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DRENAGEM URBANA MSc. Ana Carolina Assmar Belém – PA 2020 FACULDADE ESTÁCIO DE BELÉM CURSOS DE ENGENHARIA CIVIL/AMBIENTAL DISCIPLINA: HIDROLOGIA Contextualização • Avaliar como o acelerado crescimento das populações urbanas nas últimas décadas, que resultou na formação de grandes metrópoles, comprometeu a sustentabilidade hídrica de tais cidades, a qual vem sendo buscada atualmente mediante a realização do planejamento e gerenciamento dos sistemas de drenagem urbana. 2 Contextualização Ao modificarmos um rio, canalizando-o, para aumento do espaço disponível para ocupação urbana, nós o sobrecarregamos, favorecendo a ocorrência de cheias e a diminuição da qualidade das águas pluviais. Como esse tipo de problema pode ser evitado? 3 Medidas de controle e impacto do crescimento urbano no sistema de drenagem Observação importante NÃO ESQUECER A ação antrópica modifica o caminho natural das águas da chuva, impactando, de forma negativa, tanto a população quanto o meio ambiente. 4 Temas relevantes • Principais características da drenagem urbana, assim como a sua importância no controle de cheias. • Aplicação da hidrologia na drenagem urbana, juntamente com a apresentação dos planos diretores de drenagem urbana. • Ciclo de contaminação da água, lixiviação, qualidade das águas urbanas e estruturas para águas pluviais. 5 Urbanização xMeio Ambiente • O crescimento urbano das cidades brasileira tem provocado impactos significativos na população e no meio ambiente. • Estes impactos vêm deteriorando a qualidade de vida da população, devido ao aumento da frequência e do nível das inundações, prejudicando a qualidade da água, e aumento da presença de materiais sólidos no escoamento pluvial. • Estes problemas são desencadeados principalmente pela forma como as cidades se desenvolvem: • Falta de planejamento, • Controle do uso do solo; • Ocupação de áreas de risco; e • Sistemas de drenagem inadequados. 6 Urbanização xMeio Ambiente • Com o desenvolvimento urbano, diversos elementos antrópicos são introduzidos na bacia hidrográfica e passam a atuar sobre o ambiente. • Alguns dos principais problemas são: • Impacto da urbanização no ciclo hidrológico • Ciclo de contaminação da água • Inundações 7 Impacto no ciclo hidrológico • Desenvolvimento de grandes centros urbanos → modificação da cobertura vegetal → alteração dos componentes do ciclo hidrológico natural; • Substituição da cobertura da bacia → adoção de pavimentos impermeáveis + introdução de condutos para escoamento pluvial → consequências: • Diminuição da infiltração no solo; • Aumento do escoamento superficial; • Redução do nível do lençol freático; • Redução do escoamento subterrâneo; • Diminuição da qualidade da água dos aquíferos subterrâneos; • Redução da evapotranspiração. 8 Alteração da cobertura florestal Impacto no ciclo hidrológico • Alteração da cobertura vegetal → capacidade de infiltração das vias pavimentadas extremamente baixa → inevitável diminuição do volume de água que vai infiltrar no solo. • Quantidade de água que deixa de sofrer infiltração permanece na superfície→ aumento do escoamento superficial. • Menor infiltração → diminuição do nível do lençol freático por falta de alimentação (especialmente quando a área urbana é muito grande)→ redução do escoamento subterrâneo. 9 Impacto no ciclo hidrológico • Vazamentos na rede de abastecimento de água → alimentação dos aquíferos→ possibilidade de contaminação; • Superfície urbana não retém água como a cobertura vegetal → ocorrência da redução da evapotranspiração das folhagens e do solo. 10 Urbanização xMeio Ambiente 11 Urbanização xMeio Ambiente 12 Urbanização xMeio Ambiente • Outro exemplo de alteração de características naturais consequentes do desenvolvimento urbano é o aumento da temperatura em bacias hidrográficas; Por que? • Superfícies impermeáveis nas cidades, como o concreto e o asfalto, têm elevada capacidade de absorção de radiação solar, fazendo com que ocorra o aumento da emissão de radiação térmica de volta para o ambiente, que se dá na forma de calor; Há alguma relação com eventos de cheias e inundações? • O aumento da temperatura do meio → movimento ascendente da massa de ar quente → aumento da precipitação → favorecimento da ocorrência de eventos de cheias e inundações. 