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Teoria Geral e simplificada de Semicondutores Disciplina: Eletrônica Analógica I Profa. Dra. Greicy Costa Marques Estrutura Atômica Átomo: é constituído por um núcleo em torno do qual gravitam os elétrons de carga elétrica q igual a 1.6 x 10-19 Coulomb. 18/09/2017 Eletrônica Analógica I 2 O núcleo contém 2 tipos de partículas: Nêutrons: não são carregados Prótons: carregados com carga elétrica +q Estrutura Atômica O átomo sendo eletricamente neutro, o número de prótons é igual ao número de elétrons. Podemos distinguir: Elétrons internos: ocupam as camadas internas e são mais 18/09/2017 Eletrônica Analógica I 3 Elétrons internos: ocupam as camadas internas e são mais fortemente ligados ao núcleo. Elétrons de valência: ocupam a camada mais externa e estão mais fracamente ligados ao núcleo. Estrutura Atômica Os elétrons gravitando em torno do núcleo estão sujeitos a níveis de energia discretos: E1, E2...En 18/09/2017 Eletrônica Analógica I 4 Estes níveis definem cada um uma camada eletrônica. Quanto mais elevado o nível, mais a camada correspondente está longe do núcleo. Estrutura Atômica Tomando como exemplo o átomo de silício: Possui 14 elétrons Divididos em 3 camadas: K com 2 elétrons L com 8 elétrons 18/09/2017 Eletrônica Analógica I 5 L com 8 elétrons M com 4 elétrons A camada M está incompleta podendo acolher 4 elétrons suplementares Todos os átomos tendem a ter 8 elétrons na camada externa. Estrutura Atômica Cristal: é constituído de um conjunto de átomos cujos núcleos estão distribuídos no espaço de forma regular. A ligação entre os átomos é fornecida pela partilha dos elétrons de valência que formam as chamadas ligações 18/09/2017 Eletrônica Analógica I 6 elétrons de valência que formam as chamadas ligações covalentes. Estrutura Atômica Bandas de energia: Devido a interação dos átomos, os níveis de energia são 18/09/2017 Eletrônica Analógica I 7 os níveis de energia são transformados em bandas de energia separadas pelas bandas proibidas. Estrutura Atômica Bandas de energia: Banda abaixo da banda de valência: um elétron desta banda está ligado a um determinado átomo do sólido. Banda de valência: o elétron é comum a vários átomos. Banda de condução: 18/09/2017 Eletrônica Analógica I 8 Banda de condução: O elétron circula livremente no sólido. É um portador de carga que participa da circulação de corrente quando o sólido é submetido a uma diferença de potencial. Banda proibida: Não existem estados permitidos Apresenta uma largura que é própria a cada tipo de material. Esta diferença de energia permite fazer a distinção entre os materiais: isolante, semicondutores e condutores. Semicondutor Intrínseco Silício: 14 elétrons 4 elétrons de valência 5 x 1022 átomos por cm-3 18/09/2017 Eletrônica Analógica I 9 5 x 1022 átomos por cm-3 Densidade de 2.33 g cm-3 É possível produzi-lo com alto grau de pureza: Menos de um 1 átomo estranho por 1011 átomos do semicondutor. Semicondutor Intrínseco Cristal de Silício a 0 0K: Com a finalidade de completar sua última camada: Cada átomo de silício coloca seus 4 elétrons periféricos em comum com os átomos vizinhos. Ligação covalente: é uma ligação de átomos baseada no compartilhamento de elétrons. Garante a ligação do 18/09/2017 Eletrônica Analógica I 10 no compartilhamento de elétrons. Garante a ligação do cristal de silício. Os elétrons participantes das ligações covalentes estão fortemente ligados aos átomos de silício. Portanto, sem carga móvel suscetível a garantir o fluxo de corrente elétrica. Semicondutor Intrínseco Elétrons presos: elétrons de valência dos átomos envolvidos pelas ligações entre átomos. Não há portadores de carga. 18/09/2017 Eletrônica Analógica I 11 de carga. Semicondutor Intrínseco Situação a T = 0 0K: o silício é isolante 18/09/2017 Eletrônica Analógica I 12 Semicondutor Intrínseco Geração de pares elétrons-lacunas Com a temperatura não nula, a agitação térmica perturba a configuração anterior: Os elétrons possuem uma energia adicional que provoca a ruptura de ligações covalentes. 