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Aula08 Book Gestao Financeira

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( 8 )
Administração do Passivo 
Circulante
Renata Ferreira
A administração financeira de curto prazo, além de se 
preocupar com os investimentos em Ativo Circulante, deve 
analisar as fontes para financiar tais ativos. A estrutura ótima 
seria que recursos de capital próprio e de capital de terceiros 
de longo prazo financiem ativos não circulantes e os ativos cir-
culantes permanentes (necessidades permanentes), ficando as 
fontes de financiamento de curto prazo para financiar os ativos 
circulantes temporários (ou necessidades sazonais).
Na prática, a estrutura ideal nem sempre acontece. A 
tendência é que as empresas busquem fontes de curto prazo 
para financiares ativos circulantes, sejam eles permanentes 
ou sazonais, utilizando os recursos de longo prazo e capitais 
próprios para financiar ativos não circulantes. Dado o peso 
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dos recursos de curto prazo como fonte de financiamento, 
cabe ao gestor financeiro a busca por estas fontes de recursos, 
objetivando a diversificação da carteira e a redução do custo 
das operações.
O objetivo desta unidade é estudar as diversas fontes 
de recursos de curto prazo utilizadas no mercado brasileiro, 
com destaque para as operações comerciais, diversas formas 
de crédito bancário e títulos no mercado de capitais.
Passivos Espontâneos
Os passivos espontâneos originam-se com o anda-
mento normal das operações da empresa. As principais 
fontes espontâneas de financiamento de curto prazo são: des-
pesas a pagar e crédito comercial (contas a pagar junto a for-
necedores). Geralmente, estas fontes espontâneas não geram 
despesas financeiras, ou seja, não há a incidência de juros 
pelo financiamento.
São fontes de financiamento diretamente ligadas 
às vendas. Se as vendas da empresa aumentam, os gastos 
com fornecedores também aumentam em resposta às com-
pras cada vez maiores, necessárias para produzir em níveis 
mais altos para atender a expansão das vendas. As despe-
sas a pagar também tendem a aumentar com a expansão das 
vendas, visto que os salários crescem com as necessidades 
maiores de mão de obra para produção e vendas; os impostos 
crescem em virtude do aumento da mão de obra, das vendas 
e por causa do crescimento dos lucros.
Gestão de Contas a pagar (crédito de 
fornecedores)
O crédito de fornecedores representa a principal fonte 
de crédito comercial utilizada para financiar o capital de 
giro. Resulta de transações nas quais ocorrem compras de 
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mercadorias a prazo. Lemes Jr. et al (2010) enumeram diver-
sas vantagens na utilização do crédito de fornecedores, den-
tre elas:
• Adequação: O valor do crédito comercial é estabe-
lecido de acordo com o nível de atividade da empresa. 
Maior volume de vendas gera maiores compras e, por 
consequência, maiores volumes de crédito junto aos 
fornecedores, adequando os recursos às necessidades 
da empresa.
• Fonte de crédito: A concessão de crédito faz parte 
das estratégias de vendas, e os fornecedores para ven-
der precisam conceder crédito. Por isso, para a empresa 
sempre há a possibilidade de se conseguir recursos 
com esta fonte de financiamento.
• Agilidade: As empresas são, em geral, menos buro-
cratizadas e menos rigorosas na concessão de crédito do 
que as instituições financeiras, daí o crédito com fornne-
cedores são normalmente mais fáceis. Também são menos 
rigososos nas penalidades em caso de atrasos de paga-
mentos e mais flexíveis na necessidade de negociação.
• Custos financeiros atrativos: Em termos gerais, o 
crédito comercial apresenta melhores condições para 
o tomador do que o crédito bancário. As compras a 
prazo podem ter custos financeiros explícitos ou não. 
Quando não está explícito, está inserido no preço da 
mercadoria. Uma forma de saber este custo é compa-
rar o preço à vista com o preço a prazo. Como não há a 
incidência explícita de juros, o crédito com fornecedo-
res não gera despesas financeiras.
Segundo Gitman (2010), o objetivo da empresa é pagar 
tão lentamente quanto possível, sem prejudicar seu crédito. 
Isso significa que as contas devem ser saldadas no último dia 
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possível, respeitando os prazos oferecidos pelo fornecedor. 
Com isso, a empresa está fazendo o uso máximo dos recursos 
do fornecedor (geralmente sem juros), sem prejudicar o cré-
dito da empresa.
Outro aspecto importante é o prazo concedido pelo for-
necedor para o pagamento. É com este prazo que a empresa 
pode esticar o pagamento de suas compras e planejar o seu 
fluxo de caixa. Como geralmente no preço de compra já está 
refletido o custo do fornecedor, a empresa compradora está 
indiretamente pagando esse benefício. Por isso é importante 
analisar a relação preço x prazo para pagamento para deter-
minar sua melhor estratégia de crédito comercial.
