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Língua Portuguesa (EaD) - Aula 01

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Língua Portuguesa
Aula 01: Linguagem Coloquial e Norma Culta
-Introdução
Nesta primeira aula, apresentaremos alguns conceitos básicos 
para a boa e efetiva comunicação a partir da norma culta da 
Língua Portuguesa. Por isso, de�niremos noções como língua, 
linguagem, variação linguística e norma-padrão. Bons estudos!
-Objetivos:
Ao �m desta aula, você deverá ser capaz de cumprir os 
objetivos abaixo descritos:
1. Reconhecer os registros formal e informal da língua;
2. Re�etir sobre seu modo de organização;
3. Relacionar seus elementos aos usos cotidianos;
4. Identi�car diversas formas de comunicação dependentes da 
norma culta.
-Tipos de linguagem:
Só podemos a�rmar que vivemos em sociedade porque nos 
comunicamos, certo? Todo e qualquer ato comunicativo se dá 
por meio do uso de alguma linguagem.
Existem dois tipos de linguagens: a verbal e a não verbal.
Exemplos: Verbal - Diálogo no Whatsapp, Bate Papo, ... . Não 
Verbal - Semáforo, Orquestra, Sinais de Fumaça,...
A linguagem verbal é aquela que se vale de palavras – sejam 
estas faladas, sejam estas escritas. Nesse caso, o código 
utilizado para manter a comunicação é a própria língua 
(portuguesa, inglesa, francesa etc.).
Já a linguagem não verbal é aquela que utiliza outros códigos 
diferentes da língua. Essa linguagem pode se manifestar por 
meio das cores, dos gestos, de um olhar, da música etc. No 
exemplo do semáforo, a comunicação ocorre através das cores 
e, no caso da orquestra, através da música instrumental. 
A partir de agora, você vai conhecer algumas regras para falar e 
escrever de forma adequada, isto é, de acordo com os 
contextos de uso do idioma. A propósito: adequação é uma 
palavra que deve fazer parte do nosso dia a dia. Para 
exempli�car, analise as falas destes dois personagens em 
situações cotidianas distintas...
No Escritório, falando com o chefe: _Bom dia chefe! Como vai?
Na praia, falando com os amigos: _E aí, brother! Beleza?
Como você percebeu, a Língua Portuguesa foi utilizada em 
ambas as situações, mas o registro não foi o mesmo. Cada 
personagem adequou sua fala ao ambiente em que se 
encontrava: mais ou menos formal.
-Você sabe a diferença entre ambiente formal e informal?
Ambiente formal:
Imagine-se em uma entrevista de emprego. Se o entrevistador 
lhe perguntar sobre sua disponibilidade de tempo para 
desempenhar suas funções, o mais adequado para a ocasião 
será responder:
1. _Disponho de tempo integral para assumir o cargo. - SIM
2. _Qualquer hora é hora. É só chamar que tô dentro! - NÃO
Ambiente informal:
Agora, imagine-se em um restaurante, em um bate-papo com 
um(a) amigo(a). Se ele(a) lhe �zer uma pergunta sobre as 
novidades que você tem para contar, o mais adequado para a 
ocasião será responder:
1. _Atualmente, em termos de inovação em minha vida, estou 
fadada à monotonia. - NÃO
2. _Nada de novo. Continuo seguindo a mesma vidinha de 
sempre. - SIM
O ambiente formal é aquele em que usamos a norma culta da 
língua, cujo registro segue o que está prescrito na gramática 
normativa. Trata-se de um padrão de linguagem adequado a 
situações como uma entrevista de emprego, uma reunião de 
trabalho ou mesmo uma palestra em um congresso. Já o 
ambiente informal é aquele em que usamos a linguagem 
coloquial, que dispensa formalidade. Trata-se da linguagem do 
cotidiano, adequada a situações como uma conversa entre 
amigos, uma festa, um bilhete que deixamos para nossa família 
na porta da geladeira ou mesmo uma troca de mensagens nas 
redes sociais. 
Como você percebeu, utilizamos determinado tipo de 
linguagem de acordo com a ocasião em que nos encontramos. 
Isso signi�ca que o emprego dos diferentes registros da língua 
depende de seus contextos de uso. 
Por exemplo, suponha que você trabalhe em uma empresa 
multinacional. Falar com seu chefe imediato (1) – aquele com 
quem tem algum nível de intimidade – não é o mesmo que 
falar com o diretor da companhia (2), certo? 
Para cada situação, provavelmente, você usará um vocabulário 
distinto, conforme podemos observar nestes diálogos:
(1) _Aquela apresentação é pra hoje, né, Paola? _ Sim, é para 
hoje, às 13h, com o Roberto, ok?
(2) _Olá senhor Roberto! Estou aqui para apresentar um novo 
projeto desenvolvido pela equipe de engenharia.
-Variação Linguística
A expressão linguística pode se realizar em diferentes 
modalidades: a escrita e a fala. Mas existem algumas diferenças 
entre elas. Na língua falada, há entre falante e ouvinte trocas 
sucessivas e simultâneas, o que não ocorre na língua escrita, na 
qual a comunicação acontece, geralmente, na ausência de um 
dos participantes. Além disso, na fala, as marcas de planejamento 
do texto costumam não aparecer, porque sua produção e 
execução se dão ao mesmo tempo. Justamente por isso, a 
linguagem oral é marcada por pausas, interrupções, retomadas, 
correções etc., o que não observamos na escrita, porque o texto 
se apresenta acabado, e há um tempo para sua elaboração. 
CUIDADO! 
Não associe língua falada ao registro informal nem língua 
escrita ao registro formal, porque tanto em uma quanto em 
outra modalidade, veri�camos diferentes graus de formalidade. 
Podem existir textos muito formais na língua falada e textos 
completamente informais na língua escrita.
Mas o que isso quer dizer?
Em outras palavras, que a língua varia de acordo com o lugar, com 
a situação comunicativa ou, até mesmo, com nosso interlocutor – 
a pessoa com quem falamos ou a quem escrevemos. 
Isso é o que chamamos de VARIAÇÃO LINGUÍSTICA.
A variação linguística corresponde a diferentes realizações de 
uma mesma língua. Ela pode ser:
Regional: Os regionalismos manifestam-se, principalmente, 
pelo sotaque e por palavras ou expressões utilizadas pelos 
falantes de determinada região. 
Carioca: _Caraca! Esse curso é muito maneiro.
Cearense: _Êta que esse curso é bem arretado!
Mineiro: _Nossinhora! Esse curso é bom demais da conta, sô!
ATENÇÃO! 
NÃO podemos dizer que determinada região do país fale “o 
português mais correto”. Tal a�rmação é falsa, pois o que há são 
variações da Língua Portuguesa. A pronúncia do cearense ou 
do carioca, por exemplo, não é errada ou certa, mas, 
simplesmente, o modo de articular os sons daquela 
comunidade linguística.
De registro: A formalidade ou a informalidade da situação 
comunicativa determinam as diferentes formas de usar a 
língua. Há dois registros: formal e informal.  
Analise as situações a seguir:
1) Estácio informa: Já estão abertas as inscrições para o curso 
de Graduação em Letras - Licenciatura em Língua 
Portuguesa. Fique atento às datas de ingresso e não perca o 
período de matrícula nas disciplinas.
2) Vocês leram na web, pessoal? Para quem quer ser letrado e 
dar aula de português ou de literatura, a hora é essa. A gente 
precisa se inscrever na Estácio. Os dias de inscrição e de 
matrícula nas disciplinas estão lá. Vamos?
Comentário: Nesse caso, a mesma informação foi transmitida a 
partir de duas modalidades da língua – a escrita e a falada – e 
através de registros distintos – o formal e o informal.
Social: As diferentes formas de falar marcam os grupos sociais 
ou, até mesmo, a faixa etária de determinado conjunto de 
pessoas. O uso de determinado vocabulário marca os grupos 
sociais e as comunidades linguísticas. 
Você se lembra do “sur�sta-executivo” que apresentamos 
anteriormente? Como vimos, sua fala e sua roupa não estavam 
adequadas ao ambiente em que se encontrava: a praia. 
Para se inserir nesse grupo especí�co e validar-se nesse meio 
de forma decisiva, ele deveria não apenas vestir um �gurino 
típico mas também adaptar o uso da língua. 
Associada à vestimenta, a fala mais apropriada à situação seria:
_Que onda cabulosa, cara! E aí? Bora pegar agora ou depois?
-Norma Culta
Quando pensamos em variação linguística, referimo-nos a 
todos os exemplos que acabamos de ver. No entanto, 
independentedas diferenças citadas, há uma variedade da 
língua considerada de prestígio e que deve ser utilizada em 
determinadas situações comunicativas: a norma culta. 
MAS O QUE É EXATAMENTE ESSA NORMA CULTA?
É aquela formada por um conjunto de estruturas concebidas 
como corretas, que podem ser usadas tanto para falar quanto 
para escrever. Trata-se da chamada variante padrão. Essa norma 
é tão valorizada socialmente que, quando estão em um 
ambiente mais formal, os indivíduos com alto nível de 
escolaridade procuram monitorar sua fala. 
Vamos entender melhor essa questão...
Em sua opinião, que frase está CORRETA?
A) _A gente vai até lá para conferir de perto.
B) _Nós vamos até lá para conferir de perto.
As duas formas estão corretas, mas há uma diferença entre elas: a 
primeira é coloquial, e a segunda segue a gramática normativa. 
-Forma Marcada da Língua
Vamos entender, agora, como a norma de prestígio funciona.
Como vimos anteriormente, uma das formas em variação no 
português brasileiro contempla a oposição das estruturas a 
gente x nós. 
A ideia básica é de que a expressão A GENTE pode ser usada 
em ambientes informais e o pronome pessoal do caso reto NÓS 
– prescrito pela gramática normativa –, em ambientes formais.
