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Economia Política

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1 
 
UNIVERSIDADE CATÓLICA DOM BOSCO 
 Direito – 3º Sem 
 
 
 
 
 
 
Economia Política 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Professora Me. Leila Cristina Gonçalves de Oliveira 
Janeiro/ 2015 
 
 
 
2 
 
SUMÁRIO 
UNIDADE 1 – CONCEITOS BÁSICOS EM ECONOMIA 
1.1 O que é economia? 
1.2 Objeto fundamental da economia – O problema da escassez 
1.3 Sistemas econômicos 
1.4 Divisão do estudo econômico 
1.5 Recursos econômicos – Fluxo circular de Renda – Setores Econômicos – Produção 
1.6 Oferta, demanda e formação do preço 
1.7. Mercado de bens e equilíbrio do mercado, 
1.8. Estruturas de mercado 
1.9 Outros conceitos em economia 
UNIDADE 2. PENSADORES ECONÔMICOS: AS PRINCIPAIS ESCOLAS DE 
PENSAMENTO E SEUS PRINCIPAIS REPRESENTANTES 
2.1. Mercantilismo e Antoine de Montchrétien, 
2.2. Fisiocracia e François Quesnay, 
2.3. Pensamento clássico de Adam Smith e David Ricardo 
2.4. Neoclássicos e Alfred Marshall 
2.5. Pensamento de Karl Marx 
2.6. Fiscalismo de John Maynard Keynes e Michael Kalecki, 
2.7. Joseph Schumpeter e a inovação 
2.8. Monetarismo e Milton Friedman. 
UNIDADE 3 – ECONOMIA BRASILEIRA E POLITICA ECONÔMICA 
3.1 Breve histórico 
3.2 Políticas econômicas 
UNIDADE 4 – GLOBALIZAÇÃO 
4.1 O que é globalização? 
4.2 Blocos/Agrupamentos econômicos 
4.3 O Brasil e a globalização 
4.4 Aspectos positivos da globalização 
4.5 Aspectos negativos da globalização 
UNIDADE 4 – MEDIDAS DAS ATIVIDADES ECONÔMICAS 
4.1 Indicadores econômicos e métodos de análise 
4.2 Indicadores do setor externo 
3 
 
UNIDADE 1 – CONCEITOS BÁSICOS EM ECONOMIA 
 
 
 
Nos últimos anos, o fenômeno da globalização econômica tem exigido 
cada vez mais - de TODOS e não só dos economistas – o conhecimento 
básico de economia e o acesso às informações do mundo exterior. A 
globalização trouxe consigo um lado positivo, que permite acesso a 
mercadorias, tecnologias e entrada de capitais externos ao país. Pelo fato de 
ter chegado ao Brasil com um considerável atraso, a globalização traz efeitos 
cumulativos negativos para as empresas. A abertura da economia nacional 
para o capital privado, sobretudo das multinacionais, tem acarretado “quebras” 
aos setores menores ou mais frágeis da economia, causando milhões de 
desempregos, em todos os níveis de qualificação. 
Não nos cabe mais ficar isolado, pois, cada ação por parte do mercado, 
pode ser uma reação em cadeia em seu empreendimento. 
Sem o mínimo de esclarecimento sobre os cenários formados na 
economia, e uma visão de prospecção, o cidadão em geral certamente estará 
terá dificuldades em gerir seus negócios e sua vida. . 
Para você entender um pouco de economia (mesmo que não seja 
economista), procuramos elaborar um material bem didático, com conceitos 
básicos e simples, os quais respaldarão o entendimento necessário de alguns 
fatos ou medidas econômicas que certamente lhe serão muito úteis. 
 
 
4 
 
1.1 O que é economia? 
Segundo Paul A. Samuelson e William D. Nordhaus, Economia (ou 
Ciência Econômica) pode ser definida como a ciência que estuda a forma como 
a sociedade emprega recursos escassos para produzir bens e serviços que são 
destinados a atender as necessidades de consumo. 
O termo economia é originário da palavra grega oikosnomos (oikos= 
casa e nomos= lei), e significa a administração de uma casa, do estado ou da 
coisa pública. 
1.2 Objeto fundamental da economia – O problema da escassez 
Nesta definição estão implícitas duas questões fundamentais para a 
compreensão da Economia enquanto ciência: por um lado a ideia de que os 
bens são escassos, ou seja, não existem em quantidade suficiente para 
satisfazer plenamente todas as necessidades e desejos humanos; por outro 
lado a ideia de que a sociedade deve utilizar os recursos de que dispõe de uma 
forma eficiente, ou seja, deve procurar formas de utilizar os seus recursos 
maximizando a satisfação das suas necessidades. 
1.2.1 As questões provenientes da escassez 
 A análise da questão da escassez de recursos produtivos e das 
ilimitadas necessidades humanas – que é o problema econômico fundamental 
da sociedade e das empresas - conduz às seguintes questões: 
O que e quanto produzir? Numa economia de livre iniciativa, o 
mercado responde essa questão. Os proprietários de recursos produtivos 
orientarão sua produção pela quantidade exigida pelos consumidores. 
Como produzir? O mercado produtor responde a essa questão, pois 
se trata de uma questão de eficiência produtiva, onde serão alocados os 
recursos necessários, segundo sua disponibilidade. 
Para quem produzir? A sociedade indica os setores que serão 
beneficiados com a distribuição do produto. Mercado interno ou externo. 
Agricultura ou indústria. Trabalhadores ou proprietários da terra. A produção 
destina-se a atender as necessidades da população. 
5 
 
Quando produzir? Este é um problema que responde às 
necessidades da sociedade. Por exemplo, a produção de Panetone tem sua 
época certa. Não faria sentido concentrar recursos e produzi-los em data que 
não atenda aos interesses de consumo. 
Em síntese: Os problemas econômicos conduzem a sociedade a 
manifestar-se frente às alternativas que lhes são colocadas, através da difícil 
decisão de escolha entre as questões citadas anteriormente. A resposta para 
essas questões depende da forma de organização econômica, que são 
basicamente duas: 
• Economia planificada: centralizada, tipo socialista. 
• E, a economia de Mercado como veremos a seguir. 
 
1.3 Sistemas econômicos 
 
Sistema centralizado ou planificado (Socialismo) 
 É aquele em que as questões básicas da economia são resolvidas por 
um órgão central de planejamento, predominando a propriedade pública dos 
fatores de produção, com a total interferência do Estado na vida econômica 
(Ex: Cuba). 
 
Sistema descentralizado (Economia de Mercado / Capitalista) 
Também chamado de concorrência perfeita, ao contrário da Economia 
Planificada - que é centralizada, socialista - na Economia de Mercado – que é 
descentralizada, capitalista - é regido pelas forças de mercado, via sistemas 
de preços, para promover a solução das quatro questões básicas, sendo a livre 
iniciativa e a propriedade privada predominantes entre os agentes econômicos 
(Ex: Estados Unidos, Japão, Inglaterra). 
Sistema misto ou economia mista 
 Forma híbrida entre as economias de mercado e centralizada, que 
procura suplantar os problemas advindos de cada um deles, principalmente 
nas questões referentes à alocação de recursos, justa distribuição de renda, 
6 
 
estabilidade de preços e crescimento econômico. Dessa forma, parte das 
decisões são tomadas pelo Estado, que também detém parte dos meios de 
produção, enquanto outras decisões e posse dos recursos necessários ficam a 
cabo dos empresários particulares (Ex: Brasil). 
 
1.4 Divisão do Estudo Econômico 
Em termos clássicos, a teoria econômica é apresentada conforme 
segue: 
• Microeconomia: é o ramo da teoria econômica que estuda o 
comportamento de consumidores e produtores e o mercado no qual 
operam. Preocupa-se com a determinação dos preços e quantidade em 
mercados especiais. 
• Macroeconomia: é o ramo da teoria econômica que estuda a 
determinação e o comportamento dos grandes agregados como PIB, 
consumo nacional, investimento agregado, exportação, importação, nível 
geral de preços, etc., com o objetivo de delinear uma política econômica. 
 
 
1.5 Recursos Econômicos - Fluxo Circular de Renda – Setores 
Econômicos - Produção 
 
 Recursos econômicos são os meios materiais ou imateriais usados pela 
população na produção de bens e serviços para a satisfação das suas 
necessidades.A palavra recurso significa a criação de um novo caminho. Significa as 
riquezas ou bens de uma pessoa ou país. Ex: Ele viveu muitos anos em um 
país pobre, com pouquíssimos recursos. 
 
 Um recurso econômico pode ser uma mina de ouro, por exemplo. Mas 
neste caso, para usufruir desse recurso, é necessário um investimento, ou seja, 
contratar funcionários e comprar material para exploração da mina. 
7 
 
 
 
Fluxo Circular de Renda 
 
8 
 
 
Setores Econômicos 
 
Produção 
 
9 
 
 
 
 
10 
 
 
 
 
 
11 
 
1.6 Oferta, demanda e formação do preço 
 
 
 
 
 
 
 
12 
 
1.7. Mercado de bens e equilíbrio do mercado 
 
 
 
 
13 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
14 
 
 
1.8. Estruturas de mercado 
 
 
 
 
 
 
15 
 
 
 
 
16 
 
 
 
 
17 
 
 
 
 
1.9 Outros conceitos em economia 
 
A seguir, veremos alguns conceitos gerais para um melhor 
entendimento dos fenômenos econômicos. 
DÍVIDA PÚBLICA 
Qual é a diferença entre déficit público e dívida pública? 
 
