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SISTEMA ARTICULAR APLICADO 
AO MOVIMENTO 
Prof. MSc. Claudio Peixoto 
ESTÁCIO 
 
 
Arquitetura Articular 
Classificação das articulações relacionadas ao estudo do movimento: 
Articulações SEM cavidade articular: 
1) Sinartrose (imóvel) – Fibrosa – Sutura. Ex: Suturas do crânio. 
Obs: São articulações de menor interesse para biomecânica por serem imóveis. 
ARTICULAÇÕES SEM CAVIDADE ARTICULAR 
Anfiartrose (ligeiramente móvel): 
A – Ligamentar – Sindesmoses. Ex: Art. Radioulnar média. 
B - Cartilaginosa – Sincondroses e Sínfise. 
 Ex: Articulações intervertebrais e sínfise púbica. 
 
ARTICULAÇÕES COM CAVIDADE ARTICULAR 
Diartrose – Sinoviais (Amplamente móveis) 
A) Art. Deslizante; artrose ou plana – NÃO AXIAL. Ex: intertárcicas e 
intercárpicas. 
B) Art. em dobradiça; gínglimo ou charneira – UNIAXIAL – 1 Grau de 
Liberdade (GL). Ex: Art. Cotovelo. 
C) Art. em pivô ou trocóide – UNIAXIAL – 1 GL. Ex: Art. radioulnar proximal. 
D) Art. Elipsóide e art. Condilar – BIAXIAL – 2 GL. Ex: Art. Radiocárpica e Art. 
do Joelho (bicondilar). 
 
 
ARTICULAÇÕES COM CAVIDADE ARTICULAR 
Diartrose – Sinoviais (Amplamente móveis) 
E) Art. Esferoidal; cabeça e cavidade ou enartrose – TRIAXIAL – 3 GL. Ex: 
Art. do Ombro e Quadril. 
F) Art. Selar – TRIAXIAL – 3 GL. Ex: Art. Carpometacárpica do polegar. 
Obs: Cada grau de liberdade (GL) corresponde a um eixo relacionado a 
um plano ortogonal a partir da posição anatômica. Para cada GL existem 
dois movimentos. 
O movimento de circundução só é possível para articulações com pelo 
menos dois GL. 
 
 
 
COMPORTAMENTO MECÂNICO DOS COMPONENTES 
ARTICULARES 
Cápsula articular – Membrana com duas camadas que reveste os ossos nas 
articulações sinoviais. A camada interna ou membrana sinovial é responsável 
por secretar o líquido sinovial. A densidade e resistência da cápsula a 
deformação elástica está relacionada a magnitude e a freqüência da carga a 
qual a cápsula está exposta. 
 
COMPORTAMENTO MECÂNICO DOS COMPONENTES 
ARTICULARES 
Líquido sinovial – responsável pela lubrificação das articulações sinoviais. 
Apresenta característica multiviscosa frente a velocidade de realização e 
temperatura em que é realizado o movimento. 
COMPORTAMENTO MECÂNICO DOS COMPONENTES 
ARTICULARES 
Cartilagem articular ou hialina – Denso tecido de conexão (pode 
chegar a  5mm) que reveste extremos ósseos nas articulações 
sinoviais. Apresenta adaptação mecânica a intensidade, sentido e 
tempo de exposição à carga aplicada. È constituída por três 
camadas sendo a mais interna próxima ao osso cortical a mais 
densa. Permite uma distribuição da carga por uma área mais 
extensa, reduzindo o estresse dentro da articulação e conduz a um 
baixo atrito dos ossos articulados, reduzindo o desgaste. 
 
COMPORTAMENTO MECÂNICO DOS COMPONENTES 
ARTICULARES 
Ligamentos – São passivos tecidos de conexão que conectam os ossos 
entre si. Apresentam como principal função a manutenção da 
integridade estrutural da articulação, deformando-se de maneira 
elástica para permitir o movimento. Pode estar localizado dentro, fora 
ou na própria cápsula articular. Os ligamentos intracapsulares são os 
mais resistentes a deformação. 
 
COMPORTAMENTO MECÂNICO DOS COMPONENTES 
ARTICULARES 
Bolsas ou bursas – São pequenas cápsulas revestidas por membrana 
sinovial e repleta de líquido sinovial, localizadas entre as estruturas 
articulares com a finalidade de preservação de tais estruturas. Localizam-
se principalmente entre o tendão e o osso. 
FLEXIBILIDADE E ESTABILIDADE DAS ARTICULAÇÕES 
SINOVIAIS 
Flexibilidade ou mobilidade articular 
É o grau de amplitude relativa de movimento permitida por uma articulação, 
ou seja, é a passagem da posição anatômica ou uma posição de referencia 
para posição extrema de movimento em um determinado sentido. 
 