No entanto, precisamos considerar que, quando usada, a forma 
“a gente” deve ser acompanhada do verbo na 3ª pessoa do 
singular: a gente vai. 
Lembra-se daquela variação social sobre a qual conversamos? 
Ela nos mostra que há pessoas, falantes de uma variedade da 
língua chamada de não padrão, que dizem “a gente vamos”.
Isso é o que chamamos de forma marcada, e usá-la permite que 
aqueles que nos ouvem nos de�nam como parte de um grupo 
com baixo nível de escolaridade.
Por exemplo, quando uma emissora de televisão quer delimitar,
linguisticamente, uma personagem desse tipo, introduz, em 
sua fala, algumas marcas. 
É comum, por exemplo, que essa personagem diga:
“Falano” em lugar de “falando” – suprimindo o “d” do gerúndio;
“Eu vou TE falar pra você” em lugar de “Eu vou falar para você”;
“Ni mim” em lugar de “em mim”;
“Eu tavo” em lugar de “eu estava”;
“Pá nóis” em lugar de “para nós”.  
Imagine que um professor universitário entra em sala de aula e 
diz a seus alunos acerca de um encontro com a coordenadora...
_Eu vi ela no corredor.
Você acha que essa frase está errada?
Embora o uso do pronome ELA como objeto direto seja 
comum na fala de muitas pessoas – mesmo escolarizadas –, ele 
não é prescrito pela gramática normativa. 
A forma adequada seria “Eu a vi no corredor”. Usar o pronome 
oblíquo “a” é formal, mas, dependendo do ambiente, o falante 
pode optar por: “Eu vi a coordenadora no corredor”.
-Fala x Escrita
A norma culta deve ser utilizada tanto na fala quanto na escrita. 
Mas será que essas modalidades da língua possuem as mesmas 
características? Certamente, NÃO! Precisamos ter CUIDADO para 
não levar para a escrita aspectos da fala. Analise a manchete abaixo. 
_Professor pode entra em greve contra exame.
Nela, observamos um erro ortográ�co – resultado, 
provavelmente, da in�uência da oralidade. Esse equívoco pode 
ter sido cometido porque, em várias regiões do Brasil, 
costuma-se não pronunciar o R �nal em verbos no in�nitivo, 
conforme explicamos quando tratamos do regionalismo.
A tendência a abreviações é muito grande pela necessidade de 
comunicação rápida, mas, como um caso de variação 
linguística, essas formas abreviadas devem se restringir a tais 
ambientes em que são requeridas. Por isso, é importante 
conhecer conceitos como adequação ao ambiente, 
formalidade, informalidade e variação. Quando nos 
familiarizamos com tais noções, compreendemos que não há 
nada de errado no uso do “internetês”, desde que ele se 
restrinja aos ambientes em que é adequado. 
A escrita é muito importante em nossas complexas relações 
sociais e práticas culturais. Isso quer dizer que o 
comportamento do homem – principalmente urbano – é 
regulado pela escrita. Se pensarmos na esfera pública, por 
exemplo, vamos nos deparar com ofícios, requerimentos, 
memorandos etc.: todos esses documentos têm de ser escritos 
com extremo rigor linguístico, com base na norma culta da 
língua, porque os contextos em que circulam exigem esse 
padrão. Mas nós, brasileiros, ainda temos di�culdade de seguir 
tais regras da Língua Portuguesa por não atentarmos para a 
diversidade sobre a qual discutimos entre fala e escrita.
De acordo com Deonísio da Silva, no livro A Língua Nossa de 
Cada Dia: “Todos se queixam de que português é difícil. O 
brasileiro é chorão?  Não me parece que possa ser de�nida 
como chorona uma nacionalidade marcada pelo carnaval, pelo 
humor e pelo riso puri�cador com os quais suporta males 
seculares. A queixa pode ser assim resumida: a língua falada é 
uma, mas a língua escrita é outra.” 
Com base em Koch e Elias (2009, p. 16), podemos estabelecer 
algumas diferenças entre as modalidades FALA e ESCRITA. 
Vejamos: Isso signi�ca que, quando falamos, planejamos menos 
do que quando escrevemos. Além disso, a fala nos permite 
deixar informações mais implícitas, em função do contexto que 
está ali, diante dos falantes, o que não ocorre na escrita. Por 
isso, a escrita deve ser mais elaborada, planejada e explícita.
Fala: Contextualizada, Implícita, Não Planejada, Pouco 
Elaborada, Predominância de Frases Curtas, Simples ou 
Coordenadas.
Escrita: Descontextualizada, Explícita, Planejada, Elaborada, 
Predominância de Frases Complexas, com Subordinação 
Abundante.
-Norma-padrão x Coloquialismo
Registro Coloquial: 
_Eu vi ela ontem. 
_Isso é muito bom pra gente. 
_O trabalho era uma parada sinistra. 
_Cê tira o negocinho da torneira e conserta ela.
_Todo mundo sabe esse negócio.
_Se retire daqui.
_ O cara veio pra cima de mim berrando.
_ Falta cinco minutos pra acabar a aula.
_ O diretor pediu pra mim vim aqui.
Essa coluna apresenta usos muito comuns na oralidade, mas 
que têm de ser evitados – principalmente em textos escritos. 
Todavia, até mesmo em contextos em que a fala culta é 
requerida, devemos ter o cuidado para não cometermos esses 
desvios.
Registro Culto:
_Eu a vi ontem.
_Isso é muito bom para nós.
_O trabalho era di�cílimo.
_Tire a carrapeta da torneira e conserte-a.
_Todos têm conhecimento dessa questão.
_Retire-se daqui.
_O homem interpelou-me aos gritos.
_Faltam cinco minutos para acabar a aula.
_O diretor pediu para eu vir aqui.
Essa coluna, por sua vez, apresenta os mesmos usos ajustados 
de acordo com a norma culta da língua. 
-Onde x Aonde
Vamos fazer um teste. Qual, entre as frases a seguir, está CORRETA?
_Onde nós vamos?
_Aonde nós vamos?
Quando há, na oração, um verbo que indica movimento – 
como o verbo IR, por exemplo –, o correto é usar AONDE. Mas, 
se a pergunta fosse feita com o verbo ESTAR, o correto seria: 
Onde você está? Sabe por quê? Simples! O verbo ESTAR não 
indica movimento.
-Há x A
Outra dúvida bastante frequente na hora de escrever diz respeito 
ao uso de HÁ e A. Mas saná-la é algo bem simples! Veja... 
HÁ = �exão do verbo HAVER, que pode ser usada no sentido de:
Existir:
_Há dez alunos fazendo a prova.
_Para ela, só há no mundo o neto.
_Quando há paixão, não raro o ciúme surge.
Tempo decorrido ou passado:
_Nós chegamos há duas horas.
_Há cinco anos, deixei de fumar.
_Vivo nesta casa há dez anos.
Atenção! Se o verbo HAVER já indica tempo passado, não há 
necessidade de dizer, por exemplo, “HÁ dez minutos atrás” ou 
“HÁ anos atrás”, pois isso é classi�cado como PLEONASMO, ou 
seja, repetição desnecessária de ideias. Basta a�rmar “HÁ dez 
minutos” ou “HÁ dez anos”. 
Usamos A nas seguintes situações:
Artigo De�nido:
_A aluna não devolveu o trabalho corrigido
_Não podemos nos esquecer de que a universidade forma 
pro�ssionais.
Tempo Futuro:
_Ela chegará daqui a 10 minutos.
_Daqui a pouco, veremos o resultado.
Analise, agora, o seguinte exemplo:
_ ... Daquihá pouco vão querer proibir a globalização.
Se “Daqui há pouco” indica futuro, houve um equívoco na 
escrita com o verbo HAVER. O correto seria: “Daqui a pouco”.
-Mau x Mal
MAL é o oposto de BEM.
MAU é o oposto de BOM.
Partir desse conhecimento para evitar enganos é válido, mas 
podemos compreender os motivos do emprego de cada termo 
em determinadas sentenças. Vamos entender melhor...
1. _O garoto mau ofendeu sua tia.
Observe que, nesse caso, a palavra MAU refere-se ao 
substantivo GAROTO. Logo, trata-se de um adjetivo. Mas e se, 
no lugar dele, usássemos o vocábulo GAROTA? Teríamos a 
seguinte oração:
_A garota má ofendeu sua tia.
A�nal, os adjetivos podem variar em gênero e em número.
2. _O garoto está passando mal.
Nesse caso, MAL é um advérbio. Por isso, não pode sofrer variação. 
Vamos testar essa teoria? Mude o termo GAROTO por GAROTA e 
veri�que se haverá mudança de gênero do vocábulo destacado:
_A garota está passando mal! 
Não houve alteração na palavra em destaque, porque os advérbios 
são invariáveis. Além disso, aqui, MAL não se refere ao substantivo 
GAROTA, mas modi�ca a locução verbal ESTÁ PASSANDO. 
Atenção! A palavra MAL também pode ser um substantivo.
Exemplo: _Este é um mal necessário.
Mas, nesse caso, haverá sempre um determinante qualquer – 
como o artigo inde�nido UM. Além disso, considerando tal 
substantivação – acompanhada de um artigo de�nido ou 
inde�nido –, o mesmo vocábulo pode variar em número. 
Exemplo: _Os males da vida são muitos. 
-Menos x Menas
MENAS não existe na Língua Portuguesa.
MENOS é um advérbio, ou seja, uma palavra que exprime uma 
circunstância – nesse caso, de quantidade ou intensidade. E, 
como já vimos, advérbios são invariáveis! 
-Resumo do Conteúdo
Nesta aula, estudamos:
_As noções de língua, linguagem, variação linguística e 
norma-culta;
_As diversas formas de uso da língua;
_A amplitude do uso da norma culta para o cotidiano.
-Referências Desta Aula
KOCH, I. V.; ELIAS, V. M. Ler e escrever: estratégias de produção 
textual. São Paulo: Contexto, 2009.
