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TESOURO DIRETO
O passo a passo para investir com R$30,00
Sobre esse PDF 
Esse material traz as informações contidas no artigo sobre Tesouro Direto, presente no Blog 
Investeaê (www.investeae.com.br) 
Criamos o PDF para que você possa ter uma boa leitura sobre o Tesouro Direto, sem perder a 
qualidade, uma vez que o texto é relativamente extenso, com bastante informação relevante. 
Quisemos trazer absolutamente todos os pontos necessários para você investir. 
Ao final do texto, trazemos a seção de Perguntas Frequentes e o Resumão do Tesouro Direto, 
exclusivos desse material. 
Caso surjam dúvidas sobre esse conteúdo, fique à vontade para nos mandar no email 
contato@investeae.com.br 
Boa leitura e bons investimentos. 
Investeaê!

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Você quer começar a investir, mas não sabe por onde começar? O Tesouro 
Direto será uma excelente opção. 
Sempre que falamos sobre investimentos para qualquer pessoa ou público, citamos o Tesouro 
Direto como uma das formas de investimentos mais democráticas e seguras. A razão disso: através 
dele, você pode investir com baixo risco e é possível começar com bem pouco dinheiro. 
Além disso, sempre que tocamos nesse assunto, seja em um dos nosso cursos, palestras ou 
conversas de bar, pelo menos algumas pessoas comentam que já ouviram falar sobre essa forma de 
investimentos. Porém, ninguém levou para frente. 
Provavelmente, o motivo é a falta de informação que (ainda) existe em relação a investimentos. 
Estou falando de informação prática. Uma das coisas que mais notamos nas turmas dos nossos 
cursos é que só transmitir informação teórica sobre investimentos não faria ninguém, de fato, 
começar a investir. 
Com um fluxo tão grande de informações pela internet, fica difícil ao leitor selecionar e filtrar o 
que ler e como usar as informações obtidas. Falta, muitas vezes um simples passo a passo. Foi isso 
que nos propusemos a trazer aqui: um passo a passo para você investir no Tesouro Direto. 
Investindo no Tesouro Direto 
Antes, quero fazer uma ressalva. Apesar de o Tesouro Direto ser uma forma muito simples de 
investir seu dinheiro, há muita informação relevante sobre ele. Não quero que você leia esse artigo 
e ainda fique com dúvidas. Por isso, o texto a seguir é longo e completo. Trouxemos nele tudo o 
que você precisa saber sobre o Tesouro Direto. 
"Vinícius, mas eu tenho preguiça de ler textos longos!" 
Essa é a frase que eu escuto de alguns colegas. Realmente, não é todo dia que você acorda com 
uma incrível vontade de ler sobre investimentos. Mas prometo que farei esse texto ser leve e 
agradável para você. 
Te digo também uma coisa: aprender de uma vez por todas como investir no Tesouro Direto foi a 
melhor coisa que eu fiz para mim mesmo, porque hoje meus investimentos rendem muito mais com 
ele. 
Nesse material, você verá: 
• O que é o Tesouro Direto 
• Por que ele é uma ótima alternativa à poupança 
• O Tesouro Direto, em números 
• Quais são as três modalidades dos títulos 
• Como investir no Tesouro Direto, passo a passo 
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• Quando ficar atento - venda antecipada 
• Como escolher o melhor título para seus objetivos 
• A experiência de um jovem investindo 
• Resumão do Tesouro Direto 
• Perguntas frequentes de quem já investiu 
O que é o Tesouro Direto 
O Tesouro Direto é uma forma de investimento de Renda Fixa, simples e segura. Criado em 2002, é 
um programa do Tesouro Nacional, em parceria com a BM&F Bovespa. O objetivo da criação foi 
que os brasileiros pudessem ter acesso a uma forma de investimento com aplicações de apenas 
R$30,00. 
Ao comprar um título do Tesouro, você empresta seu dinheiro para o Estado. Este, em troca, te 
paga um certo valor de rentabilidade, que dependerá da modalidade de título que você escolher 
(mais sobre isso abaixo). O vídeo a seguir resume bem o que é o Tesouro Direto: 
 >> Link do vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=lnDIecuFLk0 
Poupança 2.0 
Se você é do time que já sabe por que a poupança é um mal investimento, você pode pular para a 
próxima seção. 
