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GESTÃO DA CADEIA DE 
SUPRIMENTOS: UMA ANÁLISE DA 
PRODUÇÃO CIENTÍFICA 
 
Tainan Rodrigues de Oliveira Neves (PUCPR) 
tainan_neves@hotmail.com 
Everton Drohomeretski (FAE/PUCPR) 
profeverton.d@hotmail.com 
Sergio E. Gouvea da Costa (PUCPR/UTFPR) 
s.gouvea@pucpr.br 
 
 
 
A gestão da cadeia de suprimentos, mais conhecida como supply chain 
management (SCM), tem sido amplamente estudada e discutida tanto 
no ambiente profissional quanto acadêmico. Por apresentar uma 
característica de integração dos processos-chhave dos negócios, o 
SCM abrange diversas áreas do conhecimento com intuito de gerar 
vantagem competitiva aos seus agentes. A literatura existente acerca 
desse campo indica pesquisas em várias dessas áreas de SCM. Dessa 
forma, este artigo apresenta uma análise da literatura de SCM, com 
objetivo de identificar as principais características de pesquisa em 
artigos científicos publicados em periódicos internacionais, no período 
de 1996 a março de 2012. Para atingir esse objetivo, os artigos foram 
mapeados e utilizou-se a metodologia de análise bibliométrica, que 
forneceu informações para identificar quais áreas de SCM tem sido 
mais explorada nesses artigos, além de identificar número de 
periódicos, autores e métodos mais utilizados. A análise foi baseada 
em dois pontos principais: a) um estudo quantitativo em relação à 
frequência de artigos no período determinado, número de publicações 
por periódico e métodos de pesquisa utilizados; e b) a criação de 
categorias para as áreas de pesquisa mais latentes com síntese dos 
autores relacionados a cada tema. Como resultado principal desse 
artigo tem-se a apresentação da evolução no campo de SCM e as áreas 
de pesquisa mais discutidas no universo de publicações estudado. 
 
Palavras-chaves: Gestão da cadeia de suprimentos, bibliometria, SCM 
XXXII ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO 
Desenvolvimento Sustentável e Responsabilidade Social: As Contribuições da Engenharia de Produção 
Bento Gonçalves, RS, Brasil, 15 a 18 de outubro de 2012. 
 
 
 
XXXII ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO 
Desenvolvimento Sustentável e Responsabilidade Social: As Contribuições da Engenharia de Produção 
Bento Gonçalves, RS, Brasil, 15 a 18 de outubro de 2012. 
 
 
 
 
 
 
 
2 
 
1. Introdução 
A gestão da cadeia de suprimentos, conhecida amplamente como Supply Chain Management 
(SCM), tem recebido atenção desde o início dos anos 1980. Desde então muitos autores tem 
destacado a importância desse novo modelo colaborativo e atribuído-lhe conceitos e 
elementos determinantes para ganhar vantagem competitiva. 
A evolução no campo da gestão da cadeia de suprimentos foi impulsionada, principalmente, 
pelas mudanças rápidas na prática global dos negócios. Bales et al. (2004) confirmam que 
esse novo contexto tem forçado as empresas a constantemente reavaliarem, em um nível 
estratégico, as formas que objetivam agregar valor e reduzir os custos ao longo do negócio. 
O SCM caracteriza-se, portanto, pela integração de processos-chave que agregam valor aos 
produtos ou serviços desde os fornecedores primários até o cliente final. Tan et al. (2002) 
argumentam que SCM é uma filosofia de gestão que se estende além das atividades intra-
empresariais, e que busca por meio da colaboração e parceria alcançar um objetivo comum a 
todos os agentes envolvidos, além de apresentar uma importante estratégia organizacional 
com intuito de melhorar o desempenho a longo prazo da cadeia como um todo. 
Cambra e Polo (2008) consideram o SCM como um fator determinante para o sucesso dos 
negócios, e destacam que o mesmo exige uma visão macro da cadeia de abastecimento que 
integra todos os elementos e áreas principais do sistema. Quanto à concepção da cadeia, 
existem autores discutindo SCM relacionado a diversas áreas, dentre elas, atividades 
logísticas, integração ao longo da cadeia, compartilhamento de informações, e práticas de 
sustentabilidade (CROOM et al., 2000). 
O objetivo deste artigo é identificar quais são as principais características das pesquisas 
ligadas ao gerenciamento da cadeia de suprimentos entre os anos de 1996 e 2012. Tem, 
portanto, como contribuição a categorização de áreas do SCM que têm sido mais discutidas 
em periódicos internacionais, identificadas a partir de uma revisão e mapeamento da 
literatura. 
Estudos correlatos em SCM já foram realizados por autores como Seuring e Müller (2006) e 
Giannakis (2012), que desenvolveram uma análise estruturada da literatura acerca do tema 
nos últimos anos. O artigo está estruturado em 5 seções: introdução, seguida pela 
fundamentação teórica acerca do campo de SCM e apresentação da metodologia de pesquisa, 
a análise das publicações estudadas e as considerações finais do artigo. 
 