13 Urbanização xMeio Ambiente 14 Urbanização xMeio Ambiente • Outro impacto ambiental da urbanização é o aumento de sedimentos e de material sólido; • Resultado de diversas ações, como as construções de casas, edifícios, ruas, avenidas, rodovias, limpeza de terrenos para realização de novas construções, entre outras; • O maior aporte de sedimentos gera uma série de problemas ao meio ambiente. Os principais são: • Assoreamento dos rios e lagos urbanos, • Transporte de poluentes que se encontram combinados aos sedimentos, causando a deterioração da qualidade das águas pluviais, • Aumento da produção de lixo. 15 Urbanização xMeio Ambiente Assoreamento • “Obstrução da barreira de um rio ou de um porto, provocada pela acumulação de areias ou de terras, geralmente causada por enchentes, construções ou outras alterações na bacia hidrográfica”. • Processo em que se observa no leito dos rios acúmulo de detritos, lixo, entulho ou outros materiais. No fundo dos rios e lagoas, esse acúmulo interfere na topografia de seus leitos impedindo-os de portar todo o seu volume hídrico, provocando transbordamento em épocas de grande quantidade de chuvas. 16 Urbanização xMeio Ambiente Assoreamento 17 Urbanização xMeio Ambiente • A contaminação dos aquíferos é outro impacto resultante da urbanização e pode ocorrer, por exemplo, a partir de: • Rede coletora da água pluvial • Disposição incorreta e ilegal de lixo em lixões • Utilização inadequada de fossas sépticas como destino final de efluentes 18 Urbanização xMeio Ambiente Lixiviação • Processo pelo qual os elementos químicos do solo migram, de forma passiva, das camadas mais superficiais para as camadas mais profundas, em decorrência de um processo de lavagem devido à ação da água da chuva ou de irrigação. • Nas regiões de clima úmido, os solos tornam-se estéreis com poucos anos de uso, devido, em grande parte, aos efeitos da lixiviação. A lixiviação também ocorre em vazadouros e aterros de resíduos, quando são dissolvidos e carreados certos poluentes ali presentes para os corpos d'água superficiais e subterrâneos. 19 Ciclo de contaminação da água Contaminação • Ocorre quando alguma substância estranha ao meio está presente. Poluição • Alteração de alguma característica ambiental cujos efeitos negativos a comunidade exposta é incapaz de neutralizar, sendo algum tipo de risco identificado (ROCHA et al., 2009). 20 Ciclo de contaminação da água Fontes de poluição da água Pontuais: • Introduzidas por meio de lançamentos individualizados, como: • Lançamento de esgotos sanitários ou de efluentes industriais, • Derramamentos acidentais, • Atividade de mineração etc. • Cargas pontuais são facilmente identificadas e, portanto, seu controle é mais eficiente e mais rápido. Não pontuais ou difusas: • Não apresentam um ponto de lançamento específico, ou seja, não são oriundas de um ponto preciso de geração, tornando-se assim de difícil controle e identificação. Exemplos: • Práticas agrícolas, • Deposições atmosféricas, • Trabalhos de construção, • Enxurradas em solo etc. 21 Ciclo de contaminação da água 22 Ciclo de contaminação da água 23 Inundações • Segundo Tucci (2005), as inundações em áreas urbanas são consequência de dois processos, que podem ocorrer isoladamente ou de forma conjunta. • Área ribeirinha • Devido urbanização 24 Inundações Área ribeirinha • Os rios possuem, de forma geral, dois leitos. • O leito menor é aquele por onde a água escoa na maior parte do tempo, enquanto que o leito maior sofre inundação em média a cada dois anos. • O impacto devido à inundação ocorre quando a população ocupao leito maior do rio, ficando sujeita às enchentes. 25 Inundações Área ribeirinha 26 Inundações Devido à urbanização • Ocupação do solo, com consequente impermeabilização das superfícies e implementação de rede de drenagem, faz com que aumentem a magnitude das inundações, bem como a sua frequência. • O desenvolvimento urbano pode também produzir obstruções ao escoamento como aterros, pontes, drenagens inadequadas, entupimentos em condutos e assoreamento. 