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1 PÓS 2 1- Definição Naturais: Mineral, Vegetal e Animal Sintéticos Pó é uma FF finamente dividida e seca obtida por divisão mecânica 3 I-Administração direta ou Intermediário de processo • Administração direta de fármacos; • Preparação de outras formas farmacêuticas. Pós Sólidas Semi-sólidas Líquidas Grânulos Cápsulas Comprimidos Pomadas Pastas Supositórios Óvulos Soluções Suspensões 2-Usos 4 Interno: via gastrintestinal (deglutidos após reconstituição com água) Antiácidos: Bicarbonato de sódio, Sal de fruta (Eno®), Estomazil® Laxante: Cascara sagrada (fitoterápico) Suplemento alimentar: aminoácidos e carboidratos (aumento da massa muscular) Pós para inalação: administração pulmonar (dispositivos que permitem a inalação de partículas do fármaco, partículas < 2 m alcançam alvéolos ) II- Interno x externo Insulina Inalável: diabetes 5 LIBERAÇÃO PULMONAR 6 ANATOFISIOLOGIA Rota: faringe, laringe, traqueia, bronquíolos, alvéolos Mucosa fina (unicamada), úmida, ricamente vascularizada (permite respiração) Partículas < 2 m (tópica ou sistêmica) 7 • Tratamento de doenças das vias aéreas (ação tópica ou local) – Exemplos: Asma brônquica, Fibrose pulmonar – Vantagens: • Rapidez de início de ação • Redução de doses – redução de efeitos sistêmicos adversos, redução de custos • Resolução de problemas de absorção oral • Redução do efeito de 1ª passagem (metabolismo hepático que reduz biodisponibilidade) ADMINISTRAÇÃO PULMONAR 8 • Via alternativa a administração de fármacos (ação sistêmica) – Grande área de superfície, mucosa fina, rica vascularização, umidade abundante que permite a dissolução do fármaco – Exemplos: Insulina e hormônio de crescimento (problemas de biodisponibilidade oral) ADMINISTRAÇÃO PULMONAR 9 • Deposição das partículas nas vias aéreas (mas em qual região?); • Eficácia dos aerossóis: dispersões líquidas-ar ou sólidas/ar; • Depende da capacidade das partículas alcançarem os alvéolos: tamanho < 2 µm para exclusiva deposição alveolar •Mecanismos de deposição das partículas Sedimentação gravitacional; Impacto (partículas > 2 µm): depositam por impactação na traquéia e brônquios; Difusão Browniana: da região mais para a menos concentrada em partículas •Padrão de inspiração: regular, irregular, paciente doente / pode gerar doses não homogêneas ABSORÇÃO PULMONAR 10 – Compostos hidrofóbicos • absorção dependente de coeficiente de partilha o/a – Compostos hidrofílicos • absorção dependente da dimensão molecular • forma não ionizada mais permeável – Influência da formulação • Absorção mais rápida - Soluções ou pós de sais aquosos • Absorção mais lenta - Suspensões, pós ou sais menos solúveis – Clearance das partículas inaladas do fármaco Deposição nas vias aéreas ciliadas - eliminação em 24 horas e passagem do muco com as partículas para o TGI Partículas insolúveis que penetrem até aos alvéolos -remoção mais lenta devido a profundidade ABSORÇÃO PULMONAR 11 ADMINISTRAÇÃO PULMONAR FORMA FARMACÊUTICA Pós secos ou Líquidos (gotículas) Bombinhas de asma Dispositivos com gás propelente gotículas líquidas Dispositivos sem gás propelente Inspiração de partículas 12 Inaladores de pós secos sem gás propelente • Dispositivo mais simples e barato; • O fármaco é inalado sob a forma de nuvem de partículas sólidas aerotransportáveis • Vantagens – Sem gás propulsor, apenas inclui um excipiente geralmente lactose (melhor escoamento e dissolução) – Acionados pela inspiração – Sem problemas de coordenação motora (acionar o dispositivo e inspirar) – Permitem doses superiores (cápsulas contendo pó para inalação) ADMINISTRAÇÃO PULMONAR 13 Partícula < 2 µm ADMINISTRAÇÃO