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DIREITO CONSTITUCIONAL 1 2014.1 Profa. Ms. Amanda Mineiro SIMULADO – AV01 PL 01 1. (CESPE/MMA/2009) A CF vigente, quanto à sua alterabilidade, é do tipo semiflexível, dada a possibilidade de serem apresentadas emendas ao seu texto; contudo, com quorum diferenciado em relação à alteração das leis em geral. Errado. Esse fato faz com que a CF seja uma constituição rígida. A constituição semiflexível é aquela que possui uma parte em que sequer precisa-se de um procedimento especial para ser alterada, bastam simples leis ordinárias. 2. (CESPE/MMA/2009) A CF de 1988, quanto à origem, é promulgada, quanto à extensão, é analítica e quanto ao modo de elaboração, é dogmática. Correto. A constituição pode ser quanto a origem: promulgada ou outorgada, será outorgada quando for imposta, o que não é o nosso caso. A CF brasileira é promulgada. Quanto a extensão pode ser analítica ou sintética, esta é aquela que trata somente de assuntos essenciais a uma constituição, não é o nosso caso, temos uma constituição extensa, analítica, até mesmo prolixa. 3. (CESPE/Procurador-TCE-ES/2009) Sob o ponto de vista da extensão, a constituição analítica consubstancia apenas normas gerais de organização do Estado e disposições pertinentes aos direitos fundamentais. Errado. Este é o conceito justamente oposto ao de analítica, ou seja, o de constituição sintética. A constituição concisa, ou sintética, que é aquela que positiva apenas as normas essenciais a uma constituição e, assim, não se preocupa com detalhes e prolixidades deixando isto para a legislação infraconstitucional. 4. (CESPE/Auditor-TCU/2009) No tocante à estabilidade, consideram-se rígidas as constituições que apresentam um processo legislativo diferenciado e exigências formais especiais quanto à modificação das suas normas, distanciando-se, portanto, do processo legislativo previsto para a alteração das normas infraconstitucionais. Correto. As constituições rígidas são as que exigem um procedimento especial para serem alteradas. É o caso da nossa Constituição que só pode ser alterada por emendas constitucionais, que possuem um rito de votação diferenciado em relação às demais leis do ordenamento. 5. (CESPE/Juiz Federal Substituto – TRF 5ª/2009) Constituição rígida é aquela que não pode ser alterada. Errado. Esta seria uma constituição imutável. A constituição rígida pode ser alterada, só que de uma maneira mais complexa. 6. (CESPE/TJAA-TRE-MG/2008) As constituições outorgadas decorrem da participação popular no processo de elaboração. Errado. A outorgada é uma constituição imposta, as constituições que são legitimadas pelo povo são as promulgadas, também chamadas de populares. 7. (CESPE/PGE-AL/2008) "Art. 242 § 2.º – O Colégio Pedro II, localizado na cidade do Rio de Janeiro, será mantido na órbita federal". A normas contidas no dispositivo transcrito pode ser caracterizada como materialmente constitucionais, porquanto traduz a forma como o direito social à educação será implementado no Brasil. Errado. Este é um exemplo clássico de norma meramente formal, sem nenhum conteúdo que seria indispensável a uma Constituição, já que nem é responsável por organizar o poder, nem limitar a atuação do Estado. É simplesmente um retrato da prolixidade da Constituição brasileira de 1988. 8. (CESPE/Advogado-EMBRASA/2010) A Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 (CF) não pode ser classificada como uma constituição popular, uma vez que se originou de um órgão constituinte composto de representantes do povo, e não da aprovação dos cidadãos mediante referendo. Errado. Ela é popular ou promulgada, justamente porque os legisladores constituintes eram representantes do povo. PL 02 1. (CESPE/TRE-MA/2009) O preceito constitucional que assegura a liberdade de exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações profissionais estabelecidas em lei, constitui norma de eficácia limitada. Errado. Trata-se de norma de eficácia contida, já que tão logo a Constituição entrou em vigor já foi assegurada tal liberdade, podendo, no entanto, uma norma infraconstitucional superveniente, conter o alcance desta garantia. 2. (CESPE/Procurador-TCE-ES/2009) As normas constitucionais de eficácia limitada têm por fundamento o fato de que sua abrangência pode ser reduzida por norma infraconstitucional, restringindo sua eficácia e aplicabilidade. Errado. Essa é a definição de eficácia contida. As normas de eficácia limitada sequer conseguem ser aplicáveis caso não exista lei para regulamentar os seus efeitos. 