18/09/2017 Eletrônica Analógica I 13 ruptura de ligações covalentes. Um dos elétrons participante a esta ligação adquirem energia necessária para deixar o átomo que estava ligado. Tornando assim um portador de carga livre. Elétrons livres: se a energia térmica introduzida for tão elevada que supere as forças de ligação, alguns elétrons poderão escapar de suas ligações covalentes, dessa forma tornando-se livres. Daí a denominação. Semicondutor Intrínseco Situação com T >> 0 0K: 18/09/2017 Eletrônica Analógica I 14 o cristal torna-se um mau isolante, daí a denominação de semicondutor Semicondutor Intrínseco O átomo de silício que perdeu um elétron não é mais eletricamente neutro: ele torna-se um íon positivo. 18/09/2017 Eletrônica Analógica I 15 Semicondutor Intrínseco Largura da banda proibida e geração de pares elétrons- lacunas: 18/09/2017 Eletrônica Analógica I 16 Fenômenos da geração térmica e de recombinação de pares elétrons-lacunas conduzindo a um equilíbrio constante Semicondutor Intrínseco Le parâmetro essencial que caracteriza o SC é a quantidade de energia mínima necessária para quebrar uma ligação covalente 18/09/2017 Eletrônica Analógica I 17 A energia mínima requerida para gerar um par elétron-lacuna corresponde a largura da banda proibida EG. A tabela mostra diferentes EG para diversos materiais. Semicondutor Intrínseco A uma temperatura diferente da absoluta, um certo número de elétrons de valência adquirem energia térmica suficiente para romper ligações covalentes. O ganho de energia deve ser <= EG 18/09/2017 Eletrônica Analógica I 18 Para o diamante EG = 5.47 eV, é um perfeito isolante. Mesmo a temperaturas elevadas é impossível a passagem de elétrons para banda de condução. O SiO2 importante na fabricação de circuitos integrados o EG = 9 eV, também é um isolante. Semicondutor Intrínseco Condutores: apresentam uma configuração particular em todas as temperaturas existe elétron livre disponível (cerca de 1023 cm-3 ) 18/09/2017 Eletrônica Analógica I 19 (cerca de 1023 cm-3 ) a banda de condução dispõe sempre de lugar livre as bandas de valência e de condução estão sobrepostas Semicondutor Intrínseco Diagrama de energia para diferentes materiais: 18/09/2017 Eletrônica Analógica I 20 Semicondutor Intrínseco Recombinação: Um elétron livre chegando a proximidade de um íon positivo pode ser “capturado” por este afim de satisfazer sua ligação covalente (lacuna livre). A ligação covalente é restabelecida. O elétron livre da banda de condução pode ceder seu lugar e ocupar um lugar livre na banda de valência, neutralizando uma lacuna. Quando o elétron migra da banda de condução para a banda de valência, 18/09/2017 Eletrônica Analógica I 21 Quando o elétron migra da banda de condução para a banda de valência, o semicondutor restitui a energia sob a forma de calor ou emite luz (fóton). O efeito fóton é utilizado em diodos emissores de luz (LED). O fóton emitido tem uma energia igual à Eg: λEg = h.c No sentido inverso, um fóton com uma energia superior ou igual a EG tem o poder de gerar par elétron-lacuna. c: Velocidade da luz h: Constante de Plank Λ: Comprimento de onda Eg (eV) = 1.24 Semicondutor Intrínseco Lacuna: posição vaga na estrutura de interligação dos elétrons de valência em um cristal. Cuja carga unitária é positiva de valor igual a +q. 18/09/2017 Eletrônica Analógica I 22 positivade valor igual a +q. Semicondutor Intrínseco Reposicionamento de uma simples lacuna: 18/09/2017 Eletrônica Analógica I 23 Semicondutor Intrínseco Temperatura constante: um equilíbrio é estabelecido entre os fenômenos de ionização térmica e de recombinação. n e p são iguais à ni A população de portadores Concentração ni de portadores no silício intrínseco: 18/09/2017 Eletrônica Analógica I 24 A população de portadores livres n (elétrons.cm-3) e p (lacunas.cm-3) são dados por: )exp( kT ENn nc )exp( kT E Np pv Nc : densidade efetiva do estado de elétrons na banda de condução Nv : densidade efetiva do estado de lacunas na banda de valência ∆En e ∆Ep representam diferenças de energia ligadas a um nível de Fermi que indica a diferença de população entre elétrons e lacunas. 