Exemplo:
A empresa “Pag Certo S/A” tem como principal forne-
cedor a empresa ABC. O histórico da “Pag Certo S/A” mos-
tra que as compras mensais são de 3.000 unidades e pagas 
à vista. O gerente financeiro identificou, ao elaborar o fluxo 
de caixa, dificuldades de caixa para os próximos três meses. 
As compras precisam ser realizadas para que as vendas não 
sejam prejudicadas. Cabe, então, ao departamento financeiro 
verificar qual alternativa de pagamento é mais vantajosa. O 
fornecedor ABC apresentou as seguintes possibilidades de 
pagamento: preço à vista R$ 68, preço para 30 dias R$ 71,40, 
preço para 60 dias R$ 76,40.
A empresa traçou duas alternativas:
Alternativa A: Comprar 3.000 unidades com prazo de 30 dias.
Alternativa B: Comprar 3.000 unidades com prazo de 60 dias.
Calcule o custo financeiro de cada alternativa e decida 
qual é a melhor alternativa.
Resolução:
O primeiro passo é calcular o valor final de cada 
alternativa.
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Calculando o custo de cada alternativa:
Assim, a melhor alternativa é o pagamento em 30 dias 
(Alternativa A), porque apresenta custo menor.
Vamos lembrar como se calcula pela calculadora finan-
ceira – HP 12C:
 
Valor financiado À vista 30 dias 60 dias
Alternativa A (204.000) - 214.200,00 -
Alternativa B (204.000) - - 229.200,00
Alterantiva A Alternativa B
FV = 214.200,00 FV = 229.200,00
PV = (204.000,00) PV = (204.000,00)
n = 1 mês n = 2 meses
i = ? i = ?
 i = 5% ao mês i = 6% ao mês
Para Lembrar
Este exercício pode ser resolvido pela fórmula dos juros 
compostos (FV = PV. (1+i)n, pela calculadora financeira ou 
pelo Excel.
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Gestão de Despesas a pagar
A segunda espontânea de financiamento de curto 
prazo é representada por despesas a pagar, que são passivos 
gerados pela utilização de serviços cujo pagamento ainda não 
foi feita. Os itens mais comuns nesta categoria são:
Crédito de impostos e obrigações sociais
As empresas possuem prazos para recolher os impos-
tos, contribuições e obrigações sociais devidos ao Governo 
em decorrência de sua atividade, tais como: Imposto de 
Renda (IR), Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e 
Serviços (ICMS), Imposto sobre Produtos Industrializados 
(IPI), Contribuição para o Programa de Integração Social 
(COFINS), Programa de Integração Social (PIS), Instituto 
Nacional de Seguridade Social (INSS), Fundo de Garantia por 
Tempo de Serviço (FGTS), entre outros. Estes prazos consti-
tuem créditos sem custo para a empresa, sendo importante 
fonte espontânea de cobertura de capital de giro.
No caso de problemas de caixa, existe a possibilidade 
de a empresa solicitar a dilatação dos prazosde pagamento e, 
nos casos de inadimplência, pode-se obter parcelamentos em 
condições vantajosas. Claro que os Governos não abrem mão 
da correção monetária e dos juros, por isso, é preciso anali-
sar cada situação, pois além de um custo, situações deste tipo 
são arriscadas.
Outros créditos operacionais
Podemos incluir como fontes de crédito comercial, o 
pagamento de salários e compras por encomenda, por exem-
plo. O pagamento de salários segue a legislação trabalhista e 
os acordos sindicais. A legislação estabelece o pagamento dos 
salários até o quinto dia útildo mês subsequente, a empresa 
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tem este período para “usar os recursos”. No caso de compras 
por encomenda, é comum a venda ou prestação de serviço 
com recebimento antecipado de parte dos valores.
Crédito Bancário
A captação de recursos de curto prazo através de cré-
dito bancário é uma operação de empréstimo e pode ser feita 
junto a bancos comerciais, sociedades de crédito, financia-
mento e investimentos (as chamadas financeiras) e os bancos 
de investimento. Por serem empréstimos, não há destinação 
específica para os recursos captados.
O crédito bancário é uma fonte de financiamento nego-
ciada e resulta da iniciativa do gestor financeiro (não é uma 
fonte espontânea). As operações de crédito bancário são for-
malizadas através de contratos firmados entre o emprestador 
(a instituição bancária), o tomador do empréstimo (no caso a 
empresa) e eventuais avalistas. São operações que possuem 
exigências prévias, como o fornecimento de documentação 
legal, informações cadastrais e financeiras.
É comum as empresas recorreram a empréstimos de 
curto prazo para cobrirem as necessidades sazonais, devido 
principalmente à acumulação de estoques e contas a receber. 
À medida que os estoques e contas a receber são convertidos 
em caixa, são gerados os fundos necessários para liquidar o 
empréstimo. Gitman (2010) denomina este tipo de empréstimo 
de autoliquidáveis, já que “o emprego do dinheiro empres-
tado cria o mecanismo pelo qual o empréstimo é restituído”.
