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ECA AULA - 2

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ECA AULA – 2
Direito à vida e à saúde; à liberdade, ao respeito e à dignidade
Introdução
Na aula anterior, você acompanhou a evolução do Direito da Criança e do Adolescente, e constatou que eles finalmente passaram a ser considerados sujeitos de direitos.
Nesta aula, aprofundaremos o estudo dos seguintes direitos fundamentais: vida, saúde, liberdade, respeito e dignidade, que estão dispostos nos artigos 8º a 18 do ECA.
Direito à vida e à saúde
Tais direitos estão previstos de forma ampla, no artigo 7º do ECA, que garante a proteção dos mesmos desde antes do nascimento. Um exemplo disto é a proteção indireta ao nascituro, garantindo à gestante o atendimento pré e perinatal, conforme consta do artigo 8º.
Artigo 7º do ECA: A criança e o adolescente têm direito a proteção à vida e à saúde, mediante a efetivação de políticas sociais públicas que permitam o nascimento e o desenvolvimento sadio e harmonioso, em condições dignas de existência.
Artigo 8º: É assegurado a todas as mulheres o acesso aos programas e às políticas de saúde da mulher e de planejamento reprodutivo e, às gestantes, nutrição adequada, atenção humanizada à gravidez, ao parto e ao puerpério e atendimento pré-natal, perinatal e pós-natal integral no âmbito do Sistema Único de Saúde.
Em atendimento médico pré-natal, Joana, que está grávida, manifesta vontade de entregar seu filho à adoção. Médicos e enfermeiros tentam impedir esse ato, dizendo que ela não poderia legalmente realiza-lo. Esses profissionais em saúde agiram corretamente?
GABARITO
Não agiram corretamente. O ECA tutela até mesmo a mãe, se ela manifestar a vontade de entregar seu filho à adoção, caso em que tal vontade deve ser comunicada à autoridade judiciária, sob pena de se consagrar a infração administrativa prevista no artigo 258 B do ECA.
Art. 258-B. Deixar o médico, enfermeiro ou dirigente, do estabelecimento de atenção à saúde de gestante, de efetuar imediato encaminhamento à autoridade judiciária de caso que tenha conhecimento de mãe ou gestante interessada em entregar seu filho para adoção.
Este artigo foi incluído no ECA pela Lei 12010/09.
A Lei 12.010/09 concedeu ainda à gestante, a assistência psicológica nos períodos pré e pós-natal, como forma de prevenir ou minorar as consequências do estado puerperal, bem como às gestantes ou mães que manifestem interesse em entregar seus filhos para adoção.
Outra garantia importante é o direito ao aleitamento materno previsto pelo artigo 9º, que abrange, inclusive, os filhos de mães detentas, garantia esta também assegurada pelo artigo 5º, inciso L da CF. Esta proteção visa assegurar tanto a nutrição quanto os benefícios psicológicos e afetivos da amamentação.
O legislador estabeleceu, no artigo 10, cinco obrigações aos hospitais públicos ou particulares visando à efetividade do direito à vida e à saúde do recém-nascido. A inobservância dos direitos previstos, no artigo 10, incisos I a V caracteriza crime do artigo 228 ou 229 do ECA, punido na modalidade dolosa ou culposa.
Vejamos as disposições deste artigo:
Art. 10. Os hospitais e demais estabelecimentos de atenção à saúde de gestantes, públicos e particulares, são obrigados a:
I - Manter registro das atividades desenvolvidas, através de prontuários individuais, pelo prazo de dezoito anos;
II - Identificar o recém-nascido mediante o registro de sua impressão plantar e digital e da impressão digital da mãe, sem prejuízo de outras formas normatizadas pela autoridade administrativa competente;
III - Proceder a exames visando ao diagnóstico e à terapêutica de anormalidades no metabolismo do recém-nascido, bem como prestar orientação aos pais;
IV - Fornecer declaração de nascimento onde constem necessariamente as intercorrências do parto e do desenvolvimento do neonato;
V - Manter alojamento conjunto, possibilitando ao neonato a permanência junto à mãe.
Do nascimento ao crescimento
A preocupação em relação à saúde de crianças e adolescente não se limita ao momento do seu nascimento. Pelo contrário, é voltada a assegurar o seu bom desenvolvimento em todas as etapas do seu crescimento.
No art. 11, o legislador estabelece que
Na nova redação dada pela Lei 13257/16, houve certa adequação para a preservação de um melhor diálogo de fontes entre o ECA e o Estatuto da pessoa com deficiência, Lei 13146/2015. Dessa forma, o artigo passa a ter a seguinte redação:
É assegurado acesso integral às linhas de cuidado voltadas à saúde da criança e do adolescente, por intermédio do Sistema Único de Saúde, observado o princípio da equidade no acesso a ações e serviços para promoção, proteção e recuperação da saúde.