2.82x1019 cm-3 a 300 K p/ Si 1.83x1019 cm-3 a 300 K p/ Si ∆En = EFi - Ec ∆Ep = Ev - EFi Semicondutor Intrínseco Para o Si puro a 300 K: n = p = ni O nível de Fermi EFi está situada no meio da banda proibida. A concentração intrínseca ni : Concentração ni de portadores no silício intrínseco: E31 18/09/2017 Eletrônica Analógica I 25 A: constante do material EG: largura da banda proibida (eV) k: constante de Boltzman 8,6x10-5 eVK-1 ou 1,38 x 10-23 Joules/K T: temperatura absoluta em 0K kT ETAnpn Gi 2 exp2 3 2 1 Semicondutor Intrínseco A = 5,4 x 1031 k = 8,62 x 10-5 eV/K EG = 1,12 eV Exemplo: Calcule a ni para o Si com T = 300 K 2 3 2 1 31 12,1exp)300()104,5( npn 18/09/2017 Eletrônica Analógica I 26 3-10 5 2231 cm105.1 300)1062,8(2 exp)300()104,5( i i n npn Semicondutor Intrínseco O Si intrínseco tem aplicações práticas limitadas: Fotoresistores Termistores 18/09/2017 Eletrônica Analógica I 27 Semicondutor Intrínseco Fotoresistores: São dispositivos fotoelétricos que variam a sua resistência elétrica com a variação da intensidade da luz nele incidente (de dezenas de ohm até milhões de ohms). São muito sensíveis, porém são “lentos” em comparação aos fotodiodos, não conseguem detectar o “piscar” das lâmpadas fluorescentes. 18/09/2017 Eletrônica Analógica I 28 conseguem detectar o “piscar” das lâmpadas fluorescentes. São conhecidos também como LDR (Light Dependent Resistor), fotocélula, fotocondutora. É composto de uma cápsula plástica onde existe uma lâmina de Sulfeto de Cádmio (substância sensível à luz). Não são eletricamente polarizados, e, não suportam a passagem de altas correntes. São usados para acionar, dispositivos eletroeletrônicos como: alarmes, trancas elétricas, etc. Semicondutor Intrínseco Fotoresistores: 18/09/2017 Eletrônica Analógica I 29 Semicondutor Intrínseco Termistores: São dispositivos elétricos que têm sua resistência elétrica alterada termicamente, i.e., apresentam um valor de resistência elétrica para cada temperatura absoluta. São usados para controlar/alterar a temperatura em dispositivos eletroeletrônicos, como: alarmes, termômetros, ar-condicionados,.... 18/09/2017 Eletrônica Analógica I 30 eletroeletrônicos, como: alarmes, termômetros, ar-condicionados,.... Existem 2 tipos básicos: o PTC (Positive Temperature Coeficient) aumenta sensivelmente a sua resistência elétrica com o aumento da temperatura O NTC (Negative Temperature Coeficient) diminui sensivelmente a sua resistência elétrica com o aumento da temperatura Não é polarizado eletricamente. A variação da resistência com a temperatura é uma relação não-linear. Semicondutor Intrínseco Termistores: 18/09/2017 Eletrônica Analógica I 31 Semicondutor Intrínseco É possível introduzir certas impurezas em quantidades controladas, privilegiando um tipo de condutor: elétrons livres ou lacunas livres. 18/09/2017 Eletrônica Analógica I 32 Semicondutor Extrínseco As impurezas são átomos trivalentes ou pentavalentes, onde cada tipo de impureza estabelece um semicondutor com o predomínio de um portador. 18/09/2017 Eletrônica Analógica I 33 Semicondutor Extrínseco Semicondutor tipo N: é obtido quando o cristal de Si é dopado com impurezas pentavalentes. Liberação de um elétron 18/09/2017 Eletrônica Analógica I 34 Liberação de um elétron pelo átomo de fósforo Semicondutor Extrínseco Semicondutor tipo N: O 50 elétron está fracamente ligado ao átomo pentavalente Uma baixa energia é suficiente para liberá-lo e reencontrá-lo livre na banda de condução. Este átomo pentavalente é chamado de átomo doador. Perde sua neutralidade e torna-se um íon positivo. 18/09/2017 Eletrônica Analógica I 35 Perde sua neutralidade e torna-se um íon positivo. As concentrações de n e p estão relacionadas pela lei de ação de massa: ND é a concentração de átomos doadores. Os elétrons são os portadores majoritários e as lacunas os minoritários. 