Lemes Jr. et al (2010) descrevem as condições contratu-
ais das operações de crédito bancário. São elas:
• Valor: O valor da operação é expresso em moeda 
nacional, pode ser definido como um teto (limite) que 
o tomador vai usando conforme suas necessidades, ou 
ser liberado de uma única vez.
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• Custos: Representam os juros, comissões, taxas 
e demais despesas cobradas pela instituição finan-
ceira. Podem ser cobrados antecipadamente ou não. 
Os juros podem ser fixos ou flutuantes (ou seja, pré ou 
pós-fixados).
• Encargos: Os encargos tributários também consti-
tuem um custo da operação e devem ser considerados 
na análise.
• Prazo: Os prazos da operação devem ser adequa-
dos às necessidades da empresa, podem ser diluídos 
em parcelas e em certas ocasiões ser estabelecido um 
período de carência.
• Garantias: Em algumas operações são estabelecidas 
garantias exigidas pelo emprestador que irão contri-
buir para reduzir o risco da operação. Estas garantias 
podem chegar a 50% acima do valor emprestado.
Nos empréstimos comuns, a empresa capta recursos e 
paga em parcelas que podem ser fixas ou variáveis.
As formas de pagamento de empréstimos e finan-
ciamentos são chamadas de Sistemas de Amortização. A 
Amortização é um processo financeiro pelo qual uma dívida 
Vamos Recordar?
Quando tratamos de parcelas iguais (fixas), os plano 
podem ser:
 ‚ postecipados (quando o primeiro pagamento ocorre no 
final do primeiro período, ou seja, na data 1);
 ‚ antecipados (quando o primeiro pagamento da série de 
prestações iguais ocorre no ato, ou seja, na data zero);
 ‚ diferidos (ou planos com carência – quando o primeiro 
pagamento ocorre em uma data superior ao primeiro 
período).
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ou obrigação é paga progressivamente por meio de parcelas, 
de modo que ao término do prazo estipulado o débito seja 
liquidado. Estas parcelas ou prestações são a soma de duas 
partes: a amortização ou devolução do principal emprestado 
e os juros correspondentes aos saldos do empréstimo ainda 
não amortizados.
 
O sistema mais utilizado pelas instituições financeiras 
e pelo comércio em geral é caracterizado por pagamentos de 
prestações iguais, periódicas e sucessivas. Este sistema é cha-
mado de Sistema de Amortização Francês ou Tabela Price.
A parcela dos juros é obtida pela multiplicação da taxa 
de juros pelo saldo devedor do período anterior e a parcela da 
amortização pela diferença entre a prestação e os juros. Desse 
modo, os juros são decrescentes e as amortizações crescentes.
Prestação = Amortização + Juros
Você Sabia?
O sistema Price tem esse nome em homenagem ao eco-
nomista inglês Richard Price, o qual incorporou a teoria 
dos juros compostos às amortizações de empréstimos no 
Século XVIII.
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Exemplo:
Uma empresa fez um empréstimo de curto prazo no 
valor de R$ 100.000, à taxa de 10% ao mês, para ser liquidado 
em quatro prestações mensais.
1º Passo
Calcular o valor das prestações (pode ser feito pela fór-
mula, pela calculadora financeira ou pelo Excel).
Usando a fórmula de prestações postecipadas:
 
Montar a planilha de financiamento:
 
• Juros = saldo devedor x taxa de juros / Neste caso: J 
= 78.452,92 x 0,10 = R$ 7.845,29
• Amortização = prestação - juros / Amortização = 
31.547,08 - 7.845,29 = R$ 23.701,79
• Prestação Calculada na Etapa anterior
• Saldo Devedor = Saldo Anterior - Amortização / 
Saldo Devedor = 78.452,92 - 23.701,79 Saldo Devedor = 
Período Juros Amortizações Prestações Saldo devedor
0 100.000,00
1 10.000,00 21.547,08 31.547,08 78.452,92
2 7.845,29 23.701,79 31.547,08 54.751,13
3 5.475,11 26.071,97 31.547,08 28.679,16
4 2.867,92 28.679,16 31.547,08 0
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R$ 54.751,13
Também é possível obter os valores da tabela price pela 
calculadora HP 12C: O primeiro passo é calcular a prestação 
na calculadora:
Atenção!
Sem apagar os dados do cálculo da prestação podemos 
calcular o saldo devedor após o pagamento da segunda par-
cela, por exemplo:
Além dos empréstimos comuns, as principais modali-
dades de crédito bancário de curto prazo são:
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Desconto de títulos
A operação de desconto de títulos, atualmente, também 
chamada de antecipação de recebíveis, envolve basicamente 
a negociação de um titulo representativo de um crédito de 
algum momento anterior à sua data de vencimento, ou seja, é 
a antecipação de recebimento de crédito através da cessão dos 
direitos a um banco (ASSAF NETO, 2010).