A dívida pública representa o montante que o setor público deve aos seus 
credores. A expressão Setor público abrange todas as entidades de direito 
público e as de direito privado controladas pelo setor público, como é o caso 
das empresas públicas e sociedades de economia mista. Dívida é toda 
obrigação que constitui, de um lado, um devedor e, de outro, um credor. 
Defende-se a ideia de que, para se haver dívida, deve-se, necessariamente, 
existir déficit (LINHARES, 2012). Se se considerar a dívida líquida, o conceito 
está exato. Porém – se se referir à bruta –, está errado. Dívida bruta é o 
passivo; líquida, o resultado positivo entre passivo e ativo. Se for negativo, não 
há dívida. 
18 
 
O Déficit é o resultado negativo da equação Receita – Despesa. As contas 
governamentais, por determinação constitucional, não podem, no exercício 
financeiro – que coincide com o ano civil –, fechar deficitárias. Tem de 
haver equilíbrio entre despesas e receitas. Assim, para cobrir o tradicional 
“rombo”, recorrem os governos a operações de crédito, inclusive por 
antecipação de receitas, e a operações em mercado aberto, que é a venda 
de títulos públicos. 
 
Numa palavra – relacionando os conceitos de dívida pública e déficit público –, 
pode-se afirmar que, em regra, a dívida (assunção de obrigações financeiras) 
decorre da existência de déficit público, que é o resultado negativo da 
subtração efetivada entre o montante das receitas e o das despesas. 
 
Mercado Monetário 
Envolve operações de curto e curtíssimo prazos, proporcionando um rápido 
controle da liquidez da liquidez da economia e das taxas básicas de juros, 
conforme as metas estabelecidas pelas autoridades monetárias para a 
execução da política econômica. 
Mercado de Crédito 
É constituído basicamente por bancos comerciais e sociedades financeiras, 
que realizam operações de financiamento de curto e médio prazos, 
direcionados aos ativos permanentes e ao capital de giro das empresas. 
Mercado Cambial 
Contempla operações que envolvem a troca de moeda de um país pela de 
outro, com a finalidade de suportar as transações inerentes ao comércio 
internacional de bens e serviços e as operações de empréstimos e 
financiamentos de agentes econômicos de um país para os agentes 
econômicos de outros países. 
Mercado de Capitais 
19 
 
Contempla as operações com ações que em geral têm prazo indeterminado e 
operações financeiras de médio e longo prazos, especialmente as de 
financiamento do capital de giro e do investimento das empresas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
20 
 
UNIDADE 2 – PENSADORES ECONÔMICOS: AS PRINCIPAIS 
ESCOLAS E SEUS PRINCIPAIS REPRESENTANTES 
 
 A busca por respostas e hipóteses para os fenômenos econômicos nos 
leva a buscar também a origem do pensamento dos grandes economistas. A 
contribuição ao entendimento dos fenômenos proporcionada pelo estudo dos 
clássicos do pensamento econômico é claro a medida que aprofundamos 
nossas buscas e aqui faremos um retrospecto dos principais pensadores e 
suas contribuições. 
 
21 
 
2.1 Mercantilismo e Antoine de Montchrétien 
 
ESCOLA MERCANTILISTA: 
 
� O mercantilismo foi um conjunto de teorias e práticas econômicas 
adotadas e desenvolvidas pelos governos europeus durante a fase do 
capitalismo comercial, na Idade Moderna 
� Foi o instrumento de superação das crises e de engrandecimento 
nacional 
� “quanto mais metal precioso existir dentro do território nacional, mais 
rico será o país”. 
� defendem governo centralizado, nacionalismo e livre comércio interno 
 
 O mercantilismo assumiu formas diferentes nos diversos países 
europeus: mercantilismo metalista na Espanha, industrial na França, comercial 
na Inglaterra e seu objetivo direto foi o fortalecimento do Estado, e indireto, o 
enriquecimento da burguesia mercantil 
 
 
ANTOINE DE MONTCHRÉTIEN: 
� França (1575-1621) 
� Dramaturgo e economista 
� Colocando suas idéias em prática tornou-se industrial (fábrica de facas) 
 
Ideias: 
� Desenvolve a ciência da produção e da distribuição da riqueza em um 
país 
� A riqueza das nações se dá pela indústria 
� Defende o trabalho obrigatório, desde criança 
� Defende intervenção do estado para regulamentar as profissões, criar 
manufaturas e desenvolver política alfandegária para defender os 
interesses do país 
� Defende o câmbio livre, a concorrência e a divisão do trabalho 
 
22 
 
2.2 Fisiocracia e François Quesnay 
 
ESCOLA FISIOCRATA : 
 
� Foi a 1ª Escola de Economia, surgiu no século XVIII 
� Se opõe ao Mercantilismo 
� A única fonte de riqueza é a agricultura: “Toda riqueza provem da terra” 
� A agricultura proporciona grandes lucros e exige poucos investimentos 
� O trabalho agrícola é o único trabalho produtivo, a indústria apenas 
transforma e o comércio distribui 
� Devia haver um único imposto sobre proprietários de terra. Tentou-se 
sua implantação, mas fracassou. 
 
FRANÇOIS QUESNAY: 
 
� (1694-1774 ), francês, filho de agricultores, médico da corte do Rei 
francês Louis XV 
 
 
Obras: 
 
� “Tableau Économique” (1758) - mostrava esquematicamente as 
relações entre as diferentes classes econômicas e setores da 
sociedade, e o fluxo de pagamentos entre elas 
� “Maximes générales du gouvernement économique d´un royaume 
agricole ” (1760) 
 
Ideias: 
 
� É inútil querer alterar a ordem natural das coisas através de leis ou 
intervenções do governo 
� os indivíduos mais úteis à sociedade eram os grandes proprietários e os 
fazendeiros 
23 
 
� Defende o “laissez faire, laissez passer, le monde va de lui même”: não 
intervenção do governo na economia, o Estado só deveria se interessar 
com a manutenção da ordem, da propriedade e da liberdade individual 
� criou os conceitos de equilíbrio econômico, capital fixo e capital 
circulante 
� a sociedade divide-se em três classes: a produtiva (os agricultores), a 
dos proprietários de terras e a dos comerciantes. 
� A poupança era potencialmente prejudicial porque, não aplicadas, podia 
perturbar o equilíbrio do fluxo de pagamentos. 
 
2.3 Pensamento clássico de Adam Smith e David Ricardo 
 
ESCOLA CLÁSSICA : 
 
� Segunda metade do século XVII ao século XIX. 
� A idéia central da economia clássica é a de concorrência: os mercados 
tendem a encontrar um equilíbrio econômico a longo prazo 
Preocupações centrais: crescimento econômico a Longo Prazo e distribuição 
da renda entre as classes 
ADAM SMITH: 
 
� Escócia, (1723-1790), foi professor de ética e filosofia moral, filósofo 
iluminista de formação, é o pai da Economia Política 
� Foi comissário da alfândega e do imposto do sal para Escócia 
 
Obra: 
� “Teoria dos Sentimentos Morais” (1759) 
� “Uma Investigação sobre a Natureza e as Causas da Riqueza da 
Nações” (1776) é considerada a obra fundadora da Economia Política, é 
uma defesa irrestrita do individualismo e do liberalismo. Foi muito 
influente, uma vez que foi uma grande contribuição para o estudo da 
economia e para a tornar uma disciplina autônoma 
24 
 
Ideias: 
� não é a prata ou o ouro que determinam a prosperidade de uma nação, 
mas, o trabalho humano: a divisão social do trabalho aprimora as forças 
produtivas, potencializando o enriquecimento de uma nação => a 
educação 
� opunha-se à intervenção do Estado na economia. Somente deve intervir 
quando não há livre concorrência 
� se os homens agissem livremente em busca do seu próprio interesse 
existiria uma "mão invisível" que transformaria os seus esforços em 
benefícios coletivos, garantindo a alocação eficiente dos recursos. 
Assim, o Estado Estacionário pode ser postergado. 
� A riqueza das nações é determinada pela produtividade do trabalho útil 
e quantidade de trabalho utilizada, mesmo fora da agricultura. 
 
DAVID RICARDO: 
� Inglaterra, (1772-1823), filho de holandeses, homem de negócios de 
sucesso nas Bolsas de Valores 
� Em 1815, David Ricardo já era considerado o mais importante 
economista de toda a Grã-Bretanha, graças ao seu conhecimento 
prático sobre o funcionamento do sistema capitalista 
Obras: 
� O alto preço do ouro, uma prova da depreciação das notas bancárias 
(1810); 
� Ensaio sobre a influência de um baixo preço do cereal sobre os lucros 
do capital (1815); 
� Princípios da economia política e tributação (1817). 
 
25 
 
Ideias: 
� Teoria do Valor-Trabalho: o valor de um bem é determinado de acordo 
com o trabalho necessário a sua produção 
� Teoria da repartição: o valor da produção da economia se divide entre 
as três classes da sociedade: proprietários de terra (renda da terra), 
trabalhadores (salários) e os capitalistas (lucros). Preocupado com o 
custo crescente dos alimentos produzidos em terra cada vez mais 
distantes e menos férteis. 
� Teoria das Vantagens Comparativas: cada país tende a se especializar 
nos ramos em que tem maiores vantagens, isto é, em que seus custos; 
de produção são menores do que os de seus concorrentes. uma nação 
é rica em razão da abundância de mercadorias que contribuam para a 
comodidade e o bem estar de seus habitantes. 
� Focou a sua atenção na tendência para a baixa dos lucros que 
ameaçaria a economia inglesa, que poderia ser neutralizada com o 
desenvolvimento do comércio externo: Ricardo previa a ocorrência de 
um "estado estacionário", resultante do crescimento populacional e 
responsável pelo cultivo de terras cada vez menos férteis. Ao chegar a 
determinado limite, o lucro seria tão baixo que a acumulação de capital 
simplesmente cessaria, prejudicando o desenvolvimento econômico . 
 
2.4 Neoclássicos e Alfred Marshall 
 
ESCOLA NEOCLÁSSICA : 
 
� A escola neoclássica ou marginalista do pensamento econômico 
caracterizou-se pelos contributos que deu para o conhecimento da 
utilidade de um bem e da sua escassez. 
� Caracterizou-se igualmente pela abordagem microeconômica e pelo 
forte instrumentário matemático com que revestia a exposição e 
fundamentação das suas teorias visando o equilíbrio da economia. 
� O Estado não deveria interferir nos assuntos do mercado 
26 
 
� A quantidade de moeda afeta apenas o nível geral dos preços 
 
ALFRED MARSHALL: 
 
� Inglaterra (1842-1924), nascido em Londres, em uma família de classe 
média 
� matemático que se tornou economista, era filantrópico convicto; 
� neoclássico da escola de Cambridge, onde foi professor de Keynes. 
 