2. inpn Semicondutor Extrínseco Exemplo: Calcule a concentração de portadores minoritários com uma concentração ND = 1018 cm-3 para T = 300K. Si ND é a concentração de átomos doadores estes vão liberar n = ND elétrons livres 18/09/2017 Eletrônica Analógica I 36 P/ T = 300K ni = 1.5 x 1010 cm-3 3 2 2 318 225. 10 cm N npnpn cmnN D i i D Semicondutor Extrínseco A população de elétrons na B.C é muito mais importante que a de lacunas na B.V.. O nível de Fermi EFn se desloca do meio da banda proibida (EFi) na direção da B.C. 18/09/2017 Eletrônica Analógica I 37 proibida (EFi) na direção da B.C. de tal maneira que: )ln( i D n n NkTE ∆En = EFn – EFi Semicondutor Extrínseco Semicondutor tipo P: é obtido quando o cristal de Si é dopado com impurezas trivalentes Liberação de uma lacuna 18/09/2017 Eletrônica Analógica I 38 Liberação de uma lacuna pelo átomo de Boro Semicondutor Extrínseco Semicondutor tipo P: Falta um elétron ao átomo trivalente para realizar as ligações covalente com os átomos de Si vizinhos. É como se um dos átomos de Si vizinho cedesse um elétron ao átomo trivalente, criando assim uma lacuna no cristal de Si. O átomo aceita elétron, chamado assim de átomo aceitador. O átomo perde sua neutralidade e torna-se um íon negativo. 18/09/2017 Eletrônica Analógica I 39 O átomo perde sua neutralidade e torna-se um íon negativo. As concentrações de n e p estão relacionadas pela lei de ação de massa: NA é a concentração de átomos aceitadores. As lacunas são os portadores majoritários e os elétrons os minoritários. 2. inpn Semicondutor Extrínseco Exemplo: Calcule a concentração de portadores minoritários com uma concentração NA = 1016 cm-3 para T = 300K. Si NA é a concentração de átomos aceitadores estes vão liberar p = NA lacunas livres 18/09/2017 Eletrônica Analógica I 40 P/ T = 300K ni = 1.5 x 1010 cm-3 34 2 2 316 102. 10 cm N nnnpn cmpN A i i A Semicondutor Extrínseco A população de elétrons livres na B.C é muito mais fraca que a de lacunas na B.V.. O nível de Fermi EFp se desloca do meio da banda proibida (EFi) na direção da B.V. de tal maneira que: 18/09/2017 Eletrônica Analógica I 41 de tal maneira que: )ln( i A p n NkTE ∆Ep = EFi – EFp Semicondutor Extrínseco Caso geral: Se o Si foi submetido a dopagens sucessivas, seja por átomos pentavalentes ou trivalentes, a população de elétrons e lacunas livres continua sendo dada pela lei de ação de massa: 2. inpn 18/09/2017 Eletrônica Analógica I 42 Contudo, deve-se levar em conta a neutralidade elétrica do cristal asaber: . inpn 2 4)()( 2 4)()( 22 22 iADAD iADAD nNNNN p nNNNN n Semicondutor Extrínseco Consequências: Se NA > ND o material é do tipo P por compensação Se ND > NA o material é do tipo N por compensação Se NA = ND o material é do tipo intrínseco por compensação 18/09/2017 Eletrônica Analógica I 43 A situação mais comum é aquela onde uma das concentrações domina largamente o outro: Se NA >> ND o material é do tipo P declarado Se ND >> NA o material é do tipo N declarado Condução dos semicondutores Mobilidade de portadores de carga: elétrons e lacunas Considerando um semicondutor isolado: Os portadores de carga moveis se deslocam em todos os sentidos sem nenhuma direção privilegiada Não se observa nenhuma circulação de corrente a uma escala macroscópica 18/09/2017 Eletrônica Analógica I 44 Aplicando ao semicondutor uma diferença de potencial V: Levando em conta a relação campo-potencial: O campo elétrico no S.C. favorece o deslocamento de lacunas na direção do campo e o deslocamento de elétrons no sentido oposto. l dx xdVE VgradE )( Sobre um eixo ox do vetor unitário l Condução dos semicondutroes Mobilidade de portadores de carga: elétrons e lacunas Os elétrons e lacunas acelerados pelo campo elétrico adquirem uma velocidade: µp : mobilidade das lacunas Ev Ev pp 18/09/2017 Eletrônica Analógica I 45 A tabela mostra a mobilidade de certos elementos; µn: mobilidade dos elétronsEv nn Condução dos semicondutroes As mobilidades µp e µn dependem da temperatura, do campo elétrico e da dopagem: A mobilidade diminui quando a temperatura aumenta a