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ESCOLA SUPERIOR DE ENFERMAGEM 
S. FRANCISCO DAS MISERICÓRDIAS 
 
 
 
 
RESUMO 
ANATOMIA E FISIOLOGIA 
 
 
 
 
 
 
 
Elaborado por: 
 Filipe Francisco Marques dos Santos 
 
 
 
Torres Vedras 
Agosto 2005 
APRESENTAÇÃO: 
 
Este resumo constitui o meu manual de apoio à disciplina de Anatomia e Fisiologia da 
Licenciatura em Enfermagem da Escola Superior de Enfermagem S. Francisco das 
Misericórdias. O texto tem por base os diapositivos que serviram como base de estudo 
durante os anos lectivos de 2004/05, e absorve variados comentários e anotações 
produzidos durante as próprias aulas. 
 
 
ÍNDICE: 
 
PARTE 1 Organização do Organismo Humano 
1 O Organismo Humano, 1 
2 A Base Química do Vida, 5 
4 Histologia: O Estudo dos Tecidos, 8 
 
PARTE 2 Suporte e Movimento 
6 Sistema Esquelético: Histologia e Desenvolvimento, 16 
7 Sistema Esquelético: Anatomia Geral, 22 
8 Articulações e Biomecânica do Movimento Corporal, 38 
10 Sistema Muscular: Histologia e Fisiologia, 47 
11 Sistema Muscular: Anatomia Geral, 56 
 
PARTE 3 Sistemas de Integração e de Controlo 
13 Sistema Nervoso Central: Encéfalo e Medula Espinal, 64 
15 Os Sentidos1, 76 
16 Sistema Nervoso Autónomo, 84 
17 Organização Funcional do Sistema Endócrino, 89 
18 Glândulas Endócrinas, 92 
 
PARTE 4 Regular do e Manutenção 
19 Aparelho Circulatório: Sangue, 99 
20 Aparelho Circulatório: Coração, 105 
21 Aparelho Circulatório: Circulação e Regulação Periférica, 109 
22 Sistema Linfático e Imunidade, 116 
23 Aparelho Respiratório, 121 
24 Aparelho Digestivo, 143 
26 Aparelho Urinário, 143 
 
PARTE 5 Reprodução e Desenvolvimento 
28 Aparelho Sexual e Reprodutor, 149 
 
 
 
"O único sitio onde o sucesso vem antes do trabalho é no dicionário." 
Albert Einstein 
 
 
1 Com especial atenção para a Visão e Audição 
Parte 1 – Organização do Organismo Humano 
Capitulo 1 – O Organismo Humano, 
 
Anatomia: Ciência que estuda a estrutura e forma dos corpos, esta estuda o corpo por 
sistemas A. Sistémica ou por regiões A. Regional
 
Fisiologia: Ciência que estuda a função dos organismos vivos 
 
Organização Estrutural e funcional 
 
O corpo Humano pode ser estudado em 7 Níveis estruturais: 
 
Químico: interacções entre os átomos e as combinações que formam para originar moléculas 
 
Organelo: Estrutura de pequenas dimensões, constituinte da célula que apresenta uma ou 
mais funções. Ex.: núcleo, mitocôndria, REL 
 
Célula: Unidade básica da vida 
 
Tecido: Conjunto de células com estrutura e 
função semelhantes. 
Existem 4 tipos: Epitelial, Conjuntivo, Muscular 
e o Nervoso 
 
Órgão: Formado por um ou mais tipos de 
tecidos com função semelhante. Ex.: 
estômago, coração, rim... 
 
Sistema1: Conjunto de órgãos com função 
semelhante. Ex.: endócrino, cardiovascular... 
 
Organismo: ou ser organizado, é qualquer 
estrutura viva considerada como um todo, quer 
seja uni ou multicelular como o Ser humano. 
 
 
Organismo Humano 
 
A característica comum a todos os organismos é a vida. 
 
