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resumo montesqueieu

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CIENCIAS POLÍTICAS 
BARÃO DE MONSTESQUIEU 
 
CONTEXTO HISTÓRICO 
• Decadência da aristocracia francesa, após o reinado de Luís XIV. A nobreza se reduz à condição de 
classe cortesã. 
• Século XVIII, conhecido como Século das Luzes. 
• Iluminismo, contraposto à “Idade das Trevas” (Idade Média). 
1. Alguns representantes do Iluminismo: Montaigne, Voltaire, Diderot, Condillac, D’Alembert, 
Montesquieu e Jean-Jacques Rousseau. 
2. Época de grandes revoluções, impondo o fim dos regimes absolutistas (ancién regime), em 
especial na França. 
3. Fé na razão, na ciência e no homem. 
4. Todas as questões humanas deveriam ser submetidas ao crivo da razão. 
5. influência platônica. “Reis-filósofos”. 
• Decadência da aristocracia francesa, durante e após o reinado de Luís XIV. A nobreza se reduz à 
condição de classe cortesã. 
 
CHARLES-LOUIS DE SECONDAT, BARÃO DE MONTESQUIEU 
• Nascido em Bordeaux/França, 18/01/1689; falecido em Paris, 10/02/1755 
• Membro da aristocracia provinciana francesa. Família nobre. 
• Jurista de sólida formação humanística (tinha opiniões e textos acerca de física newtoniana, fisiologia, 
história, direito, estética, economia, geografia, geologia e ciência política), foi freqüentador da 
Academia Francesa de Letras e dos círculos boêmios de Paris 
• Severo crítico da monarquia absolutista decadente e do clero, apesar da formação religiosa 
• Principais obras: 
1. Cartas Persas, 1721 – Cartas imaginárias de dois persas, Rica e Usbeck, acerca da França no 
período de Luís XIV. As duas personagens escrevem para seus amigos na Pérsia descrevendo 
tudo o que vêem em Paris. Por meio desta narrativa, Montesquieu critica os costumes, as 
instituições políticas e os abusos da Igreja Católica e do Estado absolutista na França da época. 
O livro relativiza os valores de uma civilização pela comparação com os de outra, muito 
distintos. Primeira grande crítica à Igreja no Século XVIII. 
2. Causa da grandeza dos romanos e de sua decadência, 1734. As premissas constantes de 
O Espírito das Leis já são apresentadas nesta obra, escrita quando do retorno do autor à 
França, após viagem à Inglaterra. No livro, Montesquieu argumenta que Roma nasce e morre 
conforme um organismo que se transforma segundo leis que lhe são imanentes. Um grande 
número de fatores (clima, natureza, terreno, cultura local, tradições) forjou o destino daquele 
império. Aqui, o autor já alertava que a ruína de um Estado iniciava com a corrupção de seus 
princípios. 
3. Contribuições para a Enciclopédia organizada por Diderot e D’Alambert 
4. O Espírito das Leis, 1748. Principal obra, que lhe rendeu notoriedade. Incluída no Index, lista 
de livros proibidos aos católicos. 
• Influenciado por Newton, Maquiavel, Vico, Hobbes e Locke, sua obra tem grande abrangência temática 
• É considerado, por Raymond Aron, como fundador da Sociologia 
 
 
Questão central de Montesquieu: não basta decidir sobre a base social do poder. É igualmente 
importante determinar a forma de governo e garantir que o poder, mesmo legítimo em sua origem 
social, não se torne ilegítimo pelo eventual arbítrio do seu uso. 
 
 
PROBLEMA E MÉTODO 
• Analisar extensa e profundamente a estrutura dos fatos humanos e formular um esquema 
interpretativo do mundo histórico, político e social. 
• Exclusão de toda intencionalidade moral ou religiosa de suas análises (rigorosa separação entre ser e 
dever ser) e superação da perspectiva metafísica presente no pensamento cartesiano. 
• O autor pretende descobrir a natureza das coisas em si, realizando, para isso, observações empíricas (e 
não meras deduções lógicas), análises comparativas e enunciado leis hipotéticas que governam os 
homens. 
• Conceito de lei = Relações necessárias que derivam da natureza das coisas. Cada domínio possui suas 
próprias leis. Os homens têm as suas leis, tal como as inteligências superiores ou o mundo físico. 
 