Esse artigo também foi alterado pela Lei 13.257/16. No artigo 12, foram incluídas as unidades neonatais, de terapia intensiva e de cuidados intermediários para que também tenham o dever de propiciar condições para a permanência em tempo integral de um dos pais ou responsável, nos casos de internação de criança ou adolescente.
O Art. 13, na linha de garantia ao direito à saúde, o legislador estatutário, de forma prudente, obrigou a todos os estabelecimentos hospitalares a comunicar os casos de suspeita ou confirmação de maus tratos contra crianças ou adolescentes. O descumprimento dessa norma caracteriza infração administrativa, prevista no art. 245 do ECA. A questão dos maus tratos, considerando a sua gravidade, suas implicações e, lamentavelmente, o seu alto índice de incidência, será ainda objeto de estudo no decorrer do curso.
O artigo 13 foi alterado pela Lei 13010/14 e estabelece que “Os casos de suspeita ou confirmação de castigo físico, de tratamento cruel ou degradante e de maus-tratos contra criança ou adolescente serão obrigatoriamente comunicados ao Conselho Tutelar da respectiva localidade, sem prejuízo de outras providências legais”.
A redação do artigo 13 passa a estar adequada às expressões trazidas pela Lei 13010/14, intitulada como Lei Menino Bernardo, passando a dispor que “Os casos de suspeita ou confirmação de castigo físico, de tratamento cruel ou degradante e de maus-tratos contra criança ou adolescente serão obrigatoriamente comunicados ao Conselho Tutelar da respectiva localidade, sem prejuízo de outras providências legais”.
O antigo parágrafo único, atual parágrafo primeiro, passa a esclarecer que não haverá constrangimento no encaminhamento de gestantes ou mães que manifestem vontade de entregar seus filhos para adoção à Justiça da Infância e Juventude. O novo parágrafo segundo estabelece que “Os serviços de saúde em suas diferentes portas de entrada, os serviços de assistência social em seu componente especializado, o Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas) e os demais órgãos do Sistema de Garantia de Direitos da Criança e do Adolescente deverão conferir máxima prioridade ao atendimento das crianças na faixa etária da primeira infância com suspeita ou confirmação de violência de qualquer natureza, formulando projeto terapêutico singular que inclua intervenção em rede e, se necessário, acompanhamento domiciliar”.
O art. 14 foi recentemente alterado pela Lei 13257, em 2016 e estabelece que:
O Sistema Único de Saúde promoverá programas de assistência médica e odontológica para a prevenção das enfermidades que ordinariamente afetam a população infantil, e campanhas de educação sanitária para pais, educadores e alunos.
Direito à liberdade
O legislador estatutário, de forma elogiável, nos artigos 15 a 18 do ECA, tratou do direito à liberdade, à dignidade e ao respeito de forma acoplada, definindo-os em um único capítulo, pelo fato deles se complementarem, pois não podemos pensar em liberdade sem respeito e dignidade. Conforme vimos anteriormente, a lei 13.010/14 incluiu os artigos 18 A e B no Estatuto.
Vejamos:
ART. 18-A.
Art. 18-A. A criança e o adolescente têm o direito de ser educados e cuidados sem o uso de castigo físico ou de tratamento cruel ou degradante, como formas de correção, disciplina, educação ou qualquer outro pretexto, pelos pais, pelosintegrantes da família ampliada, pelos responsáveis, pelos agentes públicos executores de medidas socioeducativas ou por qualquer pessoa encarregada de cuidar deles, tratá-los, educá-los ou protegê-los.
Parágrafo único. Para os fins desta Lei, considera-se:
I — castigo físico: ação de natureza disciplinar ou punitiva aplicada com o uso da força física sobre a criança ou o adolescente que resulte em:
a) sofrimento físico; ou
b) lesão;
II — tratamento cruel ou degradante: conduta ou forma cruel de tratamento em relação à criança ou ao adolescente que:
a) humilhe; ou
b) ameace gravemente; ou
c) ridicularize.
ART. 18-B.
Art. 18-B. Os pais, os integrantes da família ampliada, os responsáveis, os agentes públicos executores de medidas socioeducativas ou qualquer pessoa encarregada de cuidar de crianças e de adolescentes, tratá-los, educá-los ou protegê-los que utilizarem castigo físico ou tratamento cruel ou degradante como formas de correção, disciplina, educação ou qualquer outro pretexto estarão sujeitos, sem prejuízo de outras sanções cabíveis, às seguintes medidas, que serão aplicadas de acordo com a gravidade do caso:
I — encaminhamento a programa oficial ou comunitário de proteção à família;
II — encaminhamento a tratamento psicológico ou psiquiátrico;
III — encaminhamento a cursos ou programas de orientação;
IV — obrigação de encaminhar a criança a tratamento especializado;
V — advertência.
Parágrafo único. As medidas previstas neste artigo serão aplicadas pelo Conselho Tutelar, sem prejuízo de outras providências legais.
A referida lei também incluiu no ECA o artigo 70A e alterou o artigo 13. Vejamos:
Parágrafo único. As famílias com crianças e adolescentes com deficiência terão prioridade de atendimento nas ações e políticas públicas de prevenção e proteção.
