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História da Letra de Câmbio Segundo Fran Martins, a origem da letra de câmbio não está devidamente esclarecida, dela só tendo maior conhecimento a partir da Idade Média. Costuma a história desse título ser dividida em três períodos: ➔ o primeiro chamado de período italiano, que vai da Idade Média ao último quartel do século 17; ➔ o segundo, período francês, das Ordenanças do Comércio de 1673, até meados do século 19; ➔ e o último, período alemão, de 1848 aos dias atuais. História da Letra de Câmbio PERÍODO ITALIANO - Dada a diversidade das moedas existentes, havia necessidade de um instrumento que possibilitasse a troca de diferentes moedas, com o intuito de realizar negócios. Surgiu, assim a operação de câmbio ou troca de moedas, exercida pelos cambistas ou banqueiros, pessoas que se especializavam nessas atividades. A troca de moedas por moedas constituía o chamado câmbio manual, sendo a operação imediatamente liquidada. Os mercadores com receio de regressar as sua terras de origem conduzindo avultadas quantias em dinheiro, depositavam as mesmas nas mãos dos banqueiros, estabelecendo com esses que tais importâncias convertidas em moedas diversas deveriam ser entregues em outros lugares que não aqueles em que eram depositadas. História da Letra de Câmbio PERÍODO ITALIANO Para atestar o depósito, os banqueiros emitiam um documento (quirógrafo), carta, em que convertida as moedas, declaravam que pagariam a soma mencionada no lugar designado. Essa carta, que era uma ordem de pagamento, deu origem à letra de câmbio. Esse pagamento poderia ser realizado pelo próprio banqueiro ou por seus correspondentes naqueles outros lugares. O pagamento era feito ao depositante, cujo nome constava do documento, ou a pessoa por esse indicado, que funcionava como seu representante. História da Letra de Câmbio PERÍODO FRANCÊS - Neste período não era o depósito em mãos do banqueiro que dava origem à letra, poderia ser qualquer importância que o sacado devia ou poderia dever, futuramente, ao sacador, proveniente de qualquer transação, como por exemplo, o fornecimento de mercadoria, possibilitava a emissão de letra. A principal característica deste período foi a transformação da letra de câmbio em um instrumento de pagamento, pelas facilidades criadas para a sua circulação, com adoção da cláusula à ordem e do endosso e pela vinculação do sacado à obrigação, com o aceite. História da Letra de Câmbio PERÍODO ALEMÃO - A partir do início do século 19, os jurista começaram a estudar mais profundamente a letra de câmbio e novas interpretações foram dadas ao seu conteúdo. Foi nesse período que a letra de câmbio passou a ser considerada como um verdadeiro título de crédito, que vale por si próprio de acordo com a vontade manifestada pelo subscritor, não mais como um simples meio de pagamento. O direito do seu possuidor é autônomo e abstrato, independente da relação fundamental, ou seja, do negócio que, por acaso, deu origem à letra. RESUMO DA EVOLUÇÃO Divide-se em três períodos. Período FatosMarcantes Italiano os banqueiros emitiam um documento (quirógrafo), carta,emque convertida as moedas, declaravam que pagariam a soma mencionada no lugar designado. Surge oaval. Francês Aprincipal característica foi a transformação da letra de câmbio emuminstrumento de pagamento, de um contrato de fácil circulação,comadoção da cláusula àordem. Regulamenta-se oendosso. Alemão Aletra de câmbio passou a ser considerada comoumverdadeirotítulode crédito, formal, literal e abstrato, que vale por si próprio de acordocoma vontade manifestada pelosubscritor.Acláusula à ordem éimplícita. LEGISLAÇÃO – BRASILEIRA São dois diplomas legais que regulam a letra de câmbio: A chamada Lei Saraiva – Dec.n°2044 de 31 de Dezembro de 1908 que foi derrogado (revogação parcial) pela Convenção de Genebra, também conhecida como Lei Uniforme (Decreto 57.663/66) O Código Civil de 2002 tem valor supletivo (art. 903). O Brasil não aceitou na sua totalidade o texto de Genebra. As reservas foram feitas nos arts. 2,3,5,6,7,9,10, 13,15,16, 17, 19 e 20 do Anexo II, os quais são regulados por lei nacional, Conforme art. 1º do Dec.57.663/1966. OBS.: A letra de câmbio é mais usada em operações de crédito entre