Características essenciais da vida são: 
 
Organização: 
Metabolismo: Capacidade de usar energia para o desempenho de funções vitais 
Capacidade de resposta: Resulta na capacidade de adaptação às condições externas 
Crescimento: Capacidade de aumento do número ou do tamanho das células 
Desenvolvimento: Alterações que decorrem desde a concepção até à morte. 
Implica diferenciação celular, passagem de célula indiferenciada para célula especializada 
Reprodução: Formação de novas células ou organismos
 
1
 1
 Denomina-se sistema aos conjuntos de órgãos que tem semelhança estrutural, caso contrário designa-se aparelho 
Homeostasia: 
 
 
Existência e manutenção do meio ambiente em condições 
constantes dentro do corpo. 
 
Manutenção de uma variável em torno de um valor normal 
ou ideal ou um ponto de equilíbrio. O valor da variável 
oscila em torno deste, estabelecendo uma amplitude 
normal de valores 
 
Retroacção Negativa: Mecanismo fisiológico capaz de reduzir ou contrariar qualquer desvio 
ao ponto de equilíbrio. Constituído por: receptor, centro de controlo e efector. 
Exemplo de Mecanismo de retroacção negativa: 
 
 
Retroacção Positiva: São reacções não homeostáticas e são raras em indivíduos saudáveis 
em que não existe compensação aos desvios do ponto de equilíbrio. 
Pode torna-se um ciclo vicioso e resultar na morte do organismo. 
 
Exemplo de Mecanismo de retroacção positiva: Os desvios do ponto de equilíbrio normal 
provocam desvios provocam desvios adicionais, a partir do valor normal quer na direcção 
positiva quer na direcção negativa. 
 2
 
Terminologia e planos do Corpo Humano 
Termos descritivos ou de referencia 
 
<= Posição anatómica: 
 Ser humano em pé 
 Pés orientados para a frente 
 Braços suspensos ao lado do corpo 
 Palmas das mãos orientadas para a frente 
 Polegar virado para fora 
 
 
 
 
 
 
 
Termos descritivos: => 
Superior/ inferior 
Anterior/ posterior 
Cefálico/ caudal 
Ventral/ dorsal 
Proximal/ distal 
Medial/ lateral 
Superficial/ profundo 
 
 
 
 
 
<=Plano do corpo 
 Plano sagital mediano 
 Plano parassagital 
 Plano horizontal ou transversal 
 Plano frontal ou coronal 
 
 
 
 
 
 
Regiões do Corpo 
Membros: Superior e Inferior 
Tronco: Tórax, Abdómen e Pelve 
Zona mediana: Cabeça, Pescoço e Tronco 
Subdivisões do abdómen: em 4 Quadrantes ou em Grelha de 9 janelas 
 3
 
Cavidades do Corpo 
O tronco contém 3 grandes cavidades: 
- Cavidade torácica: Anteriormente apresenta o esterno, encontra-se rodeada pelas costelas e 
está separada da cavidade abdominal pelo músculo diafragma. 
Apresenta no seu interior: Cavidade pericárdica, Cavidades pleurais e o Mediastino 
- Cavidade pélvica: Localizada inferiormente à cavidade abdominal e internamente aos ossos 
ilíacos. Contém a bexiga, órgãos reprodutores e parte dos intestinos 
- Cavidade abdominal: tem como limite: superior o diafragma e Anterior os músculos 
abdominais Contém: estômago, baço, pâncreas, intestino, fígado, rins. 
 
 
Membranas serosas: Cobrem os órgãos das cavidades do tronco e delimitam-nas. 
 
A - Cavidade pericárdica (Pericárdio visceral e parietal) 
B - Cavidade pleural (Pleura visceral e parietal) 
C - Cavidade abdominopélvica (Peritoneu visceral e parietal) 
 
 
O peritoneu visceral de alguns órgãos encontra-se ligado ao peritoneu visceral de outros 
órgãos abdominopélvicos através de mesentérios. 
- Mesentérios: Constituído por duas camadas de peritoneu aderentes uma a outra. Tem como 
função segurar os órgãos abdominais à parede posterior da cavidade abdominal e 
proporcionam uma via para vasos sanguíneos, linfáticos e nervos alcançarem os órgãos. 
 