2. Gestão da Cadeia de Suprimentos (SCM) 
Segundo Cooper et al. (1997), apesar do conceito de cadeia de suprimentos ter surgido em 
torno de 1980, seus pressupostos fundamentais como gerenciamento de operações inter-
organizacionais, sistemas integrados e troca de informações são mais antigos. 
O termo gestão da cadeia de suprimentos ganhou maior relevância e tornou-se um campo de 
estudo emergente. O número de sessões abordando o SCM na Annual Conferece of the 
Council of Logistic Management, além de publicações e revistas dedicadas ao SCM, tem 
crescido nos últimos anos. No entanto, mesmo ganhando destaque, ainda há uma considerável 
 
XXXII ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO 
Desenvolvimento Sustentável e Responsabilidade Social: As Contribuições da Engenharia de Produção 
Bento Gonçalves, RS, Brasil, 15 a 18 de outubro de 2012. 
 
 
 
 
 
 
 
3 
confusão quanto ao significado do termo SCM. Autores como Cooper, Lambert e Pagh (1997) 
apontaram a existência de múltiplas perspectivas relacionadas a logística e SCM, observando 
que profissionais e educadores têm abordado vários conceitos sobre a cadeia de suprimentos, 
tais como: definindo-a como a própria logística, como uma extensão da logística, ou como 
uma abordagem mais abrangente para integração de negócios. 
Cooper et al. (1997) argumentam que a logística e SCM não têm a mesma definição, portanto, 
não há necessidade de substituir os termos, como defende a perspectiva de renomeação do 
campo da logística para SCM. Os autores explicam ainda que na realidade, esse conceito 
intensifica a confusão no campo ainda emergente da SCM e reduz a importância de atingir um 
nível mais amplo de integração entre as empresas. Construir e gerenciar o relacionamento 
entre os membros da cadeia constitui um fator importante no conceito de SCM, pois uma 
cadeia integrada por parceiros deve ser gerenciada de maneira diferente de uma organização 
que atua de forma isolada. 
Definições como a do Centro Internacional de Excelência Competitiva de 1994 já contribuiam 
com essa afirmação, identificando SCM como a integração dos processos do negócio desde o 
usuário final até os fornecedores primários de matéria-prima, serviços e informações que 
agregam valor para os clientes. 
Ballou (2007) confirma que a SCM não é uma abordagem nova e reconhece que muitas áreas 
da logística foram incorporadas e formam a base da SCM, inferindo que a transferência de 
mercadorias de uma entidade empresarial para outra requer coordenação de demanda e 
fornecimento ao longo do canal. Dessa forma, autores como Ballou acreditam que SCM é um 
processo evolutivo, como demonstra a Figura 1. 
 
Figura 1 – Processo evolutivo SCM 
Fonte – Ballou (2007) 
 
 
XXXII ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO 
Desenvolvimento Sustentável e Responsabilidade Social: As Contribuições da Engenharia de Produção 
Bento Gonçalves,RS, Brasil, 15 a 18 de outubro de 2012. 
 
