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INTRODUÇÃO
À ECONOMIA
Ricardo Moysés Resende
FEAD
Belo Horizonte
2010
EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
R433i Resende, Ricardo Moysés
Introdução a Economia / Ricardo Moysés 
Resende. Belo Horizonte: EAD/Fead, 2009.
132 p.
ISBN 978-85-99419-23-4
 
I. Título II. Economia
 CDU 331
Publicado por FEAD
Copyright©2010 FEAD
Diretor-Geral
José Roberto Franco Tavares Paes
Capa
Dia de Mercado (1878), de Victor Gabriel Gilbert.
Óleo sobre tela. Coleção particular.
Fonte: Art Renewal Center.
Todos os direitos reservados ao 
Sistema Integrado de Ensino de Minas Gerais – SIEMG
Rua Cláudio Manoel, 1.162 – Savassi – Belo Horizonte – MG
Nenhuma parte deste material poderá ser reproduzida, armazenada ou 
transmitida de qualquer forma ou por qualquer meio, seja ele eletrônico, 
mecânico, fotocópia ou gravação, sem autorização do SIEMG.
Atenção: pode acontecer de algum desses sites indicados não estar mais 
disponível devido ao dinamismo que caracteriza essa fonte de informação.
A Faculdade FEAD apresenta novo projeto, fundamentado 
em aspectos metodológicos da auto-aprendizagem, e inaugura os 
cursos de graduação na modalidade a distância.
Estudar na modalidade a distância é adquirir, além de conhe-
cimento do conteúdo apresentado, competências hoje exigidas 
no campo profissional e pessoal: autonomia, interação, determi-
nação, gerenciamento da própria formação e atualização conti-
nuada.
A Instituição que se propõe formar empreendedores apresen-
ta atitude inovadora e ensina pelo próprio exemplo. O projeto 
FEAD de Educação a Distância vem sendo desenvolvido desde 
2004 e, agora, torna-se realidade.
Buscar atingir a meta da qualidade em todos os projetos edu-
cacionais é o que move a comunidade FEAD. Projeto de muitas 
mãos e mentes, trabalho conjunto de professores, coordenadores, 
funcionários, empresas parceiras e direção, na busca de produzir 
o que há de consubstancial em aprendizagem na modalidade a 
distância.
Sinta-se, em definitivo, participante e construtor deste novo 
tempo. Faça parte do seu mundo. Bem-vindo ao século XXI! 
Professor José Roberto Franco Tavares Paes 
Direção-Geral
Sou o professor Ricardo Moysés Re-
sende, bacharel em Ciências Econômi-
cas pela Newton Paiva, pós graduado, 
pela PUC/MG, em Política Econômica, 
máster em Economia pela Universida-
de Enrico Matei/Milão/Itália, mestre 
em Economia Rural pela Universidade 
Federal de Viçosa. Fui professor titular 
de economia nas Faculdades Integra-
das Newton Paiva, professor de eco-
nomia na FUMEC para o Curso de 
Engenharia, professor de economia no 
SESI/MG, nos cursos preparatórios para concursos públicos Maurí-
cio Trigueiro, Queiroz e Orville Carneiro e professor de pós gradu-
ação na FACICOM- Faculdade de Ciências Contábeis de Caratin-
ga, na UNA e nas Faculdades Novos Horizontes. Tive participação 
no Centro de Pesquisas da Newton Paiva e da UNA. Fui assessor 
do Departamento de Economia da Newton Paiva, professor no 
curso de graduação na UNA e diretor econômico financeiro da 
SEPLAN MG – Secretaria de Planejamento do Estado de Minas 
Gerais. Fui chefe do Departamento de Economia do Centro Uni-
versitário UNA e coordenador do curso de Ciências Econômicas. 
Estou na FEAD há 5 anos, lecionando economia para os cursos 
de Administração. Espero que você aproveite bastante seu cur-
so e me coloco à sua disposição para qualquer necessidade que 
você tenha em relação ao seu curso e sua disciplina. Pretendo, à 
medida do possível, conhecê-lo pessoalmente, visto que nossos 
encontros serão virtuais. Aproveito a oportunidade para deixá-lo à 
vontade para apresentar sugestões em relação ao curso e ao mate-
rial e desejar-lhe boa sorte.
Abraços carinhosos, Ricardo.
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Sumário
AULA 1 • Por que estudar Economia .....................................................................................9
AULA 2 • Os bens econômicos .......................................................................................... 13
AULA 3 • Os recursos produtivos ....................................................................................... 17
AULA 4 • Sistema Econômico ........................................................................................... 21
AULA 5 • A questão econômica da escassez ......................................................................... 25
AULA 6 •	 Os	agentes	econômicos	/	O	fluxo	circular	da	renda ..................................................... 29
AULA 7 • O mercado em ação ......................................................................................... 33
AULA 8 • Teoria da oferta ............................................................................................... 37
AULA 9 •	 O	equilíbrio	do	mercado ..................................................................................... 41
AULA 10 •	Teoria	das	elasticidades ..................................................................................... 45
AULA 11 •	Elasticidade-renda	e	elasticidade	cruzada	da	demanda ............................................... 51
AULA 12 • Os custos da produção e a Teoria do Lucro ............................................................... 55
AULA 13 • A Macroeconomia ............................................................................................. 59
AULA 14 •	Contabilidade	Social ......................................................................................... 65
AULA 15 •	A	renda	nacional	e	o	Produto	Interno	Bruto .............................................................. 69
AULA 16 •	Aplicando	os	conceitos	do	PIB	e	PNB ...................................................................... 73
AULA 17 •	O	PNB	real,	nominal	e	per	capital ......................................................................... 77
AULA 18 •	Política	monetária ............................................................................................ 81
AULA 19 •	Economia	monetária ......................................................................................... 85
AULA 20 •	A	estrutura	e	o	funcionamento	do	sistema	financeiro .................................................. 89
AULA 21 •	O	sistema	finaceiro	nacional................................................................................ 93
AULA 22 •	O	mercado	de	capitais	e	a	bolsa	de	valores .............................................................. 97
AULA 23 •	A	política	fiscal .............................................................................................. 101
AULA 24 •	O	balanço	de	pagamentos.................................................................................. 105
AULA 25 •	Teoria	da	inflação ........................................................................................... 109
AULA 26 •	Taxa	de	câmbio .............................................................................................. 113
AULA 27 •	O	Brasil	e	a	abertura	comercial ........................................................................... 117
AULA 28 •	Economia	brasileira:	as	crises	do	início	da	década	de	90	e	o	programa	de	privatizações .......121
AULA 29 •	O	custo	Brasil ................................................................................................ 125
AULA 30 •	Risco	país ..................................................................................................... 129
INTRODUÇÃO
À ECONOMIA
AULA 1
Por que estudar Economia?
Objetivos
•	 Descrever	alguns	dos	principais	motivos	
pelos	quais	deve-se	estudar	economia.
•	 Descrever	 e	 classificar	 as	 necessidades	
humanas.
•	 Conceituar	Economia.
INTRODUÇÃO	À	ECONOMIA
10
Por que estudar Economia?
Nesta aula,iniciamos nosso estudo de Economia. O 
objetivo da aula de hoje é entender a importância do seu 
estudo e os motivos pelos quais devemos estudá-la.
Pode-se dizer que este estudo tem diversos motivos:
Para ajudar a compreender melhor o mundo: a apli-
cação das ferramentas da Economia pode ajudá-lo a en-
tender eventos globais e cataclismos como guerras, fome, 
epidemias e depressões, e também a compreender muito 
do que se passa com você local e pessoalmente. A Econo-
mia tem o poder de ajudar a entender esses fenômenos 
porque eles resultam, em grande parte, das escolhas que 
fazemos quando estamos sob condições de escassez.
Mais à frente, você verá que a questão básica da Eco-
nomia é como lidar com o problema humano da escassez 
de recursos.
Proporcionar autoconfiança: as pessoas que jamais 
estudaram Economia muitas vezes têm a impressão de que 
forças misteriosas e inexplicáveis conduzem suas vidas, jo-
gando-as de um lado para outro, como se fossem uma bo-
linha em uma máquina de fliperama, determinando se são 
ou não capazes de conseguir um emprego, qual será seu 
salário, se conseguirão comprar uma casa. Se você é uma 
dessas pessoas, você terá oportunidade de perceber como 
tudo isso mudará. 
Depois de aprender Economia, você poderá se sur-
preender com o fato de não deixar mais de lado a seção 
de economia de seu jornal simplesmente porque ela pare-
ce estar escrita em uma linguagem incompreensível. Você 
poderá se descobrir ouvindo relatórios econômicos com 
espírito crítico, encontrando erros de lógica. 
Quando compreender bem Economia, você terá ad-
quirido um senso de domínio sobre o mundo e, com isso, 
sobre sua própria vida.
Realizar mudanças sociais: se o seu interesse é cons-
truir um mundo melhor, a Economia é indispensável. A 
Economia pode ajudar a entender as raízes de problemas 
sociais graves como desemprego, fome, pobreza, doen-
ça, drogas e crimes violentos, explicar por que os esforços 
dedicados a resolvê-los falharam e permitir criar soluções 
novas e mais eficazes.
Ajudar na preparação para outras carreiras: nos últi-
mos 20 anos, a Economia tornou-se popular também entre 
aqueles que planejam fazer carreira em Política, Relações 
Internacionais, Direito, Medicina, Engenharia, Psicologia 
e outras profissões. E por um bom motivo: os profissionais 
de todas essas áreas muitas vezes se deparam com ques-
tões econômicas. Por exemplo: os advogados cada vez mais 
lidam com sentenças baseadas no princípio de eficiência 
econômica.
Formar economistas: os economistas são contratados 
por bancos para avaliar os riscos de investimentos no exte-
rior; por empresas de manufaturas para ajudar na determi-
nação de novos métodos de fabricação, comercialização e 
formação de preço de seus produtos; por órgãos governa-
mentais para ajudar a criar políticas de combate ao crime, à 
doença, à pobreza e à poluição; por organismos internacio-
nais para ajudar a criar programas de auxílio a países menos 
desenvolvidos; pelos meios de comunicação para comentar 
e ajudar o público a interpretar eventos globais, nacionais 
e locais e até mesmo por organizações sem fins lucrativos 
para oferecer conselhos sobre como obter maior eficiência 
no controle de custos e no levantamento de recursos. 
O economista pode atuar, também, como consultor 
autônomo.
O conceito de Economia
Agora que iniciamos nosso estudo de Economia, você 
deve estar se perguntando: o que é Economia?
É de senso comum que a Economia lida com questões 
como:
•	 por	que	existe	desemprego	em	um	país?
•	 qual	a	função	do	governo	em	uma	sociedade?
•	 o	que	é	a	bolsa	de	valores?
•	 por	que	devemos	pagar	imposto	de	renda?	
Mas o que é exatamente Economia? O que ela estuda, 
na realidade? Quais são os seus métodos?
A ciência econômica estuda a interação entre os in-
divíduos e a sociedade quando ambos decidem utilizar 
recursos escassos na produção de bens e serviços, a fim 
de distribuí-los na sociedade, satisfazendo a necessidade 
de todos.
A essência desta aula é discutir o problema da escas-
sez dos recursos, as necessidades humanas e como a eco-
nomia procura satisfazê-las.
O problema central da economia gira em torno da 
escassez.
Você sabe o que é escassez?
Escassez é uma falta. Recursos escassos são aqueles 
que não são abundantes na natureza.
AULA	1	•	Por que estudar Economia?
11
As pessoas e a sociedade têm necessidades. Entretan-
to, como os recursos utilizados na produção dos produtos 
e serviços que serão utilizados para satisfazer essas neces-
sidades são escassos, é preciso desenvolver uma maneira 
de alocá-los convenientemente, sob pena de não haver 
disponibilidade desses recursos para todos os indivíduos, 
pois com os recursos existentes no mundo não é possível 
produzir tudo que as pessoas e as sociedades necessitam. 
A Economia, então, se ocupa da questão da satisfação das 
necessidades dos indivíduos e da sociedade.
Os principais elementos da atividade econômica são:
•	as	necessidades	humanas;
•	os	recursos	produtivos	(ou	fatores	de	produção).
Assim, para entender o que é Economia, precisamos 
entender o que são necessidades humanas e o que são 
recursos produtivos. Estudaremos agora estes dois tópi-
cos; depois retornaremos à definição de Economia.
Necessidades humanas
Você sabe o que e quais são as necessidades huma-
nas?
Necessidade humana é a carência de algo aliada ao 
desejo de satisfazê-la. Por exemplo: alimentação, vestuá-
rio, eletrodomésticos, educação etc.
A sociedade como um todo também apresenta neces-
sidades específicas, como: justiça, forças de defesa externa 
e polícia, infra-estrutura de transportes etc.
Como você viu, as necessidades humanas podem ser 
divididas em dois grandes grupos: as necessidades do indi-
víduo e as necessidades da sociedade.
As necessidades do indivíduo podem ser naturais:
•	 comer
•	 ter	um	local	para	morar
•	 etc.	
Podem ser também sociais, aquelas que decorrem da 
vida em sociedade:
•	 vestir	roupas	da	moda
•	 ter	um	carro	de	certo	tipo	
•	 etc.
As necessidades sociais, por sua vez, podem classifica-
das em coletivas ou públicas. 
Coletivas são aquelas que partem do indivíduo e pas-
sam a ser da sociedade na medida em que têm de ser sa-
tisfeitas para um grupo grande de indivíduos, como trans-
porte público, educação etc. 
Públicas são aquelas que surgem da própria socieda-
de, como defesa nacional e ordem pública.
Observe que essa classificação leva em conta apenas 
aquele	que	tem	a	necessidade	(o	indivíduo	ou	a	socieda-
de),	isto	é,	o	requerente.	Outra	forma	de	classificar	as	ne-
cessidades humanas é quanto à sua natureza. Neste caso, 
podemos dividi-las em necessidades vitais ou primárias e 
necessidades civilizadas ou secundárias.
As necessidades vitais ou primárias são aquelas es-
senciais à própria vida, como alimentação, enquanto as 
necessidades secundárias ou civilizadas são aquelas que 
aumentam o bem-estar do indivíduo, como as atividades 
de lazer. 
Toda essa classificação está descrita no quadro abai-
xo:
Tipos de necessidades
Segundo o requerente
natural
comer e dormir
Necessidades do indivíduo
coletivas
transporte e educação
Necessidades da sociedade
social
convívio social
públicas
ordem pública ou 
defesa nacional
conservação da vidaNecessidades vitais e primárias
aumentam o bem-estar 
do indivíduo
Necessidades civilizadas ou secundárias
Segundo a natureza
INTRODUÇÃO	À	ECONOMIA
12
A satisfação das necessidades humanas força os mem-
bros de uma sociedade a organizarem-se em torno de ati-
vidades produtivas, isto é, as pessoas devem produzir bens 
e serviços que atendam às necessidades dos membros da 
sociedade. Essa produção deve ser, de alguma forma, dis-
tribuída aos membros da sociedade para seu consumo.
Você acabou de ver dois conceitos fundamentais na 
Economia:produção e consumo, que levam aos proble-
mas básicos de como a produção é organizada – seja em 
uma empresa ou em uma sociedade como um todo –, e 
de como esses bens produzidos são distribuídos.
Definição de Economia
Agora podemos conceituar Economia.
Economia pode ser definida como a ciência social 
que estuda como o indivíduo e a sociedade decidem uti-
lizar recursos produtivos escassos na produção de bens e 
serviços, de modo a distribuí-los entre as várias pessoas 
e grupos da sociedade, com a finalidade de satisfazer as 
necessidades humanas.
Podemos dizer que a Economia estuda a melhor ma-
neira de utilizar os recursos disponíveis – que, como vimos, 
são escassos – para satisfazer da melhor maneira possível 
as necessidades dos indivíduos e das sociedades, ou seja, 
de aproveitar os recursos de maneira a obter o máximo de 
bem-estar para todos.
A Economia é o estudo da escolha sob condições de 
escassez.
Ao lado do conceito de Economia está o conceito de 
sistema econômico, que é, em poucas palavras, a organi-
zação econômica de uma sociedade. 
Um sistema econômico pode ser entendido como o 
conjunto de relações técnicas, básicas e institucionais que 
caracterizam a organização econômica de uma sociedade. 
Independentemente do seu tipo, todo sistema econômico 
deve, de algum modo, desempenhar cinco funções bási-
cas, determinando:
•		o	que	se	deve	produzir;
•		 como	se	deve	organizar	a	produção;
•		 como	devem	ser	distribuídos	os	produtos;
•		 como	 devem	 ser	 racionados	 os	 bens	 no	 período	
em que a oferta é fixa;
•		 como	se	deve	sustentar	e/ou	expandir	a	capacida-
de produtiva.
Resumo
Nesta aula você viu diversos motivos pelos quais de-
vemos estudar Economia: ajuda a compreender o mundo, 
proporciona auto-confiança, ajuda a realizar mudanças 
sociais, ajuda na preparação para outras carreiras e forma 
economistas, que são profissionais de grande demanda no 
mercado.
Viu que o problema básico da Economia é a escassez 
de recursos para satisfazer as necessidades, o que obriga 
as sociedades a organizar a produção de bens e serviços 
de forma a satisfazer, da melhor maneira possível, essas 
necessidades.
Atividades
1. Enumere algumas razões para estudar Economia e 
descreva quais destas razões são mais relevantes para 
você.
2. Por que se diz que os recursos são escassos?
3. Conceitue Economia.
INTRODUÇÃO
À ECONOMIA
AULA 2
Os bens econômicos
Objetivos
•	 Conceituar	bem	econômico	e	diferenciá-
lo	de	bem	livre.
•	 Classificar	 os	 bens	 econômicos	 segundo	
seu	caráter,	sua	natureza	e	sua	função.
•	 Conceituar	serviços.
INTRODUÇÃO	À	ECONOMIA
14
Bens econômicos
Na primeira aula você viu que o problema fundamen-
tal da Economia é o problema da escassez. Trata-se do fato 
de que a necessidade humana por bens e serviços é ilimita-
da, enquanto os recursos econômicos são limitados. 
Observe que escassez é um conceito relativo; quando 
falamos em necessidade humana, queremos dizer o de-
sejo de obter alguma coisa, isto é, a vontade de satisfazer 
uma certa sensação de carência, mesmo que para outra 
pessoa essa carência possa parecer um luxo.
Recursos produtivos são os fatores ou elementos bá-
sicos utilizados para produzir os bens e serviços
Há bens que estão disponíveis em quantidade suficien-
te para todos, como o ar que respiramos. Bens escassos são 
aqueles que não existem em quantidade suficiente para sa-
tisfazer os desejos dos indivíduos. Estes últimos são os bens 
que interessam à Economia, no sentido de que ela se ocupa 
com o problema de encontrar a melhor forma de produzi-los 
e distribui-los a fim de atender as necessidades humanas. 
A Economia, portanto, se ocupa com a problema do 
emprego eficiente dos recursos disponíveis para resolver o 
dilema entre:
•	a	escassez	dos	bens	econômicos	e
•	os	desejos	ilimitados	da	sociedade.
O antagonismo entre essas duas realidades é a razão 
de existir da Economia. Se todos os bens necessários fos-
sem abundantes e os desejos da sociedade fossem limita-
dos, todos poderiam ser atendidos livremente. A realida-
de, no entanto, é que poucos bens são livres. 
Observe que mesmo bens considerados livres podem 
se tornar, aos poucos, bens econômicos. A água potável, 
por exemplo, poderia ser considerada abundante em mui-
tos locais do planeta. Hoje, entretanto, a água potável é 
um bem escasso e há uma preocupação mundial com ela. 
O ar que respiramos ainda é considerado livre, mas a cres-
cente poluição do ar força as sociedades a empregarem 
recursos para despoluição, o que irá transformar o próprio 
ar em um bem econômico, pois exigirá o emprego de re-
cursos para não chegar à escassez. 
Tipos de bens
Você já viu que os bens podem ser classificados, quan-
to ao ser caráter, em:
•	 bens	 econômicos:	 têm	 utilidade,	 escassez	 e	 são	
transferíveis. Por exemplo: matérias-primas, má-
quinas, capital.
•		bens	 livres:	bens	disponíveis	 em	quantidade	 sufi-
ciente para satisfazer a todos; são abundantes na 
natureza e não têm preço. Por exemplo: a água.
A classificação anterior leva em conta o caráter do 
bem. Os bens livres são aqueles cujo consumo não possui 
restrições, ou seja, existem com tal abundância que não se 
submetem a um sistema de preços. Os bens classificados 
como econômicos, por sua vez, são de consumo restrito 
e têm preço, que é, a princípio, estipulado pelas leis de 
mercado vigentes.
A Economia trata apenas dos bens econômicos, devi-
do ao fato de sofrerem o problema da escassez. Os bens 
livres, por existirem em grande quantidade na natureza, 
não fazem parte do objeto de estudo da Economia.
Uma outra divisão dos bens tem como critério sua 
natureza; distingue-os entre os que atendem diretamente 
as necessidades humanas e aqueles que são usados para 
produzir outros bens.
Bens de capital são aqueles que permitem a amplia-
ção da capacidade produtiva, levando ao próprio funcio-
namento do sistema econômico. Bens de consumo são 
aqueles que se destinam ao consumo final por parte dos 
indivíduos. 
Um mesmo bem pode ser considerado de capital 
ou de consumo, de acordo com a sua utilização: se for 
usado como insumo, é um bem de capital; do contrário, 
pode ser considerado um bem de consumo. Veja o caso 
do automóvel. Quando é utilizado estritamente como 
instrumento	de	prestação	de	serviços	(por	um	taxista,	por	
exemplo),	é	um	bem	de	capital;	contudo,	o	mesmo	veícu-
lo utilizado, se usado por uma família para seu lazer, é um 
bem de consumo.
Os bens de consumo podem ser classificados como 
duráveis ou não duráveis. Como a própria denominação 
sugere, os bens de consumo duráveis têm maior tempo de 
utilização; é o caso do veículo de uso particular, eletrodo-
mésticos etc. Já os não-duráveis são os de curta vida útil, 
como alimentos e vestuário.
Em resumo:
•		bens	de	consumo	são	aqueles	que	atendem	direta-
mente às necessidades humanas. São classificados 
como duráveis os que permitem uso prolongado, 
como carros, eletrodomésticos etc.; e não-duráveis 
AULA	2	•	Os	bens	econômicos
15
os que acabam em pouco tempo, como os alimen-
tos.
•		bens	de	capital	são	aqueles	utilizados	na	fabricação	
de outros bens, ou seja, não atendem diretamente 
às necessidades das pessoas, como as máquinas e 
ferramentas. 
Uma terceira classificação dos bens é quanto à sua 
função: se eles estão prontos para uso ou consumo ou se 
devem ainda sofrer algum processo de transformação.
•		bens	 intermediários	são	aqueles	que	são	 transfor-
mados ou agregados na produção de outros bens. 
São consumidos para se converterem em outro 
bem de consumo ou capital, ou seja, são as maté-
rias-primas que serão processadas para a produção 
de um bem final. O trigo na produção do pão e 
outros alimentos é um ótimo exemplo de bem in-
termediário, assim como o cimento na produção 
de umacasa.
•		bens	 finais	 são	 aqueles	 que	 já	 sofreram	 as	 trans-
formações necessárias e estão prontos para uso ou 
consumo. Estão nesse grupo os alimentos já prepa-
rados ou a casa do grupo anterior.
Essa classificação está descrita no quadro a seguir:
Tipos de bens
Os bens podem ainda ser classificados em privados 
e públicos. Bens privados são aqueles usados ou consu-
midos privadamente, como eletrodomésticos e peças de 
vestuário. Bens públicos são usados coletivamente por um 
grupo, como um parque ou uma piscina pública.
Devemos considerar também as atividades que não se 
destinam diretamente à criação de bens físicos, isto é, não 
produzem um bem material: são os serviços. Atualmen-
te, este segmento vem crescendo, ocupando boa parte da 
parcela produtiva da economia e envolvendo grande par-
cela dos trabalhadores.
Serviços são as atividades que se destinam a satis-
fazer as necessidade humanas mas não criam objetos 
materiais.
A atividade de serviços pode estar relacionada à dis-
tribuição de produtos, como os setores de distribuição e 
vendas;	 à	 educação	 (professores)	 e	 entretenimento	 (ato-
res,	músicos	etc.);	à	área	de	saúde	(médicos,	dentistas,	en-
fermeiros	etc.);	à	área	financeira	(bancos,	financeiras	etc.)	
e muitas outras.
Resumo
Nesta aula voltamos ao tema da escassez de recursos; 
você viu o antagonismo existente entre essa escassez e as 
necessidades humanas, que são ilimitadas. Desse antago-
nismo surge a necessidade do estudo econômico.
Viu também o conceito de bem econômico, que é o 
objeto básico de estudo da Economia. Os bens econômi-
cos podem ser classificados de várias formas: quanto ao 
seu	 caráter	 (em	bens	 livres	 e	 bens	 econômicos),	 quanto	
à	sua	natureza	(em	bens	de	capital	e	bens	de	consumo),	
quanto	 à	 sua	 função	 (em	bens	 intermediários	 e	 bens	 fi-
nais).
Os serviços são as atividades que não criam objetos 
materiais, mas atuam para satisfazer, direta ou indireta-
mente, as necessidades humanas.
Atividades
1. Conceitue bem econômico. Por que a Economia não 
se preocupa com os bens livres?
2. Um artigo de luxo pode ser considerado uma necessi-
dade humana? Sua produção e distribuição são objeto 
da Economia?
3. Imagine uma fábrica de tecidos. Relacionar seus bens 
intermediários e seus bens finais.
4. O que são serviços? Como eles se diferenciam dos 
bens?
Segundo seu caráter
Bens livres
Bens econômicos
Segundo sua natureza
Bens de capital
DuráveisBens de consumo
Segundo sua função
Bens intermediários
Bens finais
Não-duráveis
INTRODUÇÃO
À ECONOMIA
AULA 3
Os recursos produtivos
Objetivos
•	 Conceituar	recurso	produtivo.
•	 Classificar	população	em	ativa	e	inativa	
em empregados.
INTRODUÇÃO	À	ECONOMIA
18
Definição e características
Vamos iniciar esta aula com a definição de recursos 
produtivos. Como você já viu, a sociedade deve produzir 
os bens e serviços de que necessita. Para tal, emprega re-
cursos como terra, máquinas, trabalho etc.
Recursos produtivos são os fatores ou elementos bá-
sicos utilizados para produzir os bens e serviços. 
Os recursos também são chamados fatores de produ-
ção.
Portanto, trabalho, máquinas, matérias-primas, di-
nheiro, todos são recursos produtivos. Enfim, tudo aquilo 
que é utilizado para produzir é um recurso produtivo.
Os recursos produtivos possuem três características 
básicas:
1. São escassos: por isso, devem ser alocados crite-
riosamente para atender às necessidades. A escas-
sez torna necessária uma avaliação cuidadosa de 
quais necessidades devem ser satisfeitas, em que 
medida e em que ordenação.
2. São versáteis: os recursos podem ser aproveitados 
de variadas formas. O trabalho, por exemplo, pode 
ser empregado em quase todos os tipos de pro-
dução. Entretanto, quanto mais especializado for, 
maiores serão as restrições ao seu uso. Em outras 
palavras: quanto maior a especificidade de um fa-
tor de produção, maiores serão suas limitações de 
utilização. 
3. Podem ser combinados: na maioria das vezes, 
para produzir um mesmo bem deve-se combinar 
diversos fatores de produção. 
Classificação dos 
recursos produtivos
Os recursos produtivos são tradicionalmente classifi-
cados em três grandes segmentos:
•	terra;
•	capital;
•	trabalho.
O recurso terra
Este recurso deve ser entendido em um sentido am-
plo. Incluímos aqui não só a terra cultivável e urbana como 
também todos os recursos minerais que a terra contém. Os 
recursos oriundos da natureza estão na base de todos os 
bens produzidos em um sistema econômico. Compõem o 
fator terra todos os recursos minerais, hídricos, energéticos 
e o próprio espaço físico utilizado pela empresa. 
O recurso capital
O recurso capital indica a participação de instrumen-
tos de transformação dos recursos primários de produção 
e envolve toda a gama de máquinas e equipamentos, ins-
talações e edificações destinados à finalidade de produzir 
(transformar).
O recurso trabalho
O recurso trabalho é capacidade produtiva física e 
intelectual dos trabalhadores presente, direta ou indireta-
mente, na produção de todo tipo de bens. Mesmo aque-
les que aparentemente não o envolvem, por terem uma 
produção extremamente mecanizada, têm na sua origem 
o trabalho intelectual humano como fonte de elabora-
ção.
População
Denomina-se população de uma região o conjunto 
de seres humanos que vivem nessa região. É preciso dis-
tinguir população ativa e população inativa.
A população inativa é formada por aquelas pessoas 
que somente consomem, isto é, não participam do proces-
so produtivo. Incluem-se aqui os aposentados, estudantes, 
pessoas que não estão em idade de trabalhar e os fisica-
mente incapacitados para trabalhar.
A população ativa é formada pelas pessoas que 
participam do processo produtivo. Divide-se em em-
pregados – os que estão efetivamente trabalhando – e 
desempregados – aqueles que reúnem todas as con-
dições para trabalhar, mas que no momento não estão 
trabalhando.
É possível ainda dividir os empregados em emprega-
dos no sentido estrito – aqueles que têm trabalho remu-
nerado fixo – e empregados ativos marginais – aqueles 
que fazem serviços periódicos.
O quadro a seguir resume estas classificações de po-
pulação. 
AULA	3	•	Os	recursos	produtivos
19
O contingente da população em idade de trabalhar é 
delimitado em geral pela faixa etária que vai dos 14 aos 60 
anos. A taxa de ocupação compreende o quociente entre 
o número de pessoas ocupadas e o total de habitantes, o 
que aponta para a proporção da população que, com seu 
trabalho, é responsável pelo total da produção dos bens da 
comunidade. Segundo Castro & Lessa1, a taxa de ocupa-
ção no Brasil é próxima a 32%; em países mais maduros, 
como a França e a Inglaterra, é de cerca de 42%. Cabe 
observar também que o Brasil é um país em que cerca de 
30% da população encontra-se entre 0 e 14 anos2, fora, 
portanto,	da	faixa	de	população	ativa	(IBGE,	2000).
Bens de capital
Na aula passada, você viu que os bens econômicos 
podem ser divididos em bens de consumo e bens de ca-
pital. Estes últimos, também chamados bens de produção, 
são os bens que não atendem diretamente às necessidades 
humanas mas são utilizados na produção de outros bens.
Vamos estudar agora com mais detalhes os bens de 
capital.
Observe que, em Economia, o termo capital se refere 
a capital físico, isto é, máquinas, equipamentos e edifí-
cios, e não capital financeiro. Um ativo bancário de uma 
empresa não constitui recurso produtor de bens; portanto, 
não é capital no sentido que se dá em Economia.
O capital empregado na produção é dividido em ca-
pital fixo e capital circulante.
Capital fixo são os instrumentos, máquinas, equipa-
mentos, edifícios etc. empregados na produção; tipica-
mente duram vários ciclosde produção.
Capital circulante são os bens em processo de pre-
paração para consumo, como matérias-primas e estoques 
disponíveis.
Como você pode ver, em Economia é importante dis-
tinguir capital ou capital físico de capital financeiro. Da 
mesma forma, deve distinguir capital de capital humano.
Capital humano envolve tudo que diz respeito ao 
aprimoramento da capacidade produtiva dos trabalhado-
res, como educação e formação profissional. As empresas 
investem na formação profissional de seus empregados 
para incrementar sua capacidade produtiva.
Completa o quadro de tipos de capital o capital finan-
ceiro, que pode ser definido como os fundos disponíveis 
para a compra de capital físico. Um dinheiro guardado 
que pode ser utilizado para a compra de uma máquina, 
por exemplo.
O quadro a seguir classifica os vários tipos de recurso 
capital existentes.
População
População inativa
População ativa
Desempregados
Empregados ou 
população ocupada
Empregados ativos marginais
Empregados no sentido estrito
Tipo de capital
Capital físico
Capital humano
Capital financeiro
Capital fixo
Capital circulante
1.	A.	Castro	&	C.	Lessa,	Introdução	à	Economia	–	uma	abordagem	estruturalista.	Editora	Forense	Universitária,	37ª	edição.						
2.	Dados	do	IBGE	de	2000	–	ver	http://www.ibge.gov.br/brasil_em_sintese.
INTRODUÇÃO	À	ECONOMIA
20
Resumo
Nesta aula você estudou o conceito de recurso produ-
tivo e a classificação tradicional em recurso terra, recurso 
trabalho e recurso capital. Em seguida, analisou cada um 
desses recursos.
Viu o conceito de população ativa e inativa, emprega-
dos e desempregados, empregados propriamente ditos e 
empregados ativos marginais.
Estudou ainda os bens de capital, diferenciando capi-
tal fixo e capital circulante. Conceituamos também capital 
humano e capital financeiro.
Atividades
1. Conceitue os três fatores de produção que constituem 
os recursos produtivos.
2. Dê exemplos de recursos terra, trabalho e capital en-
volvidos na produção de algum produto. Você conhece 
algum produto que possa ser produzido sem utilizar 
conjuntamente estes três fatores produtivos?
3. O que é taxa de ocupação de uma população?
4. Conceitue e diferencie capital físico, capital financeiro 
e capital humano.
INTRODUÇÃO
À ECONOMIA
AULA 4
Sistema Econômico
Objetivos
•	 Identificar	e	responder	às	questões	eco-
nômicas	fundamentais:
•	 Quais	são	três	as	maneiras	pelas	quais	
as	 sociedades	 se	 organizam	a	fim	de	
resolver	 suas	 questões	 econômicas	
fundamentais:	a	economia	de	merca-
do,	 a	 economia	 planificada	 central-
mente e a economia mista. 
•	 O	 que,	 quanto,	 como	 e	 para	 quem	
produzir.
•	 Explicitar	por	que,	em	razão	da	escas-
sez,	a	Economia	é	uma	ciência	ligada	
a	problemas	da	escolha.
INTRODUÇÃO	À	ECONOMIA
22
Introdução
Na aula anterior procuramos conceituar Economia. 
Você se lembra de que é uma ciência que estuda a melhor 
administração dos recursos escassos, a fim de satisfazer as 
ilimitadas necessidades humanas?
Nesta aula você irá estudar um pouco sobre os siste-
mas econômicos. 
Como funciona 
o Sistema Econômico
Antes de iniciarmos o estudo do funcionamento do 
sistema econômico, vale a pergunta: você saberia concei-
tuar um sistema econômico?
Sistema econômico é a forma política e social em que 
está organizada a sociedade, a fim de organizar a produ-
ção, a distribuição e o consumo dos bens e serviços produ-
zidos de modo a aumentar o bem-estar da sociedade.
Ou seja, é através do sistema econômico que a socie-
dade define como se processa a produção dos recursos 
para atender as necessidades humanas.
 São elementos básicos do sistema econômico:
•	 Fatores de Produção: terra, capital e trabalho. 
•		Unidades de Produção: empresas e famílias que 
produzem e consomem os bens.
•		Governo: conjunto de instituições políticas, jurídi-
cas e sociais que normatizam o funcionamento da 
sociedade.
