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AFRICA ANALISE COMPARAÇÃO

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Introdução
Na antiguidade, o imenso continente africano não se resumia ao Egito antigo. É certo que os povos do Nilo construíram uma sociedade com muito poder, capaz de influenciar diversas culturas, próximas ou distantes do mar Mediterrâneo. Mas ela não foi a única. Por toda a África desenvolveram-se outras sociedades complexas, e sem dúvidas, todas ricas em muita diversidade cultural e riquezas.
Em incontáveis momentos, os egípcios antigos e os demais povos africanos mantiveram intenso contato, especialmente pelas vias do comércio. Muitas vezes, em virtude do poderio da sociedade egípcia, essa relação foi marcada pela denominação. Em outras, foi marcada por uma grande troca cultural.
O estudo da história dos povos da África ganha cada vez mais importância em nossos dias. Ele é feito principalmente a partir do exame de objetos de pedra ou metal e evidências orais e escritas, encontrados por historiadores e arqueólogos nas mais diversas regiões do continente.
Pouco a pouco, essa história vai ganhando forma. Podemos, assim, desvendar o cotidiano de uma imensa população, muitos dos seus descendentes acabaram trazidos, séculos depois para as terras do atual Brasil.
Economia
A economia de Nok era baseava-se principalmente de agricultores sedentarizados que cultivavam o inhame, abóbora, dendê e sorgo e produziam óleo de palma, apesar da utilização da agricultura, provavelmente a pecuária não era uma grande atividade econômica, embora, segundo muitos objetos encontrados, os animais tivessem grande importância na rotina dos membros da civilização. 
Já Axum, foi considerado o primeiro Estado da África tropical a cunhar moeda, num período em que esta não existia em nenhum dos países vassalos, nem mesmo em Himiar ou Alwa. Com essa conquista, Axum proclamava ao mundo sua independência e prosperidade, haja vista que, a cunhagem de moeda de ouro, gerava uma medida tanto econômica quanto política. Assim, enaltecia o nome dos seus monarcas e as divisas do reino. 
O soberano precursor desse feito foi Antybis, na segunda metade do século III. Seu sistema monetário podia ser confrontado com o de Bizâncio, apresentando as mesmas características da época, tanto no peso quanto no modelo e na forma. A capacidade produtiva de Axum estava relacionada a sua importância comercial, embora predominasse a produção doméstica natural.
A agricultura e a criação de animais constituíram a base da economia axumita, o que já ocorria nos séculos anteriores. No entanto o seu desenvolvimento assumiu um aspecto característico suposto por fatores como: a intensificação do comercio marítimo no mar Vermelho, atribuído a expansão romana nessa região que beneficiada pela navegação e a multiplicação das relações comerciais ocorrida pelo intenso fluxo de mercadorias trazidas por embarcações, possibilitando o comércio com a Índia e o mundo mediterrânico e, o fato de Adulis ser o ponto de encontro para o tráfico marítimo, assim como para o comércio terrestre.
O marfim era um artigo valioso e sua comercialização era muito intensa, pois ele era indispensável ao luxo romano e estava em primeiro lugar na lista de importação de Adulis, esta era considerada a via de escoamento dos produtos de Axum; o elefante muito valorizado fazia sua caça ser intensa, haja vista suas presas (o marfim) eram transportadas de barco para a Índia, Pérsia e China e, posteriormente esse animal seria utilizado como carro de guerra. Outras mercadorias também eram objetos de comercialização como: chifres de rinocerontes, carapaças de tartarugas, peles de hipopótamo, escravos e temperos. A economia axumita era vista prazerosamente e protegida pelos romanos devido aos interesses em comum ao combate da pirataria, pois o Império romano precisava de aliados comerciais naqueles arredores do mundo, por causa disso, eles se fortaleceram intensamente para uma nova etapa nas cercanias arábicas do mar Vermelho. 
O idioma cunhado nas moedas era grego e o gueze, os avanços na economia agrícola e no de manufatura de objetos com base em pedras, vidros e cerâmicas atestavam ainda mais sua superioridade; a aristocracia de Axum enriqueceu muito depressa, face a unificação significativa parte do nordeste da África pelos axumitas, isso facilitou aos mercadores romanos, árabes e hindus, a conquistar uma clientela segura para seus artigos luxuosos.