Às vezes, nos questionam por que falamos tanto sobre o Tesouro Direto, enquanto outros sites e 
educadores financeiros também falam dele. Bem, de que adiantaria eu te enganar e focar em outro 
tipo de investimento que não seria tão bom quanto esse só para ser diferentão? 
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Meu sucesso em escrever no investeaê depende do seu investindo. Por isso, sem blá-blá-blá. 
O Tesouro Direto é uma ótima forma de investimento e ponto. Por sua característica de fácil 
aplicação e baixo risco, muitas vezes você ouvirá por aí que ele pode substituir a poupança. 
Vamos explicar isso. 
Poupança todo mundo tem ou já teve. Faz parte do pacote básico da vida nesse planeta, uma vez 
que você tem conta em banco. O hábito do brasileiro padrão é (quando a preocupação existe) 
guardar o dinheiro que sobra na poupança. 
Mas você já se perguntou se estava fazendo certo? Ou melhor, já parou para 
avaliar se você realmente ganha algo deixando seu dinheiro lá? 
Existe algo que ainda pouca gente entende: a inflação. Ela é aquele tipo "come quieto", e bem mal 
intencionada. A inflação é, basicamente, a taxa do aumento dos preços dos produtos no mercado. 
Ou, em outras palavras, o grau de desvalorização do seu dinheiro. 
Para entender facilmente: imagine que você tenha R$8,00 na carteira hoje e mantenha lá por um 
ano. Hoje você consegue, com esses R$8,00, comprar um lanche no McDonald's (na promoção, 
óbvio 😛 ). Daqui um ano, devido à inflação, o preço da McOferta pode aumentar para R$9,00. É o 
mesmo lanche, mesmo restaurante. Mas o seu dinheiro não acompanhou esse movimento. Ele se 
desvalorizou e agora você precisa de R$1,00 emprestado do seu amigo e vai ter que dar uma 
mordida para ele. 
"Tá, mas e daí?" 
E daí que a inflação acaba por fazer que o rendimento da poupança seja muito pequeno em termos 
reais. Em 2015, por exemplo, a inflação chegou a ser maior do que a poupança. 
Ou seja, o quanto seu dinheiro se desvalorizou naquele ano foi superior ao quanto ele se valorizaria 
na poupança. Você teria uma ilusão de rentabilidade positiva com a poupança quando, na verdade, 
perdeu dinheiro. Isso não é nada bom. 
O Tesouro Direto surge então, como uma alternativa a isso, com rendimento bem superior à 
inflação. Aí sim você sai ganhando. Uma das formas de substituir a poupança é o Tesouro Selic, que 
explicaremos à frente. Veja a comparação de um investimento de R$1000,00 em 5 anos. 
Note a diferença. No gráfico não descontamos o IR do Tesouro Direto, mas se o considerarmos, 
ainda assim a diferença é enorme: R$1786 contra R$1465. 
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O Tesouro Direto em números 
Agora ficou claro por que a poupança não é um bom investimento. O Tesouro Direto surge como 
uma ótima opção para começar a investir já, sem precisar saber demais sobre o mercado financeiro 
ou ter muito dinheiro. 
Na verdade, essa forma de investimento tem se tornado mais popular ainda nos últimos anos. 
Vários fatores estão por trás disso, entre eles o melhor acesso a informações e uma 
conscientização, por parte do investidor leigo, de que a poupança precisa ser deixada para trás. 
Apesar de ainda concentrar um grande montante financeiro, por volta de 665 milhões de Reais 
(dados de Janeiro de 2017), a poupança vem sofrendo constantemente com recordes de saques. 
Ou seja, as pessoas estão retirando seu dinheiro de lá, seja por necessidade de usar a grana ou por 
buscarem outras formas de investimento. 
Por outro lado, o Tesouro Direto vem batendo recordes de entrada de dinheiro. O gráfico a 
seguir mostra bem isso. 
Neste documento, você pode ver mais dados sobre a distribuição dos investimentos no Tesouro 
Direto. 
O mais interessante é notar a significativa participaçãodo público jovem nessa forma de 
investimento. Segundo dados de Novembro de 2016, 9,8% dos investidores cadastrados possuem 
entre 16 e 25 anos e 35,9% possuem entre 26 e 35 anos. 
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Ou seja, você não está sozinho mesmo. 