Estes são os elementos básicos de um sistema econô-
mico. Os sistemas econômicos podem ser divididos em 
três tipos principais, com relação à forma em que ele or-
ganiza sua produção.
Sistema de Economia Capitalista ou 
Economia de Mercado
Este	 sistema	é	 regido	pelas	 forças	de	mercado	 (ofer-
ta	 e	 demanda),	 predominando	 a	 livre	 iniciativa;	 nele,	 e	
a propriedade dos fatores de produção é privada. A eco-
nomia norte-americana e a inglesa, entre outras, são bons 
exemplos. 
Este é um tipo de sistema que deixou para o mercado 
definir como resolver o problema da escassez de recursos, 
quem produz, o que é produzido e quem consome.
Sistema Socialista, Economia 
Centralizada ou Economia Planificada
As questões econômicas fundamentais são resolvidas 
pôr um órgão central de planejamento; nesse sistema, a 
propriedade dos fatores de produção é pública.
Como exemplo temos a economia da antiga União 
Soviética e de Cuba.
Neste tipo de sistema, é o governo quem define a pro-
dução e o consumo.
Sistema de economia mista
A partir dos anos 30, passaram a predominar os sis-
temas de economia mista, com forte atuação do Estado 
na alocação e distribuição dos recursos, bem como na 
produção de bens e serviços. A Suécia, a Dinamarca e a 
Finlândia são referência desse tipo de sistema.
Esta é uma classificação dada por alguns autores, que 
entendem que é um sistema capitalista mas com forte par-
ticipação do governo.
Definição de 
Sistema Econômico
Como você já viu, um sistema econômico pode ser 
entendido como o conjunto de relações sociais e insti-
tucionais que caracterizam a organização econômica de 
uma sociedade. Independentemente do seu tipo, todo 
sistema econômico deve, de algum modo, desempenhar 
cinco funções básicas, determinando:
1. O que se deve produzir;
2. Como se deve organizar a produção;
3. Como devem ser distribuídos os produtos;
4. Como devem ser racionados os bens no período 
em que a oferta é fixa;
5. Como deve ser sustentada e expandida a capacida-
de produtiva.
Vamos analisar agora cada uma destas funções.
Determinação do que se deve produzir
É, basicamente, determinar quais são as necessidades 
dos consumidores; em essência, a economia deve estabe-
lecer um conjunto de valores para os diferentes tipos de 
bens e serviços considerando, essencialmente, sua escas-
sez e sua utilidade para os consumidores.
AULA	4	•	Sistema Econômico
23
Organização da produção 
A organização da produção envolve:
•		procurar	canalizar	os	 recursos	disponíveis	para	as	
atividades produtoras dos bens mais desejados;
•		usar	os	recursos	eficientemente.
Distribuição do produto
a)		A	questão	da	renda:	a	renda	de	um	indivíduo	de-
pende de duas coisas:
•	 das	 quantidades	 dos	 diferentes	 recursos	 que	
pode empregar no sistema produtivo;
•		do	quanto	recebe	por	eles.
b)		Assim,	 a	 distribuição	 total	 da	 renda	 depende	 da	
forma como os indivíduos podem dispor dos recur-
sos que possuem.
Racionamento no curto prazo
O	racionamento	 (controle	 temporário	 sobre	algo	es-
casso)	deve	ser	feito	de	duas	formas:
•		deve	distribuir	o	suprimento	entre	os	diversos	con-
sumidores; 
•		deve	 repartir,	 pelo	 período	 de	 tempo	 entre	 uma	
“oferta” e outra, o suprimento dado.
Manutenção do crescimento do 
sistema econômico
A manutenção refere-se a conservar intacta a força 
produtiva da máquina econômica, através de uma provi-
são	para	depreciação	 (reposição	de	algo	que	 foi	desgas-
tado	 por	 sua	 utilização);	 a	 ampliação	 diz	 respeito	 a	 um	
aumento contínuo das espécies e quantidades de recursos 
disponíveis dentro da economia, juntamente com a cons-
tante melhora das técnicas de produção.
A diferença ente a sociedade capitalista e a socialista 
é que no modelo capitalista o mercado é quem define as 
cinco características citadasacima; no socialista, é o gover-
no quem o faz.
Com isso, pode-se afirmar, em síntese, que a Econo-
mia deve responder a três grandes questionamentos:
1. O que produzir e em que quantidade? Deve-se es-
colher entre as possibilidades de produção de uma 
economia de modo a satisfazer o mais adequada-
mente à sociedade.
2. Como produzir tais bens e serviços? Toda socie-
dade deve determinar quem vai ser o responsável 
pela produção, qual a tecnologia a ser empregada, 
qual o tipo de organização da produção etc.
3. Para quem produzir, ou em outras palavras: quem 
será o consumidor? Devem ser definidos o públi-
co-alvo e as maneiras através das quais o produto 
deverá atingi-lo. 
O funcionamento 
da economia
É a produção de bens e serviços para satisfazer as ne-
cessidades humanas, levando em conta a eficiência produ-
tiva, isto é, o aproveitamento ótimo dos recursos existentes 
de produção, e a eficiência alocativa, que diz respeito a 
uma combinação adequada de produtos finais gerados no 
sentido de otimizar a satisfação das necessidades de con-
sumo e as exigências do processo de acumulação de uma 
sociedade.
Em síntese, a Economia demonstra à sociedade como 
esta deve se organizar para melhor utilizar e aproveitar os 
recursos produtivos, pois desta forma mais bens serão pro-
duzidos e mais necessidades humanas serão atendidas.
O mundo econômico: 
macro e micro
Uma questão importante que surge na esfera do estu-
do econômico diz respeito às distinções entre as preocu-
pações macro e microeconômicas. Contudo, vale salientar 
que, embora aparentemente distantes, no fundo ambas 
tratam do mesmo objeto: o sistema econômico. Como os 
nomes já sugerem, a Microeconomia trata do compor-
tamento das unidades econômicas individuais, enquanto 
a Macroeconomia trata do conjunto da economia como 
um todo. 
A Microeconomia ocupa-se da análise do comporta-
mento das unidades econômicas, como as famílias – ou 
consumidores – e as empresas. Estuda também os mer-
cados em que operam os demandantes e ofertantes de 
serviços.
Ela considera a atuação das diferentes unidades eco-
nômicas	 (famílias	 e	empresas)	 como	 se	 fossem	unidades	
individuais.
A Macroeconomia, ao contrário, ocupa-se do com-
portamento global do sistema econômico refletido em um 
número reduzido de variáveis, como o produto total de 
INTRODUÇÃO	À	ECONOMIA
24
uma economia, o emprego, o investimento, o consumo, 
o nível geral de preços etc. Por exemplo, se o Ministério 
da Fazenda anuncia que a inflação caiu 2% em relação ao 
mês anterior e que o número de empregos aumentou, está 
destacando o que, em sua opinião, são os aspectos mais 
significativos da evolução global da economia.
De qualquer forma, deve-se ressaltar que a Microe-
conomia e a Macroeconomia são dois ramos da mesma 
disciplina, a Economia, e, como tal, ocupam-se das mes-
mas questões, ainda que se fixem em aspectos distintos, 
pois uma trabalha com o aspecto individual e a outra com 
o coletivo.
Resumo
Um sistema econômico se orienta pela percepção de 
que as necessidades humanas são ilimitadas enquanto, por 
outro lado, os recursos econômicos e de produção são es-
cassos	(limitados).	Daí	advêm	os	três	problemas	econômi-
cos fundamentais que qualquer tipo de economia tem de 
responder: o quê, como e para quem produzir.
Esses problemas fundamentais existem devido ao fato 
de que os recursos produtivos são escassos. 
Você se lembra do que já foi falado sobre o problema 
da escassez para a Economia?
Como em uma sociedade as pessoas necessitam e de-
sejam consumir bens e serviços, a Economia, através do 
sistema	econômico	(que	é	uma	forma	de	organização	da	
sociedade	 para	 a	 produção),	 busca	 atender	 ao	máximo	
possível esses desejos e necessidades, definindo o que é 
produzido e em que quantidade, evitando assim o des-
perdício, visto que os recursos são escassos, mas as neces-
sidades não.
A Microeconomia: trabalha com o comportamento 
econômico de forma individualizada. Estuda, por exem-
plo, o comportamento de um consumidor individual, 
como ele gasta sua renda etc. Também trata a empresa 
de forma individual, estudando seus custos de produção, 
seu lucro etc.
Por sua vez, a Macroeconomia trata do comportamen-
to coletivo da economia. Estuda o problema da inflação, 
da dívida externa etc. Na Macroeconomia não importa o 
que um consumidor ou uma empresa fazem, mas a socie-
dade como um todo.
Atividades
1. Explique de que consiste um sistema econômico.
2. Procure explicar as principais diferenças entre as socie-
dades capitalista e socialista.
3. Em sua opinião, algum destes sistemas conseguiu atin-
gir seus objetivos?
4. Considere algumas questões econômicas atuais e iden-
tifique se devem ser estudadas pela Microeconomia ou 
pela Macroeconomia.
5. Dê exemplos de um problema microeconômico e de 
um macroeconômico.
INTRODUÇÃO
À ECONOMIA
AULA 5
A questão econômica da escassez
Objetivos
•	 Entender	como	lidar	com	o	problema	da	
escassez	dos	recursos	produtivos	através	
do	 estudo	 das	 curvas	 de	 possibilidades	
de produção.
•	 Conhecer	 o	 problema	 da	 escassez	 na	
economia.
•	 Conhecer	 a	 curva	 de	 possibilidades	 de	
produção.
•	 Verificar	como	se	dá	o	crescimento	eco-
nômico de uma sociedade.
INTRODUÇÃO	À	ECONOMIA
26
Introdução
O problema econômico fundamental é a questão da 
escassez, que surge porque as necessidades humanas são 
ilimitadas, enquanto os recursos econômicos utilizados 
para produzir os produtos e serviços a serem utilizados na 
satisfação das necessidades humanas acabam se tornando 
(e	alguns	são)	limitados.	Esse	é	um	problema	de	disparida-
de entre os desejos humanos e os meios disponíveis para 
satisfazê-los.
O problema econômico 
da escassez
A escassez é um conceito relativo, pois existe em uma 
sociedade o desejo das pessoas em adquirir uma quanti-
dade de bens e serviços maior que a sua disponibilidade. 
Desta forma, afirmamos ser relativa a escassez dos recursos 
em relação aos desejos e às necessidades humanas.
Escassez do ponto 
de vista econômico
A Economia considera o problema de falta de bens e 
serviços como uma escassez relativa, uma vez que os bens 
e serviços são escassos em relação ao desejo dos indivídu-
os, que são ilimitados.
A curva de possibilidade 
de produção
A necessidade de escolha
Normalmente os agentes econômicos têm que optar 
entre o que consumir e o que produzir. Nesse contexto, 
surge o conceito de custo de oportunidade de um bem 
ou serviço, que nada mais é do que a quantidade de um 
bem que deve ser sacrificada no consumo para que as 
pessoas possam obter outro bem, mantendo-se o mesmo 
grau de satisfação.
Não se preocupe se esse conceito não ficou muito 
claro, pois ele será mais explicado através das curvas de 
possibilidades de produção.
A curva ou fronteira de possibilidades 
de produção
Uma curva – também denominada fronteira – de 
possibilidades de produção mostra as diversas opções de 
consumo que são fornecidas à sociedade. Essa curva re-
presenta o limite máximo de produção de uma sociedade 
em um certo período de tempo, dadas as condições de 
produção. 
Uma	economia	está	situada	sobre	a	fronteira	(produ-
ção	máxima)	quando	todos	os	fatores	de	produção	de	que	
ela dispõe estão sendo utilizados para a produção de bens 
e serviços.
Para você entender melhor, suponha uma determina-
da situação em uma economia que tenha uma certa tec-
nologia disponível e uma quantidade fixa de fatores de 
produção. Nessa economia podem ser produzidos dois 
tipos de bens: alimentos e máquinas. Se, em um deter-
minado momento, opta-se por produzir mais alimentos, 
é preciso que se desloquem fatores produtivos da outra 
atividade – produção de máquinas – para que seja possível 
tal expansão. Portanto, aumentar a produção de um bemtem seu custo para a sociedade em termos das quantida-
des do outro que deixaram de ser produzidas. Este é o 
custo de oportunidade.
Para sua melhor visualização vamos analisar o gráfico 
a seguir.
Tabela 1
Opção Alimentos Máquinas Custo de Oportunidade
A 0 10 -
B 1 9 1
C 2 7 2
D 3 4 3
E 4 0 4
Máquina
Alimento
A
E
B
C
Z
Y
D
O
AULA	5	•	A	questão	econômica	da	escassez
27
Essa curva que se forma a partir da ligação entre os 
pontos A, B, C, D e E representa as opções oferecidas à 
sociedade para consumo dos bens e a necessidade de es-
colha entre elas. Como você pode notar, um aumento na 
produção de alimentos, passando do ponto A para o ponto 
B, implica necessariamente uma redução na produção de 
máquinas e vice-versa. O fato de os pontos estarem sobre 
a curva mostra que a produção é eficiente, ou seja todos 
os recursos estão sendo empregados eficientemente.
Assim surge o conceito de custo de oportunidade, 
mostrando a quantidade de um bem que deverá ser sa-
crificada para que se possa produzir outro tipo de bem. O 
custo de oportunidade é crescente, pois quando é aumen-
tada a produção de um determinado bem os fatores de 
produção transferidos dos outros produtos se tornam cada 
vez menos aptos para a nova finalidade, isto é, a transfe-
rência vai ficando cada vez menos produtiva. 
Você pode, então, analisar os pontos daquela curva da 
seguinte forma: no ponto O, chamado de pleno desem-
prego, a economia não está usando nenhum dos recursos 
de produção de que dispõe, ou seja, produção zero.
O ponto Y significando que a economia está operando 
com capacidade ociosa, isto é, alguns recursos disponíveis 
não estão sendo utilizados. Neste caso, a produção fica 
abaixo da capacidade disponível.
Os pontos A, B, C, D e E são chamados de pleno em-
prego. É a situação ideal para a economia, em que todos 
os recursos disponíveis estão sendo utilizados.
O ponto Z, ou ponto futuro, representa um nível im-
possível de produção no momento, pois está acima da 
capacidade de recursos disponíveis. Esse ponto só será 
alcançável em períodos futuros, quando houver aumento 
ou melhora dos recursos disponíveis.
Devido ao fato de a necessidade de escolha estar re-
lacionada ao problema da escassez, que impõe limites à 
capacidade produtiva de uma sociedade, esta por sua vez 
terá de fazer escolhas entre as alternativas de produção.
O crescimento da Economia
Para que possamos entender como ocorre o cresci-
mento econômico, torna-se necessária a utilização de 
duas premissas básicas:
•		Em	 um	 “país”	 em	 que	 a	 maioria	 da	 capacidade	
produtiva é utilizada na satisfação das necessida-
des	 correntes	 (consumo),	 pouco	 se	 investe	 e	 há	
um crescimento lento na capacidade de produção 
para o futuro. Isso ocorre geralmente nos países 
mais pobres, onde a população possui maior ne-
cessidade de consumo e sobram poucos recursos 
para a poupança.
•		Em	 um	 “país”	 em	 que	 a	 maioria	 da	 capacidade	
produtiva é utilizada na produção de bens de ca-
pital, o resultado é um crescimento mais rápido da 
capacidade de produção, pois as pessoas, por te-
rem um melhor padrão de vida, não têm tanta ne-
cessidade de consumo e podem poupar mais.
Essas situações podem ser visualizadas no seguinte 
gráfico: 
Considere a situação atual desse “país” através da cur-
va A0/B1. O ponto w representa o máximo que se pode 
produzir de bens de consumo e capital ao mesmo tempo 
com os atuais recursos disponíveis. A curva A1/B2 somente 
será atingida se surgirem novos recursos produtivos ou se a 
população tivesse reduzido o consumo de bens de consu-
mo no passado, visando ao aumento dos bens de capital. 
Resumo
O problema econômico por excelência é a escassez. 
Esta surge porque as necessidades humanas são ilimitadas 
e os recursos produtivos são limitados, impondo assim à 
sociedade uma escolha no consumo. 
A escassez é um conceito relativo, pois existe o desejo 
de adquirir uma quantidade de bens e serviços maior que 
a sua disponibilidade. Para que esse problema fosse iden-
tificado, foram criadas as curvas de possibilidades de pro-
dução, que mostram as quantidades de bens que podem 
ser consumidos pela população.
Bens de capital
Bens de consumo
B2
A1A-1 A0
B0
B1
w
O
INTRODUÇÃO	À	ECONOMIA
28
A curva de possibilidade de produção, também co-
nhecida como curva de fronteira, reflete as opções que se 
oferecem à sociedade e a necessidade de escolher entre 
elas. Uma economia está situada sobre a curva quando 
todos os fatores de que dispõe estão sendo utilizados para 
a produção de bens e serviços. 
Se todos os recursos estão sendo plena e eficiente-
mente utilizados, a produção de uma quantidade maior 
de um bem significa necessariamente produção menor de 
outro bem, isto é, tenderá a um custo de oportunidade, 
que é a quantidade de outros bens ou serviços a que se 
deve renunciar para obter o bem ou serviço desejado ou 
necessário.
Atividades
1. Relacione algumas situações que podem causar deslo-
camento positivo ou negativo em uma curva de possi-
bilidade de produção.
2. Elabore um orçamento mensal relacionando todas as 
suas despesas.
3. Você lembra de alguma situação em que teve de abrir 
mão de alguma coisa para conseguir outra?
INTRODUÇÃO
À ECONOMIA
AULA 6
Os agentes econômicos /
O	fluxo	circular	da	renda
Objetivos
•	 Definir	os	agentes	econômicos	e	os	seto-
res da Economia.
•	 Entender	o	funcionamento	do	sistema	de	
mercado	através	dos	fluxos	real	e	mone-
tário.
INTRODUÇÃO	À	ECONOMIA
30
Introdução
Os agentes econômicos são aqueles que participam 
do processo de funcionamento do sistema econômico. 
São as empresas, as pessoas, o governo etc.; enfim, todos 
os membros de uma sociedade.
Os agentes econômicos são classificados em:
•		Unidades familiares: são representados pelas fa-
mílias que consomem bens e serviços produzidos 
pelas empresas. A Economia considera família todo 
recurso de produção de trabalho, ou seja as pesso-
as	(a	mão-de-obra	e	intelectual	humana).
•		Empresas: são agentes econômicos para os quais 
convergem os recursos de produção disponíveis, 
com o objetivo de atender às necessidades de con-
sumo. As empresas são os agentes que mobilizam 
os recursos e contratam as pessoas para iniciar o 
processo produtivo.
•		Setor Público: é o agente coletivo que contrata 
o trabalho de unidades familiares e que adquire 
uma parcela da produção das empresas para pro-
porcionar bens e serviços úteis à sociedade como 
um todo. Existem nos níveis municipal, estadual e 
federal. Além disso, é o setor público quem norma-
tiza o funcionamento de uma sociedade econômi-
ca.
As famílias ou 
unidades familiares
Dentro de um sistema econômico, os agentes podem 
ser classificados basicamente como econômicos e priva-
dos. Os agentes econômicos privados básicos são as em-
presas e as unidades familiares.
As atribuições essenciais das famílias consistem em, de 
um lado, consumir os bens e serviços oferecidos pelas em-
presas, dentro dos limites de sua disponibilidade financeira 
(orçamento);	de	outro,	em	oferecer	seus	recursos	produ-
tivos, quase sempre a sua força de trabalho e qualidade 
intelectual, às empresas.
As empresas
Nas sociedades primitivas, a produção era feita de 
modo artesanal e muitas vezes realizada individualmente. 
Atualmente, praticamente toda produção é desenvolvida 
por empresas dos mais variados tipos e estruturas. Assim 
sendo, pode-se dizer que empresa é a unidade de pro-
dução básica que contrata trabalho e recursos produtivos 
com o fim de fabricar e vender bens e serviços. Além dis-
so, as empresas modernas contam com possibilidades de 
organizar os complexos processos de produção e distri-
buição exigidos pelas sociedades atuais, contando cada 
vez maiscom as possibilidades de produção em massa e 
ganhos de escala.
O setor público
A esfera governamental, composta de órgãos e de ad-
ministrações públicas, pode ser classificada em pelo menos 
três esferas: as administrações municipais, as estaduais e a 
central	(federal).	Além	dessa	classificação	básica,	existe	ou-
tra,	um	pouco	mais	abrangente	(descrita	no	quadro	abai-
xo),	que	detalha	as	várias	classificações	do	setor	público:
Setor público
a) Setor público produtivo
 1) Empresas estatais financeiras
 2) Empresas estatais não-financeiras
b) Administração pública
1) Entes territoriais: estados, municípios e territó-
rios;
2) Previdência social: sistema de previdência social 
e outras administrações;
3) Administração central: governo da União e demais 
organismos de caráter nacional.
A partir deste quadro, podemos tomar como exemplo 
o Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais, que é uma 
entidade pública financeira, e a CEMIG, que é uma em-
presa estatal não-financeira.
As funções do setor público, qualquer que seja a sua 
instância, são muito importantes e diversificadas. Na atu-
alidade, a participação do Estado na sociedade desenvol-
ve-se das mais variadas formas, estendendo-se para além 
da função de guardião do bom desempenho da atividade 
econômica para converter-se em verdadeiro empresário.
Como empresário, o setor público oferece à comuni-
dade certos bens com características particulares: os bens 
públicos. Tais bens podem ser entendidos como aqueles 
que são proporcionados a todas as pessoas sem distinção 
de necessidade. O custo do bem público é pago através 
dos impostos que recolhemos. Por eles, o governo ofere-
AULA	6	•	Os	agentes	econômicos	/	O	fluxo	circular	da	renda
31
ce o bem público sem perguntar quem o utiliza ou não, 
quem quer ou não, mas todos o pagam via sistema tributá-
rio. Como exemplo, podemos citar a defesa nacional.
O Estado desempenha, ainda, um papel regulador na 
economia; através de suas políticas econômicas, procura 
permitir o crescimento estável e contínuo da economia, o 
pleno aproveitamento dos recursos escassos etc.
Os setores da Economia
Para melhor análise e acompanhamento, a Economia 
é geralmente dividida em 4 setores. São eles: 
•	 setor	 Primário:	 agricultura,	 mineração,	 extrativis-
mo.
•	 setor	Secundário:	indústrias
•	 setor	Terciário:	serviços,	comércio.
•	 setor	 Quaternário:	 novo	 setor	 da	 economia,	 diz	
respeito à educação, faculdades, institutos de pes-
quisa.
E você, pertence a qual setor econômico?
O fluxo circular da renda
A economia capitalista funciona através do mercado. É 
através deste que os preços são determinados.
O funcionamento de uma economia de mercado é 
baseado em um conjunto de regras pelas quais se com-
pram e vendem os bens e serviços, assim como os recursos 
produtivos. A ação conjunta dos agentes econômicos é 
que determina os preços de mercado dos bens e serviços 
transacionados na economia.
Por exemplo, caso exista algum bem cuja procura seja 
maior	que	sua	disponibilidade	de	venda	(oferta),	seu	preço	
de mercado aumenta. Dessa forma, é a ação dos agen-
tes familiares e empresas que determinam o preço de um 
bem no mercado.
Mercado: local onde são negociados os bens, servi-
ços e fatores produtivos. É no mercado que os indivíduos 
se reúnem para realizar as operações de oferta e deman-
da (compra e venda).
Como em todo tipo de mercado existem os dois tipos 
de agentes econômicos, compradores e vendedores, estes 
se dividem em dois tipos: mercado de produtos e merca-
do de fatores.
O mercado de produtos
Os mercados de produtos são fundamentais para de-
terminar o que será produzido na economia. É represen-
tado pelo fluxo real.
O fluxo real apresenta as unidades familiares forne-
cendo recursos às empresas, que por sua vez suprem as 
unidades familiares de bens e serviços finais. 
Mercado de recursos 
de produção
Esses mercados são os mais relevantes para determinar 
como e para quem serão produzidos os bens e serviços. 
Este mercado é representado pelo fluxo monetário. 
Quanto ao fluxo monetário, ele se baseia no fato de 
que existe a moeda como meio de pagamento, que fará 
o papel de intermediação entre as empresas e as famí-
lias. As empresas remuneram as famílias pelos recursos de 
produção empregados; estas transferem para as empresas 
os ganhos recebidos ao pagarem pelos bens e serviços ad-
quiridos.
Podemos sintetizar os fluxos conforme o diagrama 
abaixo
 Fluxo real 
 Fluxo monetário 
Como você pode ver no diagrama, existe uma inter-
relação entre as famílias e as empresas no sistema econô-
mico. No sistema de mercado, é importante que todos os 
bens e serviços tenham seus preços definidos, e estes serão 
sempre dados pelo mercado. Essa definição será dada, en-
tão, através da interação entre os mercados de bens de 
Família
Remunera os fatores de produção
Fornece fatores de produção
$ pelos bens e serviços
Consome os bens e serviços produzidos
Empresa
INTRODUÇÃO	À	ECONOMIA
32
consumo	(mercado	de	produtos)	e		os	mercados	de	fatores	
de	produção	(mercado	de	fatores).
Com isso são definidos os três problemas básicos do 
sistema econômico: o que será produzido, como será a 
produção e para quem será direcionada.
O processo de alocação de recursos
Uma das mais importantes atividades do sistema eco-
nômico é a alocação de seus recursos produtivos, ou seja, 
como eles serão utilizados e combinados para a produção 
dos	bens	e	serviços,	pois,	por	serem	escassos	(como	vimos	
anteriormente),	temos	que	aproveitá-los	ao	máximo	possí-
vel e da melhor forma.
A alocação de recursos do sistema econômico se divi-
de em três etapas distintas: 
a) O que produzir
A partir do momento que os consumidores revelam 
suas preferências ao comprar determinados bens e servi-
ços, as empresas se orientam para definir o que será então 
produzido. São as empresas que definem os produtos que 
serão produzidos. Por exemplo, que tipos de carros, de 
roupas etc.
b) Como produzir
A definição de como será realizada a produção é feita 
pelas empresas, que concorrem entre si em busca de um 
lucro cada vez maior. Com isso, a concorrência impulsiona 
as	empresas	a	buscar	a	melhor	alocação	(combinação)	dos	
recursos produtivos, o que lhes permitirá produzir com 
aproveitamento máximo, ou seja, um mínimo de custo.
Dessa forma, é então escolhido o processo mais ade-
quado de produção, quer dizer, quais máquinas e maté-
rias-primas são utilizadas na produção.
c) Para quem produzir
A distribuição do fruto do processo produtivo depen-
de da capacidade de cada um dos agentes para obter a 
maior parcela possível da produção. Por exemplo, quais 
pessoas irão adquirir os bens e em quais quantidades. 
Resumo
No sistema econômico existem três agentes que reali-
zam a tarefa de gerenciar a utilização dos recursos produ-
tivos e executar a produção dos bens e serviços que serão 
consumidos pelas pessoas a fim de satisfazerem suas ne-
cessidades. São eles as famílias, as empresas e o governo.
Além destes agentes, a economia é dividida em quatro 
setores que classificam todas as atividades econômicas: o 
setor primário, o secundário, o terciário e o quaternário.
Atividades
1. O que é transacionado no mercado de fatores de pro-
dução e no mercado de bens?
2. Em qual dos mercados a empresa participa como ofer-
tante de bens e serviços?
3. Você acha que o sistema de mercado é justo?
4. Você conhece outro sistema que possa substituir o sis-
tema de mercado?
5. Qual a função das famílias na sociedade? E a das em-
presas? E a do governo?
6. Por que o governo intervém no sistema econômico?
INTRODUÇÃO
À ECONOMIA
AULA 7
O mercado em ação
Objetivos
•	 Definir	demanda.
•	 Diferenciar	 os	 conceitos	 de	 demanda	 e	
quantidade demandada.INTRODUÇÃO	À	ECONOMIA
34
Teoria da demanda
Demanda são as várias quantidades de bens ou 
serviços que os consumidores estão dispostos e ap-
tos a adquirir no mercado, em função de vários níveis 
de preços possíveis, em um determinado período de 
tempo, coeteris paribus.
Você percebeu que no final da definição de demanda 
aparece uma expressão em latim, coeteris paribus. Não se 
preocupe, não vamos estudar latim. Essa expressão signi-
fica: tudo o mais permanecendo constante ou inalterado. 
Isso quer dizer que, para efeito de análise, consideram-se 
mantidas constantes todas as demais variáveis que pode-
riam afetar a demanda/consumo – como a renda do con-
sumidor, a vontade, a moda etc. Supõe-se, assim, que o 
consumidor está disposto a comprar o produto apenas em 
função do seu preço, e qualquer outra variável que possa 
afetar seu consumo naquele momento foi mantida cons-
tante.
Para que serve isto? Como você verá a seguir, a deman-
da pode sofrer influência de diversas variáveis ao mesmo 
tempo. Fazendo isso, isolamos algumas delas para saber 
exatamente o efeito do preço sobre o consumo e, assim, 
podermos construir o gráfico da função demanda.
Fatores que determinam a demanda
Dx = f (Px, R, Py,V, N...) 
Onde: 
Dx: demanda por um produto x
Px: é o preço do bem em questão; 
R: é a renda do consumidor; 
Py:	é	o	preço	dos	bens	correlatos	(substitutos	ou	com-
plementares);	
V: é a vontade do consumidor de comprar
N: é sua necessidade. 
Tabelas e curva de demanda
Uma tabela de demanda descreve as diferentes com-
binações entre as quantidades de bens e serviços que os 
consumidores estão dispostos a adquirir, aos vários preços 
possíveis, num certo período de tempo. 
Tabela 1: Demanda por carne
Preço (R$/kg) Quant. (kg/mês)
1,00 12
2,00 10
3,00 6
4,00 2
Gráfico 1: curva de demanda por carne 
O gráfico mostra que, à medida que o preço do pro-
duto aumenta, a quantidade demandada diminui. Assim, 
a curva de demanda é dada pela representação gráfica da 
relação entre a quantidade demandada de um bem em 
um dado período de tempo e o seu preço.
Lei da demanda: existe uma relação inversa entre 
preço e quantidade demandada.
Você percebeu o que é a demanda?
Nada mais é do que uma curva que representa as 
quantidades adquiridas de um produto pelos consumido-
res em função dos diversos preços possíveis.
A quantidade demandada
A quantidade demandada por um produto X está rela-
cionada somente ao preço desse produto.
QDx = f (Px)
Em que:
QDx: quantidade demandada por um produto x
Px : é o preço do produto x
Q
P
2
1
10 12
Demanda
AULA	7	•	O	mercado	em	ação
35
Pelo que você viu, podemos conceituar melhor a lei 
da demanda, que diz que: 
“A quantidade demandada varia única e exclusiva-
mente em função do preço e de forma inversa em rela-
ção a ele, ou seja, se o preço de um produto aumenta, 
sua quantidade demandada diminui, se o preço dele di-
minui, sua quantidade demandada aumenta”.
Dessa forma, há uma relação indireta entre preço e 
quantidade demandada.
Mudança na quantidade 
demandada versus mudança 
na demanda
Existe uma pequena diferença entre demanda e quan-
tidade demandada.
Acredito que você vá entender com facilidade.
Mudança na quantidade demandada 
Mudança na quantidade demandada é um desloca-
mento ao longo de uma mesma curva de demanda.
A variação no preço de um produto, tudo o mais per-
manecendo constante, pode ser mostrado como um movi-
mento ao longo da curva de demanda, ou seja, quando o 
preço do produto varia, ocorre uma variação ao longo da 
curva de demanda, porém a curva permanece a mesma.
Damos o nome de quantidade demandada a esse des-
locamento ao longo de uma curva de demanda, causado 
pelo efeito preço.
Gráfico 2. Curva de demanda pelo bem Y
Na situação exposta no gráfico, quando o preço do 
produto y passou de 3 para 4, a quantidade que o consumi-
dor estava disposto a adquirir diminuiu de 6 para 2. A esta 
quantidade damos o nome de quantidade demandada.
Não se esqueça de que toda vez que nos referimos 
a gráficos de demanda, oferta e equilíbrio de mercado 
(que serão vistos nas próximas aulas) o eixo P do gráfi-
co representa o preço do produto e o eixo Q representa 
as quantidades.
Mudanças (deslocamentos) 
da demanda
A	demanda	(que	também	pode	ser	chamada	de	pro-
cura)	por	uma	mercadoria	não	é	influenciada	apenas	por	
seu preço. Existe uma série de outras variáveis que podem 
fazer com que ela se altere. Estas alterações, ou desloca-
mentos da curva de demanda podem acontecer devido a:
•	renda;
•	preço	de	bens	correlacionados;
•	hábitos,	gostos	e	preferências;
•	moda;
•	número	de	consumidores.
Quando alguns dos fatores que estavam sendo man-
tidos	 constantes	 (coeteris paribus)	 na	 definição	 da	 curva	
de demanda sofrem alterações, há mudanças da própria 
curva de demanda. Essas mudanças são denominadas alte-
ração da demanda, e ocorrem através do deslocamento da 
curva,	para	a	direita	(deslocamento	positivo	ou	aumento	
da	demanda)	ou	para	a	esquerda	(deslocamento	negativo	
ou	diminuição	da	demanda).
Exemplos de alterações 
da demanda
Deslocamento da curva de demanda 
por aumento na renda do consumidor 
Q
P
4
3
2 6
Q/t
P	(R$)
P
Q0 Q1
D0
D1
INTRODUÇÃO	À	ECONOMIA
36
Nesta situação, mesmo com o preço constante, a 
quantidade	demandada	passou	de	Q0	para	Q1	(aumen-
tou).	Isso	pode	indicar	que	o	consumidor	passou	a	com-
prar mais do produto não em função do preço, mas sim 
devido a um aumento em sua renda.
Mudança na preferência ou gosto do 
consumidor 
A curva de demanda se deslocou de D0, curva ini-
cial, para D1, nova curva de demanda. O preço continuou 
constante, mas o consumidor passou a comprar mais do 
produto em função de sua vontade.
Resumo
Nesta aula, definimos demanda e quantidade deman-
dada. Vimos que a demanda é uma curva que represen-
ta todas as possíveis quantidades de um produto que o 
consumidor esteja disposto a comprar em função de uma 
série de fatores, como preço, renda etc. Quantidade de-
mandada é aquilo que o consumidor compra apenas em 
função do preço.
Assim, mudança na demanda é um deslocamento na 
curva devido a diversos fatores, e mudança na quantidade 
demandada é um deslocamento ao longo de uma mesma 
curva de demanda apenas em função do preço.
Atividades
1. Você concorda que o tamanho do mercado consumi-
dor pode ser considerado como um fator que afeta a 
demanda por um produto?
 2. Qual a importância do estudo da demanda para uma 
empresa?
3. De que maneira a moda pode afetar a demanda por 
um produto?
4. Explique por que quando o preço de um produto dimi-
nui, a quantidade demandada aumenta mas a deman-
da permanece a mesma.
Q/t
P
Q1 Q0
D0
D1
P0
INTRODUÇÃO
À ECONOMIA
AULA 8
Teoria da oferta
Objetivos
•	 Definir	oferta.
•	 Diferenciar	oferta	de	quantidade	oferta-
da.
INTRODUÇÃO	À	ECONOMIA
38
Introdução
Na aula anterior, trabalhamos o conceito de demanda. 
