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estrutura conceitual basica demonstracoes contabeis 2

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Flavia Silva de Freitas
Estrutura Conceitual Básica 
das Demonstrações 
Contábeis
Sumário
03
CAPÍTULO 2 – Quais os conceitos e as estruturas do balanço patrimonial, da demonstração de 
resultado do exercício (DRE) e das notas explicativas (NE)? .................................................05
Introdução ...................................................................................................................05
2.1 Estrutura do balanço patrimonial ...............................................................................05
2.1.1 Ativo .............................................................................................................09
2.1.2 Ativo circulante ...............................................................................................09
2.1.3 Ativo não circulante .........................................................................................10
2.1.4 Passivo circulante e não circulante ....................................................................11
2.1.5 Patrimônio Líquido (PL) .....................................................................................12
2.2 Estrutura da Demonstração de Resultado do Exercício (DRE) ..........................................15
2.2.1 DRE e DRA (Demonstração do resultado abrangente). .........................................16
2.2.2 Principais contas que estruturam a DRE e DRA ....................................................16
2.2.3 Demonstração prática DRE e DRA .....................................................................17
2.3 Notas Explicativas (NE) .............................................................................................19
2.3.1 Objetivos das notas explicativas ........................................................................20
2.3.2 Notas explicativas - recomendações ..................................................................21
Síntese ..........................................................................................................................22
Referências Bibliográficas ................................................................................................23
05
Capítulo 2 
Introdução 
Nesta altura do nosso estudo, você já deve saber o que é a Estrutura Conceitual dos Relatórios 
Contábeis, ou CPC 00 (R1), e que as ciências contábeis têm uma estrutura dinâmica. A contabili-
dade está em constante aperfeiçoamento, para convergir suas informações divulgá-las de forma 
padronizada, alinhada às normas e aos princípios internacionais. 
No presente capítulo, vamos conhecer um pouco mais sobre estruturas das demonstrações contá-
beis: os conceitos de balanço patrimonial e demonstração do resultado do exercício e quais são 
as funções das notas explicativas nos relatórios financeiros. E por falar em balanço patrimonial, 
você sabe para que serve e como elaborar um? Veremos isso no decorrer da nossa unidade. 
E você sabe como avaliar se uma empresa teve lucro ou prejuízo durante determinado período? 
Veremos, no segundo item deste capítulo, que a Demonstração do Resultado do Exercício é uma 
ferramenta que nos auxilia nesse processo, pois permite verificar as contas de receitas e despesas 
para apurar isso. 
E para que servem as notas explicativas, neste contexto dos relatórios financeiros? Veremos que 
elas colaboram com informações adicionais e relevantes e para a análise e avaliação da situa-
ção contábil-financeira de uma organização.
Um sistema de gerenciamento de desempenho constante, que possa identificar, recolher, anali-
sar, armazenar e distribuir informações, agrega valor à empresa neste contexto mundial de glo-
balização da economia e de competitividade. É para isso que os relatórios financeiros estão cada 
vez mais completos: para que os usuários internos e externos obtenham todas as informações 
necessárias sobre a entidade.
Os critérios para elaboração das demonstrações contábeis e financeiras são definidos por ór-
gãos específicos de cada país. No Brasil, quem define isso é o Conselho Federal de Contabilida-
de (CFC), responsável pelas normas gerais da contabilidade.
2.1 Estrutura do balanço patrimonial
Caro estudante, chegou a hora de conhecermos melhor a estrutura do balanço patrimonial e 
qual é a sua função. Trata-se de um demonstrativo básico e obrigatório. Sua exibição é estática, 
sintética e ordenada.
Podemos começar definindo o balanço patrimonial como uma demonstração contábil destinada 
a evidenciar, qualitativa e quantitativamente, numa determinada data, a posição patrimonial e 
financeira da entidade. 
Mas por que ele é considerado estático? Porque demonstra a situação patrimonial em determi-
nada data. É sintético porque agrupa valores da mesma natureza em uma única conta. Final-
mente, é ordenado porque as contas estão arranjadas em grupo e subgrupos padronizados. 
Quais os conceitos e as estruturas do balanço 
patrimonial, da demonstração de resultado do 
exercício (DRE) e das notas explicativas (NE)?
06 Laureate- International Universities
Estrutura Conceitual Básica das Demonstrações Contábeis
Já o balancete é definido como um controle de saldos das contas em movimento, em determina-
do período (saldos de débito/saldos devedores e saldos de crédito/saldos credores). 
O exercício social do balanço patrimonial tem duração de um ano (12 meses) e através da 
comparação de valores de outros demonstrativos podemos avaliar a situação da entidade. O 
balanço pode ser considerado como uma igualdade contabilística dividida em dois grupos:
• no primeiro grupo, é representado pelo ativo, 
• e no segundo, pelo passivo e pelo capital próprio da empresa.
Historicamente, segundo Marion (2012), o balanço servia apenas para a análise que represen-
tava a expressão “análise de balanços”. Essa ideia ainda é presente nos dias de hoje, pois é co-
mum que usuários externos solicitem os três últimos balanços da empresa. Mas constatamos que, 
com o passar do tempo, muitos usuários começaram a exigir outras demonstrações para análise 
e para concessão de crédito, como a Demonstração do Resultado do Exercício. 
Segundo o IAS (1), as demonstrações contábeis devem apresentar apropriadamente a posição 
financeira, o desempenho financeiro e os fluxos de caixa de uma entidade. A apresentação 
apropriada exige a representação fidedigna dos efeitos das transações e de outros eventos, de 
acordo com as definições e critérios de reconhecimento para ativos, passivos, receitas e despesas 
estabelecidos no Framework for the Preparation and Presentation of Financial Statement.
Que São Mateus é considerado o Patrono da Contabilidade? Antes de se tornar um dos 
12 apóstolos de Jesus Cristo, ele foi cobradorde tributos e era considerado, digamos 
assim, um pecador. Nascido em Cafarnaum, na Palestina, recebeu o nome de Levi 
quando nasceu. Abandonou o nome, a riqueza e o trabalho quando resolveu seguir 
Jesus. Foi o primeiro dos quatro evangelistas da Bíblio Sagrada e o seu evangelho é 
considerado o mais organizado e bem escrito. Os Coplégios Contabilistas Italianos 
proclemaram São Mateus o “Celeste Patrono dos Contabilistas” em 06 de agosto de 
1953. Após isso, no Dia de São Mateus, 21 de Setembro, passou a ser celebrado o dia 
do Santo Padroeiro dos Contabilistas.”