Como funciona o Tesouro Direto 
Você já pegou a ideia, agora vamos explorar mais. O Tesouro Direto possui três modalidades: 
• Tesouro Selic (LFT) 
• Tesouro IPCA+ (NTN-B) 
• Tesouro Prefixado (LTN) 
As siglas entre parênteses são os nomes "originais" dos títulos. Odeio siglas, mas é preciso saber, 
pois pode aparecer para você. 
Todo título possui as seguintes características: 
• Data de vencimento: é a data até a qual aquele título é "válido". Se você o compra hoje, ele 
poderá permanecer na sua carteira até essa data. Após ela, você recebe o dinheiro aplicado, 
mais os rendimentos 
• Liquidez diária: todos os dias é possível vender o título e resgatar o dinheiro aplicado 
• Taxa de rentabilidade: como título de Renda Fixa, as condições de rentabilidade são pré-
estabelecidas 
• Aplicação mínima: é bastante baixa, pois cada título tem um valor por unidade e você pode 
comprar frações de 0,01 título, desde que respeitada a aplicação mínima de R$30,00 
• Imposto de Renda Regressivo: sobre os rendimentos da sua aplicação, incide IR. Mas fique 
tranquilo, pois ele é automaticamente descontado quando você resgata o dinheiro do título 
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O IR Regressivo funciona assim: dependendo do tempo que você permanece com o título, o 
imposto é diferente. Ele vai diminuindo conforme o tempo avança, segundo essa tabela: 
O tempo acima é em dias corridos. Vale lembrar que o imposto de renda só incide sobre a RENDA, 
e não sobre o valor total aplicado. 
Por exemplo: se eu investi R$1000,00 e resgato, após 360 dias um valor bruto de R$1100,00, então o 
imposto de renda, segundo a tabela, será de 20% sobre os R$100,00 de renda. Ou seja: R$20,00. O 
valor líquido resgatado será de R$1080,00. 
Apresentações iniciais feitas, vamos entender as modalidades. 
TESOURO SELIC 
Esse título segue a taxa básica de juros brasileira, a Selic. Sendo assim, a rentabilidade anual do 
título é exatamente o valor da Selic. Esse ponto merece atenção, pois o Tesouro Selic é um título 
pós-fixado. Isso quer dizer que a taxa básica de juros pode variar do momento da aplicação até o 
resgate e, portanto, quando você resgata o dinheiro, será automaticamente contabilizado quanto 
variou a Selic no período e quanto será o rendimento total. 
TESOURO IPCA+ 
Chamado de indexado, esse título se baseia no índice oficial de inflação, o IPCA. A rentabilidade é 
sempre dada como o valor do IPCA, mais um valor fixo. Como o IPCA é também a taxa de 
desvalorização do seu dinheiro ao longo do tempo, esse título te protege contra tal perda de valor 
e paga, adicionalmente, um prêmio, que será o juro real da sua aplicação. Esse valor é quanto, na 
realidade, seu poder de compra está aumentando. 
Assim como no caso anterior, o valor do IPCA pode variar ao longo dos anos e a variação total é 
contabilizada, automaticamente, no momento do resgate. 
TESOURO PREFIXADO 
Nesse título, é tudo combinado e fim de papo. Você aplica seu dinheiro e sabe exatamente quanto 
vai receber na data de vencimento. A rentabilidade é fixa e apresentada no momento da aplicação. 
Uma característica desse título é de que a unidade dele sempre valerá R$1000,00 na data de 
vencimento. Ou seja, se o título vale R$560,00 hoje, por exemplo, eu sei que o valor dele na data de 
Alíquota Tempo
22,5% até 180 dias
20% 181 a 360 dias
17,5% 361 a 720 dias
15% 721+ dias
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vencimento será R$1000,00 e, com isso, consigo saber quanto terei de valor bruto no vencimento. 
Você pode também calcular o IR de acordo com o tempo de aplicação e conhecer o valor que será 
resgatado. 
Passo a passo para investir 
Legal, você entendeu o geral sobre o Tesouro Direto, mas muitas dúvidas costumam surgir na hora 
da prática. Então, vamos tentar simplificar isso em um passo-a-passo. É possível investir através de 
uma corretora independente, da corretora do seu banco ou através do próprio site do Tesouro. 
Achamos a primeira opção mais simples. 