PULMONAR Inaladores de pós secos sem gás propelente 14 Cápsulas com pó para inalação ADMINISTRAÇÃO PULMONAR Inaladores de pós secos sem gás propelente 15 Destrave o dispositivo Observe o número de doses existentes ADMINISTRAÇÃO PULMONAR Inaladores de pós secos sem gás propelente Empurre o pino para armar uma dose observando a diminuição do número de doses Aspire profundamente o pó medicamentoso Trave o dispositivo Lave as mão e lábios Beba água Seretide Salmeterol e Fluticasona Pó inalável Asma brônquica 16 • Desvantagens dos inaladores de pó seco – Dependem da capacidade do doente para inalar (variável, doses não homogêneas). – Aumento do fluxo de ar turbulento pode levar a deposição por impacto nas vias aéreas superiores (absorção deficiente). – Exposição do pó seco ao ar úmido pode reduzir estabilidade. ADMINISTRAÇÃO PULMONAR 17 Insulina Inalável (Exubera, Pfiser): diabetes ADMINISTRAÇÃO PULMONAR Inaladores de pós secos com gás propelente Retirado do mercado Alegação da empresa: caro (R$100,00) dobro do preço do tratamento sem vantagens Erro de Marketing??? Dispositivo misto Gás para dispersão das partículas e inspiração 18 Novas pesquisas: Insulina Inalável diabetes ADMINISTRAÇÃO PULMONAR Inaladores de pós secos sem gás propelente Insulina complexada com zinco (Zn) Hexameros liberam monômeros para dissolução Início de ação mais rápida e efeito prolongado Cintilografia de pulmão Micropartículas marcadas com elemento radioativo Micropartículas < 2 µm alcançam pulmão > 2 impactam na traquéia, faringe e laringe ADMINISTRAÇÃO PULMONAR Inaladores gotículas Broncodilatadores para asma (bombinhas) Aerossol para Nome comercial Categoria inalação de Albuterol Proventil Agonista β-adrenérgico Brometo de Atrovent Agente anticolinérgico ipratrópio Sulfato de Azmacort Corticóide terbutalina 20 ADMINISTRAÇÃO PULMONAR NEBULIZADORES Sistema de ultrasom capaz de dispersar a solução do fármaco na forma de gotículas no ar que são aspiradas. Gotículas < 2 m podem alcançar os pulmões, provocando broncodilatação Atrovent gotas utilizados em nebulizadores 21 Externo: administração tópica (aplicados na superfície da pele e mucosas) Antiséptico: Tênis pé Baruel, Polvilho antisséptico Granado Antimicrobiano: Sulfas (sulfadiazina de prata) (feridas e queimaduras), Vodol® (pó) (micoses) Secante: Talco Aftas: Albicon® 22 3- Vantagens dos pós • Mais estáveis do que as preparações líquidas, • Excelente conservação devido ao baixo teor de água (inibe crescimento de microorganismos) • Menor irritação gástrica devido à rápida dissolução (comprimidos podem ser irritantes), • Facilidade de administração tópica (pele e mucosas) ou oral (deglutição após reconstituição) • BAIXO CUSTO (fabricação simples e embalagem barata). 23 4- Desvantagens • Pós: grande área superficial de exposição Higroscopia Hidrólise (ácido acetilsalisílico), Sublimação (iodo, cânfora, mentol), Oxidação (hidroquinona), Fotólise (vitaminas: A, E e D). • Intensificação de sabor e odor desagradável; 24 5- Classificação Composição Pós simplesCompostos (mistura de pós) Tamanho Descrição do pó Tamanho m Grosso > 1000 Moderadamente grosso 1000-500 Moderadamente fino 500-100 Fino 10-100 Muito fino < 10 (evita-se a sensação de aspereza) 25 6- Redução do tamanho das partículas A escolha do método vai depender: • Grau de divisão desejado: micro ou nanopartículas • Produção pretendida: pequena escala (farmácia de manipulação) grande escala (indústria), • Características físico-químicos do fármaco: estrutura cristalina ou amorfa 26 Redução do tamanho das partículas • Farmácias de Manipulação (pequena escala) I-Trituração: moagem do material em gral de porcelana