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Caso Concreto 5 Direito Penal I


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Direito Penal I
Bruno Mozer de Azevedo (mat. 201201319978)
Caso concreto 2
Leia a notícia abaixo e responda às questões formuladas. 
Plenário do Supremo julgará caso de furto de chinelo de R$ 16
Homem foi condenado a um ano de prisão, mas ministro suspendeu punição.
Mariana Oliveira
Do G1, em Brasília, 05/08/2014
O plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) vai julgar, em data a ser definida, um processo no qual um homem foi condenado a um ano de prisão e dez dias -multa pelo furto de um par de chinelos avaliado em R$ 16. Como era reincidente, a Justiça de Minas Gerais determinou que a punição deveria ser cumprida em regime semiaberto, pelo qual o preso pode deixar o presídio para trabalhar durante o dia. Com base nos estudos realizados sobre os princípios norteadores, limitadores e garantidores de Direito Penal, responda de forma objetiva e fundamentada: quais as possíveis teses defensivas a serem apresentadas? 
Resposta: A principal tese a ser apresentada pela defesa é a invocação do princípio da insignificância. Esse princípio, embora não inserido no nosso direito objetivo, é amplamente debatida pela doutrina e utilizado por operadores de direito e propõe que quando a conduta for materialmente insignificante não ensejará a proteção por parte do direito penal, tratando-se de fato atípico. Isso ocorre em consequência do princípio da intervenção penal mínima e seus corolários subsidiariedade, fragmentariedade, lesividade e adequação social. Segundo Assis Toledo “Segundo o princípio da insignificância, que se revela por inteiro pela sua própria denominação, o direito penal, por sua natureza fragmentária, só vai aonde seja necessário para a proteção do bem jurídico. Não deve ocupar-se de bagatelas”. Ora, se é o direito penal a ultima ratio é mister que lesões insignificantes aos bens jurídicos não devem ser alcançadas por ele. O STF define como requisitos para aplicação do princípio da insignificância a mínima ofensividade da conduta do agente, a nenhuma periculosidade social da ação, o reduzido grau de reprovabilidade do comportamento e a inexpressividade da lesão jurídica provocada. Analisando o caso concreto percebemos que todos os requisitos são atendidos, logo, a aplicação desse princípio provavelmente será aceita pelo juiz. É bom ressaltar que em 2015 no HC 123.108 MG o STF entendeu que “a reincidência não impede, por si só, que o juiz da causa reconheça a insignificância penal da conduta” o que não era aceito anteriormente, então, o fato de o réu ser reincidente não deverá ser impedimento para o acolhimento da tese defensiva. Atualmente ao julgar o HC 138.697 / MG a segunda turma do STF confirmou essa tese entendendo que “ainda que conste nos autos registro de uma única condenação anterior (...), ante inexpressiva ofensa ao bem jurídico protegido e a desproporcionalidade da aplicação da lei penal ao caso concreto, deve ser reconhecida a atipicidade da conduta. Possibilidade da aplicação do princípio da insignificância.”. Abaixo a ementa:
Ementa: PENAL. HABEAS CORPUS. PACIENTE CONDENADO PELO CRIME PREVISTO NO ART. 155, CAPUT, COMBINADO COM O ART. 61, I E ART. 65, III, TODOS DO CÓDIGO PENAL. PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA. CONDENAÇÃO ANTERIOR. POSSE DE ENTORPECENTES PARA USO PRÓPRIO. ART. 16 DA LEI 6.368/1976. APLICAÇÃO. POSSIBILIDADE. ORDEM CONCEDIDA.
Questão Objetiva
Questão correta é a alternativa C.