 
 
 
 
 
 
4 
O Council of Supply Chain Management Professionals (CSCMP) determina que SCM 
engloba o planejamento e a gestão de todas as atividades envolvidas na terceirização e 
aquisição, transformação e gestão das atividades logísticas. Além disso, também inclui a 
coordenação e colaboração com parceiros de canal, os quais podem ser fornecedores, 
intermediários, prestadores de serviços terceirizados e clientes. 
O estudo de Larson et al. em 1999 surgiu de uma discussão entre os autores sobre a 
diferenciação entre logística e SCM, e propõe quatro perspectivas conceituais: a 
tradicionalista, a visão de reclassificação da logística para SCM, a unionista e a perspectiva de 
interseção. A Figura 2 ilustra essas quatro perspectivas. 
 
Figura 2 – Diferentes perspectivas da Logística e o SCM 
Fonte – Adaptado Larson et al. (1999) 
 
Larson et al. (1999) ainda consideram que se a logística e a SCM são campos que compõem o 
âmbito dos negócios, então essas quatro perspectivas demonstram quais as formas possíveis 
de os dois campos ser relacionarem. Dessa forma, a logística pode ter o mesmo conceito que a 
SCM (reclassificação), pode englobar a SCM (tradicionalista), pode estar contida no universo 
da SCM (unionista) ou a logística e a SCM podem se sobrepor parcialmente (interseção). 
Neste sentido, Larson et al. (1999) explicam que a visão tradicionalista define SCM como 
uma função ou subconjunto da logística, que trata do ambiente externo à organização, ou 
entre organizações, e inclui clientes e fornecedores. A perspectiva de interseção defende que 
SCM não é um subconjunto da logística, mas sim uma estratégia ampla, que passa através de 
processos de negócios e através dos canais. Tan et al. (2002) veem a SCM como uma 
abordagem estratégica integrada no gerenciamento de áreas funções. 
Já a perspectiva unionista é definida por Larson et al. (1999) como um campo amplo, que 
engloba os elementos estratégicos e táticos em várias áreas funcionais do negócio, como 
compras, logística, operações e marketing. Já a visão de reclassificação implica simplesmente 
em uma mudança de nome, sem alterações na descrição dessa área e suas atividades. 
Por fim, a perspectiva unionista é defendida pelo (CSCMP), a principal organização de 
profissionais, pesquisadores e acadêmicos da área, que considera que a logística corresponde 
 
XXXII ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO 
Desenvolvimento Sustentável e Responsabilidade Social: As Contribuições da Engenharia de Produção 
Bento Gonçalves, RS, Brasil, 15 a 18 de outubro de 2012. 
 
 
 
 
 
 
 
5 
à parte da SCM que planeja, implementa e controla o transporte, fluxo reverso, armazenagem 
de mercadorias e informações relacionadas entre o ponto de origem e o ponto de consumo, 
com intuito de atender as necessidades dos clientes. 
A SCM como uma filosofia de gestão procura a sincronização e convergência das 
competências estratégicas e operacionais dos agentes externos e internos à cadeia. Neste 
sentido, Mentzer (2001) sugere que os limites do SCM incluem não somente a logística, mas 
também outras funções dentro da firma ou dentro da cadeia, objetivando criar valor e 
satisfação para os consumidores. 
Dessa forma, é possível identificar que o SCM abrange diversos elementos-chave, e, portanto, 
diversas áreas do conhecimento. Segundo Croom et al. (2000), a gestão da cadeia de 
suprimentos envolve características de pesquisa como atividades logísticas, integração ao 
longo da cadeia, compartilhamento de informações, sustentabilidade, entre outras. 
O trabalho de Marra et al. (2012) apontou como resultado de uma análise estruturada da 
literatura de gestão do conhecimento na gestão da cadeia de suprimentos, baseada em 58 
artigos publicados entre os anos de 2000 e 2010, quais áreas têm sido comumente estudadas e 
aplicadas: terceirização, desenvolvimento de novos produtos, construção, apoio à decisão, 
gerenciamento de riscos, agilidade, aquisição e desempenho organizacional. A Figura 3 
apresenta essas áreas específicas do SCM. 
 