Obras: 
 
� "Princípios de Economia" (1890) reúne teorias da oferta e da 
demanda, da utilidade marginal e dos custos de produção 
� “Indústria e Comércio “ (1919); Moeda, Crédito e Comércio (1923) 
 
Ideias: 
 
� Precursor da Economia do Bem-Estar: a Economia Política estuda a 
atividade individual e social para atingir o bem-estar: atender às 
aspirações humanas e à satisfação das suas necessidades materiais 
� Utiliza a matemática aplicada como meio de investigação e análise de 
fenômenos econômicos, e o raciocínio lógico e as aplicações práticas 
como meio de exposição desses mesmos fenômenos 
� A favor da parcimônia: poupança permite Investimento; defende o 
capitalismo 
� Mostrar como o funcionamento dos mercados pode garantir a boa 
utilização dos recursos disponíveis. 
� Introduziu o elemento tempo nas análises microeconômicas 
 
2.5 Pensamento de Karl Marx 
 
ESCOLA MARXISTA : 
 
27 
 
� O Marxismo é o conjunto de ideias filosóficas, econômicas, políticas e 
sociais elaboradas primariamente por Marx e Engels; 
� A partir das concepções materialista e dialética da História, interpreta a 
vida social conforme a dinâmica da base produtiva das sociedades e das 
lutas de classes; 
� A luta comunista se resume à emancipação do proletariado, 
transformando a base produtiva no sentido da socialização dos meios de 
produção 
 
KARL MARX: 
 
� Alemanha (1818-1883), economista e filósofo. Começou a estudar 
Direito (Bohn) e transferiu-se para Filosofia (Berlim); Doutor em filosofia, 
não conseguiu ser professor e dedicou-se ao jornalismo. 
 
 
Obra: 
 
� "O Capital” (1867) + (1885-1894-1905), publicações de Engels. 
 
Ideias: 
 
� Teoria é baseada no Valor-trabalho de Ricardo, em que o valor é medido 
em trabalho socialmente necessário. As rendas não provenientes de 
trabalho são condenáveis e fruto da exploração. Outro valor, o de troca é 
o de mercado, que é o que prevalece. 
� A troca tem caráter social, porque desafoga estoques e dinamiza a 
produção, que, por sua vez é determinada pelo Capital, Trabalho, 
recursos naturais e inovações. 
� As relações de produção e as interações entre técnicas e organização 
sócio-econômica. 
� A relação capitalista-trabalhador é uma relação social, onde as 
contradições internas geram as mudanças. 
28 
 
 
2.6 Fiscalismo de John Maynard Keynes e Michael Kalecki 
 
ESCOLA KEYNESIANA : 
 
� A escola keynesiana fundamenta-se no princípio de que o ciclo 
econômico não é auto-regulador como pensavam os neoclássicos. 
� Entendendo que a economia é movida pela demanda, o keynesianismo 
defende a intervenção do Estado, investindo, gastando e aquecendo a 
economia. 
 
JOHN MAYNARD KEYNES: 
 
� Inglaterra (1883-1946), com muita influência nas políticas públicas, 
maior economista do século XX e precursor da Macroeconomia 
� também foi funcionário público, patrono das artes, diretor do Banco da 
Inglaterra, conselheiro de várias instituições de caridade, escritor, 
investidor privado, colecionador de arte e fazendeiro 
� representou a Inglaterra no Bretton Woods e participou da criação do 
FMI do qual foi presidente em 1946 
 
Obras: 
 
� As conseqüências econômicas da paz (1919) , Tratado sobre a moeda 
(1930) 
� "A Teoria Geral do Emprego, do Juro e da Moeda" (1936) 
 
Ideias: 
 
� Principal preocupação: explicar o desemprego da Grande Depressão: A 
partir da observação da realidade da Grande Depressão, verificou que a 
teoria neoclássica não a explicava. 
29 
 
� Princípio da Demanda Efetiva: se não houvesse demanda não haveria 
produção e conseqüentemente a capacidade de produção se tornaria 
ociosa 
� Resposta à crise em que mergulhou a Economia Política de então, 
dominada pelas correntes marginalistas, incapaz de explicar a grande 
depressão que assolou o mundo ocidental nos anostrinta 
� O Estado pode ter um papel muito importante no evitar das crises 
econômicas se aumentar as despesas públicas: pela ineficiência do 
sistema capitalista em empregar todos que querem trabalhar que 
Keynes defende a intervenção do Estado na economia. 
 
MICHAEL KALECKI: 
 
� (1899-1970) Nascido na Polônia, filho de família judia de classe média. 
Viveu a Primeira Guerra Mundial, a revolução russa e o surgimento do 
estado polonês independente. 
� Sua formação na Escola Politécnica foi várias vezes interrompida, mas 
teve contato com a economia marxista. 
� Fez parte do Instituto de Pesquisa de Conjuntura Econômica e preços, 
onde escreveu vários trabalhos. Passou pela Suécia, London School, 
Cambridge e Oxford. Em Nova York trabalhou para as Nações Unidas 
 
Obras: 
 
� Esboço de uma Teoria do Ciclo Econômico (1933) 
� Teoria da Dinâmica Econômica(1954). 
� Crescimento e ciclo nas economias capitalistas (coletânea de artigos) - 
1980 
 
Ideias: 
 
� Trata, em vários livros e artigos de 3 assuntos: economias capitalistas 
desenvolvidas, economias socialistas e economias subdesenvolvidas. 
30 
 
� Preocupação central são os ciclos, explicados, usa o esquema de 
reprodução de Marx para mostrar que as oscilações da demanda efetiva 
são determinadas pelo investimento privado. 
� À diferença de Keynes, que se preocupou com o Curto Prazo, Kalecki se 
preocupa com o longo prazo, e leva em conta as classes sociais, 
distinguindo o consumo dos capitalistas e dos assalariados. 
� Nível de atividade é determinado pelos investimentos, que dependem 
dos recursos das empresas, o nível de lucro e a variação do estoque de 
capital. O investimento pode ser financiado pelo crédito, indispensável 
para o crescimento econômico. 
� Mostra os efeitos positivos dos gastos governamentais nos lucros dos 
capitalistas e no crescimento; 
� Chega a conclusões próximas às de Keynes sobre o Princípio da 
demanda Efetiva, proposto por ele em 1933 
 
2.7 Joseph Schumpeter e a inovação 
ESCOLA SCHUMPETRIANA: 
JOSEPH SCHUMPETER: 
 
� (1883-1950) Nascido na Áustria, Graduado na Universidade de Viena 
Foi ministro de Finanças da Áustria, foi Presidente da American Economic 
Association e fundou a Sociedade de Econometria em 1933. 
Obras: 
 
� Teoria do Desenvolvimento Econômico (1912), Ciclos Econômicos 
(1939), 
Capitalismo, Socialismo e Democracia(1942 
Ideias: 
 
� Estudo dos ciclos: as crises provem de combinação de diferentes 
tamanhos de ciclo a recuperação ocorre por inovação e empresário 
inovador 
31 
 
� Inovação pode ser: Novo bem, novo método de produção, novo mercado 
(exterior), nova fonte de matéria-prima, nova organização econômica 
(monopólio) 
� Volta à visão clássica do lado da oferta: a economia cresce enquanto 
novos produtos e processos sejam adotados pelos empresários 
inovadores com crédito; empresário descobre como reduzir custo e 
expandir a demanda: o empresário cria seu mercado, isso gera efeito 
multiplicador sobre renda e emprego, ativando a demanda => Inovação 
+ Empresário + crédito => produção 
� EMPRESÁRIO INOVADOR - Empresário inovador adota novas 
combinações produtivas, tem iniciativa, previsão e precisa de crédito. É 
quem adota as novas combinações (não necessariamente capitalista, 
nem o inventor). É LÍDER, assume riscos, tem conduta equilibrada para 
superar adversidades, tem capacidade de previsão e iniciativa. Como 
não necessariamente tem o capital precisa do crédito para poder adquirir 
os meios de produção. Sua função é adotar as novas combinações, não 
descobri-las. É líder junto ao banqueiro, junto aos empresários que o 
imitam, é autossuficiente. Seu fim é o lucro, quer sucesso, mas é 
sempre racional e egoísta. 
� O MEIO em que vive o condiciona: a) existir inovações e b) existir 
crédito: A Moeda tem papel ativo para estimular o crescimento 
 
2.8 Monetarismo e Milton Friedman 
 
ESCOLA MONETARISTA : 
 
� A escola monetarista defende que é possível manter a estabilidade de 
uma economia utilizando unicamente políticas monetárias 
� Recuperam idéias do liberalismo clássico: livre mercado e não 
intervenção do governo na economia 
� Idéias neoliberais defendidas pelos economistas da Escola de Chicago. 
 
MILTON FRIEDMAN: 
 
32 
 
� Estados Unidos (1912-2006), filho de família judia pobre que migrou da 
Ucrânia 
� Foi professor da Universidade de Chicago, Friedman foi colunista da 
revista semanal Newsweek e membro do Departamento Nacional de 
Pesquisas Econômicas 
� Foi conselheiro dos presidentes dos Estados Unidos (Nixon, Ford e 
Reagan). Recusou sempre qualquer cargo político 
� Ganhou Nobel de Economia em 1976, foi o economista mais influente da 
2ª metade do Século 20. 
 
Obras: 
� Uma Teoria da Função do Consumo , A Melhor Quantidade de Dinheiro 
e Outros Ensaios, Uma História Monetária dos Estados Unidos, 
Estatísticas Monetárias dos Estados Unidos, Tendências Monetárias nos 
Estados Unidos e no Reino Unido 
� Capitalismo e Liberdade (1962) e Livre para Escolher (1980) 
 
Ideias: 
 
� A solução para os problemas de uma sociedade é dada por um sistema 
de liberdade: a liberdade econômica é uma condição essencial para a 
liberdade das sociedades e dos indivíduos 
� Defensor da liberdade econômica individual e da democracia: Defendeu 
um governo limitado, que garante estabilidade econômica, liberdades 
econômicas, estado de direito e direito de propriedade. 
� A inflação pode ser controlada quase que exclusivamente pela oferta de 
moeda. 
 