Outros órgãos abdominopélvicos, estão localizados junto à parede posterior da cavidade e não 
apresentam mesentérios, dizem-se Órgãos retroperitoniais. 
- Órgãos retroperitoniais: rins, glândulas supra-renais, parte dos intestinos, pâncreas, bexiga. 
 4
Parte 1 – Organização do Organismo Humano 
Capitulo 2 – A base química da vida 
 
Moléculas Orgânicas 
As 4 grandes moléculas orgânicas essenciais aos organismos vivos são os Glúcidos, os 
Lípidos, as Proteínas e os Ácidos Nucleicos (ADN e ARN). 
Cada um destes grupos tem características estruturais e funcionais específicas. 
 
Glúcidos: Ou Hidratos de carbono, são moléculas polares (solúveis em água), 
Compostos por átomos de C, H e O e classificam-se segundo o nº de açucares presentes na 
estrutura: Monossacáridos, Dissacáridos e Polissacáridos
 
Monossacáridos: Podem ser:Trioses - 3 átomos de carbono 
Tetroses - 4 átomos de carbono 
Pentoses - 5 átomos de carbono. 
Ex.: Ribose e desoxirribose 
Hexoses - 6 átomos de carbono. 
Ex.: Glicose, frutose, galactose 
. 
 
Dissacáridos: Moléculas compostas por 2 
açucares simples ligados por uma reacção 
de desidratação. 
Ex.: Glicose + frutose = sacarose + H2O 
Glicose + galactose = lactose + H2O 
Glicose + glicose = maltose + H2O 
 
Polissacáridos: Moléculas compostas por 
vários açucares em cadeias lineares ou 
ramificadas. 
De origem: 
- Animal: 
Glicogénio: Constituído por moléculas de 
glicose, serve de reserva energética e é 
armazenado no fígado e células 
musculares esqueléticas 
- Vegetal: 
Amido: fonte de energia 
Celulose: Não serve de fonte de energia, é 
eliminada nas fezes e estimula o intestino) 
 
Lípidos: Moléculas apolares (Insolúveis em água), solúveis em solventes orgânicos não 
polares (ex.: gorduras, fosfolípidos, esteróides e prostaglandinas), que são compostos por 
átomos de C, H, O, P e azoto. 
 
Gordura
 5
s: Principal tipo de Lípidos, é fonte 
de energia e tem função de isolamento e 
protecção 
 
Fosfolípidos: Compostos por ácido gordo, 
glicerol, fosfato. São um importante 
componente da parede celular e são 
polares na extremidade do fosfato. 
 
 6
Triglicéridos: 
Constituem 
95% das 
gorduras do 
corpo, são 
formados por 
glicerol e 
ácidos 
gordos.
 
 
Ácidos gordos: Diferem uns dos 
outros conforme as 
características da sua cadeia: 
Comprimento e Grau de 
saturação 
- Saturado - apresenta apenas 
ligações covalentes simples 
entre os átomos de carbono 
- Insaturados - apresenta uma 
ou mais ligações covalentes 
duplas entre os átomos de 
carbono 
 
Proteínas: Todas apresentam C, 
H, O e azoto, as unidades 
estruturais são 20 aminoácidos. 
Os Aminoácidos (a.a.) são 
compostos por grupo carboxilo, 
grupo amina, H e grupo R, entre os 
a.a. são formadas ligações 
peptídicas, formam-se assim 
dipéptidos, tripéptidos, 
polipéptidos. 
Ex. de Ligaçã o peptídica: 
Estrutura das proteínas:
 
 
 
 
 
 
Primária - sequência de a.a. 
 