VOCÊ SABIA?
O Brasil é um dos muitos países que incorporaram oficialmente a adoção às normas internacio-
nais de contabilidade International Financial Reporting Standards - que significa Normas Interna-
cionais de Informação Financeira. A Lei nº 11.638 de dezembro 2007, que alterou a Lei nº 6.404 
de dezembro 1976, no que diz respeito às demonstrações contábeis das sociedades por ações 
(S.A.), autorizou a convergência das normas adotadas no Brasil para as normas internacionais.
O conjunto de normas da IFRS são emitidas e revisadas pelo International Accounting StandardsBoard (IASB) – que é o Conselho de Normas Internacionais de Contabilidade.O Comitê de 
Pronunciamentos Contábeis (CPC) foi criado através da Resolução CFC nº 1.055/05 com o 
objetivo de emitir pronunciamentos técnicos, visando a convergência da contabilidade brasileira 
aos padrões internacionais.
O balanço patrimonial deve conter, já no título, o nome completo da empresa e a data de en-
cerramento. Conforme a Lei das S.A., as demonstrações de cada exercício também devem ser 
publicadas com a indicação dos valores correspondentes ao exercício anterior. Sendo assim, 
o balanço patrimonial, bem como todas as demonstrações financeiras, serão apresentados em 
duas colunas: exercício atual e exercício anterior.
07
No balanço, as contas são classificadas segundo os elementos do patrimônio que registrem, e 
agrupadas de modo a facilitar o conhecimento e a análise da situação financeira da empresa. 
Conforme as intitulações da lei, o balanço é composto por três elementos básicos:
 ATIVO
Aplicações
BALANÇO PATRIMONIAL
PASSIVO
PATRIMÔNIO 
LIQUIDO
Origens
Figura 1 – Três elementos básicos do balanço. 
Fonte: Elaborada pela autora, 2016.
Os Ativos (bens e direitos), os Passivos (Obrigações) e o Patrimônio Líquido, têm por finalidade 
apresentar a posição financeira e patrimonial. Entenda melhor estes conceitos:
• Ativo – Compreende os recursos controlados por uma entidade e dos quais se esperam 
benefícios econômicos futuros.
• Passivo – Compreende as exigibilidades e obrigações.
• Patrimônio líquido – Representa a diferença entre o ativo e passivo, ou seja, o valor 
líquido da empresa. 
Begalli e Perez (2009, p. 9) afirmam que a entidade que realizar todo seu Ativo e liquidar todas 
as suas obrigações com terceiros representadas pelo Passivo, terá o que sobrar como riqueza 
real da entidade. Esse montente caberá aos seus sócios ou proprietários. Portanto, o Patrimônio 
Líquido poderá apresentar três situações distintas:
A = Ativo
P= Passivo
PL = Patrimônio liquido
> Maior
< Menor
= Igual
A > P → PL (positivo)
A < P → PL (negativo)
A = P → PL (nulo)
Quadro 1 – Ativo, Passivo e Patrimônio Líquido. 
Fonte: Elaborado pela autora, 2016.
08 Laureate- International Universities
Estrutura Conceitual Básica das Demonstrações Contábeis
Na estrutura patrimonial, é necessário identificar a empresa como uma entidade que gerencia 
recursos com o objetivo de gerar novos recursos. Assim, o patrimônio pode ser decomposto em 
fontes e aplicações de recursos. 
Segundo Begalli e Perez (2009, p.9), são classificados como 
• capital próprio: o capital dos sócios e os lucros das atividades da empresa; 
• capital de terceiros: os empréstimos e fornecedores a prazo;
• aplicações: os bens realizáveis (compra de mercadorias, matérias-primas que serão 
vendidos ou usados na fabricação de produtos para venda) e
• imobilizados: a compra de máquinas, equipamentos, edifícios, veículos; direitos e 
intangíveis.
O balanço patrimonial tem, ainda, a finalidade de apresentar o patrimônio do ente. Isto é, seus 
ativos e passivos e PL, em determinado período. Os grupos de contas que compõem o Ativo são 
destinadas e dispostas dentro do critério do grau de liquidez, pois dentro de cada grupo deve ser 
obedecida a ordem de liquidez.
Contudo, no grupo do Passivo, a ordem de exigibilidade deve ser mantida, conforme Pronuncia-
mento Técnico Contábil CPC (26). A CPC 26 (IAS 1 – Presention of financial Statements) trata-se 
de um pronunciamento do comitê contábil onde as demonstrações contábeis devem apresentar: 
a posição financeira, desempenho financeiro e os fluxos de caixa da entidade apropriadamente, 
de acordo com as normas internacionais da contabilidade.
Segundo os critérios de avaliação dos ativos e de registro dos passivos, eles são aplicados den-
tro do regime de competência. Ou seja, seguem sumariamente a seguinte orientação: tanto os 
elementos do ativo não circulante quanto os do passivo não circulante devem ser ajustados ao 
valor presente, sendo os demais ajustados quando houver efeito relevante. 
BALANÇO PATRIMONIAL
ATIVO PASSIVO + PATRIMÔNIO LÍQUIDO
Ativo circulante
Ativo não circulante
Realizável a longo prazo
Investimentos
Imobilizado
Intangível
Passivo circulante
Passivo não circulante
Patrimônio líquido
Capital social
Reservas de capital
Ajustes de avaliação patrimonial
Reservas de lucros
Ações em tesouraria
Prejuízos acumulados
Quadro 2 – Balanço Patrimonial. 
Fonte: Martins et al, 2013, p. 3.
09
2.1.1 Ativo 
Ativo são as aplicações de recursos em bens e direitos da empresa que podem ser medidos mo-
netariamente. Suas contas (grupos ou subgrupos) serão dispostas em ordem decrescente de grau 
de liquidez dos elementos nelas registrados. Pode ser representado tanto pela forma tangível 
quanto intangível, ou seja, pode possuir ou não matéria mensurável.