financiadoras e comerciantes, enquanto em operações mercantis internas a prazo o título mais comum é a duplicata. Letra de Câmbio Art. 1º D 2.044/1.908 *. A letra de câmbio é uma ordem de pagamento e deve conter requisitos, lançados, por extenso, no contexto: A denominação “letra de câmbio” ou a denominação equivalente na língua em que for emitida. A soma de dinheiro a pagar e a espécie de moeda. O nome da pessoa que deve pagá-la. Esta indicação pode ser inserida abaixo do contexto. O nome da pessoa a quem deve ser paga. A letra pode ser ao portador e também pode ser emitida por ordem e conta de terceiro. O sacador pode designar-se como tomador. A assinatura do próprio punho do sacador ou do mandatário especial. A assinatura deve ser firmada abaixo do contexto. Art. 2º D 2.044/1.908. Não será letra de câmbio o escrito a que faltar qualquer dos requisitos acima enumerados Conceito - Letra de Câmbio Amador Paes de Almeida - “a letra de câmbio é uma ordem de pagamento que o sacador dirige ao sacado para que este pague a importância consignada a um terceiro denominado tomador” Mamede - “a letra de câmbio é um de declaração unilateral Gladston instrumento enunciada em tempo e lugar certos (nela de vontade, afirmados), por meio do qual uma certa pessoa (chamada sacador) que certa pessoa (chamada sacado) pagará, declara pura e simplesmente, a certa pessoa (chamado tomador), uma quantia certa, num local e numa data – ou prazo especificados ou não” Letra de Câmbio Pressuposto para a criação da letra de câmbio: O pressuposto para a criação da letra de câmbio é a existência de direito de crédito de uma pessoa em relação à outra, e, com base nesse direito o credor (sacador), dá ordem de pagamento ao seu devedor na relação causal (sacado), para que lhe pague o valor no vencimento, especificados no título. Sujeitos da Letra de Câmbio Numa letra de câmbio, temos três figuras jurídicas distintas: Beneficiário/tomador ou favorecido - É aquele a quem se deve pagar. É conhecido como beneficiário ou tomador, ou ainda como favorecido. Sacador ou emitente - é aquele que ordena ao Sacado que faça o pagamento. O sacador deverá ter fundos disponíveis em poder do sacado, salvo convenção diferente entre eles. Sacado- É qualquer pessoa física ou jurídica onde o Sacador tenha fundos disponíveis. É aquele que deverá efetuar o pagamento. Letra de Câmbio As três situações jurídicas distintas na letra não precisam, necessariamente, estar ocupadas três pessoas diferentes. Pois, a Lei Uniforme admite, de câmbio por em seu art. 3.º, que a letra seja sacada: à ordem do próprio sacador - o sacador e o tomador são a mesma pessoa, ou seja, a letra é emitida por alguém em seu próprio benefício. sobre o próprio sacador - o sacador e o sacado são a mesma pessoa, ou seja, a letra é emitida pelo sacado contra ele mesmo. Por ordem e conta de terceiro – As três figuras jurídicas são ocupadas por sujeitos de direito também distintos, ou seja, uma pessoa (sacador) ordena que alguém (sacado) pague a outrem (tomador). Requisitos para emissão da Letra de Câmbio Os requisitos essenciais, podem ser definidos em intrínsecos e extrínsecos. (arts. 1.º e 2.º da LUG). Requisitos intrínsecos da letra de câmbio (internos), também chamados subjetivos ou substanciais, são aqueles pertinentes a qualquer negócio jurídico, como capacidade, consentimento, forma e objeto idôneo (art. 104 CC). Se não respeitar tais requisitos, o título será nulo (validade). Art. 104 CC. A validade do negócio jurídico requer: - agente capaz; - objeto lícito, possível, determinado ou determinável; III - forma prescrita ou não defesa em lei. Requisitos para emissão da Letra de Câmbio Os requisitos essenciais, podem ser definidos em intrínsecos e extrínsecos. (arts. 1.º e 2.