 
 
 
Secundária - ligações de 
ponte de H entre a.a. Confere 
função à proteína 
 
 
Terciária - ligação covalente 
entre átomos de enxofre de 
a.a. diferentes 
 
Quaternária - relação espacial entre proteínas 
Enzimas: São proteínas catalisadoras de 
reacções químicas, que não sofrem alteração 
durante o processo e diminuem a energia de 
activação necessária. São moléculas muito 
específicas 
Os cofactores são moléculas associadas ao 
centro activo da enzima, cuja função é tornar a 
enzima funcional. Ex.: ião magnésio, ião zinco, 
vitaminas. 
Modelos de junção enzima/ reagente: Chave-
fechadura e Encaixe reduzido. 
Exemplo de junção enzima/ reagente, do Modelo 
Chave-fechadura = = = = = = = = = = = = =
 
 = > 
Ácidos nucleicos: São moléculas compostas por C, H, O, P e azoto, constituídos por 
nucleótidos, unidos por ligações covalentes. 
As bases orgânicas são: Adenina (A), Guanina(G), Citosina(C) e Timina(T) / Uracilo(U) 
 
ADN: (Ácido Desoxirribonucleico) 
Formado por 2 cadeias de 
nucleótidos, as bases orgânicas são: 
A, G, C, T. 
As cadeias estão ligadas por pontes 
de H entre as bases orgânicas, que 
tem uma estrutura em hélice e está 
associado a histonas para formar a 
cromatina 
Estrutura do ADN = = = = = = = => 
(Ribose: Monossacárido, Pentose) 
 
 
ARN: (Ácido Ribonucleico) 
Estruturalmente semelhante a uma 
cadeia simples de ADN 
As bases orgânicas são: C, G, A, U. 
(Desoxirribose: Monossacárido, Pentose) 
 
 
 
 
 
ADENOSINA TRIFOSFATO (ATP): 
 7
Constituída por base orgânica: 
Adenina, açúcar Ribose e 3 grupos Fosfato. 
ATP = ADP + P + Energia 
(Para o anabolismo e outras actividades 
celulares) 
 
 
 
 
 
 
 8
dos, 
 
 estrutura das células e a sua matriz extracelular
Parte 1 – Organização do Organismo Humano 
Capitulo 4 – Histologia: O estudo dos Teci
A 2, são as características usadas para 
 
lial e o Conjuntivo são os que apresentam formas mais diversas, são pois 
 
 tecido muscular e nervoso são classificados principalmente pela sua função. 
ecido Epitelial: 
identificar os 4 diferentes tipos de tecido, são eles o Epitelial o Conjuntivo o Muscular e o
Nervoso. 
 
O tecido Epite
classificados de acordo com a estrutura, forma das células e na relação entre a célula e o
material que constitui a matriz extracelular. 
 
O
 
T
As características comuns a todos os tipos de Epitélios são: 
- Possui pouco material extracelular 
- Apresenta uma membrana basal e uma superfície livre 
- Não existem vasos sanguíneos 
- Mantém a capacidade de realizar mitoses 
- Possume junções celulares especializadas que ligam entre si células 
 
Localização: Tubo digestivo, Exterior do corpo (pele), Vasos sanguíneos e Tracto respiratório... 
 
Função dos epitélios: (ver quadro 4-2 Função e Localização do tecido epetileal, pág. 122 e 123) 
- Formar barreira entre superfície livre e tecidos subjacentes 
- Segregar, transportar e absorver moléculas 
- Proteger 
 
Classificação dos Epitélios: 
Em relação 
Nº de camadas: Forma das células: 
Pavime u planas) ntoso (células achatadas o
Cúbito (forma de cubo) 
Simples: 
Uma única camada de cé a célula estendendo-se 
Cilíndrico a um cilindro) 
lulas, com cad
desde a membrana basal até á superfície. 
(alto e delgado semelhante 
Húmido 
Camada mais exteri por células vivas. or constituída
Presente na Boca, esófago, recto, vagina 
Paviment
con 
Possui camadas d tendo a proteína 
oso 
As camadas mais 
profundas são 
constituídas por 
células vivas e 
soante o estado da
camada mais exterior 
das é dividido em: 
Ceratinizado 
e células mortas, con
dura – queratina. As camadas externas de células mortas 
com queratina, dotam o tecido de grande resistência e 
impermiabiliadade. Presente na pele 
Estratificado: 
Mais do que uma ca penas uma dessas 
Cúbito 
mada de células, e a
camadas de células é adjacente à membrana basal 
e cilíndrico (raro) 
Pseudoestratificado: 
Consiste em cél s à membrana 
 “ 
Cilíndrico 
ulas epeteliais todas elas ligada
basal mas apenas com algumas células atingem a superfície 
livre. 
pseudo” deve-se a este constituir uma camada de células, que
parece constituir várias camadas. O arranjo das células dá uma 
aparência estratificada. 
Transição: 
É estratificado, m élulas é variável, 
dependendo se é distendida ou não. 
as o número de c
Grosseiramente cúbico ou com muitas superfícies. O n° de 
camadas depende se o órgão está distendido ou não, com o órgão distendido as 
células tornam-se achatadas e diminui o seu nº por camada. Com o órgão não 
distendido as células são cúbicas. 
 