Figura 3 – Áreas de SCM 
Fonte – Marra (2012) 
 
Cambra-Fierro e Ruiz-Benítez (2011) também desenvolveram trabalho semelhante ao 
identificar fatores-chave para o gerenciamento da cadeia de suprimentos. Dentre esses fatores 
estão áreas de: atendimento ao cliente, integração da SC, produção e operação, distribuição e 
armazenagem, tecnologia, logística reversa e green supply chain, e alianças estratégicas. 
Ainda Cambra-Fierro e Ruiz-Benítez (2011) argumentam que todas as áreas específicas 
devem ser devidamente gerenciadas em prol de um objetivo comum a toda cadeia e que 
deverá gerar maior valor aos clientes e stakeholders em geral. Está bem estabelecido que a 
gestão da cadeia de suprimentos consiste em um fator importante para o sucesso dos negócios 
envolvidos (MACFARLAND et al., 2008). 
 
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Desenvolvimento Sustentável e Responsabilidade Social: As Contribuições da Engenharia de Produção 
Bento Gonçalves, RS, Brasil, 15 a 18 de outubro de 2012. 
 
 
 
 
 
 
 
6 
Diversos autores apontam ganhos que o SCM pode proporcionar às empresas envolvidas 
nesse arranjo colaborativo. O trabalho de Wilson (1996) se propôs a examinar o paradigma do 
SCM no contexto de alimentos frescos, no caso bananas, pois a natureza perecível implica na 
exigência em movimentação de forma rápida e eficiente do produtor ao varejista. Alguns dos 
benefícios encontrados nesse estudo foram: economia de escala, redução do número de 
fornecedores, maior controle dos produtos, maior envolvimento com os fornecedores, 
participação em atividades como pesquisa e desenvolvimento, menor obsolescência, 
rastreabilidade do produto, e investimentos compartilhado por vários agentes da cadeia. 
Outro trabalho desenvolvido por Gunasekaran et al. (2004) aplicou um survey com intuito de 
estudar as medidas de desempenhos e métricas usadas em um ambiente de SCM. Quando 
indagados sobre as vantagens proporcionadas pela gestão da cadeia de suprimentos, foi 
identificado que, de acordo com os entrevistados, o esforço focado em gerir cuidadosamente a 
SCM produziu benefícios financeiros e competitivos para as empresas participantes, 
aumentando o retorno sobre o investimento, além de conquistar os clientes e melhorar o 
serviço prestado. 
De acordo com Kotzab et al. (2011), em seu trabalho para o desenvolvimento de um modelo 
conceitual de SCM, há evidências de que a execução eficaz de SCM pode resultar em 
melhorias no desempenho das empresas, e isso ocorre principalmente devido à maior 
integração de processos de negócios internos e externos. Li et. al. (2006), em um estudo com 
cerca de 200 empresas, também concluíram que níveis mais elevados de SCM podem 
conduzir a uma maior vantagem competitiva e melhor desempenho das empresas envolvidas 
na cadeia. 
 
