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Sistema de Drenagem Urbana Associação Brasileira de Engenharia Sanitária Ambiental SEÇÃO RIO GRANDE DO NORTE Curso de Saneamento Básico EVOLUÇÃO NO MANEJO DE ÁGUAS PLUVIAIS SISTEMA DE DRENAGEM conjunto da infraestrutura existente em uma cidade coleta, o transporte e o lançamento final das águas superficiais. É constituído por uma série de medidas que visam a minimizar os riscos a que estão expostas as populações, diminuindo os prejuízos causados pelas inundações e possibilitando o desenvolvimento urbano de forma harmônica, articulada e ambientalmente sustentável. SISTEMA DE DRENAGEM Particularidade: I - O escoamento das águas das tormentas sempre ocorrerá, independente de existir ou não sistema de drenagem adequado. A qualidade desse sistema é que determinará se os benefícios ou prejuízos à população serão maiores ou menores. II - Sua solicitação não é permanente, isto ocorre durante e após a ocorrência de tormentas, contrastando com outros melhoramentos públicos que são essencialmente de uso contínuo SISTEMA DE DRENAGEM - OBJETIVOS 1) reduzir a exposição da população e das propriedades ao risco de inundações; 2) reduzir sistematicamente o nível de danos causados pelas inundações; 3) preservar as várzeas não urbanizadas numa condição que minimize as interferências com o escoamento das vazões de cheias, com a sua capacidade de armazenamento, com os ecossistemas aquáticos e terrestres de especial importância e com a interface entre as águas superficiais e subterrâneas; 4) assegurar que as medidas corretivas sejam compatíveis com as metas e objetivos globais da região; 5) minimizar os problemas de erosão e sedimentação; 6) proteger a qualidade ambiental e o bem-estar social; 7) promover a utilização das várzeas para atividades de lazer e contemplação. PRINCÍPIOS a) O sistema de drenagem é parte do sistema ambiental urbano. A urbanização tem potencial para aumentar tanto o volume quanto as vazões do escoamento superficial direto. A influência da ocupação de novas áreas deve ser analisada no contexto da bacia hidrográfica na qual estão inseridas, de modo a se efetuarem os ajustes necessários para minimizar a criação de futuros problemas de inundações. O estabelecimento prévio de metas e objetivos, locais e regionais, é de grande valia na concepção das obras de drenagem de um curso d'água. PRINCÍPIOS b) As várzeas são áreas de armazenamento natural As funções primárias de um curso d'água e de sua várzea associada são a coleta, armazenamento e veiculação das vazões de cheias. Essas funções não podem ser relegadas a um plano secundário em favor de outros usos que se possa imaginar para as várzeas, sem a adoção de medidas compensatórias normalmente onerosas. Respeitada essa restrição, as várzeas têm a potencialidade de contribuir para a melhoria da qualidade da água e do ar, a manutenção de espaços abertos, a preservação de ecossistemas importantes e acomodação de redes de sistemas urbanos adequadamente planejados. PRINCÍPIOS c) Drenagem é um problema de destinação de espaço O volume de água presente em um dado instante numa área urbana não pode ser comprimido ou diminuído. É uma demanda de espaço que deve ser considerada no processo de planejamento. O primeiro passo para sua utilizacão é providenciar meios necessários para seu armazenamento. As áreas para esse fim podem ser planejadas de modo a incorporar valores estéticos locais, assim como espaços para uso recreativo. A água armazenada pode, em determinadas circunstâncias, ser utilizada para irrigação, recarga do lençol freático, incremento de vazões