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RESUMO DE CIVIL 02 – AULA 01 A AULA 08 - Autonomia privada é a liberdade que a pessoa tem para criar regras aplicáveis aos seus negócios. - As normas cogentes também chamadas de normas de ordem pública ou normas impositivas, são aquelas de imperatividade absoluta, ou seja, não podem ser derrogadas pela vontade das partes. - As obrigações constituem a base essencial do direito, na medida em que, se não houver relação jurídica não se fala em regra de obrigações e se não existe a obrigação, não se pode falar também em tutelar (proteger) um direito subjetivo no judiciário. - Obrigações definição: Clóvis Bevilaquia Obrigação é relação transitória do direito que nos constrange a dar, fazer ou não fazer alguma coisa em regra economicamente apreciáveis em proveito de alguém que por ato nosso ou de alguém conosco relacionado juridicamente ou em virtude de lei adquiriu o direito de exigir de nós uma ação ou omissão” - Não precisa ser contrato para que se tenha o vínculo jurídico, temos o exemplo de uma batida de carro. - Bilateralidade atributiva é a via de mão dupla, onde os dois têm direitos. - Quando credor tem o seu direito subjetivo violado, ele pode tutelar um pedido. - Características da relação obrigacional: Relação complexa ou sistêmica: existência de direitos e deveres que vão além do crédito e débito propriamente dito; é aceitar que cada posição subjetiva da relação obrigacional encerre um feixe de direitos (subjetivos e potestativos), deveres (de prestação e de conduta) e ônus que surgem durante o desenvolvimento da relação obrigacional, desde antes da formação até depois de seu comprimento. Caráter transitório da obrigação: é extinta quando for satisfeito o interesse do credor. Vale ressaltar que não apenas o adimplemento extingue a obrigação. Outras situações podem dar causa à extinção como: a destruição ou inutilidade do bem aos fins que se destina. Patrimonialidade da prestação: Para a parte da doutrina, o objeto da prestação em uma relação obrigacional dever conteúdo patrimonial, apreciável economicamente direta ou indiretamente. No Brasil prevalece como majoritária a corrente que a defende. Eficácia relativa: A relação obrigacional é um vínculo que une credor e devedor, não podendo ser oposto a outra pessoa estranha à relação. Somente o credor pode exigir a prestação do devedor. A relatividade, em alguns casos, pode produzir alguns efeitos em relação a terceiros. Institutos jurídicos que se assemelham com a obrigação, mas com ela não se confundem (parece, mas não é). Dever jurídico: O alistamento é um dever jurídico e não uma obrigação. Igual ao voto que é um dever jurídico. Toda obrigação é um dever jurídico, mas todo dever jurídico não é uma obrigação. Responsabilidade: Dever jurídico sucessivo que decorre da violação de um deve originário (obrigação). Obrigação é originário e a responsabilidade é sucessório. Quando alguém tinha que fazer algo (dar e não deu, fazer e não fez, não fazer e faz) e desrespeita adquiri uma responsabilidade sucessiva. Ônus: o descumprimento do ônus não gera uma sanção a título de responsabilidade; O próprio detentor do ônus é quem sofre as consequências. Ex. Ônus da prova. Estado de sujeição: Direito potestativo, não existe o descumprimento. Ex. O divórcio. Diferente das obrigações em que descumprida essa gera-se a responsabilidade, o estado de sujeição refere-se ao direito potestativo, razão pela qual nunca será descumprido. Figuras híbridas – possui características de direito das obrigações e direitos reais (direito das coisas - material). Ex. Obrigações propter rem, são obrigações, mas são estudadas em direitos reais. - Elementos subjetivos (subject, agente – Art. 104, CC): Credor (accipiens) – sujeito ativo na obrigação. É aquele que tem o direito exigir do devedor o cumprimento da obrigação. Devedor (solvens) – sujeito passivo na obrigação. É aquele tem o dever de cumprir com a obrigação de dar, fazer e/ou não fazer. - Elementos Objetivos (Objeto – art. 104, CC): Objeto imediato ou direto – é a prestação, a conduta à qual está vinculado o devedor. Dar ou restituir, Fazer, Não fazer. Objeto mediato ou indireto: Dar, fazer ou não fazer o que? A resposta é o indicará o objeto medido Coisa que é o bem jurídico material ou imaterial. - Elementos espirituais, virtual ou imaterial Vínculo – é o liame que liga o credor e devedor, sujeitando o devedor a realizar determinada conduta em benefício do credor, sob pena de responsabilidade daquele. Termos utilizados: Constranger: compelir, obrigar. Economicamente apreciável: coisa, bem jurídico. Em proveito de alguém: elemento