SILVA, D. da. A língua nossa de cada dia. São Paulo: Novo Século, 2007.
Língua Portuguesa
Aula 01: Linguagem Coloquial e Norma Culta
-Introdução
Nesta primeira aula, apresentaremos alguns conceitos básicos 
para a boa e efetiva comunicação a partir da norma culta da 
Língua Portuguesa. Por isso, de�niremos noções como língua, 
linguagem, variação linguística e norma-padrão. Bons estudos!
-Objetivos:
Ao �m desta aula, você deverá ser capaz de cumprir os 
objetivos abaixo descritos:
1. Reconhecer os registros formal e informal da língua;
2. Re�etir sobre seu modo de organização;
3. Relacionar seus elementos aos usos cotidianos;
4. Identi�car diversas formas de comunicação dependentes da 
norma culta.
-Tipos de linguagem:
Só podemos a�rmar que vivemos em sociedade porque nos 
comunicamos, certo? Todo e qualquer ato comunicativo se dá 
por meio do uso de alguma linguagem.
Existem dois tipos de linguagens: a verbal e a não verbal.
Exemplos: Verbal - Diálogo no Whatsapp, Bate Papo, ... . Não 
Verbal - Semáforo, Orquestra, Sinais de Fumaça,...
A linguagem verbal é aquela que se vale de palavras – sejam 
estas faladas, sejam estas escritas. Nesse caso, o código 
utilizado para manter a comunicação é a própria língua 
(portuguesa, inglesa, francesa etc.).
Já a linguagem não verbal é aquela que utiliza outros códigos 
diferentes da língua. Essa linguagem pode se manifestar por 
meio das cores, dos gestos, de um olhar, da música etc. No 
exemplo do semáforo, a comunicação ocorre através das cores 
e, no caso da orquestra, através da música instrumental. 
A partir de agora, você vai conhecer algumas regras para falar e 
escrever de forma adequada, isto é, de acordo com os 
contextos de uso do idioma. A propósito: adequação é uma 
palavra que deve fazer parte do nosso dia a dia. Para 
exempli�car, analise as falas destes dois personagens em 
situações cotidianas distintas...
No Escritório, falando com o chefe: _Bom dia chefe! Como vai?
Na praia, falando com os amigos: _E aí, brother! Beleza?
Como você percebeu, a Língua Portuguesa foi utilizada em 
ambas as situações, mas o registro não foi o mesmo. Cada 
personagem adequou sua fala ao ambiente em que se 
encontrava: mais ou menos formal.
-Você sabe a diferença entre ambiente formal e informal?
Ambiente formal:
Imagine-se em uma entrevista de emprego. Se o entrevistador 
lhe perguntar sobre sua disponibilidade de tempo para 
desempenhar suas funções, o mais adequado para a ocasião 
será responder:
1. _Disponho de tempo integral para assumir o cargo. - SIM
2. _Qualquer hora é hora. É só chamar que tô dentro! - NÃO
Ambiente informal:
Agora, imagine-se em um restaurante, em um bate-papo com 
um(a) amigo(a). Se ele(a) lhe �zer uma pergunta sobre as 
novidades que você tem para contar, o mais adequado para a 
ocasião será responder:
1. _Atualmente, em termos de inovação em minha vida, estou 
fadada à monotonia. - NÃO
2. _Nada de novo. Continuo seguindo a mesma vidinha de 
sempre. - SIM
O ambiente formal é aquele em que usamos a norma culta da 
língua, cujo registro segue o que está prescrito na gramática 
normativa. Trata-se de um padrão de linguagem adequado a 
situações como uma entrevista de emprego, uma reunião de 
trabalho ou mesmo uma palestra em um congresso. Já o 
ambiente informal é aquele em que usamos a linguagem 
coloquial, que dispensa formalidade. Trata-se da linguagem do 
cotidiano, adequada a situações como uma conversa entre 
amigos, uma festa, um bilhete que deixamos para nossa família 
na porta da geladeira ou mesmo uma troca de mensagens nas 
redes sociais. 
Como você percebeu, utilizamos determinado tipo de 
linguagem de acordo com a ocasião em que nos encontramos. 
Isso signi�ca que o emprego dos diferentes registros da língua 
depende de seus contextos de uso. 
Por exemplo, suponha que você trabalhe em uma empresa 
multinacional. Falar com seu chefe imediato (1) – aquele com 
quem tem algum nível de intimidade – não é o mesmo que 
falar com o diretor da companhia (2), certo? 
Para cada situação, provavelmente, você usará um vocabulário 
distinto, conforme podemos observar nestes diálogos:
(1) _Aquela apresentação é pra hoje, né, Paola? _ Sim, é para 
hoje, às 13h, com o Roberto, ok?
(2) _Olá senhor Roberto! Estou aqui para apresentar um novo 
projeto desenvolvido pela equipe de engenharia.
-Variação Linguística
A expressão linguística pode se realizar em diferentes 
modalidades: a escrita e a fala. Mas existem algumas diferenças 
entre elas. Na língua falada, há entre falante e ouvinte trocas 
sucessivas e simultâneas, o que não ocorre na língua escrita, na 
qual a comunicação acontece, geralmente, na ausência de um 
dos participantes. Além disso, na fala, as marcas de planejamento 
do texto costumam não aparecer, porque sua produção e 
execução se dão ao mesmo tempo. Justamente por isso, a 
linguagem oral é marcada por pausas, interrupções, retomadas, 
correções etc., o que não observamos na escrita, porque o texto 
se apresenta acabado, e há um tempo para sua elaboração. 
CUIDADO! 
Não associe língua falada ao registro informal nem língua 
escrita ao registro formal, porque tanto em uma quanto em 
outra modalidade, veri�camos diferentes graus de formalidade. 
Podem existir textos muito formais na língua falada e textos 
completamente informais na língua escrita.
Mas o que isso quer dizer?
Em outras palavras, que a língua varia de acordo com o lugar, com 
a situação comunicativa ou, até mesmo, com nosso interlocutor – 
a pessoa com quem falamos ou a quem escrevemos. 
Isso é o que chamamos de VARIAÇÃO LINGUÍSTICA.
A variação linguística corresponde a diferentes realizações de 
uma mesma língua. Ela pode ser:
Regional: Os regionalismos manifestam-se, principalmente, 
pelo sotaque e por palavras ou expressões utilizadas pelos 
falantes de determinadaregião. 
Carioca: _Caraca! Esse curso é muito maneiro.
Cearense: _Êta que esse curso é bem arretado!
Mineiro: _Nossinhora! Esse curso é bom demais da conta, sô!
ATENÇÃO! 
NÃO podemos dizer que determinada região do país fale “o 
português mais correto”. Tal a�rmação é falsa, pois o que há são 
variações da Língua Portuguesa. A pronúncia do cearense ou 
do carioca, por exemplo, não é errada ou certa, mas, 
simplesmente, o modo de articular os sons daquela 
comunidade linguística.
De registro: A formalidade ou a informalidade da situação 
comunicativa determinam as diferentes formas de usar a 
língua. Há dois registros: formal e informal.  
Analise as situações a seguir:
1) Estácio informa: Já estão abertas as inscrições para o curso 
de Graduação em Letras - Licenciatura em Língua 
Portuguesa. Fique atento às datas de ingresso e não perca o 
período de matrícula nas disciplinas.
2) Vocês leram na web, pessoal? Para quem quer ser letrado e 
dar aula de português ou de literatura, a hora é essa. A gente 
precisa se inscrever na Estácio. Os dias de inscrição e de 
matrícula nas disciplinas estão lá. Vamos?
Comentário: Nesse caso, a mesma informação foi transmitida a 
partir de duas modalidades da língua – a escrita e a falada – e 
através de registros distintos – o formal e o informal.
Social: As diferentes formas de falar marcam os grupos sociais 
ou, até mesmo, a faixa etária de determinado conjunto de 
pessoas. O uso de determinado vocabulário marca os grupos 
sociais e as comunidades linguísticas. 
Você se lembra do “sur�sta-executivo” que apresentamos 
anteriormente? Como vimos, sua fala e sua roupa não estavam 
adequadas ao ambiente em que se encontrava: a praia. 
Para se inserir nesse grupo especí�co e validar-se nesse meio 
de forma decisiva, ele deveria não apenas vestir um �gurino 
típico mas também adaptar o uso da língua. 
Associada à vestimenta, a fala mais apropriada à situação seria:
_Que onda cabulosa, cara! E aí? Bora pegar agora ou depois?
-Norma Culta
Quando pensamos em variação linguística, referimo-nos a 
todos os exemplos que acabamos de ver. No entanto, 
independente das diferenças citadas, há uma variedade da 
língua considerada de prestígio e que deve ser utilizada em 
determinadas situações comunicativas: a norma culta. 
MAS O QUE É EXATAMENTE ESSA NORMA CULTA?
É aquela formada por um conjunto de estruturas concebidas 
como corretas, que podem ser usadas tanto para falar quanto 
para escrever. Trata-se da chamada variante padrão. Essa norma 
é tão valorizada socialmente que, quando estão em um 
ambiente mais formal, os indivíduos com alto nível de 
escolaridade procuram monitorar sua fala. 
Vamos entender melhor essa questão...
Em sua opinião, que frase está CORRETA?
A) _A gente vai até lá para conferir de perto.
B) _Nós vamos até lá para conferir de perto.
As duas formas estão corretas, mas há uma diferença entre elas: a 
primeira é coloquial, e a segunda segue a gramática normativa. 
-Forma Marcada da Língua
Vamos entender, agora, como a norma de prestígio funciona.
Como vimos anteriormente, uma das formas em variação no 
português brasileiro contempla a oposição das estruturas a 
gente x nós. 
A ideia básica é de que a expressão A GENTE pode ser usada 
em ambientes informais e o pronome pessoal do caso reto NÓS 
– prescrito pela gramática normativa –, em ambientes formais.
No entanto, precisamos considerar que, quando usada, a forma 
“a gente” deve ser acompanhada do verbo na 3ª pessoa do 
singular: a gente vai. 