Esse link traz uma lista de todas as corretoras habilitadas para negociar os títulos, com os 
respectivos valores das taxas cobradas (atenção nesse ponto!). É importante também deixar claro 
que, além da taxa da corretora, existe uma taxa de 0,3%, fixa, cobrada pela BM&F Bovespa. Essa taxa 
estará presente independentemente da corretora escolhida. 
Para investir, basta seguir o roteiro: 
1. Primeiro, você precisa de uma conta em uma corretora. Falamos nesse artigo como 
escolher uma e abrir sua conta 
2. Uma vez logado no site da corretora, você irá procurar pelos títulos do Tesouro 
Direto 
3. A seguir, deve escolher em qual título deseja investir (Selic, IPCA+ ou Prefixado) e qual 
o vencimento desejado. Basta olhar a lista de títulos disponíveis na corretora para 
escolher 
4. Cada plataforma de corretora tem suas particularidades, mas basicamente, você deve 
selecionar a opção de aplicar/comprar 
5. Geralmente, é possível inserir o valor que você deseja investir e a plataforma calcula 
automaticamente a quantidade de títulos correspondente. Isso acontece porque deve-
se comprar múltiplos de 0,01 título 
6. Após confirmar as informações, você pode solicitar a compra. 
7. Nesse momento, sua ordem terá sido enviada e demorará alguns dias úteis (informado 
pela corretora) até a compra ser liquidada e o valor ser creditado na sua conta como 
aplicação no título 
Pronto! A partir desse momento, você estará também cadastrado no site do Tesouro Nacional e 
receberá alguns emails com informações e confirmações. Você consegue acompanhar os 
investimentos pelo site do Tesouro Direto, mas as informações são todas reunidas na sua página na 
corretora, para facilitar. 
Caso deseje vender o título e resgatar seu dinheiro, o processo é bem parecido ao de compra. 
Basta acessar a mesma página da corretora e selecionar a opção de venda/resgate daquele título 
que você possui e deseja resgatar. É possível resgatar totalmente ou parcialmente o valor. 
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Você deve ficar atento, apenas, ao fato de que, resgatando antes do vencimento, pode haver 
perdas devido à desvalorização do título. Explicamos esse ponto em detalhe na seção Venda 
Antecipada. 
Caso você mantenha o título até o vencimento, o valor final será automaticamente creditado na 
sua conta na data estipulada. 
NA PRÁTICA – LISTA DE TÍTULOS 
Como na hora da prática algumas dúvidas podem surgir, quero te mostrar como aparece a lista de 
títulos disponíveis. A imagem a seguir foi tirada do site do Tesouro Direto. Você também 
encontrará uma lista como essa no site da sua corretora. Como falamos no nosso artigo sobre 
corretoras, você deve escolher aquela que melhor se alinhar com o seu perfil. 
Vamos dar uma olhada nos títulos disponíveis para investimento: 
Como explicado no passo a passo, a partir do momento em que você escolhe qual título deseja 
comprar, é só informar a quantidade ou valor desejado e realizar a compra. Em caso de dúvidas 
específicas da corretora, lembre-se sempre de usar o suporte da própria corretora. 
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COMO ESTIMAR O RETORNO? 
Obviamente, se você vai investir, você quer saber (ou pelo menos ter uma noção) de quanto 
retorno o investimento vai lhe trazer. No caso dos títulos pós-fixados (Selic e IPCA+), é impossível 
saber com certeza, uma vez que o retorno varia de acordo com a variação do indicador 
correspondente (taxa de juros ou inflação). 
Porém, é possível chegar a uma estimativa, baseado em projeções do mercado em relação a como 
esses números devem se comportar. No site do Tesouro Direto há uma calculadora.Por meio dela, 
é possível calcular uma estimativa do retorno do título. 
Assim, também é possível comparar diferentes opções de título e verificar qual deles vai atender 
melhor o seu objetivo. 
Note, porém, que quando você calcular o retorno esperado, deve levar em consideração que 
permanecerá com o título até o vencimento. De forma básica, vamos considerar que essa é a 
situação padrão. Você pode, sim, vender o título antes do vencimento, mas isso requer uma 
atenção especial, pois você pode perder dinheiro no meio do caminho. 
VENDA ANTECIPADA 
Esse é um tópico um pouco mais avançado, pois requer um pouco mais de atenção. Mas eu não o 
deixarei de fora devido à importância. Como já mencionei, você pode vender o título antes da 
data de vencimento e resgatar seu dinheiro. 