3. (CESPE/Analista-SERPRO/2008) O dispositivo constitucional que afirma que a finalidade da ordem econômica é assegurar a todos uma existência digna, conforme os ditames da justiça social, seria um exemplo de norma programática. Correto. Existem autores que consideram este tipo de norma, não só uma norma programática como uma norma utópica, pois o Estado é apenas direcionado no sentido desta busca, mas em nenhum momento é compelido a tomar ações concretas para tal. 4. (CESPE/Técnico - TRT 9ª/2007) Norma constitucional de eficácia contida é aquela que, sendo auto- aplicável, autoriza a posterior restrição por parte do legislador infraconstitucional. Correto. A norma de eficácia contida possui aplicação imediata, tal qual às plenas. A diferença reside no fato de as primeiras poderem ser restringidas por comandos posteriores, geralmente de ordem infraconstitucional. 5. (CESPE/Advogado-BRB/2010) No tocante à aplicabilidade, de acordo com a tradicional classificação das normas constitucionais, são de eficácia limitada aquelas em que o legislador constituinte regula suficientemente os interesses concernentes a determinada matéria, mas deixa margem à atuação restritiva por parte da competência discricionária do poder público, nos termos em que a lei estabelecer ou na forma dos conceitos gerais nela previstos. Errado. Essa é a definição de eficácia contida. As normas de eficácia limitada sequer conseguem ser aplicáveis caso não exista lei para mediar os seus efeitos. Já as contidas possuem aplicabilidade imediata, porém podem futuramente serem restringidas pelo legislador. 6. (CESPE/Advogado - IBRAM-DF/2009) O preâmbulo, por estar na parte introdutória do texto constitucional e, portanto, possuir relevância jurídica, pode ser paradigma comparativo para a declaração de inconstitucionalidade de determinada norma infraconstitucional. Errado. O STF já decidiu pela ausência de força jurídica do preâmbulo da Constituição. 7. (CESPE - 2007 – AGU) O preâmbulo da CF é norma central de reprodução obrigatória na Constituição do referido estado-membro. Errado. O STF decidiu pela desnecessidade da reprodução obrigatória do preâmbulo nas Constituições estaduais. 8. (CESPE/Procurador-TCE-ES/2009) No fenômeno da recepção, são analisadas as compatibilidades formais e materiais da lei em face da nova constituição. Errado. Para a recepção importa tão somente a compatibilidade material. 9. Dá-se o nome de repristinação ao fenômeno da novação de fontes, que garante a continuidade da vigência, sob certas condições, do direito ordinário em vigor imediatamente antes da nova Constituição, tendo em vista sua compatibilidade material com a nova Constituicao. Falso. A esse fenômeno dá-se o nome de recepção. Repristinação ocorre quando uma norma revogada volta a viger em virtude da revogação da norma que a revogou. PL 03 1. (CESPE - 2010 - DPE-BA - Defensor Público) De acordo com o denominado princípio do efeito integrador, deve-se dar primazia, na resolução dos problemasjurídico-constitucionais, aos critérios que favoreçam a integração política e social e o reforço da unidade política. Correto. 2. (CESPE - 2010 – ABIN) Entre os métodos compreendidos na hermenêutica constitucional inclui-se o tópico problemático, que consiste na busca da solução partindo-se do problema para a norma. Correto. 3. (CESPE - 2007 – AGU) O princípio da unidade da CF, como princípio interpretativo, prevê que esta deve ser interpretada de forma a se evitarem contradições, antinomias ou antagonismos entre suas normas. Correto. 4. CESPE - 2009 - ANATEL) O princípio da máxima efetividade visa interpretar a CF no sentido de atribuir à norma constitucional a maior efetividade possível, ou seja, deve-se atribuir a uma norma constitucional o sentido que lhe dê maior eficácia. Correto. 5. (CESPE/DPE-ES/2009) A interpretação conforme a Constituição determina que, quando o aplicador de determinado texto legal se encontrar frente a normas de caráter polissêmico ou, até mesmo, plurissignificativo, deve priorizar a interpretação que possua um sentido em conformidade com a Constituição. Por conseguinte, uma lei não pode ser declarada inconstitucional,quando puder ser interpretada em consonância com o texto constitucional. Correto. A interpretação conforme a Constituição, ou simplesmente "interpretação conforme" é uma maneira de salvar uma lei aparentemente inconstitucional. Ou seja, fixa-se um interpretação à norma para que o sentido esteja de acordo com o texto constitucional, e impede-se também que a norma seja aplicada de uma forma inconstitucional. A interpretação conforme só pode ser aplicada quando estivermos diante de uma norma polissêmica, ou seja, que admite vários significados. Não se pode dar interpretação conforme a normas de sentido unívoco. 