Lembra-se daquela variação social sobre a qual conversamos? 
Ela nos mostra que há pessoas, falantes de uma variedade da 
língua chamada de não padrão, que dizem “a gente vamos”.
Isso é o que chamamos de forma marcada, e usá-la permite que 
aqueles que nos ouvem nos de�nam como parte de um grupo 
com baixo nível de escolaridade.
Por exemplo, quando uma emissora de televisão quer delimitar,
linguisticamente, uma personagem desse tipo, introduz, em 
sua fala, algumas marcas. 
É comum, por exemplo, que essa personagem diga:
“Falano” em lugar de “falando” – suprimindo o “d” do gerúndio;
“Eu vou TE falar pra você” em lugar de “Eu vou falar para você”;
“Ni mim” em lugar de “em mim”;
“Eu tavo” em lugar de “eu estava”;
“Pá nóis” em lugar de “para nós”.  
Imagine que um professor universitário entra em sala de aula e 
diz a seus alunos acerca de um encontro com a coordenadora...
_Eu vi ela no corredor.
Você acha que essa frase está errada?
Embora o uso do pronome ELA como objeto direto seja 
comum na fala de muitas pessoas – mesmo escolarizadas –, ele 
não é prescrito pela gramática normativa. 
A forma adequada seria “Eu a vi no corredor”. Usar o pronome 
oblíquo “a” é formal, mas, dependendo do ambiente, o falante 
pode optar por: “Eu vi a coordenadora no corredor”.
-Fala x Escrita
A norma culta deve ser utilizada tanto na fala quanto na escrita. 
Mas será que essas modalidades da língua possuem as mesmas 
características? Certamente, NÃO! Precisamos ter CUIDADO para 
não levar para a escrita aspectos da fala. Analise a manchete abaixo. 
_Professor pode entra em greve contra exame.
Nela, observamos um erro ortográ�co – resultado, 
provavelmente, da in�uência da oralidade. Esse equívoco pode 
ter sido cometido porque, em várias regiões do Brasil, 
costuma-se não pronunciar o R �nal em verbos no in�nitivo, 
conforme explicamos quando tratamos do regionalismo.
A tendência a abreviações é muito grande pela necessidade de 
comunicação rápida, mas, como um caso de variação 
linguística, essas formas abreviadas devem se restringir a tais 
ambientes em que são requeridas. Por isso, é importante 
conhecer conceitos como adequação ao ambiente, 
formalidade, informalidade e variação. Quando nos 
familiarizamos com tais noções, compreendemos que não há 
nada de errado no uso do “internetês”, desde que ele se 
restrinja aos ambientes em que é adequado. 
A escrita é muito importante em nossas complexas relações 
sociais e práticas culturais. Isso quer dizer que o 
comportamento do homem – principalmente urbano – é 
regulado pela escrita. Se pensarmos na esfera pública, por 
exemplo, vamos nos deparar com ofícios, requerimentos, 
memorandos etc.: todos esses documentos têm de ser escritos 
com extremo rigor linguístico, com base na norma culta da 
língua, porque os contextos em que circulam exigem esse 
padrão. Mas nós, brasileiros, ainda temos di�culdade de seguir 
tais regras da Língua Portuguesa por não atentarmos para a 
diversidade sobre a qual discutimos entre fala e escrita.
De acordo com Deonísio da Silva, no livro A Língua Nossa de 
Cada Dia: “Todos se queixam de que português é difícil. O 
brasileiro é chorão?  Não me parece que possa ser de�nida 
como chorona uma nacionalidade marcada pelo carnaval, pelo 
humor e pelo riso puri�cador com os quais suporta males 
seculares. A queixa pode ser assim resumida: a língua falada é 
uma, mas a língua escrita é outra.” 
Com base em Koch e Elias (2009, p. 16), podemos estabelecer 
algumas diferenças entre as modalidades FALA e ESCRITA. 
Vejamos: Isso signi�ca que, quando falamos, planejamos menos 
do que quando escrevemos. Além disso, a fala nos permite 
deixar informações mais implícitas, em função do contexto que 
está ali, diante dos falantes, o que não ocorre na escrita. Por 
isso, a escrita deve ser mais elaborada, planejada e explícita.
Fala: Contextualizada, Implícita, Não Planejada, Pouco 
Elaborada, Predominância de Frases Curtas, Simples ou 
Coordenadas.
Escrita: Descontextualizada, Explícita, Planejada, Elaborada, 
Predominância de Frases Complexas, com Subordinação 
Abundante.
-Norma-padrão x Coloquialismo
Registro Coloquial: 
_Eu vi ela ontem. 
_Isso é muito bom pra gente. 
_O trabalho era uma parada sinistra. 
_Cê tira o negocinho da torneira e conserta ela.
_Todo mundo sabe esse negócio.
_Se retire daqui.
_ O cara veio pra cima de mim berrando._ Falta cinco minutos pra acabar a aula.
_ O diretor pediu pra mim vim aqui.
Essa coluna apresenta usos muito comuns na oralidade, mas 
que têm de ser evitados – principalmente em textos escritos. 
Todavia, até mesmo em contextos em que a fala culta é 
requerida, devemos ter o cuidado para não cometermos esses 
desvios.
Registro Culto:
_Eu a vi ontem.
_Isso é muito bom para nós.
_O trabalho era di�cílimo.
_Tire a carrapeta da torneira e conserte-a.
_Todos têm conhecimento dessa questão.
_Retire-se daqui.
_O homem interpelou-me aos gritos.
_Faltam cinco minutos para acabar a aula.
_O diretor pediu para eu vir aqui.
Essa coluna, por sua vez, apresenta os mesmos usos ajustados 
de acordo com a norma culta da língua. 
-Onde x Aonde
Vamos fazer um teste. Qual, entre as frases a seguir, está CORRETA?
_Onde nós vamos?
_Aonde nós vamos?
Quando há, na oração, um verbo que indica movimento – 
como o verbo IR, por exemplo –, o correto é usar AONDE. Mas, 
se a pergunta fosse feita com o verbo ESTAR, o correto seria: 
Onde você está? Sabe por quê? Simples! O verbo ESTAR não 
indica movimento.
-Há x A
Outra dúvida bastante frequente na hora de escrever diz respeito 
ao uso de HÁ e A. Mas saná-la é algo bem simples! Veja... 
HÁ = �exão do verbo HAVER, que pode ser usada no sentido de:
Existir:
_Há dez alunos fazendo a prova.
_Para ela, só há no mundo o neto.
_Quando há paixão, não raro o ciúme surge.
Tempo decorrido ou passado:
_Nós chegamos há duas horas.
_Há cinco anos, deixei de fumar.
_Vivo nesta casa há dez anos.
Atenção! Se o verbo HAVER já indica tempo passado, não há 
necessidade de dizer, por exemplo, “HÁ dez minutos atrás” ou 
“HÁ anos atrás”, pois isso é classi�cado como PLEONASMO, ou 
seja, repetição desnecessária de ideias. Basta a�rmar “HÁ dez 
minutos” ou “HÁ dez anos”. 
Usamos A nas seguintes situações:
Artigo De�nido:
_A aluna não devolveu o trabalho corrigido
_Não podemos nos esquecer de que a universidade forma 
pro�ssionais.
Tempo Futuro:
_Ela chegará daqui a 10 minutos.
_Daqui a pouco, veremos o resultado.
Analise, agora, o seguinte exemplo:
_ ... Daqui há pouco vão querer proibir a globalização.
Se “Daqui há pouco” indica futuro, houve um equívoco na 
escrita com o verbo HAVER. O correto seria: “Daqui a pouco”.
-Mau x Mal
MAL é o oposto de BEM.
MAU é o oposto de BOM.
Partir desse conhecimento para evitar enganos é válido, mas 
podemos compreender os motivos do emprego de cada termo 
em determinadas sentenças. Vamos entender melhor...
1. _O garoto mau ofendeu sua tia.
Observe que, nesse caso, a palavra MAU refere-se ao 
substantivo GAROTO. Logo, trata-se de um adjetivo. Mas e se, 
no lugar dele, usássemos o vocábulo GAROTA? Teríamos a 
seguinte oração:
_A garota má ofendeu sua tia.
A�nal, os adjetivos podem variar em gênero e em número.
2. _O garoto está passando mal.
Nesse caso, MAL é um advérbio. Por isso, não pode sofrer variação. 
Vamos testar essa teoria? Mude o termo GAROTO por GAROTA e 
veri�que se haverá mudança de gênero do vocábulo destacado:
_A garota está passando mal! 
Não houve alteração na palavra em destaque, porque os advérbios 
são invariáveis. Além disso, aqui, MAL não se refere ao substantivo 
GAROTA, mas modi�ca a locução verbal ESTÁ PASSANDO. 
Atenção! A palavra MAL também pode ser um substantivo.
Exemplo: _Este é um mal necessário.
Mas, nesse caso, haverá sempre um determinante qualquer – 
como o artigo inde�nido UM. Além disso, considerando tal 
substantivação – acompanhada de um artigo de�nido ou 
inde�nido –, o mesmo vocábulo pode variar em número. 
Exemplo: _Os males da vida são muitos. 
-Menos x Menas
MENAS não existe na Língua Portuguesa.
MENOS é um advérbio, ou seja, uma palavra que exprime uma 
circunstância – nesse caso, de quantidade ou intensidade. E, 
como já vimos, advérbios são invariáveis! 
-Resumo do Conteúdo
Nesta aula, estudamos:
_As noções de língua, linguagem, variação linguística e 
norma-culta;
_As diversas formas de uso da língua;
_A amplitude do uso da norma culta para o cotidiano.
-Referências Desta Aula
KOCH, I. V.; ELIAS, V. M. Ler e escrever: estratégias de produção 
textual. São Paulo: Contexto, 2009.
SILVA, D. da. A língua nossa de cada dia. São Paulo: Novo Século, 2007.