3. Metodologia 
Segundo Rann e Leeuwen (2002), a geração de conhecimento deve iniciar com a pesquisa do 
que já foi previamente publicado com relação ao tema proposto para estudo. Para gerar esse 
conhecimento, utiliza-se da disponibilidade de bases de dados para o processo de busca e 
seleção de artigos acerca de uma área de conhecimento. 
No entanto, com o grande volume de informações geradas nos últimos anos, faz-se necessário 
o uso de métodos que permitam construir e sistematizar o entendimento, a fim de extrair 
conclusões sobre o conjunto de resultados analisados. A análise bibliométrica constitui um 
desses métodos e fornece a descrição dos aspectos difundidos na literatura. 
Esse estudo segue o método da análise bibliométrica, que segundo Pilkington e Fitzgerald(2006) e Pereira et al. (2011), corresponde a uma análise quantitativa da literatura, a qual 
permite uma análise mais objetiva da produção científica. Essa mensuração da produção 
científica, que pode estar na forma de artigos, publicações, citações, patentes, entre outros, 
utiliza a aplicação de técnicas estatísticas e matemáticas para capturar informações como 
pontos relevantes da literatura, ou autores e periódicos mais citados. 
Seuring e Müller (2008) também realizaram uma pesquisa utilizando métodos quantitativos 
no campo da sustentabilidade e gestão da cadeia de suprimentos. Em seu estudo os autores 
seguiram a metodologia de análise bibliométrica para realizar uma análise descritiva, 
avaliando os aspectos formais do material, como o número de publicações por ano, 
proporcionando um cenário-base para estudos subsequentes, além de trabalhar com seleção de 
categorias, ou seja, dimensões estruturais aplicadas ao material coletado. 
 
XXXII ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO 
Desenvolvimento Sustentável e Responsabilidade Social: As Contribuições da Engenharia de Produção 
Bento Gonçalves, RS, Brasil, 15 a 18 de outubro de 2012. 
 
 
 
 
 
 
 
7 
Para coleta de dados foram utilizadas as seguintes bases de dados: Academic Search Premier 
– ASP (EBSCO), Cambridge Journals Online, Emerald Fulltext (Emerald), Environmental 
Engineering Abstracts (CSA), Oxford Journals (Oxford University Press), ScienceDirect 
(Elsevier), IEEE Xplore, SCOPUS (Elsevier), SpringerLink (MetaPress), Web of Science 
(Thomson Scientific / ISI Web Services), e Wiley Online Library. A pesquisa nas bases de 
dados ocorreu entre os meses de Março e Abril de 2011, adotando as seguintes palavras-
chave: Supply Chain, Supply Chain Management, SCM, Network Supply e Extended 
Enterprise. 
A partir da busca nas bases de dados, foram selecionados 154 artigos referentes ao SCM para 
serem estudados. A análise dos artigos segue na seção seguinte e refere-se tanto a uma análise 
quantitativa, como em relação a frequência e percentagem de publicações ao longo dos 
últimos anos, relação de periódicos, e métodos de pesquisa relacionadas a gestão da cadeia de 
suprimentos (SCM), quanto consiste em uma síntese teórica sobre as áreas de SCM que têm 
sido mais estudadas entre os anos de 1996 e março de 2012. 
 
4. Análise dos Dados 
A análise dos dados segue por meio da utilização de meios quantitativos e qualitativos. 
Quanto a análise quantitativa, tem-se a frequência dos artigos distribuídos pelos anos 
estudados e a quantidade de artigos publicados em cada periódico. 
Dos 154 artigos selecionados, nota-se que até 2000 somente 10 artigos relacionado com SCM 
foram publicados. Entre os anos de 2001 e 2009 foram publicados 84 artigos, representando 
aproximadamente 54,5% de todos os artigos analisados. Já nos anos de 2010 e 2011, o 
número de publicações anual aumentou para 21 e 30 artigos, respectivamente. Os dois últimos 
anos representam em conjunto aproximadamente 33% do universo de artigos selecionados. A 
Figura 4 apresenta essa evolução do número de publicações por ano. 
 
 
Figura 4 – Publicações por ano 
 
Também foi quantificado o número de publicações em cada revista estudada. Ao analisar as 
publicações quanto às revisas mais frequentes, nota-se que entre os 154 artigos, a maioria foi 
publicado na revista Supply Chain Management: An International Journal, a qual sozinha 
apresenta um total de 41 artigos, ou seja, em torno de 27% de todos os artigos estudados. 
 
XXXII ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO 
Desenvolvimento Sustentável e Responsabilidade Social: As Contribuições da Engenharia de Produção 
Bento Gonçalves, RS, Brasil, 15 a 18 de outubro de 2012. 
 