A demanda atua sempre a partir da ótica do consumidor, 
ou seja, é tudo aquilo que as pessoas desejam adquirir.
Nesta aula, iremos trabalhar com a ótica do vendedor, 
ou seja, a oferta, que representa tudo aquilo que as pesso-
as desejam vender.
Teoria da oferta
Oferta são as várias quantidades de um bem ou ser-
viço que os vendedores desejam e são capazes de vender 
(ofertar),	durante	um	período	de	tempo,	a	todos	os	possí-
veis preços alternativos, coeteris paribus.
Você se lembra da condição coeteris paribus?
Significa que as demais variáveis que podem afetar 
a oferta de um bem, exceto seu preço, foram mantidas 
constantes ou inalteradas.
Fatores que determinam 
a oferta
A oferta por um bem ou serviço pode ser definida 
como:
Sx = f (Px,Pr, Cc, T, ...)
Onde: 
Sx é a oferta do bem 
Px é o preço do bem em questão; 
Pr é o preço dos recursos produtivos; 
Cc refere-se às condições climáticas; 
T é o estado da tecnologia, 
Tabela e a curva de oferta
Mostra as quantidades máximas que os vendedores 
colocarão no mercado, por unidade de tempo, em função 
dos vários preços. Diferentemente da curva de demanda, 
a curva de oferta é inclinada positivamente, indicando que 
quanto maior o preço, maior a quantidade de bens que os 
produtores estarão dispostos a colocar no mercado.
Tabela de oferta por carne
Preço (R$/kg) Quant. (kg/mês)
1,00 2
2,00 4
3,00 6
4,00 10
Portanto, a lei da oferta diz que:
A quantidade ofertada de um produto cresce se o 
preço dele aumenta, e cai se o preço diminui. Assim, 
se há uma relação indireta entre preço e quantidade de-
mandada, há uma relação direta entre preço e quantidade 
ofertada.
A curva de oferta
À medida que o preço da carne aumenta de 1 para 2, 
sua quantidade ofertada passa de 2 para 4, pois quando há 
um nível maior de preço o vendedor terá maior interesse 
em ofertar seu produto. Note bem, dizemos que ele tem 
maior interesse em vender, e não que ele conseguirá ven-
der. Somente depois que unirmos a demanda com a oferta 
e chegarmos ao mercado é que saberemos a quantidade e 
o preço que serão efetivados.
Quantidade ofertada
A quantidade ofertada por um produto X está relacio-
nada ao preço desse produto.
QSx = f (Px)
Onde:
QSx é a quantidade ofertada por um produto x
Px é o preço do produto x
Voltemos então à lei da oferta:
A quantidade ofertada varia única e exclusivamente 
em função do preço e de forma direta em relação a ele, 
ou seja, se o preço de um produto aumenta, sua quan-
tidade ofertada aumenta; se o preço dele diminui, sua 
quantidade ofertada também diminui. 
Q
P
2 4
1
2
Curva da oferta
AULA	8	•	Teoria	da	oferta
39
Mudanças na curva de oferta 
versus mudanças da curva de 
oferta
Mudanças na quantidade ofertada 
(ao longo da curva de oferta)
 Somente as variações no preço do produto em ques-
tão podem gerar variações ao longo da curva de oferta, 
mantendo a curva de oferta constante.
A isto chamamos alterações na quantidade ofertada.
Veja o exemplo a seguir.
Nesta situação, o preço do produto aumentou, pas-
sando de P0 para P1; sua quantidade ofertada aumentou, 
passando de Q0 para Q1, mas a curva de oferta permane-
ceu constante.
A este deslocamento ao longo de uma curva de oferta, 
causado devido ao efeito preço, damos o nome de quan-
tidade ofertada.
Mudança da curva de oferta 
(deslocamento da curva)
Os principais fatores que podem levar ao deslocamen-
to ou alterações da curva de oferta são: 
1. Tecnologia - Uma inovação tecnológica geralmente 
reduz o custo de produção, o que gera aumento da oferta, 
com conseqüente aumento na quantidade ofertada. 
Por exemplo, uma empresa dispõe de certa quantida-
de de recursos financeiros para produzir certa quantidade 
de uma mercadoria. Caso ocorra uma inovação tecnológi-
ca, essa empresa poderá, com os mesmos recursos, produ-
zir mais unidades dessa mercadoria.
Graficamente temos
Veja que, ao mesmo preço P0, a curva se desloca de 
S0 para S1.
Neste caso houve um deslocamento positivo ou um 
aumento da oferta, com as quantidades ofertadas passan-
do de Q0 para Q1. Este aumento NÃO foi devido ao pre-
ço do produto, mas sim à nova tecnologia.
2. Impostos e/ou subsídios: 
2.a. Aumento dos impostos e/ou redução de subsí-
dios governamentais aumento dos custos
 redução da oferta
Veja que a curva de oferta se reduz de S0 para S1.
Q
P1
P0
P
Q1Q0
Q
P
Q0 Q1
S0
S1
P0
Q
P
Q1 Q0
S1
S0
P0
INTRODUÇÃO	À	ECONOMIA
40
2.b. Redução dos impostos e/ou aumento dos subsí-
dios redução dos custos aumento da oferta.
Neste caso, a curva de oferta aumentou de S0 para 
S1.
3. Preços dos fatores de produção:
3.a. Aumento do preço dos fatores aumento nos 
custos redução da oferta.
A curva de oferta reduziu de S0 para S1.
3.b. Redução dos preços dos fatores aumento 
da oferta.
4. Mudanças no clima - um clima ruim pode gerar 
quebra de safra e reduzir a oferta de algum bem agrícola, 
por exemplo.
Quando alguns dos fatores que estavam sendo manti-
dos	constantes	(coeteris paribus)	na	definição	da	curva	de	
oferta sofrem alterações, há mudanças da própria curva 
de oferta. Essa mudança na curva de oferta é denominada 
alteração da oferta e ocorre através do deslocamento da 
curva,	para	a	direita	(deslocamento	positivo	ou	aumento	
da	demanda)	ou	para	a	esquerda	(deslocamento	negativo	
ou	diminuição	da	oferta).
Resumo
Nesta aula definimos oferta e quantidade ofertada. 
Vimos que a oferta é uma curva que representa todas as 
possíveis quantidades de um produto que o produtor ou 
vendedor está disposto a oferecer em função de uma série 
de fatores, como preço, clima, tecnologia etc. A quanti-
dade ofertada é aquilo que o vendedor vende apenas em 
função do preço.
Assim, mudança da oferta é um deslocamento da cur-
va devido aos diversos fatores; mudança na quantidade 
ofertada é um deslocamento ao longo de uma mesma cur-
va de oferta apenas em função do preço.
Atividades
1. Explique por que quando o preço de um produto au-
menta a quantidade ofertada também aumenta.
2. Explique como e por que mudanças climáticas podem 
afetar a oferta de um bem.
3. Qual a diferença entre demanda e oferta de um bem?
Q/u.t.
P
Q1 Q0
S1 S0
P0
Q/u.t.
P
Q0 Q1
S0 S1
P0
Q/u.t.
P
Q0 Q1
S0 S1
P0
Q/u.t.
P
Q1 Q0
S1 S0
P0
INTRODUÇÃO
À ECONOMIA
AULA 9
O	equilíbrio	do	mercado
Objetivos
•	 Determinar	o	equilíbrio	de	um	mercado.
•	 Diferenciar	excesso	e	escassez	de	produ-
tos no mercado.
INTRODUÇÃO	À	ECONOMIA
42
Introdução
Nesta aula você vai começar a entender o funciona-
mento do mercado. Para começar, você saberia definir 
mercado?
Mercado é oferta e procura. É compra e venda. É 
onde se reúnem compradores e vendedores para realizar 
transações.
O equilíbrio do mercado
Embora seja relevante o estudo em separado da oferta 
e demanda para compreender com maior profundidade 
os fatores que exercem influência sobre elas, é de extrema 
relevância	analisar	as	duas	óticas	(do	vendedor	e	do	com-
prador)	conjuntamente,	a	fim	de	determinar	o	preço	e	a	
quantidade de equilíbrio do mercado.
Graficamente temos
O gráfico mostra a determinação do preço de equi-
líbrio de um mercado, onde Pe representa o preço que 
equilibra o mercado e Qe as quantidades transacionadas 
em um mercado em equilíbrio. Observe que ao preço P1 
(acima	 do	 preço	 de	 equilíbrio	 Pe),	 os	 vendedores	 estão	
dispostos a vender 0qb da mercadoria, mas os comprado-
res somente estão dispostos a comprar 0qa. O diferencial 
representado entre os pontos a e b no gráfico representa 
excesso de oferta no mercado, e a tendência, nesse caso, 
é de queda do preço do produto. Por outro lado, ao preço 
P2, os consumidores estarão dispostos a comprar 0qd, mas 
somente encontrarão 0qc no mercado. Analogamente à 
análise precedente, o diferencial entre c e d representa 
escassez	do	produto	(ou	excesso	de	demanda),	o	que	pro-
picia a elevação de preço. 
Assim, o preço Pe é o chamado preço de equilíbrio; 
representa uma situação em que QD = QO, ou seja, as 
quantidades demandadas e ofertadas são iguais.
Excesso e escassez de 
produtos no mercado
Podem ocorrer algumas situações em que o mercado 
de um produto não opere em equilíbrio. Neste caso pode-
mos ter excesso ou escassez deste produto no mercado.
Excesso: se os vendedores tentarem estabelecer um 
preço acima de Pe, surgirá um excedente de bens não 
vendidos	(excesso	de	oferta).
Para eliminar esse excedente, o mercado reduzirá seuspreços; com isso, os consumidores estarão estimulados a 
aumentar sua compras, eliminando-se assim o excesso de 
oferta.
Escassez: a qualquer preço inferior a Pe, a quantida-
de demandada será maior do que a ofertada e haverá falta 
de produto. Os consumidores que não quiserem ficar sem 
o produto estarão dispostos a, quando deparados com sua 
escassez, oferecer preços mais altos ou aceitar que os pro-
dutores tentem eliminar a situação de escassez aumentan-
do os preços.
Graficamente temos
qb q	(u.t.)
P1
Pe
P2
qa qc
Demanda
0 qe qd
c d
e
ba
Oferta
quantidade
preço
Qe
Pe
escassez do produto
excesso de oferta
ponto de 
equilíbrio 
do mercado
AULA	9	•	O	equilíbrio	do	mercado
43
Mercado em equilíbrio: o mercado estará em equi-
líbrio unicamente ao preço Pe e à quantidade Qe. A essa 
combinação preço-quantidade, não há excesso nem es-
cassez do produto, o mercado está estabilizado.
A tendência das forças de mercado em estabelecer 
um preço para o qual a quantidade demandada seja igual 
à quantidade ofertada é chamada função de racionamen-
to do sistema de preços.
Alterações no equilíbrio 
do mercado
Expansão da demanda 
com oferta constante
Exemplo: um aumento salarial estimula a demanda. As-
sim, tem-se demanda maior que oferta, gerando escassez de 
produto. O mercado terá que aumentar o preço, atingindo 
um	novo	Pe	(B).
Retração da oferta com 
demanda constante
Exemplo: redução no preço dos recursos produtivos 
aumenta a oferta, gerando excesso de bens não vendidos; 
logo, o mercado terá que diminuir o preço para atingir o 
novo	Pe	(B).
Expansão de oferta e demanda
1º momento: deslocamento positivo da oferta S0 para 
S1, gerando excesso de bens não vendidos. O mercado di-
minuirá	os	preços,	atingindo	o	Pe	(B).
2º momento: expansão da demanda, gerando escas-
sez	de	produto	e	aumento	do	preço,	atingindo	o	Pe	(C),	
um novo ponto de equilíbrio, onde Qd será igual a Q0.
Retração desigual da oferta e demanda
1º momento: deslocamento negativo da oferta, ge-
rando escassez de produtos. O mercado aumentará os 
preços,	atingindo	o	Pe	(B).
2º momento: retração da demanda, gerando excesso 
de	produto	e	diminuição	do	preço,	atingindo	o	Pe	(C).
Resumo
O mercado, num sistema econômico, é formado pelas 
pessoas que querem comprar e pelas que querem vender 
bens e serviços, ou seja, os consumidores e os vendedores. 
Naturalmente nos referimos às suas intenções de compra 
e venda, que estão representadas nas curvas de deman-
da e de oferta, respectivamente. Assim, o mercado pode 
ser definido como o encontro da oferta com a demanda 
por bens e serviços em uma economia. O resultado desse 
encontro é a determinação do preço a que cada bem ou 
serviço será negociado, assim como as quantidades tran-
sacionadas. 
Qtd
P
A
B
S0
D1
D0
Qtd
P
B
A
S0
S1
D0
Qtd
P
B
A
S0
S1
D0
D1
C
INTRODUÇÃO	À	ECONOMIA
44
Conforme estudamos, as curvas de oferta e procura 
expressam uma relação entre preços e quantidades. En-
tretanto, essa relação não é efetiva e sim potencial, pois 
tanto produtores quanto consumidores estão apenas ex-
pressando as quantidades dos bens que ofertariam ou con-
sumiriam a determinados preços. Portanto, com a análise 
isolada das curvas de oferta e demanda, não é possível de-
terminar a quantidade em que cada bem será comprado e 
vendido, nem a que preço será negociado.
Para lembrar: demanda são as várias quantidades de 
bens/serviços que os consumidores estão dispostos e aptos 
a adquirir em função dos vários níveis de preços possíveis, 
em um determinado período de tempo, coeteris paribus.
Os economistas, ao estabelecerem uma relação entre 
a quantidade ofertada de um bem e o seu preço de mer-
cado, obtiveram a curva de oferta, ou a função oferta. De 
acordo com a lei da oferta, quanto maior for um preço de 
um bem maior será a quantidade ofertada desse bem. Do 
mesmo modo, quanto menor for o preço de bem, menor 
será a quantidade ofertada. Em outras palavras, há uma 
relação direta entre o preço de um bem e a quantidade 
ofertada.
Atividades
1. Por que, em períodos de safra, os preços dos produtos 
agrícolas sofrem acentuadas quedas?
2. Partindo de uma situação inicial de equilíbrio, um 
aumento na oferta provoca diminuição no preço e 
aumento na quantidade de equilíbrio. Qualifique a 
afirmativa	 (se	 verdadeira	 ou	 falsa),	 justifique-a	 e	 de-
monstre-a graficamente. 
3. Partindo de uma situação inicial de equilíbrio de mer-
cado de uma mercadoria, o que acontece com o preço 
e a quantidade de equilíbrio quando o preço dos fato-
res de produção dessa mercadoria aumenta? Explique 
e demonstre graficamente.
INTRODUÇÃO
À ECONOMIA
AULA 10
Objetivos
•	 Analisar	a	elasticidade	da	demanda.
•	 Definir	o	conceito	de	elasticidade.
•	 Identificar	 a	 elasticidade-preço	 da	 de-
manda.
Teoria	das	elasticidades
INTRODUÇÃO	À	ECONOMIA
46
Introdução
A elasticidade é uma medida de sensibilidade. Ela 
mede o quanto varia a quantidade demandada ou ofer-
tada de um produto. Essa medida é sensível em relação a 
uma variação no preço desse mesmo produto, à renda do 
consumidor ou ao preço de um outro produto relacionado 
àquele que estamos analisando.
Em outras palavras, o estudo da elasticidade mostra 
o que pode acontecer com a quantidade demandada — 
elasticidade da demanda — ou ofertada — elasticidade da 
oferta — de um bem quando ocorrerem alterações no mer-
cado como: variações de preço ou renda do consumidor.
Este conceito lhe pareceu confuso? Não se preocupe. 
Você irá estudar detalhadamente a elasticidade nas próxi-
mas aulas.
Matematicamente, o conceito de elasticidade ex-
pressa uma relação entre duas variáveis inter-relaciona-
das. 
A elasticidade-preço 
da demanda
A lei da demanda, que está expressa através da curva 
de demanda, é muito importante para o conhecimento da 
Economia, pois reflete o comportamento do consumidor 
no mercado. 
Entretanto, essa lei não seria de grande utilidade se 
não tivesse uma aplicação prática. 
Você já aprendeu que, se o preço de um bem au-
menta, a quantidade demandada por esse bem conse-
qüentemente diminui; por outro lado, se o preço do bem 
diminui, sua quantidade demandada aumenta. Entretanto, 
não dissemos nada a respeito da dimensão da variação do 
preço do bem, isto é, de quanto foi o aumento ou dimi-
nuição, nem a respeito da dimensão da variação da quan-
tidade demandada.
Para resolver esse problema, existe o conceito de elas-
ticidade, que indica o reflexo na quantidade das variações 
ocorridas no preço de um bem. 
Formalmente
A elasticidade-preço da demanda de um bem é a ra-
zão entre a variação percentual na quantidade demanda-
da de um bem e a variação percentual no preço desse 
bem, coeteris paribus.
Você se lembra da condição coeteris paribus?
No caso da elasticidade, somente o preço do bem é 
que irá variar; os demais fatores que podem influir no ato 
de	compra	de	um	consumidor	(como	a	renda,	a	vontade,	
a	necessidade,	entre	outros)	permanecem	constantes.	
Algebricamente
A elasticidade-preço da demanda pode ser represen-
tada por: 
Epd =
∆Q / Q
∆P / P
onde:
Epd = elasticidade-preço da demanda;
Q = quantidade demandada;
P = preço do bem;
∆AQ	=	variação	na	quantidade	demandada;
∆P	=	variação	no	preço	do	bem.
Para que o conceito de elasticidade-preço da deman-
da fique mais claro, veja este exemplo. Considere a curva 
de demanda por carne no gráfico a seguir:
Suponha que os consumidores estejam sobre o ponto 
A na curva de demanda, onde adquirem, ao preço de R$ 
200,00, 5kg de carne por semana. 
Considere, agora, que o preço do produto subiu para 
R$ 300,00. Note que, devido a esse aumento de preço, 
os consumidores passaram para o pontoB da curva de 
demanda, adquirindo apenas 3kg de carne por semana. 
Qx
Px
A
B
300
200
3 5
AULA	10	•	Teoria	das	elasticidades
47
A partir deste ponto, para calcularmos o valor da elas-
ticidade-preço da demanda da carne, temos de fazer o 
seguinte raciocínio:
A variação percentual na quantidade demandada é 
obtida	pelo	emprego	da	fórmula	∆Q	/	Q	—	lembre-se	de	
que	esta	é	o	numerador	da	fórmula	da	elasticidade.	∆Q	é	
igual à variação da quantidade, partindo da quantidade 
final;	portanto,	∆Q	=	3	-	5,	ou	seja,	∆Q	=	-2.
A quantidade Q é a inicial; logo, Q = 5. Então, a va-
riação percentual na quantidade será: 
∆Q / Q = 3 - 5 / 5 = - 2 / 5 = -0,4 = -40%
Portanto, a diminuição percentual na quantidade de-
mandada decorrente do aumento de preço foi de 40%.
A variação percentual no preço é calculada pela mes-
ma	 fórmula.	 ∆Q	 é	 a	 variação	 no	 preço,	 partindo-se	 do	
final:	∆Q	=	300	-	200.	Então,	∆Q	=	100.	P	é	o	preço	ini-
cial; logo, P = 200. Então, a variação percentual no preço 
será:
∆Q / P = 300 - 200 / 200 = 100 / 200 = 0,5 = 50%
Com isso, a elevação percentual no preço foi de 
50%. 
Finalmente, a elasticidade-preço da demanda por car-
ne é:
epd = (∆Q / Q) / (∆Q / P) = -0,4 / 0,5 = -0,8
Então, a elasticidade é igual a -0,8. 
A elasticidade-preço é um conceito que mede a re-
ação do consumidor às variações de preços em termos 
percentuais.
Caso já sejam conhecidos com antecedência os valo-
res das variações de preço e quantidade em termos per-
centuais, não precisamos fazer esse cálculo e poderemos 
utilizar a mesma fórmula de maneira direta.
Epd = ∆Q% / ∆P%
 Assim, em nosso exemplo, o preço da carne aumen-
tou 50% – de R$ 200,00 para R$ 300,00. Os consumi-
dores reagiram a esse aumento diminuindo a quantidade 
demandada em 40%; ou seja, o consumo, que antes era 
de 5kg por semana, com o aumento do preço do produto, 
caiu para 3kg por semana. A elasticidade-preço da deman-
da é -0,8, que é o resultado da divisão de -0,4 por 0,5. 
Epd = -40%/50% = -0,8
É importante que você lembre que:
O sinal negativo que surge no valor da elasticida-
de-preço da demanda indica a lei da demanda, isto é, a 
relação inversa existente entre as variações de preços e 
as variações nas quantidades demandadas. Ou seja, se o 
preço sobe, a quantidade cai, e se o preço cai, a quanti-
dade sobe. De fato, um aumento de 50% no preço causa 
uma redução de 40% na quantidade demandada.
Tipos de elasticidade-preço 
da demanda
No exemplo que vimos anteriormente, a reação dos 
consumidores na demanda por carne foi proporcional-
mente menor do que o aumento de preços, pois, enquan-
to o aumento no preço da carne foi de 50%, a diminuição 
na quantidade demandada por carne foi de 40%. Isso fica 
evidente pelo valor da elasticidade, que é, sem considerar-
mos	o	sinal	negativo,	0,8	(menor	do	que	1);	isso	significa	
que o numerador da fórmula da elasticidade é menor do 
que o denominador.
Entretanto, existem alguns bens cuja variação percen-
tual na quantidade demandada é maior que a variação 
percentual nos preços. Nesse caso, a elasticidade-preço 
da demanda desses bens é maior do que 1; isso acontece 
porque o numerador é maior do que o denominador da 
fórmula da elasticidade.
Com base no valor da elasticidade-preço da deman-
da, sem considerarmos o sinal, a demanda dos bens pode 
ser classificada em três categorias: 
•		demanda com elasticidade unitária: bens cuja 
elasticidade-preço da demanda é igual a 1; ou seja, 
bens cuja quantidade demandada varia na mesma 
proporção que o preço. Por exemplo: se o preço 
do bem varia 10%, sua quantidade demandada irá 
variar os mesmos 10%;
•	 demanda inelástica: bens cuja elasticidade-preço 
da demanda é menor do que 1; ou seja, bens cuja 
quantidade demandada varia em uma proporção 
INTRODUÇÃO	À	ECONOMIA
48
menor do que o preço. Por exemplo: se o preço 
do bem varia 10%, sua quantidade demandada irá 
variar, por exemplo, 8%; 
•		demanda elástica: bens cuja elasticidade-preço da 
demanda é maior do que 1; são os bens cuja quan-
tidade demandada varia numa proporção maior do 
que o preço. Por exemplo: se o preço do bem va-
riar 10%, sua quantidade demandada irá variar, por 
exemplo, 12%.
Ficou claro o conceito apresentado anteriormente?
A partir de agora podemos dizer que existem bens 
que apresentam demanda elástica, inelástica ou unitária.
Veja este exemplo: o valor do coeficiente de Epd da 
gasolina é de –0,1. Assim, podemos afirmar que a de-
manda por gasolina é inelástica. Já viagens internacionais 
apresentam um coeficiente de Epd de –1,5. Neste caso, 
podemos afirmar que sua demanda é elástica.
O valor da elasticidade é um critério interessante para 
determinar o grau de essencialidade dos bens. É de se es-
perar que um bem cujo consumo seja essencial à subsis-
tência das pessoas tenha demanda inelástica, isto é, me-
nor do que 1; isso significa que as pessoas não reduzem 
consideravelmente o consumo desses bens, mesmo com 
aumento de preços. É o caso dos alimentos da chamada 
cesta básica. 
Por outro lado, se considerarmos um bem cuja de-
manda é elástica, veremos que as pessoas reduziram seu 
consumo em proporção maior que o aumento de preços; 
com isso, podemos caracterizar esse bem como supérfluo, 
ou, então, saber que existem bons substitutos para ele no 
mercado.
Fatores determinantes da elasticidade-
preço da demanda
Existem alguns fatores que podem fazer com que a de-
manda por um bem seja mais elástica ou inelástica. 
Esses fatores podem atuar conjuntamente ou de forma 
isolada, como podem também reforçar uns aos outros ou 
um tender a anular o outro.
Outro ponto importante que merece ser destacado é 
o fato de que um bem pode apresentar demanda elástica 
para um consumidor e, ao mesmo tempo, apresentar uma 
demanda inelástica para outro.
Os principais fatores ou variáveis que influenciam no 
coeficiente de elasticidade-preço da demanda por um 
bem são:
Importância do bem
Quanto mais importante for o bem para o consumi-
dor, mais inelástica tende a ser sua demanda. Exemplo: sal 
de cozinha. Mesmo com aumento no preço, o consumo 
permanece o mesmo, pois a demanda é muito inelástica.
Proporção da renda gasta com o consumo 
do bem
É interessante que você observe que se os gastos fei-
tos com um bem representarem pouco no orçamento dos 
consumidores, esse bem terá uma demanda inelástica. O 
sal também serve para exemplificar essa variável: o pro-
duto custa relativamente tão pouco que as pessoas não 
vão alterar o consumo desse bem mesmo que seu preço 
aumente consideravelmente. Assim, quanto menor for o 
peso do bem no orçamento do consumidor, mais inelásti-
ca tende a ser sua demanda. Por exemplo: se você compra 
um produto que pesa muito em sua renda e um outro que 
pesa pouco, caso os dois aumentem de preço, você ten-
derá a comprar a mesma quantidade do que pesa pouco 
na renda e deixará de comprar muito daquele que pesa 
mais. Assim, quanto menor for a proporção de sua renda 
gasta com um determinado produto, mais inelástica será 
sua demanda; e quanto mais o produto pesar proporcio-
nalmente em sua renda, mais elástica tenderá a ser sua 
demanda.
Possibilidade de substituição do bem
Quanto mais produtos substitutos existirem no merca-
do, mais elástica tende a ser sua demanda. Por exemplo: se 
um produto subir de preço mas possuir muitos substitutos 
ou similares, os consumidores podem deixar de comprá-lo 
e optar por consumir seus substitutos. Assim, sua demanda 
irá cair muito e tenderá a ser mais elástica.
Relação entre receita total 
e grau de elasticidade
Vamos estudar agora uma das aplicações da elastici-
dade-preço.
Em que situação você considera que compensa para 
uma empresa aumentar ou reduzir seu preço de venda 
visando aumentar seus lucros?
O estudoda elasticidade pode resolver essa questão.
Você tem idéia de qual é o papel da elasticidade da 
demanda em termos da formação de preços nas empre-
sas? A elasticidade da demanda é importante porque cria 
AULA	10	•	Teoria	das	elasticidades
49
um parâmetro que auxilia na formulação e na política de 
preços de acordo com uma variação percentual.
Imagine que a receita total de um empresário mostre o 
quanto ele irá arrecadar através da venda de seus produtos 
no mercado. Dessa forma, sua receita pode ser afetada pelo 
coeficiente de elasticidade do produto. 
Tome como exemplo um bem que apresente deman-
da elástica. Caso o preço desse bem aumente 20%, sendo 
sua demanda elástica, sua quantidade demandada deverá 
cair em um valor percentual superior a 20%.
Você concorda? Lembra do conceito de demanda 
elástica?
Suponha que a quantidade demandada se reduza 
30%, pois para a demanda ser elástica a variação percen-
tual da quantidade demandada deve ser maior que a do 
preço. Nessa situação, o que ocorrerá com a receita total 
desse vendedor?
Ela irá se reduzir, pois os 30% que ele perderá com a 
redução de suas vendas não serão cobertos com o que ele 
vai ganhar vendendo seu produto 20% mais caro.
Mas se a demanda pelo seu produto fosse inelástica, 
caso esse vendedor aumentasse o preço 20%, suas vendas 
iriam cair 15%, por exemplo. Assim, os 20% a mais que ele 
ganharia vendendo seu produto mais caro compensariam 
os 15% de queda nas vendas.
Desta forma, podemos concluir que:
•		Demanda elástica: A redução no preço tende a 
aumentar a renda total, pois o aumento percentual 
na quantidade vendida será maior que a redução 
percentual do preço. O aumento no preço tende a 
reduzir a receita total.
•		Demanda inelástica: O aumento no preço pro-
voca um aumento da renda total, e a redução de 
preço diminui na mesma proporção.
•		Demanda unitária: O aumento ou redução do 
preço não afeta a renda total.
Resumo
Você viu nesta aula que a elasticidade é uma medi-
da de sensibilidade, ou seja, mede o quanto uma variável 
se altera em relação a outra. No caso de Economia, ela 
mede o quanto a quantidade de um bem varia quando, 
por exemplo, o preço desse bem for alterado.
A elasticidade-preço mede a variação percentual na 
quantidade demandada de um produto dada uma varia-
ção no preço desse produto.
É importante que você tenha percebido que a elastici-
dade-preço da demanda é uma medida relacionada à res-
posta	dos	consumidores	a	alterações	de	preços	(aumento	
ou	queda)	de	produtos	(bens	ou	serviços).	Isto	é,	mudan-
ças nos preços provocam alterações no comportamento 
de compra.
A elasticidade-preço pode ser representada por meio 
de números ou coeficientes. Esses coeficientes medem a 
variação percentual da quantidade demandada de um de-
terminado bem por uma unidade de tempo, resultante de 
uma dada variação percentual no preço desse bem. Preço 
e quantidade são inversamente relacionados; portanto, o 
coeficiente elasticidade-preço da demanda é um número 
negativo. 
A demanda é considerada elástica quando um au-
mento de 10% no preço do produto, por exemplo, causar 
uma redução percentual maior que 10% em sua quantida-
de demandada. 
Já a demanda inelástica ocorre quando um aumento 
de 10% no preço de um produto faz sua quantidade de-
mandada reduzir menos de 10%.
Se a demanda for unitária, o percentual de variação na 
quantidade demandada será igual ao do preço do bem.
Atividades
1. Sabendo que a elasticidade-preço da procura de um 
determinado bem é igual a -1,5, marque a opção cor-
reta e justifique sua resposta. 
a)	Uma	elevação	no	preço	deste	 bem	 resulta	 numa	
elevação de sua quantidade demandada em pro-
porção maior do que a elevação do preço.
b)	Uma	elevação	no	preço	deste	bem	 resulta	numa	
redução de sua quantidade demandada numa pro-
porção menor do que a elevação do preço.
c)	 Uma	 redução	 no	 preço	 deste	 bem	 resulta	 numa	
redução de sua quantidade demandada numa pro-
porção maior do que a redução do preço.
- ΔQ/Q ΔQ P
 ΔP/P ΔP Q
epd = = . 
epd > 1 : demanda elástica 
epd < 1 : demanda inelástica
epd = 1 : demanda unitária 
INTRODUÇÃO	À	ECONOMIA
50
d)	Uma	 redução	no preço deste bem resulta numa 
elevação de sua quantidade demandada numa 
proporção menor do que a redução do preço.
e)	 Uma	 redução	 do	 preço	 deste	 bem	 resulta	 numa	
elevação de sua quantidade demandada numa 
proporção maior do que a redução do preço.
2. Calcule o valor da elasticidade-preço da procura de 
serviços de hotelaria, imaginando que sua quantidade 
demandada aumente 10% quando seu preço se reduz 
5%. A demanda por esse produto é elástica, inelástica 
ou unitária? O que acontece com a receita total de um 
determinado hotel, caso a direção do estabelecimen-
to decida fazer uma promoção e diminuir o preço das 
diárias? 
3. Analise a afirmativa seguinte e marque a opção correta, 
justificando sua resposta. 
 A elasticidade-preço da procura do produto a é igual 
a -0,1. Se o preço desse produto aumentar 2%, sua 
quantidade procurada deverá: 
a)	diminuir	2%.
b)	aumentar	2%.
c)	diminuir	20%.
d)	diminuir	0,2%.
e)	aumentar	0,2%.
4. Se o acréscimo percentual na quantidade demandada 
de uma mercadoria for menor que a queda percentual 
no seu preço, podemos afirmar que o coeficiente de 
elasticidade-preço da demanda desse bem é maior do 
que 1 e a demanda por ele é inelástica? Justifique sua 
resposta.
5. Se a elasticidade-preço da demanda de um bem for 
igual a -0,5, qual será a variação na demanda por esse 
bem caso haja uma queda de 5% em seu preço?
INTRODUÇÃO
À ECONOMIA
AULA 11
Elasticidade-renda	e	elasticidade	 
cruzada da demanda
Objetivos
•	 Conceituar	elasticidade-renda.
•	 Conceituar	 elasticidade	 cruzada	 da	 de-
manda.
•	 Aplicar	 esses	 conceitos	 e	 classificar	 os	
diferentes	tipos	de	bens	existentes.
INTRODUÇÃO	À	ECONOMIA
52
Introdução
Na aula anterior, você estudou a elasticidade-preço da 
demanda. Existem ainda outros tipos de elasticidade, que 
analisam o efeito das variações da renda e do preço de um 
produto sobre a quantidade demanda de outro produto, 
que pode ser um substituto ou complemento do produto 
analisado.
Nesta aula, estudaremos esses dois tipos de elastici-
dade. 
Elasticidade renda da 
demanda (ER)
Expressa a variação percentual da quantidade deman-
dada de um bem resultante de uma variação percentual 
da renda disponível do consumidor, coeteris paribus.
Ou seja, o valor do coeficiente de elasticidade renda 
mostra o quanto a quantidade demandada de um produto 
irá variar quando a renda do consumidor também sofrer 
uma variação.
Se o valor desse coeficiente for negativo, dizemos que 
o bem é inferior, ou seja, um aumento na renda causa uma 
redução no consumo do bem, e uma redução na renda 
causa um aumento no consumo.
Como exemplo, imagine um produto de baixa qua-
lidade. Se o consumidor passar a ganhar mais, irá natu-
ralmente substituí-lo por produto melhor. Nessa situação, 
o produto que foi substituído será considerado um bem 
inferior.
Se o valor do coeficiente for positivo e variar entre 0 e 
1, o bem é dito normal, ou seja, o consumidor gasta uma 
parte do aumento da renda no consumo deste bem.
Para entender melhor essa classificação, suponha que 
uma pessoa não compre carne todos os dias. No entanto, 
uma vez que a renda dessa pessoa aumente, ela poderá 
gastar uma parte desse aumento comprando um pouco 
mais de carne.
Se o valor do coeficiente for positivo e maior que 1, 
isso significa que o consumidor gasta uma proporção maior 
no consumo desse bem do que o percentual do aumento 
de sua renda. 
Veja este exemplo: o consumidor tem um aumento de 
renda e resolver fazer uma viagem, gastando mais do que 
o que ganhou com o aumentode sua renda. Neste caso, a 
viagem será para ele um bem superior.
Dependendo do nível de renda do consumidor, o valor 
da elasticidade renda pode variar consideravelmente, e o 
que é considerado bem inferior para algumas pessoas talvez 
possa ser superior para outras. 
Assim, 
•		um	bem	pode	ser	de	 luxo	para	pessoas	de	baixo	
nível de renda;
•		um	bem	pode	ser	necessário	para	aquelas	que	têm	
nível de renda intermediário; ou, ainda, 
•		um	bem	pode	ser	inferior	para	pessoas	de	alto	nível	
de renda. 
Elasticidade cruzada 
da demanda (Ecxy)
Esse coeficiente identifica a variação da quantidade 
da demanda do bem X em decorrência da variação do 
preço do bem Y, que mantém com X uma relação de com-
plementaridade ou de substituição.