Ao efetuar uma venda a prazo, as empresas emitem 
títulos (ou duplicatas ou boletos) correspondentes ao valor 
da venda e cuja função é ser o instrumento de cobrança da 
venda; se a venda for parcelada, serão emitidas tantas dupli-
catas quantos forem os vencimentos
e com os respectivos valores. As duplicatas tornam-
-se títulos negociáveis e a operação de crédito de desconto de 
duplicata é a operação em que estes títulos são vinculados.
A duplicata exerce, portanto, o papel de garantia ofe-
recida pela empresa para a operação, pois é endossada ao 
banco, que passa a ter o privilégio do seu recebimento.
Lemes Jr. et al (2010) descrevem que, apesar de apresen-
tarem custos elevados, as operações de desconto são muito 
utilizadas por empresas em função das seguintes vantagens:
• Reduzem ou evitam despesas de cobrançae há 
maior interesse do banco;
• Facilitam e agilizam as operações de obtenção dos 
recursos, pois duplicatas de bons pagadores são facil-
mente descontáveis; e
• Como faz prévia seleção das duplicatas a serem 
negociadas, o banco auxilia na avaliação de crédito dos 
clientes;
As operações de desconto praticadas pelos bancos 
comerciais costumam apresentar os seguintes custos/encar-
gos financeiros:
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Esses custos/encargos financeiros são referenciados, 
para o cálculo de seus valores, pelo critério dos juros simples. 
Já para a apuração do custo efetivo da operação é adotado o 
regime de juros compostos. A fórmula para apuração do des-
conto bancário é:
Sendo:
D = valor do desconto
N = valor nominal do título d = taxa de desconto
n = prazo para o vencimento do título
VL = Valor líquido Liberado = N – D
Exemplo: Considere um título no valor de R$ 30.000 a 
ser descontado três meses antes de seu vencimento. A taxa 
nominal de desconto bancário é 3,5% ao mês e o IOF seja 1,5% 
ao ano. Calcule o valor liberado e o custo efetivo da operação.
 
O custo efetivo da operação pode ser calculado de duas 
formas:
. Relação entre os juros 
e o valor nominal do 
título.
. É expressa, 
geralmente em termos 
mensais e empregada 
de forma linar (assim 
como os juros simples.
Taxa de desconto
(nominal)
. Percentual calculado 
linearmente sobre o 
valor nominal do título e 
cobrado no ato da libera-
ção dos recursos.
Imposto sobre operações 
financeiras - IOF
. Cobradas por muitas 
instituições visando 
cobrir certas despesas 
e abertura, concessão e 
controle do crédito.
. Calculado de uma 
única vez sobre o valor 
do título e descon-
tada na liberação dos 
recursos.
Taxa administrativa
D = N.d.n
Valor nominal do título R$ 30.000
Desconto D = 30.000 x 0,025 x 3 = (R$ 3.150)
IOF = 30.000 x 0,015 x 3/2 = (R$ 112,50)
Valor líquido liberado R$ 26.737,50
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Método 1: Pela fórmula
 
Transformando a taxa em mensal pela fórmula da taxa 
equivalente:
Taxa equivalente: i = (1 + i)q/n - 1
Taxa equivalente = (1 + 0,12200)1/3 - 1 = 0,03912
Custo efetivo mensal = 3,91% ao mês
Método 2: Pelo conceito de juros compostos
FV = 30.000,00
PV = 26.737,50
n = 3 meses i =?
Vamos calcular pela calculadora financeira – HP 12C:
 
Para relembrar
Pode ser resolvido pela fórmula de juros compostos FV = 
PV(1+i)n, pela calculadora financeira ou pelo Excel.
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Desconto de uma carteira de títulos
Raramente a empresa envia ao banco apenas uma 
duplicata. É comum a empresa efetuar o desconto de vários 
títulos, compondo-se o que se chama “borderô de duplica-
tas”. A metodologia de cálculo pode ser realizada individual-
mente, ou seja, calculando-se o desconto de cada título e no 
final soma-se os valores líquidos, ou podemos apurar o valor 
pelo conceito de prazo médio.
Exemplo: Considere que uma empresa apresente ao 
banco para desconto o seguinte borderô de duplicatas:
 
A taxa de desconto é de 3,2% ao mês, o IOF é de 1,5% 
ao ano. Qual o valor liberado e o custo efetivo da operação?