 
 
33 
 
UNIDADE 3 – ECONOMIA BRASILEIRA E POLÍTICA 
ECONÔMICA 
 
 
 
3.1 Breve histórico 
O conhecimento – mesmo que superficial - da história da Economia 
Brasileira e Internacional podem auxiliar no entendimento dos fenômenos e 
políticas adotadas pelo Estado que afeta direta ou indiretamente a população 
em geral. Na Economia Brasileira veremos um breve histórico a partir dos anos 
de 1980, quando a economia brasileira passou por uma grande turbulência. 
3.1.1 Anos 1980 – A década perdida 
A partir de 1979, no então governo do General Figueiredo, alguns fatos 
marcaram uma década de grandes embates políticos e ideológicos por parte 
dos governantes, gerando assim, uma correlação de forças que, por um lado 
defendia um forte ajuste fiscal e redução dos gastos públicos (Política 
Ortodoxa). Por outro lado, existia a defesa de uma política de crescimento 
econômico a qualquer custo, com o objetivo de um crescimento mais rápido da 
economia brasileira (Política Heterodoxa), o que acabou se consolidando. 
Tendo uma situação externa desfavorável, aliada à falta de sintonia entre a 
equipe econômica, o Brasil passou pelo período chamado de “A Década 
Perdida”, com aumento no déficit público, aumento da dívida externa e interna, 
entre outros prejuízos. A consequência política mais evidente deste período foi 
34 
 
em 1985. Após grande pressão sobre o Governo Militar, ocorreu a mudança na 
forma de escolher os governantes, que passou a ser indireta, pelo Congresso 
Nacional. 
Com vários Planos Econômicos: Plano Cruzado (1986), Plano Bresser 
(1987), Plano Verão (1989), além de muitas tentativas para conter o fenômeno 
da inflação - que alcançou patamares 
insustentáveis (à beira da hiperinflação em 
1989) - o Governo adotou então, uma 
postura mais ortodoxa em relação à Política 
Econômica, também por imposição do FMI – 
Fundo Monetário Internacional, o qual impôs 
regras rígidas ao país como: Redução de 
Despesas do Estado, Equilíbrio do 
Orçamento Público, Reduzir e controlar a 
Moeda em Circulação, entre outros. 
 
 Fonte: http://migre.me/7Hvth 
Enfim, a Década Perdida poderia ter sido um pouco mais marcante 
positivamente para a história, não fossem as políticasadotadas, talvez por 
vaidade ou negligência política. 
 
3.1.2 Anos 90 – Abertura da Economia Brasileira 
Como vimos anteriormente, os anos 80 foram marcados por grande 
turbulência na economia brasileira. Após uma década de estagnação e, por 
que não dizer, de recuo econômico, os anos de 1990 começam com uma 
grande reviravolta política na história brasileira. Após quase trinta anos sem 
eleições diretas para Presidente, os brasileiros elegeram Fernando Collor de 
Mello. Com um discurso moderno e promessas de renovação e, com o intuito 
de quebrar a ciranda da inflação, reduzir gastos do Governo, tomou medidas 
extremas como: 
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35 
 
• Mudança da moeda; 
• Confisco dos depósitos bancários por um prazo de dezoito meses 
visando reduzir a quantidade de moeda em circulação; 
• Alteração no cálculo da correção monetária e também na 
sistemática das aplicações financeiras; 
• Redução da máquina administrativa com a extinção ou fusão de 
ministérios e órgãos públicos; 
• Demissão de funcionários públicos; 
• Congelamento de preços e salários (embora tenha sido em seu 
governo que os aposentados rurais tenham conquistado o direito a 
um salário mínimo como benefício básico ao invés do meio salário até 
então vigente). 
 Mesmo com suas atitudes polêmicas - inclusive com o início das 
privatizações das estatais - o Governo Collor foi um marco na quebra das 
barreiras tarifárias. Através de redução nas alíquotas de importação, a 
economia brasileira foi amplamente aberta ao mercado mundial, provocando 
assim a entrada de produtos importados a preços menores na economia 
nacional. Houve então um choque de realidade, onde algumas empresas 
tiveram prejuízos devido ao comodismo do paternalismo adotado até então 
pelo Governo brasileiro, se vendo forçadas a se modernizarem para não 
perderem mais mercado. 
Apesar da estabilização dos preços e modernização do parque 
produtivo, mais uma vez, a tentativa de conter a crise era fracassada. Os 
Planos Collor I e Collor II geraram uma forte recessão, desemprego e também 
grande insatisfação por parte da população. Diante desse cenário, a Ministra 
da Economia Zélia Cardoso de Mello, pede demissão. Somando-se ao 
desgaste, ainda surgiram contra membros do Governo diversas denúncias de 
corrupção, levando a instauração de CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) 
e, inevitavelmente, ao Impeachment do Presidente Collor em 1992. 
No Governo seguinte, de Itamar Franco, o Brasil alcançou certo tempo 
de estabilidade econômica por meio do Plano Real (1994), quando o real se 
igualou ao dólar (banda cambial), política essa que não sobreviveu, por 
36 
 
aumentar a pobreza e também não resistiu à crise Russa de 1998. Então, a 
moeda voltou a ser flutuante em 1999. Alguns fatos relevantes da economia 
brasileira nos anos 90 foram: 
• Plano Collor; 
• Criação da Organização Mundial do Comércio; 
• Ratificação do MERCOSUL, unindo o Brasil, Argentina, Paraguai 
e Uruguai; 
• Crise financeira atinge a Ásia em 1997 e 1998. 
Os anos 90 foram marcados também pelo início das privatizações das 
empresas, iniciando a reestruturação societária e produtiva em vários setores 
no Brasil. O movimento de fusões e aquisições, como também a entrada de 
empresas estrangeiras na economia, foram fatores bem evidentes deste 
período. É bom salientar que, as mudanças estruturais ocorridas na década de 
90 geraram a eliminação de empregos, os quais não foram acompanhados 
pela criação de novos postos de trabalho. Explicação a esse fenômeno se dá 
pela constatação do aumento de empregos informais e as terceirizações, que 
chegaram com muita força nesse período. 
No âmbito empresarial, algumas grandes empresas familiares 
abalaram-se pela entrada forte do capital internacional no Brasil, não tendo 
outra saída senão a fusão. Já as empresas nacionais mais capitalizadas, 
optaram por diversificar suas atuações e conseguiram seguir sólidas na 
economia brasileira. Uma lição ficou para todas as empresas nesse período: 
juntas são mais estrategicamente fortes para enfrentar o novo cenário 
globalizado e inevitável a encarar. 
 
3.1.3 A Economia nos anos 2000 
O Brasil dos anos 90 foi marcado pelas privatizações, fusões, 
incorporações empresariais. No final dos anos 90 e 
início dos anos 2000 ocorreu uma mudança, 
desacelerando esse processo o Brasil cresceu 3% 
no primeiro trimestre de 2000 e passava por uma 
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37 
 
fase muito positiva e acelerada, com a indústria aquecida, o saldo da balança 
comercial era positivo e os preços se mantinham estáveis. 
Só um detalhe preocupava naquele momento, as altas taxas de juros 
de mercado – que, pela falta de poupança interna era dependente de capital 
estrangeiro em investimentos - e isso fez com que as taxas fossem 
impulsionadas para cima, justamente para atrair este capital. 
Fonte: http://migre.me/7Hx6M 
O motivo dessa alta foi uma crise na Bolsa de Valores internacional, 
fazendo com que um grande volume de dólares deixasse a economia brasileira 
para cobrir prejuízos em investimentos de risco lá fora. 
Em 2002, após as eleições do presidente Lula, o mercado criou uma 
imensa expectativa de quebra das políticas econômicas adotadas até então por 
FHC (Fernando Henrique Cardoso), o que acabou não se confirmando, já que 
o início de seu Governo, Lula permaneceu com a mesma conduta. Os anos 
que se seguiram foram de desaceleração da inflação. Nesse período a 
economia brasileira era estável e controlada. 
Fatores que contribuíram com a queda do desemprego: 
• Constantes recordes da balança comercial. 
• O setor privado com altos investimentos devido a ascensão do 
poder aquisitivo nos últimos anos. 
• Aumento na desvalorização do Dólar perante o Real. 
• Inflação controlada, aumentou a oferta de emprego. 
• Aumento significativo dos funcionários públicos, contribuindo para 
os índices de aumento da renda da população, reduzindo o 
desemprego de uma maneira geral. 
 
 
 
 
38 
 
PRA SABER MAIS ANOS 2000!!!!! 
Dinheiro de plástico 
• Em países como os EUA, 90% do dinheiro que circula pela economia é 
eletrônico, via cartões de crédito e débito. Por aqui, o uso deles 
quadruplicou na década. Olha só: 
275 milhões em 2002 
1,09 bilhão em 2008 
 
Novas formas de ganhar dinheiro 
Perfil conservador: 
 
1. Vender anúncios na sua página do Twitter. 
 
2. Leiloar traquitanas na internet. 
 
3. Comprar e vender ações pelo homebrocker. 
 
Perfil agressivo: 
 
1. Vender anúncios em partes do seu corpo. 
 
2. Leiloar a virgindade na internet. 
 
3. Comprar e vender terrenos no Second Life. 
 
 
Crédito a perder de vista 
 89x. É o número de parcelas em que dava para dividir a compra de um 
carro no auge do crédito fácil, em 2008. Em 1999, 36 vezes era praticamente o 
teto. 
 
SUSTENTABILIDADE 
39 
 
 
As palavras da década 
 Eleitas pelo The Global Language Monitor, com base em citações dos 
termos em inglês na mídia. 
 