O vinho e o óleo de oliva importados eram consumidos por estrangeiros, comerciantes e outros grupos, também eram importados objetos confeccionados de artes e outros objetos de metal, bem como roupas de tecidos estrangeiros que abasteciam o consumo interno. Vale salientar que a criação do reino Axum trouxe prosperidade em abundancia para a aristocracia e também para grupos étnico-sociais privilegiados, formados por cidadãos axumitas da capital. Os monarcas axumitas e os vassalos que administravam os domínios do reino de Axum eram os principais fornecedores dos estrangeiros, em especial Adulis e a Arábia Saudita, apenas eles detinham esse monopólio. Os primeiros possuíam expressiva quantidade de rebanhos, os quais eram tidos como fortuna, mas de difícil comercialização devido ao problema de transporte por via marítima.
No Império de Mali, entretanto, especialmente em Tombuctu, circulavam sal e ouro das minas do Império do Mali, tecidos, grãos, noz-de-cola, peles, plumas, marfim e instrumentos de metal. Praticavam a agricultura, dominando a cultura do algodão e amendoim e pecuária para sua subsistência. O artesanato também era uma atividade extrema importante, tanto para a cultura, quanto para a economia. Ao longo do século XIV, Tombuctu se transformou num importante centro intelectual do mundo, reunindo cerca de 150 escolas com muitos estudantes oriundos de outras partes do território africano. Também haviam cobrança de impostos às famílias para o Estado pagos através de trabalhos nas terras do simbon. Durante o século XI, esses povos sofreram a interferência cada vez maior do principado do Sosso, cujo príncipe havia tomado o título de mansa (Imperador).
Aspectos sociais e culturais
 	Os grupos Malinquês ("homem de Mali"), originários da região do rio Senegal e do Alto Níger, viviam nas cidades antigas de Kiri e Dakadyala eram liderados por chefes mágico-caçadores chamados de "simbon" (que significa "mestre-caçador"). O "simbon" era apenas um primus interpares, ou seja, um "primeiro entre iguais", e não detinha autoridade real sobre os outros membros da sociedade, mas o grande conselho (ghara) constituía um protestado, que decidia sobre a guerra e os impostos.
A política de Mali, o poder era exercido pelo Imperador (Mansa), embora possuísse uma espécie de regime democrático, já que o povo tinha acesso a este por meio das chamadas reclamações. A estrutura política do império foi estabelecida pela Carta de Kurukan Fuga.
O mansa detém como funções ministrar a justiça no reino, e comandar a guerra. O Império era governado de duas formas: no centro, o controle direto do rei, na periferia eram estabelecidos reinos protetorados. 
O reino central era subdividido em províncias com um governador (dyamani tigui). As menores unidades de uma província eram os kafo e os dugu. Os reis da periferia reconheciam a soberania do imperador, mas não perdiam seu estatuto de reis. Estes normalmente pagavam impostos ao imperador. 
De início a sociedade de Mali dividiam-se em aldeias, parecido com a sociedade Nok, mas com o tempo, foram divididos em grandes unidades familiares, que viviam em campos comunitários chamados de Foroba. A sociedade foi dividida em trinta grandes clãs, alguns de artesãos, outros de guerreiros, outros de homens livres. Os "Mansas" (imperadores) do Mali tinham seu domínio sobre outros reinos da África e constituíam amplas redes de poder.
Existia escravidão e servidão no antigo império Mali, os casamentos eram regulados por casta, e os casamentos entre membros de castas diferentes eram proibidos. A guerra era conduzida após a reunião de camponeses-guerreiros, estes organizados em "kelé-bolon" (contingentes), controladospor um "kelé-tigui" (general-chefe). 
Um dos destaques sociais no Império de Mali foi a carta de "Kurukan Fuga", apontada como um dos primeiros modelos de constituição, ela prevê a defesa dos direitos humanos, determina a divisão de poderes, estabelece liberdades cívicas, protege as atividades profissionais, a integridade física dos súditos do império e dos seus bens. Além disso, proibia a escravidão do povo malaquês e impunha a obrigação de indenização por danos sofridos.
Outro aspecto importante foi a divisão da população em clãs. Os malinkas e outros povos aliados foram divididos pela Carta em 16 castas de nobres, os "portadores de aljavas". Já os marabus, entre eles alguns que professavam o Islamismo, formaram os cinco clãs dos "guardiães da fé". Os praticantes de ofícios, inclusive o de griô, foram repartidos entre outros quatro clãs. Os Sossos, derrotados na batalha, tiveram que se fundir aos clãs de praticantes de ofícios, e perderam suas terras, que foram consideradas domínio imperial.
A divisão conferia a cada clã um grau considerável de autonomia, permitindo que cada rei conservasse os costumes de seu povo. A descentralização jurídica e administrativa era uma característica do antigo Império Gana, que o domínio Sosso vinha tentando suprimir.