E como é formado o ativo no balanço patrimonial? Ele é formado por meio da captação de 
recursos próprios e de terceiros na origem. Aplica-se esses recursos no ativo em uma atividade, 
formando, assim, o seu agrupamento. É regra na contabilidade que determina que toda origem 
de recurso deverá ser aplicada em forma de aplicação de recurso.
Para uma definição mais abrangente, o ativo é determinado como direitos futuros esperados, que 
foram adquiridos pela entidade como consequência de alguma transação corrente ou passada. 
Reis (2009, p.70) compara os itens do ativo antes e depois da Lei 11.638/07, ordenados em 
subgrupos. Essa comparação permite visualizarmos a diferença e as modificações na estrutura 
do ativo entre a Lei 6.404/76 e as leis promulgadas posteriormente. As contas estão dispostas 
em ordem decrescente de grau de liquidez para o ativo. Ou seja, devem ser dispostas em ordem 
crescente dos prazos estabelecidos ou esperados de realização, observando-se igual procedi-
mento em relação aos grupos e subgrupos. 
Quadro comparativo do ativo
ATIVO – ANTES (Lei 6.404/76)
ATIVO – DEPOIS (Lei 11.638/07) e atuali-
zação (Lei 11.941/09)
ATIVO CIRCULANTE
REALIZÁVEL A LONGO PRAZO
ATIVO PERMANENTE
·INVESTIMENTO
·IMOBILIZADO
·DIFERIDO
ATIVO CIRCULANTE
ATIVO NÃO CIRCULANTE
·REALIZÁVEL A LONGO PRAZO
·INVESTIMENTO
·IMOBILIZADO
·INTANGÍVEL
Quadro 3 – Antes e depois da Lei 6.404/76 e Lei 11.638/07.
Fonte: Elaborado pela autora, 2016.
Observamos que, com a publicação da Lei 11.638/07 (que alterou parte da 6.404/76 - Lei 
das S.A) foram criados os grupos: ativo não circulante e intangível. E foi retirado o grupo ativo 
permanente (no lado do Ativo do balanço patrimonial). Criou-se subgrupo Intangível, no Perma-
nente, desdobrado do subgrupo Imobilizado.
2.1.2 Ativo circulante
O ativo circulante é definido pelas contas de grande rotação, de liquidez imediata, que se con-
vertem rapidamente em dinheiro no curto prazo. Na conta circulante estão inclusos o dinheiro em 
caixa, a conta movimento em banco, as aplicações financeiras, as contas a receber, os estoques, 
as despesas antecipadas, o numerário em caixa, os depósitos bancários, as mercadorias, as 
matérias-primas e os títulos. Por exemplo, uma empresa cujo exercício social encerre em 31 de 
dezembro, ao realizar o encerramento do exercício de 31 de dezembro de 2015, deverá classifi-
car no Ativo Circulante todos os valores realizáveis até 31 de dezembro de 2016.
10 Laureate- International Universities
Estrutura Conceitual Básica das Demonstrações Contábeis
O ativo circulante divide nos seguintes subgrupos:
• Disponível: Inclui as contas de maior liquidez do ativo. São as disponibilidades imediatas 
da entidade, como caixa; depósitos bancários à vista; numerários em trânsito e equivalentes 
de caixa (aplicações de liquidez imediata). 
• Clientes (valores a receber no curto prazo): Aqui podemos destacar as duplicatasa receber ou duplicatas descontadas (contabilmente, os encargos pagos na operação). 
As descontadas no ato são lançadas em despesas antecipadas (encargos financeiros a 
apropriar). A provisão para crédito de liquidação duvidosa (PCLD) é usada para estimar 
quanto que as quantias das vendas a prazo não serão saldadas. Também chamados de 
PDD (provisão de devedores duvidosos).
• Estoques: Considerado como um montante diversificado de inventários da empresa. Bens 
adquiridos e destinados à venda (revenda de mercadorias), bens destinados à produção 
de mercadorias, matérias primas etc. 
• Despesas antecipadas: São despesas pagas antecipadamente e não incididas. Elas são 
caracterizadas como despesas do exercício seguinte. São exemplos: passagens pagas e 
não utilizadas, prêmios de seguro, entre outras.
2.1.3 Ativo não circulante
Os itens do ativo não circulante são classificáveis no realizável a longo prazo. São contas da 
mesma natureza das do Ativo Circulante, porém, a sua realização, certa ou provável, ocorrerá 
após o término do exercício seguinte. De tal forma, essa realização significa que acontecerá num 
prazo superior a um ano, a partir do próprio balanço.
Que as entidades do chamado terceiro setor também apresentam demonstrações con-
tábeis? De acordo com padrões contábeis internacionais, os relatórios financeiros do 
terceiro setor devem ser estruturados com: relatório de posição financeira, de ativida-
des, do fluxo de caixa e notas explicativas. Normalmente, elas têm interações com o 
Estado, organismos oficiais, organismos privados internacionais, fundações nacionais 
e internacionais, empresas nacionais e internacionais dos diversos segmentos da eco-
nomia. Estas entidades também recebem donativos que podem envolver recursos mo-
netários ou outros tipos de recursos. 
VOCÊ SABIA?
A partir da publicação das Leis 11.638/07 e 11.941/09, o termo ativo permanente desaparece, 
pois em termos econômicos e contábeis não existe ativo permanente (MARION, 2012). O sub-
grupo do diferido também desaparece da estrutura do balanço patrimonial.
A seguir, detalhamos quais são os subgrupos do ativo não circulante e suas definições:
• Ativo realizável a longo prazo: Relaciona todos os direitos da entidade. As contas têm 
natureza idêntica às do ativo circulante. Porém, seus realizáveis/recebíveis acontecem 
após o termino do exercício seguinte ao encerramento do balanço. 
• Investimento: Este investimento, em si, nada tem a ver com a manutenção da atividade 
da empresa. O seu conceito é definido como participações em outras sociedades, o 
11
investimento feito pela empresa ao tornar-se sócia de outra empresa.
• Imobilizado e intangível: Aqui podemos definir esses dois itens. Um deles é o imobilizado 
tangível, que representa investimentos físicos destinados à venda ou atividade operacional. 
O outro é o imobilizado intangível, que são bens conferidos à entidade e que têm valor 
intrínseco (tácito), mas que não têm propriedade física. Por exemplo: marcas e patentes.