O primeiro passo é calcularmos o prazo médio da ope-
ração. Para calcular o prazo médio precisamos apurar N x n 
(valor do título x prazo):
Duplicata Valor do título Vencimento
A R$ 20.000 60 dias
B R$ 15.000 45 dias
C R$ 18.000 30 dias
D R$ 12.000 25 dias
E R$ 25.000 50 dias
F R$ 30.000 75 dias
Total R$ 120.000
Duplicata Valor do título Vencimento N x n
A R$ 20.000 60 dias R$ 1.200.000
B R$ 15.000 45 dias R$ 675.000
C R$ 18.000 30 dias R$ 540.000
D R$ 12.000 25 dias R$ 300.000
E R$ 25.000 50 dias R$ 1.250.000
F R$ 30.000 75 dias R$ 2.250.000
Total R$ 120.000 R$ 6.215.000
Prazo médio = ∑N . n Prazo médio = 6.215.000 = 51,791 dias
 ∑N 120.000
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Podemos calcular o prazo médio pela calculadora HP 
12C:
Depois de calcular o prazo médio, basta apurar o des-
conto considerando:
N = total do borderô de duplicatas = 120.000,00 
n = prazo médio = 51,791 dias
d = 3,2% ao mês 
IOF = 1,5% ao ano
Valor nominal dos títulos R$ 120.000
Desconto D = 120.000 x 0,032 x 51,791/30 = (R$ 6.629,25)
IOF = 120.000 x 0,015 x 51791/360 = (R$ 258,96)
Valor líquido liberado R$ 113.111,79
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Custo efetivo da operação:
FV = 120.000
PV = 113.111,79 n = 51,791/30
i =?
Custo efetivo = 3,48% ao mês
Crédito Rotativo ou Conta Garantida
Os créditos rotativos são operações simplificadoras 
da utilização de empréstimos junto aos bancos. Funcionam 
como uma conta corrente, com limite de crédito e prazo pre-
estabelecido, dentro do qual a empresa pode efetuar saques 
a descoberto para atender suas necessidades de caixa, sem 
maiores burocracias (LEMES JR. et al, 2010), ou seja, repre-
senta uma conta de saldo devedor, em que o cliente saca a 
descoberto e os juros são calculados periodicamente sobre o 
saldo médio utilizado (ASSAF NETO, 2008).
Os encargos financeiros são elevados, porém são pagos 
apenas pelo período durante o qual a conta permanece deve-
dora. A determinação dos encargos financeiros sobre os valo-
res devedores é geralmente processada por capitalização 
simples por meio do denominado “método hamburguês”.
O cálculo dos juros é feito pela fórmula:
Sendo:
J = juros do período 
SD = Saldo Devedor
i = taxa de juros proporcional diária
n = número de dias em que o saldo permanece devedor
J = SD x i x n
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Exemplo:
Considere que a empresa que apresenta uma conta 
garantida com limite de R$ 500.000, os encargos financeiros 
fixados para a operação são juros nominais de 5,5% ao mês, 
debitados ao final de cada mês, e uma taxa de abertura de cré-
dito (TAC) no valor de 2% cobrada no ato e incidente sobre o 
limite. No período de utilização foram realizadas as seguin-
tes movimentações:
Dia 02: saque de R$ 200.000 (data de abertura da conta) 
Dia 13: saque de R$ 60.000
Dia 20: saque de R$ 120.000
Dia 26: saque de R$ 75.000
Calcule o total de jurosque serão cobrados no dia 30:
Saldo de R$ 210.000 permaneceu entre os dias 02 e 13, 
portanto: dias em utilização = 13 – 2 = 11 dias
Operações de Fomento Comercial - factoring
As operações de fomento mercantil ou factoring cons-
tituem uma modalidade de assistência financeira de curto 
prazo, cujos benefícios concentram-se potencialmente nas 
micro, pequenas e médias empresas, pela dificuldade de 
obterem acesso à oferta de recursos de giro pelo mercado.
Representa a compra de direitos creditórios ou ati-
vos, representativos de vendas mercantis a prazo (valores a 
Dia
Movi-
mentação
Saldo
Dias em 
utilização
Juros
02 10.000 10.000 TAC ** TAC = 500.000x0,02=10.000
02 200.000 210.000 11 J=210.000x0,055x11/30=4.235,00
13 60.000 270.000 7 J=270.000x0,055x7/30=3.465,00
20 120.000 390.000 6 J=390.000x0,055x6/30=4.290,00
26 75.000 465.000 4 J=465.000x0,055x4/30=3.410,00
30 - Total de juros = R$ 15.400,00
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receber) das empresas produtoras. Segundo Assaf Neto (2010) 
esta atividade procura “reequilibrar o fluxo monetário da 
empresa carente de liquidez imediata, por meio da canaliza-
ção dos valores aplicados e contas a receber (realizável) para 
seu disponível”.
Lemes Jr. et al (2010) apresentam a definição legal de 
factoring, adotada pela Lei 8.991,de 20/01/1995:
Factoring é a “prestação contínua de serviços ou de ala-
vancagem mercadológica, ou de seleção de riscos, conjugada 
com a aquisição de créditos de empresas resultantes de suas 
vendas mercantis ou de prestação de serviços a prazo”.