 	Há uma tradição oral sobre a origem do Império de Mali, o rei de Mali e sua família foram massacrados pelo soberano do rei de Sosso, Sumaoro Kante, porém uma criança que não conseguia andar chamada Sundiata Keita conseguiu escapar com vida desse massacre, a tradição conta que Sundiata voltou a andar após se apoiar no cetro real, prometendo vingar a morte de seus familiares,. Em 1235 na batalha de Kirina, Sundiata conseguiu combater Sumaoro e atingir seu objetivo, originando o Império de Mali.
Já em Axum, a cultura passa a tomar corpo a partir do séc. III a. C. de modo gradual e lento parecendo ter inicialmente como origem a cultura do iemenita, deixando para trás o passado sul arábico no seu idioma, grafia e os meios de artesanato, sua cultura era voltada aos novos tipos de formas, cores e desenhos com novas espessuras onde os grupos carregavam traços da cultura sul arábica foram identificados como os mesmos que levavam consigo a cultura agrária, especialmente o arado.
A herança judaica era desprezada pelos cristãos que alimentavam um forte preconceito religioso que os impedia de qualquer relação, os descendentes judeus se consideravam descendentes diretos das tribos de Israel e como não haviam seguido Moisés foram para direções opostas, as tradições das comunidades arábicas se firmaram como refugiadas dos hebreus e ali permaneceram desde a destruição do primeiro templo.
A contribuição indígena foi bastante relevante, pois, não há dúvida que eram o produto de um povo cuja identidade étnica vem se manifestando progressivamente a partir de estudos de suas inscrições, linguagem e tradições. 
A cultura axumita passa a tomar corpo a partir do séc. III a. C. de modo gradual e lento parecendo ter inicialmente como origem a cultura do iemenita, deixando para trás o passado sul arábico no seu idioma, grafia e os meios de artesanato, sua cultura era voltada aos novos tipos de formas, cores e desenhos com novas espessuras onde os grupos carregavam traços da cultura sul arábica foram identificados como os mesmos que levavam consigo a cultura agrária, especialmente o arado.
A herança judaica era desprezada pelos cristãos que alimentavam um forte preconceito religioso que os impedia de qualquer relação, os descendentes judeus se consideravam descendentes diretos das tribos de Israel e como não haviam seguido Moisés foram para direções opostas, as tradições das comunidades arábicas se firmaram como refugiadas dos hebreus e ali permaneceram desde a destruição do primeiro templo.
A cultura de Axum era fortemente influenciada pela cultura grega por causa de suas relações e isso começava a fazer-se presente no seu meio cultural e social como por exemplo a cunhagem de moedas com a imagem dos soberanos de um lado e do outro com imagens da conversão ao cristianismo e grafadas em alfabeto grego e gueze. Desde Ptolomeu o grego instalou-se no mar Vermelho, como a língua do comércio. Isso explica o porquê de estarem em grego todas as inscrições dos primeiros reis de Axum.
O desenvolvimento comercial estimulou as viagens pelo oceano Índico, pelo mar Vermelho e pelo mar Mediterrâneo e favoreceu a produção de conhecimentos técnicos sobre navegação. As embarcações eram feitas de pranchas de madeiras presas com cordas e resistiam a longas viagens. A sociedade subdividia-se em nobres, mercadores, marinheiros, artesãos, soldados e numerosos escravos.
O alfabeto antigo pertencia ao tipo sul-arábico, porém a escrita axumita diferia dele, apesar de ser sua derivada, passou de arcaica para sofisticada e agora era escrita da direita para a esquerda, as palavras passaram a ser escritas separadamente e posteriormente por dois pontos verticais dando uma verdadeira noção vocálica da representação do fonema; também foram influenciados pelos abexim que contribuíram para o sistema numérico e com os principais algarismos. 
A população axumita habitava a região do chifre da África e sua herança social e cultural se faz presente nas pinturas rupestres situadas no norte da Eritréia, por ser um povo que sobrevivia do comércio, era natural que sabiam lidar com todo tipo de artesanato e manufaturas de outras localidades, principalmente pelo manuseio das cerâmicas, onde trabalhavam suas superfícies com várias tonalidades, estilos, formas, tamanhos e com a técnica de mistura de cores onde predominavam as cores branco e vermelho. A cultura de Axum tinha como base a fundação o porto de Adulis.
A herança social e cultural se faz presente nas obras gigantescas deixadas pelos seus habitantes com traços de um misto de culturas provenientes do helenismo, islamismo, dos egípcios e dos meroítas essas obras eram erguidas em forma de monólitos ou estelas colossais todos trabalhados com relatos de sua cultura e crenças religiosas, dando uma ideia de como era a organização social, além das influencias sul arábicas e religiosas, esses monumentos pareciam seguir um padrão de construção tendo como referencial os pontos cardeais além de apresentarem traços comuns nos elementos utilizados, o calcário de granito azul ou xisto local.