Se você quiser conhecer as demonstrações contábeis de maneira mais profissional, 
recomendo a leitura do livro o livro: “Manual de Contabilidade Societária: Aplicável 
a todas as Sociedades de Acordo com as Normas Internacionais e do CPC”, ou FIPE-
CAFI, como também é conhecido., A obra relaciona teoria e prática do setor contábil 
e financeiro atualizadas. O livro foi escrito pelos renomados professores Sérgio de 
Iudícibus, Eliseu Martins, Ernesto Rubens Gelbcke e Ariovaldo dos Santos, bastante 
conhecidos no mundo contábil.
VOCÊ QUER LER?
2.1.4 Passivo circulante e não circulante
As obrigações da companhia apresentadas no passivo exigível se subdividem em passivo circu-
lante e passivo não circulante. Essas contas significam a dívida ou obrigação da entidade. O 
passivo exigível é classificado de acordo com a maturação das suas obrigações.
Quadro comparativo do passivo
PASSIVO – ANTES (Lei 6.404/76) PASSIVO – DEPOIS (Lei 11.638/07) e atua-lização (Lei 11.941/09)
PASSIVO CIRCULANTE
PASSIVO EXIGÍVEL A LONGO PRAZO
RESERVA DE EXERCÍCIOS FUTUROS
PASSIVO CIRCULANTE
PASSIVO NÃO CIRCULANTE
EXIGÍVEL A LONGO PRAZO
Quadro 4 – Antes e depois Lei 6.404/76 e Lei 11.638/07. 
Fonte: Elaborado pela autora, 2016.
O que se pode notar no quadro comparativo é que o destaque introduzido pela Lei 11.638/07 
separou o passivo circulante do não circulante.
O passivo circulante é denominado ou designado como a fonte de recursos que compõem 
as contas como fornecedores, salários a pagar, encargos e impostos a recolher, empréstimos e 
financiamentos. Representa as obrigações que se renovam quase que automaticamente. 
Ele é denominado como toda obrigação assumida pela entidade, com vencimento até o término 
do exercício social seguinte. O passivo é determinado por recursos de origens captadas através 
de recursos provenientes de terceiros, dentre eles podemos destacar as contas :
• Fornecedores (duplicatas a pagar): representam os compromissos decorrentes da 
compra de mercadorias, matérias-primas, insumos industriais.
• Salários a pagar: obrigações com salários de funcionários. 
12 Laureate- International Universities
Estrutura Conceitual Básica das Demonstrações Contábeis
• Empréstimos e encargos financeiros a pagar: empréstimos contraídos junto a terceiros 
e encargos financeiros referente a juros de contratos (contraído junto a instituições 
financeiras).
• Impostos a pagar e encargos sociais a pagar: imposto renda, FGTS, INSS etc.
• Contas a pagar: todas contas contraídas que deverão ser pagas dentro do exercício 
(período).
No não circulante, as fontes de recursos são definidas por dívidas e empréstimos que possivel-
mente não serão renovados, superiores ao prazo de 12 meses do exercício contábil. Após a pro-
mulgação da Lei 11.638/07, o grupo de não circulante deverá conter o exigível a longo prazo, 
desaparecendo o subgrupo resultados dos exercícios futuros. 
2.1.5 Patrimônio Líquido (PL)
No balanço patrimonial, a diferença entre o valor dos ativos e o dos passivos representa o Patri-
mônio Líquido (PL), que é o valor contábil pertencente aos acionistas ou sócios. Ele é formando 
pelo grupo de contas que compõem o valor contábil pertencente aos acionistas ou quotistas.
De acordo com a Lei no 6.404/76, com redação modificada pela Lei no 11.941/09 Martins et 
al. (2013, p.411), o PL é dividido em:
• Capital social: são valores recebidos dos sócios e também valores gerados pela empresa, 
que foram incorporados ao capital. 
• Reservas de capital: são valores recebidos que não transitam pelo resultado como 
receitas.
• Ajustes de avaliação patrimonial: são contrapartidas de aumentos ou diminuições de 
valores do ativo e do passivo, em decorrência de sua avaliação a valor justo. Não transitam 
na demonstração do resultado devido ao regime de competência; são transferidas 
diretamente para lucros ou prejuízos acumulados.
• Reservas de lucros: são lucros obtidos e reconhecidos pela empresa, retidos com 
finalidade especial.
• Ações em tesouraria: são as ações da companhia que são adquiridas por ela própria.
• Prejuízos acumulados: são resultados negativos gerados pela empresa, nesse caso, a 
empresa aguarda uma absorção futura. Podem ser lucros ou prejuízos acumulados.
Ainda podemos definir o Patrimônio Líquido como o volume de recursos próprios da empresa, 
pertencente aos sócios e acionistas.
13
Quadro comparativo do Patrimônio Líquido
PATRIMÔNIO LIQUIDO– ANTES (Lei 
6.404/76)
PASSIVO – DEPOIS (Lei 11.638/07) e atua-
lização (Lei 11.941/09)
Patrimônio líquido
Capital social 
Lucros acumulados
Patrimônio líquido
Capital social 
Reservas de Capital 
Ajustes de Avaliação Patrimonial 
Reservas de Lucros 
Ações em Tesouraria 
Prejuízos Acumulados
Quadro 5 – Antes e depois Lei 6.404/76 e Lei 11.638/07.
Fonte:Elaborado pela autora, 2016.
Mas por que foram introduzidos tantos subgrupos no patrimônio líquido? 
As mudanças que a Lei no 11.638/07 trouxe para contexto contábil ajudaram a convergir as 
regras e normas contábeis brasileiras para os moldes internacionais. 
O conceito de “Fair Value, ou de Valor Justo é introduzido e define valor justo como avaliação do 
ativo ou passivo, em certas circunstâncias, pelo seu valor de mercado” Marion (2012, p. 49), ou 
valor pelo qual um ativo ou passivo pode ser comprado ou vendido em uma transação corrente. 