mínimas e, também, abastecimento industrial. PRINCÍPIOS d) As medidas de controle de poluição são parte essencial num plano de drenagem O controle da poluição das águas é essencial para que sejam alcançados os benefícios potenciais que podem oferecer os cursos d'água urbanos e suas várzeas. novos desenvolvimentos não podem aumentar ou acelerar a vazão de pico das condições naturais (ou prévias aos novos loteamentos); considerar o conjunto da bacia hidrográfica para controle da drenagem urbana; buscar evitar a transferência dos impactos para jusante; valorizar as medidas não-estruturais (educação tem papel fundamental); implementar medidas de regulamentação; Implementar instrumentos econômicos. RESUMO PRINCÍPIOS Re-equilíbrio do ciclo hidrológico urbano • Favorecer a infiltração da chuva no solo; • Promover onde possível a reservação temporária das águas pluviais. Fazer com que o ciclo hidrológico em meio urbano tenha volumes d’água nos diversos compartimentos (escoamento superficial, infiltração no solo, evapotranspiração) em níveis análogos à situação de pré-urbanização. PRINCÍPIOS EVOLUÇÃO NO MANEJO DE ÁGUAS PLUVIAIS Lei Federal No 11.445/2007 Marco Regulatório do Saneamento Básico Capítulo I - Dos princípios fundamentais Art. 3º Para os efeitos desta Lei, considera-se d) drenagem e manejo das águas pluviais urbanas: conjunto de atividades, infra-estruturas e instalações operacionais de drenagem urbana de águas pluviais, de transporte, detenção ou retenção para o amortecimento de vazões de cheias, tratamento e disposição final das águas pluviais drenadas nas áreas urbanas EVOLUÇÃO NO MANEJO DE ÁGUAS PLUVIAIS Ampliação do âmbito de trabalho e de ações relativas à drenagem urbana: • drenagem urbana integrada na prática aos problemas ambientais e sanitários das águas urbanas • foco principal ainda é as vazões e volumes de inundações • mas levando-se em conta a qualidade das águas, poluição difusa, transporte e retenção de poluentes, reutilização das águas pluviais urbanas, estética da cidade Lei Federal No 11.445/2007 EVOLUÇÃO NO MANEJO DE ÁGUAS PLUVIAIS Lei Federal No 11.445/2007 Capítulo IX - Da Política Federal de Saneamento Básico Art. 48. A União, no estabelecimento de sua política de saneamento básico, observará as seguintes diretrizes: ... X – adoção da bacia hidrográfica como unidade de referência para o planejamento de suas ações. Dificuldade: Incorporar a visão da bacia no plano municipal EVOLUÇÃO NO MANEJO DE ÁGUAS PLUVIAIS Lei Federal No 11.445/2007 Capítulo VI - Dos aspectos econômicos e sociais Art. 29. Os serviços públicos de saneamento básico terão a sustentabilidade econômico-financeira assegurada, sempre que possível, mediante remuneração pela cobrança dos serviços: ... III – de manejo de águas pluviais urbanas: na forma de tributos, inclusive taxas, em conformidade com o regime de prestação do serviço ou de suas atividades SISTEMA DE DRENAGEM URBANA SISTEMA DE DRENAGEM - composto controle na fonte: = OSD (on site detention); definida pelo escoamento no lote, condomínio ou empreendimento. São constituídos pelos planos de infiltração e trincheiras, pavimentos permeáveis e reservatórios de detenção. devem ser planejados e projetados sob critérios diferenciadosSISTEMA DE DRENAGEM URBANA SISTEMA DE DRENAGEM URBANA Controle da produção do escoamento: † no lote † no sistema viário † a jusante SISTEMA DE DRENAGEM URBANA EXEMPLOS DE CONTROLE NA FONTE No lote EXEMPLOS DE CONTROLE NA FONTE No lote EXEMPLOS DE CONTROLE NA FONTE No lote EXEMPLOS DE CONTROLE NA FONTE No lote EXEMPLOS DE CONTROLE NA FONTE No lote Controle† no sistema viário EXEMPLOS