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Proc. civil REVELIA

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15/09/2016
1
PROCESSO CIVIL II
REVELIA
Paulo Antonio Brizzi Andreotti
Introdução 
No slide anterior estudamos as várias formas de resposta que o réu
pode apresentar. Neste slide examinaremos as consequências da
omissão do réu em oferecê-las.
Com a citação, o réu passa a integrar a relação processual, conforme
art. 238 do Código de Processo Civil, tendo o direito e o ônus de se
defender, isso porque, a ausência de defesa poderá trazer
consequências gravosas para o réu.
Não por outro motivo, o mandado de citação deve mencionar o prazo
e as consequências da revelia. Neste sentido o art. 250 do CPC.
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Portanto, se o réu ofertar contestação os fatos podem se tornar
controvertidos, havendo necessidade de produção de provas que serão
produzidos na fase de instrução.
Por outro lado, se o réu, embora citado, não ofertar resposta haverá revelia.
Consequentemente, é revel aquele que permaneceu inerte, ofereceu
contestação fora de prazo ou, ainda, apresentou contestação, mas sem
impugnar os fatos narrados na petição inicial pelo autor.
É o que expõe o Art. 344 do novo CPC: se o réu não contestar a ação, será
considerado revel e presumir-se-ão verdadeiras as alegações de fato
formuladas pelo autor.
Em contrapartida, não será revel o réu que, deixa de oferecer contestação,
mas apresenta reconvenção, cujos fundamentos sejam incompatíveis com a
pretensão do autor.
Revelia e contumácia:
A revelia é a omissão do réu, que não se contrapõe ao pedido formulado na
inicial (falta de apresentação da resposta, a resposta fora do prazo ou
resposta sem a impugnação especifica). A contumácia é a inércia de
qualquer das partes, que deixa de praticar um ato processual que era ônus.
Só o réu pode ser revel, jamais o autor. Contumaz pode ser qualquer das
partes.
A revelia é uma espécie do gênero contumácia, específica para a hipótese
de o réu não apresentar resposta.
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Efeitos da revelia
O principal efeito da revelia é a presunção de veracidade dos fatos narrados na petição
inicial e a desnecessidade de sua intimação para os demais atos do processo. A revelia é
um fato processual, o qual pode produzir variados efeitos, conforme expõe os Arts. 344 e
346 do CPC:
Art. 344. Se o réu não contestar a ação, será considerado revel e presumir-se-ão
verdadeiras as alegações de fato formuladas pelo autor.
Art. 346. Os prazos contra o revel que não tenha patrono nos autos fluirão da data de
publicação do ato decisório no órgão oficial.
Parágrafo único. O revel poderá intervir no processo em qualquer fase, recebendo-o no
estado em que se encontrar.
É por isso que, contestar no prazo e impugnar especificadamente os fatos é um ônus do
réu.
Efeito material - Presunção de veracidade dos 
fatos
Em regra, se o réu não apresentou contestação válida, o juiz poderá presumir verdadeiros os fatos
narrados na petição inicial. É o que explana a doutrina: “caso o réu não conteste ou o que, para este
fim, deve ser considerado o mesmo, o faz a destempo, ele será considerado revel e, diante deste
estado processual (de revelia), é possível que os fatos alegados pelo autor sejam presumidos
verdadeiros (art. 344)”
Com isso, poderá julgar de imediato o pedido, caso ocorra os efeitos previstos no Art. 344 e não haja
requerimento de prova, na forma do art. 349, ambos do novo CPC.
É o que determina o Art. 355 do Novo CPC:
Art. 355. O juiz julgará antecipadamente o pedido, proferindo sentença com resolução de mérito,
quando:
I - não houver necessidade de produção de outras provas;
II - o réu for revel, ocorrer o efeito previsto no art. 344 e não houver requerimento de prova, na forma
do art. 349.