1. Aquecimento global 
 
2. 11 de Setembro 
 
3. Obama 
 
4. Auxílio financeiro 
 
5. Refugiados (referência às vítimas do Katrina) 
 
 
Novos crimes 
 
1. Andar sozinho no carro 
 Quanto mais gente em um carro, menos trânsito e poluição. Por isso, 
muitas cidades reservaram espaço exclusivo em suas avenidas para carros 
com mais de um ocupante. No estado americano da Virgínia, por exemplo, 
desrespeitar essa restrição dá multa de até US$ 1 000. 
 
 
2. Água engarrafada 
 Nada de água em garrafinha em Bundanoon, na Austrália. A cidade 
acredita que não se deve vender algo que está disponível na natureza. Os 
alunos da Universidade de Leeds, Inglaterra, concordam - e por isso avenda 
de garrafas no campus foi vetada. 
 
 
3. Sacolas plásticas 
 Em alguns lugares, como a Cidade do México, só são permitidas 
40 
 
sacolas biodegradáveis. Outros preferiram taxar as sacolas, para desestimular 
seu uso - foi o que os irlandeses fizeram. 
 
 
4. Fumar 
 Dar um trago foi proibido em lugares fechados em Minas Gerais, Rio 
de Janeiro e São Paulo. Lá fora a regra também vale para os fumantes de 29 
países europeus, da nossa vizinha Argentina e, mais recentemente, de 
Angola. 
 
 
TECNOLOGIA 
 
Inovações que mudaram a sua vida 
 A década que passou foi, sem dúvida nenhuma, a década da 
tecnologia digital. Seus desdobramentos deram origem a um mar de novos 
produtos, serviços e maneiras de se comunicar e consumir informação. 
 
 
Coisas que ficaram pra trás 
 
• Fax 
 
• Videocassete 
 
• Fita cassete 
 
• Monitor de tubo 
 
• Modem 
 
• CD-Rom 
 
• Cartucho de videogame 
41 
 
 
A vida começa aos 30 
 Em 2000, a internet era uma balzaquiana - tinha 31 anos. Mas estava 
prestes a nascer de novo. 
 
Sonhos de consumo 
Os celulares mais desejados da década. 
 
2000 - Nokia 9210 
 
2001 - Motorola Accompli 009 
 
2002 - Treo 300 
 
2003 - BlackBerry 7730 
 
2004 - RAZR V3 
 
2005 - Nokia N Series 
 
2006 - LG Chocolate 
 
2007 - iPhone 
 
2008 - G1 / Android 
 
2009 – Iphone 3GS 
2010 – Iphone 4 
2011 – Iphone 4s 
2012 – Iphone 5 
2013 – Galaxy S 4 Samsung 
42 
 
3.2 Políticas Econômicas 
 
A visão econômica que predominava mundialmente no passado era a 
Clássica Liberal, onde a economia deveria se equilibrar de forma autônoma, 
com o mínimo de interferência ou ingerência dos governos. Influenciados pelos 
pensamentos de John Maynard Keynes, economista britânico e, com o 
inevitável processo de globalização da economia mundial, as nações passam a 
aceitar que os órgãos estatais poderiam influenciar os níveis de produtividade 
macroeconômicos de diversas formas, buscando prevenir ou amenizar os 
efeitos de todo este processo. 
A partir de então, com o objetivo de reequilibrar e também fomentar o 
desenvolvimento, a economia de um país, os agentes econômicos (Governo, 
Banco Central, FMI, Banco Mundial), recorrem às Políticas Econômicas, que 
são manobras de ajustes que servem para tirar um país ou um conjunto de 
países de uma situação crítica, como hiperinflação, depressão, entre outros, 
bem como fomentar o desenvolvimento. 
 Essas medidas podem ter as seguintes características: 
• Estrutural: visando reestruturar a macroeconomia; 
• Conjuntural: nos casos de depressão, hiperinflação ou escassez 
de produtos; 
• Expansionista: quando visa à manutenção ou à aceleração de 
crescimento econômico. 
A seguir, veremos de forma breve os conceitos destas políticas. 
 
43 
 
3.2.1 Política Fiscal 
Entende-se por Política Fiscal, uma ação do governo com relação aos 
seus gastos e suas arrecadações ou receitas 
(impostos e taxas). 
A arrecadação de impostos afeta o nível 
da demanda, pois afeta a renda disponível que os 
indivíduos poderão destinar para o consumo e 
poupança. Dado um nível de renda, quanto 
maiores os impostos, menor será a renda disponível e, portanto o consumo. Se 
a economia apresenta tendência para a queda no nível de atividade, o governo 
pode estimulá-la, cortando impostos e/ou elevando gastos. Para provocar o 
inverso, caso queira diminuir o nível de atividade da economia, aumentará os 
tributos e, por consequência, reduzirá o consumo. 
 
3.2.2 Política Monetária 
 
A Política Monetária pode ser definida como o conjunto de medidas 
adotadas pelo governo com o objetivo de controlar a oferta de moeda, as taxas 
de juros, uma taxa de câmbio realista, estabilização dos preços e, uma 
adequada taxa de crescimento econômico. 
 
Mas, por que isso ocorre? 
Quando um país passa por uma recessão econômica, com pouca 
utilização de seus recursos produtivos, uma política monetária expansionista 
pode elevar o nível de investimento na economia por meio da redução de juros. 
Mais investimento significa maior produção e mais empregos. Maior produção e 
mais empregos significam mais renda e consumo. 
44 
 
 Ou, de maneira oposta, pode ser que a economia de um país já esteja 
próxima do nível de equilíbrio, uma política monetária frouxa pode acarretar no 
médio e longo prazo um excesso de demanda agregada, acarretando inflação. 
Daí a importância de se conduzir a política monetária de forma eficaz e 
responsável, pois caso contrário ela acaba fugindo de seu objetivo principal: 
garantir estabilidade de preços. 
 
E como isso ocorre? 
Para controlar a oferta de moeda e regular as taxas de juros, as 
autoridades monetárias executam a Política Monetária. Não tendo condições 
de interferir diretamente no cotidiano dos agentes econômicos, por exemplo, 
para aumentar ou reduzir o nível de consumo. 
Dessa forma, por meio da ação sobre as reservas bancárias e das 
taxas de juros, indiretamente induzem o público a alterar o perfil de seus 
gastos. 
Para que isso ocorra, elas se utilizam de alguns instrumentos, 
conforme a seguir: 
• Controle direto da quantidade de dinheiro em circulação: 
regulando literalmente a quantidade de moeda emitida; 
• Operações no mercado aberto: compra e venda de títulos públicos 
pelo Banco Central. Quando há excesso de 
oferta de moeda, realizam-se operações de 
venda de títulos públicos, reduzindo a 
quantidade de dinheiro em poder do público. 
Caso contrário, quando a oferta de moeda é 
insuficiente, o Banco Central compra os 
títulos e devolve esse dinheiro ao mercado. 
• Controles seletivos de crédito: as autoridades monetárias 
controlam, de forma direta, o volume e a distribuição das linhas de 
crédito, determinam certo teto às taxas de juros e orientam a finalidade 
na concessão dos mesmos, determinando prazos, limites e condições. 
45 
 
3.2.3 Política Externa 
 
A política externa é o conjunto de objetivos 
políticos que um determinado Estado almeja alcançar 
nas suas relações com os demais países do mundo 
e, deve ser visto como uma ferramenta estratégica de 
desenvolvimento e proteção dos interesses do país, 
em especial a segurança nacional, prosperidade 
econômica e valores. 
A concretização destes objetivos pode ser obtida por meios pacíficos 
(cooperação internacional) ou violentos (agressão, guerra, exploração). 
Como regra, a política externa é definida pelo Chefe de Governo, com 
o auxílio do ministro do exterior. 
Também a política econômica de um país pode ser considerada como 
parte da sua política externa, na medida em que, para manter o equilíbrio do 
Balanço de Pagamentos, pode incluir medidas de proteção a determinados 
setores da economia em relação à concorrência externa, ou incluir medidas de 
estímulo a relações comerciais com o exterior, já que este é o maior objetivo: 
ampliar a relação com o mundo globalizado, de forma a atrair investimentos e 
conseguir comercializar produtos nacionais em outros mercados. 
 
3.2.4 Política cambial 
A política cambial é constituída pela administração das taxas (ou taxas 
múltiplas) de câmbio, pelo controle das operações cambiais, tendo como 
objetivo central o mercado externo, no sentido de manter equalizado o poder 
de compra do país em relação aos outros com os quais este mantenha 
relações de troca. 
Da mesma forma que todo bem tem um valor, as moedas nacionais 
também têm seu valor, seu preço - que é a taxa de câmbio - que expressa o 
preço da moeda externa em relação à moeda nacional. Se a taxa de câmbio 
46 
 
hoje é 2.34R$/US$, significa que o preço do dólar americano, em termos do 
real brasileiro, é de R$ 2,34 para cada dólar. 
Como todo preço, a taxa de câmbio é basicamente determinada pela 
“lei da oferta e da procura”. Se a procura é maior que a oferta, o preço do dólar, 
em reais, sobe. Se a oferta é maior que a 
procura, consequentemente, o preço cai. São 
vários os fatores que podem influenciar a 
oferta/demanda por dólares, daí a dificuldade 
em prever o comportamento da taxa de câmbio. 
O Banco Central é quem define a política ou 
regime cambial. 
 