2 Composição das substancias não celulares que envolvem as células. 
 9
 
lassificação dos Epitélios: C
Epitelio Localização Estrutura Função Imagem 
Pavimentoso 
Simples 
Revestiment
o de vasos 
sanguíneos, 
linfáticos, 
alvéolos 
pulmonares... 
Camada única de 
células planas 
Difusão, 
filtração, 
secreção e 
absorção 
 
 
 
Cúbico Simples Glândulas e 
canais, 
túbulos 
renais, 
bronquíolos 
 
Camada única de 
células cúbicas. 
Podem apresentar 
cílios. 
Absorção, 
secreção, 
movimento de 
muco 
 
 
Cilíndrico Simples Glândulas,br
onquíolos , 
útero, 
intestinos,be
xiga 
Camada única de 
células altas e 
estreitas 
Movimentação 
de partículas, 
secreção e 
absorção. 
 
 
 
Pavimentoso 
Estratificado 
Boca, 
faringe, 
laringe, 
esófago, 
ânus, vagina, 
Pele 
(queratinizad
o) 
Camadas múltiplas 
de células que são 
cúbicas na camada 
basal e planas na 
superfície 
Protecção 
 
Estratificado CúbicoCanais de 
glândulas 
sudoríparas, 
células 
foliculares 
dos ovários 
 
Camadas múltiplas 
de células cúbicas 
Secreção, 
absorção e 
protecção 
 
 
Cilíndrico 
Estratificado 
Laringe, 
canais de 
glândulas 
mamárias, 
uretra 
masculina 
 
Camadas múltiplas 
de células delgadas, 
repousando em 
células cúbicas 
 
Protecção e 
secreção 
 
 
Cilíndrico 
Pseudoestratificado 
Laringe, 
faringe, 
cavidade 
nasal, 
traqueia 
Camada única de 
células altas e 
delgadas 
contactantes com 
membrana basal. 
Núcleos a níveis 
diferentes 
Movimento de 
líquido 
 
 
 
 
Transição Bexiga, 
ureteres e 
uretra 
superior 
Células 
estratificadas que 
parecem cúbicas 
quando se 
encontram 
relaxadas e 
parecem 
pavimentosas, 
quando distendas 
Formação de 
barreira 
permeabilida e 
protecção 
contra o efeito 
caustico da 
urina. 
 
 
 
 10
unções Celulares: 
 
Função
J
: 
- Ligam as células mecanicamente entre si 
- Ajudam a formar uma barreira de permeabilidade 
- Fornecem um mecanismo de comunicação intercelular 
 
Localização: - Superfície basilar e lateral 
 
As células epeteliais segregam glicoproteínas, que fixam a célula á membrana basal e entre si. 
Esta ligação relativamente fraca é reforçada por desmossoamas. 
 