Essas obras arquitetônicas são praticamente o legado cultural desse povo e se constituiu como uma das principais fontes documentais históricas desse povo. As relações com os povos enriqueceram ainda mais as técnicas de manipulação dos metais ornamentais dos templos, além de objetos como anéis, tesouras, espadas e punhais. Aprenderam a trabalhar a madeira, fazer machados, buris, foices, a técnica da rebitagem, lanças e pratos de balança. 
 	Os artefatos de metais sempre fizeram parte de qualquer cultura demonstrando o grau de sua evolução social e nesse caso os artefatos de embelezamento como brincos, ouro, anéis e fios enrolados. A área de Axum era de aproximadamente 300 km de comprimento por 160 km de largura, era uma cidade descrita como o terceiro mundo no sentido de possuir grandes monumentos e por apresentar um passado glorioso. O significado dessa herança cultural e social permanece até hoje um mistério, porém denotam um sentido religioso e em suas formas as inscrições revelam uma cultura evoluída. Na cultura Nok também se utilizava a metalurgia, inclusive destacava-se por ter sido pioneira, já que foram os primeiros ao sul do Saara a fundir o ferro, para fundir o ferro empregavam um pequeno forno de poço raso, cavavam no chão um buraco arredondado, com pouco mais de meio metro de circunferência e outro tanto de profundidade, prolongavam para cima a cavidade com um muro cilíndrico de barro, em cuja base abriam os orifícios para os tubos de foles. 
 	Muito debate-se sobre o acesso da população de Nok à fundição de ferro, alguns supõem que possam ter novamente inventado, e mesmo sem o conhecimento das técnicas metalúrgicas mais simples do cobre e do bronze,para isso eles contavam com um fator favorável, encontravam-se nas terras lateritas da região, um minério que não necessitava de altas temperaturas para fundir-se, no qual necessitavam as hematitas e outros minérios de rocha dura do Oriente Médio. Com o ferro obtido, produziam utensílios e adornos.
Através do barro, cerâmica, bronze e ferro fundido, a sociedade Nok desenvolveu um estilo próprio ao criar objetos que hoje são considerados como sagrados para grande parte das pessoas que moram na região centro-norte da Nigéria. O principal objeto produzido pela cultura Nok africana foi a Cabeça de Jemaa. Encontrado em 1942, este objeto demonstra os principais traços da arte Nok:
• Preferência por representações humanas: os Nok gostavam de criar objetos relacionados aos próprios seres humanos. Os traços são marcantes e, segundo especialistas, retratam de uma forma única os traços das pessoas que formavam as tribos da região. No entanto, na grande maioria das vezes, os rostos não eram recriados com fidelidade. É comum encontrar cabeças humanas feitas de terracota, mas com formatos distorcidos, como queixos avantajados e com desproporcionalidade entre a cabeça e outras partes do corpo;
• Reprodução de animais: a arte Nok africana envolve a criação de objetos que representavam os animais que viviam entre os humanos. A grande diferença entre os objetos que mostravam pessoas e os que mostravam animais é a reprodução fiel (aqui, ao dizer fiel, leia-se o mais próximo que podiam chegar de uma reprodução fiel feita à mão) do animal na maioria das vezes. Especialistas acreditam que os Nok não reproduziam os humanos com perfeição de propósito, pois acreditavam que isso poderia influenciar negativamente a vida das pessoas envolvidas;
• Variedade de formas geométricas: os Nok criaram objetos de várias formas geométricas. Já foram encontrados rostos humanos na forma circular, cilíndrica, triangular, entre outras. Estudiosos afirmam que esta variedade é fruto da imaginação das pessoas que criavam tais objetos e que isso acontecia para evitar que os rostos fossem cópias fieis de pessoas reais.
Além dos objetos produzidos a partir de terracota e outros materiais relacionados à pedraria e o ferro, aventou-se a hipótese de que tenham sido feitas imagens em argila crua ou em madeira, das quais não sobraram vestígios, pela rapidez com que se deterioram ambos materiais, sobretudo nos trópicos. Os membros da sociedade Nok se organizavam-se em pequenas aldeias, regiões do rio Niger e Berué. Através de meio milhar de desenhos rupestres, há indícios de que a sociedade Nok utilizavam carros puxados por cavalos, eram usados pois rodavam com facilidade sobre os chãos difíceis do Saara, inclusive tendo indícios que essa prática foi ensinada aos gregos. Os carros que foram desenhados nas rochas seriam utilizados na guerra, na preia de escravos, na caça, como símbolo de status e em corridas desportivas. 