 
 
 
 
 
 
8 
Foi possível observar ainda que 8 revistas, com entre 4 e 9 publicações, somaram 46 artigos e 
16 revistas publicaram 40 artigos do total. Já as revistas com somente uma publicação 
representaram 17,5%, com 27 artigos, de acordo com a Tabela 1. 
 
Revista Publicações 
Supply Chain Management: An International Journal 41 
International Journal of Physical Distribution&Logistics Management 9 
Journal of Cleaner Production 7 
International Journal of Production Economics 7 
European Journal of Purchasing & Supply Management 6 
The Journal of Supply Chain Management 5 
Transportation Research Part E 4 
Business Strategy and the Environment 4 
International Journal of Operations & Production Management 4 
Tabela 1 – Publicações por revista 
Revista Publicações 
The International Journal of Logistics Management 3 
Journal of Economic Geography 3 
The Journal of Supply Chain Management: A Global Review of Purchasing and 
Supply 3 
Benchmarking: An International Journal 3 
Journal of Manufacturing Technology Management 3 
International Journal of Productivity and Performance Management 3 
Corporate Social Responsibility and Environmental Management 3 
Omega - The Internacional Journal of Management Science 3 
Decision Sciences 2 
Journal of Business Logistics 2 
Industrial and Corporate Change 2 
Journal of Operations Management 2 
Industrial Management & Data Systems 2 
Management Research Review 2 
Decision Support Systems 2 
Procedia Social and Behavioral Sciences 2 
Outros 27 
Tabela 1 (Continuação) – Publicações por revista 
 
Foram levantados também os métodos utilizados em cada um dos 154 artigos. Observa-se que 
o método mais utilizado nesse universo foi o teórico-conceitual, somando 66 artigos, o 
referente a aproximadamente 43% do total. Seguido desse método foram utilizados também 
estudos de caso, survey e modelagem matemática, cada um representando respectivamente 
23%, 22% e 5% dos artigos analisados, conforme mostra a Figura 5. 
 
 
XXXII ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO 
Desenvolvimento Sustentável e Responsabilidade Social: As Contribuições da Engenharia de Produção 
Bento Gonçalves, RS, Brasil, 15 a 18 de outubro de 2012. 
 
 
 
 
 
 
 
9 
 
Figura 5 – Metodologias de pesquisa 
 
A partir da seleção dos 154 artigos e com base na análise de conteúdo, foi possível categorizar 
essas publicações de acordo com as principais características das pesquisas. Dessa forma, a 
leitura dos resumos permitiu identificar tanto as metodologias utilizadas, como a identificação 
do foco específico de cada artigo, de acordo com a Figura 6. Os artigos foram distribuídos em 
8 categorias: 
- Green supply chain management (GSCM): Publicações que objetivam mostrar a 
integração das preocupações ambientais com o SCM. Essa sub-área que representa a 
sustentabilidade na cadeia de suprimentos é amplamente explorada como Green Supply 
Chain Management; 
- SCM (Modelos e Conceitos): Artigos que buscam conceituar a gestão da cadeia de 
suprimentos e propor modelos para sua implementação; 
- Parceria e Colaboração: Artigos que abordam uma relação de parceria e colaboração 
nesse modelo integrado do SCM, explicitando o estabelecimento e compromisso como 
fator-chave da cadeia. Os autores que tratam desse tema mostram ainda os riscos e 
benefícios envolvidos na criação dessa relação de compartilhamento e alinhamento 
estratégico; 
- Lean supply chain management (LSCM): Objetiva a integração de conceitos de 
produção enxuta, conhecida como lean manufacturing com intuito de melhorar o valor 
percebido pelos clientes, eliminação de fontes de desperdício e aumento da eficiência da 
cadeia como um todo; 
- Medição de Desempenho: Publicações com objetivo de propor modelos/sistemas de 
medição de desempenho para toda cadeia de suprimentos; 
- Gerenciamento de riscos: Buscam ampliar o conceito de gerenciamento deriscos na 
cadeia de suprimentos e propor uma nova metodologia para capturar aspectos tanto de 
operações, quanto de questões financeiras de tomada de decisão; 
 
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- TI e Gestão do Conhecimento: Esses artigos referem-se a criação de estruturas que 
combinam elementos de recursos tecnológicos e gestão do conhecimento humano ao longo 
da cadeia, para auxiliar nas operações e tomadas de decisão; 
- Agile SCM: Artigos que focam em cadeias de suprimentos ágeis, as quais, por meio da 
integração de parceiros de negócios para desenvolvimento de novas competências, possam 
responder rapidamente às mudanças de mercado. 
 