Ou seja, o coeficiente de elasticidade cruzada mede 
a variação percentual na quantidade demandada do bem 
x decorrente da variação percentual no preço do bem y, 
coeteris paribus.
A elasticidade cruzada também é chamada elasticida-
de-preço cruzada da demanda.
Se o valor do coeficiente de elasticidade cruzado for 
positivo, os bens são considerados substitutos. Se esse va-
lor for negativo, eles serão complementares.
Não se preocupe com esses conceitos agora, pois você 
irá estudá-los a seguir.
Er < 0 : bem inferior 
Er > 0 : bem normal ou necessário
Er > 1 : bem supérfulo ou de luxo
 ΔQ/Q ΔQ R
 ΔR/R ΔR Q
Er = = . 
 ΔQx/Qx ΔQx Py
 ΔPy/Py ΔPy Qx
Er = = . 
Ecxy > 0 : bens substitutos 
Ecxy < 0 : bens complementares
Ecxy = 0 : bens não relacionados
AULA	11	•	Elasticidade-renda	e	elasticidade	cruzada	da	demanda
53
Veja um exemplo: 
Antes Depois
Preço Qtd Preço Qtd
Café	(	Y	) 40 50 60 30
Chá	(	X	) 20 40 20 50
Elasticidade cruzada: bens substitutos 
e bens complementares 
O conceito de elasticidade, que expressa a reação dos 
consumidores às variações no preço dos bens e na renda 
dos mesmos, pode ser utilizado também para verificar a 
existência de relações de complementação e substituição 
entre os bens.
Os bens substitutos são aqueles que, do ponto de 
vista do consumidor, podem ser trocados por outros no 
momento do consumo, proporcionando igual satisfação 
ou satisfação semelhante. A manteiga e a margarina são 
exemplo de bens substitutos, pois ambas cumprem o mes-
mo papel nos hábitos alimentares, proporcionando satisfa-
ção igual ou semelhante para a pessoa que consome esses 
produtos.
Neste caso, um aumento no preço da manteiga leva 
a uma diminuição em seu consumo, fazendo com que os 
consumidores desse produto deixem de comprá-lo devido 
ao aumento de preço, e optem por adquirir margarina.
Outros exemplos de bens substitutos são o café e o 
chá, a carne de porco e a carne de boi etc.
Dois ou mais bens são considerados complemen-
tares quando precisam ser consumidos juntos para que o 
consumidor tenha satisfação, ou seja, o consumo de um 
dos bens implica necessariamente o consumo do outro. 
Assim, o automóvel e o combustível, a máquina fotográfi-
ca tradicional e o filme, por exemplo, que habitualmente 
são consumidos juntos pelas pessoas, são considerados 
bens complementares.
Para esse tipo de bem, o aumento no preço de um 
deles leva a uma redução em seu consumo e, conseqüen-
temente, a uma redução no consumo de seu complemen-
tar.
Por exemplo, se for reduzido o preço da máquina fo-
tográfica, pode aumentar seu consumo e também o con-
sumo de filmes para máquinas.
Note que, no caso de determinados bens, a variação 
no preço de um deles não causa modificações na deman-
da do outro. O aumento no preço das calças, por exem-
plo, não tem nenhuma conseqüência direta sobre a quan-
tidade demandada de pão. 
Aplicando a fórmula de elasticidade cruzada a este 
caso, você verifica que o resultado é zero, pois o numera-
dor da fórmula ∆Q / Q é igual a zero, já que a demanda 
por pão não se modificou. Assim, como o zero não tem 
sinal positivo ou negativo, os dois bens não apresentam 
relação alguma, seja de complementaridade ou de subs-
titutibilidade.
O quadro a seguir apresenta um resumo das relações 
entre os bens e o sinal das elasticidades cruzadas.
Bens complementares e bens substitutos
Sinal da elasticidade Relação entre os bens
ec= + Bens substitutos
ec= - Bens complementares
ec= 0 Bens sem relação entre si
Resumo
Você estudou na aula de hoje a elasticidade renda 
e viu que ela mede a variação percentual na quantidade 
demandada de um bem dada uma variação na renda do 
consumidor.
Ecxy = . = . = 0,5
∆%Qr Py 10 40
∆%Py Qr 20 40
ΔQ R 
ΔR Q
ER = x 
Er < 1 = bem inferior
Er > 0 = bem normal
Er > 1 = bem superior
Er = 0 = bem de consumo saciado
 Renda ∆%R Qtd ∆%Qtd Er
 8.000
 12.000
 16.000
 20.000
 24.000
 28.000
 32.000
50
33,3
25
20
16,67
14,29
5
10
15
18
20
19
18
100
50
20
11,1
-5
-5,26
2
1,5
0,8
0,56
-0,3
INTRODUÇÃO	À	ECONOMIA
54
Estudou também a elasticidade cruzada e viu que a 
elasticidade-preço cruzada da demanda, ou simplesmen-
te elasticidade cruzada, mede a variação da quantidade 
demandada de um bem em relação a uma variação no 
preço de um outro bem. 
A fórmula algébrica da elasticidade cruzada é:
ou
Ecxy	=	(∆Qy/	Qy)	/	(∆Px	/	Px),	
onde:
ECxy = elasticidade cruzada entre os bens x e y;
∆Qy = variação na quantidade demandada do bem y;
Qy = quantidade demandada do bem y;
∆Px = variação do preço do bem x;
Px = preço do bem x.
Preste atenção ao fato de que, comparando esta fór-
mula com a fórmula da elasticidade-preço da demanda, a 
única diferença entre as duas é que a elasticidade cruzada 
se refere a dois bens, enquanto a elasticidade-preço da 
demanda se refere a um mesmo bem.
Concluímos, então, que as relações de complementari-
dade implicam uma elasticidade cruzada com sinal negati-
vo, enquanto as relações de substitutibilidade são expressas 
por elasticidades cruzadas com sinal positivo.
Atividades
1. Exemplifique alguns tipos de bens substitutos e com-
plementares que você conhece.
2. O que poderia acontecer com o consumo de gasolina 
se houvesse redução no preço dos automóveis?
3. Você concorda como a afirmação de que o preço de 
um bem pode afetar o consumo de outro bem? Jus-
tifique sua resposta e dê um exemplo que ilustre sua 
opinião.
∆Q = Q-Qº = 10-5 = 5
∆R = R-Rº = 12.000-8.000 = 4.000
 5 8.000
Er = x = 2
4.000 5
 ∆qr
 ∆%qr Qv Py ∆qr
Ecxy = = = • 
 ∆%py ∆py Qr ∆py
 Py
INTRODUÇÃO
À ECONOMIA
AULA 12
Os custos da produção e a Teoria do Lucro
Objetivos
•	 Conhecer	 	 os	 conceitos	básicos	de	 cus-
tos.
•	 Determinar	 como	 se	 dá	 a	 formação	 do	
lucro.
INTRODUÇÃO	À	ECONOMIA
56
Introdução
Após o estudo da Teoria da Demanda, vamos estudar 
um pouco as empresas, buscando conhecer um pouco so-
bre custos de produção e lucro.
Custo de produção
Para as empresas produzirem seus bens e serviços a 
serem comercializados, elas necessitam reunir os fatores 
de produção e combiná-los escolhendo uma técnica mais 
eficiente. Partindo da premissa de que esses fatores são 
bens econômicos e precisam ser comprados, é natural 
considerar que tal processo gera custos.
A empresa sempre irá buscar otimizar seu comporta-
mento, isto é, produzir sempre da melhor maneira possí-
vel. Ao fazer isso, a empresa trabalha na busca da maxi-
mização dos lucros. Assim, para cada nível de produção 
a empresa procura realizar um nível ótimo de custos, em 
que ela atinja a distânciamáxima entre as receitas e o cus-
to total de produção.
Sendo assim, o custo total de produção é a melhor e 
mais econômica combinação dos fatores por meio da qual 
se obtém determinada quantidade de produto.
Veja um exemplo:
Vendas Preço unitário Receita total
100 20 2.000
200 19 3.800
300 18 5.400
400 17 6.800
500 16 8.000
Observe que a receita total, que representa a arre-
cadação da empresa, sendo obtida pela multiplicação do 
preço pelo número de unidades vendidas, aumenta à me-
dida que aumentam as quantidades vendidas. Entretanto, 
pode acontecer que em um determinado momento o au-
mento da produção não compense, pois pode ser que os 
custos aumentem em proporção maior que a receita.
Para realizar a produção, o empresário precisa adqui-
rir os fatores de produção, pagando por eles um determi-
nado preço. 
Assim, se calcularmos os gastos dos empresários com 
os fatores de produção, teremos o seu custo de produção, 
ou custo total.
Imagine que o fator capital seja adquirido por R$ 3,00 
a unidade e que o fator trabalho seja contratado a R$ 2,00 
a unidade. Então, utilizando os dados do quadro a seguir, 
podemos calcular o custo de produção, que chamaremos 
CT.
Fatores de produção Custo total
Quantidade produzida Capital Trabalho CT
5 6 7 32
6 7 8 37
7 8 9 42
Pelo quadro, para uma produção de 5 unidades do 
bem o empresário emprega 6 unidades de capital, que vão 
lhe	custar	R$	18,00	(6	x	R$	3,00),	e	emprega	7	unidades	
de	trabalho,	que	lhe	custarão	R$	14,00	(7	x	R$	2,00).	Por-
tanto, o custo total para produzir 5 unidades do bem é de 
R$	32,00	(R$	18,00	+	R$	14,00).	O	mesmo	raciocínio	se	
aplica para as outras quantidades produzidas.
Para fazer frente aos custos, o empresário precisa ven-
der seu produto, a fim de obter sua receita, que é o resul-
tado dessas vendas. A receita também pode ser definida 
como a quantidade produzida multiplicada pelo preço de 
mercado.
Suponha que cada unidade do bem seja vendida ao 
preço de R$ 8,00. Assim, se o empresário produzir 6 uni-
dades,	sua	receita	total	será	de	R$	48,00	(6	x	R$	8,00).
Veja o exemplo:
Quantidade Capital Trabalho CT RT
5 6 7 32 40
6 7 8 37 48
7 8 9 42 56
A partir dos elementos apresentados até agora, pode-
mos examinar o elemento que estimula o empresário a 
produzir e, portanto, a oferecer bens e serviços no mer-
cado. Esse elemento é o lucro, que é a diferença entre os 
custos de produção e a receita do empresário. Natural-
mente o empresário só irá produzir quando sua receita for 
maior que seu custo. Caso contrário, se o custo for maior 
que a receita, o empresário terá prejuízo e não se sentirá 
estimulado a produzir.
Voltando ao nosso exemplo, ao produzir 5 unidades 
do bem, o empresário tem uma receita de R$ 40,00 e um 
AULA	12	•	Os	custos	da	produção	e	a	Teoria	do	Lucro
57
custo	de	R$	32,00.	Portanto,	seu	lucro	é	de	R$	8,00	(R$	
40,00	–	R$	32,00).	No	quadro	a	seguir,	demonstramos	o	
lucro total do empresário, representado por LT, para cada 
nível de produção. 
Quantidade Capital Trabalho CT RT LT
4 5 6 27 32 5
5 6 7 32 40 8
6 7 8 37 48 11
7 8 9 42 56 14
Tipos de custos
Custo de oportunidade 
ou custo implícito
O custo de oportunidade mede o valor das oportu-
nidades perdidas em decorrência da escolha de dada al-
ternativa de produção em lugar de outra. Neste caso, se o 
proprietário de uma máquina tiver a opção de vendê-la e 
receber por essa operação um rendimento maior do que 
a receita que a máquina pode gerar, sua opção será desfa-
zer-se da máquina.
Custo privado ou custo explícito
O custo privado de produção se constitui no gasto ex-
plícito realizado pela empresa para a aquisição dos recur-
sos necessários à produção. São custos que afetam as de-
cisões dos proprietários das firmas, pois resumem os gastos 
reais da empresa na compra ou no aluguel dos insumos 
necessários.
Custo social
O custo social é decorrente de uma análise macro-
econômica e se constitui no custo que toda a sociedade 
deve suportar para que os recursos limitados sejam usados 
para produzir bens e serviços a serem colocados à sua dis-
posição.
O lucro
Considerando que o objetivo primordial das empresas 
é a maximização do lucro, produzir a maior quantidade 
possível de um produto qualquer, sujeita às menores des-
pesas possíveis decorrentes da combinação dos fatores no 
processo produtivo paralelamente à obtenção da maior 
receita total possível pela venda de seus produtos, é sem 
dúvida a condição desejada.
Inicialmente, a RT é insuficiente para cobrir o CT. No 
momento seguinte, o lucro aumenta até atingir o ponto 
máximo. Mas em seguida volta a cair, devido à economia 
de escala e à redução dos preços dados pela escala de 
procura, já que o mercado só absorve maior volume de 
quantidade produzida por preços mais baixos.
Qtd
Receita
Custo
Lucro
CT
RT
Temos, então, que inicialmente a empresa começa a 
trabalhar com prejuízo, visto que a RT é menor que seu 
CT. 
A seguir, atinge seu ponto de equilíbrio, situação em 
que sua receita total se iguala ao custo total. Nesta situação 
a empresa não apresenta lucro nem prejuízo.
Somente no momento seguinte é que a empresa atin-
girá sua faixa de lucro, em que a receita total irá superar o 
custo total da produção.
Resumo
Você estudou nesta aula um pouco sobre os custos de 
produção e lucro. Viu que existem diferentes classificações 
de custos. Concluímos que, para o empresário obter lucro 
em sua operação, sua receita deve cobrir seus custos de 
produção.
Atividades
1. Diferencie custo explícito de custo implícito.
2. Qual a diferença entre custo privado e custo social?
3. O que você entende por lucro? Como ele pode ser cal-
culado?
INTRODUÇÃO
À ECONOMIA
AULA 13
A Macroeconomia
Objetivos
•	 Distinguir	Macroeconomia	e	Microecono-
mia.
•	 Identificar	as	principais	identidades	ma-
croeconômicas.
INTRODUÇÃO	À	ECONOMIA
60
Introdução
Até a última aula, você estudou conceitos relativos à 
Microeconomia. Na aula de hoje, começaremos a traba-
lhar com o ramo da ciência econômica denominado Ma-
croeconomia.
À Macroeconomia interessam as atividades econômi-
cas globais de uma sociedade; pertence à Macroeconomia 
a análise do comportamento dos agregados econômicos 
como um todo, como a renda, o produto, o consumo, o 
nível de investimentos etc. 
Em termos gerais, pode-se dizer que a Macroecono-
mia procura explicar o comportamento da economia a 
partir das variáveis agregadas, ao contrário da Microeco-
nomia, que, como você viu, estuda as variáveis de forma 
individual.
Macroeconomia e 
Microeconomia
A Macroeconomia trata da evolução da economia 
como um todo, analisando a determinação e o compor-
tamento dos grandes agregados, como renda e produto 
nacionais, investimento, poupança e consumo agregados, 
nível geral de preços, emprego e desemprego, estoque de 
moeda e taxas de juros, balanço de pagamentos e taxa de 
câmbio.
Ao dedicar-se a esses grandes agregados, a Macroe-
conomia, diferentemente da Microeconomia, não se pre-
ocupa com o comportamento das unidades econômicas 
individuais, como as famílias e as empresas, com a fixação 
de preços nos mercados, com os efeitos dos monopólios 
e oligopólios etc. 
A Macroeconomia trata os mercados de forma global 
Por exemplo, ao calcular o valor do produto nacional, 
considera um agregado de mercados agrícolas, industriais 
e de serviços; se estivéssemos trabalhando com os parâ-
metros da Microeconomia, estudaríamos apenas um seg-
mento de mercado.
Veja este outro exemplo: tome como referência o 
mercado de trabalho. A Macroeconomia preocupa-se 
com a oferta e a demanda de mão-de-obra e com a de-
terminação dos salários e nível de emprego, mas não trata 
das diferenças como qualificação, sexo, idade, origem de 
força de trabalhoetc. 
Apesar do aparente contraste, não há conflito entre a 
Micro e a Macroeconomia, dado que o conjunto da eco-
nomia é a soma de seus mercados individuais. A diferença 
é primordialmente uma questão de enfoque. 
Podemos sintetizar da seguinte forma:
Microeconomia: é a parte da Economia que estuda 
o comportamento individual dos agentes econômicos, 
como indivíduos, empresas, consumo individual e produ-
ção e custos. Em resumo, é o ramo que se preocupa com 
o comportamento individual dos agentes que atuam na 
economia.
Macroeconomia: é a parte da Economia que estuda o 
comportamento da sociedade como um todo, analisando 
a renda total, o consumo agregado etc.
Quais são as principais 
identidades macroeconômicas?
Para facilitar o raciocínio, ao formular os modelos ma-
croeconômicos considera-se em primeiro lugar a economia 
como restrita a dois setores, isto é, fechada, sem comércio 
externo; e sem governo. Depois, inclui-se o governo; por 
último, o setor externo, considerando a economia aberta, 
e levando em conta a existência do governo. Trataremos 
dessas situações a seguir. 
Economia a dois setores 
(fechada e sem governo)
Vamos, a partir de agora, introduzir a poupança e o 
investimento no sistema econômico. 
É importante que você lembre que: poupança é a par-
cela da renda que não é gasta em bens de consumo e que 
investimento é a poupança utilizada na aquisição de bens 
de capital, ou seja, na atividade produtiva das empresas.
Isto torna o nosso modelo um pouco mais real, apesar 
de estarmos trabalhando com uma economia ainda bas-
tante simples, em que não existe o governo e nem há rela-
ções com outros países.
Assim,	do	ponto	de	vista	da	Renda	Nacional	(RN),	te-
mos que toda a renda gerada poderá ter apenas duas des-
tinações:	o	consumo	(C)	ou	a	poupança	(S),	ou	seja:
RN = C + S (1)
Pelo lado do produto, as empresas podem, por exem-
plo, ter reservado parte de sua produção para investimen-
AULA	13	•	A	Macroeconomia
61
to, financiando a aquisição de bens de capital com as pou-
panças das famílias.
Nessas condições, tudo que é produzido – o Produto 
Nacional	(PN)	–	somente	pode	ter	dois	destinos:	consumo	
(C)	e	investimento	(I).	Assim,	temos:
PN = C + I (2)
Por definição, o Produto Nacional é igual à Renda Na-
cional; logo, podemos concluir que:
RN = PN (3)
então, 
C + S = C + I (4)
portanto, 
S = I (5)
Isso significa que, nesse tipo de economia, fechada e 
sem governo, a poupança é igual ao investimento. Em ou-
tras palavras: a parte da renda que sobra após o consumo 
(que	é	a	poupança),	será	canalizada	para	o	investimento.
A princípio, pode parecer coincidência essa igualdade 
entre a poupança e o investimento, uma vez que as razões 
que levam uma pessoa a poupar são diferentes das razões 
que levam as empresas a investir. Normalmente, o ato de 
investir está associado a questões de rentabilidade e risco, 
ao passo que o ato de poupar está ligado a segurança, a 
precaução etc.
Em termos contábeis, essa igualdade sempre irá ocor-
rer. Você consegue visualizar o que estamos falando? Veja 
um exemplo.
Suponha uma economia cuja Renda Nacional seja de 
$ 500. Suponha que as famílias gastem $300 em bens de 
consumo	(C	=	$	300)	e	poupem	$	200	(S	=	$	200).	
Suponha também que as empresas desejam investir 
$100. Nesse caso, a poupança não é igual ao investimen-
to, pois foram poupados $ 200 e investidos $ 100. En-
tretanto,	 a	 poupança	 é	 igual	 ao	 investimento	 (formação	
de	capital)	mais	a	variação	de	estoques,	o	que	também	é	
considerado um investimento. 
Veja então como isso ocorre: 
Com relação ao produto nacional, não se esqueça de 
que produto é igual a renda; no valor de $ 500, $ 100 
são despesas de investimento realizadas pelas empresas. 
Sobram, então, $ 400 em bens que as empresas desejam 
vender às famílias. Os consumidores, entretanto, desejam 
gastar apenas $ 300 em bens de consumo, poupando os 
$ 200 restantes. Por essa razão, as empresas não venderão 
tudo que desejam, estocando assim mercadorias no valor 
de $ 100. Assim, podemos afirmar que houve um investi-
mento	não	planejado	(uma	variação	de	estoques)	no	valor	
de $ 100. 
Desta forma,
S = I
A poupança é igual a $ 200 e o investimento realizado 
é de $ 200, sendo composto por $ 100 de formação de 
capital e $ 100 de variação de estoques. 
É possível também afirmar que o investimento plane-
jado pelas empresas, no valor de $ 100, difere do investi-
mento realizado, no valor de $ 200.
A Economia a três setores 
(com o setor público)
Até este momento, tudo que uma pessoa recebia 
como rendimento era gasto com consumo ou poupança. 
Mas a partir de agora vamos introduzir o setor governo, 
fazendo com que as pessoas possam ter suas rendas au-
mentadas ou reduzidas.
Você sabe o que são subsídios e tributos?
Subsídios são os pagamentos que o governo fornece 
às famílias, como pensões, aposentadorias ou ajudas de 
custos.
Tributos são os pagamentos que as famílias fornecem 
ao governo, através do pagamento de impostos, taxas 
etc. 
Com isso, os subsídios aumentam a renda das pes-
soas e os tributos fazem a renda diminuir. O governo é 
considerado o terceiro setor da economia. Mas note que, 
mesmo com sua entrada na economia, continuamos a ter 
uma economia fechada.
Equilíbrio da economia a três setores (fe-
chada e com governo)
Vamos considerar agora uma economia um pouco 
mais sofisticada, introduzindo o governo, mas ainda sem 
relações comerciais com outros países.
Nesta nova economia, o governo também realiza des-
pesas de consumo e de investimento, que denominaremos 
gastos	do	governo	(G).	
INTRODUÇÃO	À	ECONOMIA
62
Assim, temos:
PN = C + I + G (6)
Ou seja, tudo que é produzido pela economia desti-
na-se ao consumo das unidades familiares e investimento 
das empresas, bem como ao consumo e investimento do 
governo. O governo, por sua vez, a fim de poder realizar 
suas despesas de consumo e investimento, necessita de re-
ceita que, via de regra, como você viu há pouco, é obtida 
mediante	os	tributos	(T)	pagos	pela	sociedade.	Matematica-
mente, temos a igualdade
RN = C + S + T (7)
que nos mostra que a Renda Nacional é destinada ao con-
sumo, à poupança e aos tributos pagos ao governo. Dessa 
forma, temos:
RN – T = C + S (8)
Considere	 (RN	–	T)	 a	 renda	disponível	do	 setor	pri-
vado, que é o que sobra da renda após o pagamento dos 
tributos.
Combinando	 (6)	e	 (7),	 temos	uma	 identidade	que	é	
equivalente	 à	equação	 (4)	para	uma	economia	 com	go-
verno:
C + I + G = C + S + T (9)
que resulta em:
I + G = S + T (10)
ou ainda: 
G – T = S – I (11)
Essa identidade 11 pode ser interpretada desta ma-
neira: 
•		o	excesso	das	despesas	do	governo	(G)	sobre	a	re-
ceita	de	impostos	(T),	isto	é,	o	déficit	do	orçamento	
do governo, é contabilmente idêntico ao excesso 
de	poupança	(S)	sobre	o	investimento	privado	(I).
A	identidade	(11)	mostra	que,	em	uma	economia	fe-
chada com governo, qualquer desequilíbrio no orçamento 
do governo repercute sobre o setor privado da economia, 
pois o governo retira recursos desse setor para cobrir seu 
déficit.
Economia a quatro setores (aberta e 
com governo)
Para explicar este tópico, considere o caso de uma 
economia completa, isto é, de uma economia que, além 
dos setores privado e público, possua também o setor ex-
terno, ou seja, mantenha relações comerciais com outros 
países.
Normalmente, em uma economia aberta, a produção 
é destinada ao consumo interno e o excedente é destina-
do	à	Exportação	(X).	
Desse modo, o Produto Nacional, isto é, tudo que é 
produzido	dentro	do	país,	é	destinado	a	Consumo	(C),	In-
vestimento	(I),	Governo	(G)	e	também	à	Exportação	(X).
Podemos, então, reformular a identidade do produto 
e da despesa da seguinte forma: 
PN = C + I+ G + X (12)
Por outro lado, sabemos que nenhum país é auto-
suficiente em produtos e recursos naturais. Para poder 
atender à demanda interna, ou seja, às necessidades do 
consumidor,	 alguns	 produtos	 são	 importados	 (M).	Dessa	
forma, parte da Renda Nacional é destinada à aquisição 
de alguns produtos, o que nos permite escrever a seguinte 
identidade:
RN – T = C + S + M (13)
ou
RN = C + S + T + M (14)
A	combinação	das	identidades	(12)	e	(14)	nos	leva	a:
C + I + G + X = C + S + T + M (15)
ou então,
I + G + X = S + T + M (16)
de onde se deduz que:
(G – T) = (S – I) + (M – X) (17)
AULA	13	•	A	Macroeconomia
63
A	identidade	(17)	nos	mostra	um	importante	aspecto:	
o	 déficit	 	 do	 governo	 (G	 –	 T),	 pode	 ser	 financiado	pela	
poupança	líquida	interna	(S	–	I)	ou	pela	poupança	líquida	
externa	(M	–	X).
Não se assuste, estamos trabalhando com fórmulas, 
mas não há motivos para você se preocupar, pois o as-
sunto, além de ser muito interessante já que é atual, não 
é difícil.
Retornaremos aos conceitos de produto e renda na 
próxima aula; você verá como são calculados.
Resumo
Você viu nesta aula que a Macroeconomia faz parte 
do ramo da ciência econômica que estuda o comporta-
mento global da sociedade. É por meio dela que se calcula 
o produto e a renda de uma nação.
Estudamos também o funcionamento de uma econo-
mia sem o governo, uma economia fechada e aberta.
Atividades
1. Relacione as principais funções do governo na econo-
mia de um país.
2. Você concorda que, em uma economia fechada e sem 
governo, a poupança é igual ao investimento?
3. O que você entende por uma economia fechada e sem 
governo?
4. O que poderia acontecer com o setor público caso o 
volume dos subsídios fornecidos fosse maior que a re-
ceita tributária?
INTRODUÇÃO
À ECONOMIA
AULA 14
Contabilidade	Social
Objetivos
•	 Conhecer	os	conceitos	da	contabilidade	
social.
•	 Conhecer	a	formação	do	Produto	Nacio-
nal	Bruto.
•	 Conhecer	as	principais	contas	nacionais.
INTRODUÇÃO	À	ECONOMIA
66
Introdução
Estudaremos nesta aula algumas noções de Conta-
bilidade Social, pois é a partir da contabilização das ati-
vidades realizadas na economia do país que surgem as 
informações que permitem a formulação e execução da 
política econômica. 
A Macroeconomia é utilizada para avaliar o resultado 
da atividade econômica global e calcular a riqueza de uma 
nação.
Assim, dentro de sua área de estudo surgiu a Contabi-
lidade Social, que é uma ramificação da Macroeconomia 
que cuida de buscar medidas que permitam, de forma 
simplificada, mostrar o quanto a economia produziu, con-
sumiu, poupou, exportou etc.
Podemos definir Contabilidade Social como o registro 
contábil da atividade produtiva de um país, num dado pe-
ríodo de tempo.
A Contabilidade Social, antigamente chamada Con-
tabilidade Nacional, é um instrumental que permite men-
surar a totalidade das atividades econômicas de uma eco-
nomia. 
A importância da 
Contabilidade Social 
Assim como ocorre com uma empresa, a realização da 
contabilidade das atividades de um país é de fundamental 
importância, porque é a partir dessa contabilidade que 
surgem informações para a formulação e execução da po-
lítica econômica.
A Contabilidade Social trabalha com algumas contas 
básicas. Essas contas constituem a medida oficial do fluxo 
de produto e renda da economia. 
No Brasil, essa contabilidade era realizada pelo Centro 
de Contas Nacionais do Instituto Brasileiro de Economia 
da Fundação Getúlio Vargas, no período de 1947 a 1986; 
a partir daí essa responsabilidade passou para a Fundação 
Instituto	Brasileiro	de	Geografia	e	Estatística	(IBGE).
A Fundação Getúlio Vargas trabalhava com cinco con-
tas nacionais; eram as contas de: produção, apropriação, 
capital, setor externo e governo; o IBGE, visando enqua-
drar o Brasil no padrão da ONU, excluiu a conta do gover-
no, passando a trabalhar com quatro contas básicas.
Essas contas são:
•		Conta	de	produção:	determina	o	produto	nacional	
e a despesa nacional;
•		Conta	de	apropriação:	determina	a	renda	nacional	
disponível e mostra como a renda é distribuída en-
tre consumo e poupança;
•		Conta	de	capital:	é	equivalente	à	identidade	entre	
poupança e investimento;
•		 Conta	de	transações	com	o	exterior:	mostra	as	transa-
ções econômicas entre o Brasil e o resto do mundo.
Grande parte dos agregados macroeconômicos que 
estudaremos, como consumo e investimento, é definida 
nessas contas, que fornecem também o referencial pra a 
análise do nível de atividade econômica.
Considerações a respeito 
da Contabilidade Social
Ao elaborar as Contas Nacionais, alguns princípios ou 
pressupostos básicos devem ser observados:
1. procura-se medir tão somente a produção do pró-
prio período. Assim, o valor de transações com 
bens produzidos em períodos anteriores – por 
exemplo, automóveis usados – não é computado 
nas contas nacionais;
2. são computadas apenas as transações com bens e 
serviços finais, ou seja, excluem-se da contabilida-
de os bens e serviços intermediários;
3. as transações referem-se a um fluxo por unidade 
de tempo, normalmente um ano;
4. os valores das transações financeiras não são con-
siderados nas contas nacionais, uma vez que tais 
transações são consideradas transferências entre 
aplicadores e tomadores, não representando, por-
tanto, acréscimos à produção real da economia.
O Produto Nacional Bruto (PNB)
O	Produto	Nacional	 Bruto	 (PNB)	 é	 dado	pelo	 valor	
de mercado de todos os bens e serviços finais produzidos 
por uma economia em um dado período de tempo, ge-
ralmente um ano. O PNB é a medida básica da atividade 
econômica de um país.
Quanto maior a quantidade de recursos disponíveis e 
a eficiência na sua utilização, maior será o Produto Nacio-
nal gerado e, conseqüentemente, maior deverá ser o nível 
de bem-estar geral da nação, já que maior será o conjunto 
de opções oferecidas aos consumidores no atendimento 
de suas necessidades.
AULA	14	•	Contabilidade	Social
67
O cálculo do PNB é importante, pois permite avaliar o 
desempenho da economia em diferentes períodos.
Medindo o Produto Nacional
Considerando que o PNB calcula tudo aquilo que é 
produzido por um país, como automóveis, produtos agrí-
colas, bebidas, serviços etc., como, então, podemos medi-
lo, ou seja, como podemos somar produtos e serviços he-
terogêneos?
O denominador comum usado para tornar possível a 
soma dos vários bens e serviços produzidos na economia é 
o preço de cada um deles, expresso em unidades monetá-
rias. O que fazemos é calcular o valor monetário de cada 
bem para depois somar o total desses valores, chegando, 
dessa forma, ao conceito de Produto Total para um deter-
minado ano.
Assim, o valor da produção de automóveis será dado 
pela quantidade produzida de automóveis multiplicada 
pelo seu preço. O mesmo raciocínio deve ser estendido 
aos outros bens.
Exemplificando: suponha uma economia bastante 
simples, que produza apenas cinco tipos de bens. 
Cálculo do PNB
Bem Preço ($) Quantidade
A 50,00 200
B 10,00 3
C 8,00 60
D 0,50 250
E 30,00 13
O PNB nessa economia hipotética será dado por:
PNB = (Pa x Qa) + (Pb x Qb) + (Pc x Qc)
 + (Pd x Qd) + (Pe x Qe)
Substituindo as siglas da expressão acima por seus res-
pectivos valores, obteremos:
PNB = ($ 50,00 x 200) + ($ 10,00 x 3) + ($ 8,00 x 60) 
+ ($ 0,50 x 250) + ($ 30,00 x 13) 
PNB = $ 11.025,00
O cálculo do PNB feito para essa economia simples 
pode ser utilizado em uma economia mais complexa, 
incluindo	bens	 (como	 livros	e	 camisas)	 e	 serviços	 (como	
transporte	 etc.),	 desde	 que	 tenham	 preços	 e,	 portanto,	
possam ser somados, conforme apresentado.
O problema da dupla contagem
Ao medir a produção de um país,surge um grande 
problema: a possibilidade de computarmos mais de uma 
vez um bem do Produto Nacional, acabando por supe-
restimá-lo. Devemos, portanto, excluir os chamados bens 
intermediários do nosso cálculo, uma vez que eles estão 
incluídos no valor do produto final.
Exemplificando: devemos apenas considerar o valor 
do automóvel como parte do PNB. O valor dos compo-
nentes utilizados em sua montagem, como pneus, aço, 
vidro, produzidos por outras empresas, já está incluído no 
preço do veículo. Se incluíssemos o valor dos bens inter-
mediários no calculo do PNB, estaríamos incorrendo no 
erro da dupla contagem.
Existem duas maneiras de evitar o problema da dupla 
contagem: 
1. excluindo os produtos intermediários: ao calcular o 
Produto Nacional, devemos incluir somente os bens finais, 
nunca os produtos intermediários. 
2. computando somente o valor adicionado: nesse 
caso, levamos em consideração os valores adicionados ao 
produto à medida que ele passa pelos vários estágios do 
processo produtivo. O quadro a seguir fornece um exem-
plo de como evitar o problema da dupla contagem utili-
zando o método do valor adicionado. Para uma empresa, 
o valor adicionado ao produto consiste no valor de suas 
vendas menos o valor de suas compras de bens interme-
diários de outras empresas. Em nosso exemplo, fazemos 
a suposição de que os produtores de trigo não compram 
bens intermediários de outras firmas.
Para você entender melhor, veja um exemplo:
Estágios de 
produção
Receitas de 
vendas
Compras in-
termediárias
Valor
adicionado
(a) (b) (a)	–	(b)
1. produção 
de trigo
$ 700 $ 0 $ 700
2. produção de 
farinha
$ 1.000 $ 1.000 $ 300
3. produção 
de pão
$ 1.400 $ 1.000 $ 400
4. VALOR 
ADICIONADO
$1.400
INTRODUÇÃO	À	ECONOMIA
68
Por esses dados, podemos dizer que o fazendeiro ven-
de sua produção de trigo a um moinho por $ 700. O dono 
do moinho, por sua vez, processa o trigo transformando-
o em farinha, vendendo-o posteriormente a uma padaria 
por $ 1.000. O padeiro, por sua vez, utiliza-se da farinha 
para fabricar os pães, vendendo-os aos consumidores por 
$ 1.400. 
Temos então que o valor adicionado na produção de 
trigo é de $ 700; na produção de farinha adicionam-se 
$ 300; na produção de pão, finalmente, adicionam-se $ 
400. A soma dos valores adicionados em cada estágio de 
produção totaliza $ 1.400, que é igual ao valor do pão, 
que é o produto final. Esse resultado não é fruto do acaso 
e origina-se do fato de que os dois métodos evitam a con-
tagem dos bens intermediários.