A partir de um povo nômade de caçadores e guerreiros, formou-se assim uma nova civilização, a civilização Nok, que ocupou áreas da região onde hoje estão situadas a Nigéria, Níger, Mali, Costa do Marfim, entre outros países.
O que se sabe atualmente sobre a cultura Nok africana ainda é pouco, mas ajuda a preencher algumas lacunas na antiga história do continente africano. A língua, as artes e as técnicas para forjar ferro influenciaram muitos outros povos que passaram pela região da bacia do rio Níger. Mas assim como outras tantas regiões do continente africano, a região dos Nok mostra quão rica e diversa foi a história do continente e quanto foi perdido por conta da colonização predatória dos europeus nesta região tão importante do globo terrestre.
Ideologia
Na ideologia, a população do império de Mali acreditava no islamismo, como religião oficial do império. Acredita-se que o islã do Mali tenha carregado algumas características das religiões animistas do Mali antigo: os dyeli (sacerdotes) praticavam ritos com os rostos cobertos por máscaras animistas, a população comia carnes consideradas impuras pelo islão, etc. Os principais agentes da divulgação do Alcorão no Mali eram os comerciantes sarakholés e diúlas. O islamismo está ligado ao estudo, não só do Corão, mas ao ensino em geral. Embora seja importante fazer um parêntese, para notar que havia na religião várias influências especialmente pagãs. As crianças aprendiam o Corão, mas ainda havia muito de feitiçaria nas crenças populares. 
O Mansa Mussa foi o rei que incentivou a religião, o ensino e a expansão do Islã, na sua famosa peregrinação a Meca, ele trouxe para o Mali, mercadores e sábios e divulgou a religião islâmica. 
O Mansa Mussa também enviou estudiosos para o Marrocos, para estudar na universidade, esses sábios voltaram ao Mali e lá fundaram seus centros de ensino e estudo corânico, com isso, Tombuctu se tornou um centro de difusão de conhecimento para comerciantes e para estudiosos, entretanto, os axumitas acreditavam na vida após a morte. Construíam monumentos, chamados de estelas, em homenagem aos reis mortos. As paredes laterais continham entalhes de figuras divinas e na base ficava um altar com uma espécie de bacia para onde escorriam o sangue dos sacrifícios de animais e o vinho das oferendas.
No século IV teve início em Axum a divulgação da religião cristã. Ao que parece, ela chegou aos axumitas por influência de um conselheiro do reino que era cristão e viera da cidade de Roma, onde o cristianismo já havia sido difundido.
O rei Ezana, cujo governo ocorreu por volta dos anos 325 e 360, converteu-se ao cristianismo e o transformou na religião oficial de Axum. No entanto, a nova religião foi aceita aos poucos, convivendo por muito tempo com as crenças locais. Nos territórios do Norte, por exemplo, o número de cristãos tornou-se significativo somente no início do século VI.
Textos bíblicos foram traduzidos para o idioma falado pelos antigos etíopes; em numerosos mosteiros viviam monges que dedicavam sua vida às orações, à meditação e à caridade. Já em Nok, através das figuras de terracota encontradas nas escavações, algumas destas estátuas estão realizadas de tal modo que a cabeça é bem maior que o corpo, semelhante desproporção era uma característica dos artistas africanos, com isso dando a entender que não representava somente seres humanos, mas também que a arte pretendia chamar atenção sobre certa classe de significação simbólica, afastada de qualquer naturalismo.
Algumas destas estatuetas encontradas na aldeia de Nok representam e simbolizam forças sobrenaturais e poderosas que os membros da civilização de Nok acreditavam estar relacionadas com a produção de alimentos e a satisfação das primeiras necessidades, outros achados que reforça a ideologia religiosa da sociedade Nok, foi a existência de santuários, templos ou lugares de culto e rito nos bosques considerados, pelo mesmo motivo, como sagrados.
Além disso, há indícios que a técnica da fundição guarda certa relação mítica e ritual com as figuras de terracota dos fornos do vale de Taruga. Acontece a mesma coisa com a arte estatuária de Benin, que conseguiu a sua plenitude entre os séculos XI e XV da nossa era. 
Nesse sentido as figuras de animais, como o leopardo, simbolizam o poder dos seus reis que, às vezes, portavam máscaras realizadas em marfim, as quais levavam incrustadas, por sua vez, pequenas figurinhas dos colonizadores europeus com o objeto de apropriar-se do seu saber e a sua inteligência e, deste modo, não serem dominados por eles.

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