e pistilo, a superfície áspera do recipiente contribui para a quebra das partículas (compressão). Pós simples 27 II-Levigação Pó + líquido no qual é insolúvel, trituração para formação uma pasta e incorporação na base (pomada) Líquido levigante: glicerina, propilenoglicol, óleo mineral (hidrofílicos). III-Intervenção (fármacos com estrutura cristalina) Pó + solvente volátil originando uma solução, trituração até evaporação do solvente e recristalização. Exemplos: cânfora e álcool; peróxido benzoíla e acetona. Pós simples 28 Indústria Farmacêutica (grande escala) 1-Moinho de facas: 2-Moinho de martelos: Pós simples 3-Moinho de rolos: 4-Moinho de bolas: 29 Pós simples 5-Spray Dryer: solução do fármaco é aspergida dentro de uma câmara de secagem sob uma corrente de ar quente e seco que evapora o solvente das gotículas formando partículas. Sabão em pó Leite em pó Nescafé® 30 Sulfadiazina de prata micronizada 6-Micronizadores: jato de ar arremessa as partículas contra um anteparo quebrando-as. Pós simples 31 7- Misturas de pós Pós compostos: mistura de pós simples previamente pulverizados 32 • Seqüência lógica de operações: trituração, tamisação, pesagem e mistura dos pós. • No processo de mistura, os pós devem ser SEMELHANTES quanto ao tamanho, forma e densidade das partículas para evitar SEGREGAÇÃO (separação das partículas em camadas diferentes. •Problemas de segregação são resolvidos pela granulação. Granulação solução Pó Composto Grânulo Pó estratificado Segregação problemas 33 • Equipamentos para operação de mistura: Pequena escala (Farmácias) Grande escala (Indústrias): 34 Mistura de pós de fármacos potentes Progressão geométrica Formulação Fármaco A...................................0,5g Fármaco B...................................1,5g Diluente.............qsp.................... 16g 35 • Incompatibilidades das misturas de pós Mistura eutética Exemplos: cânfora e mentol (incompatibilidade que pode ser + ou -). Correção: adsorventes com pontos de fusão elevados como carbonato de magnésio e caulim. Misturas Coradas: sais de Prata (Ag) + NaCl AgCl (cor escura) Misturas explosivas: trituração de substância oxidante com redutora. Agentes oxidantes fortes Agentes redutores fortes Bromo Taninos Iodo Tiossulfatos Nitrato prata Açúcar Permanganato de potássio Hipofosfitos 36 8- Características dos pós Tamanho das partículas 1-Velocidade de dissolução do fármaco e conseqüentemente na absorção. O processo de dissolução pode ser entendido pela Equação de Noyes-Whitney: dC/dt = D A (C1- C2) h 2-Uniformidade da mistura de pós: partículas de tamanho diferente tendem a segregação. 3-Penetração partículas no sistemas respiratório (partículas < 2 m alcançam alvéolo). 4-Aspereza e Irritabilidade de pomadas e preparações oftálmicas (quanto maior o tamanho das partículas, maior a aspereza e a irritabilidade). 37 Coesão e Fluxo Forças de atração entre partículas são fortes os pós apresentam fluxo ruim Forças são fracas os pós tem fluxo bom e regular. Propriedade de fluxo interferem no enchimento de CÁPSULAS e compactação de COMPRIMIDOS. Pós com bom fluxo produzem cápsulas e comprimidos com peso uniforme. 