º da LUG) Requisitos extrínsecos essenciais - São aqueles que a LUG considera imprescindíveis para que o documento valha como uma letra de câmbio. Pois caso falte algum destes requisitos, não terá valor cambiário, mas tão somente servirá de início de prova para o direito comum. (art. 1° e art. 2° do Decreto 2.044/1908, c/c art. 889 CC). Art. 889 CC. Deve o título de crédito conter a data da emissão, a indicação precisa dos direitos que confere, e a assinatura do emitente. Requisitos para emissão da Letra de Câmbio São requisitos extrínsecos essenciais: a) denominação "letra de câmbio" - cláusula cambiária (art. I, 1°, D 2.044/1.908). A expressão “letra de câmbio” deve estar inserida no próprio texto da letra de câmbio e na língua em que foi dada a ordem de pagamento. Não se admite abreviatura ou substituição da expressão letra de câmbio, em face da imposição taxativa da lei. Deve ser escrita na mesma língua em que está expressa a palavra pagará, ou, queira fazer o pagamento. Requisitos para emissão da Letra de Câmbio São requisitos extrínsecos essenciais: b)ordem incondicional de pagamento de quantia determinada (art. 1°, II D 2.044/1.908 - LUG). A ordem de pagamento deve ser pura e simples, não tendo lugar para a inserção de condições suspensivas ou resolutivas. A incondicionalidade do pagamento é pressuposto necessário para a circulação do título de crédito, assim uma cláusula impeditiva à circulação do título violaria o princípio da literalidade. A ordem de pagamento deve ser em quantia determinada, ou seja, aquela que corresponda a uma soma de dinheiro e o valor da letra, deve ser mencionada em moeda nacional. Requisitos para emissão da Letra de Câmbio A jurisprudência admite a emissão da letra de câmbio e de qualquer outro título de crédito – embranco ou incompleta. Esse entendimento, foi consolidado no Enunciado 387 da súmula de jurisprudência dominante do STF, o qual “a cambial emitida ou aceita com omissões ou em branco, pode ser completada pelo credor de boa-fé antes da cobrança ou do protesto”. No mesmo sentido, dispõe art. 891,CC/02, “o título de crédito, incompleto ao tempo da emissão, deve ser preenchido de conformidade com os ajustes realizados”. Requisitos para emissão da Letra de Câmbio São requisitos extrínsecos essenciais: c) nome da pessoa que deve pagar - sacado (art. 1°, III D 2.044/1.908) Deve constar o nome da pessoa, natural ou jurídica, que irá pagar, ou seja, o sacado, que é a pessoa que recebe a ordem do sacador de pagar o título, baseada na relação de crédito que há entre os dois. O nome do sacado pode ser abreviado desde que possível a sua identificação. O nome do sacado pode constar em qualquer lugar do anverso do título, não sendo obrigatório que seja feita no texto. indicar Se o sacado for incapaz absolutamente deverá o representante legal, caso seja relativamente incapaz deverá o aceite ter também a assinatura do seu assistente. Requisitos para emissão da Letra de Câmbio São requisitos extrínsecos essenciais: Pluralidade de sacados: quando várias pessoas são nomeadas sacadas pelo sacador ocorre a pluralidade de sacados. A LUG não trata da hipótese, mas o Decreto 2.044/1908 a admite no art. 10 e art. 20, § 2º. Nesses casos a apresentação deverá ser sucessiva, ainda que os sacados tenham sido nomeados conjunta ou alternativamente. Assim, o portador fará a apresentação ao primeiro sacado e, se este não aceitar, será apresentado ao próximo sacado se este for domiciliado na mesma praça. Art. 10 D 2.044/1908. Sendo dois ou mais os sacados, o portador deve apresentar a letra ao primeiro nomeado; na falta ou recusa do aceite, ao segundo, se estiver domiciliado da mesma praça; assim, sucessivamente, sem embargo da forma da indicação na letra dos nomes sacados Art. 20 D 2.044/1908. A letra deve ser apresentada ao sacado ou ao aceitante para o pagamento, no lugar designado e no dia do vencimento ou, sendo este dia feriado por lei, no primeiro dia útil imediato, sob pena de perder o portador o direito de regresso contra o sacador, endossadores e avalistas. (...) § 2º No caso de recusa ou falta de pagamento pelo aceitante, sendo dois ou mais os sacados, o portador deve apresentar a letra ao primeiro nomeado, se estiver domiciliado na mesma praça; assim sucessivamente, sem embargo da forma da indicação na letra dos nomes dos sacados Requisitos para emissão da Letra de Câmbio São requisitos extrínsecos essenciais: d) O nome do tomador/beneficiário ou à ordem de quem a letra deve ser pagas - (art. 1°, IV D 2.044/1.908) - aquele que irá receber o pagamento do título. A falta de menção do credor originário do documento causa total ineficácia para o direito cambiário, posto que a letra de câmbio ao portador poderia, concorrer com o papel moeda. O art. 1°, IV D 