DE CONTROLE NA FONTE Controle† no sistema viário EXEMPLOS DE CONTROLE NA FONTE Controle† no sistema viário EXEMPLOS DE CONTROLE NA FONTE Controle† no sistema viário EXEMPLOS DE CONTROLE NA FONTE Controle† no sistema viário EXEMPLOS DE CONTROLE NA FONTE Controle† no sistema viário Pavimento Poroso EXEMPLOS DE CONTROLE NA FONTE Bacias de detenção Controle† de Jusante EXEMPLOS DE CONTROLE NA FONTE Bacias de detenção Controle† de Jusante EXEMPLOS DE CONTROLE NA FONTE Bacias de detenção/infiltração Controle† de Jusante EXEMPLOS DE CONTROLE NA FONTE Bacias de detenção/infiltração Controle† de Jusante EXEMPLOS DE CONTROLE NA FONTE EXEMPLOS DE MICRODRENAGEM EXEMPLOS DE MICRODRENAGEM Obras clássicas e função (ainda úteis) Sarjetas: faixas de via pública, paralelas e vizinhas ao meio-fio. A calha formada é a receptora das águas pluviais que incidem sobre as vias públicas; Bocas-de-lobo: dispositivos localizados em pontos convenientes, nas sarjetas, para captação de águas pluviais das ruas; Galeria: canalizações públicas usadas para conduzir as águas pluviais provenientes das bocas-de-lobo e das ligações privadas; as galerias pluviais, sempre que possível, deverão ser lançadas sob os passeios; Poço de Visita: dispositivos localizados em pontos convenientes do sistema de galerias para permitirem mudanças de direção, declividade e diâmetro, reunião de vários coletores em cruzamento de ruas, além da inspeção e limpeza das canalizações. EXEMPLOS DE MACRODRENAGEM †Nova tendência - substituição de simples“canalização” por “tratamento de fundos de vale” EXEMPLOS DE MACRODRENAGEM EXEMPLOS DE MACRODRENAGEM TENDÊNCIAS TECNOLÓGICAS TENDÊNCIAS TECNOLÓGICAS Urbanização: problemas diversificados Múltiplas soluções Necessidade de planejamento integrado SISTEMA DE DRENAGEM URBANA MEDIDAS DE CONTROLE NA FONTE ÁREA CONTROLADA MEDIDAS DE CONTROLE NA FONTE RESTRIÇÃO EM FUNÇÃO DA CAPACIDADE DE INFILTRAÇÃO MEDIDAS DE CONTROLE NA FONTE RESTRIÇÃO EM FUNÇÃO DA CONDIÇÕES DE SOLO E AQUÍFERO MEDIDAS DE CONTROLE NA FONTE RESTRIÇÃO EM FUNÇÃO DAS CONDIÇÕES SANITÁRIAS E SEDIMENTOLÓGICAS Para implantar medidas de controle de inundações devem ser consideradas três situações de ocupação: sub-bacia não urbanizada, sub-bacia parcialmente urbanizada, e sub-bacia urbanizada. SISTEMA DE DRENAGEM URBANA SUB-BACIA NÃO URBANIZADA revitalizar o curso d’água com recuperação dos taludes e recomposição da vegetação ciliar; manter o leito em suas condições naturais; Não houve a ocupação na planície de inundação do curso d’água priorizar um plano diretor com o zoneamento da área de inundação visando a estabelecer regras de ocupação de áreas de risco; SUB-BACIA NÃO URBANIZADA implantar interceptores de esgotos viabilizando futuro tratamento; promover o reflorestamento de áreas degradadas para prevenir a erosão e o assoreamento do curso d’água. SUB-BACIA PARCIALMENTE URBANIZADA Haverá necessidade da adoção de medidas de caráter preventivo e emergencial, uma vez que a ocupação começa a se consolidar ao longo do curso d’água. estabelecer o zoneamento das áreas não ocupadas e adoção de medidas para que não ocorram ocupações nas áreas de risco; preservar a faixa não edificante ao longo dos cursos d’água; SUB-BACIA PARCIALMENTE URBANIZADA dotar a legislação municipal com instrumento eficaz que promova retenção e a percolação no solo das águas pluviais no perímetro urbano; tais como valos de infiltração - sistemas de drenos implantados paralelos às ruas, estradas, conjuntos habitacionais; implantar bacias de percolação; implementar o reflorestamento para prevenir a erosão e o assoreamento do curso d’água; SUB-BACIA