As regras contábeis internacionais foram introduzidas no Brasil no ano de 2008 pelas 
Leis n.º 11.638/2007 e 11.941/2009, todas devidamente regulamentadas pelo Con-
selho Federal de Contabilidade (CFC), pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e 
outras entidades. No livro “Comentários às Regras Contábeis Internacionais Aplicável 
às empresas: S.A., LTDA, de Grande Porte, de Pequena e Médio Porte”, o autor Osmar 
Reis de Azevedo (2014) aborda as questões econômicas e tributárias relacionadas à 
introdução dessa lei no país (definição sobre o “valor justo”).
VOCÊ QUER LER?
A seguir, apresentamos um exemplo de como elaborar do balanço patrimonial, passo a passo:
• Condição 1
Na nova loja Mundo da Lua, dois sócios começaram as atividades e investiram o capital inicial 
de R$ 80.000 para originar a empresa. Formou-se, com isso, a origem do capital próprio, sendo 
que nesse momento o valor aplicado no capital inicial equivale ao caixa da empresa. Temos a 
seguinte situação do balanço:
14 Laureate- International Universities
Estrutura Conceitual Básica das Demonstrações Contábeis
ATIVO $ PASSIVO $
Caixa 80.000
Patrimônio liquido
Capital 80.000
Total 80.000 Total 80.000
Tabela 1 – Condição 1 apresentada pela loja Mundo da Lua.
Fonte: Elaborada pela autora, 2016.
• Condição 2
Em uma empresa as operações não param, e os sócios da loja Mundo da Lua resolveram com-
prar roupas e acessórios à vista para vendê-las na sua loja. Utilizam R$ 30.000, que estava no 
caixa da empresa para efetuar a compra. Ao utilizar a técnica dos balanços sucessivos, temos 
uma nova situação no balanço patrimonial.
ATIVO $ PASSIVO $
Caixa 50.000
Estoque 30.000
Patrimônio liquido
Capital 80.000
Total 80.000 Total 80.000
Tabela 2 – Condição 2 apresentada pela loja Mundo da Lua.
Fonte: Elaborada pela autora, 2016.
Você conseguiu perceber o que alterou da condição 1 para condição 2? O que mudou foi a 
transferência de parte do dinheiro do Ativo - da conta Caixa para conta Estoque. Podemos veri-
ficar que o valor total das origens e as aplicações de recursos não sofreram alterações, porque 
não houve novo ingresso de recursos do capital próprio ou de terceiros.
• Condição 3
Os sócios resolveram investir na compra de provadores e balcões para acomodar as roupas e incre-
mentar o visual da loja, o que custou R$ 25.000. Mas essa compra foi efetuada à prazo, mediante 
acordo com o fornecedor (quem vendeu os provadores e balcões), para que o pagamento fosse 
efetuado em 12 meses. Para esta venda a prazo, foram emitidos títulos de recebimentos mensais.
ATIVO $ PASSIVO $
Caixa 50.000 Fornecedores 25.000
Estoque 30.000
Instalações 25.000 Patrimônio líquido
Capital 80.000
Total 105.000 Total 105.000
Tabela 3 – Condição 3 apresentada pela loja Mundo da Lua.
Fonte: Elaborada pela autora, 2016.
15
Na condição 3, houve alteração no total de origens e aplicações, visto que houve a inclusão 
de ingressos de capital de terceiros. Quando a entidade (empresa) capta recursos e assume um 
pagamento futuro, ela assume, no lado do passivo, obrigações. 
• Condição 4
A loja Mundo da Lua consegue vender todo estoque, adquirido por R$ 30.000, a um valor de 
total de $ 45.000. Em relação às vendas, R$ 30.000 foram vendas recebidas à vista e R$ 15.000 
serão recebidas a prazo (em até 60 dias). Nesse momento, o estabelecimento lança títulos de 
crédito a receber (exemplo disso são as chamadas duplicatas) para garantir juridicamente o re-
cebimento dessa quantia.
ATIVO $ PASSIVO $
Caixa 80.000 Fornecedores 25.000
Estoques 0,00
Instalações 25.000 Patrimônio liquido
Títulos a receber 15.000 Capital 80.000
Lucro 15.000
Total 120.000 Total 120.000
Tabela 4 – Condição 4 apresentada pela loja Mundo da Lua.
Fonte: Elaborada pela autora, 2016.
As alterações representadas na condição 4 nos balanços sucessivos são:
• A conta Caixa tinha R$ 50.000, mas loja recebeu R$ 30 mil das suas vendas à vista, 
totalizando $ 80.000.
• A conta Estoques tinha um saldo deR $ 30.000, mas ele zerou, pois todo estoque foi 
vendido (saldo na conta 0).
• A conta Títulos a Receber (também chamada de cliente) aparece com um saldo de R$ 
15.000. Portanto, foi o que a empresa vendeu. Porém, ainda não recebeu de terceiros, 
muito embora seja um direito adquirido futuro, com a emissão de títulos a receber.
• A conta Lucro, de R$ 15.000, que aparece no Patrimônio Líquido, é o resultado da receita 
do período (R$ 15.000), decorrente da diminuição de todo seu estoque a R$ 0,00. A 
conta lucro representa um incremento no PL.
2.2 Estrutura da Demonstração de 
Resultado do Exercício (DRE)
A demonstração contábil é de grande importância nos relatórios contábeis. Não que as demais 
tenham uma importância inferior a ela, mas é que por meio da demonstração do resultado do 
exercício é que os usuários externos e internos conseguem visualizar uma significativa informação.
E você saberia dizer, caro aluno, quais são as informações importantes fornecidas pela DRE? De 
uma maneira esquematizada, essa demonstração fornece ao usuário os resultados da entidade 
16 Laureate- International Universities
Estrutura Conceitual Básica das Demonstrações Contábeis
(lucros ou prejuízos), em determinado exercício social, os quais são transferidos para as contas 
do patrimônio líquido (PL). O lucro ou o prejuízo da entidade é o resultado medido pela receita, 
menos os custos e despesas que ocorrem no período do exercício apresentado da empresa e 
incorporados, conforme o regime de competência.
É um demonstrativo que permite, de uma forma geral, verificar o resultado do bem-estar contábil e 
econômico da empresa no período. Ele serve como base de análise que demonstra, de forma sinté-
tica, os resultados da entidade para quem deseja olhar seus dados de maneira prática e resumida.