 
 
Tipos de junções celulares: 
- Desmosssomas: Ponto de adesão entre as células. Cada um contém um disco denso no 
ponto de adesão e um material adesivo entre as células. 
- Hemidesmossomas: Similar a metade de um desmossoma, liga as células epitelias a 
membrana basal. 
- Junção de hiato: Pequeno canal proteico ou junção comunicante, que podem ser encontradas 
nos discos intercalares 
- Zonula aderente: Localizada nos tecidos epiteliais simples. Formam rede de glicoproteínas na 
superfície lateral da célula, funciona como uma "cola" fraca que mantém as células juntas 
- Zonula ocludente: Perto da superfície livre forma um anel em volta da célula, funciona como 
um adesivo forte e também constitui uma barreira de permeabilidade 
Glândulas 
 
São órgãos de secreção de hormonas, se a glândula matem um contacto aberto com o epitélio a partir do qual se 
desenvolveu, existe um canal, denominam-se exócrinas, se não tem canal são endócrinas. 
 
Exócrinas: apresentam canal de excreção e são maioritariamente multicelulares 
Endócrinas: Segregam directamente para a corrente sanguínea 
As glândulas multicelulares classificam-se quanto a: 
Forma dos canais: Simples (canais pouco ramificados) e Compostas (com canis que se ramificam repetidamente) 
Terminação dos canais: Túbulos (em forma de pequenos tubos, podem ter a forma recta ou glomerulares), Ácinos 
(pequenos saco) e Alvéolos (um saco vazio). 
 
Estrutura das glândulas Exócrinas: 
A – Unicelular (Glândulas no estômago e no cólon) 
B - Tubulares simples rectas (Células caliciformes no intestino delgado e grosso, e nas vias 
respiratórias) 
C - Tubulares simples glomerulares (Parte inferior do estômago e do intestino delgado) 
D - Acínica Simples (Glândulas sebáceas da pele) 
E - Tubular Composta (Glândulas sebáceas da pele) 
F – Ramificada acínica simples (Glândulas mucosos do duodeno) 
G- Acínica composta (Glândulas mamárias e do pâncreas) 
F
 11
 
Tipos de glândulas: Glândulas exócrinas e tipos de secreção 
 
A - Glândulas merócrinas: As céluals 
da glande produzem vesículas que 
contém produtos de excreção e as 
vesículas esvaziam os seus conteúdos 
por exocitose. 
Ex: glândulas sudoríparas, porção 
exócrina do pâncreas 
 
B - Glândulas apócrinas: Produtos de 
escreção são armazenados na célula 
perto do lume do canal. Uma parte da 
célula perto do canal que contém os 
produtos de secreção, destaca-se da 
célula e junta-se á secreção. 
Ex: glândula mamária 
 
C - Glândulas holócrinas: Os produtos 
de secreção são armazenados nas 
células da glândula. Células inteiras 
destacam-se da glândula fazendo 
parte da secreção. A perda das células 
é compensada por outras células mais profundas da glândula. 
C
 12
juntivo Tecido Con
 
A característica essencial que distingue este tecido dos restantes, é este ser formado por 
3células separadas por abundante Matriz Extracelular . 
 
São as células especializadas dos vários tecidos conjuntivos produzem a matriz extracelular, 
esta é constituída por 3 componentes principais: 
- Fibras Proteicas; 
- Substancia fundamental 
- Liquido. 
 
Células do tecido conjuntivo: 
Os nomes das células terminam com sufixos que identificam as funções das células: 
Blastos: criam a matriz; Citos: mantêm-na; Clastos: degradam-na para reconstrução 
 
Fibras proteicas da matriz: 
As fibras proteicas da matriz ajudam a formar o tecido conjuntivo, existem 3 tipos de fibras: 
- Colagénio: Formada por 3 cadeias de polipéptidos, é forte e flexível mas pouco elástico 
- Reticulina (Fibras de): São fibras de Colagénio finas e curtas em rede, não são tão fortes 
como o Colagénio 
- Elastina (Fibras de): É muito elástica, as moléculas têm a forma de uma mola e formam uma 
rede por todo o tecido 
 
Outras Moléculas da matriz (moléculas não proteicas): 
Existem também 2 tipos de moléculas não proteicas que fazem parte da matriz extracelular: 
- Ácido hialurónico: É uma cadeia simples de polissacáridos, oleoso que tem como função 
lubrificar. 
- Proteoglicanos: Os proteoglicanos armazenam grandes quantidades de água e conferem 
elasticidade ao tecido. 
O Agregado proteoglicano é uma macromolécula formada por polissacáridos ligados a um 
centro proteico, em que o centro proteico liga-se ao ácido Hialurónico. 
 