Vamos dizer que essa é a situação especial. Como funciona: todos os dias você pode vender o 
título que possui. A diferença é que, como o título possui um valor, que muda diariamente, pode ser 
que no dia da venda ele valha menos do que você pagou. O oposto também é válido. Ele pode 
valer mais. 
Isso é o que chamamos de marcação a mercado. Para exemplificar, vamos pensar no seguinte: 
imagine que um título do Tesouro Direto seja um ingresso para um show. Você sabe seu preço no 
momento da compra e consegue estimar quanto será o preço no dia do show. Será com certeza 
maior, porque os ingressos vão ficando mais escassos perto do espetáculo. 
Só que talvez você decida que não vai mais ao show e resolve vender o ingresso. Como o dia do 
show ainda não chegou, pode ser que o preço do ingresso revendido tenha caído (poderia ter 
subido também). Se você realmente quer vender naquele momento, vai ter que aceitar o preço do 
mercado. 
É a mesma dinâmica com o Tesouro Direto. Se você mantém o título até o vencimento, você tem 
garantias de que ele vai valer mais do que no momento da compra, pois ele seguirá a rentabilidade 
combinada no início. Agora, se quiser vender antes, o preço de mercado dele pode ter variado, para 
cima ou para baixo. 
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Mas o que influencia o preço de mercado? 
Basicamente, rentabilidade oferecida. Essa, por sua vez, pode variar devido a diversos fatores. De 
forma simples, pois não quero me alongar aqui, se a taxa de rentabilidade cai, o valor de mercado 
do título aumenta e vice-versa. 
Por exemplo, se um título prefixado vale R$500,00, com rentabilidade de 12%. O mesmo título, com 
o mesmo tempo até o vencimento, mas com uma taxa de 10% deverá valer mais. 
Por que saber disso? Porque as taxas dos títulos variam diariamente e você perceberá a variação nos 
preços de mercado. Mas fique tranquilo se você for levar o título até o vencimento pois, nesse 
caso, não precisará se preocupar com isso. 
Para quem está começando ou quer investir para médio ou longo prazo, faz bastante sentido 
manter os títulos até o vencimento. 
OBS: No caso do Tesouro Selic, o seu valor de mercado sempre será crescente, dia após dia. 
Portanto, você pode resgatá-lo a qualquer momento, sem possibilidade de perdas. 
Caso você queira saber mais a fundo sobre a dinâmica dos papeis do Tesouro Direto, separei 
algumas referências ao final do artigo. 
AFINAL, COMO ESCOLHER O TÍTULO CERTO? 
Uma vez que há três modalidades de títulos, cada um tem sua particularidade. Sintetizamos a seguir: 
TESOURO SELIC: é o único que pode ser resgatado a qualquer momento com garantia de ter 
rentabilidade positiva. Explicamos por que na seção de Perguntas Frequentes. Ele serve como uma 
ótima alternativa à poupança, pois rende mais do que ela, acima da inflação, e pode ser resgatado a 
qualquer momento. 
TESOURO IPCA+: uma vez que ele te protege contra os efeitos da inflação, é uma boa opção para 
o longo prazo, quando se pensa em aposentadoria ou mesmo em realizar algum sonho/objetivo 
futuro. Ele garante a manutenção (e aumento) do seu poder de compra ao longo do tempo. 
TESOURO PREFIXADO: por ter uma taxa fixa e combinada no início, fica mais fácil de se planejar, 
pois você sabe exatamente quanto vai receber no vencimento. Também é uma boa opção caso sua 
taxa esteja historicamente alta, pois você trava um bom patamar de rentabilidade. 
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Portanto, para escolher o título que se encaixa melhor a você, deve-se pensar 
em qual o objetivo do investimento. 
Você está guardando uma grana para ser usada a qualquer momento? Nesse caso o Tesouro Selic é 
uma boa opção. Quer ir juntando pouco a pouco para comprar um carro? O Tesouro IPCA+ 
garantirá que seu poder de compra não diminua. Quer ter certeza de quanto terá daqui X anos? O 
Tesouro Prefixado te permite isso. 
Como é possível investir em cada um dos três com valores bem baixos, uma possibilidade é 
diversificar o investimento entre as três modalidades, protegendo-se de diferentes cenários. 
Por último, fica a escolha do vencimento. Para um mesmo título, há diferentes datas de vencimento. 