 São operações em que as empresas realizam a trans-
ferência efetiva de créditos emitidos contra clientes (duplica-
tas a receber) para a Factoring (também chamado de Agente 
Factor), que assume o risco do não recebimento. Legalmente, 
não são consideradas operações de crédito, mas sim opera-
ções de cessão de direitos. Ou seja, além da transferência dos 
valores a receber, ocorre a transferência dos riscos inerentes 
a estes ativos.
São três os agentes envolvidos em uma operação de 
factoring:
 
As principais modalidades de operações de factoring são:
. Empresa compradora 
do bem ou serviço 
vendido pela empresa 
(cliente da factoring)
Comprador
. Cliente da empresa 
de fomento comercial - 
vendedora do bem ou 
serviço.
Cliente
. Empresa de fomento 
comercial - ou casa 
Factoring.
Factoring
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Operações liquidadas no vencimento
A empresa negocia seus valores a receber com a facto-
ring e recebe a importância convencionada somente no ven-
cimento dos referidos títulos, ou seja, não existe nenhuma 
antecipação de valores à empresa compradora. A empresa de 
factoring, além da garantia da operação, contribui com seus 
serviços de análise econômico-financeira das contas, análise 
de riscos e cobranças. As despesas são descontadas quando 
do pagamento do título. Esta modalidade também é chamada 
de maturity.
É a denominação da modalidade convencional, bastante 
semelhante à operação de desconto de títulos. Assim como 
o desconto de duplicatas, empresa factoring antecipa o paga-
mento dos títulos adquiridos pela empresa-cliente, porém a 
diferença é que não há o envolvimento de crédito e sim uma 
antecipação de valores futuros. O agente factor assume todos 
os direitos e riscos sobre o recebimento dos títulos.
Adiantamento de títulos a serem emitidos
É uma operação semelhante a um empréstimo de 
curto prazo para capital de giro. Envolve um adiantamento 
de recursos por conta de vendas ainda não realizadas. A 
empresa compromete-se a pagar a operação com duplicatas 
que serão emitidas no futuro.
factoring contra a entrega de mercadorias
Esta modalidade envolve um fornecedor de estoques, 
um vendedor de produtos (empresa-cliente da factoring) e um 
comprador. Recebendo a empresa-cliente um pedido de um 
comprador e não tendo em estoques os produtos para atender 
ao pedido, ela pode consultar o factor sobre a viabilidade de 
pagar seu fornecedor e o reembolso à casa de factoring ocor-
rerá somente após a realização da venda.
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Administração do caixa
Esta modalidade, também chamada de trustee, ocorre 
quando a casa de factoring se torna gestora do caixa da 
empresa.
Os custos das operações de factoring tendem a ser 
maiores do que de uma operação de empréstimo obtido junto 
às instituições financeiras, isso porque a casa de factoring 
assume o risco da inadimplência do devedor e, claro, cobra 
por isso.
Nas operações convencionais, os custos e despesas 
envolvidos são:
• Comissão de Factoring: visa cobrir as despesas ope-
racionais de análise, seleção e cobrança de crédito. 
Geralmente, o pagamento desta despesa é efetuado 
mediante uma porcentagem fixa calculada sobre o 
valor nominal dos títulos negociados.
• Juros por antecipações: são pagos antecipadamente 
e calculados de acordo com o critério de desconto ban-
cário. A taxa de juros da operação depende das taxas 
de mercado e do risco da operação.
• Reserva de caução: consiste na retenção do valor 
do adiantamento concedido à empresa-cliente e cal-
culado sobre o valor nominal do título. Geralmente, 
varia entre 5% e 15% do valor nominal dos títulos, esta 
reserva é liberada quando do recebimento dos títu-
los e é justificada para garantir a fidelidade dos títulos 
negociados.
Existem diversos benefícios para as empresas que uti-
lizam as operações de factoring:
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Vantagens das operações de factoring
• Maior flexibilidade de financiamento: como o 
agente factoring é quem assume o risco da operação, 
sua preocupação maior é com o devedor e não com 
a empresa-cliente. Isso torna as operações mais flexí-
veis, desde que o devedor seja uma empresa de repu-
tação creditícia. Empresas que não se enquadram 
neste nível de reputação têm seus títulos recusados 
pelo agente factor.
• Garantia de recebimento e consequente eliminação 
do risco.
• Dispensa a manutenção de saldos médios e outras 
formas de reciprocidade exigidas pelas instituições 
bancárias: na relação com os bancos é comum a exis-
tência de custos disfarçados, resultantes de exigências 
facilitadoras das operações de crédito, isso não acon-
tece com as operações de factoring.
• As operações de factoring podem gerar uma economia 
para a empresa em relação aos gastos com a instalação 
e ao funcionamento de um departamento de cobrança, 
o qual passa a ser de responsabilidade do agente factor 
(pelo menos em relação aos títulos negociados).
