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Membranas biológicas e transporte A membrana plasmática tem dois papéis: isola o citoplasma e medeia as interacções entre a célula e o seu ambiente. É formada por proteínas e lípidos polares. membrana Cada tipo de membrana tem lípidos e proteínas característicos Proteína Fosfolípido Esterol Tipo de esterol Outros lípidos Mielina humana 30 30 19 Colesterol Galactolípidos, plsmalogéneos Fígado de rato 45 27 25 Colesterol - Folha de trigo 47 26 7 Sitoesterol Galactolípidos Levedura 52 7 4 Ergosterol TAGs, outros Paramécia 56 40 4 Estigmaeste rol - E. coli 75 25 0 - - Principais componentes da membrana plasmática (% em massa) de vários organismos Fosfatidilcolina, fosfatidiletanolamina, fosfatidilserina e esfingomielina Fosfatidilinositol (interior) Glicolípidos (exterior) Colesterol (interior e exterior) Componentes lipídicos da membrana plasmática O modelo do mosaico fluido As membranas são assimétricas – as proteínas e lípidos são diferentes nos dois lados da membrana Quando lípidos polares são misturados com água, podem-se formar três tipos de agregados: M Ácidos gordos Lisofosfolípidos Detergentes Micelas Bicamadas A bicamada lipídica é a base estrutural das membranas biológicas Vesícula Cavidade aquosa Lipossoma As proteínas das membranas associam-se com a membrana de várias maneiras Proteínas integrais e periféricas Disposição transmembranar da glicoporina dos eritrócitos A ligação das proteínas integrais à membrana é feita através de interacções hidrófobas. Proteínas integrais de membranas Interior Exterior -OOC H3N + H3N + -OOC Tipo I Tipo II Tipo III Tipo IV Tipo V Tipo VI Proteínas integrais da membrana dos eritrócitos Hélices α transmembranares Membranas externas de bactérias A membrana externa contém porinas que formam canais aquosos (folhas pregueadas β) permitindo a passagem de iões e pequenas moléculas Proteínas periféricas podem estar ancoradas na membrana por lípidos e glicolípidos . (ác. gordos, derivados glicosilados do fosfatidilinositol) As proteínas periféricas também se ligam aos lípidos por ligações iónicas, ou de hidrogénio As membranas biológicas são flexíveis devido às interacções não covalentes entre os lípidos. A estrutura e flexibilidade depende do tipo de lípidos e varia com a temperatura. Estado fluido Estado paracristalino (gel) Acima da temperatura fisiológica, o calor provoca o movimento das cadeias Abaixo da temperatura fisiológica, os movimentos estão constrangidos À temperatura fisiológica - (mamíferos 200 – 400) os lípidos estão num estado ordenado líquido. Há menos movimento térmico nas cadeias do que a temperaturas elevadas, mas o movimento lateral no plano da bicamada é permitido. À temperatura fisiológica: O empacotamento (estado paracristalino) é favorecido por: • Ácidos gordos saturados de cadeia longa • Colesterol O estado fluido é favorecido por: •Ácidos gordos saturados de cadeia mais curta •Ácidos gordos insaturados As células regulam a sua composição lipídica para manter a fluidez das membranas nas várias condições fisiológicas. % de ácidos gordos totais 10o C 20o C 30o C 40o C Ác. mirístico (14:0) 4 4 4 8 Ác. palmítico (16:0) 18 25 29 48 Ác. palmitoleico (16:1) 26 24 23 9 Ác. oleico (18:1) 38 34 30 12 Ác. Hidroximirístico 13 10 10 8 Razão insat/sat 2,9 2,0 1,6 0,38 Retirado de D.L. Nelson, M.M. Cox, Lehninger Principles of Biochemistry, 5th ed., Worth, N.Y. 2008. Composição em lípidos de células de E.coli cultivadas a diferentes temperaturas Movimento de fosfolípidos numa bicamada Às temperaturas fisiológicas a difusão “flip- flop” de uma molécula de um lípido ocorre muito lentamente. Enzimas que promovem o “flip- flop”: Flipases, flopases, scramblases Os lípidos e as proteínas difundem-se lateralmente na bicamada lipídica. A difusão lateral dos lípidos no plano da bicamada é muito rápida. Célula epitelial polarizada A difusão lateral das proteínas e lípidos pode ser restringida por junções entre as células Os esfingolípidos e o colesterol agregam-se em “jangadas”de lípidos (zonas mais espessas e menos fluidas da membrana) As jangadas são ricas em proteínas periféricas ancoradas a membrana por ác. gordos saturados e derivados glicosilados do inositol – proteínas GPI. Permeabilidade das bicamadas lipídicas Gases Moléculas hidrófobas Pequenas moléculas polares Grandes moléculas polares Moléculas carregadas Cl- H+ Transporte de moléculas através das membranas Difusão passiva (a) Difusão facilitada: proteinas canal (canais iónicos)(b) proteínas transportadoras (glúcidos, aa e nucleósidos)(c) Transporte activo (d) Difusão passiva Difusão através da membrana Transporte a favor do gradiente de concentração Processo não selectivo Não requer energia Difusão facilitada Transporte a favor do gradiente de concentração e do potencial eléctrico (moléculas carregadas) Mediada por proteínas Processo selectivo Não requer energia Quando iões de carga oposta estão separados por uma membrana permeável há um gradiente eléctrico transmembranar – potencial de membrana (Vm). O potencial de membrana é uma força condutora para o movimento dos iões que tende a reduzir o Vm. Antes do equilíbrio Depois do equilíbrio A direcção do movimento de um soluto carregado através de uma membrana, depende: Do gradiente químico (diferença de concentrações) Do gradiente eléctrico (Vm) Estes dois factores são designados por gradiente electroquímico Estrutura da proteína transportadora de glucose Modelo para a difusão facilitada da glucose Exemplo 1: proteína transportadora da glucose Exemplo 2: Permutador cloreto-bicarbonato da membrana do eritrócito Proteinas canal – formam poros na membrana permitindo a passagem de moléculas com tamanho e carga apropriados. Ex. Porinas (bactérias) - passagem de iões e pequenas moléculas polares através da membrana externa. Junções “Gap” – passagem de moléculas entre células. Aquaporinas – passagem de moléculas de água através das membranas de algumas células. Canais iónicos – Os mais bem caracterizados. Permitem a passagem de iões através das membranas. Modelo de um canal iónico Na conformação fechada o fluxo de iões está bloqueado por um “gate”. A abertura do “gate” permite a passagem dos iões. O canal tem um poro estreito que restringe a passagem a iões com o tamanho e carga adequada. Propriedades dos canais iónicos: 1- O transporte é muito rápido. 2- São altamente selectivos (tamanho dos poros e cargas no canal). 3 – A abertura dos canais é regulável por “gates” em resposta a estímulos : ligandos (“ligand-gated”) ou variações no potencial eléctrico (“voltage-gated”). Ex. Canal iónico (“ligand-gated”) Sinalização pela libertação de um neurotransmissor numa sinapse O neurotransmissor liga-se a receptores e abre canais iónicos na membrana plasmática da célula alvo. Modelo do receptor nicotínico da acetilcolina (células do músculo) A ligação da acetilcolina abre um canal que é permeável a Na+ e K+. O canal é rodeado por aa com carga negativa que impedem o fluxo de iões negativosTransporte activo – transporte contra gradientes electeoquímicos. Requer energia. Gradientes iónicos através da membrana plasmática de uma célula típica As baixas concentrações de Na+ e Cl- no interior equilibram a elevada concentração de compostos orgânicos igualando a pressão osmótica e impedindo o influxo de água. Modelo para a acção da bomba de Na+/K+ Consome cerca de 25% do ATP usado por muitas células animais. Transporte activo acoplado á hidrólise de ATP O transporte activo de Ca2+ é feito por uma bomba de Ca2+, estruturalmente parecida com a bomba de Na+ - K+ . Também depende da hidrólise de ATP A proteína transporta Ca2+ para fora da célula. Ca2+ intracelular : 0,1 µM Ca2+ extracelular: 1mM Pequenas variações no Ca2+ intracelular são sinalização para contracção muscular. Ex. transportador MDR que torna as células cancerosas resistentes à quimioterapia A maior família de transportadores de membrana são transportadores ABC (ATP Binding Cassete) Nas células animais, a bomba de Na+- K+ mantém as diferenças nas concentrações citosólicas e extracelulares de Na+ e K+ e o gradiente resultante, é usado como fonte de energia para outros processos de transporte. Transporte ativo conduzido por gradientes iónicos (Transporte ativo secundário) Ex. O gradiente de Na+ é usado para transportar glucose para dentro das células epiteliais do intestino. Transporte ativo primário e secundário X X X X X X X X S S S S S Ex. Transporte activo da glucose conduzido pelo gradiente de Na+ . O transportador conduz uma molécula de glucose e dois iões Na+ para dentro da célula. Tipos de transporte: Simporte – transporte de 2 moléculas na mesma direcção. Ex. captura coordenada de glucose de Na+ . Uniporte – transporte de uma única molécula. Ex. difusão facilitada de glucose. Antiporte – Duas moléculas são transportadas em direcções opostas. Ex. bomba de Na+ - K+ , proteína que troca Na+ - H+ (reguladora do pH intracelular)
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