O valor adicionado a um produto em cada estágio de 
produção é a soma dos custos dos fatores de produção. 
Em suma, podemos afirmar que o PNB é o valor de 
mercado de bens e serviços finais produzidos na economia 
em um determinado período de tempo.
Resumo
Nesta aula você viu o que é a Contabilidade Social e 
como se dá o cálculo do Produto Nacional em um país.
Definimos também o conceito de produto nacional, 
que é tudo aquilo produzido com recursos de uma econo-
mia em um certo período de tempo, e vimos que na con-
tabilidade o produto nacional se iguala à renda nacional, 
que por sua vez é igual à Despesa Nacional.
Atividades
1. Procure listar o PNB de alguns países e explique a im-
portância do estudo do PNB.
2. Explique por que o produto é igual à renda nacional.
3. Qual o problema da dupla contagem para uma econo-
mia?
INTRODUÇÃO
À ECONOMIA
AULA 15
A	renda	nacional	e	o 
Produto	Interno	Bruto
Objetivos
•	 Conhecer	o	conceito	de	Renda	Nacional.
•	 Verificar	como	o	PIB	de	uma	economia	é	
calculado.
•	 Conhecer	a	diferença	entre	PIB	e	PNB.
INTRODUÇÃO	À	ECONOMIA
70
Introdução
Em nossa aula de hoje daremos seqüência à aula an-
terior; estudaremos aqui a Renda Nacional e o Produto 
Interno	Bruto	(PIB).
A identidade básica da 
Contabilidade Social
Segundo o conceito econômico, podemos atribuir o 
conceito de renda ao conjunto de itens representativos da 
remuneração paga aos proprietários dos recursos de pro-
dução.
Você se recorda quais são os recursos de produção de 
um sistema econômico?
Eles são: terra, trabalho, capital, tecnologia e capaci-
dade empresarial.
Como cada recurso desses é utilizado na produção 
dos bens e serviços que serão produzidos e consumidos 
pelo sistema econômico, esses recursos têm que ter uma 
remuneração por suas utilizações. Essa remuneração cha-
ma-se renda.
A renda é formada por:
•		Aluguel:	o	pagamento	pela	utilização	do	fator	terra.	
É a remuneração dos bens imóveis.
•		Salário:	 a	 remuneração	 pela	 utilização	 do	 fator	
trabalho. É o pagamento feito aos proprietários do 
fator trabalho, ou trabalhadores.
•		 Juros:	remuneração	do	fator	capital.
•	 Royalty:	remuneração	do	fator	tecnologia.
•	 Lucro:	remuneração	dos	empresários.
Se somarmos a renda recebida por todos os indivíduos 
de uma sociedade, em um determinado período de tem-
po, obteremos a Renda Nacional relativa a esse período, 
que representa nada mais do que aquilo que foi gerado de 
renda dentro da economia. 
As empresas, utilizando os fatores de produção dis-
poníveis, produzirão bens e serviços que serão oferecidos 
aos indivíduos. Denomina-se, portanto, Produto Nacional 
o valor de toda a produção gerada pelas empresas.
Como em uma economia fechada e sem governo, su-
põe-se que toda a renda dos indivíduos é destinada ao 
consumo; esse consumo retratará o total das despesas efe-
tuadas pelos indivíduos na aquisição dos bens e serviços 
produzidos pelas empresas. 
Assim, surge o conceito de Despesa, que representa o 
pagamento pelos bens e serviços adquiridos pelos indiví-
duos às empresas; ou seja, é o gasto das famílias. A soma 
de todos os pagamentos efetuados dentro de uma econo-
mia, em um determinado período de tempo, chama-se 
Despesa Nacional.
Surge então uma identidade muito utilizada pela Con-
tabilidade Social, definindo que, dentro deste tipo de eco-
nomia a dois setores, a Renda Nacional é igual ao Produto 
Nacional, que por sua vez é igual à Despesa Nacional.
Assim, temos:
PN = RN = DN
Esta é a Identidade Básica da Contabilidade Nacio-
nal.
O Produto Interno Bruto (PIB)
Quantas vezes em sua vida você já ouviu falar ou leu 
alguma coisa sobre o PIB?
Pois agora está na hora de você aprender um pouco 
mais sobre ele.
O Produto Interno Bruto representa o somatório de 
todos os bens e serviços finais produzidos dentro do ter-
ritório nacional, em um determinado período de tempo 
(geralmente um ano), sem considerar a propriedade dos 
recursos de produção.
Essa definição quer dizer que faz parte do PIB de um 
país tudo aquilo que é produzido dentro de seu território, 
independentemente de a produção pertencer ao país ou 
ter	sido	produzida	com	recursos	(dinheiro,	máquinas,	em-
presas)	nacionais	ou	estrangeiras.
Desta maneira, tudo aquilo que foi produzido dentro 
do país passa a fazer parte do PIB daquele país.
Calculando o PIB
Você já deve ter escutado alguém dizer que o PIB do 
Brasil é de US$ 500 bilhões. Mas o que isto quer dizer?
Isto significa que tudo aquilo que foi produzido dentro 
do país naquele ano equivale a esse valor. 
Mas como é feito esse cálculo?
AULA	15	•	A	renda	nacional	e	o	Produto	Interno	Bruto
71
O PIB, na verdade, é calculado multiplicando toda a 
produção interna do país pelo preço de cada produto ou 
serviço produzido. 
PIB = ∑ PREÇO X QUANTIDADE
Você deve estar se perguntando: mas como posso so-
mar automóveis com laranjas e cortes de cabelo?
A resposta é simples: basta transformá-los em um va-
lor monetário.
Veja um exemplo:
Suponha que, em um determinado país, no ano de 
2005 tenham sido produzidos os seguintes produtos e ser-
viços, com suas respectivas quantidades:
Automóveis: 2.000 unidades
Laranjas: 5.000 toneladasCortes de cabelo: 3.000 unidades
Suponha ainda que o preço de cada automóvel seja 
de $ 10.000, que cada tonelada de laranja custe $ 15 e 
que cada corte de cabelo custe $ 5.
Dessa maneira, para calcular o valor do PIB faz-se o 
seguinte cálculo:
2.000 automóveis X $ 10.000 = $ 20.000.000
5.000 toneladas de laranjas X $ 15 = $ 75.000
3.000 cortes de cabelo X $ 5 = $ 15.000
Valor total do PIB = 20.000.000 + 75.000 + 
15.000
Assim, podemos afirmar que o PIB desse país em 2005 
foi de $ 20.090.000.
Mas para que serve esse cálculo do PIB?
Serve para saber o que foi produzido dentro de cada 
país.	Sendo	assim,	e	calculado	em	uma	única	moeda	(que	
é	o	dólar	norte-americano),	pode-se	comparar	o	valor	da	
produção interna de cada economia. Através do cálculo 
do PIB, podemos saber se a economia do país está cres-
cendo ou não.
ATENÇÃO:
O PIB serve apenas para medir o que é produzido 
dentro de uma economia, ou seja, ele mede o tamanho 
da economia de cada país, se a economia é grande, se 
produz muito, qual o tipo de produção etc. Ele não pode 
ser utilizado para medir a riqueza do país.
A diferença entre o PIB e o PNB
Na verdade, os conceitos de PIB E PNB são muito pró-
ximos e, às vezes, deixam dúvidas.
É importante entendê-los melhor.
 PNB: O Produto Nacional Bruto é dado pelo valor 
de todos os bens e serviços finais produzidos por uma 
economia, em um dado período de tempo (geralmente 
de um ano), independentemente do território onde eles 
foram produzidos. 
PIB: O Produto Interno Bruto (PIB) é dado pelo valor 
de todos os bens e serviços finais produzidos dentro de 
uma economia, em um dado período de tempo (geral-
mente de um ano), sem considerar a propriedade dos 
recursos de produção.
Conseguiu perceber a diferença? 
O PIB considera tudo aquilo que foi produzido dentro 
do país, sem considerar quem é o proprietário da produção.
Já o PNB considera tudo aquilo que foi produzido 
apenas com recursos do próprio país, sem se importar o 
local onde foi realizada a produção.
A partir desse ponto, podemos concluir que o PIB pode 
ser utilizado para medir o tamanho da economia do país, e 
o PNB pode ser utilizado para medir a riqueza do país.
Resumo
Estudamos na aula de hoje a identidade básica da 
Contabilidade Social, que afirma que a Renda Nacional 
é igual ao Produto Nacional, que é igual à Despesa Na-
cional.
Vimos também como o PIB de um país pode ser cal-
culado e qual é a diferença de conceito entre o PIB e o 
PNB.
Atividades
1. Faça uma pesquisa: identifique os maiores PIBs do 
mundo e a posição do Brasil. Procure também sobre os 
valores do PNB brasileiro.
2. É possível afirmar que um país tem um PIB grande e 
não é desenvolvido?
INTRODUÇÃO
À ECONOMIA
AULA 16
Aplicando	os	conceitos	do	PIB	e	PNB
Objetivos
•	 Transformar	o	PIB	em	PNB.
•	 Conhecer	os	conceitos	de	renda	enviada	
e	recebida	do	exterior.
INTRODUÇÃO	À	ECONOMIA
74
Introdução
Nas aulas anteriores você viu como são calculados o 
PIB e o PNB de uma nação.
Nesta aula iremos trabalhar com esses dois agregados 
econômicos, enfatizar as principais diferenças entre eles e 
aprender como se faz a transformação do PNB em PIB e 
vice versa.
Revendo os conceitos de PIB E 
PNB
Na verdade, os conceitos de PIB E PNB são muito pró-
ximos e algumas vezes deixam dúvidas.
Vamos tentar entendê-los melhor.
O Produto Nacional Bruto (PNB) é dado pelo valor de 
todos os bens e serviços finais produzidos por uma eco-
nomia, em um dado período de tempo (geralmente um 
ano), independentemente do território onde eles foram 
produzidos.
Desta forma, quando se calcula o PNB de um país, 
conta-se apenas aquilo que foi produzido com recursos 
de produção do país, não importando se a produção foi 
realizada dentro das fronteiras dessa nação ou em outro 
país. O que importa é aquilo que o país tem produzido e 
que pertence a ele.
É através desse valor do PNB é que se pode ter uma 
melhor idéia da riqueza do país.
O Produto Interno Bruto (PIB) é dado pelo valor de 
todos os bens e serviços finais produzidos dentro de uma 
economia, em um dado período de tempo (geralmente 
um ano), sem considerar a propriedade dos recursos de 
produção.
No cálculo do PIB, considera-se apenas o que foi pro-
duzido dentro das fronteiras do país, não importando se os 
fatores utilizados na produção são de propriedade do país 
ou se são de uma outra nação.
Assim, o PIB mede somente o tamanho da economia 
do país ao calcular tudo aquilo que foi produzido dentro 
dele, mas não mede a riqueza do país, pois a parte da pro-
dução realizada com fatores de produção internacionais 
não pertence à nação.
Pode-se dizer, então, que o PIB mede o desempenho, 
a grandeza da economia da nação, mas não a sua riqueza.
Conseguiu perceber a diferença? 
O PIB considera tudo aquilo que foi produzido den-
tro do país, mas sem considerar quem é o proprietário da 
produção.
Já o PNB considera tudo aquilo que foi produzido 
apenas com recursos do próprio país, sem se importar com 
o local onde foi realizada a produção.
Existem alguns países, como Suíça, Suécia, Finlândia, 
que apresentam baixo valor de PIB e um alto PNB. 
Mas como isso pode ser interpretado?
Esses países são considerados ricos, mesmo tendo um 
PIB	baixo.	 Isso	quer	dizer	que	a	produção	 interna	 (den-
tro	de	suas	fronteiras)	é	pequena,	mas	não	importa,	pois	
existem empresas desses países espalhadas pelo mundo 
inteiro e produzindo renda para eles.
Como esse cálculo é realizado? 
Transformando o PIB em PNB
Tome a seguinte equação:
PIB – RENDA ENVIADA AO EXTERIOR 
+ RENDA RECEBIDA DO EXTERIOR = PNB
A renda enviada ao exterior é a parte daquilo que foi 
produzido dentro do país mas que não pertence ao país, 
pois os recursos não são nacionais. Exclui-se então essa 
renda para conhecer o que foi produzido dentro do país 
apenas com fatores de produção nacional.
Já a renda recebida do exterior representa tudo aquilo 
que foi produzido com recursos nacionais, mas cuja pro-
dução foi realizada fora do país. Nesse caso, inclui-se o 
valor dessa produção, pois foi realizada com recursos de 
produção nacionais mas não foi contada no PIB, pois foi 
realizada fora do país.
Exemplo:
Um país apresenta um PIB de US$ 700 bilhões.
Sua renda enviada ao exterior foi de US$ 200 bilhões e 
a renda recebida do exterior foi de US$ 150.
Qual foi o valor de seu PNB?
PIB – renda enviada ao exterior + renda recebida do 
exterior = PNB
700 – 200 + 150 = 650 
Isso significa que, dentro desta economia, foram pro-
duzidos US$ 700 bilhões em bens e serviços. Desse to-
AULA	16	•	Aplicando	os	conceitos	do	PIB	e	PNB
75
tal, US$ 200 bilhões não pertencem ao país, pois foram 
produzidos com recursos de produção estrangeiros, e US$ 
150 bilhões pertencem ao país mas não foram incluídos 
no PIB, pois foram produzidos no exterior.
O valor do PNB, de US$ 650 milhões, representa tudo 
aquilo que o país produziu e que pertence a ele, não im-
portando o local onde esta produção foi realizada, sen-
do portanto considerada como a sua riqueza. 
Em síntese, podemos dizer que o PIB mede tudo 
aquilo que foi produzido dentro do país, independente 
de quem é o proprietário da produção. O PNB mede tudo 
aquilo que foi produzido com recursos do próprio país, 
independente do local onde foi realizada a produção.
Analise sobre o PIB no Brasil
O Produto Interno Bruto do Brasil somou R$ 1,938 
trilhão em 2005, tendo uma alta de 9,6%, se comparado 
ao R$ 1,767 trilhão de 2004, segundo cálculos do Institu-
to	Brasileiro	de	Geografia	e	Estatística	(IBGE).	Em	2003,	a	
soma de todas as riquezas produzidas no país havia ficado 
em R$ 1,556 trilhão.
O Brasil já chegou a ser, nos anos de 1996/1997, a oi-
tava maior economia do mundo, segundovalores do PIB. 
Essa posição foi caindo, chegando a atingir a 15ª, voltando 
a recuperar posições a partir de 2003. O Brasil melhorou 
sua posição no ranking mundial das maiores economias 
entre 2003 e 2004, passando da 15ª para a 12ª posição. 
Calculado em dólares, o PIB brasileiro totalizou US$ 
605 bilhões em 2004, considerando um dólar médio de 
R$ 2,9257 no ano passado.
À frente do Brasil estão Estados Unidos, Japão, Alema-
nha, Reino Unido, França, Itália, China, Espanha, Canadá, 
México e Austrália. Em 2003, o Brasil aparecia atrás de 
todos esses países e também da Índia, Coréia do Sul e 
Holanda.
Resumo
Na	 aula	 de	 hoje	 voltamos	 a	 definir	 o	 PIB	 (Produto	
Interno	Bruto)	como	um	indicador	de	expansão	da	eco-
nomia. É representado pelo somatório de todos os bens 
e serviços finais produzidos dentro do território nacional 
durante	um	determinado	período	de	tempo	(geralmente	
um	ano),	sem	considerar	quem	é	o	proprietário	dos	fatores	
de produção. O PIB representa o que foi produzido den-
tro do país, mas não necessariamente aquilo que pertence 
ao país, pois parte dessa produção pode ter sido realizada 
com recursos estrangeiros.
Vimos	também	que	o	PNB	(Produto	Nacional	Bruto)	
representa tudo aquilo que foi produzido com fatores na-
cionais, independentemente do local onde foi realizada a 
Maiores Economias do Mundo - 2004
BRASIL SOB 3 POSIÇÕES
No ranking da maiores economias do mundo
Posição
em 2004
País
PIB em 2004
(em	bilhões	de	
US$)
Posição
em 2004
País
PIB em 2004
(em	bilhões	de	US$)
1º EUA 11.757 9º Canadá 957
2º Japão 4.780 10º México 649
3º Alemanha 2.734 11º Austrália 622
4º Reino Unido 2.113 12º Brasil 605
5º França 2.026 13º Índia 594
6º Itália 1.669 14º Coréia 582
7º China 1.543 15º Holanda 577
8º Espanha 971 16º Rússia 535
Fonte: FMI e Consultoria GRC Visão
INTRODUÇÃO	À	ECONOMIA
76
produção. O PNB é a renda que efetivamente pertence 
a um determinado país. Para obter o valor do PNB basta 
retirar do PIB o valor da produção que foi feita dentro do 
país com recursos estrangeiros e acrescentar o que foi pro-
duzido com recursos nacionais mas fora do país.
A partir deste ponto, podemos concluir que o PIB 
pode ser utilizado para medir o tamanho da economia do 
país e o PNB pode ser utilizado para medir a riqueza do 
país.
Você estudou também que a diferença entre o PIB 
e o PNB está no valor da renda enviada e recebida do 
exterior.
Atividades
1. Pode um país apresentar um alto valor do PIB e não ser 
um país rico?
2. Por que o Brasil apresenta um PIB alto e um baixo 
PNB?
INTRODUÇÃO
À ECONOMIA
AULA 17
O	PNB	real,	nominal	e	per capita
Objetivos
•	 Distinguir	os	conceitos	de	PNB	real	e	PNB	
nominal.
•	 Conhecer	o	que	é	o	PNB	per capita.
INTRODUÇÃO	À	ECONOMIA
78
Introdução
O PNB foi definido anteriormente como o valor de 
mercado dos bens e serviços finais produzidos pela eco-
nomia, em um determinado período de tempo. Em outras 
palavras, o PNB á avaliado em termos monetários, levando 
em conta o preço de cada bem, no período em que esse 
bem foi produzido. Essa é a medida satisfatória, se quiser-
mos saber o valor do PNB de um ano qualquer.
Sabemos, porém, que, ano a ano, o produto nacional 
pode variar, devido a aumento de preços, a um aumento 
na quantidade de bens e serviços ou a ambos. Por essa 
razão, é importante que saibamos que parte do aumento 
corresponde à quantidade de bens e serviços produzidos e 
que outra parte corresponde à variação de preços. Como, 
então, os profissionais resolvem essa situação?
Este será o principal objetivo da aula de hoje.
PNB real e PNB nominal
Imagine que, em uma economia hipotética, se produ-
zam apenas dois produtos: automóveis e trigo. Suponha 
também que, para 2000, os dados de produção total dessa 
economia sejam os seguintes:
Quadro 1
PNB Nominal de 2000
(PNB de 2000 medido a preços de 2000)
Preço Quantidade Produto
Automóveis $ 0,50 200 $ 100,00
Trigo $ 1,50 300 $ 450,00
PNB $ 550,00
O PNB de 2000 é, portanto, de $ 550,00, e é cha-
mado PNB Nominal ou PNB a Preços Correntes, porque 
é medido com os preços do próprio ano em que foi pro-
duzido.
Imagine agora que, em 2001, essa economia apresen-
te os seguintes dados de produção:
Quadro 2
PNB Nominal de 200
(PNB de 2001 medido a preços de 2001)
Preço Quantidade Produto
Automóveis $ 0,75 250 $ 187,50
Trigo $ 1,80 330 $ 594,00
PNB $ 781,50
Temos, então, que o PNB de 2001 é de $ 781,50, e 
é chamado PNB Nominal, porque foi medido aos preços 
de 2001. 
De posse dessas informações podemos concluir que o 
PNB Nominal de 2001, de $ 781,50, teve um aumento de 
42,09% em relação ao PNB de 2000, de $ 550,00. Con-
tudo, muito desse aumento resulta da elevação de preços 
ocorrida de um ano para o outro, não refletindo, portanto, 
um aumento físico da produção, ou seja, o produto real da 
economia não aumentou tanto quanto a comparação dos 
valores nominais desses dois períodos parece indicar.
Como, então, fazemos para resolver esse problema? 
O caminho para contornar esse tipo de problema con-
siste	em	tomar	os	preços	de	determinado	ano	(ano-base)	
e usá-los através das séries de medições do PNB em dife-
rentes anos.
No nosso exemplo, poderíamos usar os preços de 
2000 para calcular o PNB de 2001. Assim procedendo, es-
taríamos eliminando a variação de preços ocorrida de um 
ano para outro. Veja, então, como fica o nosso exemplo:
Quadro 3 PNB Nominal de 2001
(PNB de 2001 medido a preços de 2000)
Preço Quantidade Produto
Automóveis $ 0,50 250 $ 125,00
Trigo $ 1,50 330 $ 495,00
PNB $ 620,00
Assim, quando calculamos o PNB Real em 2001, ava-
liando-o pelos preços de 2000, encontramos um PNB de 
$ 620,00, o que indica um aumento de 12,72% em vez 
de um aumento de 42,09%. Esse aumento de 12,72% é 
uma medida melhor do aumento da produção física da 
economia. Dessa forma, fica solucionado o problema das 
mudanças irreais no produto total devido a variações do 
nível de preços.
Na prática, para superar esse problema, os economis-
tas utilizam um índice de preço que nos dá uma estimativa 
da variação no nível geral de preços da economia. Esse ín-
dice terá o valor de 100 em um ano-base e mostrará a va-
riação geral ocorrida nos preços a partir dessa base 100. 
Exemplificando: suponha que o ano de 2000 tenha 
sido escolhido como ano-base. Nesse caso, o índice desse 
ano seria 100. Se, no ano seguinte, o índice fosse de 140, 
isso significaria que, em média, os preços teriam aumenta-
do	em	40%	nesse	ano	(2001).
Uma vez tendo o índice de preços, podemos utilizá-lo 
para	deflacionar	o	PNB	Nominal	(ou	a	preços	correntes)	e	
AULA	17	•	O	PNB	real,	nominal	e	per	capita
79
encontrar	o	PNB	Real	(ou	a	preços	constantes).	Para	tanto,	
vamos nos valer dos dados do Quadro 4.
Quadro 4
Como se calcula o PNB Real (em $ milhões)
Ano
PNB Nominal
(preços 
correntes 
em $ milhões)
Índice de 
preços
PNB Real
(preços constantes – 1999)
1999 206.458,80 100
206.458,8 x 100 = 
 100
206.458,80
2000 274.348,00 117,3
274.348,00 x 100 = 
 117,30
223.885,70
2001 359.856,80 137,7
359.856,80 x 100 = 
 137,70
261.333,90
Observamos então que, entre 1999 e 2000, os pre-
ços cresceram, em média, 17,3%. Se dividirmos o PNB 
Nominal	de	2000	pelo	índice	de	preços	(117,3)	e	multipli-
carmos	esse	resultado	por	100	(para	compensar	o	uso	das	
porcentagens),	encontraremos	o	PNB	de	2000	medido	a	
preços de 1999.
A conclusão a que se chega é de que, entre 1999 e 
2000, o aumento do PNB foi causado em grande parte pelo 
aumento de preços; podemos dizer também que, a pre-
ços constantes de 1999, o Produto Nacional aumentou de 
$ 206.458,80 para $ 233.885,70, aumento este de 13,2%.
Podemos, então, definir o PNB Nominal e o PNBReal:
PNB Nominal: mede o valor da produção aos preços 
prevalecentes no período durante o qual o bem é pro-
duzido.
PNB Real: mede o valor da produação em qualquer 
período, aos preços de um ano-base. Ele dá uma estima-
tiva da variação real ou física na produção entre anos 
específicos, excluindo o efeito do aumento nos preços.
O PNB per capita
Além do cálculo do valor do PNB de uma economia, 
podemos calcular esse valor por indivíduo, fornecendo a 
média de quanto cada pessoa contribui ou apropria do 
valor do produto.
O PNB per capita é obtido dividindo-se o PNB pela 
população:
PNB per capita = PNB 
 população
O PNB pela ótica da despesa
O PNB pode ser medido como a despesa total com 
produção final da economia. Essa despesa da sociedade 
com bens e serviços divide-se em: gastos pessoais em con-
sumo, gastos com investimento efetuados pelas empresas, 
gastos do governo em bens e serviços e exportações líqui-
das.
Consumo (C)
As despesas em consumo efetuadas pelas famílias 
constituem o maior componente da demanda agregada no 
Brasil. Os gastos com consumo dividem-se em três itens 
básicos:
•		bens	 duráveis:	 televisores,	 geladeiras,	 automóveis	
etc.;
•		bens	não	duráveis:	alimentos,	roupas,	combustíveis	
etc.;
•		 serviços:	 educação,	 corte	 de	 cabelo,	 assistência	
médica etc.
Investimento ( I )
O investimento é a despesa em bens que aumenta a 
capacidade produtiva da economia e, portanto, a oferta 
de produtos no período seguinte. 
Ele é um fluxo de capital novo na economia que é 
acrescentado	ao	Estoque	de	capital	 (que	é	a	quantidade	
de	capital	produtivo	existente).	É	também	chamado	Taxa 
de Acumulação de Capital e Formação Bruta de Capi-
tal.
O investimento inclui as despesas em novas edifica-
ções	 (novas	 fábricas	 e	 instalações)	 e	 em	 novos	 equipa-
mentos	(novos	caminhões,	novos	tornos,	novas	máquinas,	
novos	instrumentos	etc.).	O	investimento	inclui	também	a	
variação nos estoque de bens mantidos pelas empresas.
Você sabe que os bens produzidos mas não vendidos 
são classificados como estoques. Por essa razão, aumentos 
nos estoques representam bens que foram produzidos no 
período e, por isso, devem ser incluídos no cômputo do 
INTRODUÇÃO	À	ECONOMIA
80
Produto Nacional. Assim, quando as empresas acumulam 
estoques de seus produtos, consideramos esses estoques 
como bens comprados pelas próprias empresas, o que faz 
com que o produto que assume a forma de estoque seja 
igual a uma despesa no valor do produto estocado, que é 
chamada, como já dissemos, investimento em estoque.
Depreciação
Sabemos que o estoque de capital de uma economia 
está em constante desgaste, ou seja, as ferramentas, má-
quinas, edificações e outros instrumentos de produção uti-
lizados durante o ano se depreciam. Por essa razão, parte 
das despesas de investimento destina-se à substituição do 
capital desgastado e, por isso, não aumenta o estoque de 
capital da economia. Devido a isso, temos duas definições 
de investimento:
•		 Investimento	 Bruto	 (IB)	 que	 é	 igual	 às	 despesas	
com novas edificações, novos equipamentos etc., 
somado à variação de estoques; e
•		 Investimento	 líquido	 (IL),	 que	 é	 igual	 ao	 investi-
mento bruto menos a depreciação.
Assim, temos:
IL = IB - depreciação
Você deve notar, portanto, que é o investimento líqui-
do que aumenta o estoque de capital da economia.
Gastos governamentais (G)
As despesas governamentais em bens e serviços tam-
bém são um importante componente da demanda agrega-
da da economia. São incluídas nesse item despesas com 
educação, segurança, justiça, construção de estradas, hos-
pitais etc. Devemos observar que por governo entendem-
se apenas as funções típicas do Estado, como administra-
ção direta, judiciário, legislativo etc. As empresas estatais 
que produzem e oferecem bens e serviços cobrando uma 
tarifa ou um preço são tratadas na Contabilidade Nacional 
como empresas do setor privado.
Exportações líquidas (X – M)
Finalmente, é possível introduzir os chamados compo-
nentes	externos:	as	exportações	(X)	e	as	importações	(M).
As exportações correspondem à venda de parte da 
nossa produção para o exterior e que constituem deman-
da por produção interna. As despesas de importação cons-
tituem-se em aquisições de produção realizada em outros 
países.
Desta forma, o valor do PNB pode ser calculado da 
seguinte maneira:
PNB = C + I + G + (X - M)
Resumo
Você viu nesta aula que o PNB é o somatório de todos 
os bens e serviços produzidos por um país. Ele pode ser 
calculado em termos reais e nominais.
De forma sintética, podemos escrever que:
Produto Nacional = C + I + G + X – M = Despesa Nacional
Assim, o PNB, descontada a depreciação, é o agrega-
do econômico que define o valor dos bens e serviços finais 
realmente acrescentados à riqueza nacional. Consiste na 
produção líquida total gerada pela economia de um país 
no período de um ano. Inclui as despesas de consumo de 
bens	e	serviços	do	setor	privado	(C),	os	gastos	do	governo	
em	 bens	 e	 serviços	 (G)	 e	 as	 despesas	 em	 investimentos	
líquidos	 (IL),	excluindo-se	os	 fundos	destinados	à	depre-
ciação.
Atividades
1. O que você entende por depreciação?
2. Qual a diferença entre PNB e PNB per capita?
3. A quais fatores podemos atribuir o aumento no PNB de 
um país?
4. O que representa um PNH Real?
INTRODUÇÃO
À ECONOMIA
AULA 18
Política	Monetária
Objetivos
•	 Reconhecer	o	que	é	a	política	monetá-
ria.
•	 Entender	 quais	 são	 seus	 principais	 ins-
trumentos.
INTRODUÇÃO	À	ECONOMIA
82
Introdução
Estudaremos nesta aula algumas das aplicações práti-
cas da Macroeconomia.
Uma delas está na política econômica, normalmente 
separada em política fiscal e política monetária. Através 
dessas políticas torna-se possível iniciar a aplicação da teo-
ria econômica na realidade prática. Especificamente nesta 
aula vamos rever alguns conceitos da Macroeconomia e 
estudar a política monetária e os modelos derivados dela. 
Nas próximas aulas estudaremos a política fiscal.
Revisão de Macroeconomia
Conceitos Importantes
Como	você	já	viu,	o	Produto	Interno	Bruto	(PIB)	é	um	
indicador de expansão da economia. É representado pelo 
somatório de todos os bens e serviços finais produzidos 
dentro do território nacional, durante um determinado 
período de tempo, geralmente um ano, sem considerar 
quem é o proprietário dos fatores de produção. O PIB 
representa o que foi produzido dentro do país, mas não 
necessariamente aquilo que pertence ao país, pois parte 
dessa produção pode ter sido realizada com recursos es-
trangeiros.
O	Produto	Nacional	Bruto	(PNB)	representa	tudo	aqui-
lo que foi produzido com fatores nacionais, independen-
temente do local onde foi realizada a produção. O PNB 
é a renda que efetivamente pertence a um determinado 
país. Para obter o valor do PNB, basta retirar do PIB o valor 
da produção que foi feita dentro do país com recursos es-
trangeiros e acrescentar o que foi produzido com recursos 
nacionais mas fora do país.
Tem-se, então, a seguinte equação:
PIB – RENDA ENVIADA AO EXTERIOR + 
RENDA RECEBIDA DO EXTERIOR = PNB
A renda enviada ao exterior é a parte daquilo que foi 
produzido dentro do país, mas não pertence ao país, pois 
os recursos não são nacionais.
A renda recebida do exterior representa tudo aquilo 
que foi produzido com recursos nacionais, mas cuja pro-
dução foi realizada fora do país.
Em síntese, podemos dizer que o PIB mede tudo 
aquilo que foi produzido dentro do país, independente 
de quem é o proprietário da produção; o PNB mede tudo 
aquilo que foi produzido com recursos do próprio país, 
independente do local onde foi realizada a produção.
A partir de agora você pode estudar a política econô-mica.
A Política Monetária
A política econômica, como foi dito, pode se dar atra-
vés de política fiscal ou monetária, ou ainda das duas con-
juntamente. Na aula de hoje estudaremos a monetária.
Definição
Política monetária refere-se ao conjunto de medidas 
adotadas pelo governo no que tange ao controle da oferta 
de moeda na economia. Seu principal objetivo pode ser 
de estimular ou conter o crescimento econômico de uma 
economia. 
Antes de iniciar o estudo da política monetária, torna-
se necessário um breve estudo sobre moeda.
Você sabe o que é moeda?
Moeda: é um instrumento que, por ter aceitação 
geral, serve para intermediar as transações econômicas, 
dentre outras funções.
Do ponto de vista econômico, podemos conceituá-la 
da seguinte forma:
Mas para que serve a moeda?
Funções da moeda
•		 Instrumento	ou	meio	de	troca:	é	utilizada	para	in-
termediar as transações econômicas;
•		Reserva	de	valor:	pode	ser	guardada	para	ser	utili-
zada num momento posterior;
•		Unidade	de	conta:	auxilia	na	realização	da	conta-
bilização financeira.
A demanda por moeda
A demanda de moeda por parte dos agentes econô-
micos é necessária para o cumprimento das necessidades 
diárias desses agentes, que também podem optar pela pre-
ferência de não gastá-la no presente e aplicá-la de alguma 
forma, objetivando um maior rendimento no futuro atra-
vés da incidência de juros.
Os motivos pelos quais os agentes econômicos de-
mandam moeda são:
AULA	18	•	Política	monetária
83
 Transação: para a realização de gastos diversos, como 
alimentação, transporte, lazer etc.
 Precaução: para efetuarem poupança realizada por 
parte das pessoas para se precaverem da ocorrência de 
possíveis	eventualidades	(saúde,	acidentes),	ou	mesmo	
para consumo futuro.
 Especulação: para realizarem aplicações no mercado 
financeiro, tais como certificados de depósito bancário 
(CDB),	fundos	de	ações,		caderneta	de	poupança	etc.,	
visando obtenção de lucro futuro.
A oferta de moeda
A quantidade de dinheiro que é ofertada na econo-
mia é determinada pelo Banco Central, a autoridade mo-
netária máxima, juntamente com os bancos comerciais, 
visando atender às necessidades da população e o bom 
desempenho do sistema econômico. 
Essa quantidade de dinheiro que é ofertada na eco-
nomia é também denominada meios de pagamento.
Você sabe o que significa meios de pagamento?
Meios de pagamento referem-se ao total de moeda 
que está em circulação na economia e tem liquidez ime-
diata, ou seja, que pode ser utilizada a qualquer momen-
to. São dados pelo somatório de dinheiro em poder do 
público e os depósitos à vista em conta corrente nos ban-
cos comerciais.
Os instrumentos de política monetária
Os instrumento de política monetária são os meca-
nismos que podem ser utilizados pelo governo com o ob-
jetivo de retirar ou colocar mais moeda em circulação na 
economia, fazendo assim com que o produto desta possa 
reduzir ou expandir. Eles são:
 a) Depósitos compulsórios: os bancos comerciais são 
obrigados a reter e a recolher junto ao Banco Central 
um determinado percentual sobre o total de depósitos 
à vista realizados diariamente. Esse recolhimento visa 
suprir possíveis dificuldades de caixa dos bancos e dar 
socorro ou auxílio aos bancos em momentos de dificul-
dade.
 Um aumento dos percentuais das reservas obrigatórias 
ocasionará diminuição dos meios de pagamento ofer-
tados na economia, gerando uma redução no consumo 
com conseqüente redução no ritmo de crescimento do 
país. Se o percentual de reserva reduzir, irá acontecer o 
contrário, expandindo a economia. 
 b) Operações de Mercado Aberto (open market): 
consistem na compra e venda, por parte do Banco 
Central, de títulos governamentais no mercado finan-
ceiro,	 tais	como:	LFT	 (Letras	Financeiras	do	Tesouro),	
LBC	(Letras	do	Banco	Central)	etc.,	visando	regular	o	
fluxo de circulação de moeda na economia.