Como os custos da operação são elevados, é preciso 
que a empresa quantifique todas as vantagens da operação e 
as compare com os custos, obtendo assim os encargos líqui-
dos do factoring. A decisão final sobre a contratação destes 
serviços ocorrerá após a comparação destes encargos líqui-
dos com os custos das demais modalidades de crédito ofere-
cidas pelo mercado financeiro.
Mercado de Capitais: commercial Papers
As empresas também podem utilizar o mercado de 
capitais para obter recursos para financiar suas atividades. 
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Os títulos de curto prazo são a commercial paper que constitui- 
se, na prática, em uma nota promissória de curto prazo emi-
tida por uma Sociedade por Ações (S.A) para financiar seu 
capital de giro. A garantia do título é o próprio desempenho 
da empresa, e os títulos podem ser adquiridos pelas institui-
ções financeiras para sua carteira própria ou repasse a seus 
clientes investidores.
A principal vantagem do emitente do título é a pos-
sibilidade de tomar recursos a um custo muitas vezes infe-
rior às taxas de juros praticadas nos empréstimos bancários. 
Segundo Assaf Neto (2010), o barateamento das taxas pagas 
ao commercial paper ocorre, em grande parte, pela eliminação 
da intermediação bancária no processo de captação e aplica-
ção de recursos. Os principais investidores de commercial paper 
são as carteiras de bancos, fundos de pensão e seguradoras. 
São atraídos pela diversificação que o título pode proporcio-
nar em suas carteiras de investimento e a curta maturidade.
O prazo mínimo da nota promissória é de 30 dias, e 
seu prazo máximo é de 180 dias.
A rentabilidade da nota promissória não possui cupom 
de juros. Seu rendimento pode ser pré-fixado (na forma de 
deságio em relação de face da nota promissória na época de 
sua negociação), ou pós-fixado (na forma de correção do valor 
de face) por indexadores como o DI, SELIC, TR e TJLP.
As notas promissórias são muito difundidas nos EUA e 
largamente utilizadas pelas empresas americanas. Instituídas 
pela primeira vez nos EUA em Nova Iorque e Boston em 1790, 
porém só foram reconhecidas em 1830, quando suas transa-
ções passam a ser publicadas no Financial Register of the United 
States.
As notas promissórias negociadas no mercado de capi-
tais foram instituídas no Brasil em 1990 e não podem ser 
emitidas por instituições financeiras, sociedadescorretoras, 
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distribuidoras de valores mobiliários e sociedades de arren-
damento mercantil (empresas de leasing).
Os commercial papers negociados em Bolsas de Valores 
estão previstos na Instrução da Comissão de Valores 
Mobiliários (CVM) nº 217, de 2/ago/1994 e não estão sujeitos 
à tabela de corretagem adotada pelos membros das Bolsas de 
Valores. Os custos de emissão desses títulos são, em geral, 
formados pelos juros pagos aos aplicadores, comissões e des-
pesas diversas (publicações, taxas de registro na CVM etc.). 
Estes papéis costumam ser negociados com descontos, sendo 
seu valor de face pago por ocasião do resgate. Os títulos 
podem ser adquiridos no mercado ou por meio de fundos de 
investimentos.
Exemplo:
O departamento financeiro de uma empresa de capi-
tal aberto identificou uma necessidade de capital de giro de 
R$ 3.000.000 para os próximos 60 dias, e decidiu captar tal 
montante através de uma emissão de commercial paper, nas 
seguintes condições:
• Valor: R$ 3.000.000;
• Prazo: 60 dias;
• Taxa de registro na CVM: 0,4%;
• Despesas diversas com publicações e distribuição: 
R$ 5.000; 
• Remuneração oferecida aos aplicadores é uma taxa 
de desconto de 0,90% ao mês
Calcular o valor líquido recebido pela empresa e a taxa 
real efetiva de emissão deste commercial paper.
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• Valor líquido recebido:
Valor Nominal ................................................................. 3.000.000
Desconto: D = N x d x n 
 D = 3.000.000 x 0,0090 x 2 ............ (54.000)
Taxa de registro na CVM = 3.000.000 x 0,004 ....... (12.000)
Despesas diversas ......................................................... (5.000)
Valor líquido ..................................................................... 2.929.000
 
• Custo Efetivo: 
PV = 2.929.000
FV = 3.000.000
n = 2 
i = ?
Podemos calcular pela calculadora financeira, Excel, 
fórmula dos juros compostos ou ainda:
É HORA DE FIXAR:
Considere que uma empresa está com problemas de 
caixa para os próximos três meses e terá que captar recursos 
no mercado financeiro. O gestor financeiro analisou as opor-
tunidades e decidiu que ao invés de captar os recursos em 
uma só fonte, criará uma carteira de financiamento de curto 
prazo, através das seguintes captações:
a) Desconto de duplicatas
Para o desconto, foram apresentadas as seguintes 
duplicatas:
i = 3.000.000 ½- (1,02424)½ - 1 = 0,01205 = 0,0205% ao mês
 2.929.000( )
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a O banco cobra uma taxa de desconto de 3,5% ao mês 
mais o IOF de 1,5% ao ano. Calcule o valor liberado e o custo 
da operação.
b) Utilização de conta garantida
A empresa decidiu utilizar a conta garantida apenas no 
primeiro mês. A empresa conseguiu um limite de R$ 700.000 
e a taxa de juros nominais é de 6,5% ao mês.