27 Inundações 28 Inundações As enchentes em áreas ribeirinhas ocorrem, principalmente, mediante a ocorrência de processo natural no qual o rio ocupa o seu leito maior, de acordo com os eventos de precipitação intensa. Esse tipo de enchente, normalmente, ocorre em bacias grandes (com áreas superiores a 500 km²) e é decorrência do processo natural. Os impactos sobre a população são causados, principalmente, pela ocupação inadequada do espaço urbano. Esses cenários decorrem, em geral, dos seguintes aspectos: inexistência de restrição quanto ao loteamento de áreas de risco de inundação no Plano Diretor Urbano de quase todas as cidades brasileiras, resultando na invasão de áreas ribeirinhas, que pertencem ao poder público, pela população de baixa renda. A ocupação de áreas de médio risco também é problemática, mesmo sendo as mesmas atingidas com frequência menor pelo evento crítico da inundação. 29 Inundações • Com o desenvolvimento urbano, as modificações hidrológicas correspondentes são fatalmente observadas: • Aumento considerável nos volumes escoados; • Alterações nos hidrogramas de cheias, principalmente devido ao crescimento de áreas impermeáveis. • Os principais efeitos da urbanização são o aumento da vazão máxima, a antecipação do pico e o aumento do volume do escoamento superficial. 30 Inundações 31 O hidrograma é a representação gráfica da variação da vazão (Q, m³/s ou L/s) ao longo do tempo (minutos, horas, dias). Costuma-se representar um hidrograma em escala gráfica, colocando no eixo das abscissas o tempo, e no eixo das ordenadas o valor correspondente de vazão. Os principais efeitos são: aumento da vazão máxima, antecipação do pico e o aumento do volume do escoamento superficial. Inundações 32 Inundações 33 Drenagem urbana CONCEITO • Drenagem é o termo usado para as instalações utilizadas para promover o escoamento da quantidade de água que se encontra em excesso. • A água pode encontrar-se em excesso em diversos locais e eventos, tanto na zona rural como na zona urbana. • O caminho que a água da chuva percorre sobre uma superfície pode ser bem definido, ou não. • Após a fundação de uma cidade, o percurso desordenado das águas de dilúvios passa a ser apontado pelo formato das ruas e acaba se comportando, tanto quantitativa como qualitativamente, de forma bem distinta de seu comportamento natural. 34 Drenagem urbana • Faz parte do conjunto de melhoramentos públicos existentes em uma área urbana, como iluminação pública, pavimentação de ruas, guias e passeios, parques, áreas de lazer, entre outros. • Distinção do sistema de drenagem: o escoamento das águas das chuvas vai acontecer sempre, seja na presença, seja na ausência de um sistema de drenagem adequado. • Quando esse último se faz presente, a sua qualidade é que vai determinar se os benefícios ou prejuízos à população serão maiores ou menores. 35 Sistema de Drenagem Urbana • As correntes de água que se formam a partir da chuva que cai sobre as vias públicas desembocam nos bueiros localizados nas calçadas. • Essa água (somadas àquela da rede pública que vem dos coletores primários localizados nas praças e das calhas dos topos das casas e prédios) é escoada pelo conjunto de tubulações que disponibiliza água aos coletores secundários, através dos quais a água atinge um local chamado de “fundo do vale”. 36 Inundações MEDIDAS DE CONTROLE DE INUNDAÇÕES Estruturais • Incluem a modificação estrutural do rio, mediante a realização de obras hidráulicas como barragens, diques e canalização, entre outros. Não estruturais • Realizadas sem a transformação do rio através de ações preventivas, como zoneamento de áreas de inundação, sistema de alerta ligada à Defesa Civil e seguros. ➢ Para o controle da inundação de forma eficaz torna-se necessária a combinação de medidas estruturais e não estruturais, para garantir o mínimo de prejuízo possível para a população, bem como a sua convivência harmoniosa com o rio (BARBOSA, 2006). 37 Plano Diretor de Drenagem Urbana → inclusão da sustentabilidade Drenagem urbana Com relação à drenagem urbana, pode-se dizer que existem duas condutas que tendem a agravar ainda mais a situação: • Os projetos de drenagem urbana têm como filosofia escoar a água precipitada o mais rapidamente possível para jusante. Este critério aumenta em várias ordens de magnitude a vazão máxima, a frequência e o nível de inundação de jusante; • As áreas ribeirinhas, que o rio utiliza durante os períodos chuvosos como zona de passagem da inundação, têm sido ocupadas pela população com construções e aterros, reduzindo a capacidade de escoamento. A ocupação destas áreas de risco resulta em prejuízos evidentes quando o rio inunda seu leito maior. 