Existem duas políticas cambiais extremas: 
• Política de câmbio fixo: É uma taxa com que os países se 
comprometem a manter o mesmo poder de paridade, comprometendo-
se o Banco Central a satisfazer qualquer oferta ou demanda por dólares 
que o mercado possa necessitar. Isto é, o Banco Central entra no 
mercado de câmbio e diz que, para ele, o dólar vale dois reais e trinta e 
quatro centavos (2.34 R$/US$), e garante a compra ou venda de 
qualquer quantidade de dólares que o mercado ofertar a esse preço. 
Neste caso, o dólar fica parado em 2.34 R$/US$, porque o Banco 
Central anula, comprando ou vendendo dólares, qualquer seja a 
pressão de aumento ou queda de seu preço. A principal vantagem da 
taxa de câmbio fixo está na integração dos mercados internacionais em 
uma rede de mercados conexos, que não têm incerteza e nem são 
especulativos. 
• Política de câmbio flutuante: É definido pela ausência do Banco 
Central no mercado de câmbio. As taxas flutuam livremente, 
respondendo aos efeitos da oferta e da procura, o que possibilita o 
equilíbrio contínuo do balanço de pagamento. 
Quando um país, através do seu Banco Central, faz opção por um 
regime de câmbio fixo ou flutuante, é de suma importância que se tenha 
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47 
 
uma noção abalizada do valor correto do câmbio para a economia 
naquele momento. O conhecimento desse valor (o câmbio de equilíbrio) 
é o referencial que pode definir o sucesso de um regime de câmbio fixo, 
ou mesmo o bom funcionamento de um regime de câmbio flutuante. 
 
 O que é o risco cambial? 
Pode-se entender por risco cambial a possibilidade das taxas de 
câmbio entre moedas dos países exportadores e importadores se moverem 
adversamente entre a data da cotação e a data da liquidação de um negócio. 
Ou a possibilidade de uma perda ou de um ganho resultante de uma variação 
nas taxas de câmbio entre moedas. A seguir veremos alguns tipos de Riscos 
Cambiais: 
• Risco da Exposição: dada uma visão particular ou previsão, 
procura-se determinar em que medida o fluxo de caixa será afetado; 
• Risco de Previsão: avalia a probabilidade de oscilação da taxa no 
período do negócio para que se possa ter uma noção da cobertura do 
mesmo; 
• Risco de Mercado e de Transação: considera os riscos ligados a 
cada mercado em particular e a probabilidade de uma transação não 
decorrer como o esperado; 
• Risco do Sistema: considera as lacunas ou fraquezas do sistema 
de gestão da exposição aos riscos na empresa. 
 
A quem afeta o risco cambial? 
As empresas que trabalham com divisas estrangeiras, deverão 
preocupar-se com a gestão eficiente do risco cambial. Essas empresas 
esperam do Governo - por meio da Política Cambial – esclarecimentos dos 
riscos que correm nesse mercado. A partir do momento em que a empresa 
está ciente, ela assume os riscos e sabe que estará vulnerável a fatores 
externos, os quais fogem ao controle da gestão interna da mesma. Também 
cabe à empresa um minucioso planejamento para alcançar a minimização dos 
custos, bem como a maximização dos ganhos, determinando qual margem do 
fluxo de caixa estará vinculado à taxa cambial. 
48 
 
 
Risco cambial e as empresas 
Algumas medidas podem afetar diretamente as empresas que operam 
com o risco cambial, são elas: 
• Decréscimo nas taxas de câmbio 
O decréscimo nas taxas de câmbio torna a moeda nacional mais barata 
face às restantes. A desvalorização da moeda tem um efeito benéfico sobre as 
exportações, que se tornam mais competitivas. Consequentemente, tem um 
efeito nefasto sobre as importações. Funciona como instrumento corretor de 
desequilíbrios da balança de pagamentos. Se um Estado não produz um 
determinado bem essencial, a sua importação não diminui face às alterações 
das taxas de câmbio. 
É preciso ter em conta que, em longo prazo, em Estados com elevada 
dependência das importações, a descida das taxas de câmbio é geradora de 
inflação. 
 
• Subida das taxas de câmbio 
A subida das taxas de câmbio tem o efeito contrário. As exportações 
perdem competitividade no mercado concorrencial, tornando as importações 
mais baratas. Consequentemente, as empresas nacionais reduzem o seu 
volume de vendas, o que gera menos receitas fiscais e desemprego. 
 
Minimizando os efeitos do risco cambial nas empresas 
Os caminhos para se evitar ou minimizar os riscos cambiais nos 
negócios empresariais passa por uma Gestão de responsabilidade, eficiência e 
eficácia. 
Mesmo o melhor administrador, não conseguirá conhecer tudo o que 
se passa na empresa em detalhes, mas o seu trabalho é assegurar que os 
sistemas de controles adequados dos riscos sejam implementados. 
49 
 
A seguir, veremos algumas formas de minimizar o risco cambial: 
• Evitá-lo: a melhor forma de evitar o risco cambial é obter 
financiamento na moeda local; 
• Estabelecer políticas sobre a exposição e a gestão cambial: 
determinar políticas e medidas específicas antes de aceitar a 
exposição cambial; 
• Explorar instrumentos de cobertura cambial: é crescente o 
número de instituições que trabalham com este produto, disponíveis 
em algumas divisas, porém, com alto custo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
50 
 
UNIDADE 4 – GLOBALIZAÇÃO 
 
Quando pensamos em Globalização, impossível não constatar: NÃO 
EXISTE MAIS A POSSIBILIDADE DE VIVER ISOLADO. O mundo converge e 
nos cabe a tarefa de lidar com isso de forma inteligente e proveitosa. Os 
recursos mundiais se misturam na velocidade do nosso pensamento. Não há 
tempo a perder. 
 
4.1 O que é Globalização? 
Podemos dizer que é um processo econômico e social que estabelece 
uma integração entre os países e as pessoas do mundo todo. Através deste 
processo, as pessoas, os governos e as empresas trocam idéias, realizam 
transações financeiras e comerciais e espalham aspectos culturais pelos quatro 
cantos do planeta. 
O conceito de Aldeia Global se encaixa neste contexto, pois está 
relacionado com a criação de uma rede de conexões, que deixam as distâncias 
cada vez mais curtas, facilitando as relações culturais e econômicas de forma 
rápida e eficiente. 
4.1.1 Origens da Globalização e suas Características 
Muitos historiadores afirmam que este processo teve início nos séculos 
XV e XVI com as Grandes Navegações e Descobertas Marítimas. Neste 
contexto histórico, o homem europeu entrou em contato com povos de outros 
51 
 
continentes, estabelecendo relações comerciais e culturais. Porém, a 
globalização efetivou-se no final do século XX, logo após a queda 
do socialismo no leste europeu e na União Soviética. O neoliberalismo, que 
ganhou força na década de 1970, impulsionou o processo de globalização 
econômica. 
Com os mercados internos saturados, muitas empresas buscaram 
conquistar novos mercados consumidores, principalmente dos países recém 
saídos do socialismo. A concorrência fez com que as empresas utilizassem 
cada vez mais recursos tecnológicos para baratear os preços e também para 
estabelecerem contatos comerciais e financeiros de forma rápida e eficiente. 
Neste contexto, entra a utilização da Internet, das redes de computadores, dos 
meios de comunicação via satélite entre outros. 
Uma outracaracterística importante da globalização é a busca pelo 
barateamento do processo produtivo pelas indústrias. Muitas delas produzem 
suas mercadorias em vários países com o objetivo de reduzir os custos. Optam 
por países onde a mão-de-obra, a matéria-prima e a energia são mais baratas. 
Um tênis, por exemplo, pode ser projetado nos Estados Unidos, produzido 
na China, com matéria-prima do Brasil, e comercializado em diversos países do 
mundo. 
Os tigres asiáticos (Hong Kong, Taiwan, Cingapura e Coreia do Sul) são 
países que souberam usufruir dos benefícios da globalização. Investiram muito 
em tecnologia e educação nas décadas de 1980 e 1990. Como resultado, 
conseguiram baratear custos de produção e agregar tecnologias aos produtos. 
Atualmente, são grandes exportadores e apresentam ótimos índices de 
desenvolvimento econômico e social. 
4.2 Blocos/Agrupamentos Econômicos 
Esse novo cenário formado com a chegada de novos agentes econômicos é 
imprescindível para compreendermos o significado da chamada globalização 
econômica. Esta tem como caracterítiscas: 
52 
 
A ruptura de fronteiras - A dinâmica do capital, que circula livremente pelo globo, 
sem respeitar a delimitação de fronteiras territoriais. 
Perda da soberania local - Países, estados e cidades tem que se submeter à 
lógica do capital para conseguir gerar lucro em seus orçamentos. 
Expansão da dinâmica do capital - Ruptura de fronteiras, ou seja, o capital se 
dirige agora também à periferia do capitalismo, uma vez que as empresas 
transnacionais1 compreenderam que a exploração (no sentido de explorar a força 
de trabalho diretamente) dos países subdesenvolvidos promoveria grandes lucros 
para estes. 
Com o crescimento expressivo da atuação do capital em nível mundial, 
chegou-se a questionar o papel do Estado, isto é, o Estado seria de fato um agente 
importante neste processo ou atuaria como um impeditivo para a livre circulação do 
capital, uma vez que poderia criar regras ou leis que inviabilizariam a livre 
circulação do capital? Segundo este raciocínio, as transnacionais estariam 
comandando a dinâmica econômica mundial em detrimento dos Estados. Vale 
destacar que muitas empresas transnacionais passaram a desempenhar papéis 
que antes eram oferecidos pelo Estado, como serviços ligados à infra estrutura 
básica (exemplo: transporte e saneamento básico). 
No entanto, as sucessivas crises geradas pelo capitalismo mostraram que o 
papel do Estado não se apagou, como pensavam alguns, pelo contrário, em 
momentos de crise financeira, o Estado é chamado a ajudar as empresas em 
dificuldade econômica. Portanto, o papel do Estado no contexto de globalização 
reestruturou-se, passando este a atuar como u m salvador dos excessos 
promovidos pelas empresas nacionais ou internacionais, controlando taxas de 
juros, câmbios, manutenção de subsídios em setores estratégicos, bem como 
fiscalizando, direta e indiretamente, os recursos energéticos. 
4.2.1 A formação dos blocos/agrupamentos econômicos 
 
1
 Empresas que possuem matriz em seu país de origem e atuam em outros países através da instalação 
de filiais, são classificadas como empresas transnacionais.. 
53 
 
Diante de um cenário de convergência mundial sem volta, surgem os blocos 
econômicos, coincidindo com esta mudança no papel exercido pelo Estado, que 
num primeiro momento, era tido como dificultador das relações internacionais. 
Dentro deste processo econômico, muitos países se juntaram com 
objetivo principal de aumentar as relações comerciais entre os membros. Estes 
blocos se fortalecem cada vez mais e já se relacionam entre si. Desta forma, 
cada país, ao fazer parte de um bloco econômico, consegue mais força nas 
relações comerciais internacionais. 
 Em tese, o comércio entre os países constituintes de um bloco 
econômico aumenta e gera crescimento econômico. Geralmente estes blocos 
são formados por países vizinhos ou que possuam afinidades culturais ou 
comerciais. Esta é a nova tendência mundial, pois cada vez mais o comércio 
entre blocos econômicos cresce. Ficar de fora de um bloco econômico é viver 
isolado do mundo comercial. 
A formação destas organizações supranacionais fez com que o estado 
passasse a garantir a paz e o crescimento em períodos de grave crise econômica. 
Assim, a iniciativa de maior sucesso até hoje foi a experiência vivida pelos 
europeus. 
 Os blocos econômicos classificam-se em: 
• Zona de livre comércio 
• União aduaneira 
• Mercado comum 
• União econômica e monetária 
• Zona de preferência tarifária 
Veremos a seguir um breve relato dos principais blocos econômicos da 
atualidade e suas características. 
 