Língua Portuguesa
Aula 01: Linguagem Coloquial e Norma Culta
-Introdução
Nesta primeira aula, apresentaremos alguns conceitos básicos 
para a boa e efetiva comunicação a partir da norma culta da 
Língua Portuguesa. Por isso, de�niremos noções como língua, 
linguagem, variação linguística e norma-padrão. Bons estudos!
-Objetivos:
Ao �m desta aula, você deverá ser capaz de cumprir os 
objetivos abaixo descritos:
1. Reconhecer os registros formal e informal da língua;
2. Re�etir sobre seu modo de organização;
3. Relacionar seus elementos aos usos cotidianos;
4. Identi�car diversas formas de comunicação dependentes da 
norma culta.
-Tipos de linguagem:
Só podemos a�rmar que vivemos em sociedade porque nos 
comunicamos, certo? Todo e qualquer ato comunicativo se dá 
por meio do uso de alguma linguagem.
Existem dois tipos de linguagens: a verbal e a não verbal.
Exemplos: Verbal - Diálogo no Whatsapp, Bate Papo, ... . Não 
Verbal - Semáforo, Orquestra, Sinais de Fumaça,...
A linguagem verbal é aquela que se vale de palavras – sejam 
estas faladas, sejam estas escritas. Nesse caso, o código 
utilizado para manter a comunicação é a própria língua 
(portuguesa, inglesa, francesa etc.).
Já a linguagem não verbal é aquela que utiliza outros códigos 
diferentes da língua. Essa linguagem pode se manifestar por 
meio das cores, dos gestos, de um olhar, da música etc. No 
exemplo do semáforo, a comunicação ocorre através das cores 
e, no caso da orquestra, através da música instrumental. 
A partir de agora, você vai conhecer algumas regras para falar e 
escrever de forma adequada, isto é, de acordo com os 
contextos de uso do idioma. A propósito: adequação é uma 
palavra que deve fazer parte do nosso dia a dia. Para 
exempli�car, analise as falas destes dois personagens em 
situações cotidianas distintas...
No Escritório, falando com o chefe: _Bom dia chefe! Como vai?
Na praia, falando com os amigos: _E aí, brother! Beleza?
Como você percebeu, a Língua Portuguesa foi utilizada em 
ambas as situações, mas o registro não foi o mesmo. Cada 
personagem adequou sua fala ao ambiente em que se 
encontrava: mais ou menos formal.
-Você sabe a diferença entre ambiente formal e informal?
Ambiente formal:
Imagine-se em uma entrevista de emprego. Se o entrevistador 
lhe perguntar sobre sua disponibilidade de tempo para 
desempenhar suas funções, o mais adequado para a ocasião 
será responder:
1. _Disponho de tempo integral para assumir o cargo. - SIM
2. _Qualquer hora é hora. É só chamar que tô dentro! - NÃO
Ambiente informal:
Agora, imagine-se em um restaurante, em um bate-papo com 
um(a) amigo(a). Se ele(a) lhe �zer uma pergunta sobre as 
novidades que você tem para contar, o mais adequado para a 
ocasião será responder:
1. _Atualmente, em termos de inovação em minha vida, estou 
fadada à monotonia. - NÃO
2. _Nada de novo. Continuo seguindo a mesma vidinha de 
sempre. - SIM
O ambiente formal é aquele em que usamos a norma culta da 
língua, cujo registro segue o que está prescrito na gramática 
normativa. Trata-se de um padrão de linguagem adequado a 
situações como uma entrevista de emprego, uma reunião de 
trabalho ou mesmo uma palestra em um congresso. Já o 
ambiente informal é aquele em que usamos a linguagem 
coloquial, que dispensa formalidade. Trata-se da linguagem do 
cotidiano, adequada a situações como uma conversa entre 
amigos, uma festa, um bilhete que deixamos para nossa família 
na porta da geladeira ou mesmo uma troca de mensagens nas 
redes sociais. 
Como você percebeu, utilizamos determinado tipo de 
linguagem de acordo com a ocasião em que nos encontramos.Isso signi�ca que o emprego dos diferentes registros da língua 
depende de seus contextos de uso. 
Por exemplo, suponha que você trabalhe em uma empresa 
multinacional. Falar com seu chefe imediato (1) – aquele com 
quem tem algum nível de intimidade – não é o mesmo que 
falar com o diretor da companhia (2), certo? 
Para cada situação, provavelmente, você usará um vocabulário 
distinto, conforme podemos observar nestes diálogos:
(1) _Aquela apresentação é pra hoje, né, Paola? _ Sim, é para 
hoje, às 13h, com o Roberto, ok?
(2) _Olá senhor Roberto! Estou aqui para apresentar um novo 
projeto desenvolvido pela equipe de engenharia.
-Variação Linguística
A expressão linguística pode se realizar em diferentes 
modalidades: a escrita e a fala. Mas existem algumas diferenças 
entre elas. Na língua falada, há entre falante e ouvinte trocas 
sucessivas e simultâneas, o que não ocorre na língua escrita, na 
qual a comunicação acontece, geralmente, na ausência de um 
dos participantes. Além disso, na fala, as marcas de planejamento 
do texto costumam não aparecer, porque sua produção e 
execução se dão ao mesmo tempo. Justamente por isso, a 
linguagem oral é marcada por pausas, interrupções, retomadas, 
correções etc., o que não observamos na escrita, porque o texto 
se apresenta acabado, e há um tempo para sua elaboração. 
CUIDADO! 
Não associe língua falada ao registro informal nem língua 
escrita ao registro formal, porque tanto em uma quanto em 
outra modalidade, veri�camos diferentes graus de formalidade. 
Podem existir textos muito formais na língua falada e textos 
completamente informais na língua escrita.
Mas o que isso quer dizer?
Em outras palavras, que a língua varia de acordo com o lugar, com 
a situação comunicativa ou, até mesmo, com nosso interlocutor – 
a pessoa com quem falamos ou a quem escrevemos. 
Isso é o que chamamos de VARIAÇÃO LINGUÍSTICA.
A variação linguística corresponde a diferentes realizações de 
uma mesma língua. Ela pode ser:
Regional: Os regionalismos manifestam-se, principalmente, 
pelo sotaque e por palavras ou expressões utilizadas pelos 
falantes de determinada região. 
Carioca: _Caraca! Esse curso é muito maneiro.
Cearense: _Êta que esse curso é bem arretado!
Mineiro: _Nossinhora! Esse curso é bom demais da conta, sô!
ATENÇÃO! 
NÃO podemos dizer que determinada região do país fale “o 
português mais correto”. Tal a�rmação é falsa, pois o que há são 
variações da Língua Portuguesa. A pronúncia do cearense ou 
do carioca, por exemplo, não é errada ou certa, mas, 
simplesmente, o modo de articular os sons daquela 
comunidade linguística.
De registro: A formalidade ou a informalidade da situação 
comunicativa determinam as diferentes formas de usar a 
língua. Há dois registros: formal e informal.  
Analise as situações a seguir:
1) Estácio informa: Já estão abertas as inscrições para o curso 
de Graduação em Letras - Licenciatura em Língua 
Portuguesa. Fique atento às datas de ingresso e não perca o 
período de matrícula nas disciplinas.
2) Vocês leram na web, pessoal? Para quem quer ser letrado e 
dar aula de português ou de literatura, a hora é essa. A gente 
precisa se inscrever na Estácio. Os dias de inscrição e de 
matrícula nas disciplinas estão lá. Vamos?
Comentário: Nesse caso, a mesma informação foi transmitida a 
partir de duas modalidades da língua – a escrita e a falada – e 
através de registros distintos – o formal e o informal.
Social: As diferentes formas de falar marcam os grupos sociais 
ou, até mesmo, a faixa etária de determinado conjunto de 
pessoas. O uso de determinado vocabulário marca os grupos 
sociais e as comunidades linguísticas. 
Você se lembra do “sur�sta-executivo” que apresentamos 
anteriormente? Como vimos, sua fala e sua roupa não estavam 
adequadas ao ambiente em que se encontrava: a praia. 
Para se inserir nesse grupo especí�co e validar-se nesse meio 
de forma decisiva, ele deveria não apenas vestir um �gurino 
típico mas também adaptar o uso da língua. 
Associada à vestimenta, a fala mais apropriada à situação seria:
_Que onda cabulosa, cara! E aí? Bora pegar agora ou depois?
-Norma Culta
Quando pensamos em variação linguística, referimo-nos a 
todos os exemplos que acabamos de ver. No entanto, 
independente das diferenças citadas, há uma variedade da 
língua considerada de prestígio e que deve ser utilizada em 
determinadas situações comunicativas: a norma culta. 
MAS O QUE É EXATAMENTE ESSA NORMA CULTA?
É aquela formada por um conjunto de estruturas concebidas 
como corretas, que podem ser usadas tanto para falar quanto 
para escrever. Trata-se da chamada variante padrão. Essa norma 
é tão valorizada socialmente que, quando estão em um 
ambiente mais formal, os indivíduos com alto nível de 
escolaridade procuram monitorar sua fala. 
Vamos entender melhor essa questão...
Em sua opinião, que frase está CORRETA?
A) _A gente vai até lá para conferir de perto.
B) _Nós vamos até lá para conferir de perto.
As duas formas estão corretas, mas há uma diferença entre elas: a 
primeira é coloquial, e a segunda segue a gramática normativa. 
-Forma Marcada da Língua
Vamos entender, agora, como a norma de prestígio funciona.
Como vimos anteriormente, uma das formas em variação no 
português brasileiro contempla a oposição das estruturas a 
gente x nós. 
A ideia básica é de que a expressão A GENTE pode ser usada 
em ambientes informais e o pronome pessoal do caso reto NÓS 
– prescrito pela gramática normativa –, em ambientes formais.
No entanto, precisamos considerar que, quando usada, a forma 
“a gente” deve ser acompanhada do verbo na 3ª pessoa do 
singular: a gente vai. 