Art. 13. Os casos de suspeita ou confirmação de castigo físico, de tratamento cruel ou degradante e de maus-tratos contra criança ou adolescente serão obrigatoriamente comunicados ao Conselho Tutelar da respectiva localidade, sem prejuízo de outras providências legais.
Porém, esses direitos sofrem limitações pelo fato de crianças e adolescente serem pessoas em processo de desenvolvimento. Assim, uma criança ou um adolescente pode brincar, passear ou se divertir, desde que essa liberdade não o prejudique. Estas limitações estão presentes em cada inciso do artigo 16.
Artigo 16: 
Art. 16. O direito à liberdade compreende os seguintes aspectos:
I - ir, vir e estar nos logradouros públicos e espaços comunitários, ressalvadas as restrições legais;
II - opinião e expressão;
III - crença e culto religioso;
IV - brincar, praticar esportes e divertir-se;
V - participar da vida familiar e comunitária, sem discriminação;
VI - participar da vida política, na forma da lei;
VII - buscar refúgio, auxílio e orientação.
Direito à dignidade e ao respeito
O artigo 17, do ECA, trata da proteção à integridade física, psíquica e moral da criança e do adolescente, abrangendo a preservação da imagem, da identidade, da autonomia, dos valores, ideias e crenças, dos espaços e objetos pessoais.
Sabendo disso, responda:
Renata e Daniel desconfiam que André, seu filho de 9 anos, está tendo acesso a coisas inapropriadas para sua idade através da internet. Eles vasculham histórico de navegação, arquivos salvos no computador e impedem André de criar contas em redes sociais. A atitude dos pais de André desrespeita o artigo 17 do ECA?
GABARITO
A atitude tomada pelos pais de André não vai contra o artigo 17, pois nada impede que, caso os pais ou o responsável suspeitem de que algo está errado com o menor, venham a vasculhar seus pertences, por exemplo, visando a protegê-lo.
Com o advento das novas tecnologias e da internet, é comum ver os pais usando programas para controlar o acesso dos filhos à internet, ou proibir games inapropriados.
Este dispositivo também é limitante do poder familiar ao impedir o excesso nos meios de correção, pois os excessos poderão caracterizar o crime de maus-tratos previsto pelo art. 136 do Código Penal ou ainda o crime de tortura castigo, prevista no art. 1º, Inciso II da lei 9455/97.
E, finalmente, o artigo 18 do ECA, que assegura a dignidade da criança e do adolescente e que, além de prever o direito, estabelece também o dever de todos em zelar pelo mesmo.
Atividades
Questão 1: Juliana estava passeando no shopping com seu filho Rafael, de 4 anos de idade. O menino começou a insistir, ao passar na porta de uma loja, para que a mãe comprasse um brinquedo. Sem paciência, Juliana começou a arrastar o menino pelo braço e proferindo diversas ofensas. No momento, passou um Conselheiro pelo local. Qual seria a melhor conduta a ser praticada? 
GABARITO
O Conselheiro, considerando sua atribuição pelo artigo 18 B do ECA, incluído pela Lei 13010/14 teria atribuição para aplicar uma das medidas ali previstas. Cabe destacar que a aplicação de medidas não afasta a possiblidade da existência da prática de crime.
Questão 2: Nos últimos anos, o Estatuto da Criança e do Adolescente passou por diversas alterações. Dentre elas, a lei 13.010/14 promoveu alterações e incluiu os artigos 18 A e 18 B no Estatuto, vedando, na educação das crianças e adolescentes, a utilização:
 Apenas de castigo físico.
 De palmada na correção.
 Apenas de tratamento cruel ou degradante.
 De castigo físico e de tratamento cruel ou degradante.
 De castigo físico e de qualquer tipo de palmada.
Questão 3: A criança com necessidade de cuidados odontológicos especiais será atendida:
 Pelo Sistema Único de Saúde.
 Apenas por hospitais especializados.
 Por qualquer hospital, com prioridade.
 Pelo dentista de confiança, conveniado ao plano de saúde.
 Pelo dentista de confiança, desde que de hospital público.
Questão 4: Os hospitais e demais estabelecimentos de atenção à saúde de gestantes, públicos e particulares, são obrigados a:
 Manter registro das atividades desenvolvidas, através de prontuários individuais, pelo prazo de 21 anos.
 Identificar o recém-nascido mediante o registro de sua impressão plantar e digital e da impressão digital da mãe, dispensando outras formas normatizadas pela autoridade administrativa competente.
 Proceder a exames visando ao diagnóstico e à terapêutica de anormalidades no metabolismo do recém-nascido, embora não tenha que prestar orientação aos pais.
 Fornecer declaração de nascimento onde constem necessariamente as intercorrências do parto e do desenvolvimento do neonato.
 Manter alojamento conjunto, possibilitando ao neonato a permanência junto à mãe pelo período de três dias.

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