subjetivo credor. Constrangido: devedor. Ato de exigir de alguém: tutela de direito. Pode ser fazer ou por omissão. Fato superveniente – é quando não se sabe do fato. Resolver a obrigação = voltar ao que era antes “ status quo ante” Prestação = objeto do contrato. Fontes das obrigações A lei; Contrato; Ato ilícito; Manifestação unilateral de vontade. Ex. Promessa de recompensa. Título de crédito. Ex. Cheque, cartão de crédito. A). Quanto ao vínculo obrigacional 1) Moral – Religiosas e sociais do trato social 2) Natural – Natureza facultativa, uma vez realizada não pode voltar atrás (Ex. Gorjeta) 3) Civil – Aquelas com amparo legal. Se não cumprido gera responsabilidade B) Conteúdo do objeto obrigacional 1) Obrigação de dar (Obrigação positiva): entregar (Contrato de compra e venda) e restituir/devolver (contrato de comodato – Modem da Virtua) 2) Obrigação de fazer (Obrigação positiva) – prestação de serviço. 3) Obrigação de não fazer (Obrigação negativo) – Se fizer se torna inadimplente (errado) C) Liquidez 1) Líquida – são certas quanto à existência e determinadas quanto ao objeto. Podendo ser dinheiro ou não. 2) Ilíquida – São certas quanto à existência porém indeterminadas quanto ao objeto. D). Obrigações quanto a estrutura 1) Simples – quando tem um elemento de cada (Credor, devedor e objeto) 2) Compostas/complexas – quando tem mais de um elemento de qualquer um (credor, devedor e objeto) E). Quanto ao tempo de adimplemento 1) Instantânea – Se exaurem com um só ato ou fato. Precisa acontecer no momento, no ato da celebração. Ex. Contrato de compra e venda à vista com entrega imediata 2) Periódica – Se perfazem por atos reiterados em um determinado período previamente acordado. Quando há um prazo para entrega, após a celebração ou algo que se torne recorrente. Ex. Contrato de locação. 3) De execução diferida – Ex. contrato de compra e venda com entrega do produto em prazo posterior acordado entre as partes. F). Quanto aos elementos acidentais 1) Pura/Simples – não tem a termo, encargo e condição 2) A termo - Tempo e prazo. São obrigações subordinadas a eventos futuros e certos que subordina o início ou o término da eficácia jurídica de um determinado ato negocial. 3) Por encargo – é algo que perdura, uma obrigação. Obrigação que se encontra onerada por cláusula acessória que impõe ônus ao beneficiário. (MAS) 4) Com condição – São aquelas que estão subordinadas eventos futuros e incertos podendo ser suspensiva ou condicional (SE) G). Quanto ao conteúdo 1) De meio – Quando não se pode garantir o resultado previsto, é uma mera expectativa. 2) De resultado – quando o resultado é garantido H). Quanto ao objeto 1) Divisível- quando o adimplemento será dividido. Ex. Luz, obra 2) Indivisivel – quando o adimplemento não pode ser dividido. A compra de um animal OBS: O que foi vendido como indivisível não pode se tornar divisível. I). Quanto a obrigações reciprocamente consideradas 1) Principal – objeto principal do próprio negócio. Compra e venda. 2) Acessório – Quando se refere ao objeto principal. Pintura de casa para entregar o imóvel. OBS: O acessório acompanha o principal. OBRIGAÇÃO DE DAR A COISA CERTA (Art. 233 a 242, CC) Adimplemento – concluído com sucesso. Não precisa do advogado e do judiciário. Inadimplemento – não concluída, gerando responsabilidade. Perdatotal da coisa – a coisa pereceu. Perda parcial da coisa – a coisa deteriorou. Quando o acessório é sabido o vendedor não pode aumentar o valor posteriormente. Quando não se é sabido o mesmo pode alterar o valor. Caso o comprador não queira pagar a diferença será enriquecimento sem causa. Perecimento Com culpa – resolve a obrigação + indenização por perdas e danos. Sem culpa – resolve a obrigação. Deterioração Com culpa – Resolve a obrigação + perdas e danos ou fica com a coisa com Abatimento do preço + perdas e danos. Sem culpa – resolver a obrigação ou ficar com a coisa e preço é abatido. Obrigação de dar coisa incerta (art. 243 a 246, do CC) Art. 243 – definir a coisa incerta gênero e quantidade Ato da escolha do objeto mediato: CONCENTRAÇÃO. Obs.: após a concentração, a coisa incerta passa a certa. Aplicam-se, nesse caso, os art. 233 a 242, do CC. Diante da omissão do contrato (já que as partes podem convencionar em sentido contrário) quem deve efetuar a concentração é o devedor. FINALIDADE: Facilitar o adimplemento contratual. O ato de concentrar a coisa exige condutas como: separar, pesar, embalar, etc. Após será necessário notificar a parte contrária, para que ela apure a qualidade média da coisa concentrada. Obrigação de fazer – art. 247 a 249, do CC Assume a obrigação de fazer de algo. Ex. Prestador