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É importante destacar que a presunção de veracidade não é absoluta, mas relativa, ou seja,
iuris tantum, consequentemente, sofre atenuações, que devem ser observadas:
Ela só pode dizer respeito aos fatos, nunca ao direito: fará o juiz, em princípio, concluir que
eles ocorreram na forma como o autor narrou, mas não o obrigará a extrair as
consequências jurídicas pretendidas pelo autor.
O réu pode trazer contraprovas, ou seja, provas que busquem afastar a presunção de
veracidade das alegações formuladas pelo autor, desde que ingresse no processo a tempo
de produzi-las. (art. 349 do CPC)
Portanto, nem sempre a falta de contestação levará automaticamente à procedência do
pedido do autor. Porém, em caso de revelia, o juiz deixar de considerar verdadeiros um ou
alguns dos fatos, deverá expor as razões de sua convicção, de forma fundamentada.
Do contrário seria permitido ao autor formular toda sorte de pedido e, em virtude da não
resistência, o réu ser condenado em razão de pedido inexequível. Não se pode esquecer
que o Autor possui o ônus de demonstrar o fato constitutivo do seu direito.
IMPORTANTE: Hipóteses legais de exclusão
da presunção de veracidade
É imperioso destacar que, existem hipóteses, previstas no art. 345 do novo
CPC, que a lei afasta, expressamente, a presunção de veracidade. Vejamos:
Art. 345. A revelia não produz o efeito mencionado no art. 344 se:
I - havendo pluralidade de réus, algum deles contestar a ação;
II - o litígio versar sobre direitos indisponíveis;
III - a petição inicial não estiver acompanhada de instrumento que a lei
considere indispensável à prova do ato;
IV - as alegações de fato formuladas pelo autor forem inverossímeis ou
estiverem em contradição com prova constante dos autos.
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Observações importantes: 
I - havendo pluralidade de réus, algum deles contestar a ação: é
preciso que a defesa tenha cunho genérico, isto é, diga respeito a todos
os réus. Portanto, a presunção de veracidade só será afasta quando
houver alegação de fato comum, que também diga respeito ao revel.
II - o litígio versar sobre direitos indisponíveis: referido inciso impede
que, por meio de uma omissão, o réu renuncie a direitos indisponíveis.
São indisponíveis, em regra, os direitos extrapatrimoniais (direito de
personalidade) e direitos públicos.
III - a petição inicial não estiver acompanhada de instrumento que a
lei considere indispensável à prova do ato: O juiz não poderá presumir
verdadeiros atos jurídicos que só podem ser provados por documentos,
como, entre outros, os contratos de venda de bens imóveis, que
dependem de escritura pública, da própria substância do negócio.
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Efeitos processuais:
1. JULGAMENTO ANTECIPADO DO MÉRITO (Art. 355 do CPC).
O primeiro efeito, de cunho processual, da revelia é a possibilidade
do julgamento antecipado do mérito (art. 355, II).
Esse efeito processual, só produzirá efeitos, caso ocorra o efeito
material da revelia, ou seja, haja presunção de veracidade das
alegações de fato formuladas pelo réu e não houver requerimento de
provas, nos termos do Art. 349 do CPC.
2. DESNECESSIDADE DE INTIMAÇÕES (Art. 346).
Outro efeito processual é aquele que alcança o réu revel que não tem advogado
constituído nos autos.
Neste caso, os prazos processuais para o revel correrão, sempre, sem a necessidade
de intimação. Porém, para que a intimação seja desnecessária, não basta a revelia
do réu, sendo imprescindível que ele não tenha patrono nos autos. Caso tenha
advogado constituído o advogado deverá, necessariamente, ser intimado.
Outra questão importante é que, o revel, poderá ingressar no processo a qualquer
tempo, e participar dos atos processuais que se realizem daí em diante, passando a
ser intimado desde que constitua advogado. A dispensa de intimação decorrente
da revelia não é definitiva, podendo o réu, a qualquer tempo, participar.
Essa é a razão da súmula 231, do Supremo Tribunal Federal: “O revel, em processo
cível, pode produzir provas, desde que compareça em tempo oportuno”.

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