 Como exemplo temos:
•		Compra	de	 títulos	públicos:	 o	Banco	Central	 efe-
tua pagamentos em dinheiro aos banqueiros porta-
dores dos títulos do governo, aumentando assim a 
liquidez dos meios de pagamento na economia, in-
duzindo a expansão dos investimentos produtivos.
•		Vendas	de	títulos	públicos:	o	Banco	Central	recebe	
dinheiro pelos títulos, reduzindo o montante de 
dinheiro em circulação na economia, o que provo-
ca uma redução dos investimentos produtivos.
 c) Política de redesconto: Refere-se a empréstimos 
que o Banco Central faz aos bancos comerciais para 
atender às necessidades momentâneas de caixa quan-
do estes apresentam perdas na câmara de compensa-
ção de cheques.
 Através do redesconto, o Banco Central consegue re-
gular diariamente as operações realizadas pelos ban-
cos comerciais, podendo assim aumentar ou reduzir a 
quantidade de moeda em circulação na economia.
Sintetizando, podemos afirmar que:
A política monetária adotada por um governo pode 
ser restritiva ou expansiva.
	 •	Política	monetária	restritiva	é	aquela	em	que	as	medi-
das adotadas pelo governo visam reduzir o crescimento 
da quantidade de moeda em circulação, elevando con-
seqüentemente a taxa de juros da economia, implican-
do redução do ritmo de crescimento do produto da 
economia. Como exemplo temos um aumento na taxa 
de redesconto.
	 •	 Política	monetária	 expansiva:	 é	 aquela	 em	 que	 as	
medidas implementadas pelo governo visam aumen-
tar a quantidade de moeda em circulação, causando 
redução na taxa de juros devido ao excesso de oferta 
de moeda, implicando em aumento no ritmo do cres-
cimento do produto da economia. Como exemplo po-
demos citar uma redução no compulsório bancário.
INTRODUÇÃO	À	ECONOMIA
84
Resumo
Estudamos nesta aula o que é a política monetária, e 
vimos que é através dela que o governo pode estimular o 
crescimento ou a retenção econômica de um país. 
Dessa forma, circulando mais ou menos moeda no 
sistema econômico, o consumo poderá ser aumentado ou 
reduzido, influenciando assim nas taxas de juros, na infla-
ção e no crescimento do PIB.
Atividades
1. O que você entende por política econômica?
2. Conceitue o que é política monetária.
3. Diferenciar política monetária restritiva e expansiva.
INTRODUÇÃO
À ECONOMIA
AULA 19
Economia	Monetária
Objetivos
•	 Reconhecer	 os	 principais	 elementos	 da	
intermediação	financeira,	seu	surgimen-
to e funcionamento.
INTRODUÇÃO	À	ECONOMIA
86
Introdução
A partir desta aula, começaremos a estudar a área mo-
netária e financeira da Economia. Você verá como se deu 
o surgimento do sistema financeiro, como é a estrutura do 
sistema financeiro nacional, quais as características da po-
lítica monetária e do mercado de capitais, segmento que 
contempla as bolsas de valores.
Nesta aula iremos estudar a intermediação financeira.
Para que você possa entender com mais clareza este 
assunto, contarei uma história sobre o surgimento do sis-
tema financeiro.
Imagine a situação de um pescador que vive isolado 
em uma ilha deserta, vivendo apenas com o fruto de seu 
trabalho. 
Suponha que esse pescador entre em contato com 
pessoas que vivem em uma ilha próxima à sua.
Ele percebe que, naquela ilha, existem pessoas que 
produzem outros tipos de produtos em quantidade maior 
do que necessitam para consumo. 
O pescador percebe ainda que as pessoas que vivem 
na ilha vizinha são carentes de peixes. 
Ele, então, busca estabelecer contato com aquelas 
pessoas da ilha, visando realizar uma troca de produtos. 
Com isso, ele fica obrigado a produzir mais peixes e a es-
tocá-los, formando assim uma poupança, porque agora 
ele dispõe de oportunidades mais amplas para aplicar a 
poupança que fizer.
Imagine também que a população da ilha vizinha já utili-
za um tipo qualquer de moeda. Esse ativo financeiro permite 
ao pescador desdobrar a operaçãode troca em duas opera-
ções distintas: a operação de venda e a operação de compra. 
Com o uso da moeda, ele não precisa procurar pessoas que 
queiram peixes e ofereçam em troca exatamente os produ-
tos desejados por ele. Através da utilização da moeda como 
instrumento de troca, a coincidência de desejos torna-se des-
necessária para a realização do negócio.
O pescador pode, então, simplesmente vender seus 
peixes a quem esteja disposto a comprá-los e, com o di-
nheiro recebido pela venda, adquirir os produtos de que 
necessita.
Nesse sistema de trocas através da utilização da mo-
eda, é possível ao pescador acumular dinheiro, pois a 
moeda funciona como uma reserva de valor e de poder 
aquisitivo. Caso não existisse a moeda, ele não poderia 
acumular valor ou realizar uma poupança: como ele fa-
ria para guardar seus peixes na ilha, se ele não possui um 
freezer? Com o passar do tempo, iriam apodrecer, e nosso 
pescador perderia todas as suas reservas.
O que é acumulação de moeda?
A acumulação de moeda é uma reserva, uma poupan-
ça que as pessoas ou empresas realizam para efetuarem 
gastos no futuro.
Como é possível realizar essa acumulação?
A acumulação de moeda somente é possível caso os 
gastos dos agentes econômicos em consumo e/ou em inves-
timentos sejam menores que suas receitas, ou seja, basta 
gastar menos do que recebe e haverá poupança.
No caso do pescador: se a renda que auferiu na venda 
dos peixes for maior que seus gastos com as compras que 
irá realizar, ele formará um excedente financeiro, que cha-
maremos de poupança.
Suponha, agora, que o próprio comerciante que lhe 
compra os peixes necessite ampliar seu estabelecimento 
e não disponha de recursos suficientes para realizar esse 
investimento. Em situação inversa à do nosso pescador, 
o comerciante deseja fazer gastos em consumo, pois terá 
que realizar um investimento em seu negócio superior à 
sua receita.
Nessa situação, será necessário tomar dinheiro em-
prestado. Sabendo disso, o pescador, que tem aquela 
poupança acumulada, resolve emprestar dinheiro a esse 
comerciante	mediante	uma	remuneração	(que	futuramen-
te	chamaremos	de	juros),	num	prazo	previamente	estabe-
lecido.
A partir deste momento, o dinheiro passa a render ju-
ros, e dentro de algum tempo o pescador terá o suficiente 
para investi-lo; por exemplo, comprando um barco que 
lhe possibilitará pescar muito mais e melhorar, assim, seu 
nível de consumo e poupança.
Nesse restrito mercado, o pescador está atuando 
como ofertante de recursos; o comerciante, como toma-
dor de recursos.
Numa sociedade dessas dimensões e simplicidade, o 
contato entre tomadores e ofertantes de recursos é direito 
e sem custo de transação, embora nada assegure ao pes-
cador que ele está aplicando sua poupança na alternativa 
mais compensadora, embora na situação em que vive não 
existam outras formas de aplicação para seus recursos.
Da mesma forma, o comerciante não tem nenhuma 
garantia de que esteja obtendo empréstimo ao menor custo 
(taxa	de	juros)	possível.	Não	se	pode	ainda	afirmar	que	a	
oportunidade de investimento do comerciante – ampliação 
de suas instalações – seja a alternativa mais rentável de apli-
cação de seus recursos. 
AULA	19	•	Economia	monetária
87
Até aqui, a história mostra que a introdução da moeda 
facilitou as trocas e permitiu sua expansão, ampliando as 
oportunidades para poupar e investir recursos. Da mesma 
forma, permitiu que os recursos ociosos se tornassem pro-
dutivos pela sua aplicação em investimento, propiciando 
ganhos tanto para o poupador como para o tomador de 
recursos, incentivando assim atitudes de poupança e de 
investimento. A comunidade como um todo beneficiou-se 
com o aumento da capacidade produtiva, com reflexos 
diretos sobre o nível de renda e de bem-estar.
Em qualquer comunidade sempre existirão indivíduos 
e setores que, por gastarem menos que sua renda, estarão 
oferecendo suas poupanças para aqueles que, por gasta-
rem mais do que possuem, necessitam de recursos para 
cobrir seus gastos.
Mas, à medida que a comunidade se amplia, o contato 
entre quem oferta e quem demanda recursos vai se distan-
ciando, e a conexão entre eles torna-se difícil, mais cara. 
Assim, surge a necessidade de que se estabeleçam pessoas 
e instituições especializadas na tarefa de conectá-los. 
Surge então a intermediação financeira.
Está aí a idéia básica de um sistema financeiro e o prin-
cípio de intermediação financeira: conectar, no mercado, 
agentes tomadores e ofertantes de recursos. É através dessa 
intermediação financeira que se desenvolve o sistema fi-
nanceiro, assunto este que veremos na próxima aula.
A intermediação financeira
Na verdade, após o surgimento da moeda, os primei-
ros intermediários financeiros que surgiram foram os cor-
retores de valores, e os primeiros ativos financeiros que 
apareceram foram as obrigações primárias.
Mas o que são ativos financeiros?
Ativos são um conjunto de bens, valores e crédito que 
fazem parte do patrimônio de uma empresa ou de uma 
pessoa.
Já os ativos financeiros são aqueles ativos que repre-
sentam direitos decorrentes de obrigações assumidas por 
agentes econômicos, obrigações essas geralmente nego-
ciadas no mercado financeiro. Como exemplo temos os 
CDBs e as debêntures, entre outros.
E o que são as obrigações primárias?
Obrigações primárias são todos e quaisquer títulos 
emitidos por unidades econômicas não financeiras, isto 
é, emitidos pelos tomadores de recursos. O contrato de 
empréstimo que o comerciante assina é uma obrigação 
primária. Em vez de contrato de empréstimo, poderíamos 
nos referir a uma nota promissória, que exerceria basica-
mente a mesma função, já que os primeiros intermediários 
financeiros eram apenas os tomadores e emprestadores de 
recursos, que realizavam negócios entre si e sem interme-
diários.
Quando o sistema financeiro é apenas iniciante e so-
mente existem ativos financeiros primários, os agentes fi-
nanceiros limitam-se a oferecer recursos nas condições esti-
puladas pelos ofertantes últimos de recursos.
Pode ocorrer que as exigências de tomadores e ofer-
tantes de recursos sejam divergentes em termos de prazo, 
volumes, taxas de retorno etc. Nesta situação surge a ne-
cessidade de aumentar as opções para esses agentes, sendo 
preciso incentivar a poupança, ao oferecer aos que podem 
poupar oportunidades de aplicar seu dinheiro de forma que 
sejam satisfeitas suas exigências em termos de prazos, volu-
mes, risco, etc. e incentivar o investimento, oferecendo aos 
que estão dispostos a investir recursos nos volumes e nos 
prazos desejados e, além disso, ao menor custo possível.
Para compatibilizar essas necessidades conflitantes, 
nascem os intermediários financeiros, que, emitindo obri-
gações contra si próprios – obrigações indiretas – tomam 
recursos no mercado oferecendo aos emprestadores finais 
uma carteira de títulos capaz de satisfazer suas necessi-
dades. Os recursos captados são canalizados para os to-
madores últimos em volumes e prazos adequados às suas 
necessidades. 
Resumo
Estudamos nesta aula como se deu, de forma rudi-
mentar, o surgimento da intermediação financeira e do 
sistema financeiro.
Vimos que a idéia básica de uma intermediação fi-
nanceira é conectar, no mercado, agentes tomadores e 
ofertantes de recursos. E é através dessa intermediação 
financeira que se desenvolve o sistema financeiro.
Atividades
1. Como você explicaria o que é sistema financeiro? Qual 
é seu papel na sociedade?
2. O que leva as pessoas a emprestar seus recursos finan-
ceiros ou a tomá-los emprestado?
3. Por que a moeda facilitou o desenvolvimento da inter-
mediação financeira?
INTRODUÇÃO
À ECONOMIA
AULA 20
A estrutura e o funcionamento 
do	sistema	financeiro
Objetivos
•	 Conhecer	 o	 funcionamento	 do	 sistemafinanceiro.
•	 Verificar	como	ele	é	estruturado.
•	 Conhecer	suas	segmentações.
INTRODUÇÃO	À	ECONOMIA
90
Introdução
Nesta aula, nosso objetivo é conceituar sistema finan-
ceiro e apresentar sua estrutura e suas segmentações.
Sistema financeiro
Podemos conceituar sistema financeiro como:
Um conjunto de instituições e instrumentos finan-
ceiros que possibilitam a transferência de recursos dos 
ofertantes para os tomadores e criam condições para que 
os títulos tenham liquidez no mercado.
Você sabe o que significa liquidez?
Liquidez é capacidade de um ativo transformar-se 
em dinheiro rapidamente. A moeda é liquida por exce-
lência. Um automóvel tem certo grau de liquidez, pois 
você consegue transformá-lo em dinheiro (vendê-lo) com 
certa rapidez. Uma casa, por sua vez, não possui mui-
ta liquidez, pois não é fácil transformá-la em dinheiro 
rápido, demandando um período de tempo maior para 
vendê-la e transformá-la em dinheiro.
Conseguiu entender o conceito de liquidez? 
Então vamos continuar a aula.
Os tomadores últimos de recursos são aqueles que 
se encontram em posição de déficit financeiro, isto é, são 
aqueles que pretendem gastar mais recursos do que pos-
suem. Eles precisam do complemento de poupanças de 
outros para executar seus planos. 
Os ofertantes últimos de recursos são aqueles que se 
encontram em posição de superávit financeiro, isto é, são 
aqueles que pretendem gastar menos do que possuem.
As instituições e instrumentos 
financeiros
Em geral, as instituições que operam no sistema finan-
ceiro são classificadas em dois grupos: as bancárias ou mo-
netárias e as não-bancárias ou não-monetárias. 
A principal diferença entre elas é que às monetárias é 
facultado o direito de criação de moedas e meios de paga-
mentos, e às não monetárias isso não é permitido.
Como se faz para criar meios de pagamentos?
A criação de meios de pagamento é realizada pelo Ban-
co Central, que emite moeda, e pelos bancos comerciais, 
que estão autorizados a receber depósitos à vista. A cria-
ção de meios de pagamento pelo Banco Central é bastante 
simples de entender, uma vez que ela se reflete na própria 
emissão do papel-moeda. Já a criação da moeda por parte 
dos bancos comerciais é um pouco diferente. Para enten-
dê-la, veja um exemplo.
Suponha que um indivíduo deposite em um banco 
comercial R$ 100.000,00. O fato de esse indivíduo reali-
zar o deposito não significa a criação de meios de paga-
mento, uma vez que ele estará simplesmente trocando um 
ativo	monetário	(dinheiro)	por	outro	(depósito	à	vista).	
Porém, o banco sabe que pode emprestar parte des-
ses depósitos, porque seu cliente nunca saca seus recur-
sos todos de uma única vez, mas sim ao longo do tempo. 
Assim, o banco mantém em caixa parte desse depósito, 
para atender aos saques do depositante, parte ele recolhe 
ao Banco Central como um recolhimento obrigatório, e o 
restante ele empresta a tomadores, que poderão fazer o 
que quiser com o dinheiro.
Entretanto, existe no sistema financeiro um efeito 
multiplicador desse dinheiro que funciona da seguinte for-
ma: caso uma pessoa solicite um empréstimo bancário, o 
banco ira utilizar o dinheiro depositado por outra pessoa 
para emprestar ao solicitante. Assim, foi criado um meio 
de pagamento na economia sem existir a criação física de 
dinheiro.
Desse modo, pelo efeito multiplicador, o depósito ini-
cial de R$ 100.000,00 transforma-se em vários outros de 
menor porte, aumentando assim os meios de pagamento 
da economia sem que o banco central tenha emitido mais 
moeda. 
Este é o que chamamos mecanismo básico de cria-
ção de moeda bancária ou escritural. Esse tipo de moeda 
tem esse nome pelo fato de não existir a moeda física, mas 
apenas a escrita na contabilidade bancária. Por esse pro-
cesso, os bancos comerciais, mantendo encaixes inferiores 
aos seus depósitos, tornam os meios de pagamento várias 
vezes superiores ao saldo do papel-moeda emitido. Isso 
porque, quando o banco concede um empréstimo com 
base em seus depósitos à vista, o dinheiro passa a per-
tencer ao tomador do empréstimo sem que o depositante 
perca seu direito de saque.
As instituições financeiras não-monetárias, por sua 
vez, não possuem a faculdade de criar moeda, por não 
AULA	20	•	A	estrutura	e	o	funcionamento	do	sistema	financeiro
91
terem o poder de emissão de papel-moeda nem estarem 
autorizadas a receber depósitos à vista. 
Classificação dos 
instrumentos financeiros
Os instrumentos financeiros podem ser classificados 
em ativos financeiros monetários e ativos financeiros não-
monetários. 
	 a)	ativos	financeiros	monetários:	é	o	papel-moeda	em	
poder do público somado aos depósitos à vista nos 
bancos comerciais.
Surge daí o conceito de meios de pagamento.
Meios de pagamento são o papel-moeda em poder do 
público mais os depósitos à vista no Banco do Brasil e nos 
bancos comerciais. 
	 b)	ativos	financeiros	não	monetários:	são	todos	os	de-
mais tipos de ativos, como letras de câmbio, duplicatas, 
depósitos de poupança, certificados de depósito a pra-
zo etc. 
Enquanto os instrumentos monetários só podem ser 
emitidos	 pelas	 instituições	 monetárias	 (Banco	 Central	 e	
bancos	comerciais),	os	não	monetários	são	predominante-
mente emitidos por instituições financeiras não monetárias 
e empresas de modo geral, podendo também ser emitidos 
por pessoas físicas ou instituições financeiras monetárias. 
Por	 exemplo:	 um	 certificado	 de	 depósito	 a	 prazo	 (ativo	
financeiro	não	monetário)	tanto	pode	ser	emitido	por	um	
banco	 comercial	 (instituição	 monetária)	 como	 por	 um	
banco	de	investimento	(instituição	não	monetária).	
Sintetizando, podemos afirmar que:
Ativos financeiros são todos os instrumentos finan-
ceiros emitidos diretamente pelos tomadores de recur-
sos ou pelas instituições financeiras que exercem a cone-
xão entre esses tomadores e os ofertantes.
Segmentação dos mercados 
financeiros 
De acordo com certas características, os mercados 
financeiros podem ser subdivididos em quatro mercados 
específicos.
a)		Mercado	de	crédito
 Mercado onde são efetuados os financiamentos a 
curto e médio prazos de consumo corrente, bens 
duráveis e capital de giro das empresas. Atuam nes-
te mercado os bancos comerciais e as financeiras.
b)		Mercado	de	capitais
 Mercado onde são efetuados os financiamentos 
do capital fixo das empresas. Nesse mercado está 
concentrada a maior parte das operações das ins-
tituições financeiras não monetárias. Neste tipo de 
mercado são realizadas as operações do mercado 
de ações.
c)		Mercado	monetário
 Mercado onde se realizam as operações de curto 
e curtíssimo prazos. Nele são financiadas as neces-
sidades momentâneas de caixa dos bancos comer-
ciais e do Tesouro Nacional. Nele ocorrem as ope-
rações de “mercado aberto”, ou open market. Esse 
mercado funciona como instrumento de política 
monetária do governo; através dele o Banco Cen-
tral atua sobre o nível de liquidez da economia, 
vendendo ou comprando títulos para aumentá-la 
ou reduzi-la. 
d)		Mercado	cambial
 Mercado onde são realizadas operações que envol-
vem a necessidade de conversão de moedas entre 
países. Basicamente são operações de curto prazo, 
e as instituições que nele atuam são os bancos co-
merciais e as instituições autorizadas pelo Banco 
Central. As operações do mercado cambial são de 
compra e venda de moeda estrangeira. 
Resumo
Na aula de hoje você estudou que o sistema financeiro 
é um conjunto de instituições e instrumentos financeiros 
que possibilitam a transferência de recursos dos ofertantes 
para os tomadores e criam condições para que os títulos 
tenham liquidez no mercado.
Estudou também o conceito de liquidez, viu o que 
são ativos financeiros e quais as segmentações do sistema 
financeiro.O mercado financeiro representa todo tipo de opera-
ção	que	envolve	os	chamados	títulos	de	renda	fixa	(certifi-
cados de depósitos, letras de câmbio, Obrigações Reajus-
táveis	do	Tesouro	Nacional	etc.).	
INTRODUÇÃO	À	ECONOMIA
92
O mercado de capitais designa aquele em que se ope-
ra com títulos de renda variável, isto é, com ações de com-
panhias. Esse tipo de referência atribui ao mercado de ca-
pitais apenas as operações destinadas a canalizar recursos
Tipo de mercados Finalidade
Intermediário 
financeiro
Mercado 
de crédito
Financiamento do 
consumo e do capital 
de giro das empresas
bancário e 
não bancário
Mercado 
de capitais
Financiamento de 
capital de giro 
e capital fixo
não bancário
Mercado 
monetário
Controle de liquidez 
monetária da economia 
bancário e 
não bancário
Mercado 
cambial
troca de moeda es-
trangeira em nacional e 
vice-versa
bancário e auxiliares
Atividades
1. Explique o conceito de ativo.
2. Defina o que você entendeu por liquidez.
3. Cite exemplos de ativos que possuem maior e menor 
liquidez.
4. Diferencie os quatro tipos de mercado existentes no 
sistema financeiro.
INTRODUÇÃO
À ECONOMIA
AULA 21
O	sistema	financeiro	nacional
Objetivos
•	 Conhecer	 o	 sistema	 financeiro	 brasilei-
ro.
•	 Verificar	como	é	sua	estrutura	e	seu	fun-
cionamento.
INTRODUÇÃO	À	ECONOMIA
94
Introdução
Nesta aula, nosso objetivo é conhecer a estrutura e o 
funcionamento do sistema financeiro nacional.
Um sistema financeiro geralmente é formado por ins-
tituições e instrumentos financeiros que permitem a inte-
ração entre os agentes financeiros que desejam ofertar e 
demandar recursos. 
No Brasil, os principais agentes financeiros são:
•	Bancos	comerciais	e	múltiplos,	cooperativas	de	cré-
dito, caixas econômicas e empresas de factoring, bancos 
de investimentos e desenvolvimento, operadores de lea-
sing, consórcios e companhias de crédito imobiliário.
Estrutura do sistema 
financeiro nacional
O sistema financeiro nacional é composto pelas se-
guintes instituições:
Conselho Monetário Nacional (CMN)
É a entidade superior do sistema financeiro nacional. É 
uma entidade normativa, tendo como função principal a 
fixação das diretrizes da política monetária e de crédito.
Funções do Conselho Monetário Nacional
As principais funções do CMN são:
•		Autorizar	o	Banco	Central	a	emitir	papel-moeda;
•		Determinar	as	normas	da	política	cambial;
•		Criar	 condições	 para	 que	 sejam	 garantidas	 a	 sol-
vência e a liquidez das instituições financeiras na-
cionais;
•		Harmonizar	as	decisões	de	política	monetária	e	fis-
cal; 
•		Nortear	a	política	monetária	e	a	 taxa	de	 juros	no	
país.
Constituição do Conselho Monetário Na-
cional
O conselho é formado pelos seguintes representantes: 
•		Ministro	da	Fazenda,	que	é	o	presidente	do	conse-
lho;
•		Ministros	do	Planejamento,	Agricultura,	Trabalho	e	
Previdência;
•		Presidentes	 do	 Banco	 Central,	 da	 Comissão	 de	
Valores Mobiliários, do Banco do Brasil, do Banco 
Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social 
(BNDES)	e	da	Caixa	Econômica	Federal;
•		 Seis	membros	nomeados	pelo	presidente	da	Repú-
blica;
•		Representante	da	classe	trabalhadora.
O Banco Central do Brasil (Bacen)
O Banco Central do Brasil foi criado em 1964. Suas 
principais atividades e funções são:
•		Por	 receber	 depósitos	 compulsórios	 dos	 bancos	
comerciais, fornecer empréstimos de liquidez e 
redescontos e regulamentar o funcionamento da 
compensação de cheques, é chamado de Banco 
dos Bancos;
•		Superintendente	 do	 sistema	 financeiro	 nacional,	
pois adapta seu desenvolvimento às reais necessi-
dades da economia, fiscaliza, controla e autoriza o 
funcionamento das instituições financeiras, decre-
tando intervenção quando houver irregularidades;
•		Executor	 da	 política	monetária,	 pois	 regula	 a	 ex-
pansão dos meios de pagamento através da fixação 
das taxas de depósitos compulsórios, dos redescon-
tos e das operações de compra e venda de títulos 
públicos;
•		Banco	emissor,	pois	é	a	única	autoridade	monetá-
ria com poder de emitir moeda no país;
•		Banqueiro	do	governo,	pois	financia	o	Tesouro	Na-
cional, mediante a colocação de títulos públicos, 
administra as dívidas interna e externa, é o depo-
sitário das reservas internacionais e representa o 
governo brasileiro junto às instituições financeiras 
internacionais	(inclusive	para	negociar	a	dívida	ex-
terna).
Comissão de Valores Mobiliários (CVM)
A CVM é a instituição nacional responsável pelo de-
senvolvimento, disciplina e fiscalização do mercado de 
valores mobiliários, que é basicamente o mercado de 
ações. Compete ainda à Comissão de Valores Mobiliários 
fiscalizar a emissão e a distribuição de valores mobiliários, 
a negociação e intermediação de valores mobiliários; a 
negociação e o funcionamento das bolsas de valores e a 
auditoria nas companhias abertas.
A CVM regula as matérias expressamente previstas na 
Lei	das	Sociedades	por	Ações	(Lei	6.404/76).
AULA	21	•	O	sistema	financeiro	nacional
95
Banco do Brasil
O Banco do Brasil é uma sociedade de economia 
mista; suas ações são negociadas livremente em bolsa de 
valores.
Fazem ainda parte das atividades do Banco do Brasil:
•		Executar	as	políticas	de	crédito	rural	e	industrial;
•		Realizar	os	serviços	de	compensação	de	cheques	e	
as operações cambiais;
•		Financiar	exportações;
•		Atuar	como	banco	comercial.
Banco Nacional de Desenvolvimento 
Econômico e Social (BNDES)
O BNDES é um banco público vinculado ao Ministé-
rio do Planejamento e exerce uma função de fomento aos 
investimentos necessários ao desenvolvimento do país. O 
banco conta com recursos próprios e os decorrentes de 
empréstimos de entidades nacionais e estrangeiras.
Dentro do banco de desenvolvimento, existe um setor 
chamado Finame, que é uma agência especial de financia-
mento industrial, que tem como finalidade básica a com-
pra e venda de equipamentos industriais.
Fazem parte ainda do sistema financeiro nacional al-
gumas instituições de caráter operativo ou de intermedia-
ção, compostas pelas instituições bancárias, não-bancárias 
e auxiliares, as quais operam em segmentos específicos 
dos mercados monetários, de crédito, de capitais, e cam-
bial. Entre as principais podemos destacar: 
a)	 Os bancos múltiplos são bancos que podem ope-
rar simultaneamente como banco comercial, de 
investimentos, de crédito imobiliário, de crédito, 
financiamento e investimento, de arrendamento 
mercantil	(leasing)	e	desenvolvimento.
 Os bancos múltiplos foram criados pela Resolução 
1524 do Bacen, em 1988.
b)	Os bancos comerciais são as instituições mone-
tárias que têm o poder de criação de moeda es-
critural. Eles recebem depósitos à vista e efetuam 
empréstimos de curto prazo, cobranças e transfe-
rências de fundos entre cidades e regiões.
c)	 As Caixas econômicas federais e estaduais, além 
de desempenhar as funções de banco comercial, 
atuam no financiamento habitacional. 
d)	Os Bancos de investimento apresentam a função 
de financiamento de capital fixo ou de movimento 
através	da	capitação	de	recursos	externos	(RDBs	e	
CDBs).	Esses	bancos	administram	fundos	de	inves-
timentos de renda fixa e de ações.
e)		Companhias de crédito, financiamento e investi-
mento são basicamente as financeiras, que têm por 
finalidade principal o financiamento ao consumo, 
captando recursos no mercado através das letras de 
câmbio.
f)		As Bolsas de valores são associações civis sem fins 
lucrativos cujo objetivo é garantir as transações de 
compra e venda de títulos e valores mobiliários. 
 Caso você tenha algum interesse em saber mais so-
bre bolsas de valores e mercados de ações, não se 
preocupe: este será o objeto de estudo de uma de 
nossas próximasaulas.
g)	 As sociedades corretoras promovem a compra e 
venda de títulos de valores mobiliários e os nego-
ciam no pregão das bolsas de valores, com autori-
zação de terceiros.
h)	Companhias de seguros são as companhias res-
ponsáveis pela venda de seguros e pela indeniza-
ção de eventuais perdas e danos nos bens segura-
dos.
Resumo
Estudamos na aula de hoje o que é o sistema finan-
ceiro nacional, suas principais funções e como este é es-
truturado.
Atividades
1. Defina o papel do sistema financeiro nacional.
2. Comente as principais diferenças entre o Banco Central e 
o Banco do Brasil.
3. Quais são os membros que compõem o CMN? Quais 
suas principais funções?
INTRODUÇÃO
À ECONOMIA
O	mercado	de	capitais	e	a	bolsa	de	valores
AULA 22
Objetivos
•	 Explicitar	o	que	é	a	bolsa	de	valores.
•	 Definir	o	que	são	ações.
•	 Identificar	os	principais	tipos	de	ações.
INTRODUÇÃO	À	ECONOMIA
98
Introdução
Estudaremos nesta aula o mercado de capitais; é neste 
segmento de mercado que opera a bolsa de valores, onde 
são negociadas as ações de diversas companhias.
A estrutura do atual sistema financeiro nacional entrou 
em vigor em 1964, quando o governo militar iniciou uma 
série de medidas visando ajustar as instituições nacionais e 
regular o mercado, com o objetivo de atender às necessi-
dades de desenvolvimento do Brasil.
Nesse período foi realizada uma reforma monetária e 
financeira no Brasil, criando, através da Lei 4.595, o Con-
selho Monetário Nacional e o Banco Central do Brasil. Foi 
realizada também uma reforma no mercado de capitais, 
através da Lei 4.728. Com isso, a partir desse período, fi-
cou estabelecido o atual formato da bolsa de valores. 
A bolsa de valores
A bolsa de valores é uma sociedade civil sem fins lu-
crativos, constituída por corretoras de valores, para forne-
cer infra-estrutura ao mercado de ações.
A bolsa de valores possui autonomia financeira, pa-
trimonial e administrativa, estando sujeita à supervisão e 
controle	da	Comissão	de	Valores	Mobiliários	(CVM),	enti-
dade que fiscaliza as bolsas assim como o Banco Central 
fiscaliza o mercado financeiro e os bancos comerciais. As 
bolsas obedecem às diretrizes e normas do Conselho Mo-
netário Nacional.
Principais funções da bolsa de valores
A primeira função da bolsa de valores é manter um 
local adequado para que seus membros realizem as ope-
rações de compra e venda de ações.
Outras funções são: fiscalizar o cumprimento das 
disposições legais, aplicar penalidades cabíveis, quando 
houver infrações e, por último, dar ampla divulgação das 
operações realizadas, proporcionando a transparência in-
dispensável ao mercado de capitais.
	Qualquer	negociação	com	ações	 (compra	e	venda)	
tem de ser obrigatoriamente feita através de uma corretora 
de valores, associada à bolsa de valores e detentora de um 
título para participar do mercado acionário. Nenhum ci-
dadão	(pessoa	física)	pode	participar	das	negociações	por	
conta própria.
As negociações na bolsa de valores
As negociações realizadas na bolsa são feitas em um 
local chamado pregão, isto é, um local mantido pelas 
bolsas onde os operadores das corretoras, reconhecidos 
e habilitados por elas, executam as ordens recebidas dos 
clientes, que são os aplicadores.
No pregão comercializam-se basicamente ações.
Pregão é aquele local que você vê na televisão, com 
um monte de pessoas gritando ao telefone e olhando um 
enorme telão cheio de números. Nesse momento, essas 
pessoas – os corretores autorizados – estão comprando e 
vendendo ações.
Você saberia dizer o que é uma ação?
Ações são títulos de propriedade que representam a 
menor parte em que pode ser dividido o capital de uma 
empresa registrada em bolsa.
Qualquer empresa pode vender ação na bolsa?
Não. Para que uma empresa possa emitir ações, ela 
tem	que	ser	regida	pela	Lei	das	Sociedades	Anônimas	(Lei	
das	S.A.).	Essas	empresas	são	chamadas	também	empresas	
de capital aberto. Ou seja, a empresa deixa de ser limitada 
(Ltda.),	de	um	ou	poucos	donos,	e	passa	a	ser	uma	S.A.,	
empresa de muitos proprietários. 
Mas o que eu ganho comprando uma ação?
É importante lembrar que, ao adquirir uma ação na 
bolsa, você está investindo numa aplicação de renda vari-
ável, em um mercado de risco, em que os ganhos não são 
certos e podem existir perdas. É uma aplicação totalmente 
diversa de uma aplicação de renda fixa, em que a remu-
neração do capital é garantida.
As perdas e ganhos e a liquidez de uma ação vai de-
pender de sua cotação no mercado e do momento em 
que você pretende negociar; portanto, é de vital impor-
tância que o investidor efetue uma análise do desempe-
nho econômico da empresa em questão, e dos diversos 
fatores que podem afetar as cotações daquela companhia 
no mercado acionário.
Então qual a vantagem de investir em ações?
A principal vantagem é que a remuneração pode ser 
bem maior do que a de outras aplicações financeiras.
Por que o valor de uma ação varia tanto?
Principalmente devido à lei da oferta e demanda. O 
mercado de ações segue as leis naturais de mercado, que 
AULA	22	•	O	mercado	de	capitais	e	a	bolsa	de	valores
99
estão fundamentadas na oferta e na procura de um bem. 
Assim, se existirem muitas pessoas desejando comprar uma 
certa ação, seu preço irá subir. Se muitos desejarem vendê-
la, seu preço deverá cair.
Mas existem também determinadas pessoas que ope-
ram e podem influenciar os preços das ações; são, portan-
to, peças importantes no processo, pois delas dependerá o 
lucro ou prejuízo de cada investidor.
Mas o valor de uma ação também está diretamente 
relacionado ao desempenho econômico-financeiro e as 
perspectivas de lucro da empresa que a emitiu. Se a em-
presa apresenta lucros e tende a crescer, o valor de sua 
ação irá aumentar.
Principais participantes do mercado de 
ações
Os agentes que operam nesse tipo de mercado são 
classificados em:
•		 Investidor:	 é	 quem	 aplica	 seus	 recursos	 na	 bolsa	
com a expectativa de obter vantagens para melhor 
remunerar seu capital.
•		Corretor:	é	o	responsável	por	realizar	os	negócios	
para seus clientes.
•		Manipulador/insider: é aquele que realiza mano-
bras visando alterar o preço das ações, aproveitan-
do-se do fato de estar mais inteirado do mercado e 
às vezes obter informações privilegiadas.