38 Drenagem urbana Para alterar esta tendência é necessário adotar princípios de controle de enchentes que considerem o seguinte: • O aumento de vazão devido à urbanização não deve ser transferido para jusante; • Deve-se priorizar a recuperação da infiltração natural da bacia, visando a redução dos impactos ambientais; • A bacia hidrográfica deve ser o domínio físico de avaliação dos impactos resultantes de novos empreendimentos, visto que a água não respeita limites políticos; • O horizonte de avaliação deve contemplar futuras ocupações urbanas; • As áreas ribeirinhas somente poderão ser ocupadas a partir de um zoneamento que contemple as condições de enchentes; • As medidas de controle devem ser preferencialmente não-estruturais. 39 Drenagem urbana • Para a implementação destes padrões de controle, que busquem uma visão de desenvolvimento sustentável no ambiente urbano, é necessário um Plano Diretor de Drenagem Urbana. • Neste plano devem ser tratados assuntos como a caracterização do desenvolvimento de um local, planejamento da drenagem urbana em etapas, vazões e volumes máximos para várias probabilidades de ocorrência, verificação da possibilidade de utilização de reservatório para amortecimento de cheias (critérios de dimensionamento, tamanhos, localização, condições de escoamento), medidas para melhorar a qualidade da água, regulamentações pertinentes. • Todos estes itens devem ser desenvolvidos em consistência com objetivos secundários como recreação pública, limpeza, proteção pública e recarga subterrânea (ASCE, 1992). 40 Plano Diretor de Drenagem Urbana - PDDU • Faz parte do Plano de Desenvolvimento Urbano e Ambiental (PDDUA) de uma cidade; • Tem como meta principal a criação de mecanismos de gestão da infraestrutura urbana, pertinentes ao escoamento das águas pluviais, dos rios e córregos em áreas urbanas. • Visa evitar perdas econômicas, melhorar as condições de saneamento e qualidade do meio ambiente da cidade, dentro de princípios econômicos, sociais e ambientais definidos pelo PDDUA (TUCCI, 2005). • Principais ferramentas: • Regulamentação dos novos empreendimentos; • Planos de controle estrutural e não-estrutural para os impactos existentes nas bacias urbanas da cidade; • Manual de drenagem urbana. 41 Plano Diretor de Drenagem Urbana - PDDU • A Regulamentação consiste de um decreto municipal que estabeleça os critérios básicos para o desenvolvimento da drenagem urbana para novos empreendimentos na cidade. • Esta regulamentação tem o objetivo de evitar que os impactos indesejáveis, devidos à implantação da edificação e parcelamento do solo com drenagem inadequada, sejam gerados na cidades. • O Plano de Controle estabelece as alternativas de controle de cada bacia da cidade, reduzindo o riscode ocorrência de inundação na mesma. • O Manual de Drenagem representa o documento que orienta a implementação dos projetos de drenagem na cidade. 42 Sistema de Drenagem Urbana O destino da água contida no fundo do vale é determinado pelo chamado Sistema de Macrodrenagem; O caminho percorrido pela água da chuva até atingir o “fundo do vale” é denominado de Sistema de Microdrenagem. 43 Fundo de vale é o ponto mais baixo de um relevo acidentado, por onde escoam as águas das chuvas. O fundo de vale forma uma calha e recebe a água proveniente de todo seu entorno e de calhas secundárias. Com a ocupação urbana estas calhas são canalizadas e ocultadas sob a pavimentação das avenidas. Sistema de Drenagem Urbana • Essencial para a manutenção do equilíbrio hídrico em uma bacia hidrográfica; • As medidas de controle para as redes de drenagem urbana devem possuir duas metas, que são: o controle do aumento da vazão máxima e a melhoria das condições ambientais; • As medidas de controle do escoamento em um sistema de drenagem são classificadas como “na fonte”, microdrenagem e macrodrenagem. 44 Sistema de Drenagem Urbana As principais medidas de controle em um sistema de drenagem pluvial são: • Aumento da infiltração por meio do uso de dispositivos como pavimentos permeáveis, valo de infiltração, etc. • Estes dispositivos, que contribuem para a redução do escoamento superficial nas áreas impermeáveis, são aplicados somente na fonte; • Armazenamento de água mediante a criação de reservatórios de lotes que amortecem o escoamento de água reduzindo a vazão de pico. 45 Sistema de Drenagem Urbana As principais medidas de controle em um sistema de drenagem pluvial são: • Ampliação da capacidade de escoamento através da modificação de variáveis como área, rugosidade da seção do escoamento e a declividade, possibilitando o aumento da vazão e redução do nível. • Esta medida, apesar de muito utilizada, somente transfere para jusante o aumento da vazão, demandando o aumento da capacidade de escoamento ao longo de todo o sistema de drenagem, encarecendo significativamente a sua construção e manutenção. 