0 2,5 3,0 2,3 3,0 Franki de fuste vibrado 2,5 5,0 2,5 3,0 2,3 3,2 Metálica 1,8 3,5 2,4 3,4 1,7 3,5 Pré-moldada de concreto cravada à percussão 1,8 3,5 2,0 3,5 2,5 3,5 Pré-moldada de concreto cravada por prensagem 1,8 3,5 2,0 3,5 1,2 2,3 Escavada com lama bentonítica 3,5 7,0 4,5 4,5 3,5 4,4 Strauss 3,5 7,0 4,5 4,5 4,2 3,9 Raiz - - - - 2,2 2,4 Hélice contínua - - - - 3,0 3,8 •Métodos para previsão da capacidade de carga em estacas •Aoki & Velloso (1975): Valores de “k” e “α” 73Fundações e obras de terra Fundações Profundas Tipo de Solo Aoki & Velloso (1975) Laprovitera (1988) Monteiro (1997) k (MPa) α (%) k (MPa) α (%) k (MPa) α (%) Areia 1,00 1,40 0,60 1,40 0,73 2,10 Areia siltosa 0,80 2,00 0,53 1,90 0,68 2,30 Areia silto-argilosa 0,70 2,40 0,53 2,40 0,63 2,40 Areia argilosa 0,60 3,00 0,53 3,00 0,54 2,80 Areia argilo-siltosa 0,50 2,80 0,53 2,80 0,57 2,90 Silte 0,40 3,00 0,48 3,00 0,48 3,20 Silte arenoso 0,55 2,20 0,48 3,00 0,50 3,00 Silte areno-argiloso 0,45 2,80 0,38 3,00 0,45 3,20 Silte argiloso 0,23 3,40 0,30 3,40 0,32 3,60 Silte argilo-arenoso 0,25 3,00 0,38 3,00 0,40 3,30 Argila 0,20 6,00 0,25 6,00 0,25 5,50 Argila arenosa 0,35 2,40 0,48 4,00 0,44 3,20 Argila areno-siltosa 0,30 2,80 0,30 4,50 0,30 3,80 Argila siltosa 0,22 4,00 0,25 5,50 0,26 4,50 Argila silto-arenosa 0,33 3,00 0,30 5,00 0,33 4,10 •Métodos para previsão da capacidade de carga em estacas •Décourt & Quaresma (1978): Se trata de outro método desenvolvido no Brasil, muito utilizado nacionalmente, assim como o método Aoki & Velloso (1975). Foi desenvolvido inicialmente para estacas pré-moldadas de concreto e posteriormente (Décourt, 1996) apud Cintra e Aoki (2010) adaptado a outros tipos de estaca. Diferente do método anterior, que é baseado nos resultados do ensaio CPT, este utiliza os resultados do ensaio SPT como parâmetro base para o cálculo da capacidade de carga. 74Fundações e obras de terra Fundações Profundas •Métodos para previsão da capacidade de carga em estacas •Décourt & Quaresma (1978): Onde: α - fator de correção da resistência de ponta em função do tipo de estaca e solo; K - coeficiente característico do solo que relaciona a resistência de ponta com o valor de Np; Np - valor médio do índice de resistência a penetração (NSPT) na ponta, obtido a partir da média do NSPT ao nível da ponta e dos níveis imediatamente superior e inferior; Ap - área da ponta; U - perímetro da estaca; L - comprimento da estaca; β - fator de correção da resistência de atrito lateral em função do tipo de estaca e solo; NL - valor médio do NSPT ao longo do fuste. 75Fundações e obras de terra Fundações Profundas �� = ��� + � � = � · ! · �" · �" + � · # · $ · 10 · �# 3 + 1 •Métodos para previsão da capacidade de carga em estacas •Décourt & Quaresma (1978): Para determinação do NL é aplicada a seguinte regra: • 1) Estacas de deslocamento e escavadas com bentonita - os valores de NSPT menores que 3, devem ser considerados igual a 3 e os valores maiores que 50, devem ser considerados igual a 50; • 2) Estacas Strauss e tubulões a céu aberto – os valores de NSPT maiores que 15, devem ser considerados igual a 15 e para valores menores que 3, devem ser considerados igual a 3. 76Fundações e obras de terra Fundações Profundas •Métodos para previsão da capacidade de carga em estacas •Décourt & Quaresma (1978): •Valores do coeficiente característico do solo K 77Fundações e obras de terra Fundações Profundas Tipo de Solo K (kN/m²) Argilas 120 Siltes argilosos (solos residuais) 200 Siltes arenosos (solos residuais) 250 Areias 400 •Métodos para previsão da capacidade de carga em estacas •Décourt & Quaresma (1978): Valores do fator α em função do tipo de estaca e solo Valores do fator β em função do tipo de estaca e solo 78Fundações e obras de terra Fundações Profundas Solo/Estaca Cravada Escavada (em geral) Escavada (com bentonita) Hélice Contínua Raiz Injetadas (alta pressão) Argilas 1,00 0,85 0,85 0,30 0,85 1,00 Solos Residuais 1,00 0,60 0,60 0,30 0,60 1,00 Areias 1,00 0,50 0,50 0,30 0,50 1,00 Solo/Estaca Cravada Escavada (em geral) Escavada (com bentonita) Hélice Contínua Raiz Injetadas (alta pressão) Argilas 1,00 0,85 0,90 1,00 1,50 3,00 Solos Residuais 1,00 0,65 0,75 1,00 1,50 3,00 Areias 1,00 0,50 0,60 1,00 1,50 3,00 •Métodos para previsão da capacidade de carga em estacas • Teixeira (1996): Tendo como base os métodos Aoki e Velloso (1975), Décourt e Quaresma (1978) e outros, Teixeira (1996) propõe uma equação unificada para a capacidade de carga, na qual também divide a resistência da estaca (Rult) em uma componente devido ao atrito lateral (RLult) e uma componente devido a ponta (RPult), em função dos parâmetros α e β.• Este método não se aplica ao caso de estacas pré-moldadas de concreto flutuantes em espessas camadas de argila mole, com NSPT inferiores a 3 79Fundações e obras de terra Fundações Profundas •Métodos para previsão da capacidade de carga em estacas • Teixeira (1996): Onde: α - parâmetro, relativo a resistência de ponta, adotado em função do tipo de estaca e solo; NP - valor médio do índice de resistência a penetração (NSPT) medido no intervalo de 4 diâmetros acima da ponta da estaca e 1 diâmetro abaixo; AP - área da ponta; β - parâmetro, relativo a resistência de atrito lateral, adotado em função apenas do tipo de estaca; NL - valor médio do NSPT ao longo do fuste; U - perímetro da estaca; L - comprimento da estaca. 80Fundações e obras de terra Fundações Profundas �� = ��� + � � = � · �� · �� + $ · � · � · # •Métodos para previsão da capacidade de carga em estacas • Teixeira (1996): valores do parâmetro α 81Fundações e obras de terra Fundações Profundas Tipo de Solo (4 < N < 40) Tipo de Estaca – α (kPa) Pré-moldada e perfil metálico Franki Escavada a céu aberto Raiz Argila siltosa 110 100 100 100 Silte argiloso 160 120 110 110 Argila arenosa 210 160 130 140 Silte arenoso 260 210 160 160 Areia argilosa 300 240 200 190 Areia siltosa 360 300 240 220 Areia 400 340 270 260 Areia com pedregulhos 440 380 310 290 •Métodos para previsão da capacidade de carga em estacas • Teixeira (1996): valores do parâmetro β 82Fundações e obras de terra Fundações Profundas Tipo de Estaca β (kPa) Pré-moldada e perfil metálico 4 Franki 5 Escavada a céu aberto 4 Raiz 6 • Exercício: para a sondagem indicada a seguir, determine: •Que tipo de estaca é viável executar neste terreno e por que? • A capacidade de carga de uma estaca isolada através dos métodos Aoki & Velloso (1975), Décourt & Quaresma (1978) e Teixeira (1996), considerando as seguinte dimensões: • Comprimento de 15 m. • Diâmetro de 30 cm. 83Fundações e obras de terra Fundações Profundas • Sondagem: 84Fundações e obras de terra Bibliografia Básica • VELLOSO, D. A.; LOPES F. R. Fundações – Critérios de Projeto, Investigação do Sobsolo, Fundações Superficiais, Fundações Profundas. São Paulo: Oficina de Textos, 2010. • CINTRA, J. C. A.; AOKI, N.; ALBIERO, J. E. Fundações diretas: projeto geotécnico. São Paulo: Oficina dos textos, 2011. • CINTRA, J. C. A.; AOKI, N. Fundações por estacas: projeto geotécnico. São Paulo: Oficina dos textos, 2010. • CINTRA, J. C. A.; AOKI, N.; TSUHA, C. de H. C.; GIACHETI, H. L. Fundações: ensaios estáticos e dinâmicos. 1. ed. São Paulo: Oficina de Textos, 2013. • MILITITSKY, J.; CONSOLI, N. C.; SCHNAID, F. Patologia das fundações. São Paulo: Oficina dos textos, 2008. • ABNT – ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6122: Projeto e execução de fundações. Rio de Janeiro, 2010. • SCHNAID, F. Ensaios de Campo e suas aplicações à Engenharia de Fundações. 1°. ed. Oficina dos Textos, 2000. • MASSAD, F. Obras de Terra – Curso Básico de Geotecnia. 2°. ed. São Paulo: Oficina dos Textos, 2010. 85Fundações e obras de terra
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