•		Especulador:	 é	 quem	aplica	 para	 ganhar,	 se	 pos-
sível	 rapidamente	 (em	curtíssimo	prazo),	contudo	
dentro das regras de mercado.
 
As ações
Ações são títulos representativos do capital social de 
uma empresa, representando a menor parte do capital de 
uma empresa.
Uma ação representa a menor parte em que é divi-
dido o capital de uma empresa; quando alguém compra 
uma ação, torna-se acionista da empresa e um de seus 
donos.
As ações são, portanto, títulos de propriedade, repre-
sentados por um certificado que confere ao seu possuidor 
uma parcela de participação no controle, nos bens e nos 
lucros da empresa, bem como nas suas obrigações.
Esse título ou certificado pode ser vendido ou transfe-
rido para terceiros, ou seja, é negociável e representativo 
da propriedade de uma fração do capital social de uma 
companhia.
Tipos de ações
Ações preferenciais
Ação preferencial é um tipo de ação cujos titulares de-
têm certos privilégios, principalmente o direito de receber 
um retorno periódico fixo. Ações preferenciais garantem 
ao acionista a prioridade no recebimento dos dividendos 
e, em caso de dissolução da empresa, têm também prio-
ridade	 (em	 relação	 aos	 acionistas	 possuidores	 de	 ações	
ordinárias)	no	reembolso	do	capital.	Em	compensação,	o	
proprietário de uma ação preferencial não tem direito a 
voto nas assembléias deliberativas da empresa, não parti-
cipando, portanto, de sua direção.
Existem três casos em que os acionistaspreferenciais 
passam a ter direito a voto. São eles:
•	 Quando	 a	 empresa	 passa	 três	 anos	 consecutivos	
sem pagar dividendos;
•		Quando	são	títulos	conversíveis;
•		Quando	os	estatutos	assim	estabelecem.
As ações preferenciais têm representado um papel 
importantíssimo para as empresas brasileiras, que, em sua 
maioria, são familiares, pois com isso os proprietários po-
dem aumentar o capital acionário sem enfraquecer a em-
presa, visto que não perdem o controle acionário.
As ações preferenciais oferecem esse dividendo fixo por 
ação, que independe dos lucros obtidos pela empresa.
Ações ordinárias
As ações ordinárias são aquelas possuídas pelos verda-
deiros donos da empresa – estes são os últimos a receber 
qualquer distribuição de lucros.
Essas ações se caracterizam principalmente pelo direi-
to a voto que dão aos seus possuidores, além da participa-
ção nos lucros da sociedade.
O acionista possuidor dessas ações tem responsabi-
lidades e obrigações correspondentes ao montante das 
ações possuídas.
Normalmente, a cada ação corresponde um voto, e o 
fato de poder votar permite que o seu titular tome parte 
ativa na administração da sociedade, influa na modifica-
ção de estatutos, decida a escolha de diretores, autorize 
vendas de bens do ativo etc.
Tanto as ações ordinárias quanto as preferências po-
dem ser:
INTRODUÇÃO	À	ECONOMIA
100
•		Ao	portador:	são	as	ações	que	pertencem	à	pessoa	
que as está portando, pois não indicam o nome de 
seu proprietário.
•		Nominativas:	são	aquelas	emitidas	com	o	nome	do	
comprador e que podem ser transferidas através 
de um termo lavrado no livro de transferências de 
ações nominativas.
•		Nominativas	endossáveis:	são	as	ações	que	contêm	
um	endosso	(assinatura)	do	proprietário	para	trans-
ferir sua titularidade.
Os rendimentos das ações
As principais remunerações que um proprietário de 
ação possui são:
Bonificações
É o recebimento de uma parte do lucro em forma de 
um certo número de ações, proporcional à quantidade já 
possuída, resultante do aumento de capital, da incorpora-
ção de reservas ou de lucros suspensos.
Quando o capital da empresa é aumentado, o acionis-
ta tem o direito de manter sua participação proporcional 
ao número de ações que possuía antes do aumento.
Para o patrimônio da empresa nada representa, uma 
vez que há apenas transferências de um valor inscrito em 
uma	conta	 (do	patrimônio	 líquido)	para	outra	 (conta	de	
capital).
Dividendos
São uma parcela do lucro que uma empresa distribui 
ao final de cada exercício, de acordo com a decisão de 
sua	diretoria	(e	oficializada	numa	AGE	–	Assembléia	Geral	
Extraordinária)	e	está	relacionada	ao	lucro	acumulado.
Se a empresa decidir expandir-se e necessitar de re-
cursos para investimentos, a sua diretoria pode optar pelo 
reinvestimento do lucro que seria distribuído, deixando 
assim de pagar dividendos.
A legislação brasileira vincula a distribuição de divi-
dendos ao mínimo de 25% dos lucros registrados.
Resumo
Nesta aula você estudou a bolsa de valores, que é a 
responsável pelo controle e organização do mercado de 
capitais. Viu que as ações representam a menor parte do 
capital de uma empresa e que o investimento nelas, apesar 
de poder apresentar grande rentabilidade, é de alto risco.
Atividades
1. Em sua opinião, o que leva uma pessoa a comprar 
ações de uma empresa?
2. Por que as ações sofrem valorização e desvalorização?
3. Quais são as ações mais importantes que você conhe-
ce?
4. Procure nos jornais quanto a bolsa rendeu na última 
semana e no mês passado.
INTRODUÇÃO
À ECONOMIA
AULA 23
A	política	fiscal
Objetivos
•	 Identificar	o	que	é	uma	política	fiscal.
•	 Observar	qual	é	seu	mecanismo	de	fun-
cionamento.
INTRODUÇÃO	À	ECONOMIA
102
Introdução
Até esta aula, você estudou o lado monetário da eco-
nomia, através do estudo da política monetária. Agora 
verá um outro enfoque de política econômica que pode 
ser implementado pelo governo: a política fiscal.
Definição e funcionamento da política 
fiscal
A política fiscal diz respeito a todos os instrumentos de 
que o governo dispõe para a arrecadação de recursos e a 
efetivação dos gastos públicos. Ou seja, quando utilizamos 
o conceito de política fiscal estamos falando das receitas e 
das despesas do setor público.
Política fiscal é a política de receitas e despesas 
do governo, mediante a aplicação de tributos sobre os 
agentes econômicos e controle de suas despesas com a 
sociedade.
As principais formas de financiamento 
do setor público
O governo, para poder realizar seus gastos, precisa ar-
recadar recursos. As principais formas de receitas do setor 
público são:
•		Sistema	 tributário:	 através	 dos	 impostos	 e	 taxas,	
que são os principais instrumentos de arrecadação 
do setor público. 
•		Banco	 Central:	 através	 de	 emissões	 monetárias	
para realizar despesas e cobrir déficits no orçamen-
to federal.
•		Mercado	Financeiro:	mediante	a	venda	de	títulos	
públicos realizada ao sistema financeiro.
•		Bancos	e	organismos	Internacionais:	pela	contrata-
ção de empréstimos no exterior.
O governo e o funcionamento do 
mercado
No mundo moderno, o papel do setor público tem 
sido decisivo no sentido de orientar a atividade econômi-
ca, controlar os abusos cometidos por parte dos produto-
res, controlar os preços dos bens de primeira necessidade 
e conter o processo inflacionário. O setor público atua 
também fomentando o crescimento econômico através de 
investimentos públicos e privados. 
Para que isso possa ocorrer, o governo utiliza algumas 
ferramentas ou políticas de atuação no intuito de obter 
receitas. A principal delas é o sistema tributário.
Incidência tributária é a carga de impostos paga pe-
los produtores e pelos consumidores.
Esses impostos se classificam da seguinte forma:
a)	Impostos indiretos: são os impostos que incidem 
sobre o consumo ou vendas. Esse tipo de imposto 
não discrimina o tipo de consumidor, quanto ele 
tem de renda etc., taxando os produtos da mesma 
forma. Como exemplo temos o ICMS – Imposto 
sobre Circulação de Mercadorias e Serviços, o IPI 
– Imposto sobre Produtos Industrializados e o ISS 
– Imposto sobre Serviços. Suponha que um litro 
de leite custe R$ 2,00 e que incida sobre ele um 
imposto de 18%. Um consumidor que tenha renda 
de R$ 20.000,00 e um outro que tenha renda de 
R$ 300,00 irão pagar a mesma alíquota de impos-
to, 18%. Só que esses R$ 0,36 de imposto pesam 
muito mais no bolso do consumidor mais pobre do 
que no do consumidor que ganha mais. 
b)		Impostos diretos: são os impostos incidentes so-
bre a renda do consumidor. Como exemplo temos 
o IR – Imposto de Renda. Nesse caso, o imposto 
não é mais cobrado sobre o consumo, e sim sobre 
a renda da pessoa. Quem ganha mais paga mais. 
Os impostos indiretos são considerados “regressivos” 
em relação à renda, porque penalizam as classes menos 
favorecidas, ou seja, o imposto embutido no preço de uma 
cerveja é o mesmo para quem ganha um salário mínimo e 
para quem ganha vinte salários. Já os impostos diretos são 
“progressivos”, ou seja, quem ganha mais, paga mais – é o 
caso do Imposto de Renda. 
Os impostos sobre as vendas podem ainda ser classi-
ficados como:
•		 Imposto	 específico:	 representa	 um	 valor	 fixo	 em	
reais por unidade vendida, independente do valor 
da mercadoria. Exemplo: se o imposto for de R$ 
100,00, esse será o valor fixo cobrado sobre qual-
quer mercadoria, não importa o quanto ela custe. 
•		 Imposto	 Ad Valorem: é um percentual aplicado 
(alíquota)	sobre	o	valor	da	venda	(é	o	caso	do	IPI	e	
do	ICMS).	Neste	caso,	o	valor	do	imposto	acompa-
nha o valor da mercadoria. Por exemplo, se a alí-
quota do IPI para automóveis for de 10%, um carro 
AULA	23	•	A	política	fiscal
103
no valorde R$ 10.000,00 pagará R$ 1.000,00 de 
imposto; já um carro que custe R$ 30.000,00 terá 
imposto de R$ 3.000,00. 
A política fiscal e seus efeitos sobre o 
sistema econômico
Da mesma forma que obtém receitas, o governo deve 
realizar gastos para a sociedade; são os chamados gastos 
públicos. 
Mas com o quê o governo gasta dinheiro? Você deve 
estar pensando.
Ele gasta com a chamada máquina administrativa: é o 
pagamento de salários dos funcionários públicos, as des-
pesas de água, energia, material de escritório. Gasta tam-
bém com as obras públicas, investimentos na sociedade, 
pagamento de pensões e aposentadorias. 
Política distributiva: Conjunto de medidas realiza-
das pelo setor público que visam modificar a distribuição 
da renda entre os indivíduos e grupos sociais dentro da 
sociedade.
Geralmente o governo busca realizar gastos no intuito 
de distribuir a renda na sociedade.
Podemos classificar as principais formas de política 
distributiva através de:
a) Transferências: são os pagamentos realizados pelo 
governo sem a contrapartida de quem os recebe, 
como o pagamento de aposentadorias.
b) Intervenção direta de mercado: se dá através de 
subsídios, garantias de preços mínimos ao produto-
res etc. São gastos que o governo realiza na busca 
de ajustar o funcionamento do mercado.
 
Tipos de política fiscal
A política fiscal adotada por um governo pode ser res-
tritiva ou expansiva.
•		 Política	fiscal	restritiva	é	aquela	em	que	as	medidas	
adotadas pelo governo visam reduzir o crescimento 
da quantidade de dinheiro na economia, implicando 
a redução do ritmo de crescimento do produto da 
economia. Um exemplo é o aumento dos tributos.
•		Política	fiscal	expansiva	é	o	tipo	de	política	em	que	
as medidas implementadas pelo governo visam au-
mentar a quantidade de dinheiro em circulação, 
implicando aumento no ritmo do crescimento do 
produto da economia. Um exemplo é o aumento 
nos gastos públicos.
Resumo
É através da política fiscal que o governo pode estimu-
lar o crescimento ou a retenção econômica de um país. 
Circulando mais ou menos dinheiro no sistema econômi-
co, o consumo poderá ser aumentado ou reduzido, in-
fluenciando assim no crescimento do PIB.
Atividades
1. Faça uma análise da atual política fiscal adotada pelo 
governo brasileiro.
INTRODUÇÃO
À ECONOMIA
AULA 24
O	balanço	de	pagamentos
Objetivos
•	 Identificar	o	que	é	um	balanço	de	paga-
mentos.
•	 Conhecer	sua	estrutura	e	principais	con-
tas.
INTRODUÇÃO	À	ECONOMIA
106
Introdução
Nesta aula retornaremos à Macroeconomia e tratare-
mos da economia internacional. O objetivo desta aula é 
conhecer e compreender a estrutura do balanço de paga-
mentos de um país.
Após a evolução e o crescimento do comércio inter-
nacional, a partir do momento em que um país começa 
a comercializar com outros, surge a necessidade de es-
tabelecer controles sobre esse fluxo de comércio e dos 
pagamentos realizados através dessas relações comerciais 
internacionais. 
Mas um país somente se relaciona com outro via co-
mércio?
Não, os países podem realizar empréstimos, ajudas, 
doações entre si. Um país pode também receber emprésti-
mos de organismos internacionais como o Banco Mundial 
(BIRD),	o	Fundo	Monetário	Internacional	(FMI)	e	outros.
Desta forma, todas as transações realizadas entre o 
país e o resto do mundo devem ser registradas em alguma 
contabilidade interna desse país.
Para realizar esse controle – e também o de entrada 
de pessoas, dinheiro, mercadorias etc. – existe o balanço 
de pagamentos, que é o registro contábil de todas as tran-
sações de um país com o resto do mundo num determina-
do período de tempo. 
Assim, no balanço de pagamentos estão registradas as 
importações e exportações de mercadorias realizadas pelo 
país, o pagamento e recebimento de fretes, juros, royal-
ties, o ingresso de capitais estrangeiros sob a forma de em-
préstimos, investimentos e qualquer outro tipo de negócio 
realizado com o exterior.
Você sabe o que é frete?
Fretes são as despesas do país com o transporte de 
mercadorias para outros países.
E o que significa royalty?
Royalties representam a remuneração paga ao exterior 
pelo uso da tecnologia ou de um nome, de uma marca de 
produto inventados fora do país, pagando pela sua repro-
dução ou utilização.
O balanço de pagamentos
É o registro de todas as transações do país com o resto 
do mundo. Todas as entradas de recursos monetários no 
país	são	contabilizadas	com	o	sinal	positivo	(+)	e	todas	as	
saídas	são	contabilizadas	com	o	sinal	negativo	(-).	
Balanço de pagamentos é o registro sistemático de 
todas as transações econômicas realizadas entre um país 
e os demais, em um determinado período de tempo, nor-
malmente de um ano, e calculadas em dólares norte-ame-
ricanos.
Estrutura do balanço de pagamentos
A estrutura padrão de um balanço de pagamentos é 
a seguinte:
a) Balança comercial
	 a.1)	Exportação	
	 a.2)	Importação	
b)		Balança	de	serviços
	 b.1)	Viagens	internacionais
	 b.2)	Fretes
	 b.3)	Seguros
	 b.4)	Rendas	de	capital	(juros,	lucros	e	aluguéis)
	 b.5)	Serviços	diversos
c) Transferências unilaterais (donativos)
d) Balanço de transações correntes ou saldo em 
transações correntes (A + B + C)
e) Movimento ou balanço de capital autônomo
	 e.1)	Investimentos	de	longo	prazo
	 e.2)	Investimento	de	curto	prazo
	 e.3)	Reinvestimento
	 e.4)	Empréstimos	e	financiamentos
	 e.5)	Amortizações
f) Erros e omissões
g) Saldo do balanço de pagamento (D + E + F)
h) Movimento de capital compensatório (-G)
	 h.1)	Haveres	e	obrigações	no	exterior
	 h.2)	Empréstimos	de	regularização
	 h.3)	Atrasados	comerciais
Análise da estrutura do balanço de 
pagamentos
A balança comercial compreende o comércio de 
mercadorias, registrando todas as mercadorias que entram 
e saem do país via importação e exportação. 
A balança de serviços registra todos os serviços pa-
gos e/ou recebidos pelo país. Subdivide-se em serviços de 
fatores	(que	trata	da	remuneração	a	fatores	de	produção	
externos	–	 juros,	 lucros,	 assistência	 técnica	e	 royalties)	e	
serviços	 não-fatores	 (que	 são	 os	 pagamentos	 diversos	 a	
empresas	estrangeiras).
AULA	24	•	O	balanço	de	pagamentos
107
Transferência unilateral trata dos saldos de doações 
entre países, remessas feitas por empregados migrantes 
para suas famílias no país de origem ou recursos enviados 
a parentes no exterior.
Balanço de transações correntes (BTC) é uma con-
ta que registra o subtotal das três primeiras contas. Caso 
seu	valor	seja		negativo	(BTC<0),	pode	se	afirmar	que	o	
país apresenta poupança externa positiva, pois indica que 
o país aumentou seu endividamento externo, absorvendo 
recursos reais do resto do mundo, permitindo financia-
mento do consumo e de investimentos, absorvendo bens 
e	serviços	do	exterior.	Sendo	seu	valor	positivo	(BTC>0),	
pode-se afirmar que há uma poupança externa negativa 
para o país, indicando que foram enviados mais bens e 
serviços para o exterior do que recebidos.
Movimento de capital é a conta que registra os sal-
dos dos capitais das firmas estrangeiras que entram e saem 
do país. São eles: investimento ou capital de longo prazo, 
Reinvestimento, Empréstimo e financiamento de médio e 
longo prazo e Amortizações.
Erros e omissões é uma conta utilizada para fazer a 
correção de valores que não foram registrados ou foram 
feitos com erros.
Saldo do balanço de pagamento é a soma do Balan-
ço de transações correntes + Movimento ou balanço de 
capital autônomo + Erros e omissões.
Movimento de capital compensatório é a contrapar-
tida	 de	 igual	 valor,	mas	 de	 sinal	 contrário	 (-G).	 Subdivi-
de-se	em	Variações	nas	reservas	(que	registra	as	variações	
nos haveres em moeda estrangeira e ouro possuídos pelo 
país);	operaçõesde	regularização	(que	se	refere	a	opera-
ções	realizadas	com	instituições	internacionais)	e	atrasados	
comerciais	(que	se	refere	ao	não-pagamento	de	um	com-
promisso	no	prazo).
Não se preocupe se ficou um pouco confuso, pois va-
mos analisar as contas com mais detalhes.
A primeira conta registra as importações e exporta-
ções de mercadorias e é chamada de balança comercial. 
As importações são lançadas a débito, pois envolvem a 
compra de divisas. As exportações são lançadas a crédito, 
já que envolvem a venda de divisas.
Você sabe o que são divisas?
Divisa é o nome que se dá a todas as moedas estran-
geiras.
Neste ponto, convém observar que quando uma em-
presa compra divisas para pagar um importação, essas 
divisas saem do país. Podemos então utilizar a expressão 
“compra de divisas” como sinônimo de saída de divisas e 
a expressão “venda de divisas” como sinônimo de entrada 
de divisas.
A segunda conta registra as despesas e receitas decor-
rentes do pagamento e do recebimento de fretes, juros etc. 
Essa conta recebe o nome de balança de serviços. Nesta 
conta são registradas todas as importações e exportações 
que o país realiza mas somente de serviços, visto que as 
de mercadorias são registradas na balança comercial. O 
critério de lançamento continua o mesmo: quando o país 
efetua pagamentos, precisa comprar divisas; esta operação 
é lançada a débito. Caso contrário, é lançada a crédito. 
A terceira conta é chamada de transferências unilate-
rais, pois registra transações sem contrapartida, como as 
remessas feitas por imigrantes às suas famílias no exterior, 
as doações de um país para outro etc.
A balança comercial, a balança de serviços e as trans-
ferências unilaterais formam a balança de transações cor-
rentes, que registra o subtotal das transações realizadas 
entre o país e o mundo com bens e serviços.
Uma última conta é a chamada conta ou balança de 
capitais, que registra a entrada e saída direta de divisas do 
país, dado o fato de que as transações entre dois países 
não se limitam a mercadorias e serviços.
Quando uma empresa estrangeira resolve abrir uma 
filial no país, por exemplo, ela precisa fazer um investi-
mento em forma de divisas. Além disso, os empréstimos 
obtidos no exterior junto a entidades privadas ou públicas 
também significam entrada de divisas, sem contrapartida 
na saída de bens ou serviços. Os empréstimos contraídos 
no exterior devem ser amortizados, o que significa saída 
de divisas. O mesmo acontece com as filiais de empresas 
estrangeiras que, ao remeterem lucros para as sedes, tam-
bém dão origem à saída de divisas.
Todas essas situações são exemplos de transações que 
envolvem saída e entrada de divisas, mas não significam 
recebimento e envio de mercadorias ou serviços. Assim, 
para registrar essas operações, temos a balança de capitais, 
que é a última parte do balanço de pagamentos. 
O critério de registro é o mesmo: a saída de divisas é 
lançada a débito e a entrada, a crédito.
Importância do balanço 
de pagamentos
Através do balanço de pagamentos torna-se bem mais 
fácil verificar qual a real situação de um país, inclusive no 
comércio internacional. Ele reflete a situação econômica 
e financeira do país. Serve para os investidores, bancos, 
INTRODUÇÃO	À	ECONOMIA
108
organismos internacionais verificarem a conveniência ou 
não e o risco de realizar negócios com aquele país.
Resumos
Estudamos na aula de hoje que assim como as empre-
sas, os países também realizam seus balanços, no intuito 
de verificar como ficou a situação dos negócios realizados 
com o resto do mundo.
A este balanço realizado por uma economia da-se o 
nome de Balanço de Pagamentos, onde são registradas to-
das as transações econômicas realizadas entre o país e o 
resto do mundo. 
Atividades
1. Faça uma análise das principais contas do atual balan-
ço de pagamentos da economia brasileira. Você pode 
encontrar esses dados na internet.
2. Qual o atual valor das importações e das exportações 
brasileiras?
3. Apresente uma proposta de sugestão para o Brasil au-
mentar suas exportações.
INTRODUÇÃO
À ECONOMIA
AULA 25
Teoria	da	Inflação
Objetivos
•	 Conceituar	inflação.
•	 Identificar	 seus	 tipos,	 causas	 e	 conse- 
qüências.
INTRODUÇÃO	À	ECONOMIA
110
Introdução
Encerrando nossos estudos sobre o lado monetário da 
economia, estudaremos na aula de hoje um pouco sobre 
a inflação, um problema que atormenta há muitos anos a 
vida do povo brasileiro e a economia do país.
O conceito de inflação
Inflação pode ser definida como um aumento acentu-
ado, contínuo e generalizado no nível de preços da eco-
nomia.
Ou seja, inflação significa aumento de preço. A infla-
ção é dinâmica, não pode ser confundida com altas espo-
rádicas de preços. Deve ser também: generalizada, isto é, 
em todos os produtos; contínua, com os preços subindo 
constantemente e de forma considerável.
Tipos de Inflação
Não é muito simples caracterizar o tipo de inflação, 
devido à evidência das diversas fontes e dos diversos mo-
tivos que causam a inflação, variando também em função 
das condições de cada país, ou de cada época.
Os principais tipos ou causas da inflação são:
Inflação de custos
A inflação de custos é o processo inflacionário gera-
do pela elevação dos custos de produção, especialmen-
te dos salários ou dos preços das matérias-primas. Pode 
ser associada a uma inflação tipicamente de oferta, pois 
o nível de demanda permanece o mesmo, mas os custos 
de produção aumentam, sendo repassados aos preços dos 
produtos.
As causas mais comuns de inflação de oferta são rela-
cionadas a:
•		aumentos	salariais:	se	os	aumentos	nos	salários	fo-
rem maiores do que os aumentos na produtividade 
dos trabalhadores, esse custo deverá ser repassado 
aos preços.
salários	>	produtividade	 nos custos de produção.
 
 nos preços dos bens e serviços
 
•		aumento	 nos	 custos	 das	 matérias-primas:	 temos	
como exemplo aumento nos preços dos produtos 
agrícolas não sazonais ou devido a fortes chuvas, 
geadas ou secas, que destroem parte da produ-
ção, levando à falta de produtos no mercado e a 
aumento de preços. Pode ser causado também 
pela desvalorização cambial, que causa aumento 
no preço das matérias-primas importadas.
•		 tipo	 de	 estrutura	 de	mercado:	 está	 associado	 ao	
poder de algumas empresas de terem monopólio 
ou oligopólio, fazendo com que dominem o mer-
cado e possam elevar seus lucros via aumentos de 
preços.
Inflação de Demanda
A inflação de demanda é o processo inflacionário ge-
rado pelo aumento ou excesso de consumo. Esse aumento 
de consumo pode ser causado por aumento no volume 
dos meios de pagamento da economia, fazendo com que 
a demanda cresça antes que a produção esteja em ple-
na capacidade, o que impede que a maior demanda seja 
atendida.
Com isso, aumentam os preços e, por extensão, os 
salários e os rendimentos em geral, dando origem a uma 
espiral inflacionária.
Esse tipo de inflação relaciona-se ao excesso de de-
manda agregada em relação à produção disponível de 
bens e serviços, ou seja maior demanda do que oferta, 
fazendo com que faltem produtos e se aumentem os pre-
ços.
Para combater um processo de inflação de demanda, 
a política econômica deve basear-se em instrumentos que 
provoquem redução de demanda agregada por bens e ser-
viços, como o aumento nas taxas de juros. 
Graficamente, podemos representar uma inflação de 
demanda da seguinte forma:
P2
P6
P3
P4
P5
S
D2
D1
P
Q
Onde:
P são os preços
Q	as	quantidades
D	a	demanda
S a oferta
AULA	25	•	Teoria	da	Inflação
111
Então, à medida que a demanda aumenta com a ofer-
ta constante, os preços sobem.
InflaçãoInercial
Inflação inercial é o processo inflacionário gerado 
pelo reajuste pleno de preços, de acordo com a inflação 
observada no período imediatamente anterior, em que 
os contratos contêm cláusulas de indexação ou correção 
que restabelecem seus valores reais após intervalos fixos 
de tempo. 
Na medida em que esses intervalos são cada vez me-
nores e os reajustes cada vez maiores e concedidos com a 
mesma intensidade para todos os preços, estes tendem a 
ficar cada vez maiores.
Como exemplo de inflação inercial temos: um au-
mento na demanda pode elevar o preço, que por sua vez 
faz com que os trabalhadores pressionem por aumento 
salarial, que irá aumentar o custo de produção, que será 
repassado ao preço.
Conseqüências provocadas 
pela inflação
Num processo inflacionário intenso, a velocidade de 
aumento de preço entre os vários bens e serviços da eco-
nomia são diferentes entre os setores, e alguns são mais 
onerados que outros. 
Uma das distorções mais sérias provocadas pela infla-
ção diz respeito à redução relativa do poder aquisitivo das 
classes que dependem somente de seus salários, visto que 
estes são fixos e possuem prazos legais de reajuste. Assim, 
com a inflação e até que o salário sofra um reajuste, o assa-
lariado perde grande parte de seu poder de compra.
Os comerciantes e o próprio governo têm condições 
de repassar os aumentos de custos provocados pela infla-
ção, enquanto os assalariados não têm este poder.
Vale destacar ainda que as altas taxas de inflação pro-
vocam expectativas negativas quanto ao futuro econômi-
co, comprometendo o planejamento das empresas.
Os custos sociais da inflação
Considera-se que a inflação impõe, principalmente às 
camadas mais baixas da população, um custo ou prejuízo 
financeiro muito grande, como também ao setor privado 
e ao governo, um custo chamado custo social da inflação. 
Esse custo social pode implicar:
•		perda	do	poder	de	compra	do	salário;
•		 aumento	no	custo	da	cesta	básica;
•		diferente	periodicidade	com	que	as	empresas	alte-
ram seus preços, acabando por elevar a variabilida-
de dos preços;
•		 leis	tributárias:	a	inflação	altera	a	receita	tributária	
do governo; 
•		a	moeda,	como	é	considerada	padrão	monetário	e	
intermediária de troca, pode perder suas funções 
quando há inflação. 
A corrente estruturalista da inflação
Existe uma determinada linha de pensamento na Eco-
nomia que afirma que a inflação nos países subdesenvol-
vimentos é causada por pressões nos custos de produção, 
pressões que são causadas principalmente por:
•		estrutura	 agrícola:	 a	 oferta	 de	 alimentos	 não	 res-
ponde aos estímulos da demanda, gerando au-
mentos nos custos de produção; 
•		estrutura	do	comércio	internacional:	déficit	crônico	
no balanço de pagamentos, causando descontroles 
na economia. 
•		estrutura	oligopolista	de	mercado:	faz	com	que	as	
empresas repassem todos os aumentos de custos 
aos preços finais, pois não existe concorrência para 
essas empresas.
Para os estruturalistas, a inflação se localiza no compor-
tamento do setor privado, e não no setor público. 
Principais formas de cálculo 
da inflação
Para medir a inflação, geralmente são utilizados indi-
cadores que procuram medir os aumentos de preço ocorri-
dos na economia. No Brasil, os principais índices utilizados 
para medir a inflação são o IPC e o IGP.
Índice de Preços ao Consumidor (IPC) e Ín-
dice Geral de Preços de Mercado (IGPM)
Estes índices são calculados utilizando a seguinte me-
todologia: 
•		 coletam	dos	preços	de	diversos	tipos	de	bens	e	ser-
viços;
•		 transformam	o	preço	dos	bens	e	 serviços	em	um	
índice que mede o nível geral de preços;
•		atribuem	pesos	distintos	 a	diferentes	 itens,	 calcu-
lando o preço de uma cesta de bens que um con-
sumidor adquire.
INTRODUÇÃO	À	ECONOMIA
112
O IPC é o preço dessa cesta comparado com o preço 
da mesma cesta em determinado ano base. O que dife-
rencia um índice de outro é a quantidade de produtos que 
entram na cesta e a renda da população.
Por exemplo, considere um consumidor que adquire 
5 maçãs e 2 laranjas.
IPC = (5 x $ corrente maçã) + (2 x $ corrente laranja)
(5 x $ maçã 03) + (2 x $ laranja 03)
Nesse IPC, o ano base é 2003. O índice informa quan-
to custa hoje comprar 5 maçãs e 2 laranjas comparativa-
mente ao custo da mesma cesta em 2003.
Resumo
Nesta aula estudamos um pouco sobre inflação e a 
conceituamos como um aumento no preço dos bens e ser-
viços da economia.
Vimos ainda que a inflação apresenta alguns tipos ou 
causas diferentes e que ela prejudica não somente as pes-
soas, mas também as empresas e até o governo.
Atividades
1. Qual a principal diferença entre a inflação de demanda 
e a de custos?
2. Em sua opinião, qual tipo de inflação é mais comum no 
Brasil? Justifique sua resposta.
3. Procure em jornais e revistas e anote alguns índices de 
inflação no Brasil, atuais e de alguns anos atrás.
INTRODUÇÃO
À ECONOMIA
AULA 26
Taxa	de	câmbio
Objetivos
•	 Definir	o	que	é	taxa	de	câmbio.
•	 Verificar	como	essa	taxa	é	formada.
INTRODUÇÃO	À	ECONOMIA
114
Introdução
O objetivo principal desta aula é conhecer o que é 
taxa de câmbio, verificar como ela é formada e quais são 
as implicações de alterações nessa taxa para a economia 
do país.
Conforme foi estudado em aulas anteriores, os países, 
que já comercializavam entre si, aumentaram ainda mais 
esse fluxo de comércio, com o crescimento do processo 
de globalização da economia.
Mas você chegou a pensar em como um país faz para 
pagar ao outro?
E como e em qual moeda recebe suas dívidas e ven-
das?
Foi assim que surgiu a necessidade de elaborar a taxa 
de câmbio; afinal, como receber dinheiro de outro país 
se esse dinheiro não tiver validade e não seja aceito em 
nosso país?
Imagine a seguinte situação: dois países que possuem mo-
edas diferentes realizam uma transação entre si. Torna-se neces-
sário descobrir uma proporção de valor entre as moedas desses 
paises, para que seja possível a troca de bens e serviços pelas mo-
edas. Dessa forma, para que uma empresa do Brasil possa pagar 
suas importações dos Estados Unidos, por exemplo, é necessário 
enviar dólares para os Estados Unidos. 
Mas como a empresa pode fazer isso? A empresa pode 
comprar dólares, junto ao Banco Central do Brasil, com os 
reais que possui. 
Mas qualquer pessoa pode ir ao Banco Central e com-
prar o tanto de dólares que quiser e à hora que quiser?
Não. Normalmente o Banco Central impõe regras de 
quais são as situações em que o dólar ou outra moeda 
estrangeira pode ser comprado e qual a quantidade que 
pode ser adquirida.
O problema, então passa a ser estabelecer a relação 
de valor entre a moeda de seu país e a moeda do outro 
país, relação essa que recebe o nome de taxa de câm-
bio. 
Determinação da taxa 
de câmbio
A taxa de câmbio é a medida pela qual a moeda de 
um país pode ser convertida na moeda de outro país.
Em outras palavras, a taxa de câmbio é o preço das 
divisas, das moedas estrangeiras. É o preço da moeda es-
trangeira em termos da moeda nacional.
Assim, se um dólar custasse R$ 20,00, por exemplo, a 
taxa de câmbio do dólar seria R$ 20,00, ou seja:
US$ 1 = R$ 20,00
Se o euro custasse R$ 30,00, a taxa de câmbio do 
euro seria:
1 € = R$ 30,00
Neste momento você deve estar perguntando: Como 
é determinada a taxa de câmbio? Qual o mecanismo que 
determina o preço das divisas?
A resposta é simples. Pelo fato de ser um preço, a taxa 
de câmbio é determinada através de nossa famosa lei da 
oferta e demanda, estudada em nossas primeiras aulas do 
curso, você se lembra?
No Brasil, as empresas que exportam mercadorias 
para o exterior recebem seus pagamentos em dólares. En-
tretanto, essas empresas precisam vender esses dólares, ou 
seja, trocá-lospor reais, para utilizá-los no país, visto que 
nossa moeda corrente é o real.
Assim, os exportadores constituem a oferta de divisas 
no mercado de divisas, bem como as divisas oriundas da 
contratação de empréstimos externos, dos investimentos 
feitos em nosso país pelas multinacionais etc.
Por outro lado, existem os importadores, pessoas ou 
empresas que querem comprar dólares para importar mer-
cadorias do exterior. Essas pessoas compram os dólares 
com reais; isso constitui a demanda por moeda estrangeira 
no mercado de divisas, assim como o pagamento de em-
préstimos externos contraídos etc.
Se colocarmos a oferta de divisas e a demanda de divi-
sas num gráfico de oferta e demanda, podemos visualizar o 
equilíbrio desse mercado, isto é, o ponto em que a oferta é 
igual à demanda. Esse ponto indica a taxa de câmbio, que 
é o preço da moeda estrangeira. No eixo vertical do gráfico, 
temos o preço da moeda estrangeira, no caso, o dólar, dado 
em reais; no eixo horizontal, a quantidade de moedas nego-
ciadas a esse preço.
AULA	26	•	Taxa	de	câmbio
115
Gráfico de determinação da taxa de câmbio.
Esse mesmo critério é adotado para todas as moedas 
estrangeiras; é através dele que se determina a taxa de 
câmbio.