Lembra-se daquela variação social sobre a qual conversamos? 
Ela nos mostra que há pessoas, falantes de uma variedade da 
língua chamada de não padrão, que dizem “a gente vamos”.
Isso é o que chamamos de forma marcada, e usá-la permite que 
aqueles que nos ouvem nos de�nam como parte de um grupo 
com baixo nível de escolaridade.
Por exemplo, quando uma emissora de televisão quer delimitar,
linguisticamente, uma personagem desse tipo, introduz, em 
sua fala, algumas marcas. 
É comum, por exemplo, que essa personagem diga:
“Falano” em lugar de “falando” – suprimindo o “d” do gerúndio;
“Eu vou TE falar pra você” em lugar de “Eu vou falar para você”;
“Ni mim” em lugar de “em mim”;
“Eu tavo” em lugar de “eu estava”;
“Pá nóis” em lugar de “para nós”.  
Imagine que um professor universitário entra em sala de aula e 
diz a seus alunos acerca de um encontro com a coordenadora...
_Eu vi ela no corredor.
Você acha que essa frase está errada?
Embora o uso do pronome ELA como objeto direto seja 
comum na fala de muitas pessoas – mesmo escolarizadas –, ele 
não é prescrito pela gramática normativa. 
A forma adequada seria “Eu a vi no corredor”. Usar o pronome 
oblíquo “a” é formal, mas, dependendo do ambiente, o falante 
pode optar por: “Eu vi a coordenadora no corredor”.
-Fala x Escrita
A norma culta deve ser utilizada tanto na fala quanto na escrita. 
Mas será que essas modalidades da língua possuem as mesmas 
características? Certamente, NÃO! Precisamos ter CUIDADO para 
não levar para a escrita aspectos da fala. Analise a manchete abaixo. 
_Professor pode entra em greve contra exame.
Nela, observamos um erro ortográ�co – resultado, 
provavelmente, da in�uência da oralidade. Esse equívoco pode 
ter sido cometido porque, em várias regiões do Brasil, 
costuma-se não pronunciar o R �nal em verbos no in�nitivo, 
conforme explicamos quando tratamos do regionalismo.
A tendência a abreviações é muito grande pela necessidade de 
comunicação rápida, mas, como um caso de variação 
linguística, essas formas abreviadas devem se restringir a tais 
ambientes em que são requeridas. Por isso, é importante 
conhecer conceitos como adequação ao ambiente, 
formalidade, informalidade e variação. Quando nos 
familiarizamos com tais noções,compreendemos que não há 
nada de errado no uso do “internetês”, desde que ele se 
restrinja aos ambientes em que é adequado. 
A escrita é muito importante em nossas complexas relações 
sociais e práticas culturais. Isso quer dizer que o 
comportamento do homem – principalmente urbano – é 
regulado pela escrita. Se pensarmos na esfera pública, por 
exemplo, vamos nos deparar com ofícios, requerimentos, 
memorandos etc.: todos esses documentos têm de ser escritos 
com extremo rigor linguístico, com base na norma culta da 
língua, porque os contextos em que circulam exigem esse 
padrão. Mas nós, brasileiros, ainda temos di�culdade de seguir 
tais regras da Língua Portuguesa por não atentarmos para a 
diversidade sobre a qual discutimos entre fala e escrita.
De acordo com Deonísio da Silva, no livro A Língua Nossa de 
Cada Dia: “Todos se queixam de que português é difícil. O 
brasileiro é chorão?  Não me parece que possa ser de�nida 
como chorona uma nacionalidade marcada pelo carnaval, pelo 
humor e pelo riso puri�cador com os quais suporta males 
seculares. A queixa pode ser assim resumida: a língua falada é 
uma, mas a língua escrita é outra.” 
Com base em Koch e Elias (2009, p. 16), podemos estabelecer 
algumas diferenças entre as modalidades FALA e ESCRITA. 
Vejamos: Isso signi�ca que, quando falamos, planejamos menos 
do que quando escrevemos. Além disso, a fala nos permite 
deixar informações mais implícitas, em função do contexto que 
está ali, diante dos falantes, o que não ocorre na escrita. Por 
isso, a escrita deve ser mais elaborada, planejada e explícita.
Fala: Contextualizada, Implícita, Não Planejada, Pouco 
Elaborada, Predominância de Frases Curtas, Simples ou 
Coordenadas.
Escrita: Descontextualizada, Explícita, Planejada, Elaborada, 
Predominância de Frases Complexas, com Subordinação 
Abundante.
-Norma-padrão x Coloquialismo
Registro Coloquial: 
_Eu vi ela ontem. 
_Isso é muito bom pra gente. 
_O trabalho era uma parada sinistra. 
_Cê tira o negocinho da torneira e conserta ela.
_Todo mundo sabe esse negócio.
_Se retire daqui.
_ O cara veio pra cima de mim berrando.
_ Falta cinco minutos pra acabar a aula.
_ O diretor pediu pra mim vim aqui.
Essa coluna apresenta usos muito comuns na oralidade, mas 
que têm de ser evitados – principalmente em textos escritos. 
Todavia, até mesmo em contextos em que a fala culta é 
requerida, devemos ter o cuidado para não cometermos esses 
desvios.
Registro Culto:
_Eu a vi ontem.
_Isso é muito bom para nós.
_O trabalho era di�cílimo.
_Tire a carrapeta da torneira e conserte-a.
_Todos têm conhecimento dessa questão.
_Retire-se daqui.
_O homem interpelou-me aos gritos.
_Faltam cinco minutos para acabar a aula.
_O diretor pediu para eu vir aqui.
Essa coluna, por sua vez, apresenta os mesmos usos ajustados 
de acordo com a norma culta da língua. 
-Onde x Aonde
Vamos fazer um teste. Qual, entre as frases a seguir, está CORRETA?
_Onde nós vamos?
_Aonde nós vamos?
Quando há, na oração, um verbo que indica movimento – 
como o verbo IR, por exemplo –, o correto é usar AONDE. Mas, 
se a pergunta fosse feita com o verbo ESTAR, o correto seria: 
Onde você está? Sabe por quê? Simples! O verbo ESTAR não 
indica movimento.
-Há x A
Outra dúvida bastante frequente na hora de escrever diz respeito 
ao uso de HÁ e A. Mas saná-la é algo bem simples! Veja... 
HÁ = �exão do verbo HAVER, que pode ser usada no sentido de:
Existir:
_Há dez alunos fazendo a prova.
_Para ela, só há no mundo o neto.
_Quando há paixão, não raro o ciúme surge.
Tempo decorrido ou passado:
_Nós chegamos há duas horas.
_Há cinco anos, deixei de fumar.
_Vivo nesta casa há dez anos.
Atenção! Se o verbo HAVER já indica tempo passado, não há 
necessidade de dizer, por exemplo, “HÁ dez minutos atrás” ou 
“HÁ anos atrás”, pois isso é classi�cado como PLEONASMO, ou 
seja, repetição desnecessária de ideias. Basta a�rmar “HÁ dez 
minutos” ou “HÁ dez anos”. 
Usamos A nas seguintes situações:
Artigo De�nido:
_A aluna não devolveu o trabalho corrigido
_Não podemos nos esquecer de que a universidade forma 
pro�ssionais.
Tempo Futuro:
_Ela chegará daqui a 10 minutos.
_Daqui a pouco, veremos o resultado.
Analise, agora, o seguinte exemplo:
_ ... Daqui há pouco vão querer proibir a globalização.
Se “Daqui há pouco” indica futuro, houve um equívoco na 
escrita com o verbo HAVER. O correto seria: “Daqui a pouco”.
-Mau x Mal
MAL é o oposto de BEM.
MAU é o oposto de BOM.
Partir desse conhecimento para evitar enganos é válido, mas 
podemos compreender os motivos do emprego de cada termo 
em determinadas sentenças. Vamos entender melhor...
1. _O garoto mau ofendeu sua tia.
Observe que, nesse caso, a palavra MAU refere-se ao 
substantivo GAROTO. Logo, trata-se de um adjetivo. Mas e se, 
no lugar dele, usássemos o vocábulo GAROTA? Teríamos a 
seguinte oração:
_A garota má ofendeu sua tia.
A�nal, os adjetivos podem variar em gênero e em número.
2. _O garoto está passando mal.
Nesse caso, MAL é um advérbio. Por isso, não pode sofrer variação. 
Vamos testar essa teoria? Mude o termo GAROTO por GAROTA e 
veri�que se haverá mudança de gênero do vocábulo destacado:
_A garota está passando mal! 
Não houve alteração na palavra em destaque, porque os advérbios 
são invariáveis. Além disso, aqui, MAL não se refere ao substantivo 
GAROTA, mas modi�ca a locução verbal ESTÁ PASSANDO. 
Atenção! A palavra MAL também pode ser um substantivo.
Exemplo: _Este é um mal necessário.
Mas, nesse caso, haverá sempre um determinante qualquer – 
como o artigo inde�nido UM. Além disso, considerando tal 
substantivação – acompanhada de um artigo de�nido ou 
inde�nido –, o mesmo vocábulo pode variar em número. 
Exemplo: _Os males da vida são muitos. 
-Menos x Menas
MENAS não existe na Língua Portuguesa.
MENOS é um advérbio, ou seja, uma palavra que exprime uma 
circunstância – nesse caso, de quantidade ou intensidade. E, 
como já vimos, advérbios são invariáveis! 
-Resumo do Conteúdo
Nesta aula, estudamos:
_As noções de língua, linguagem, variação linguística e 
norma-culta;
_As diversas formas de uso da língua;
_A amplitude do uso da norma culta para o cotidiano.
-Referências Desta Aula
KOCH, I. V.; ELIAS, V. M. Ler e escrever: estratégias de produção 
textual. São Paulo: Contexto, 2009.
SILVA, D. da. A língua nossa de cada dia. São Paulo: Novo Século, 2007.