de serviço. - Objeto é infungível (dar) Obrigação personalíssima ou não personalíssima (fazer) – só uma pessoa pode fazer ou não. Obrigação de fazer adimplemento faz, obrigação (prestação) Obrigação de não fazer art. 250 e 251, CC adimplemento -> abstenção. Obrigação de meio É obrigado a empreender os técnicas e esforços necessários para alcançar o resultado, porém não é obrigado a obter o resultado desejado. Ex. Advogado. Nesta obrigação o credor (contratante) é que tem o ônus da prova, provando o erro do devedor (contratado). Ex. Profissionais liberais como médico, dentista, advogado, etc. assumem obrigação de meio. Obrigação de resultado Quando a obrigação é de resultado, o devedor somente se desobriga, adimplindo, quando o resultado prometido é alcançado, não importando tanto ao credor o meio para se alcançar esse objetivo. Realizar a prestação por si só não coloca o devedor adimplente; o adimplemento depende do alcance objetivo do resultado prometido. Nesta obrigação a ônus da prova é que do devedor, pois embora tenha feito o serviço, não foi obtido o resultado desejado. Presunção de culpa quando o resultado não é alcançado. Ex. Cirurgia plástica eletiva, contrato de transporte, contrato de empreitada. Independente de a obrigação ser de meio/resultado é importante saber se a legislação aplicável ao caso é o CC (relação cont. comum) ou CDC (relação de consumo). Definição de consumidor (Art. 2º e 3º, do CDC) 1º corrente: teoria maximalista Não é aplicada no Brasil. Todo aquele que compra produto e adquire serviço é sempre consumidor. 2ª corrente: Teoria finalista fonte: lei (art. 2º, CDC) 3ª corrente: Teoria finalista mitigada é a lei finalista, porém não é tão rígida. Se eu comprei o produto ou adquiri o serviço e sou hipossuficiente eu serei considerado consumidor. Fonte: jurisprudencial. Obrigações alternativas (art. 252 a 256, CC.) - São aquelas em que existem duas ou mais prestações, desobrigando-se o devedor de cumprir apenas uma delas. OBRIGAÇÕES DIVISÍVEIS X INDIVÍSEIS – art. 257 a 263 CC Obrigações divisíveis - O objeto da prestação pode ser fracionado sem que disso resulte perda do valor econômico, destruição do bem ou perda do interesse do credor. Ex.: A e B (devedores) devem R$ 1000,00 a C (credor). Se A paga 600,00 e B paga 400,00 a obrigação estará resolvida. Obrigação indivisível – O objeto da prestação não é suscetível de fracionamento. Ex.: A compra de B um cachorro. O cachorro é um bem indivisível. - Quando a obrigação não é cumprida há o inadimplemento. - Obrigação indivisível inadimplemento (sem culpa - resolve a obrigação ou com culpa – resolve a obrigação + perdas e danos) obrigação se torna divisível devido a indenização de perdas e danos. Pluridade de devedores – quando há mais de um devedor. No caso de inadimplemento os três são responsabilizados. No caso de falecimento de um dos devedores, o herdeiro se responsabiliza pelo pagamento da indenização. Ex.: André, Paulo e Tiago VENDERAM CASA Beatriz. Pluridade de credores – quando há mais de um credor. Ex.: João VENDEU UM CARRO A, B, C Neste caso João precisa entregar o bem aos três, precisa da assinatura recebido pelos três. Caso só possa um assinar, o mesmo precisa cautelar, sendo assinado pelo B e C, autorizando a entrega a A. Não importa se uma pessoa é dona de mais de uma loja, o caução precisará ser feito. OBRIGAÇÃO SOLIDÁRIA art. 264 a 266, CC – há mais de um credor ou devedor, cada um com direito ou obrigado a dívida toda. - Pode ser que um devedor pague sozinho e não obtenha o reembolso do outro devedor. - A solidariedade não se presume. Os herdeiros não assumem a obrigação solidária - A lei estabelece a solidariedade ou em comum acordo. Solidariedade ativa é solidariedade entre credores. Art. 267 a 274, CC Na pluralidade de credores pressupõe a cota-parte, mas na solidariedade não, pois o art. 264 fala que o credor tem direito à integralidade do crédito. Exemplo do porquê da solidariedade ativa (entre credores) – casamento, sociedade de uma empresa é uma solidariedade acordada entre as partes. Solidariedade não se presume é dado por lei ou de comum acordo expresso entre as partes. Há a cota-parte quando alguma parte falece e o sucessor assume somente a proporção do acordado ou quando há a remissão da parcela ideal. Mesmo que a obrigação passa a perdas e danos a solidariedade não deixa de existir. Porém a indenização será cobrada de quem for a culpa. Solidariedade passiva é solidariedade entre os devedores. Art. 275 a 285, CC Insolvência é para a pessoa física o que é a falência para a pessoa jurídica, declarado pela justiça.
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