2.2.1 DRE e DRA (Demonstração do resultado abrangente).
As normas internacionais IASB definem o resultado abrangente como 
uma alteração no patrimônio líquido de uma sociedade durante um período, decorrente de 
transações e outros eventos e circunstâncias não originadas dos sócios. Isso inclui todas as 
mudanças no patrimônio durante o período, exceto aquelas resultantes de investimentos dos 
sócios e distribuições aos sócios (MARTINS et al,2013, p. 560). 
Após as mudanças ocorridas nas normas contábeis para conversão às práticas internacionais de 
contabilidade, foi adicionada a DRA, nas palavras de Martins et. Al (2013). 
VOCÊ QUER VER? 
O documentário “Enron: os mais espertos da sala” (2005), com direção de Alex Gi-
bney, aborda um dos maiores escândalos corporativos das últimas décadas. A Cia. 
Enron foi uma das maiores empresas dos Estados Unidos que, durante muito tempo, foi 
líder em distribuição de energia (com faturamento anual de cerca de US$ 100 bilhões, 
no início dos anos 2000). Após desfeito o esquema fraudulento envolvendo o alto es-
calão Enron, a empresa de auditoria Arthur Andersen também sofreu as consequências 
das fraudes junto com a Enron.
Segundo o “Pronunciamento Técnico CPC 26 (R1) - Apresentação das Demonstrações Contá-
beis”, as empresas devem apresentar todas as mutações do patrimônio líquido, reconhecidas em 
cada exercício, que não representem transações entre a empresa e seus sócios, em duas demons-
trações: a Demonstraçãodo Resultado do Período e a Demonstração do Resultado Abrangente 
do Período. Os outros Resultados Abrangentes (DRA) incluem as mutações do patrimônio líquido 
que não representam receitas e despesas realizadas. Inclui alterações que poderão afetar o re-
sultado em períodos futuros ou, às vezes, permanecerão sem esse trânsito.
2.2.2 Principais contas que estruturam a DRE e DRA
Seguem abaixo, as definições dos principais itens de contas que compõem a estrutura de forma-
ção da demonstração do resultado do exercício (DRE) e da demonstração do resultado abran-
gente (DRA). Iniciaremos com os principais itens da DRE e apuração do resultado do lucro líquido 
(ou prejuízo):
• Receita Operacional Bruta de vendas e de serviços (ou Receita Bruta) – ROB: nela são 
deduzidos os impostos incidentes sobre essas vendas e serviços, as vendas canceladas, as 
devoluções e os descontos comerciais, obtendo-se, dessa forma, a Receita Operacional 
Líquida (ROL).
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• Receita Operacional Líquida (ou Receita liquida) – ROL: aqui se deduz o custo dos 
produtos vendidos (CPV) e dos serviços prestados obtendo-se o lucro bruto.
• Lucro bruto: são deduzidas as despesas operacionais, que, em geral, dividem-se em 
quatro grandes grupos:
• (-) despesas operacionais com vendas – representadas pelas comissões, fretes para 
entrega etc.;
• (-) despesas gerais e administrativas – salários e encargos do pessoal administrativo, etc.;
• (-) despesas financeiras – juros e variação monetária de empréstimos etc., deduzidas das 
receitas financeiras de mesma natureza, exemplo dela são os juros;
• (-) depois da subtração das despesas operacionais, são adicionados ou subtraídos os 
resultados de equivalência patrimonial, obtendo-se o lucro das atividades regulares do 
qual deve se apropriar os correspondentes impostos;
• Lucro Operacional: após a apuração do lucro bruto das atividades e das respectivas 
subtrações das atividades regulares, deve-se apropriar as receitas e despesas das 
atividades não regulares, dentre elas deve se apropriar os correspondentes impostos.
• Lucro antes dos impostos: deduzidos os impostos, temos o Lucro Líquido antes da 
participações e contribuições que devem ser subtraídas também = RESULTADO: Lucro 
líquido do exercício; ou Lucro por ação.
Na DRA as definições de todos os itens que compõem a Demonstração do resultado abrangente 
(DRA), segundo o CPC (26), compreendem os seguintes itens:
• Variações na reserva de reavaliação, quando permitidas legalmente (veja Pronunciamentos 
Técnicos CPC 27 – Ativo Imobilizado e CPC 04 – Ativo Intangível);
• Ganhos e perdas atuariais em planos de pensão com benefício definido, reconhecidos 
conforme item 93A do Pronunciamento Técnico CPC 33 – Benefícios a Empregados;
• Ganhos e perdas derivados de conversão de demonstrações contábeis de operações 
no exterior (ver Pronunciamento Técnico CPC 02 – Efeitos das Mudanças nas Taxas de 
Câmbio e Conversão de Demonstrações Contábeis);
• Ajuste de avaliação patrimonial relativo aos ganhos e perdas na remensuração de ativos 
financeiros disponíveis para venda (ver Pronunciamento Técnico CPC 38 – Instrumentos 
Financeiros: Reconhecimento e Mensuração);
• Ajuste de avaliação patrimonial relativo à efetiva parcela de ganhos ou perdas de 
instrumentos de hedge em hedge de fluxo de caixa (ver também CPC 38) ”.
Depois do pronunciamento da CPC 26, a apresentação da DRA foi considerada obrigatória 
e deve ser publicada separada da DRE, essencialmente aqui no Brasil. Mas a DRA pode ser 
divulgada juntamente com a Demonstração das mutações do patrimônio líquido (DMPL) que é 
obrigatória na publicação das companhias aberta.
2.2.3 Demonstração prática DRE e DRA
Segue, abaixo, a demonstração de uma planilha onde consta a DRE e, no final do resultado, o 
Lucro Líquido. Constará a DRA (com suas principais deduções a serem realizadas) – essa, por vez, 
pode ser demonstrada no relatório (demonstração). Ou seja, em outra demonstração contábil a 
DMPL, que mostra as alterações e as mutações do patrimônio líquido no exercício. 