FLEXIBILIDADE E ESTABILIDADE DAS ARTICULAÇÕES 
SINOVIAIS 
Flexibilidade ou mobilidade articular 
Divide-se em: 
Flexibilidade dinâmica – É a que melhor traduz a autonomia articular do 
sujeito, pois considera a movimento realização ativamente, não esperando 
encontrar restrições. 
Flexibilidade estática – Tem como base o movimento realizado de forma 
passiva. É muito utilizada para diagnóstico do grau relativo de amplitude de 
movimento de uma articulação. 
FLEXIBILIDADE E ESTABILIDADE DAS ARTICULAÇÕES 
SINOVIAIS 
O goniômetro é o instrumento utilizado para determinar a amplitude de 
movimento, que é medida em graus. 
Estabilidade articular 
– É a resistência apresentada por uma articulação ao movimento anormal dos 
segmentos corporais. 
FLEXIBILIDADE E ESTABILIDADE DAS ARTICULAÇÕES 
SINOVIAIS 
Tem como base duas posições, que são: 
Travada ou coaptação fechada – é aquela em que o encaixe ósseo é máximo 
dentro da articulação. Ao longo de todo o arco de movimento só existe uma 
posição considerada travada. 
Destravada ou coaptação aberta – é qualquer posição diferente da travada. 
Quanto maior a amplitude de movimento, menor o número de elementos 
articulares envolvidos com a estabilidade da articulação e maior a sobrecarga 
suportada mais difícil é estabilizar a articulação. 
FLEXIBILIDADE E ESTABILIDADE DAS ARTICULAÇÕES 
SINOVIAIS 
Fatores que influenciam na flexibilidade: 
1 – Formato e contato dos ossos na articulação. 
2 – Tipo e número de elementos articulares envolvidos. 
3 – Contato das partes moles. 
4 – Sexo. 
5 – Idade. 
6 – Temperatura. 
7 – GRAU DE ESTIRAMENTO DO MÚSCULO ANTAGONISTA. 
FLEXIBILIDADE E ESTABILIDADE DAS ARTICULAÇÕES 
SINOVIAIS 
Tipos de alongamentos: 
1) Ativo – produzido pela ação concêntrica dos músculos antagonistas ao que 
se quer alongar. 
2) Passivo – produzido por uma força externa, ou seja, diferente da ação 
concêntrica dos músculos antagonistas ao que se quer alongar. 
 
FLEXIBILIDADE E ESTABILIDADE DAS ARTICULAÇÕES 
SINOVIAIS 
Tipos de alongamentos: 
3) Dinâmico ou balístico – São movimentos rápidos, sucessivos e suavemente 
controlados, visando o alongamento muscular, tentando evitar a estimulação 
dos fusos musculares. 
4) Estático – é a manutenção ou sustentação de uma postura por um período 
de tempo. Considera a característica viscoelástica dos tecidos. 
 
FLEXIBILIDADE E ESTABILIDADE DAS ARTICULAÇÕES 
SINOVIAIS 
Tipos de alongamentos: 
5) Facilitação Neuromuscular Proprioceptiva (FNP) ou 3S – envolve a 
contração concêntrica e o relaxamento alternado do músculo que se queira 
alongar.Tem por finalidade destacar a ação do Órgão Tendinoso de Golgi 
como auxiliar do trabalho de alongamento. 
FLEXIBILIDADE E ESTABILIDADE DAS ARTICULAÇÕES 
SINOVIAIS 
AÇÃO DOS RECEPTORES NEUROMUSCULARES NO ALONGAMENTO 
A) Fuso Muscular (FM) – Está localizado entre as fibras musculares sendo 
paralelo a estas. È sempre estimulado com o aumento do comprimento 
muscular. Divide-se em FM1 – que responde a velocidade e ao grau de 
estiramento muscular e, FM2 - que responde somente ao grau de 
estiramento muscular. Inibe o estiramento no músculo que está sendo 
alongado, pois inicia rápida ação concêntrica no mesmo interrompendo a 
tensão gerada pelos antagonistas. 
 
 
 
FLEXIBILIDADE E ESTABILIDADE DAS ARTICULAÇÕES 
SINOVIAIS 
AÇÃO DOS RECEPTORES NEUROMUSCULARES NO ALONGAMENTO 
B) Órgão Tendinoso de Golgi (OTG) – Está localizado em série, dentro dos 
tendões, próximo a junção miotendínea. É estimulado sempre que os 
tendões são alongados em função da ação concêntrica dos músculos 
vinculados a esses tendões. Promove então o relaxamento e 
conseqüentemente o estiramento do músculo que se queira alongar. Isto é, 
dá início a elaboração de tensão nos músculos antagonistas e promove o 
relaxamento do músculoque se quer alongar. 
 
DEGENERAÇÃO DAS ARTICULAÇÕES SINOVIAIS 
Ocorre lesão das estruturas de dentro da articulação sinovial durante 
situação com alta carga, por alta freqüência de exposição à carga e/ou por 
cargas suportadas de maneira desigual. 
 
 
DEGENERAÇÃO DAS ARTICULAÇÕES SINOVIAIS 
Estrutura mais afetada – CARTILAGEM ARTICULAR – por 
degradação enzimática, perda de proteoglicanas e remoção de 
matéria propriamente dita pela ação mecânica. 
Resultando em: 
Diminuição nas áreas de contato e erosão da cartilagem. 
Possível desenvolvimento de fissuras 
Maior exposição do osso subcondral. 
Início de doença articular degenerativa ou osteoartrite. 
 
DEGENERAÇÃO DAS ARTICULAÇÕES SINOVIAIS 
Outras estruturas também afetadas: 
Cápsula articular – Formação de mais tecido fibroso e possível alongamento 
da cápsula. 
Lesão de menisco – instabilidade, perda da amplitude de movimento e 
edema dentro da articulação. 
Lesão da membrana sinovial – aumento na vascularidade e fibrose gradual do 
tecido. 
Considerar: Imobilização da articulação – Aderências, perda da amplitude de 
movimento, fibrose e sinovite.

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