agitação térmica aumenta o número de “choques” que se 18/09/2017 Eletrônica Analógica I 46 Na temperatura ambiente, µp é inferior a µn número de “choques” que se opõe ao deslocamento isso é compreensível uma vez que µn vem do deslocamento direto dos elétrons da B.C., enquanto que µp é resultado de ações sucessivas Condução dos semicondutroes As ações sucessivas são ilustradas na figura abaixo: 18/09/2017 Eletrônica Analógica I 47 Situação 1: ionização térmica, ou seja, criação de um par elétron-lacuna ao nível do átomo de Si 1 que torna-se um íon positivo Situação 2: sob ação do campo elétrico, o elétron de valência do átomo 2 preenche a lacuna do átomo 1 Situação 3: sob ação do campo elétrico, o elétron de valência do átomo 3 preenche a lacuna do átomo 2 O movimento de lacunas corresponde a um movimento de elétrons na banda valência. Condução dos semicondutroes Evolução da mobilidade dos portadores no Si em função da concentração de átomos de impurezas a 300 0 K: 18/09/2017 Eletrônica Analógica I 48 Condução nos semicondutores Influência da temperatura na mobilidade de portadores no Si: mobilidade dos elétrons x temperatura 18/09/2017 Eletrônica Analógica I 49 mobilidade das lacunas x temperatura Densidade de corrente de condução Considerando uma barra de Si homogênea de seção S e comprimento L a uma temperatura constante onde os portadores livres são p lacunas e n elétrons por cm3. Uma diferença de potencial V é aplicada a barra criando um campo elétrico de norma constante que 18/09/2017 Eletrônica Analógica I 50 elétrico de norma constante que provoca o deslocamento dos portadores. Durante um tempo dt, um observador em x ver passar: N elétrons a uma velocidade: P lacunas a uma velocidade: Ev pp Ev nn Densidade de corrente de condução Durante o tempo dt, os portadores percorrem uma distância dxn e dxp . A densidade de corrente: A densidade de corrente total Jtot : S IJ dt qNI Sdt qNJ por definição 18/09/2017 Eletrônica Analógica I 51 A densidade de corrente total Jtot : EEpnqJ Sdx Pp Sdx Nn Sdx EP q Sdx ENqJ E dx E dxdt Sdt Pq Sdt NqJ pntot pnp p n n tot p p n n tot )( onde com Densidade de corrente de condução A presença de um campo elétrico na barra, consequência da d.d.p. aplicada provoca uma inclinação do esquema de bandas do S.C. no sentido de aumentar o potencial. Fazendo uma analogia mecânica, os elétrons da B.C. se comportam como Observação: inclinação do esquema de bandas e movimento dos portadores 18/09/2017 Eletrônica Analógica I 52 elétrons da B.C. se comportam como esferas em um plano inclinado: Se movimentando para a direita aumenta a energia cinética e diminuindo a energia potencial As lacunas da B.V. se comportam como balões se movimentando ao longo de um teto inclinado: Se movimentando para a esquerda a energia cinética aumenta e a energia potencial diminui. Exemplo Uma barra de Si intrínseco tem comprimento de 3 mm e a seção transversal retangular de 50 x 100 [µm]. A 300 K, determine a intensidade do campo elétrico na barra e a tensão entre as suas extremidades quando se mede uma corrente de 1 µA. 18/09/2017 Eletrônica Analógica I 53 Exemplo 18/09/2017 Eletrônica Analógica I 54 Exemplo Utilizando a equação: S I S IJE EEpnqJ tot pntot 1 )( 18/09/2017 Eletrônica Analógica I 55 Da tabela temos o valor de ρ, logo V/cm1060,4 ou V/m1060,4 101001050 10101030,2 3 5 66 6 25 E E Exemplo A tensão na barra vem V13801031060,4 35 ELVbarra 18/09/2017 Eletrônica Analógica I 56 Exemplo Uma amostra de Si tipo N tem comprimento de 3 mm e a seção transversal retangular de 50 x 100 µm. À temperatura de 300 K a concentração doadora é 5 x 1014 cm-3, correspondendo a 1 átomo de impureza por 108 átomos de silício. No caso de existir uma corrente permanente de 1 µA na barra, determine as concentrações de elétrons e de lacunas, a condutividade e a tensão na barra. Utilize a tabela do exercício anterior. 