2.044/1.908 admitia os títulos ao portador ("A letra pode ser ao portador"), mas temos a vedação expressa de "qualquer título" "ao portador" (art. 907 CC/cc art. 1° e art. 2° L 8.021/90) Art. 1° L 8.021/1990. A partir da vigência desta lei, fica vedado o pagamento ou resgate de qualquer título ou aplicação, bem como dos seus rendimentos ou ganhos, a beneficiário não identificado. Art. 2° L 8.021/90. A partir da data de publicação desta lei fica vedada: II - a emissão de títulos e a captação de depósitos ou aplicações ao portador ou nominativos-endossáveis; Art. 907 CC/2002. É nulo o título ao portador emitido sem autorização de lei especial Requisitos para emissão da Letra de Câmbio São requisitos extrínsecos essenciais: e) assinatura do sacador (art. 1°, V D 2.044/1.908 e art. 1.8 LUG). Da assinatura do sacador decorre a constituição do crédito, pois o sacador torna-se codevedor da letra de câmbio. Se o sacado não aceitar a ordem que lhe foi dirigida pelo sacador, ou tendo aceito não a cumpriu no vencimento, o credor poderá cobrar o sacador, uma vez atendidas as condições próprias do regime cambial Art. 11 D 2.044/1908. Para a validade do aceite é suficiente a simples assinatura do próprio punho do sacado ou do mandatário especial, no anverso da letra. Art. 14. D 2.044/1908. O pagamento de uma letra de câmbio, independente do aceite e do endosso, pode ser garantido por aval. Para a validade do aval, é suficiente a simples assinatura do próprio punho do avalista ou do mandatário especial, no verso ou no anverso da letra. Requisitos para emissão da Letra de Câmbio São requisitos extrínsecos essenciais: f) data do saque: requisito essencial previsto na LUG (art. 1.7, LUG), mas não para o Decreto 2.044/1908 (art. 1°, D 2.044/1908), não a considerava como requisito de validade do título. O dia e o ano podem ser escritos em algarismos, mas o mês deve ser por extenso. Art.1°. LUG. A letra contém: A indicação da data em que, e do lugar, onde a letra é passada Requisitos para emissão da Letra de Câmbio São requisitos extrínsecos não essenciais - supríveis: São aqueles que na sua ausência não afetam a validade do documento da letra de câmbio, pois, a própria lei irá suprir a ausência destes requisitos (art. 2º LUG): a) época do vencimento (o art. 889 do CC/02 seguiu a mesma orientação da LUG, art. 20, § 1º, primeira parte D 2.044/1908 e art. 2.2 LUG): Não contendo a Letra de Câmbio a época do vencimento, será considerada como pagável à vista, ou seja, título à vista é aquele que se vence com a sua apresentação. Art. 20. D 2.044/1908. A letra deve ser apresentada ao sacado ou ao aceitante para o pagamento, no lugar designado e no dia do vencimento ou, sendo este dia feriado por lei, no primeiro dia útil imediato, sob pena de perder o portador o direito de regresso contra o sacador, endossadores e avalistas. § 1º Será pagável à vista a letra que não indicar a época do vencimento. Será pagável, no lugar mencionado ao pé do nome do sacado, a letra que não indicar o lugar do pagamento. Requisitos para emissão da Letra de Câmbio São nulas as letras com vencimentos diferentes ou sucessivos. O Art. 33 LUG, estatui que a letra de câmbio pode ser passada ou emitida: à vista, a tempo certo da data, a tempo certo da vista; a dia certo A vista; - é o que ocorre no ato de apresentação da letra ao sacado. O sacado toma conhecimento, vê a ordem que lhe é dada e se manifesta a respeito, ou acatando a ordem, o que fará pagando o título, ou recusando. A letra de câmbio à vista se vence no momento que é apresentada ao sacado, ela não tem data fixada para apresentação. A dia certo – no corpo da letra, vem especificando a data exata do pagamento. Somente nesse momento o proprietário, seja o tomador ou um endossatário, se o título passou de proprietário, tem o direito de exigir a importância nela mencionada. Requisitos para emissão da Letra de Câmbio O Art. 33 LUG, estatui que a letra de câmbio pode ser passada ou emitida: à vista, a tempo certo da data, a tempo certo da vista; a dia certo A tempo certo da data - tem seu vencimento em dias, semanas, meses ou anos, a partir do dia de sua emissão. Não havendo dia correspondente ao do saque, vence-se no último dia do mês de pagamento. Ex.: o título foi emitido em 