Para facilitar, eu gosto de pensar que vou levar o título até a data final e decido, a partir disso, qual 
vencimento fica melhor para mim. Se desejo investir já na minha aposentadoria, posso escolher uma 
data mais longa ou, se quero investir para daqui 3 anos, escolho uma data mais curta. 
AINDA TENHO UM PÉ ATRÁS! 
Tudo bem, é normal que você ainda não se sinta totalmente seguro para investir, principalmente se 
você não conhece ninguém que já fez isso antes. Por isso, trouxe o Giovani aqui para contar como 
foi com ele. Agora você não estará sozinho! 
O Giovani estuda Engenharia e está na metade do curso. Como ele recebe uma bolsa de estudos, 
resolveu começar a aplicar o valor mensal no Tesouro Direto, pois sabia que a poupança seria uma 
má opção. Veja como foi a experiência dele: 
Como foi sua primeira experiência prática com o Tesouro Direto? 
Antes da minha primeira experiência prática com o Tesouro Direto, eu participei da primeira 
edição do Curso Cabeça de Investidor, ministrado pelo Vinícius e pelo André. Naquela época, 
eu sabia que, apesar da crise que já afetava o país, muita gente continuava fazendo mais e 
mais dinheiro, mas não fazia ideia de como isso era possível. 
Então decidi aumentar meu conhecimento, que era quase zero, na área. Foi então que fiquei 
sabendo da existência do Tesouro Direto, uma forma de investimento de baixo risco. Confesso 
que tive um pouco de receio no início, por não ter experiência no assunto, mas pesquisei um 
pouco mais, abri contas no banco e corretora e decidi colocar, mensalmente, um pouco do 
meu dinheiro nessa aplicação. 
O que te deixou em dúvida na hora de aplicar pela corretora? 
Sempre tive um pouco de dúvida e receio com taxas que me seriam cobradas, pois conhecia a 
política de muitos bancos e as armadilhas que vêm nas letrinhas miúdas dos contratos. Porém, 
fiquei surpreso com a simplicidade e transparência que encontrei nas instituições dessa área, 
além da facilidade de aplicação do dinheiro. As opções são bem mais claras e indicativas do 
que eu imaginava. 
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Qual foi sua primeira aplicação? Por que você escolheu aquele tipo de título?  
Minha primeira aplicação foi no Tesouro Selic. Por ser universitário, às vezes gasto um pouco 
mais de dinheiro do que havia planejado para o mês. Por isso, levei muito em consideração a 
liquidez presente nesse tipo de título, que permite o resgate de parte da aplicação a qualquer 
momento. 
Outro fator que levei em conta foi o de a rentabilidade desse título ser quase duas vezes a da 
poupança. 
O que você espera daqui pra frente investindo no tesouro? 
A curto prazo, pretendo continuar investindo mensalmente no Tesouro Selic, como tenho 
feito, aumentando cada vez mais minha rentabilidade, de forma segura. Enquanto isso, 
adquiro mais experiência. A médio e longo prazo, aprender mais sobre os outros tipos de 
título do Tesouro e, caso ache mais proveitoso,dividir minha carteira de investimentos em 
outras aplicações. 
E aí, o que achou? Não vou mentir para você e dizer que é tudo simples. Dúvidas surgem, é normal. 
Mas se você se leu esse artigo, tenho certeza de que está 100% preparado para começar a investir 
no Tesouro Direto. 
REFERÊNCIAS 
Para elaborar este artigo, usamos várias referências, que você pode consultar abaixo: 
O que é o Tesouro Direto: 
 http://www.tesouro.fazenda.gov.br/tesouro-direto-conheca-o-tesouro-direto 
Relatório de poupança: 
http://www.bcb.gov.br/Pre/SalaImprensa/port/poupanca.asp 
Relatório do Tesouro Direto: 
http://www.tesouro.gov.br/documents/10180/505727/Balan%C3%A7o_TD_Junho2016.pdf/
cbad03ab-5933-4fd4-90da-257463325a15 
Instituições financeiras habilitadas: 
http://www.tesouro.fazenda.gov.br/tesouro-direto-instituicoes-financeiras-habilitadas 
 
Ranking das instituições, por compras (ao final da página do link acima) 
Ranking dos agentes de custódia, por taxas: 
http://www3.tesouro.gov.br/tesouro_direto/consulta_titulos_novosite/consulta_ranking.asp 
Calculadora Tesouro Direto: 
http://www.tesouro.fazenda.gov.br/tesouro-direto-calculadora 
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Balanço do Tesouro Direto: 
http://www.tesouro.gov.br/documents/10180/505727/Balan%C3%A7o_TD_Junho2016.pdf/
cbad03ab-5933-4fd4-90da-257463325a15 
Preços e taxas dos títulos: 
http://www.tesouro.fazenda.gov.br/tesouro-direto-precos-e-taxas-dos-titulos 
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Perguntas Frequentes de quem investe no Tesouro Direto 
É comum que surjam dúvidas na hora de investir. Buscamos reunir aqui as mais frequentes que 
recebemos, para que você possa consultar. Se tiver uma dúvida que não está aqui, mande para nós 