 
54 
 
4.2.1 UNIÃO EUROPEIA 
 
 
 
 
A União Europeia ( UE ) foi oficializada no ano de 1993, através do 
Tratado de Maastricht. Este bloco é formado por 27 países, dentre eles alguns 
destaques são: 
Alemanha, França, Reino Unido, Irlanda, Holanda(Países Baixos), 
Bélgica, Dinamarca, Itália, Espanha, Portugal, Luxemburgo, 
Grécia, Áustria, Finlândia e Suécia. 
Alguns países, apesar de preencherem as condições de adesão à UE – 
Noruega e Suiça - não fazem parte porque a opinião pública destes países não 
é favorável à respectiva integração. 
Outro fato interessante seria a possível adesão da Russia à UE, pois isso 
acarretaria desequilíbrios inaceitáveis em termos políticos e também 
geográficos. 
Este bloco possui uma moeda única que é o EURO – iniciando sua 
circulação em 2002 - um sistema financeiro e bancário comum. Os cidadãos 
dos países membros são também cidadãos da União Europeia e, portanto, 
podem circular e estabelecer residência livremente pelos países da União 
Europeia. 
55 
 
A União Europeia também possui políticas trabalhistas, de defesa, de 
combate ao crime e de imigração em comum. A UE possui os seguintes órgãos 
: Comissão Europeia, Parlamento Europeu e Conselho de Ministros. 
 
4.2.2 NAFTA 
 
O Nafta (North America Free Trade Agreement), ou Tratado Norte-
Americano de Livre Comércio, foi criado em 1993 e teve início a partir de um 
acordo estabelecido entre três países da América do Norte: Estados Unidos, 
México e Canadá. Um dos principais motivos da criação desse bloco 
econômico foi fazer frente à União Europeia, tendo em vista que essa tem 
alcançado um grande êxito no cenário mundial. 
A diferença entre ambos é que o NAFTA não visa à integração total entre 
seus países membros como na UE onde as pessoas nascidas em qualquer dos 
países membros são consideradas “cidadãos da União Européia” podendo 
trafegar e estabelecer residência em qualquer um dos outros países sem 
nenhuma restrição, além de adotar um sistema bancário e financeiro comuns. 
O NAFTA visa apenas à criação de uma área de livre comércio entre 
esses países, o que restringiria a atuação do bloco ao setor comercial. Mesmo 
a criação dessa área de comércio livre ainda não foi concluída. Embora o 
NAFTA tenha posto fim às barreiras alfandegárias entre os três países e criado 
regras e proteção comerciais em comum, além de padrões e leis financeiras 
iguais para EUA, Canadá e México, ainda não são todas as mercadorias que 
receberam redução de tarifas. Isso se deve à insegurança que os três países 
ainda têm em relação a algumas conseqüências do tratado. 
56 
 
Existe um grande desnível entre as economias de seus membros, tendo 
em vista que os Estados Unidos é a maior economia mundial. O Canadá, 
mesmo aparecendo como um dos principais países do mundo em economia, 
qualidade de vida, entre outros quesitos, é uma nação que depende muito dos 
recursos financeiros oriundos dos Estados Unidos. Já o México, considerado 
uma economia emergente, foi convidado para fazer parte desse bloco 
econômicopelo fato de seus habitantes serem consumidores assíduos dos 
produtos canadenses e norte-americanos. Desse modo, o México foi inserido 
nesse bloco simplesmente porque possui um enorme mercado consumidor, é 
detentor de uma grande jazida de petróleo, recurso indispensável para Estados 
Unidos e Canadá, além de ser fornecedor de mão de obra barata. 
Estados Unidos e México estabeleceram uma parceria, e os norte-
americanos realizaram investimentos em território mexicano almejando 
aumento de postos de trabalho no país. A partir disso, pretende-se que a 
incidência de entrada de mexicanos nos Estados Unidos de maneira ilegal 
diminua. Embora pareça ser uma preocupação unicamente social, essa 
iniciativa visa também produzir mercadorias em território mexicano com baixos 
custos, com o objetivo de abastecer o mercado norte-americano, 
especialmente no setor têxtil. 
A população do México, o menos desenvolvido economicamente dos três 
países, teme que a consolidação do NAFTA gere desemprego entre a 
população devido à automação das indústrias locais que contam ainda com 
pouca tecnologia, se comparada às dos EUA e Canadá. Outro temor da 
população mexicana se refere à possibilidade de falência das indústrias locais 
que não poderiam concorrer, com as bem maiores, indústrias norte-
americanas. 
Os Estados Unidos têm um grande desejo de expandir a atuação desse 
bloco econômico e superar a União Europeia. Diante disso, o Chile foi 
convidado a fazer parte do Nafta em 1994. Apesar da vontade de expandir o 
bloco, existem barreiras dentro do governo norte-americano e fora dele 
também. O Congresso norte-americano teme que com a entrada de outros 
57 
 
países, os Estados Unidos se tornem “responsáveis” por eles em caso de uma 
crise, por exemplo. 
 Nos EUA e no Canadá também há receio quanto ao aumento do 
desemprego. Nestes países, teme-se que as indústrias se transfiram para o 
México em busca de mão-de-obra mais barata. 
Contudo, o NAFTA apresenta um grande potencial desde que o Canadá 
e EUA não “engulam” a economia mexicana. Juntos os três países respondem 
por um mercado de cerca de 380 milhões de pessoas. 
 
 
4.2.3 MERCOSUL 
 
 
O Mercado Comum do Sul (Mercosul) foi criado em março de 1991, com 
assinatura do Tratado de Assunção. Atualmente (2014), os países 
componentes são: Brasil, Argentina, Paraguai, Uruguai e Venezuela ( 
incorporada em 31.07.2012). A formação do bloco, no entanto, tem seus 
embriões no final da Segunda Guerra Mundial, "quando os países da América 
Latina tentaram agilizar um processo econômico que implicasse a sua 
industrialização" 
Essas tentativas resultaram, inicialmente, na formação da Associação 
Latino-Americana de Livre-Comércio (ALALC), em 1960, cujo objetivo era 
eliminar as barreiras alfandegárias entre as nações participantes para 
incentivar e fortalecer a industrialização e a integração entre elas. Mas em 
58 
 
1980, percebeu-se que ainda se estava longe de alcançar as metas propostas, 
e a conclusão foi a de que, considerando a assimetria entre os países, os mais 
desenvolvidos, como Brasil e Argentina, levariam mais vantagens sobre os 
outros. 
Assim, em agosto daquele mesmo ano, a ALALC foi substituída pela 
Associação Latino-Americana de Integração (ALADI), que estabeleceu um 
novo ordenamento jurídico-operacional para dar continuidade ao processo 
iniciado com o Tratado de Montevidéu de 1960. Mais do que pensar em 
multilateralismo, levou-se em conta a possibilidade de haver integrações sub-
regionais e com bilateralismo. Com isso, Brasil e Argentina passaram a pensar 
em um processo de integração não apenas em relação às barreiras 
alfandegárias entre eles, mas também para terceiros, ou seja, mais que 
estabelecer uma área de livre-comércio, a ideia seria criar uma união 
aduaneira. Com essa proposta, ambos os países viram vantagens em incluir 
outros membros do Cone Sul, e então se deu a entrada de Uruguai e 
Paraguai. 
Do ponto de vista global, um fator que também contribuiu para a 
formação do Mercosul foi o fim da Guerra Fria, marcado pela queda do muro 
de Berlim e pelo colapso da União Soviética . O início dos anos 90 foi um 
período de grande efervescência e otimismo com a nova ordem mundial que se 
anunciava. O pensamento era de que a integração dos mercados traria maior 
crescimento econômico e desenvolvimento social, e a formação de blocos era 
a melhor resposta dos países e regiões. 
4.2.4 G-8 
 
59 
 
O que é 
 O G-8 (Grupo dos 8) é um grupo internacional formado pelos sete 
países mais desenvolvidos e industrializados do mundo, com a participação 
adicional da Rússia. A União Europeia também é representada nos encontros 
anuais do grupo. O embrião do G8 foi criado em 1975. 
 As reuniões do G-8 visam encontros sem burocratização, num 
caráter mais informal. Desta forma, não há regulamento interno. A organização 
dos encontros é de responsabilidade do país membro que está sediando. 
 Nos últimos anos sempre que acontece esse encontro, ocorre 
simultaneamente uma série de manifestações lideradas, não por pessoas 
originadas de países pobres, mas por pessoas de países desenvolvidos que 
não admitem o aumento da desigualdade social, econômica e da globalização. 
Países membros: Estados Unidos – Japão – Alemanha - Reino Unido - França 
- Itália – Canadá e Rússia 
Principais objetivos do G-8 
• Discutir as mudanças econômicas e democráticas que ocorrem no 
mundo; 
• Debater as questões climáticas, principalmente o aquecimento global; 
• Possibilitar a criação de regras comerciais internacionais, possibilitando 
maior integração econômica mundial; 
• Analisar e propor soluções para os grandes problemas sociais mundiais; 
• Discutir problemas relacionados a segurança internacional, conflitos e 
também questões militares; 
 
NOTA: Desde 24 de Março de 2014, a Rússia foi indefinidamente 
suspensa do G 8. Tal fato se deve à anexação da Crimeia pela Rússia, 
60 
 
anteriormente parte da Ucrânia. O ato de agressão militar foi amplamente 
condenado nos círculos diplomáticos internacionais. 
A Rússia se junta agora a uma série de outras potências econômicas 
globais que não são incluídas no G8. Brasil, Índia, China, México e África 
do Sul são frequentemente convidados para as reuniões do G8 como 
observadores. 
 