18 Laureate- International Universities
Estrutura Conceitual Básica das Demonstrações Contábeis
DRE –Demonstração do resultado do exercício
RECEITA BRUTA - ROB – Receita Operacional Bruta de vendas e de serviços
(-) deduções, descontos concedidos, devoluções
(-)Imposto sobre vendas
= RECEITA LIQUIDA - ROL - Receita Operacional Líquida
(-) Custo do produto vendido
=LUCRO BRUTO
(-)despesas de vendas
(-)despesas administrativas
(-)despesas financeiras liquidas
(-)outras despesas operacionais
(+) outras receitas operacionais
=LUCRO OPERACIONAL
(-)despesas não operacionais
(+)receitas não operacionais
(+/-)saldo da conta de correção monetária
=LUCRO ANTES DO IMPOSTO DE RENDA
(-)provisão antes do imposto de renda
=LUCRO LIQUIDO ANTES DA PARTICIPAÇÕES E CONTRIBUIÇÕES
(-)participações
(-)contribuições
=LUCRO LIQUIDO / LUCRO POR AÇÃO
DRA – Demonstração do Resultado Abrangente
RESULTADO LIQUIDO DO PERIODO- (LUCRO LIQUIDO)
(+/-) OUTROS RESULTADOS ABRANGENTES
(+/-) AJUSTES DE EXERCICIOS ANTERIORES (ERROS/MUDANÇAS)
(+/-)ALGUNS GANHOS E PERDAS DA CONVERSÃO DE DEMONSTRAÇÕES CONTABEIS 
EM OPERAÇÕES NO EXTERIOR
(+/-) ALGUMAS PERDAS E GANHOS ATUARIAIS
(+/-) ALGUMAS MUDANÇAS E VALORES JUSTOS DE INSTRUMENTOS DE “HEDGE “E 
OUTROS
= RESULTADO ABRANGENTE TOTAL
Quadro 6 – DRE E DRA.
Fonte: Elaborado pela autora, 2016.
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O banqueiro e financista JP Morgan foi um dos banqueiros mais influentes de sua 
época. Nascido em 1837, Morgan começou sua carreira financeira como contador, 
em 1857. Depois de trabalhar por várias empresas, ele resolveu trabalhar por conta 
própria, fundando JP Morgan & Co, em 1895. Ao longo do tempo, o sucessor moder-
no para sua empresa original, JP Morgan Chase, é agora o maior banco do Estados 
Unidos. 
VOCÊ O CONHECE?
2.3 Notas Explicativas (NE)
Afinal o que são as Notas Explicativas, ou (NE)? 
Como o próprio nome diz, são notas, explicações que servem para complementar e esclarecer as 
demonstrações contábeis. Elas passaram a fazer parte efetiva das publicações das demonstrações 
financeiras, do relatório da administração e do parecer de auditoria. Sua função é esclarecer a 
situação patrimonial e dos resultados do exercício.
As notas explicativas recomendadas pelo pronunciamento técnico (CPC 26 - R 01) foram pro-
nunciadas na apresentação das demonstrações Contábeis, aprovado CVM n. 676/11 e pela 
Resolução CFC no 1.376/11. Martins et al. (2013, p. 679) “é exigido para os profissionais de 
contabilidade, em entidades não sujeitas a alguma regulamentação contábil especifica, as dispo-
nibilidades das notas explicativas devem ser evidenciadas conforme uma classificação”.
Existem, portanto, a indicações mínimas que devem contar das notas explicativas. Dentre algu-
mas podemos citar:
• Apresentar informação acerca da base para a elaboração das demonstrações contábeis e 
das políticas contábeis específicas utilizadas;
• Divulgar a informação requerida pelos Pronunciamentos Técnicos, Orientações e 
Interpretações que não tenha sido apresentada nas demonstrações contábeis; e
• Prover informação adicional que não tenha sido apresentada nas demonstrações contábeis, 
mas que seja relevante para sua compreensão.
Figura 1 – Registrar e explicar e complementar tudo nas demonstrações contábeis. 
Fonte: Apatsara, Schutterstock, 2016.
20 Laureate- International Universities
Estrutura Conceitual Básica das Demonstrações Contábeis
As notas explicativas normalmente são apresentadas em entidades sujeitas à regulamentação con-
tábil. Elas visam auxiliar os usuários a compreenderem as demonstrações contábeis e a compará-
lá com demonstrações de outras entidades (MARTINS et al, 2013, p. 679). De acordo com:
• Declaração de conformidade com os Pronunciamentos, Orientaçõese Interpretações do 
Comitê de Pronunciamentos Contábeis;
• Resumo das políticas contábeis significativas aplicadas;
• Informação de suporte de itens apresentados nas demonstrações contábeis pela ordem em 
que cada demonstração e cada rubrica sejam apresentadas; e
• Outras divulgações, podendo incluir: passivos contingentes e compromissos contratuais 
não reconhecidos; e divulgações não financeiras.
2.3.1 Objetivos das notas explicativas
Segundo a própria circular CVM/SNC/SEP (nº 01/2007), os objetivos e aspectos das Notas Ex-
plicativas são a evidenciação (disclosure). Este é um dos objetivos básicos da Contabilidade no 
Mercado de Capitais, para que se possa garantir a todos os tipos de usuários as informações 
completas e confiáveis sobre a situação financeira e os resulta- dos da companhia. 
As notas explicativas que integram as demonstrações contábeis devem apresentar as informações 
quantitativas e qualitativas de maneira ordenada e clara, para que seja exaurida a capacidade 
de comunicar aspectos relevantes do conteúdo apresentado nas demonstrações.
A própria legislação (§ 4o do art. 176 da Lei no 6.404/76), define as demonstrações como comple-
mentares aos outros quadros analíticos ou demonstrações contábeis. Isso significa que existe a neces-
sidade de esclarecimentos quanto a situação patrimonial e os resultados do exercício da entidade. 
As notas explicativas possuíam seu conteúdo descrito na Lei 6.604/76, mas com a Lei 11.638/07, 
elas ganharam maior importância, foram evidenciadas e foram obrigatoriamente exigidas nos 
relatórios financeiros. Em alguns casos, as empresas devem explicar situações em que não se 
pode visualizar apenas nas demonstrações numéricas. Faz-se necessária a adição de notas ex-
plicativas. Contudo, veremos na sequência dos nossos estudos uma explicação mais detalhada 
sobre essas notas. 
As notas explicativas deverão esclarecer as dúvidas com clareza e objetividade, sendo elas neces-
sárias ao correto entendimento do conteúdo das demonstrações contábeis. O principal objetivo é 
mostrar ao usuário das informações das demonstrações contábeis: expandir os detalhes que não 
estão apresentados nos relatórios financeiros (habituais).