no contato@investeae.com.br 
1. Como funcionam as datas de vencimento dos títulos? 
Há uma série de opções de títulos, com datas de vencimento diferentes. Essas datas são estipuladas 
pelo Tesouro Nacional e corresponde ao período até o qual o título será “válido”. Ou seja, se você 
comprar um certo título, poderá mantê-lo na carteira até a data de vencimento. Após isso, você 
recebe o dinheiro aplicado de volta, mais a rentabilidade no período. 
Escolher uma data de vencimento está ligado ao seu objetivo. Por exemplo, se quero comprar um 
carro daqui três anos, posso optar por um título com vencimento em 2019 e, assim, planejar o 
investimento e uso do dinheiro. 
2. O que são títulos com Juros Semestrais? 
Alguns títulos possuem a opção “Juros Semestrais”. Nessa modalidade, a cada seis meses o 
investidor recebe um pagamento parcial dos juros do título. O ponto de atenção, nesse caso, é que 
toda vez que você recebe o pagamento dos juros, será descontado o Imposto de Renda, o que 
diminui a rentabilidade total. 
Os Juros Semestrais servem, principalmente, para gerar renda extra. Mas convenhamos que, com 
uma aplicação baixa, essa renda extra não vai fazer muita diferença. Portanto, um título sem 
pagamento semestral de juros pode ser uma opção melhor. 
3. Por que os títulos variam de preço todos os dias? 
Diariamente o Tesouro Nacional revê as taxas dos títulos, uma vez que essas seguem condições e 
expectativas econômicas. Por exemplo, se a Selic está a 13% e espera-se um ciclo de queda nos 
próximos meses, provavelmente o Tesouro Prefixado terá uma taxa abaixo de 13%, antecipando esse 
movimento. 
Outro exemplo: se as expectativas são de que a inflação venham a subir, o juro real do Tesouro 
IPCA+ (aquela parcela adicionada ao IPCA na rentabilidade) deve subir, como sendo um prêmio de 
risco maior. 
Ou seja, todos os dias as projeções do mercado mudam e as taxas dos títulos, também. Como o 
preço do título é inversamente proporcional à sua taxa, então os preços também apresentam 
variação todos os dias. 
4. Quais são os horários de negociação dos títulos? 
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Há um horário específico de negociação do Tesouro Direto. Por isso, pode ser que em um certo 
momento do dia a opção de comprar/vender não esteja disponível. Porém, todos os dias da 
semana é possível negociar os títulos. 
Mais informações sobre os horários de compra e venda estão disponíveis no site do Tesouro: 
http://www.tesouro.fazenda.gov.br/web/stn/tesouro-direto-regras-do-tesouro-direto#this 
5. Meu dinheiro sumiu! 
Você tem uma certa grana na conta corrente da corretora, resolve comprar um título do Tesouro 
Direto e após a compra, vê que o dinheiro não está mais lá. Isso é normal, não se assuste. Em uma 
corretora, por exemplo, pode levar até 3 dias úteis para a compra ser efetuada por completo. Isso 
acontece porque a corretora é apenas um intermediário e precisa acertar todos os detalhes com o 
Tesouro antes de aparecer o investimento completo para você. 
Contudo, após esse período de liquidação, o dinheiro aparece na sua conta da corretora, sob a 
forma de investimento no título que você escolheu. 
6. O que é compra liquidada? 
Compra liquidada é simplesmente a compra do título que foi realizada 100%. No momento em que 
você clica em comprar, a corretora entra em contato com o Tesouro Nacional para repassar o valor 
da compra e registrar que o título pertence a você. 