As movimentações do período foram:
Calcule o total de juros pagos.
c) Emissão de commercial papers. 
Valor emitido: R$ 1.000.000;
Prazo: 90 dias;
Taxa de registro na CVM: 0,5%;
Remuneração oferecida aos aplicadores é uma taxa de 
0,80% ao mês. 
Calcule o valor liberado e o custo efetivo da operação.
Duplicata Valor Vencimento
A R$ 200.000 40 dias R$ 8.000.000
B R$ 75.000 35 dias R$ 2.625.000
C R$ 65.000 50 dias R$ 3.250.000
D R$ 60.000 60 dias R$ 3.600.000
Total R$ 400.000 R$ 17.475.000
Data Movimentação
01 Saque de R$ 300.000
09 Saque de R$ 100.000
15 Saque de R$ 70.000
24 Saque de R$ 90.000
28 Saque de R$ 40.000
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RESOLUÇÃO:
a) Desconto de Duplicatas:
Prazo médio = 17.475.000/400.000 = 43,6875 dias
Valor Nominal dos Títulos R$ 400.000
Desconto D = 400.000 x 0,035 x 43,6875/30 = (R$ 20.387,50)
IOF = 400.000 x 0,015 x 43,6875/360 = (R$ 728,13)
Valor líquido liberado R$ 378.884,37
Custo efetivo da operação:
FV = 400.000
PV = 378.884,37 n = 43,6875/30
i = ?
Custo efetivo = 3,794% ao mês
b) Conta Garantida:
Duplicata Valor Vencimento
A R$ 200.000 40 dias R$ 8.000.000
B R$ 75.000 35 dias R$ 2.625.000
C R$ 65.000 50 dias R$ 3.250.000
D R$ 60.000 60 dias R$ 3.600.000
Total R$ 400.000 R$ 17.475.000
Dia
Movi-
mentação
Saldo
Dias em 
utilização
Juros
01 300.000 300.000 8 J = 300.000 x 0,065 x 8/30 = 5.200
09 100.000 400.000 6 J = 400.000 x 0,065 x 6/30 = 5.200
15 70.000 470.000 9 J = 470.000 x 0,065 x 9/30 = 9.165
24 90.000 560.000 4 J = 560.000 x 0,065 x 4/30 = 4.853,33
28 40.000 600.000 2 J = 600.000 x 0,065 x 2/30 = 2.600
Total de juros = R$ 27.018,33
280
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c) Commercial Papers
Custo efetivo:
R ef eR ênci as
ASSAF NETO, A. Finanças Corporativas e Valor. 5. ed. São 
Paulo: Atlas, 2010. 
ASSAF NETO, A. Matemática Financeira e suas aplicações. 
10. ed. São Paulo: Atlas, 2008.
GITMAN, L. Princípios de Administração Financeira. 12. 
ed. São Paulo: Addison Wesley Brasil, 2010.
LEMES JR., A. B. et al. Administração Financeira: princípios, 
fundamentos e práticas brasileiras. 3. ed. Rio de Janeiro: 
Campus, 2010.
ROSS, S. A.; WESTERFIELD, R. W.; JAFFE, J. F. Administra-
ção Financeira – corporate finance. 2. ed. São Paulo: Atlas, 
2008.
SAMANEZ, C. P. Matemática Financeira: aplicação à análise 
de investimentos. 4. ed. São Paulo: Pearson - Prentice Hall, 
2007.
Valor nominal 1.000.000,00
Desconto D = 1.000.000 x 0,008 x 3 (24.000,00)
Taxa registro CVM 1.000.000 x 0,005 = (5.000,00)
Valor liberado 971.000,00
i = 1.000.000 ⅓- 1 = (1,02987)⅓ - 1 = 0,00986 = 0,986% ao mês
 971.000( )
	( 1 )
	Introdução à Gestão Financeira e Fundamentos do Cálculo Financeiro
	( 2 )
	Cálculo Financeiro em Contexto Inflacionário
	( 3 )
	Análise das Demonstrações Financeiras
	( 4 )
	Ponto de Equilíbrio e Alavancagem
	( 5 )
	Planejamento Financeiro e Orçamento de Caixa
	( 6 )
	Administração do Capital de Giro e a Gestão das Disponibilidades
	( 7 )
	Administração das Contas a Receber e dos Estoques
	( 8 )
	Administração do Passivo Circulante

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