6. (CESPE/Procurador-AGU/2010) O método hermenêutico-concretizador caracteriza-se pela praticidade na busca da solução dos problemas, já que parte de um problema concreto para a norma. Errado. Erra a questão ao colocar o hermenêutico-concretizador com o conceito do tópico- problemático. No método hermenêutico-concretizador - como o nome sugere, o intérprete deve "concretizar", ou seja, partir da norma abstrata e chegar ao problema. PL 04 1. O poder constituinte derivado decorre de uma regra jurídica de autenticidade constitucional, possui limitações constitucionais expressas e implícitas e é passível de controle de constitucionalidade. Correto. Poder constituinte derivado ou de reforma: é um poder de autenticidade constitucional, pois é criado pelo poder constituinte originário, no momento da elaboração da constituição; possui limitações constitucionais expressas, como as circunstanciais (art. 60, § 1º), as materiais (art. 60, § 4º) e procedimentais (art. 60, § 5º). 2. A Constituição de 1988 não conhece limitações temporais nem circunstâncias ao exercício do poder de emenda da Carta. Falso. A Constituição de 1988 não conhece limitações temporais ao poder de reforma, entretanto, a Constituição estabelece expressamente limitações circunstanciais ao poder de reforma, ao vedar a promulgação de emenda durante o estado de sítio, estado de defesa e intervenção federal (art. 60, § 1º). 3. As emendas à Constituição expressam meio típico de manifestação do poder constituinte originário. Falso. As emendas à constituição são manifestação típica do poder constituinte derivado, também chamado de poder de reforma, poder reformador, poder constituinte de segundo grau, poder constituinte secundário, poder de revisão, poder de emenda. Poder constituinte originário é aquele que elabora a constituição. 4. O poder de reforma ou de emenda é um poder ilimitado na sua atividade de constituinte de primeiro grau. Falso. O poder de reforma é um poder criado pelo poder constituinte originário, que lhe impõe certas limitações; portanto, o poder de reforma ou de emenda não é ilimitado, pois sofre limitações impostas pelo poder constituinte originário (limitações circunstanciais, limitações materiais etc.); a parte final da assertiva também está falsa, porque o poder de reforma não exerce atividade de constituinte de primeiro grau (essa atividade é do poder constituinte originário), mas sim atividade de constituinte de segundo grau. 5. Os Estados-membros podem, no exercício do poder constituinte decorrente, dispor sobre o sistema eleitoral, sendo-lhes possível adotar, por exemplo, o sistema distrital misto nas eleições parlamentares estaduais ou municipais. Falso. Os Estados não podem estabelecer sistema eleitoral distinto daqueles fixados na CF (majoritário e proporcional). 6. (TCE-MG, FCC - Procurador do Ministério Público - 2007) No que diz respeito ao Poder constituinte, é correto afirmar que o titular desse Poder é o povo, e seu exercente é aquele que, em nome do povo, cria o Estado, editando a nova Constituição. Correto. A titularidade do poder constituinte é do povo, sendo seu exercício tarefa das Assembleias constituintes, compostas pelos representantes do povo. 7. (TCE-MG, FCC - Procurador do Ministério Público - 2007) O Poder Constituinte originário e o derivado têm, respectivamente, como característica, dentre outras, ser condicionado e incondicionado. Falso. O poder constituinte originário é incondicionado e o derivado é condicionado. 8. (TJ-MS, FCC - Juiz - 2009) É incorreto afirmar que o poder constituinte originário é inicial (porque funda a ordem jurídica), materialmente ilimitado e formalmente incondicionado. Falso. Não é incorreto afirmar que o poder constituinte originário é inicial, ilimitado materialmente e formalmente incondicionado, sendo tais características próprias desse poder. PL 05 1. Os direitos e garantias individuais protegidos por cláusula pétrea são somente aqueles elencados no catálogo de direitos individuais. Falso. O STF já decidiu que existem outros direitos e garantias individuais protegidos por cláusula pétrea além daqueles enumerados no art. 5º da CF; o princípio da anterioridade tributária (CF, art. 150, III, b) é um exemplo típico de cláusula pétrea fora do art. 5º da CF. 2. (Cespe/MPU/Analista Jurídico/2013) Os direitos fundamentais de primeira dimensão são aqueles que outorgam aos indivíduos direitos a prestações sociais estatais. Falso. A assertiva se refere aos direitos de 2ª dimensão. 3. (Cespe/Instituto Rio Branco/Diplomata/2012) Embora esteja previsto na CF que os tratados aprovados em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por dois terços dos votos dos respectivos membros, equivalham às emendas constitucionais, não há, na atualidade, registro de ato ou convenção internacional que tenham sido aprovados de acordo com esse trâmite. Falso. Há apenas uma convenção aprovadas nesta forma no Brasil. Trata-se da Convenção de Nova Iorque sobre as pessoas com deficiência. 