 
4.2.5 G – 20 
 
O que é 
 
 O G-20 é um fórum informal que promove debate aberto e 
construtivo entre países industrializados e emergentes sobre assuntos-chave 
relacionados à estabilidade econômica global. O G-20 apoia o crescimento e o 
desenvolvimento mundial por meio do fortalecimento da arquitetura financeira 
internacional e via oportunidades de diálogo sobre políticas nacionais, 
cooperação internacional e instituições econômico-financeiras internacionais. 
 Criado em resposta às crises financeiras do final dos anos 90, o G-20 
reflete mais adequadamente a diversidade de interesses das economias 
industrializadas e emergentes, possuindo assim maior representatividade e 
legitimidade. O Grupo conta com a participação de Chefes de Estado, Ministros 
de Finanças e Presidentes de Bancos Centrais de 19 países: África do Sul, 
61 
 
Alemanha, Arábia Saudita, Argentina, Austrália, Brasil, Canadá, China, 
Coreia do Sul, França, Índia, Indonésia, Itália, Japão, México, Rússia, 
Turquia, Reino Unido e Estados Unidos. A União Europeia também faz 
parte do Grupo, representada pela presidência rotativa do Conselho da 
União Europeia e pelo Banco Central Europeu. Ainda, para garantir o 
trabalho simultâneo com instituições internacionais, o Diretor-Gerente do FundoMonetário Internacional (FMI) e o Presidente do Banco Mundial também 
participam ex-officio das reuniões. Desde o advento da última crise, o G-20 
passou também a trabalhar em iniciativas diversas com outros organismos. 
 Diferentemente de organizações internacionais como o FMI e o 
Banco Mundial, o G-20 não tem pessoal permanente. A presidência do Grupo é 
anual e rotativa entre os membros, sendo o país presidente incumbido de 
estabelecer um secretariado provisório durante sua gestão. O Brasil foi 
presidente do G-20 em 2008. 
 No ano de 2013, a presidência do Grupo foi passada à Rússia. Em 
seu programa de trabalho, os russos pretendem dar prioridade às seguintes 
áreas: arcabouço para um crescimento forte, sustentável e equilibrado; 
emprego; reforma da arquitetura financeira internacional; fortalecimento da 
regulação financeira; sustentabilidade energética; desenvolvimento para todos; 
aprimoramento do comércio multilateral; e combate à corrupção. Em 2014, a 
Rússia passará a coordenação do G-20 à Austrália. 
Principais objetivos do G20 
• Favorecimento de negociações econômicas internacionais; 
• Debates sobre políticas globais para promover o desenvolvimento 
econômico mundial de forma sustentável; 
• Discussão de regras comuns para a flexibilização do mercado de 
trabalho; 
• Criação de mecanismos voltados para a desregulamentação econômica; 
• Criação de formas para liberação do comércio mundial. 
 
 
62 
 
Outros Blocos ou agrupamentos econômicos são: 
� PACTO ANDINO - COMUNIDADE ANDINA DE NAÇÕES 
� APEC 
� ALCA 
 
 
 
4.3 O BRASIL E A GLOBALIZAÇÃO 
 Por ser um país integrado a economia mundial capitalista e com 
conexões culturais com diversos países do mundo, o Brasil está participando 
atividade do mundo globalizado. 
4.3.1 Economia brasileira e a globalização 
O Brasil possui uma economia aberta ao mercado internacional, ou seja, 
nosso país vende e compra produtos de diversos tipos para diversas nações. 
Fazer parte da globalização econômica apresenta vantagens e desvantagens. 
Uma vantagem é o acesso aos produtos internacionais, muitas vezes 
mais baratos ou melhores do que os fabricados no Brasil. Por outro lado, estes 
produtos, muitas vezes, entram no mercado brasileiro com preços muitos 
baixos, provocando uma competição injusta com os produtos nacionais e 
levando empresas à falência e gerando desemprego em nosso país. Isso vem 
ocorrendo atualmente com a grande quantidade de produtos chineses 
(brinquedos, calçados, tecidos, eletrônicos) que entram no Brasil com preços 
muito baixos. 
Outra questão importante no aspecto econômico é a integração do Brasil 
no mercado financeiro internacional. Investidores estrangeiros passam a 
investir no Brasil, principalmente através da Bolsa de Valores, trazendo capitais 
para o país. Porém, quando ocorre uma crise mundial, o Brasil é diretamente 
63 
 
afetado, pois tem sua economia muito ligada ao mundo financeiro internacional. 
É muito comum, em momentos de crise econômica mundial, os investidores 
estrangeiros retirarem dinheiro do Brasil, provocando queda nos valores das 
ações e diminuição de capitais para investimentos. 
 
4.3.2 Cultura brasileira e globalização 
No aspecto cultural os pontos são mais positivos do que negativos. Com 
a globalização, os brasileiros podem ter acesso ao que ocorre no mundo das 
artes, cinema, música, etc. Através da televisão, internet, rádio, cinema e 
intercâmbios culturais, podemos ficar conectados ao mundo cultural 
internacional. Conhecimentos científicos, artísticos e tecnológicos chegam ao 
Brasil e tornam nossa cultura mais dinâmica e completa. 
Por outro lado, a cultura brasileira sofre com essa influência musical e 
comportamental maciça, principalmente originária dos Estados Unidos. As 
músicas, os seriados e os filmes da indústria cultural norte-americana vão 
espalhando comportamentos e gostos que acabam diminuindo, principalmente 
entre os jovens, o interesse pela cultura brasileira. 
4.4 Aspectos positivos da globalização 
4.4.1 Aspectos econômicos 
- Numa economia globalizada as empresas podem diminuir os custos de 
produção de seus produtos, pois buscam em várias partes do mundo as 
melhores condições de produção. Algumas empresas chegam a fabricar em 
produto em várias etapas em vários países. Uma empresa de computadores 
pode, por exemplo, fabricar componentes eletrônicos no Japão, teclados e 
mouse na China, as partes plásticas na Índia e oferecer assistência técnica 
através do Brasil. Com este sistema de produção globalizado, o preço final do 
produto fica mais barato para o consumidor final, pois os custos de produção 
puderam ser reduzidos em cada etapa. 
64 
 
- Geração de empregos em países em desenvolvimento. Em busca de mão-de-
obra barata e qualificada, muitas empresas abrem filiais em países emergentes 
(China, Índia, Brasil, África do Sul, entre outros), gerando empregos nestes 
países. 
 
4.4.2 Aspectos científicos 
- A globalização faz circular de forma mais rápida e eficiente conhecimentos 
científicos e troca de experiências. Este aspecto faz com que ocorra de forma 
mais rápida e eficiente avanços nas áreas de Medicina, Genética, Biomedicina, 
Física, Química, etc. 
4.4.3 Aspectos culturais 
- Com a globalização ocorreu um aumento do intercâmbio cultural entre 
pessoas de diversos países do mundo. Impulsionado pela Internet, este 
intercâmbio é importante para ampliar a visão de mundo das pessoas, que 
passam a conhecer e respeitar mais outras realidades culturais e sociais. 
- Com a globalização aumentou o interesse pela cultura, economia e política de 
outros países. Além de se sentirem integrantes de um país, muitas pessoas 
sentem que são cidadãos do mundo, desenvolvendo um grande interesse 
pelos diversos aspectos da vida de outras nações. Com os sistemas de 
informações atuais, principalmente Internet, este aspecto ganhou um grande 
avanço nos últimos anos. 
4.5 Aspectos negativos da globalização 
- Uma dos principais aspectos negativos da globalização é a forte 
contaminação de vários países em caso de crise econômica em um país ou 
bloco econômico de grande importância. O exemplo mais claro desta situação 
é a crise econômica de 2008 ocorrida nos Estados Unidos. Rapidamente ela se 
espalhou pelos quatro cantos do mundo, gerando desemprego, falta de crédito 
nos mercados, queda abrupta em bolsas de valores, falências de empresas, 
65 
 
diminuição de investimentos e muita desconfiança. O mesmo aconteceu em 
2011 com a crise econômica na Europa. 
- A globalização favorece a transferência de empresas e empregos. Países que 
oferecerem boas condições (mão-de-obra barata e qualificada, baixa carga de 
impostos, matéria-prima barata, etc.), costumam atrair empresas que saem de 
países onde o custo de produção é alto. Este fato acaba ocasionando 
desemprego, principalmente, nos países mais desenvolvidos. Um bom exemplo 
é o que está ocorrendo na Europa desde o início do século XX. Muitas 
empresas transferiram suas bases de produção para países como China, Índia, 
Cingapura, Taiwan, Malásia, etc. 
- A globalização pode provocar distorções cambiais, principalmente alta 
valorização de moedas locais de países em desenvolvimento. Quando os 
Estados Unidos colocam no mercado uma grande quantidade de dólar, por 
exemplo, grande parcela deste volume acaba em países emergentes, 
valorizando a moeda local. Este fato acaba favorecendo as importações e 
desfavorecendo as exportações das empresas destes países emergentes. O 
Brasil, por exemplo, tem sofrido com a alta valorização do Real nos últimos 
anos, desde que os bancos centrais dos Estados Unidos e da Europa 
despejaram no mercado elevadíssimos volumes

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