38 Como avaliar as propriedades de fluxo dos pós? Ângulo de repouso Pós com < 30º: bom fluxo, Pós com > 40º: fluxo ruim e necessitam de agentes deslizantes (Dióxido de silício 0,2%) Pilha cônica Ângulo da base do cone Pilha cônica Ângulo da base do cone Pilha Cônica Ângulo da base 39 9-Alterações causadas pela redução de tamanho 1-Físicas • Sabor e Odor (aumentados devido ao aumento da área). • Cor (aumento do brilho) • Velocidade de dissolução (aumentada) (Equação Noyes-Whitney): dC/dt = D A (Cs- C) h 40 Determinação do volume aparente. Pós leves: baixa densidade e alto volume aparente (ocupam muito espaço). Pós pesados: alta densidade e baixo volume aparente. • Volume aparente (pode aumentar ou diminuir) d = m V 41 • Higroscopia: aumentada devido ao aumento da área superficial Evita-se: Controle da umidade do ar (30-45%), Granulação do pó e revestimento dos grânulos, Adição de adsorventes (MgO, SiO2 coloidal). Fármacos higroscópicos Acetato de potássio Cloreto de cálcio Cloreto de sódio Brometo de cácio Iodeto de sódio Citrato de potássio Sulfato de efedrina Carbômeros (Carbopol) 42 • Eflorescência (liberação da água de hidratação) Evita-se pelo uso da forma anidra. Fármacos problemáticos Acido cítrico Cafeína Codeína Fosfato de sódio Sulfato atropina Sulfato de cobre Sulfato ferroso 43 2-Químicas Na trituração há produção de calor que pode provocar: Hidrólise: ácido acetilsalisílico + Ácido acetilsalisílico Ácido salisílico Ácido acético H2O Calor 44 10- Acondicionamento para dispensação Pós a granel Pó ou mistura de pós em grande quantidade acondicionados em recipientes de boca larga para facilitar a saída do pó, Exemplos: antiácidos (sal de frutas Eno®), suplementos alimentares. 45 Pós divididos Pós acondicionados em pequenas embalagens para 1 dose (sachets), Exemplos: pós efervescentes (antiácidos) Pós em polvilhador múltipla dose Recipientes com tampa que facilita a aplicação do pó na pele, Exemplos: antisépticos, antimicrobianos, desodorizantes. 46 12- Grânulos • Grânulos Características: tamanho de 0,2 a 4mm; Medicamento: administração de fármacos Intermediários de processo (comprimidos ou cápsulas). 47 • Vantagens dos grânulos • Melhor estabilidade que os pós (menor área) • Melhor fluidez e compressibilidade do que os pós (comprimidos com melhor qualidade), • Possibilidade de revestimento (vantagens: mascara sabor e odor desagradável, proteção com melhor estabilidade). 48 Via úmida 1-Mistura dos pós, 2-Adição da SOLUÇÃO DO AGLUTINANTE na mistura de pós formação de uma massa úmida e coesas (Exemplos: álcool, xarope, solução aquosa de gelatina, de amido, de PVP); Massa úmida é granulada em tamis para formação dos grânulos úmidos; Secagem (40-45 ˚C);Calibração do tamanho dos grânulos em Tamiz. • Processo de Granulação 49 • Granulação em escala industrial Leito fluidizado: Permite efetuar mistura dos pós, granulação e secagem no mesmo equipamento com economia de custo, espaço e tempo, entretanto, o investimento inicial é elevado. Spray-drying: Permite obter grânulos a partir de solução fármaco, melhorando as propriedades de compactação. Spray-drying Leito fluidizado Grânulos 50 • Grânulos efervescentes Fármaco + Excipientes + Bicarbonato de sódio (base) + Ácido cítrico (ácido) Efervescência: Base e ácido reagem liberando gás (CO2), que produz efervescência que mascara sabor desagradável de fármacos. Os grânulos efervescentes têm rápida dissolução do fármaco que irá ser absorvido no trato gastrintestinal. Grânulos OBRIGADO PELA ATENÇÃO 51 51 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Farmacotécnica: Formas Farmacêuticas & Sistemas de Liberação de Fármacos. ANSEL, H.C.; POPOVICH, N. G.; ALLEN, L. V., JR. 2000, 6º ed., Ed., Premier. Tecnologia Farmacêutica. PRISTA, J.N; ALVES, A. C; MORGADO, R. 1996, 4º Ed., Fundação Calouste Gulberkian. Delineamento de Formas Farmacêuticas. AULTON, M.E. 2005, 2º Ed., Artmed. A practical guide to contemporany pharmacy practice. THOMPSON, J.E., 1998, Lippincott Williams & Wilhins. Princípios de Físico-Química em Farmácia. FLORENCE, A.T. & ATTWOOD, D. 2003, Editora da Universidade de São Paulo.
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