4. (Cespe/STM/Analista Judiciário – Área Administrativa/2011) As pessoas jurídicas são beneficiárias dos direitos e garantias individuais, desde que tais direitos sejam compatíveis com sua natureza. Correto. O STF entendeu que os direitos e garantias individuais, compatíveis com a natureza das pessoas jurídicas, são a elas extensíveis. 5. (Cespe/STM/Técnico/2011) Os direitos e as garantias expressos na Constituição Federal de 1988 (CF) excluem outros de caráter constitucional decorrentes do regime e dos princípios por ela adotados, uma vez que a enumeração constante no artigo 5.º da CF é taxativa. Falso. Art. 5º, § 2º, CF: Os direitos e garantias expressos nesta Constituição não excluem outros decorrentes do regime e dos princípios por ela adotados, ou dos tratados internacionaisem que a República Federativa do Brasil seja parte 6. (CESPE/TJDFT/ANALISTA JUDICIÁRIO – EXECUÇÃO DE MANDADOS/2008) A retirada de um dos sócios de determinada empresa, quando motivada pela vontade dos demais, deve ser precedida de ampla defesa, pois os direitos fundamentais não são aplicáveis apenas no âmbito das relações entre o indivíduo e o Estado, mas também nas relações privadas. Essa qualidade é denominada eficácia horizontal dos direitos fundamentais. Correto. O conceito oferecido pela assertiva corresponde exatamente à definição do instituto da eficácia horizontal dos direitos fundamentais. As violações a direitos fundamentais não ocorrem somente no âmbito das relações entre o cidadão e o Estado, mas igualmente nas relações travadas entre pessoas físicas e jurídicas de direito privado. Assim, os direitos fundamentais assegurados pela Constituição vinculam diretamente não apenas os poderes públicos, estando direcionados também à proteção dos particulares em face dos poderes privados. Questões dissertativas 1) 2ª fase – Defensoria Pública do Distrito Federal/2013 “Por serem as normas constitucionais normas jurídicas, sua interpretação requer o entendimento de conceitos e elementos clássicos. Todavia, as normas constitucionais apresentam determinadas especificidades que as singularizam. Em razão disso, foram desenvolvidas ou sistematizadas categorias doutrinárias próprias, identificadas como princípios específicos ou princípios instrumentais de interpretação constitucional, que constituem premissas conceituais, metodológicas ou finalísticas que devem anteceder, no processo intelectual do intérprete, a solução concreta da questão posta. Tais princípios, embora não expressos no texto da Constituição, são reconhecidos pacificamente pela doutrina e pela jurisprudência.” Luís Roberto Barroso. Curso de direito constitucional contemporâneo: os conceitos fundamentais e a construção do novo modelo. 4.ª ed., 2013, p. 322 (com adaptações). Considerando que o fragmento de texto acima apresentado tem caráter meramente motivador, discorra sobre o significado dos seguintes princípios de interpretação constitucional: unidade da Constituição; interpretação conforme a Constituição e máxima efetividade. De acordo com o princípio da unidade, a Constituição deve ser interpretada de forma a evitar contradições (antinomias) entre suas normas. Impõe ao intérprete a harmonização das tensões e contradições existentes, em abstrato, entre as normas de uma Constituição. As normas constitucionais devem ser consideradas como preceitos integrados em um sistema interno unitário de regras e princípios. As antinomias são apenas aparentes, vez que são eliminadas pelo processo de interpretação. O princípio da interpretação conforme a constituição dispõe que diante de normas polissêmicas ou plurissignificativas, deve ser dada preferência à interpretação que mais se aproxime do conteúdo da Constituição. Deve-se preferir a interpretação que compatibilize o conteúdo dessas normas com o conteúdo da constituição. Além disso, uma lei não deve ser declarada inconstitucional quando for possível conferir a ela uma interpretação conforme a constituição. Por fim, o princípio da máxima efetividade estabelece que a interpretação deve atribuir à norma constitucional o sentido que lhe proporcione maior e mais ampla efetividade social. Embora, em sua origem, esteja ligado à eficácia das normas programáticas, hoje é operativo em relação a todas as normas constitucionais, sendo, hoje, sobretudo invocado no âmbito dos direitos fundamentais, buscando realizar concretamente a sua função social. 2) O que vem a ser recepção em Direito Constitucional? Recepção é um processo abreviado de criação de normas jurídicas, pelo qual a nova Constituição adota as leis já existentes, se com ela materialmente compatíveis, dando-lhes validade e evitando o trabalho de se elaborar toda a legislação infraconstitucional novamente.
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