CASO
Um exemplo verídico de divulgação do relatório das empresas é a comparação entre a BRMalls 
e a Multiplan, que atuam no setor de shoppings no Brasil. Segundo o pronunciamento do CPC, a 
BRMalls optou por mensurar suas propriedades para investimento ao valor justo - “Fair Value”, 
enquanto a Multiplan optou pelo valor de custo, evidenciando em notas explicativas o valor 
justo. Nesse caso, uma análise comparativa entre as entidades, sobre suas demonstrações con-
tábeis, seria que as demonstrações da Multiplan fossem ajustadas para mensuração ao valor 
justo dessas propriedades, facilitando a compreensão das diferentes posições patrimoniais e de 
desempenho comparativo entre essas duas empresas (ANTUNES et al, 2012).
O Conselho Federal de Contabilidade (NBC T-6, subitem 6.2, Resolução n. 737/92) também 
distribui o conteúdo das Notas Explicativas. , Ele aborda, além da ordem de apresentação das 
notas, observadas nas demonstrações contábeis, o agrupamento de contas que os compõem. 
Contanto, permite comparações com os de períodos anteriores, não se limitando apenas às de-
monstrações contábeis, mas também as demais composições das contas dos grupos do BP, como 
estoques, imobilizado, entre outras.
21
2.3.2 Notas explicativas - recomendações
Além das notas explicativas recomendadas pela CPC (26), mencionadas no início do capítulo, a 
Comissão de Valores Mobiliários (CVM) - § 3o do art. 177 da Lei no 6.404/76 - em complemen-
tação às notas explicativas previstas por essa Lei, apresenta exigências sobre a sua divulgação. 
Abordando, dessa forma, diversos assuntos importantes para efeito de melhor entendimento das 
demonstrações contábeis, que são as seguintes:
• ações em tesouraria; adoção de nova prática contábil e mudança de política contábil; 
ágio/deságio; ajuste a valor presente; arrendamento mercantil (leasing); ativo biológico 
e produto agrícola; ativo imobilizado; ativo intangível; ativo não circulante mantido para 
venda e operação descontinuada;
• benefícios a empregados; 
• capacidade ociosa; capital social autorizado; combinação de negócios; continuidade 
normal dos negócios; contratos de construção; contratos de seguro;
• correção de erros de períodos anteriores; créditos Eletrobrás; custos de transação e 
prêmios na emissão de papeis.
• debêntures; demonstração intermediária; demonstrações condensadas; demonstrações 
em moeda de capacidade aquisitiva constante; demonstrações contábeis consolidadas; 
demonstrações separadas; destinação de lucros constantes nos Acordos com Acionistas; 
dividendo por ação; dividendos propostos; 
• empreendimentos em fase de implantação; entidades de propósito específico (EPEs); 
equivalência patrimonial; estoques; evento subsequente; 
• incorporação, fusão e cisão; informações por segmento de negócio; informações 
sobre concessões; instrumentos financeiros; investimento em coligada e em controlada; 
investimentos societários no exterior;
• juros sobre capital próprio;
• lucro ou prejuízo por ação;
• mudanças em estimativas contábeis;
• paradas programadas; perdas estimadas em créditos de liquidação duvidosa;
• programa de desestatização; programa de recuperação fiscal (Refis); propriedade para 
investimento; provisões, passivos contingentes e ativos contingentes;
• receitas, redução ao valor recuperável de ativos; remuneração dos administradores; 
reserva de lucros a realizar; reservas e detalhamento; retenção de lucros;
• seguros; subvenção e assistência governamentais;
• transações entre partes relacionadas; tributos sobre o lucro;
• variações cambiais e conversão de demonstrações contábeis, vendas ou serviços a 
realizar; voto múltiplo.
É de suma importância destacar que esses tópicos elencados não encerram as possibilidades das 
Notas Explicativas, que devem ser sempre utilizadas, além das atividades previstas.
22 Laureate- International Universities
Síntese
Chegamos ao final do nosso segundo capítulo, conseguimos apresentar as estruturas dos balan-
ços patrimoniais, da Demonstração do resultado dos exercícios e a função das Notas explicativas. 
Tudo de acordo com a apresentação das Demonstrações Contábeis – CPC 26 (R1) – IASB: IAS 1.
Neste capítulo, você teve a oportunidade de: 
• Entender o CPC 26 (R1) - Apresentação das Demonstrações Contábeis – IASB: IAS 1”.
• Compreender conceitos de balanço patrimonial.
• Diferenciar as origens e as aplicações de recursos.
• Compreender a função do ativo e do passivo e dos seus subgrupos no balanço patrimonial. 
• Conhecer a definição do patrimônio líquido no balanço de patrimonial.
• Entender as mudanças ocorridas no ativo, passivo e PL, depois da promulgação da lei 
11.638/07 (Lei das S.A. e mudanças no balanço patrimonial).
• Conhecer a estrutura da demonstração resultado do exercício (DRE) e o que veio 
acrescentar no DRE a demonstração do resultado abrangente (DRA).
• Compreender a função e objetivos das notas explicativas (NE)
Síntese
23
Referências
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tabilidade IFRS: o processo e seus impactos na qualidade da informação contábil. Revista de 
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São Paulo: Atlas, 2008.
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http://www.cpc.org.br/CPC/Documentos-Emitidos/Pronunciamentos CPC 02, 04,26,27,33 e 
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CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE. CFC. Aprova a NBC TG ESTRUTURA CONCEITUAL 
– Estrutura Conceitual para a Elaboração e Apresentação das Demonstrações Contábeis. 
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GIBNEY, Alex. Enron: The Smartest Guys in the Room (Enron: Os Mais Espertos da Sala). Docu-
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IUDÍCIBUS, Sérgio, MARTINS, Eliseu; CARVALHO, L. Nelson. Contabilidade: aspectos relevantes 
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de Contabilidade Societária: Aplicável a todas as Sociedades. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2013.
REIS, Arnaldo. Demonstrações Contábeis: Estrutura e Análise. 3ª ed. São Paulo: Saraiva, 2009.
Bibliográficas
Estrutura Conceitual Básica das Demonstrações Contábeis

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