31 de dezembro para vencer-se em dois meses da data, que será fevereiro, porém este mês não tem o dia 31 a letra se vence dia 28 ou se o ano for bissexto, 29, último dia do mês de pagamento. Requisitos para emissão da Letra de Câmbio O Art. 33 LUG, estatui que a letra de câmbio pode ser passada ou emitida: à vista, a tempo certo da data, a tempo certo da vista; a dia certo A tempo certo da vista - conta-se o prazo do vencimento tomando por base a data em que o título foi apresentado ao sacado e ele aceitou, isto é pôs a sua assinatura no título, com isso assumindo a obrigação de efetuar o pagamento na época determinada. A letra deve especificar um prazo para apresentação do título ao sacado, em regra um ano. (art. 22, I da LUG). Este prazo pode ser aumentado ou reduzido pelo sacador ou pelo endossante, conforme art. 23 da LUG. OBS.: se houver a recusa de aceite, ocorrerá o vencimento antecipado da letra de câmbio, situação em que ela se torna imediatamente exigível contra o seu sacador. Requisitos para emissão da Letra de Câmbio São requisitos extrínsecos não essenciais - supríveis: b) lugar do pagamento (art. 20, § 1º, segunda parte D 2.044/1908 e art. 2.3 LUG): Trata-se de requisito acessório, porque, se não constar da letra de câmbio, a lei supre, considerando como sendo o lugar designado ao lado do nome do sacado, que presume ser o lugar do seu domicílio. Art. 2º LUG. O escrito em que faltar algum dos requisitos indicados no artigo anterior não produzirá efeitos, salvo nos casos determinados nas alíneas seguintes: Na falta de indicação especial, o lugar designado ao lado do nome do sacado considera-se como sendo o lugar do pagamento, e, ao mesmo tempo, o lugar do domicilio do sacado. Requisitos para emissão da Letra de Câmbio Art. 20. D 2.044/1908. A letra deve ser apresentada ao sacado ou ao aceitante para o pagamento, no lugar designado e no dia do vencimento ou, sendo este dia feriado por lei, no primeiro dia útil imediato, sob pena de perder o portador o direito de regresso contra o sacador, endossadores e avalistas. § 1º Será pagável à vista a letra que não indicar a época do vencimento. Será pagável, no lugar mencionado ao pé do nome do sacado, a letra que não indicar o lugar do pagamento. Requisitos para emissão da Letra de Câmbio São requisitos extrínsecos não essenciais - supríveis: c) lugar do saque (artigo 1º, nº 7 LUG): que da letra deve constar a indicação da data e do lugar onde a letra é passada. A data é requisito essencial, já o lugar, admite a lei que na ausência de menção, será considerada como tendo sido emitida no lugar designado ao lado do nome do sacador. Havendo omissão do lugar do domicílio do sacador, a letra não terá os efeitos da letra de câmbio,( Art. 2º LUG). Requisitos para emissão da Letra de Câmbio São requisitos extrínsecos não essenciais - supríveis: c) lugar do saque O STF Considera ainda vigente o artigo 54, § 1º do Decreto 2.044/1908, de forma que, em sendo omisso o local ao lado do nome do sacador, não será caso de nulidade do título, porque, segundo o Decreto 2.044/1908, o portador poderá inserir o local do saque. Súmula 387 STF - Cambial Emitida ou Aceita com Omissões, ou em Branco - Complementação pelo Credor de Boa-Fé antes da Cobrança ou do Protesto. A cambial emitida ou aceita com omissões, ou em branco, pode ser completada pelo credor de boa-fé antes da cobrança ou do protesto. Prescrição da Letra de Câmbio O não pagamento da letra no vencimento legitimará a execução forçada do crédito mencionado no título, devendo o credor-exequente observar os limites temporais para a execução direta. (art. 70 da LUG) QUADRO COMPARATIV O DOS PRAZOS PRESCRICIONAIS Devedorcobrado Prazoprescricional Acontar Contraaceitanteeavalista 3anos Dovencimento Contrasacador,endossanteeavalistas 1ano Doprotestoou do vencimento se houveracláusula semdespesa Endossantesunscontraos outrosoucontraosacador 6meses Dopagamentodaletraou doajuizamentodeaçãocontraoendossante Letra de Câmbio Financeira São aquelas que podem ser emitidas pelas instituições financeiras, que são controladas pelo Banco Central, espécie de título público, estão autorizadas a sacar, emitir ou aceitá-las. O valor principal mencionado na letra fica sujeito à correção monetária. A letra deve ser