Você vai perceber isso pelos emails do Tesouro Nacional e da Bovespa, que receberá. Portanto, no 
momento em que você efetua a compra, aparece “em liquidação” e, como comentei acima, leva 
alguns dias úteis (de acordo com a corretora), até esse processo estar completo. 
7. Na hora de comprar, escolho por valor ou por quantidade? 
Tanto faz! A forma mais simples é você definir quantos reais deseja investir, inserir esse valor no 
campo de compra e a plataforma calcula para você, qual o valor mais próximo, segundo a 
quantidade de títulos que você vai comprar. 
8. Em que eu estou investindo, afinal? 
Ao investir em um título do Tesoudo Direto, você está de certa forma emprestando seu dinheiro 
para o Estado, que o usará para realizar obras, programas, projetos, etc. Em troca, o Tesouro 
Nacional te paga juros, que dependem da modalidade de título que você escolheu. 
9. Investi e nos primeiros dias eu perdi dinheiro. O que aconteceu? 
Como comentado na pergunta 3, os preços dos títulos variam diariamente. Essa é a marcação a 
mercado. Da mesma forma que você investe em um dia e no outro o título pode valer menos, ele 
também pode apresentar valor maior. O motivo: a variação diária das taxas dos títulos. 
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Se você está investindo para ficar com o dinheiro até o vencimento, não se preocupe. Na data de 
vencimento, o valor sempre será maior do que o investido e corresponderá ao que foi aplicado, 
mais a rentabilidade combinada. 
10. Como se calcula a rentabilidade total? 
A rentabilidade total é calculada pela variação do índice que define a taxa do título, por todo o 
período de aplicação. 
Por exemplo: você compra um título do Tesouro Selic por R$1000,00 com vencimento daqui a 
exatos dois anos (situação hipotética). Durante todo o período a Selic se manteve em 12% ao ano. A 
rentabidade será: 
Valor total = R$1000,00*1,12*1,12 = R$1254,40 (valor bruto) 
Considerando 730 dias de aplicação (dois anos corridos), a alíquota de IR é de 15%, que incide sobre 
o ganho (R$254,40). Portanto o IR será de 
IR = R$254,40*0,15 = R$38,16 
O valor líquido será: 
Valor líquido = Valor Bruto - IR = R$1254,40 - R$38,16 = R$ 1216,24 
O ganho terá sido de 21,6%, líquido. 
11. Comprei o título e depois a taxa subiu. Vale a pena vender e 
comprar de novo? 
Não faz diferença. Se você comprou um título e sua taxa subiu, isso quer dizer que o valor de 
mercado dele caiu. Portanto, se você vender, resgatará um valor menor, em reais, que comprará um 
título que terá rentabilidade maior. O resultado será o mesmo. 
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Resumão sobre o Tesouro Direto 
De formaágil, o que você precisa saber: 
1. O Tesouro Direto é uma forma simples de sair da poupança e começar os investimentos 
 
2. Dá para começar com R$30,00 
3. São três modalidades: 
1. Tesouro Selic: segue a taxa básica de juros 
2. Tesouro IPCA+: segue a inflação e garante seu poder de compra 
3. Tesouro Prefixado: tem uma taxa pré-estabelecida de início 
4. Todo título possui: 
1. Data de vencimento: data até a qual o título pode permanecer em carteira 
2. Liquidez diária: todos os dias é possível vender e resgatar o valor aplicado 
3. Taxa de rentabilidade: depende do tipo de título 
4. Aplicação mínima: desde que respeitado o mínimo de R$30,00, você pode comprar 
qualquer múltiplo de 0,01 título 
5. IR Regressivo: segundo a tabela ao final 
5. Passo a passo para investir: 
1. Ter conta em uma corretora (mais indicado) 
2. Escolher o título de acordo com seu objetivo 
3. Selecionar a opção de compra 
4. Inserir o valor desejado de investimento e deixar a plataforma ajustar para a quantidade 
de títulos exata 
5. Confirmar e realizar a compra 
6. Esperar a liquidação 
7. Voilá! 
6. Dá para resgatar antes do vencimento? Sim! Mas lembre-se da marcação a mercado. É o valor 
de mercado do título, que varia diariamente. O valor pode aumentar ou diminuir no meio do 
caminho, mas é garantido que, no vencimento, você resgatará mais do que investiu, segundo a 
rentabilidade combinada 
7. Como estimar o retorno do título: use a calculadora do Tesouro Direto
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