Língua Portuguesa
Aula 01: Linguagem Coloquial e Norma Culta
-Introdução
Nesta primeira aula, apresentaremos alguns conceitos básicos 
para a boa e efetiva comunicação a partir da norma culta da 
Língua Portuguesa. Por isso, de�niremos noções como língua, 
linguagem, variação linguística e norma-padrão. Bons estudos!
-Objetivos:
Ao �m desta aula, você deverá ser capaz de cumprir os 
objetivos abaixo descritos:
1. Reconhecer os registros formal e informal da língua;
2. Re�etir sobre seu modo de organização;
3. Relacionar seus elementos aos usos cotidianos;
4. Identi�car diversas formas de comunicação dependentes da 
norma culta.
-Tipos de linguagem:
Só podemos a�rmar que vivemos em sociedade porque nos 
comunicamos, certo? Todo e qualquer ato comunicativo se dá 
por meio do uso de alguma linguagem.
Existem dois tipos de linguagens: a verbal e a não verbal.
Exemplos: Verbal - Diálogo no Whatsapp, Bate Papo, ... . Não 
Verbal - Semáforo, Orquestra, Sinais de Fumaça,...
A linguagem verbal é aquela que se vale de palavras – sejam 
estas faladas, sejam estas escritas. Nesse caso, o código 
utilizado para manter a comunicação é a própria língua 
(portuguesa, inglesa, francesa etc.).
Já a linguagem não verbal é aquela que utiliza outros códigos 
diferentes da língua. Essa linguagem pode se manifestar por 
meio das cores, dos gestos, de um olhar, da música etc. No 
exemplo do semáforo, a comunicação ocorre através das cores 
e, no caso da orquestra, através da música instrumental.A partir de agora, você vai conhecer algumas regras para falar e 
escrever de forma adequada, isto é, de acordo com os 
contextos de uso do idioma. A propósito: adequação é uma 
palavra que deve fazer parte do nosso dia a dia. Para 
exempli�car, analise as falas destes dois personagens em 
situações cotidianas distintas...
No Escritório, falando com o chefe: _Bom dia chefe! Como vai?
Na praia, falando com os amigos: _E aí, brother! Beleza?
Como você percebeu, a Língua Portuguesa foi utilizada em 
ambas as situações, mas o registro não foi o mesmo. Cada 
personagem adequou sua fala ao ambiente em que se 
encontrava: mais ou menos formal.
-Você sabe a diferença entre ambiente formal e informal?
Ambiente formal:
Imagine-se em uma entrevista de emprego. Se o entrevistador 
lhe perguntar sobre sua disponibilidade de tempo para 
desempenhar suas funções, o mais adequado para a ocasião 
será responder:
1. _Disponho de tempo integral para assumir o cargo. - SIM
2. _Qualquer hora é hora. É só chamar que tô dentro! - NÃO
Ambiente informal:
Agora, imagine-se em um restaurante, em um bate-papo com 
um(a) amigo(a). Se ele(a) lhe �zer uma pergunta sobre as 
novidades que você tem para contar, o mais adequado para a 
ocasião será responder:
1. _Atualmente, em termos de inovação em minha vida, estou 
fadada à monotonia. - NÃO
2. _Nada de novo. Continuo seguindo a mesma vidinha de 
sempre. - SIM
O ambiente formal é aquele em que usamos a norma culta da 
língua, cujo registro segue o que está prescrito na gramática 
normativa. Trata-se de um padrão de linguagem adequado a 
situações como uma entrevista de emprego, uma reunião de 
trabalho ou mesmo uma palestra em um congresso. Já o 
ambiente informal é aquele em que usamos a linguagem 
coloquial, que dispensa formalidade. Trata-se da linguagem do 
cotidiano, adequada a situações como uma conversa entre 
amigos, uma festa, um bilhete que deixamos para nossa família 
na porta da geladeira ou mesmo uma troca de mensagens nas 
redes sociais. 
Como você percebeu, utilizamos determinado tipo de 
linguagem de acordo com a ocasião em que nos encontramos. 
Isso signi�ca que o emprego dos diferentes registros da língua 
depende de seus contextos de uso. 
Por exemplo, suponha que você trabalhe em uma empresa 
multinacional. Falar com seu chefe imediato (1) – aquele com 
quem tem algum nível de intimidade – não é o mesmo que 
falar com o diretor da companhia (2), certo? 
Para cada situação, provavelmente, você usará um vocabulário 
distinto, conforme podemos observar nestes diálogos:
(1) _Aquela apresentação é pra hoje, né, Paola? _ Sim, é para 
hoje, às 13h, com o Roberto, ok?
(2) _Olá senhor Roberto! Estou aqui para apresentar um novo 
projeto desenvolvido pela equipe de engenharia.
-Variação Linguística
A expressão linguística pode se realizar em diferentes 
modalidades: a escrita e a fala. Mas existem algumas diferenças 
entre elas. Na língua falada, há entre falante e ouvinte trocas 
sucessivas e simultâneas, o que não ocorre na língua escrita, na 
qual a comunicação acontece, geralmente, na ausência de um 
dos participantes. Além disso, na fala, as marcas de planejamento 
do texto costumam não aparecer, porque sua produção e 
execução se dão ao mesmo tempo. Justamente por isso, a 
linguagem oral é marcada por pausas, interrupções, retomadas, 
correções etc., o que não observamos na escrita, porque o texto 
se apresenta acabado, e há um tempo para sua elaboração. 
CUIDADO! 
Não associe língua falada ao registro informal nem língua 
escrita ao registro formal, porque tanto em uma quanto em 
outra modalidade, veri�camos diferentes graus de formalidade. 
Podem existir textos muito formais na língua falada e textos 
completamente informais na língua escrita.
Mas o que isso quer dizer?
Em outras palavras, que a língua varia de acordo com o lugar, com 
a situação comunicativa ou, até mesmo, com nosso interlocutor – 
a pessoa com quem falamos ou a quem escrevemos. 
Isso é o que chamamos de VARIAÇÃO LINGUÍSTICA.
A variação linguística corresponde a diferentes realizações de 
uma mesma língua. Ela pode ser:
Regional: Os regionalismos manifestam-se, principalmente, 
pelo sotaque e por palavras ou expressões utilizadas pelos 
falantes de determinada região. 
Carioca: _Caraca! Esse curso é muito maneiro.
Cearense: _Êta que esse curso é bem arretado!
Mineiro: _Nossinhora! Esse curso é bom demais da conta, sô!
ATENÇÃO! 
NÃO podemos dizer que determinada região do país fale “o 
português mais correto”. Tal a�rmação é falsa, pois o que há são 
variações da Língua Portuguesa. A pronúncia do cearense ou 
do carioca, por exemplo, não é errada ou certa, mas, 
simplesmente, o modo de articular os sons daquela 
comunidade linguística.
De registro: A formalidade ou a informalidade da situação 
comunicativa determinam as diferentes formas de usar a 
língua. Há dois registros: formal e informal.  
Analise as situações a seguir:
1) Estácio informa: Já estão abertas as inscrições para o curso 
de Graduação em Letras - Licenciatura em Língua 
Portuguesa. Fique atento às datas de ingresso e não perca o 
período de matrícula nas disciplinas.
2) Vocês leram na web, pessoal? Para quem quer ser letrado e 
dar aula de português ou de literatura, a hora é essa. A gente 
precisa se inscrever na Estácio. Os dias de inscrição e de 
matrícula nas disciplinas estão lá. Vamos?
Comentário: Nesse caso, a mesma informação foi transmitida a 
partir de duas modalidades da língua – a escrita e a falada – e 
através de registros distintos – o formal e o informal.
Social: As diferentes formas de falar marcam os grupos sociais 
ou, até mesmo, a faixa etária de determinado conjunto de 
pessoas. O uso de determinado vocabulário marca os grupos 
sociais e as comunidades linguísticas. 
Você se lembra do “sur�sta-executivo” que apresentamos 
anteriormente? Como vimos, sua fala e sua roupa não estavam 
adequadas ao ambiente em que se encontrava: a praia. 
Para se inserir nesse grupo especí�co e validar-se nesse meio 
de forma decisiva, ele deveria não apenas vestir um �gurino 
típico mas também adaptar o uso da língua. 
Associada à vestimenta, a fala mais apropriada à situação seria:
_Que onda cabulosa, cara! E aí? Bora pegar agora ou depois?
-Norma Culta
Quando pensamos em variação linguística, referimo-nos a 
todos os exemplos que acabamos de ver. No entanto, 
independente das diferenças citadas, há uma variedade da 
língua considerada de prestígio e que deve ser utilizada em 
determinadas situações comunicativas: a norma culta. 
MAS O QUE É EXATAMENTE ESSA NORMA CULTA?
É aquela formada por um conjunto de estruturas concebidas 
como corretas, que podem ser usadas tanto para falar quanto 
para escrever. Trata-se da chamada variante padrão. Essa norma 
é tão valorizada socialmente que, quando estão em um 
ambiente mais formal, os indivíduos com alto nível de 
escolaridade procuram monitorar sua fala. 
Vamos entender melhor essa questão...
Em sua opinião, que frase está CORRETA?
A) _A gente vai até lá para conferir de perto.
B) _Nós vamos até lá para conferir de perto.
As duas formas estão corretas, mas há uma diferença entre elas: a 
primeira é coloquial, e a segunda segue a gramática normativa. 
-Forma Marcada da Língua
Vamos entender, agora, como a norma de prestígio funciona.
Como vimos anteriormente, uma das formas em variação no 
português brasileiro contempla a oposição das estruturas a 
gente x nós. 
A ideia básica é de que a expressão A GENTE pode ser usada 
em ambientes informais e o pronome pessoal do caso reto NÓS 
– prescrito pela gramática normativa –, em ambientes formais.
No entanto, precisamos considerar que, quando usada, a forma 
“a gente” deve ser acompanhada do verbo na 3ª pessoa do 
singular: a gente vai. 
