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Libras - Língua Brasileira de Sinais Educação e diversidade APÊNDICE UNIDADE 3 Sexualidade, gênero e a educação U3 1 Apêndice Gabaritos comentados com resposta-padrão Sexualidade, gênero e a educação: UNIDADE 3 Gabarito 1 – Faça você mesmo – Seção 3.1 1. Alternativa Correta: E Resposta Comentada: Discutir sobre sexualidade como construção social é entender os diferentes processos que lugares como o banheiro podem indicar, muito mais do que um espaço para necessidades fisiológicas. Sendo um lugar que marca socialmente quem as pessoas devem ser, afinal, os que são portadores de pênis devem entrar no masculino e as que têm vulva, no feminino. Claramente isso cria uma divisão social de lugares baseada no sexo anatômico, mas que mostra socialmente como construímos marcadores sociais que dizem onde cada um deve estar. 2. Alternativa Correta: C Resposta Comentada: É importante entender qual trajeto de estudos Foucault foi trilhando para seu arcabouço teórico sobre a construção do sujeito. Sua preocupação se relacionava amplamente aos processos pelos quais o sujeito se constituía, desde o conhecimento sobre si mesmo (subjetivação) até ao processo em que se tornava o próprio objeto do conhecimento (objetivação). Sua investigação ganha um forte direcionamento quando ele pretende analisar as circunstâncias em que um saber se produz, principalmente advindo da ciência e da razão, porque é nesse ponto que se encontraria as articulações de como esses saberes tornam-se dispositivos de poder. Sexualidade, gênero e a educação U3 2 3. Alternativa Correta: D Resposta Comentada: Em entrevista à Rabinow e Dreyfus (1995), Foucault reforça que seu objeto de investigação estava mais centrado na constituição dos sujeitos do que o próprio sujeito em si. Eram nos diferentes processos dessa constituição que se encontravam as diferentes práticas discursivas que mobilizavam saberes, instituíam verdades, domesticavam corpos a partir da disciplina e normatização de maneira a sempre parecer algo natural e que deveria ser mantido dentro das regras nomeadas por diferentes dispositivos de poder. Gabarito 2 – Faça você mesmo – Seção 3.2 1. Alternativa Correta: C Resposta Comentada: Muito comum no Brasil considerarmos o termo gênero como o que designa gênero masculino ou feminino. Porém, o conceito de gênero vai muito além dessa observação, pois enquanto epistemologia, falar de gênero implica em entender como se produzem as relações a partir das práticas sociais que mostram como uma sociedade lida com as diferenças entre os sexos. E quando nos referimos a sexo, não estamos dizendo sobre ser portador de determinado órgão genital, já que não é no biológico que está o gênero, mas sim nos saberes produzidos sobre o que é ser homem e o que é ser mulher. E essa discussão está muito presente em nossa sociedade, por exemplo, dizemos o lugar da mulher por piadas que apontam o lugar que devem ocupam, ou por inferiorizar a partir de características produzidas socialmente, como ligar sensibilidade à maior fragilidade. Falar de gênero é apontar diferenças, revelar violências e olhar outra possibilidade de se pensar uma sociedade. 2. Alternativa Correta: D Resposta Comentada: Falar de feminismo é uma coisa, que é o um dos lugares de lutas das mulheres e o primeiro lugar na História a considerar a diferença, assim como as lutas sindicais. Porém, quando falamos de conceito de gênero, é preciso se entender que concomitantemente ao plano de lutas, estamos falando do lugar das ideias, assim, uma das grandes pensadoras a influenciar sobre a discussão conceitual é sem dúvidas Simone de Beauvoir, ao trazer a ideia de ser mulher algo ligado a uma construção social, e não um elemento com o qual a mulher nasce. É sair da nomeação biológico-médica e não aceitar a questão da dominação, para nenhum dos sexos, pois afinal discutimos equalidade e diferença, e não supremacia das mulheres sobre os homens. Sexualidade, gênero e a educação U3 3 3. Alternativa Correta: A Resposta Comentada: Para Joan Scott falar de gênero não é apenas sublinhar características de ser homem ou mulher, mas entender como essas características que são nomeadas a partir das relações sociais tornam o ser homem e mulher em uma sociedade. Para ela, o conceito de gênero está ligado diretamente a um contexto histórico, pois assim, em diversos tempos históricos se olharmos o que é feito com as diferenças entre os sexos, podemos entender como aquela sociedade trata o que é ser homem e/ou mulher. Não é entender a essência dessas diferenças, porque não está dada na natureza e que todos as devem ter, mas sim são construídas socialmente e, portanto, são produzidas para que disciplinem e normatizem o que todos devem ter. Por isso mesmo, não é colocar homem ou mulher em oposição ou vice-versa, mas sim entender seu aspecto relacional. Gabarito 3 – Faça você mesmo – Seção 3.3 1. Alternativa Correta: D Resposta Comentada: A escola já fala sobre gênero e sexualidade sem que seja permitido ou não, está nas paqueras, nos grafites dos banheiros e nos registros em carteiras e cadeiras ou pelos muros da escola. A escola já discute gênero quando faz fila para meninos e meninas, quando separa banheiros e quando reserva o jogo de futebol só para os garotos. Isso tudo é falar de gênero e sexualidade, o que precisamos trazer para escola é uma discussão sobre o que nela acontece nessas questões e o que isso gera. Por esses exemplos, percebemos que as divisões indicam os pequenos espaços que as pessoas lá dentro podem atuar, ou seja, ensina- se o espaço das normas, das regras e das permissões, domesticando corpos e produzindo sujeitos submissos e condicionados a sempre se estabelecerem por meio de relações de poder. A função da escola pode ser crítica e dialógica, recriando esses lugares e essas práticas a partir de discussões que nela sejam feitas no coletivo. 2. Alternativa Correta: B Resposta Comentada: Não podemos continuar com a ideia de isolacionismo da escola, os muros não protegem, nem impedem que as mudanças sociais e a efervescência transformadora das novas gerações entrem pela porta adentro. As relações sociais se produzem da mesma forma nesse espaço e também produzem aprendizagens sobre essa trama social, ou seja, gênero e sexualidade estão em todos os cantos da escola. Evitar discutir não fará esses temas e vivências desaparecerem das salas de U3 4 Sexualidade, gênero e a educação aula, dos pátios e outros lugares da escola. Da mesma forma que procurar impor regras que procuram estabelecer as normas não vai uniformizar as subjetividades que por ali circulam. 3. Alternativa Correta: D Resposta Comentada: Além de falar sobre gênero e sexualidade, a escola ensina a partir de uma perspectiva também. No caso, estudos indicam que acaba por se adequar às relações que produzem diferença de forma a marginalizar àquelas que não atendem a regulamentação, ou são realocadas a partir da ideia de invisibilidade. Também ensina quais lugares meninos e meninas devem ocupar, quando fazem fila, a divisão do banheiro, atividades físicas e diferenciação para algumas aptidões, como utilizar meninas para a parte artística em apresentações culturais. Portanto, a atuação da escola revela que ela aborda tais temas tanto implícita como explicitamente, mas também o faz nos silenciamentos e naquilo que não diz, mas faz. As questões de sexualidade e gênero emergem e estão presentes na escola.
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