46 Sistema de Drenagem Urbana Drenagem “na fonte” • Inclui o escoamento que se dá em empreendimentos individuais como é o caso de condomínios, lotes, estacionamentos, área comercial, parques, praças e passeios. Microdrenagem • Consiste no sistema de condutos pluviais ou canais em um loteamento ou de rede primária urbana. Tal sistema de drenagem é projetado visando-se suprir a drenagem de chuvas com risco moderado. Macrodrenagem • Abrange os sistemas coletores de variados sistemas de microdrenagem. 47 Sistema de Drenagem Urbana “NA FONTE” • O sistema de drenagem de um terreno, condomínio ou outro empreendimento individualizado, como estacionamento, parques e passeios é chamado de drenagem “na fonte”; • Diferentes dispositivos, que mantenham a vazão de saída do lote ou loteamento com valor igual ou menor que a vazão de pré- desenvolvimento (vazão antes da urbanização), podem ser adotados para o controle na fonte. • Esses dispositivos devem aumentar a área de infiltração por meio de valas, poços e bacias de infiltração, trincheiras de infiltração ou bacias de percolação, pavimentos permeáveis e mantas de infiltração e armazenar a água temporariamente em reservatórios locais. 48 Sistema de Drenagem Urbana “NA FONTE” Existem condições físicas que devem ser respeitadas para utilização dos dispositivos, como: a profundidade do lençol freático no período chuvoso deve ser maior que 1,20m; a camada impermeável deve estar a mais de 1,20m de profundidade; e a taxa de infiltração do solo quando saturado não pode ser maior do que 7,6 mm/h (TUCCI,2005). 49 Sistema de Drenagem Urbana 50 Sistema de Drenagem Urbana MICRODRENAGEM • Composta pelo sistema de condutos pluviais em nível de loteamento ou de rede primária urbana; • Pode-se afirmar que o sistema de microdrenagem é o primeiro a entrar em contato com as águas de chuva após elas encontrarem o solo; • Em termos genéricos, o sistema da microdrenagem faz-se necessário para criar condições razoáveis de circulação de veículos e pedestres numa área urbana, por ocasião de ocorrência de chuvas frequentes; • Elementos principais: meio-fios, sarjetas, bocas de lobo, poços de visita, galerias, condutos forçados, estações de bombeamento e sarjetões (NETO, 2006). 51 Sistema de Drenagem Urbana MICRODRENAGEM A principal função do sistema de Microdrenagem é coletar e conduzir a água pluvial apenas de redes primárias de drenagem municipal, como ruas e loteamentos que envolvem a parte da drenagem urbana, até o sistema de Macrodrenagem, além de retirar a água pluvial dos pavimentos das vias públicas, evitar alagamentos, oferecer segurança aos pedestres e motoristas, e evitar ou reduzir danos. 52 Sistema de Drenagem Urbana MICRODRENAGEM • O dimensionamento de uma rede de condutos pluviais é baseado nas seguintes etapas: • Subdivisão da área e traçado; • Determinação das vazões que afluem à rede de condutos; • Dimensionamento da rede de condutos. 53 Sistema de Drenagem Urbana MICRODRENAGEM • Meio-fio ou guia: constituídos de blocos de concreto ou de pedra, localizados entre a via pública e a calçada, com sua face superior nivelada com a calçada, formando uma faixa paralela ao eixo da via pública; • Sarjetas: faixas constituídas pelo limite da via pública com os meio-fios, formando uma calha coletora das águas da chuva provenientes da rua; • Bocas de lobo (BL): consistem nos dispositivos de captação das águas pluviais localizados em pontos convenientes das sarjetas; • Poços de visita (PV): dispositivos alocados em pontos convenientes do sistema de galerias, para permitir sua inspeção e limpeza dos condutos subterrâneos, além de mudanças de direção, declividade e diâmetro; 54 Sistema de Drenagem Urbana MICRODRENAGEM • Galerias: canalizações públicas para conduzir e escoar as águas pluviais advindas das ligações privadas e das bocas de lobo; • Condutos forçados e estações de bombeamento: conjunto de obras utilizados no caso de o escoamento por gravidade não ser possível para realização da retirada da água de um canal de drenagem para outro mais elevado ou para o receptor final da drenagem; • Sarjetões: formados pela própria pavimentação nos cruzamentos das vias públicas, através de calhas destinadas a orientar o volume das águas que escoam pelas sarjetas; • Caixas de ligação (CL): tubulações destinadas a conduzir as águas pluviais captadas nas bocas-de-lobo para as galerias ou poços de visita. 