18/09/2017 Eletrônica Analógica I 57 tensão na barra. Utilize a tabela do exercício anterior. Exemplo A amostra é do tipo N, logo e 314 cm105 DNn 35 2102 cm102,4)1045,1( inp 18/09/2017 Eletrônica Analógica I 58 Como n >> p, apenas se tem de atender à concentração de elétrons 35 14 cm102,4105 )1045,1( D i N n p -131419 cm)(12,0105,1105106,1 nqn Exemplo A tensão na barra amostra é do tipo N, logo J L VEELV barrabarra 18/09/2017 Eletrônica Analógica I 59 V05,0 )10)(105(12,0 103,0 23 6 S ILLJVJ L V JE barra barra Densidade de corrente de difusão dos semicondutores Nos semicondutores não homogêneos, os portadores podem se deslocar por difusão A difusão está associada ao movimento aleatório devido à agitação térmica. 18/09/2017 Eletrônica Analógica I 60 Densidade de corrente de difusão dos semicondutores Para explicar o processo de difusão, considere a figura ao lado: Um meio de 14 partículas em x e 6 partículas em x+dx. Como há mais partículas a esquerda que a direita, se produz 18/09/2017 Eletrônica Analógica I 61 esquerda que a direita, se produz um fluxo da esquerda para a direita. A superfície dx vê passar: 7 partículas da esquerda para a direita 3 partículas da direita para esquerda Assim, vemos a passagem de 4 partículas de x para x+dx Densidade de corrente de difusão dos semicondutores Se as concentrações da esquerda e da direita são iguais, veja figura ao lado: Não quer dizer que não haverá partículas em movimento. 18/09/2017 Eletrônica Analógica I 62partículas em movimento. Haverá no entanto quantas partículas se deslocando para a direita quanto para a esquerda. Densidade de corrente de difusão dos semicondutores Difusão de elétrons: Considerando uma barra de S.C. do tipo P submetido a uma fonte luminosa intensa sobre uma de suas faces: 18/09/2017 Eletrônica Analógica I 63 Esta fonte vai produzir, pela contribuição de energia, uma geração local de pares elétrons-lacunas. Ao nível da superfície iluminada é criada uma superpopulação de elétrons. Os elétrons em excesso se difundem da esquerda para a direita. São recombinados pela forte população de lacunas no semicondutor. Densidade de corrente de difusão dos semicondutores Difusão de elétrons: A densidade de corrente de difusão dos elétrons, JDn é proporcional ao gradiente de concentração: kTDondexdnqDJ :)( 18/09/2017 Eletrônica Analógica I 64 Observação: dn(x)/dx é negativo então JDn está dirigido no sentido negativo dos x, veja figura ao lado. q kTDonde dx xdnqDJ nnnDn : )( Dn constante de difusão dos elétrons no Si. Densidade de corrente de difusão dos semicondutores Difusão de lacunas: Considerando uma barra de S.C. de tipo N submetido a uma fonte luminosa intensa sobre uma de suas faces Como anteriormente obtém-se 18/09/2017 Eletrônica Analógica I 65 Como anteriormente obtém-se um fenômeno de difusão de lacunas excedentes. Densidade de corrente de difusão dos semicondutores Difusão de lacunas: Conduzindo a definir uma densidade de corrente de difusão de lacunas: kTxdp )( 18/09/2017 Eletrônica Analógica I 66 Observação: dp(x)/dx é negativo, sabendo que JDp está dirigido no sentido positivo de x, veja figura ao lado. q kTDonde dx xdpqDJ pppDp : )( Dp constante de difusão das lacunas no Si.. Junção semicondutora Formação da junção PN Considerando duas barras de Si: uma do tipo P e outra do tipo N 18/09/2017 Eletrônica Analógica I 67 Junção semicondutora Formação da junção PN Considere que as duas barras são aproximadas de forma a realizar um contato físico: 18/09/2017 Eletrônica Analógica I 68 Assistiremos a 2 fenômenos se manifestando em cada uma das partes da interface PN. Junção semicondutora Formação da junção PN 18/09/2017 Eletrônica Analógica I 69 • Transitório (a): difusão de lacunas da região P para a região N e a difusão de elétrons da região N para a P. • Permanente (b): • as lacunas que invadiram a região N (desapareceram devido a recombinação com os elétrons majoritários ) deixaram p/ atrás íons fixos de boro ionizados negativamente. • Os elétrons que invadiram a região P deixaram p/ atrás íons de fósforo íons positivamente. (a) (b) Junção semicondutora Formação da junção PN (a) (b) 18/09/2017 Eletrônica Analógica I 70 • Os íons fixos carregados – e +, formam de um lado e outro da junção, uma barreira de potencial Vϕ que provoca o surgimento de um campo elétrico interno E0 na zona de carga espacial (Z.C.E) de largura W0. (a) (b) Junção semicondutora Formação da junção PN (a) (b) 18/09/2017 Eletrônica Analógica I 71 • A altura da barreira de potencial Vϕ e a largura W0 da Z.C.E. que se estende principalmente do lado menos dopado são: • Para: (a) (b) CmV q kTU n NNUV T i DA T 0 2 25 a25 ondeln V NNq W DA Si 1120 14 max0 0 315318 .1056,1 e 75,0,96,0,10,10 cmVE VVmWcmNcmN DA Junção semicondutora Formação da junção PN • Blocos de S.C. tipo P e tipo N no instante em que são unidos: 18/09/2017 Eletrônica Analógica I 72 • A = átomos aceitadores; D = átomos doadores: Junção semicondutora Formação da junção PN • Íons carregados após a difusão dos elétrons e lacunas: 18/09/2017 Eletrônica Analógica I 73 • Distribuição de cargas na Z.C.E Junção semicondutora Formação da junção PN • Formação da Z.C.E: 18/09/2017 Eletrônica Analógica I 74 Junção semicondutora Formação da junção PN • O elétron é do átomo doador é atraído pela lacuna do átomo aceitador: 18/09/2017 Eletrônica Analógica I 75 Junção semicondutora Formação da junção PN • Íon positivo produzido no material N e íon produzido no material P: 18/09/2017 Eletrônica Analógica I 76 Junção semicondutora Formação da junção PN • Outro elétron atraído pela lacuna do átomo aceitador: 18/09/2017 Eletrônica Analógica I 77 Junção semicondutora Formação da junção PN • Elétrons adicionais repelidos ao tentar atravessar a junção: 18/09/2017 Eletrônica Analógica I 78 Junção semicondutora Exemplo: Uma junção PN de Si é formada por um material tipo P dopado com 1022 aceitadores/m3 e um material N dopado com 1,2 x 1021 doadores/m3. Calcule o valor da tensão térmica e o valor da barreira de potencial a 25 0C. 18/09/2017 Eletrônica Analógica I 79 Junção semicondutora Solução: T = 273 + 25 = 293 K mV q kTUT 7,25106,1 )298)(1038,1( 19 23 mVni 322162 1025,2)105,1( 18/09/2017 Eletrônica Analógica I 80 VV n NNUV i DA T 635,0 1025,2 102,110ln107,25ln 32 2122 3 2 Junção semicondutora O anodo e o catodo ligados ao terra, a junção está em curto-circuito e a sua corrente deve ser nula 18/09/2017 Eletrônica Analógica I 81 De fato a junção é atravessada por duas correntes opostas que se anulam Junção semicondutora A corrente IS : corresponde aos portadores minoritários das zonas N e P que se apresentam na borda da Z.C.E. e que são em seguida conduzidos pelo campo elétrico E0 respectivamente nas zonas P e N. 18/09/2017 Eletrônica Analógica I 82 Corrente proveniente dos portadores majoritários de N e P vizinhos a Z.C.E. e com energia suficiente para saltar a altura da barreira Vϕ. A população desses portadores, proporcionais a exp(-V/uT ) conduzem a uma corrente da forma: )/exp(0 TUVI Junção semicondutora A corrente total sendo nula, vem: T S U V II exp0 18/09/2017 Eletrônica Analógica I 83 Junção semicondutora Esquema de bandas da junção PN em curto-circuito e barreira de potencial Vϕ • Cristal semicondutor não submetido a uma diferença de potencial e ao equilíbrio térmico. 18/09/2017 Eletrônica Analógica I 84 • Independente da dopagem, os níveis de Fermi associados, EFp e EFn permanecem alinhados no esquema de bandas. Junção semicondutora Esquema de bandas da junção PN em curto-circuito e barreira de potencial Vϕ • Os níveis de Fermi EFp e EFn estão alinhados, a banda de condução do Si tipo N é mais elevada que a do Si tipo P. 18/09/2017 Eletrônica Analógica I 85 • A banda de valência do Si tipo P é mais elevada que aquela do Si tipo N. • Conduz a presença de uma diferença de energia ∆E (eV). Junção semicondutora Esquema de bandas da junção PN em curto-circuito e barreira de potencial Vϕ • Sabendo que ∆EG é a largura da banda proibida do Si: com npn G p G EEEEEEE 22 18/09/2017 Eletrônica Analógica I 86 logo i D n i A p n NkTE n NkTE ln. eln. 2ln. i DA n NNkTE Junção semicondutora Esquema de bandas da junção PN em curto-circuito e barreira de potencial Vϕ • A variação de energia potencial ∆E de um elétron submetido a uma diferença de potencial ∆V: VqE 18/09/2017 Eletrônica Analógica I 87 • Nessas condições, a diferença de energia ∆E entre as bandas, corresponde a uma diferença depotencial interno chamado altura da barreira de potencial: 2ln. i DA n NN q kTV Junção Polarizada Inversamente O S.C. tipo N sendo ligado ao terra, uma tensão Vinv é aplicada ao S.C. de tipo P • Tensão Vinv fraca: corrente inversa de saturação • A altura da barreira entre as regiões P e N é reforçada pela tensão externa aplicada: VV 18/09/2017 Eletrônica Analógica I 88 • O campo elétrico na Z.C.E. aumentando a altura da barreira. • Os portadores majoritários das regiões N e P não têm energia necessária para saltar a barreira de potencial. invVV Junção Polarizada Inversamente O S.C. tipo N sendo ligado ao terra, uma tensão Vinv é aplicada ao S.C. de tipo P • A junção é atravessada pela baixa corrente de saturação IS. • A IS resulta do fenômeno de ionização térmica do Si, depende 18/09/2017 Eletrônica Analógica I 89 ionização térmica do Si, depende unicamente da temperatura. Junção Polarizada Inversamente 18/09/2017 Eletrônica Analógica I 90 Junção Polarizada Inversamente 18/09/2017 Eletrônica Analógica I 91 Junção Polarizada Diretamente Corrente direta da junção • Com uma tensão Vdireta a altura da barreira é reduzida que fica: diretaVV 18/09/2017 Eletrônica Analógica I 92 • Muitos elétrons da região N e lacunas da região P podem atravessar a barreira de potencial e, se apresentando em um “ambiente hostil” • P para os elétrons • N para as lacunas • Acontece uma recombinação Junção Polarizada Diretamente Corrente direta da junção • Esta recombinação consome próximo a Z.C.E. as lacunas na região P e elétrons na região N. • Para estabelecer um equilíbrio: 18/09/2017 Eletrônica Analógica I 93 • As lacunas na região neutra P se movem para área onde ocorre a recombinação. • Os elétrons são submetidos a um fenômeno análogo. Junção Polarizada Diretamente Corrente direta da junção • O fenômeno da recombinação local explica a circulação de corrente direta IA na junção: VVV 18/09/2017 Eletrônica Analógica I 94 • Sabendo que a corrente IS correspondendo aos portadores minoritários das zonas P e N que se apresentam na borda da Z.C.E. é ainda presente, a corrente total que circula na junção é: T direta T direta U V U VV I expI :sejaexp S0 1exp T direta SA U VII Junção Polarizada Diretamente 18/09/2017 Eletrônica Analógica I 95 Junção Polarizada Diretamente Exemplo: Um diodo de Si tem uma corrente de 1 pA. Usando os valores de η dados aqui e supondo que a temperatura seja 25 0C (temperatura ambiente), calcule a corrente no diodo quando (a) está polarizado reversamente com 0,1 V (η = 2) (b) está polarizado reversamente com 1,0 V (η = 2) (c) o anodo e o catodo estão em curto (η = 2) (d) está polarizado diretamente com 0,5 V (η = 1) 18/09/2017 Eletrônica Analógica I 96 (d) está polarizado diretamente com 0,5 V (η = 1) (e) está polarizado diretamente com 0,7 V (η = 1) . Junção Polarizada Diretamente Solução: calculando a tensão térmica com T = 273 + 25 0C = 298 K: (a) Diodo polarizado reversamente,V = -0,1 V: V q kTVT 0257,0106,1 )298)(1038,1( 19 23 eIT ηVV eSII 1 )0257,0(21,0)12101(1 18/09/2017 Eletrônica Analógica I 97 (b) Diodo polarizado reversamente, V = -1 V: pA,-I eIeSII 8570 1)101(1 pA-I eIT ηVV eSII 1 1)0257,0(21)12101(1 Junção Polarizada Diretamente (c) Como o anodo está curto-circuito com o catodo, V = 0 V: AI eIT ηVV eSII 0 1)0257,0(20)12101(1 18/09/2017 Eletrônica Analógica I 98 (d) Diodo polarizado diretamente, V = 0,5 V: . mAI eIT ηVV eSII 281,0 1)0257,0(15,0)12101(1 Junção Polarizada Diretamente (d) Diodo polarizado diretamente, V = 0,7 V: mAI eIT ηVV eSII 58,674 1)0257,0(17,0)12101(1 18/09/2017 Eletrônica Analógica I 99 Podemos notar que a corrente aumenta rapidamente do valor de 0,281 mA para 674,58 mA na polarização direta com um pequeno aumento na tensão de polarização, nesse caso um aumento de 0,2 V. . mAI 58,674
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