Lembra-se daquela variação social sobre a qual conversamos? 
Ela nos mostra que há pessoas, falantes de uma variedade da 
línguachamada de não padrão, que dizem “a gente vamos”.
Isso é o que chamamos de forma marcada, e usá-la permite que 
aqueles que nos ouvem nos de�nam como parte de um grupo 
com baixo nível de escolaridade.
Por exemplo, quando uma emissora de televisão quer delimitar,
linguisticamente, uma personagem desse tipo, introduz, em 
sua fala, algumas marcas. 
É comum, por exemplo, que essa personagem diga:
“Falano” em lugar de “falando” – suprimindo o “d” do gerúndio;
“Eu vou TE falar pra você” em lugar de “Eu vou falar para você”;
“Ni mim” em lugar de “em mim”;
“Eu tavo” em lugar de “eu estava”;
“Pá nóis” em lugar de “para nós”.  
Imagine que um professor universitário entra em sala de aula e 
diz a seus alunos acerca de um encontro com a coordenadora...
_Eu vi ela no corredor.
Você acha que essa frase está errada?
Embora o uso do pronome ELA como objeto direto seja 
comum na fala de muitas pessoas – mesmo escolarizadas –, ele 
não é prescrito pela gramática normativa. 
A forma adequada seria “Eu a vi no corredor”. Usar o pronome 
oblíquo “a” é formal, mas, dependendo do ambiente, o falante 
pode optar por: “Eu vi a coordenadora no corredor”.
-Fala x Escrita
A norma culta deve ser utilizada tanto na fala quanto na escrita. 
Mas será que essas modalidades da língua possuem as mesmas 
características? Certamente, NÃO! Precisamos ter CUIDADO para 
não levar para a escrita aspectos da fala. Analise a manchete abaixo. 
_Professor pode entra em greve contra exame.
Nela, observamos um erro ortográ�co – resultado, 
provavelmente, da in�uência da oralidade. Esse equívoco pode 
ter sido cometido porque, em várias regiões do Brasil, 
costuma-se não pronunciar o R �nal em verbos no in�nitivo, 
conforme explicamos quando tratamos do regionalismo.
A tendência a abreviações é muito grande pela necessidade de 
comunicação rápida, mas, como um caso de variação 
linguística, essas formas abreviadas devem se restringir a tais 
ambientes em que são requeridas. Por isso, é importante 
conhecer conceitos como adequação ao ambiente, 
formalidade, informalidade e variação. Quando nos 
familiarizamos com tais noções, compreendemos que não há 
nada de errado no uso do “internetês”, desde que ele se 
restrinja aos ambientes em que é adequado. 
A escrita é muito importante em nossas complexas relações 
sociais e práticas culturais. Isso quer dizer que o 
comportamento do homem – principalmente urbano – é 
regulado pela escrita. Se pensarmos na esfera pública, por 
exemplo, vamos nos deparar com ofícios, requerimentos, 
memorandos etc.: todos esses documentos têm de ser escritos 
com extremo rigor linguístico, com base na norma culta da 
língua, porque os contextos em que circulam exigem esse 
padrão. Mas nós, brasileiros, ainda temos di�culdade de seguir 
tais regras da Língua Portuguesa por não atentarmos para a 
diversidade sobre a qual discutimos entre fala e escrita.
De acordo com Deonísio da Silva, no livro A Língua Nossa de 
Cada Dia: “Todos se queixam de que português é difícil. O 
brasileiro é chorão?  Não me parece que possa ser de�nida 
como chorona uma nacionalidade marcada pelo carnaval, pelo 
humor e pelo riso puri�cador com os quais suporta males 
seculares. A queixa pode ser assim resumida: a língua falada é 
uma, mas a língua escrita é outra.” 
Com base em Koch e Elias (2009, p. 16), podemos estabelecer 
algumas diferenças entre as modalidades FALA e ESCRITA. 
Vejamos: Isso signi�ca que, quando falamos, planejamos menos 
do que quando escrevemos. Além disso, a fala nos permite 
deixar informações mais implícitas, em função do contexto que 
está ali, diante dos falantes, o que não ocorre na escrita. Por 
isso, a escrita deve ser mais elaborada, planejada e explícita.
Fala: Contextualizada, Implícita, Não Planejada, Pouco 
Elaborada, Predominância de Frases Curtas, Simples ou 
Coordenadas.
Escrita: Descontextualizada, Explícita, Planejada, Elaborada, 
Predominância de Frases Complexas, com Subordinação 
Abundante.
-Norma-padrão x Coloquialismo
Registro Coloquial: 
_Eu vi ela ontem. 
_Isso é muito bom pra gente. 
_O trabalho era uma parada sinistra. 
_Cê tira o negocinho da torneira e conserta ela.
_Todo mundo sabe esse negócio.
_Se retire daqui.
_ O cara veio pra cima de mim berrando.
_ Falta cinco minutos pra acabar a aula.
_ O diretor pediu pra mim vim aqui.
Essa coluna apresenta usos muito comuns na oralidade, mas 
que têm de ser evitados – principalmente em textos escritos. 
Todavia, até mesmo em contextos em que a fala culta é 
requerida, devemos ter o cuidado para não cometermos esses 
desvios.
Registro Culto:
_Eu a vi ontem.
_Isso é muito bom para nós.
_O trabalho era di�cílimo.
_Tire a carrapeta da torneira e conserte-a.
_Todos têm conhecimento dessa questão.
_Retire-se daqui.
_O homem interpelou-me aos gritos.
_Faltam cinco minutos para acabar a aula.
_O diretor pediu para eu vir aqui.
Essa coluna, por sua vez, apresenta os mesmos usos ajustados 
de acordo com a norma culta da língua. 
-Onde x Aonde
Vamos fazer um teste. Qual, entre as frases a seguir, está CORRETA?
_Onde nós vamos?
_Aonde nós vamos?
Quando há, na oração, um verbo que indica movimento – 
como o verbo IR, por exemplo –, o correto é usar AONDE. Mas, 
se a pergunta fosse feita com o verbo ESTAR, o correto seria: 
Onde você está? Sabe por quê? Simples! O verbo ESTAR não 
indica movimento.
-Há x A
Outra dúvida bastante frequente na hora de escrever diz respeito 
ao uso de HÁ e A. Mas saná-la é algo bem simples! Veja... 
HÁ = �exão do verbo HAVER, que pode ser usada no sentido de:
Existir:
_Há dez alunos fazendo a prova.
_Para ela, só há no mundo o neto.
_Quando há paixão, não raro o ciúme surge.
Tempo decorrido ou passado:
_Nós chegamos há duas horas.
_Há cinco anos, deixei de fumar.
_Vivo nesta casa há dez anos.
Atenção! Se o verbo HAVER já indica tempo passado, não há 
necessidade de dizer, por exemplo, “HÁ dez minutos atrás” ou 
“HÁ anos atrás”, pois isso é classi�cado como PLEONASMO, ou 
seja, repetição desnecessária de ideias. Basta a�rmar “HÁ dez 
minutos” ou “HÁ dez anos”. 
Usamos A nas seguintes situações:
Artigo De�nido:
_A aluna não devolveu o trabalho corrigido
_Não podemos nos esquecer de que a universidade forma 
pro�ssionais.
Tempo Futuro:
_Ela chegará daqui a 10 minutos.
_Daqui a pouco, veremos o resultado.
Analise, agora, o seguinte exemplo:
_ ... Daqui há pouco vão querer proibir a globalização.
Se “Daqui há pouco” indica futuro, houve um equívoco na 
escrita com o verbo HAVER. O correto seria: “Daqui a pouco”.
-Mau x Mal
MAL é o oposto de BEM.
MAU é o oposto de BOM.
Partir desse conhecimento para evitar enganos é válido, mas 
podemos compreender os motivos do emprego de cada termo 
em determinadas sentenças. Vamos entender melhor...
1. _O garoto mau ofendeu sua tia.
Observe que, nesse caso, a palavra MAU refere-se ao 
substantivo GAROTO. Logo, trata-se de um adjetivo. Mas e se, 
no lugar dele, usássemos o vocábulo GAROTA? Teríamos a 
seguinte oração:
_A garota má ofendeu sua tia.
A�nal, os adjetivos podem variar em gênero e em número.
2. _O garoto está passando mal.
Nesse caso, MAL é um advérbio. Por isso, não pode sofrer variação. 
Vamos testar essa teoria? Mude o termo GAROTO por GAROTA e 
veri�que se haverá mudança de gênero do vocábulo destacado:
_A garota está passando mal! 
Não houve alteração na palavra em destaque, porque os advérbios 
são invariáveis. Além disso, aqui, MAL não se refere ao substantivo 
GAROTA, mas modi�ca a locução verbal ESTÁ PASSANDO. 
Atenção! A palavra MAL também pode ser um substantivo.
Exemplo: _Este é um mal necessário.
Mas, nesse caso, haverá sempre um determinante qualquer – 
como o artigo inde�nido UM. Além disso, considerando tal 
substantivação – acompanhada de um artigo de�nido ou 
inde�nido –, o mesmo vocábulo pode variar em número. 
Exemplo: _Os males da vida são muitos. 
-Menos x MenasMENAS não existe na Língua Portuguesa.
MENOS é um advérbio, ou seja, uma palavra que exprime uma 
circunstância – nesse caso, de quantidade ou intensidade. E, 
como já vimos, advérbios são invariáveis! 
-Resumo do Conteúdo
Nesta aula, estudamos:
_As noções de língua, linguagem, variação linguística e 
norma-culta;
_As diversas formas de uso da língua;
_A amplitude do uso da norma culta para o cotidiano.
-Referências Desta Aula
KOCH, I. V.; ELIAS, V. M. Ler e escrever: estratégias de produção 
textual. São Paulo: Contexto, 2009.
SILVA, D. da. A língua nossa de cada dia. São Paulo: Novo Século, 2007.

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