Buscar

AULA DIREITOS FUNDAMENTAIS

Prévia do material em texto

�
�
�
AULA DIREITOS FUNDAMENTAIS 
Profª. Ms. Paula Bozzi 
Limitações impostas pela soberania popular aos poderes constituídos do Estado que dela dependem. 
Compreendem os direitos e garantias individuais (art. 5º CF), os direitos sociais (art. 6º e art. 7º), os direitos políticos (art. 14, 15 e 16), os direitos sobre nacionalidade (art. 12) e os partidos políticos (art. 17). 
CARACTERÍSTICAS 
HISTORICIDADE: refletem o cenário socioeconômico e cultural da sociedade em determinado momento histórico. 
UNIVERSALIDADE: são direitos que pertencem a todos. Aplicam-se a brasileiros natos ou naturalizados e a estrangeiros. Embora o ‘caput’ do art. 5º faça menção apenas a estrangeiros residentes no país, entende-se que também são aplicados aos estrangeiros turistas. 
CUMULABILIDADE/CONCORRÊNCIA: podem ser exercido cumulativamente (combinados entre si). 
IMPRESCRITIBILIDADE: são direitos que não prescrevem porque são personalíssimos. 
IRRENUNCIABILIDADE: pode-se não exercê-los, mas não é possível renunciar a eles. 
INALIENABILIDADE: não são transferíveis nem negociáveis porque são indisponíveis (não têm valor econômico). 
LIMITABILIDADE: nenhum dos direitos fundamentais é absoluto, ilimitado. Pelo princípio da convivência das liberdades públicas, algumas restrições aos direitos fundamentais são admitidas. Em face da particularidade da situação, pode haver tratamento desigual a direitos que se encontram na mesma categoria, desde que a finalidade de tal discriminação seja lícita. Exemplo: estabelecimento de idade para ingresso em cargo público de salva-vidas. Neste caso, a discriminação que, em tese, violaria a igualdade é admitida porque pela particularidade da situação a restrição é válida. 
ENUMERAÇÃO EXEMPLIFICATIVA: a norma do art. 5º, § 2º admite a existência de outros direitos que não expressos na Constituição. 
Ainda que IMPLÍCITOS alguns direitos são considerados FUNDAMENTAIS. Ex.: princípio do duplo grau de jurisdição.
Também é possível afirmar-se que alguns direitos fundamentais são (ou serão) parte de nosso ordenamento jurídico mesmo sendo provenientes de TRATADOS INTERNACIONAIS DE DIREITOS HUMANOS. 
COM QUE FORÇA UMA NORMA PROVENIENTE DE TRATADO INTERNACIONAL SOBRE DIREITOS HUMANOS INGRESSA NO NOSSO ORDENAMENTO? 
APÓS EC 45/04: 
Se forem tratados de Direitos Humanos aprovados nos moldes do § 3º do art. 5º da CF, adquirem ‘status’ de norma constitucional. 
Se não aprovados da mesma forma exigida para aprovação das Emendas à Constituição, ingressam no ordenamento com força de norma supralegal (não revogam a CF, mas sim as normas infraconstitucionais). 
Assim, um tratado sobre Direitos Humanos ratificado pelo Brasil anteriormente à EC 45 pode, se submetido ao Congresso Nacional para aprovação em sessão bicameral por 2/3 dos membros de cada Casa, adquirir força de norma constitucional. Se acaso não for, será norma supralegal (acima das leis ordinárias, mas não tendo força de norma constitucional). 
OBS. : o STF entende, ainda, que mesmo expressos, há outros direitos fundamentais esparsos pela Lei Maior, não pertencentes ao rol do art. 5º ao 17. Ex.: princípio da anterioridade tributária (arts. 150, III, b) e maioridade penal (art. 228, CF). 
BENEFICIÁRIOS DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS: todos os brasileiros natos ou naturalizados e o estrangeiro residente no Brasil ou em trânsito. 
A pessoa jurídica pode ser beneficiária dos direitos individuais? DEPENDE: havendo compatibilidade com sua condição, podem. Ex.: honra objetiva, sigilo bancário. 
* Conforme a evolução histórica, os direitos fundamentais foram divididos em: 
DIREITOS FUNDAMENTAIS DE PRIMEIRA GERAÇÃO: são provenientes do jusnaturalismo e foram codificados pela primeira vez ao surgir o Estado Democrático de Direito. Referem-se à pessoa humana e política. São os direitos constantes do art. 5º (direitos individuais) e do art. 14 (direitos políticos). Garantem a liberdade
DIREITOS FUNDAMENTAIS DE SEGUNDA GERAÇÃO: surgem após a revolução industrial e são codificados pela primeira vez na Constituição de Weimar (Alemanha) em 1919. Referem-se à pessoa social e garantem a igualdade. São os direitos sociais dos arts. 6º e 7º da CF/1988. 
OBS.: PRINCÍPIO DA RESERVA DO POSSÍVEL 
Conforme o STF, a concretização dos direitos sociais, econômicos e culturais é progressiva, gradual e depende, salvo quanto ao mínimo existencial, de disponibilidade financeira e orçamentária do Estado. 
DIREITOS FUNDAMENTAIS DE TERCEIRA GERAÇÃO: referem-se aos direitos difusos, aos direitos dos povos que a todos se aplicam. Compõem-se do direito ao meio ambiente, do direito do consumidor, do direito à paz, ao progresso, dentre outros. Garantem a fraternidade ou solidariedade. 
DIREITOS FUNDAMENTAIS DE QUARTA GERAÇÃO 
Há duas concepções para tais direitos. 
a) NORBERTO BOBBIO: são os direitos decorrentes dos avanços da engenharia genética. 
b) PAULO BONAVIDES: são o direto à democracia, à informação, ao pluralismo.

Continue navegando