No Brasil, o valor da taxa de câmbio pode ser deter-
minado pelo mercado de divisas, e/ou pelo Banco Central, 
através do sistema de taxa de câmbio administrada. 
Esse procedimento não causa maiores alterações, pois 
ao estabelecer a taxa de câmbio o Banco Central procura 
mantê-la o mais próximo possível da taxa que seria estabe-
lecida no mercado de divisas.
Resumo
Estudamos nesta aula que a taxa de câmbio é a taxa 
utilizada para converter o valor da moeda de um país ao 
valor da moeda de outros países.
Geralmente a oferta de moeda estrangeira é determi-
nada pelos exportadores; a demanda, pelos importado-
res.
No Brasil, além do mercado cambial, o governo, atra-
vés do Banco Central, pode também determinar o valor da 
taxa de câmbio.
Atividades
1. Procure em jornais e revistas especializadas os valores 
das taxas de câmbio entre o real e as principais moe-
das existentes.
2. Uma política de desvalorização da moeda nacional 
é benéfica aos importadores ou aos exportadores do 
país? Justifique.
Taxa	de	câmbio
Quantidade	de	divisas
O
D
R$ 20
Mercado de divisas
INTRODUÇÃO
À ECONOMIA
AULA 27
O	Brasil	e	a	abertura	comercial
Objetivos
•	 Descrever	 o	 desenvolvimento	 da	 eco-
nomia	brasileira	no	início	da	década	de	
1990.
•	 Definir	 as	 características	 do	 Plano	
Collor.
INTRODUÇÃO	À	ECONOMIA
118
Introdução
Nesta aula vamos procurar discutir e aplicar alguns 
conceitos estudados anteriormente, no intuito de analisar 
o processo de transformação da economia brasileira nos 
últimos anos, no período depois do Plano Collor, plano 
que iniciou o processo de abertura comercial do país.
Após a euforia de crescimento da economia brasilei-
ra no início dos anos 1970, o país entrou em um sério 
período de crise econômica, que se agravou no início da 
década de 80, culminando com um pedido de socorro do 
Brasil ao Fundo Monetário Internacional.
Você se lembra do FMI?
O FMI é o Fundo Monetário Internacional, instituição 
supranacional mantida pelos países membros com o obje-
tivo de fornecer socorro momentâneo de recursos financei-
ros aos países necessitados.
É lógico que, após recorrer ao Fundo, o país fica nas 
mãos da sua política econômica.
Mas para que o Brasil voltasse a crescer novamente, 
seu processo de desenvolvimento econômico requeria 
uma série de reformas estruturais, que seriam de extrema 
importância para alterar a estrutura produtiva do país.
No entanto, muitas dessas reformas transformaram-se 
em problemas, em função do atraso tecnológico do Brasil, 
das barreiras alfandegárias protecionistas e do crescente 
endividamento externo e interno.
As tentativas de remoção desses entraves, também 
chamados de pontos de estrangulamento, eram inócuas e 
muito tímidas, sendo sistematicamente derrotadas.
Evolução da economia brasileira no 
início de 1990
Ao assumir o governo do país, o presidente Fernando 
Collor de Mello e sua equipe econômica iniciaram uma 
ampla reforma, visando remover as dificuldades estruturais 
da economia brasileira. 
Essa reforma passaria pela liberalização do comércio 
exterior, pela retomada das relações com a comunidade 
financeira internacional, pela privatização de empresas 
públicas e pela implantação de um programa de qualida-
de e produtividade.
Você sabe o que significa a palavra privatização?
Privatizar uma empresa significa passar o controle de 
uma empresa pública ao setor privado da economia. 
Muitos segmentos da sociedade brasileira foram con-
tra os programas de privatização realizados nos governos 
Collor e Fernando Henrique Cardoso.
A grande questão não é ser contra ou a favor, mas sim 
verificar qual é o papel do Estado na economia brasileira 
para saber quais empresas o governo deve possuir e quais 
deve privatizar.
Você já pensou sobre isso?
Se a idéia de privatização não está muito clara para 
você, não se preocupe, pois na próxima aula iremos traba-
lhar mais sobre este assunto.
No que se refere ao comportamento do setor externo 
brasileiro a partir de 1990, analise o seguinte:
a)		No	 ano	de	1990,	 observou-se	 uma	 elevação	das	
importações em 9,6% o que pode ser explicado 
como decorrência da política de abertura econô-
mica implementada pelo governo logo ao assumir;
b)		As	 exportações	 reduziram-se	 no	 período,	 sendo	
que a balança comercial apresentou um superá-
vit de US$ 1.077 bilhões, o pior resultado desde 
1986.
Você se lembra do que é a balança comercial?
É a conta do balanço de pagamentos que registra o 
valor das importações e exportações de mercadorias rea-
lizadas pelo país.
No caso específico do Brasil, essa conta teve um desem-
penho ruim em 1990 devido ao grande aumento nas impor-
tações realizadas pelo país após a abertura comercial.
c)		Em	1992,	as	contas	externas	apresentaram	um	re-
sultado melhor, tendo a balança comercial regis-
trado um superávit de US$ 15,7 bilhões. O cres-
cimento das exportações pode ser creditado em 
grande parte à adoção de uma política cambial 
mais realista. As importações apresentaram queda, 
devido ao baixo nível da atividade econômica no 
período.
Você deve estar perguntando: o que é uma política 
cambial realista?
É aquela que coloca a taxa de câmbio em um valor 
mais justo, permitindo que os produtos nacionais cotados 
em dólares fiquem mais baratos, fazendo com que seu 
preço internacional fique mais acessível, gerando assim 
aumento nas exportações.
d)		Em	1993,	apesar	do	atraso	cambial	e	da	 recupe-
ração da atividade econômica interna, as exporta-
AULA	27	•	O	Brasil	e	a	abertura	comercial
119
ções apresentaram ótimo desempenho, e as impor-
tações se elevaram.
O comportamento das importações foi, em parte, ex-
plicado pela abertura comercial empreendida no início de 
1990.
As importações passaram de um patamar médio de 
US$ 9,4 bilhões no período de 1983/88 para US$ 17,2 
bilhões e US$ 22 bilhões no período 1990/92 e 1993, res-
pectivamente.
O Plano Collor
Quando da posse do presidente eleito Fernando 
Collor, em março de 1990, o Brasil vivia uma situação de 
inflação muito alta, chegando a 84% ao mês. As princi-
pais causas dessa inflação estavam no déficit público muito 
elevado, na expansão monetária brasileira, e no elevado 
protecionismo às empresas nacionais, que não conheciam 
muito de perto a concorrência externa.
Apesar desse quadro, o PIB brasileiro havia crescido 
em torno de 3,3% no ano de 1989, e o setor externo tinha 
registrado saldo comercial de US$ 16 bilhões nesse mes-
mo período.
O plano 
Ao assumir o governo, foi elaborado um plano econô-mico, mais conhecido como Plano Collor, que propunha 
as seguintes medidas, visando ajustar a economia brasi-
leira:
•		Realizar	um	ajuste	 fiscal	profundo,	 saindo	de	um	
déficit operacional de 6,9% do PIB para um supe-
rávit de 1,3%, através de aumento substancial de 
impostos, redução de salários do funcionalismo, 
confisco da dívida interna e atraso de pagamentos 
ao setor privado;
•		Contração	monetária,	com	bloqueios	de	ativos	fi-
nanceiros	(conta	corrente	e	investimentos)	deposi-
tados em bancos, em que US$ 110 bilhões seriam 
bloqueados, de um total de US$ 150 bilhões dis-
poníveis;
•		 Implantação	 de	 taxa	 de	 câmbio	 flutuante,	 livre	
negociação de salários, congelamento de preços e 
posterior liberação.
O plano conseguiu reduzir a inflação de 84% para 
10% em maio de 1990.
Considerações finais
Não se pode negar que alguns pontos da abertura 
comercial realizada pelo governo foram benéficas para a 
economia brasileira.
Inicialmente, a redução das tarifas foi realizada de for-
ma tímida, lenta e gradual até o final de 1992, quando o 
processo foi acelerado, com a finalidade de aumentar a 
competição dos produtos importados com os nacionais, 
visando auxiliar no combate à inflação.
No que tange ao setor externo brasileiro, algumas 
questões passam pela reconsideração dos benefícios con-
cedidos à indústria nacional, que até hoje é um pouco be-
neficiada através de instrumentos como a política tarifária, 
a política não tarifária e controles cambiais. Esses instru-
mentos resultam em perda de competitividade externa.
Resumo
Estudamos nesta aula um pouco do inicio do proces-
so de abertura da economia brasileira, realizada pelo go-
verno Collor a partir de 1990. Vimos também que nessa 
época o Brasil iniciou seu programa de privatizações, que, 
junto com a abertura comercial, buscava reduzir a inflação 
no país.
Atividades
1. Explique em que sentido a abertura comercial poderia 
reduzir a inflação no Brasil.
2. Dê sua opinião sobre a privatização das empresas na-
cionais.
INTRODUÇÃO
À ECONOMIA
AULA 28
Economia	brasileira:	as	crises	do	início	da	década	
de	90	e	o	programa	de	privatizações
Objetivos
•	 Descrever	 o	 desenvolvimento	 da	 eco-
nomia	brasileira	no	início	da	década	de	
1990.
•	 Definir	 as	 características	 do	 Plano	
Collor.
INTRODUÇÃO	À	ECONOMIA
122
Introdução
Nesta aula iremos complementar a aula anterior e es-
tudar um pouco o programa de privatizações que ocor-
reu na economia brasileira a partir do início da década 
de 1990.
Estudamos na aula anterior que o governo Collor, ao 
assumir o poder em 1990, implantou no país um plano 
econômico de estabilização monetária e de reformas es-
truturais que compreendiam reformas principalmente no 
setor público, no setor externo e no sistema financeiro.
Através do confisco de 80% dos ativos financeiros do 
país, o governo buscou combater o déficit público e a in-
flação brasileira.
Esse choque monetário do Plano Collor teve um efeito 
quase imediato sobre a taxa de inflação e a redução da 
dívida interna.
Contudo, a resposta favorável da inflação às medidas 
do plano foi temporária. Entre maio e junho de 1990 a 
taxa de inflação voltou a subir, atingindo 9% e chegando a 
20% em janeiro de 1991.
As medidas adotadas para a redução da dívida exter-
na obtiveram resultados favoráveis, o que se deveu basi-
camente ao crescimento da arrecadação tributária e aos 
cortes nos gastos públicos. 
Porém, a queda do nível da atividade econômica, a 
rápida desaceleração da taxa do crescimento do PIB e o 
fracasso da estabilização dos preços passaram a colocar 
em cheque a credibilidade do governo.
Em fevereiro de 1991, com a inflação atingido uma 
taxa de 21%, foi realizada pelo governo uma tentativa de 
correção do plano, denominada Plano Collor II, cujas me-
didas conseguiram conter a elevação da taxa de inflação 
ainda algum tempo.
Dentro desse contexto, surgiu um programa que visa-
va desonerar o Estado brasileiro e dar competitividade à 
indústria nacional, chamado PND – Programa Nacional de 
Desestatização, voltado a realizar privatizações.
O programa de desestatização
O que você entende com a palavra desestatização?
Desestatizar significa tirar do Estado, ou seja passar o 
controle de uma empresa estatal para a iniciativa privada. 
Para que você possa compreender melhor a história, 
vamos ver por que o governo brasileiro começou a ter 
muitas empresas públicas. 
A estatização da economia brasileira ocorreu através 
do controle do capital de importantes empresas pelo Es-
tado, com o governo assumindo participações minoritárias 
no capital de empresas privadas, controlando bancos e ate 
indústrias. Em muitos casos, essa intervenção se efetivou 
através de monopólios ou do controle quase absoluto da 
atividade.
A intervenção estatal atingiu setores como energia elé-
trica, petróleo, ferrovias, siderurgia, mineração e teleco-
municações, entre outros.
Esse processo de estatização da economia brasileira se 
iniciou principalmente a partir de 1930, quando se deu a 
decolagem do desenvolvimento industrial brasileiro, e se 
consolidou durante o período 1955/1961, no governo de 
Juscelino Kubitschek, quando, através do Plano de Metas, 
buscou-se esgotar o processo de industrialização do Bra-
sil. Isso ocorreu de forma mais intensa em um período da 
economia brasileira em que a intervenção do setor público 
era um componente importante para a consolidação de 
alguns setores básicos para o país.
O surgimento do PND
O	PND	 (Programa	Nacional	 de	Desestatização)	 sur-
giu em decorrência da constatação de que as estatais não 
estavam operando com eficiência, eram empresas lentas, 
improdutivas, com uma estrutura de custo muito inchada 
e pouco competitivas, além das dificuldades do setor pú-
blico para mantê-las, devido ao enorme gasto efetivado 
com elas.
Principais objetivos do PND
O primeiro objetivo do programa de privatização era 
a desoneração do Estado, visando reduzir os gastos públi-
cos, identificados como um dos principais componentes 
do processo inflacionário. 
Outro objetivo paralelo seria a redefinição do papel 
do Estado, buscando mantê-lo com suas atividades clás-
sicas, como: educação básica, saúde pública, segurança 
e previdência social e tirando o Estado do setor produtivo 
da economia.
O Programa de Desestatização elegeu como setores 
prioritários a siderurgia, a petroquímica e o de fertilizan-
tes.
Até junho de 1993, foram incluídas no programa 66 
empresas, sendo desestatizadas 21 delas.
AULA	28	•	Economia	brasileira:	as	crises	do	início	da	década	de	90	e	o	programa	de	privatizações
123
No setor siderúrgico, a predominância estatal era 
quase absoluta; foram desestatizadas a Usiminas, a Com-
panhia Siderúrgica de Tubarão, a Acesita e a Companhia 
Siderúrgica Nacional.
No setor petroquímico, a presença estatal se dava 
através da Petroquisa, e através dela a Petrobras detinha o 
comando da indústria petroquímica.
As empresas de serviços públicos não entraram na pri-
meira fase do PND, pois ainda dependiam de aprovações 
e da regulamentação de uma nova lei.
Segundo expectativas do governo, as alienações das 
empresas industriais gerariam uma arrecadação de US$ 17 
bilhões, na primeira fase do PND.
Resultados do programa
Um dos principais objetivos do programa de desesta-
tização, que era contribuir para a redução da dívida públi-
ca, não foi alcançado na intensidade esperada. As políticas 
de combate à inflação via privatização não trouxeram re-
sultados muito satisfatórios.
O mesmo se pode dizer das tentativas de ajuste fis-
cal. Os déficits fiscais se mantiveram e continuaram a se 
elevar.
 
Conclusão
O processo inflacionário brasileiro apresenta com-
ponentes que nem sempre estão vinculados à situação 
econômica em curso no país,mas sim ao processo de 
indexação da economia brasileira, em que todos os preços 
estão atrelados a índices de inflação, fazendo com que as 
expectativas dos agentes econômicos quanto à inflação fu-
tura indiquem que ela será cada vez mais elevada.
Resumo
Estudamos nesta aula um pouco do Plano Collor e vi-
mos que um de seus objetivos básicos que era combater 
a inflação no Brasil via programa de privatização das em-
presas estatais nacionais; isso não teve o resultado prático 
esperado.
Atividades
1. Faça uma análise pessoal sobre o governo Collor.
2. Explique o motivo do governo brasileiro para realizar as 
privatizações.
3. Você é a favor ou contra as privatizações? Justifique sua 
resposta.
INTRODUÇÃO
À ECONOMIA
AULA 29
O	custo	Brasil
Objetivos
•	 Explicar	o	conceito	de	custo	Brasil.
•	 Identificar	seus	principais	componentes.
INTRODUÇÃO	À	ECONOMIA
126
Introdução
Estudaremos, nesta aula, uma nova expressão que tem 
sido muito utilizada no Brasil nos últimos anos e que diz 
respeito a um sobrecusto pago pelas empresas e consu-
midores brasileiros devido a alguns problemas inerentes à 
nossa economia. A isso damos o nome de custo Brasil.
A economia brasileira acumulou, ao longo de muitos 
anos, um conjunto de ineficiências que prejudicaram em 
muito sua competitividade no setor externo.
A partir dos anos 1990, após o processo de abertura 
comercial, uma nova fase na nossa economia se iniciou. 
O Brasil, até então considerado um país fortemente pro-
tecionista, se viu diante de uma drástica abertura comer-
cial, em que uma brusca redução nas tarifas de importação 
colocou a indústria brasileira frente a uma forte concor-
rência externa. Essa transição, de uma indústria protegida 
para uma liberalizada, acarretou problemas diversos para 
os mais variados setores produtivos do país, pois eles não 
tiveram tempo suficiente para se ajustarem e se tornarem 
mais flexíveis nesta competição.
Inicialmente, essa abertura foi bem recebida, tanto 
por empresários como pelos consumidores, haja vista a 
existência de uma demanda reprimida, que elevou o con-
sumo interno, fazendo com que houvesse uma rápida ab-
sorção dos produtos importados, bem como estimulou a 
produção interna. Tais medidas permitiam ao empresaria-
do local a importação de bens de capital e insumos, funda-
mentais para o aumento da produtividade das indústrias.
Num segundo momento, com a continuidade do 
processo de abertura, o país começou a transformar seus 
superávits comerciais em déficits crescentes. Em vista des-
se fator, o governo se viu obrigado a tomar determinadas 
medidas fiscais e monetárias de forte impacto na econo-
mia, objetivando a diminuição do consumo e a redução 
do déficit comercial.
Nesse contexto, as medidas adotadas pelo governo le-
varam a indústria nacional a uma nova realidade, em que 
diversos custos pouco valorizados anteriormente passaram 
a ser observados e discutidos com maior preocupação por 
parte da indústria nacional, já que esta se encontrava to-
talmente exposta à concorrência externa, o que ocasionou 
uma rápida perda de competitividade. Fatores como gas-
tos com infra-estrutura de transportes, encargos sociais e 
entraves burocráticos, dentre outros, tornaram-se de fun-
damental importância, fazendo parte da discussão entre 
vários segmentos empresariais e o governo, no tocante aos 
novos rumos da economia brasileira.
O custo Brasil 
Normalmente as empresas possuem seus respectivos 
custos de produção. Porém, com o passar do tempo, fi-
cou evidenciado que as empresas brasileiras possuíam um 
custo adicional que não estava diretamente relacionado à 
sua atividade produtiva. A partir daí surgiu então um novo 
conceito, o de custo Brasil, que diz respeito a um conjunto 
de fatores que influenciam de maneira significativa sobre 
todo o processo produtivo, levando a um aumento nos 
custos das empresas, elevando o preço final da mercadoria 
e trazendo como conseqüência perda da competitividade 
externa. Esse custo pode ser entendido também como um 
ônus adicional, que acaba sendo acrescido ao preço final 
das empresas, devido a características intrínsecas à inefici-
ência do ambiente econômico interno do país.
Tal custo nos leva a observar que as empresas nacio-
nais, frente à concorrência externa, necessitam ser cada 
vez mais eficientes, pois esse sobrecusto observado impli-
ca uma desvantagem competitiva em relação às empresas 
internacionais.
Dentre os componentes mais significativos que carac-
terizam o custo Brasil, podemos destacar:
Infra-estrutura de transportes
Os custos relativos aos sistemas de transporte portu-
ários, rodoviários e ferroviários no Brasil fazem parte do 
que chamamos de custo Brasil. Segundo relatório do Ban-
co Mundial publicado em 1996, os custos portuários au-
mentam em 6% a 8% os custos dos exportadores de bens 
manufaturados que utilizam os portos de Santos e do Rio 
de Janeiro. Isso se deve ao fato de que, no sistema portuá-
rio, existem vários componentes que oneram o custo final 
da mercadorias. São eles: a ineficiência administrativa em 
relação ao gerenciamento dos terminais e procedimentos 
operacionais/burocráticos; os altos custos de embarque e 
desembarque dos navios e da mão-de-obra; os atrasos al-
fandegários, aliados ao não-cumprimento de cronogramas 
referentes à chegada de mercadorias, componentes que, 
em alguns casos, afetam diretamente determinados siste-
mas de produção.
Conforme vários estudos mostram, no sistema portuá-
rio brasileiro existem taxas de contêineres que são o triplo 
das encontradas em países concorrentes, do Mercosul e de 
AULA	29	•	O	custo	Brasil
127
outras partes do mundo; a produtividade da mão-de-obra 
é de 20% da registrada nos portos europeus: um navio, 
que em outros portos gasta em média 24 horas para carre-
gar ou descarregar, no Brasil gasta quase duas semanas.
Ainda como exemplo, podemos citar o porto de San-
tos, no qual o custo de estiva saía por US$ 22,00, quando 
em Hamburgo era de US$ 4,20 por tonelada e, em Jack-
sonville, era de US$ 5,60, em 1988. Segundo as transpor-
tadoras, para o desembarque de um navio de contêineres 
de dois porões são necessárias 12 pessoas em média. No 
Brasil, em Santos, esse mesmo trabalho requer uma equi-
pe de 26 estivadores a bordo, 22 em terra e 10 confe-
rentes. Fazendo uma comparação de dez produtos muito 
exportados do Brasil, Argentina e Uruguai para os Estados 
Unidos, é em média 27% mais caro embarcar a partir do 
Brasil. 
Custo de carregamento de 300 contêineres
Países Custo (US$)
Montevidéu 68.762
Buenos Aires 98.190
Santos 190.331
Rio de Janeiro 191.790
Fonte: Empresas privadas de transporte marítimo - 1996
 Além de todos esses problemas, grande parte da 
movimentação de cargas dentro do país se dá através do 
sistema rodoviário, fator esse que causa um aumento ain-
da maior no custo final do produto a ser exportado ou 
consumido internamente, pois esse sistema de transporte 
registra preços de combustíveis significantes e demanda 
melhor manutenção das estradas, sem falar em outros fa-
tores, como roubo de carga, atrasos etc.
Transportes de grãos (soja, milho, trigo)
Tipo Brasil (%) EUA (%)
Custo padrão interna-
cional (US$/TKU)*
TKU - tonelada/km útil
Rodoviário 74 16 40
Ferroviário 25 23 20
Hidroviário 1 61 10
Fonte: Custo Brasil - Mitos e Realidades - 1996
Encargos sociais
Este item trata de diversos custos imputados às empre-
sas,	em	função	da	contratação	de	mão-de-obra	(encargos	
trabalhistas),	 contribuições	 sindicais	 e	patronais	que	afe-
tam seu custo total, levando o produto final a apresentar 
um custo mais elevado; é uma outra variável no que diz 
respeito ao custo Brasil.
Acredita-se que as reformas dos encargos sociais te-
riam algum efeito sobre os custos das empresas, consi-
derando que60% destes encargos se dão em forma de 
transferência direta para os trabalhadores. A eliminação de 
alguns desses encargos fariam com que o custo de con-
tratação de um empregado caísse cerca de 10%, levando 
a uma redução entre 4,3% e 10,5% nos custos totais das 
empresas.
Sistema tributário
A importância da questão tributária no custo Brasil 
está diretamente ligada ao problema do déficit público, já 
que este determina a capacidade de investimento e pou-
pança do governo – o que pode levar a um aumento ou 
diminuição dos custos das empresas.
As taxas de impostos a que estão sujeitas as empresas 
formais no país acabam por levar a um elevado nível de 
sonegação, da ordem de 50% da base tributária. Elas são 
oneradas de modo constante, com tributos das mais diver-
sas ordens; o mais relevante é a contribuição sobre o fatu-
ramento, que pode representar um aumento de cinco ve-
zes no custo final da mercadoria e, em alguns casos, como 
na indústria automobilística, pode chegar a dez vezes, o 
que implica um aumento da ordem de 20% no preço final 
da mercadoria.
Atualmente no Brasil a carga tributária está em torno 
de 40% do PIB.
Regulação/burocracia
Este é um fator também bastante relevante no caso bra-
sileiro, pois se trata de um ônus imposto as empresas pela 
incerteza macroeconômica e pela instabilidade de regras e 
regulamentos no país. Como o empresário nacional possui 
pouca segurança jurídica e regulatória, estudos apresenta-
dos pelo Banco Mundial afirmam que aqui se perde 1,5% 
de renda per capita real ao ano, afetando o planejamento 
de médio e longo prazo por parte das empresas. A redu-
ção da incerteza seguramente poderia reduzir as taxas de 
juros e proporcionar aumento nas atividades produtivas, 
INTRODUÇÃO	À	ECONOMIA
128
pois as empresas estariam mais seguras em relação às re-
gras vigentes para a implementação de novos projetos de 
investimento. Junto a isto devem ser destacados os pro-
blemas da administração pública, pois sua ineficiência e 
a burocracia nos processos de fiscalização, bem como as 
constantes mudanças de regras e pouca regulamentação 
em áreas essenciais como ambiental e antitruste, levam à 
insegurança dos empresários, com conseqüente aumento 
dos custos.
Dentre diversos casos, pode-se citar como exemplo 
uma empresa norte-americana, que possui de 5 a 10 fun-
cionários trabalhando no setor contábil, ao passo que uma 
similar nacional necessita empregar aproximadamente 50 
pessoas para exercer a mesma função, em vista das cons-
tantes alterações nas normas inerentes ao setor.
Assim, torna-se necessário destacar que a política 
econômica é um dos fatores mais relevantes em relação 
à decisão dos empresários na implantação dos seus pro-
jetos, sendo importante que haja maior transparência nas 
informações divulgadas e nas regras a serem adotadas, 
para que se possa ter maior estabilidade na tomada das 
decisões.
Resumo
Você viu nesta aula que o custo Brasil está embutido 
nas distorções do nosso sistema tributário e na legislação 
trabalhista, dados o excesso e a rigidez dos encargos tra-
balhistas; na precariedade do sistema de educação e de 
saúde; na obsolescência da infra-estrutura dos transportes; 
nos elevados custos portuários; e no estrangulamento do 
sistema energético, entre outros fatores.
O custo Brasil tem sido uma expressão genérica para 
alguns fatos desfavoráveis à competitividade de setores ou 
de empresas da economia brasileira que não dependem 
das próprias empresas, ou seja, não dependem da quali-
dade de seus produtos, de seus custos etc. 
Esses fatores não somente afetam as empresas, mas 
também trabalhadores, consumidores e todos aqueles re-
lacionados ao processo produtivo, assim como o próprio 
governo, que perde receita e incorre em aumento de cus-
tos, devido ao alto grau de burocracia que existe no país.
Atividades
1. Você concorda com essa denominação, custo Brasil? 
Justifique.
2. Relacione sugestões para a redução do custo Brasil.
INTRODUÇÃO
À ECONOMIA
AULA 30
Risco	país
Objetivos
•	 Identificar	 a	 importância	 do	 cálculo	 do	
risco	país.
•	 Reconhecer	 as	 fórmulas	 de	 cálculo	 do	
risco	Brasil.
INTRODUÇÃO	À	ECONOMIA
130
Introdução
Esta aula tem como objetivo demonstrar a fragilidade 
da economia brasileira diante do cenário econômico mun-
dial. A economia brasileira sofre de problemas internos e 
externos e, por ser um país emergente, precisa atrair inves-
timentos estrangeiros para sustentar sua economia. Assim, 
iremos	estudar	um	determinado	índice,	chamado	(no	caso	
do	Brasil)	de	risco	Brasil,	que	influencia	a	decisão	dos	in-
vestidores internacionais em investir no País.
A atual economia mundial
A economia mundial vem passando, nos últimos anos, 
por momentos de instabilidade, com tendência à desa-
celeração econômica. O Brasil não está fora desse con-
texto, pois, além de ser uma economia dependente da 
economia mundial, sofre ainda a influência de problemas 
internos, como foi a crise energética de 2001, a crise do 
álcool, do gás etc., problemas esses que desestabilizam sua 
economia.
Em conseqüência do processo de globalização eco-
nômica, os mercados estão muito mais interligados; qual-
quer mudança no âmbito econômico, político e social que 
envolva a economia de um determinado país influencia a 
economia de outro.
Assim, os países emergentes sofrem muito mais com 
as instabilidades econômicas, principalmente pela grande 
dependência do capital externo. Por isso, é necessário um 
grande esforço do governo brasileiro para atrair capital es-
trangeiro, pois os investidores vão para aqueles países de 
economias mais atraentes e com menos riscos.
O risco país
Risco país é um índice que mede o nível de descon-
fiança ou risco de investir recursos financeiros em um país 
(especialmente	nos	emergentes).	Esse	índice,	chamado	ris-
co país, sinaliza para o investidor a capacidade de um país 
honrar seus compromissos. Quanto maior for esse número 
maior será a possibilidade do referido país não honrar seus 
compromissos.
O problema é que isso afasta os investidores, fazendo 
com que o governo aumente a taxa de juros para atrair 
capital, o que prejudica o mercado interno.
O risco pode então ser interpretado como um índice 
que mede a confiança do mercado mundial em relação 
à capacidade de um determinado país de arcar com seus 
compromissos externos. Quanto maior a possibilidade de 
não-pagamento de suas obrigações maior será o risco.
Esse índice é utilizado como uma referência do pre-
ço que os investidores devem exigir como remuneração 
do capital que eles pretendem investir em um país.
Mas quando este índice foi criado e 
por quem?
O risco país foi criado em 1992 pelo banco americano 
J.P. Morgan, no intuito de orientar seus clientes sobre a 
capacidade de um país quebrar, ou seja, de não assumir 
seus compromissos externos.
Mas como ele é calculado? Para quais 
países?
O índice é calculado em pontos, tendo como base 
uma cesta de títulos negociados no mercado. Assim, ao 
dar 630 pontos de risco a um país, o índice mostra que, 
para assumir o risco de investir no referido país, o inves-
tidor deve receber um prêmio de 6,3 pontos percentuais 
de rendimento acima do que se paga de rendimento no 
mercado americano. Tecnicamente, o risco é a sobretaxa 
que se paga em relação à rentabilidade garantida pelos 
bônus do tesouro dos Estados Unidos, país considerado o 
mais solvente do mundo, ou seja, o de menor risco para 
uma aplicação. Sua conversão é simples: 100 unidades 
equivalem a uma sobretaxa de 1%.
O risco é calculado através de um índice denomina-
do	Emerging	Markets	Bond	Index	(EMBI+),	que	mede	o	
grau de perigo que um país representa para o investidor 
estrangeiro. Na América Latina, os índices mais significa-
tivos são aqueles relativos às três maiores economiasda 
região: Brasil, México e Argentina. Outros países, como 
Rússia, Bulgária, Nigéria, Filipinas e Malásia, também são 
considerados no cálculo dos índices. Atualmente o índice 
é calculado para 23 países.
As variáveis consideradas no cálculo do índice são: 
os rendimentos dos instrumentos da dívida de um país, 
principalmente	o	valor	(taxa	de	juros)	com	que	o	país	pre-
tende remunerar os aplicadores em bônus representativos 
da dívida pública.
AULA	30	•	Risco	país
131
Responsabilidade pelo cálculo do 
índice hoje
O risco é calculado por agências de classificação de 
risco e bancos de investimentos. O J.P. Morgan, por exem-
plo, possui filiais em diversos países latino-americanos e 
continua a elaborar essa classificação, hoje utilizada por 
diversas outras instituições.
Quanto maior o risco do investimento, maior a taxa 
de retorno exigida. Essa é uma forma de compensar o in-
vestidor pelo risco inerente a uma aplicação de retorno 
duvidoso. Para definir esse índice, os analistas utilizam 
modelos matemáticos e estatísticos que levam em conta 
a inflação do país; a quantidade e o volume de dívidas 
já contraídas, o comportamento das suas exportações, a 
situação política interna, enfim, um conjunto de variáveis 
que tentam expressar fatores que possam ter influência na 
capacidade de um país de assumir compromissos financei-
ros acordados.
Na economia, os efeitos da classificação de um risco 
perigoso implica uma retração do fluxo de investimento 
estrangeiro no país, gerando menor crescimento econômi-
co, o que acarreta aumento do desemprego, diminuição 
dos salários dos trabalhadores e desvalorização da moeda 
nacional. 
Significado do risco país para os países 
emergentes
No mundo financeiro, risco e retorno são as variáveis 
mais importantes, pois o investidor só aceita correr maio-
res riscos se o retorno oferecido compensar o risco do 
investimento. Com isso, para atrair recursos provenientes 
dos investidores externos, o governo de um país emite os 
chamados títulos da dívida pública, no caso do Brasil cha-
mados de C–Bond. 
Dessa maneira, o risco do país serve para fixar a di-
ferença na taxa de juros que o governo terá que oferecer, 
também chamada prêmio de risco, em relação à rentabili-
dade oferecida pelos títulos do tesouro norte-americano.
As conseqüências da classificação de um alto risco 
para uma economia emergente são muito sérias, pois 
quanto maior o risco maior será a dificuldade para atrair 
investimentos externos, tão necessários para o crescimen-
to econômico do país. O resultado é bem conhecido pelos 
países emergentes: eleva o desemprego e a violência, en-
tre outros efeitos.
No caso especifico do Brasil, esse índice é chamado 
risco Brasil. No período da campanha eleitoral de 2002, 
chegou a atingir 2.440 pontos, no momento em que Lula 
cresceu nas pesquisas eleitorais, devido ao fato de o PT 
pregar o não pagamento da divida externa brasileira. En-
tretanto, atualmente está em torno de 400 pontos. 
No passado recente, durante suas crises, o Brasil sem-
pre demonstrou fragilidade, o que tem como conseqüên-
cia a perda de espaço nas exportações e o encarecimento 
das importações, devido ao aumento do valor do dólar 
causado pela desvalorização da moeda nacional.
Resumo
Estudamos nesta aula o risco país e vimos que ele é 
um indicador que tenta determinar o grau de instabilidade 
econômica de cada país.
Esse índice sugere aos investidores e ao mundo das 
finanças o quanto se deve cobrar de um país para a aplica-
ção de recursos em seus títulos financeiros, além do que é 
pago pelos títulos do tesouro norte-americano. A compa-
ração é com os títulos do tesouro dos EUA por serem estes 
considerados de risco zero de “calote”; esses títulos são o 
piso da taxa a ser cobrada.
O índice serve para o investidor como um orientador; 
o risco país indica ao investidor que o preço de se arris-
car a fazer negócios em um determinado país é mais ou 
menos elevado. Quanto maior for o risco, menor será a 
capacidade do país de atrair investimentos estrangeiros. 
Para tornar o investimento atraente, o país tem que elevar 
as taxas de juros que remuneram os títulos representativos 
da dívida.
Atividades
1. Pesquise em jornais ou revistas o valor atual do risco 
Brasil. Explique o que representa esse valor.
2. Você concorda que existe o risco Brasil? Justifique sua 
opinião.
REFERÊNCIAS
MOCHON, Francisco, TROSTER, Luís Roberto. Introdução à economia. São Paulo: Makron Books, 2003 
ROSSETTI, J.P. Introdução à Economia. São Paulo, Atlas, 2000. 
GREMAUD, A.P. et al. Manual de economia. São Paulo: editora Saraiva,2003 
REFERÊNCIAS COMPLEMENTARES
VASCONCELLOS, M.A. Economia: Micro e Macro: Editora Atlas, 2002. 
PASSOS, Carlos, NOGAMI, O. Princípios de economia. São Paulo.Thompson, 2003 
MANKIW, N.G. Introdução a economia. Rio de Janeiro. Ed, Campus, 2000

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