PARCIALMENTE URBANIZADA implantar programas de educação ambiental; implantar interceptores de esgotos viabilizando futuro tratamento. SUB-BACIA URBANIZADA a ocupação das margens - e mesmo da calha do rio - encontra-se consolidada e, nestes casos, a renaturalização e mesmo uma revalorização ecológica são limitadas, restando ao administrador intervir a montante do trecho, buscando reduzir os picos de vazão. pequenos reservatórios em condomínios, parques, escolas; bacia para amortecimento de cheias; não-pavimentação das ruas; SUB-BACIA URBANIZADA parques e áreas gramados; medidas de apoio à população, sistema de alerta, de evacuação e de atendimento à comunidade atingida; programa de educação ambiental; implantação de interceptores de esgotos, viabilizando futuro tratamento. CONTROLE DAS ÁGUAS • Enfoque Orientado para o Aumento da Condutividade Hidráulica. Os sistemas projetados de acordo com tal enfoque efetuam a coleta das águas do escoamento superficial direto, seguida de imediato e rápido transporte dessas águas até o ponto de despejo, a fim de minimizar os danos e interrupções das atividades dentro da área de coleta. Os princípios são aplicáveis tanto em áreas já urbanizadas, quanto naquelas cujo processo ainda esteja em andamento. Esses sistemas exigem limpeza periódica a fim de que possam funcionar de forma eficiente e de maneira a garantir as condições previstas nos projetos CONTROLE DAS ÁGUAS • Enfoque Orientado para o armazenamento das águas A utilização desse enfoque ainda não é muito comum em sistemas de drenagem urbana. Sua função é a de realizar o armazenamento temporário das águas de escoamento superficial direto no ponto de origem, ou próximo deste, e subseqüente liberação mais lenta dessas águas para jusante. É mais adequado para áreas em fase de desenvolvimento urbano mas pode ser utilizado em áreas já urbanizadas se existirem locais adequados para a implantação de armazenamentos superficiais ou subterrâneos. Exige mais manutenção VANTAGENS E DESVANTAGENS VANTAGENS E DESVANTAGENS VANTAGENS E DESVANTAGENS VANTAGENS E DESVANTAGENS VANTAGENS E DESVANTAGENS MEDIDAS ESTRUTURAIS E NÃO ESTRUTURAIS MEDIDAS ESTRUTURAIS São constituídas por medidas físicas de engenharia destinadas a desviar, deter, reduzir ou escoar com maiorrapidez e menores níveis as águas do escoamento superficial direto, evitando assim os danos e interrupções das atividades causadas pelas inundações. Envolvem, em sua maioria, obras hidráulicas de porte com aplicação maciça de recursos. Entretanto, não são projetadas para propiciar proteção absoluta, pois estas seriam física e economicamente inviáveis na maioria das situações. MEDIDAS ESTRUTURAIS E NÃO ESTRUTURAIS MEDIDAS NÃO ESTRUTURAIS Não utilizam estruturas que alteram o regime de escoamento das águas. São medidas destinadas ao controle do uso e ocupação do solo (nas várzeas e nas bacias) ou à diminuição da vulnerabilidade dos ocupantes das áreas de risco dos efeitos das inundações. Buscam-se maneiras para que as populações passem a conviver melhor com o fenômeno e fiquem melhor preparadas para absorverem o impacto dos prejuízos materiais causados pelas inundações. Envolvem aspectos de natureza cultural, que podem dificultar sua implantação a curto prazo. MEDIDAS ESTRUTURAIS E NÃO ESTRUTURAIS MEDIDAS NÃO ESTRUTURAIS Podem ser agrupadas em: 1) Zoneamento de áreas de inundação e regulação do uso da terra; 2) Construções à prova de inundações; 3) Seguro de enchentes; 4) Previsão e alerta de inundações. MEDIDAS ESTRUTURAIS E NÃO ESTRUTURAIS MEDIDAS DE CONTROLE - RESUMO
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