FORMAS DE GOVERNO 
• Reduz as diversas formas de governo a três: despotismo, monarquia e república (aristocrática ou 
democrática) 
• Cada forma de governo é definida segundo uma natureza (estrutura, o que faz o governo ser como é) e 
um princípio orientador (paixões humanas, o que movimenta, o que propulsiona o governo). 
Esquematicamente: 
 
 
NATUREZA ( ESTRUTURA) PRINÍCPIO (PAIXÕES HUMANAS 
República 
Governada pelo corpo do povo (república democrática) ou 
por parte do povo (república aristocrática). Governo 
moderado. Adequada a territórios pequenos (o bem comum 
é mais conhecido, mais próximo dos cidadãos). 
Virtude, entendia como amor à pátria, amor à 
res publica. Ama-se a pátria como algo que é 
de todos. A pátria é percebida como 
pertencente a todos, que se consideram iguais 
entre si. 
A aristocracia, para Montesquieu, é a 
democracia depurada, onde o poder estaria 
reservado aos cidadãos distintos pelo 
nascimento e preparados ao governo pela 
educação. Os governos aristocráticos 
demandam menos virtude dos cidadãos que os 
democráticos. 
 
Monarquia 
Um só (rei) detém a soberania e a exerce de acordo com 
leis fixas e estabelecidas. Ligação essencial entre 
monarquia e nobreza, subordinada e intermediária entre o 
rei e o povo. O clero é conveniente, pois ajuda a controlar 
os poderes do rei. As cidades, com seus privilégios, 
também são convenientes pelo mesmo motivo. Governo 
moderado. 
Adequada a territórios médios. 
 
Honra. Desigualdade entre os cidadãos. 
Preconceito de cada pessoa e de cada condição. 
Todos caminham em direção ao bem comum, 
mesmo acreditando que estão em busca de 
interesses individuais. 
Despotismo 
Um só detém a soberania e a exerce sem leis, sem regras. 
Degeneração da verdadeira monarquia, caso o rei ceda às 
pressões do povo, rompendo com a nobreza. Governo sem 
moderação. Adequado a grandes territórios. 
 
Medo. Igualdade (todos são iguais no medo, na 
impotência e na não participação). 
 
• princípio dos governos é a mola, o fator primordial, a base fundamental que exerce suprema influência 
sobre a natureza do governo. A corrupção dos governos começa pela decadência de seus princípios. 
Com a decadência dos princípios, “mesmo as boas leis tornam-se más”. 
 
TEORIA DA TRIPARTIÇÃO DOS PODERES 
• Inspirada na Constituição inglesa 
• Garantia indispensável da liberdade política. Nenhum homem cumpridor das leis temerá o seu 
semelhante. 
• Contenção dos desejos de dominação 
• Separação das funções estatais entre Executivo, Legislativo e Judiciário, poderes harmônicos e 
independentes entre si. 
1. Legislativo: Bicameral, confiado à nobreza e ao povo, cada um com sua assembléia 
(Câmara dos Lordes e Câmara dos Comuns). O povo não age por si mesmo, mas por 
representantes eleitos, capazes de discutir negócios públicos; 
2. Executivo: Monarca. Tem a função de promover a paz e fazer guerras, bem como de 
manter as relações com outros Estados. 
3. Judiciário. Deveria ser delegado a membros do povo, eleitos, reunidos em tribunais 
provisórios destinados a resolver disputas e julgar questões criminais. Os nobres, 
entretanto, só deveriam ser julgados por seus pares. 
• O poder freia o poder. Nenhum poder pode “alargar-se sem limites” sobre os domínios dos outros.

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