De acordo com a Figura 6, é possível verificar que entre os 154 artigos selecionados, mais de 
35% correspondem a publicações que discutem o GSCM, evidenciando sua importância, 
práticas e modelos de implementação dessa perspectiva sustentável nas cadeias de 
abastecimento. Em seguida tem-se artigos que visam expandir o conceito de SCM e os 
benefícios de sua implementação, a qual é proposta por muitos autores por meio de 
modelos/frameworks que são testados em estudos de caso. 
É importante destacar que a categoria de GSCM engloba publicações que abordam a 
sustentabilidade como assunto central, distribuída em artigos que focam em práticas do green 
supply chain, outros que focam especificamente em logística reversa e outros que tratam da 
sustentabilidade nos seus três pilares. 
A segunda categoria que apresentou maior número de artigos está relacionada a definições de 
gestão da cadeia de suprimentos com propostas e estudo de modelos para sua implementação, 
além de particularidades como discussões sobre cadeias de suprimentos globais, modelos de 
SCM flexíveis e da discussão em torná-lo uma disciplina. 
 
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11 
 
Figura 6 – Distribuição por categorias 
 
5. Considerações Finais 
Este artigo propôs a identificação de características de pesquisa no campo de SCM entre 1996 
e março de 2012, por meio do processo de seleção e análise do referencial teórico de 
 
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periódicos internacionais acerca do tema. A contribuição que o artigo apresenta está no 
conhecimento dessas características, mostrando quais sub-áreas do SCM estão sendo mais 
exploradas a partir da amostra analisada. 
A análise bibliométrica permitiu visualizar que as publicações no campo de SCM tem 
crescido ao longo dos últimos anos (aproximadamente 40% dos artigos foram publicados nos 
últimos dois anos), evidenciando que este demonstra-se um campo emergente e corresponde a 
um fator importante para criação de vantagem competitiva das organizações envolvidas. 
Dessa maneira, tem sido amplamente discutido e implementado. 
Entre as áreas categorizadas, nota-se que dos 154 artigos selecionados, mais de 60% deles 
corresponde a difusão dos conceitos e modelos de implementação de SCM e gerenciamento 
de cadeias de suprimentos que abordam a questão da sustentabilidade. A maioria desses 
artigos foca em gerenciamento de cadeias sustentáveis (GSCM) que incorporam práticas e 
questões estratégicas integradas ao longo do negócio. 
Ainda conforme a categorização realizada, identifica-se que poucos artigos representam a 
preocupação com gerenciamento dos riscos inerentes à cadeia de suprimentos (cerca de 5%), 
que consiste em uma questão importante no campo de SCM, pois a incapacidade de gerenciá-
los torna as empresas mais propensas a reduzir o desempenho geral da cadeia. 
Portanto, com esse estudo foi possível inferir que o campo de SCM tem crescido na literatura 
e no âmbito profissional, impulsionado pelos casos de sucesso e ganhos que o mesmo pode 
proporcionar. Além disso, o campo apresenta diversas características de pesquisa, as quais 
sugere-se para trabalhos futuros pesquisas ligadas às áreas do SCM elencadas para que, em 
conjunto, possam compor o sistema na busca pela constante melhoria no desempenho global 
da cadeia de suprimentos. 
 
Referências 
BALES, R. R.; MAULL, R. S. & RADNOR, Z. The development of supply chain 
management within the aerospace manufacturing sector. Supply Chain Management: An 
International Journal. Vol. 9, N. 3, p. 250-255, 2004. 
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