emitida por ordem e conta de terceiros. Letra do Banco Central – é emitido com objetivo de servir de instrumento de política monetária, com base na lei. 4.595/64. Letra do Tesouro Nacional – é emitida para a cobertura de déficit orçamentário, assim como para a realização de operações de crédito por antecipação de receita. Trazer este caso concreto no dia 28/09/2017, Devidamente fundamentado, (vale até 01 ponto para a AV I) Lauro emitiu uma nota promissória com vencimento a dia certo em favor da sociedade empresária W Corretora de Imóveis Ltda. Embora o título esteja assinado pelo emitente, nele não constam a data e o lugar de emissão. Há cláusula de juros remuneratórios, com fixação de taxa anual de 12%. Antes do vencimento, o título recebeu aval em branco prestado por Pedro, irmão de Lauro. Sendo certo que os dados omitidos na nota promissória não foram preenchidos pela sociedade empresária antes da cobrança judicial. Analise a questão com base no estudo do Direito Cambiário. DISCIPLINA EXERCÍCIO 01- . Na Letra de Câmbio, o aceite é declaração do ( )sacado, comprometendo-se a pagar o título no seu vencimento. ( )endossante, comprometendo-se a pagar o título no seu vencimento. ( )sacador, reconhecendo a operação mercantil realizada e comprometendo-se a pagar o título no seu vencimento. d)( ) terceiro beneficiário, reconhecendo a operação mercantil realizada e o seu valor. EXERCÍCIO 1-João Garcia emite, em 17/10/2010, uma Letrade Câmbio contra José Amaro, em favor deMaria Cardoso, que a endossa a Pedro Barros. O título não tem data de seu vencimento. Diante do caso apresentado, na condição de advogado, responda aos itens a seguir, empregando os argumentos jurídicos apropriados e a fundamentação legal pertinente ao caso. Pedro poderá exigir o pagamento da letra de câmbio em face da omissão da data do seu vencimento? Que efeitos podem ser verificados com a transmissão do título por meio do endosso? EXERCÍCIO – 2- Em 9 de novembro de 2010, João da Silva adquiriu, de Maria de Souza, uma TV de 32 polegadas usada, mas em perfeito funcionamento, acertando, pelo negócio, o preço de R$ 1.280,00. Sem ter como pagar o valor integral imediatamente, lembrou-se de ser beneficiário de uma Letra de Câmbio, emitida por seu irmão, José da Silva, no valor de R$ 1.000,00, com vencimento para 27 de dezembro do mesmo ano. Desse modo, João ofereceu pagar, no ato e em espécie, o valor de R$ 280,00 a Maria, bem como endossar a aludida cártula, ressalvando que Maria deveria, ainda, na qualidade de endossatária, procurar Mário Sérgio, o sacado, para o aceite do título. Ansiosa para fechar negócio, Maria concordou com as condições oferecidas e, uma semana depois, em 16 de novembro de 2010, dirigiu-se ao domicílio de Mário Sérgio, conforme orientação de João da Silva... EXERCÍCIO – .... Após a vista, porém, Maria ficou aturdida ao constatar que Mário Sérgio só aceitou o pagamento de R$ 750,00, justificando que esse era o valor devido a José. Sem saber como proceder dali em diante, Maria o(a) procura, como advogado(a), com algumas indagações . Com base no cenário acima, responda aos itens a seguir, empregando os argumentos jurídicos apropriados e a fundamentação legal pertinente ao caso. É válida a limitação do aceite feita por Mário Sérgio ou estará ele obrigado a pagar o valor total da letra de câmbio? Qual é o limite da responsabilidade do emitente do título? Quais as condições por lei exigidas para que ele fique obrigado ao pagamento? CASO CONCRETO 03- CASO CONCRETO: Augusto comprou de Bernardo um apartamento no valor de R$ 200.000,00 (duzentos mil reais) que, com o crédito venda de seu imóvel, também comprou um apartamento, pelo mesmo valor, de seu amigo Cardoso. Por ter ouvido falar em um título capaz de vincular todas as partes, Bernardo lhe procura para prestar as seguintes orientações: É possível a emissão de uma letra de câmbio, a fim de vincular augusto ao pagamento e ainda assim dar garantia a Cardoso? por nunca ter visto uma letra de câmbio, questiona acerca dos requisitos necessários para validade do título em tela. QUESTÃO OBJETIVA: Não é requisito essencial da letra de câmbio: Época do pagamento; Valor Assinatura do emitente; Cláusula à ordem
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