55 Sistema de Drenagem Urbana MICRODRENAGEM • Para elaboração de um projeto de microdrenagem, deve-se ter: • As plantas da bacia hidrográfica; • Dados sobre a urbanização; • Informações sobre o curso receptor. ➢ A rede coletora deve ser projetada buscando-se, sempre que possível, a opção econômica mais viável, e respeitando-se as normas e peculiaridades de cada região. 56 Sistema de Drenagem Urbana MICRODRENAGEM 57 Sistema de Drenagem Urbana MICRODRENAGEM 58 Sistema de Drenagem Urbana MICRODRENAGEM 59 Sistema de Drenagem Urbana MACRODRENAGEM • Condução final das águas captadas pela drenagem primária (ou microdrenagem); • Em uma região urbana, a macrodrenagem corresponde à rede de drenagem natural pré-existente nos terrenos antes da ocupação, englobando os canais naturais, como riachos e rios; • Aumento da urbanização e obras de microdrenagem → aumento da vazão que é conduzida aos elementos de macrodrenagem; seja por aumento da impermeabilização e/ou redução dos tempos de concentração; • Dessa forma, a configuração natural desses canais pode requerer intervenção para ampliação ou manutenção. Esta última, principalmente para remoção de sedimentos e lixo. 60 Sistema de Drenagem Urbana MACRODRENAGEM • Condução 61 Sistema de Drenagem Urbana MACRODRENAGEM • Inclui o sistema de córregos urbanos, naturais ou canalizados (a céu aberto ouem galerias), capazes de drenar áreas maiores do que km, nas quais o escoamento é originado em regiões urbanizadas e não urbanizadas. • O planejamento da drenagem urbana na macrodrenagem abrange a definição de cenários, medidas de planejamento do controle de macrodrenagem e estudos de alternativas de projeto (TUCCI, 2005). • As principais alternativas de controle são: o amortecimento com reservatório de detenção ou retenção e o aumento da capacidade de escoamento do sistema de drenagem. 62 Sistema de Drenagem Urbana MACRODRENAGEM • No desenvolvimento do planejamento de controle da drenagem urbana de uma bacia, as seguintes etapas são recomendadas: • Caracterização da bacia • Definição dos cenários • Simulação dos cenários • Seleção de alternativas para controle • Simulação do cenário definido • Avaliação da qualidade da água • Avaliação econômica • Seleção da alternativa 63 Sistema de Drenagem Urbana MACRODRENAGEM 64 Atividade • Cite quais fenômenos do ciclo hidrológico são alterados com o desenvolvimento urbano e quais são os impactos ambientais resultantes de tais alterações. • Considerando o processo de inundação, explique como o homem influi para a ocorrência desse evento. • Quais são os tipos de medidas de controle usadas para prevenir as inundações? • Do que é composto o sistema de drenagem urbana? Qual é a sua função? • Qual é a função de um Plano Diretor de Drenagem Urbana? 65 Reflexão Você já pensou em como o problema da impermeabilização causada pela utilização de concreto e materiais similares nas vias de grandes centros urbanos poderia ser resolvido? Veja só como o ecopavimento pode contribuir para resolução desse problema: http://blogdopetcivil.com/2011/01/27/ecopavimento-e-concreto- permeavel/ 66 Sugestão de leitura Leia o artigo intitulado de “Drenagem Urbana Sustentável” para maiores detalhes sobre os princípios de ação que possibilitam a recomposição do setor de drenagem e o controle de enchentes urbanas, considerando-se o contexto atual de uma política pública e elementos técnicos específicos sob a perspectiva da sustentabilidade (POMPÊO, 2000). Para entender mais sobre as novas técnicas sustentáveis na gestão dos sistemas de drenagem urbana, confira o livro “Drenagem Urbana e Controle de Enchentes” do engenheiro Aluísio Canholi, responsável pela introdução dos reservatórios de detenção urbanos, popularmente conhecidos por “piscinões” no Brasil, e o responsável técnico por um dos maiores trabalhos de planejamento feitos no País: o Plano Diretor de Macrodrenagem da Bacia do Alto Tietê, uma das regiões mais problemáticas do mundo em termos de recursos hídricos (CANHOLI, 2005). 67
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