Classificação do tecido conju
Existem 3 categorias principa
n
is dos tecidos conjuntivos baseados nas seguintes características: 
o a característica principal
tivo 
1 - Matriz em que as fibras sã 
om substância fundamental2 - Matriz com fibras proteicas e c 
dominantemente líquida3 - Matriz pre
 
 
 Laxo Regular ou ordenado Colagenico 
Propriamente dito Elástico 
 Denso 
 Irregular ou não cordenado Colagenico 
 Elástico 
Matriz em que as fibras são a característica principal 
 Adiposo 
 Especial Reticular 
 Medula Óssea 
 
 Hialina 
Cartilagem Fibrosa 
 Elastica 
Matriz com fibras proteicas e com substância fundamental 
 Osso Compacto 
 Esponjoso 
 
Matriz predominantemente líquida Sangue 
 
3 A estrutura da matriz dá aos tecidos a maior parte das suas características principais e serve de base de classificação do tecido 
conjuntivo em subgrupos. 
 13
AÇÃO DOS TECIDOS CONJUNTIVOSCLASIFIC 
 
1 - Matriz em que as fibras são a característica principal 
 
 
 
 
 
 
4 Tecido Tendinoso 
u tecido formador de sangue 
turaTecido Conjuntivo Localização Estru Função Imagem 
 
Células (fibroblastos, 
macrófagos e 
5 Tecido Elástico 
6 É a medula vermelha o
A Laxo ou celular to entre glândulas, músculos e nervos 
Revestimen linfócitos), numa fina 
rede de fibras, a maior 
parte de colagénio. 
Revestimento de órgãos e 
tecidos, Liga a pele ao 
tecido subjacente 
Capacidade para suportar 
 
grandes força de tensão na 
B Denso regular4 Tendões e liagamentos 
Fibras proteícas direcção da orientação das 
orientadas numa fibras, grande força de 
direcção tensão e resistência á 
distensão. 
 
 
Fibras proteícas 
C Elástico
Denso Ordenado 
5
Cordas Vocais, vértebras e 
ligamentos da nuca 
orientadas numa 
direcção 
 
e de se encurtar como uma 
borracha 
Capacidade de se distender 
 
D Denso não Ordenado colagénico 
Derme e cápsulas de órgãos 
 
Fibras dispostas em Capaz de exercer força em 
teia todas direcções. 
 
 
E elástico Artérias Elásticas 
Densonão Ordenado Fibras dispostas em Capaz de exercer força em teia 
 
várias direcções. 
 
F Tecido Adiposo Axilas, pescoço, perto do rim 
 
Constituído por Isolar, proteger e armazenar 
 
adipócitos e pouca energia, existem dois tipos, 
matriz. a Amarela (idade) e a 
 
 
castanha (gera calor e é + 
frequent no bés) e s be
 
 
G Tecido Reticular Gânglios linfáticos
óssea e baç
, medula 
o 
Rede de fibras de 
Reticulin
irregularme
disposta
Supo pa os tecidos 
li tico tecido 
hemato oético6
 Medula Óssea Nas cavidades medulares d 
ossos. 
Dois tipos a Medula amarel
(formada por tecido adiposo) 
a Medula vermelha 
Estrutura reticu
muitas célu
doras de
uç de ovos glóbulos 
rm lhos 
 
 rte ra
a 
nte 
nfá e
p
s 
H os lar com Prod ão n
las 
 sangue 
ve e
a 
e 
forma
CLASIFICAÇÃO DOS TECIDOS CONJUNTIVOS 
 (cont) 
 
2 - Matriz com fibras proteicas e com substância fundamental 
 
 
 
C
 
 
Caixa torácica 
 14
I artilagem Hialina 
e anéis 
traqueais. 
Forma grande 
parte do 
embrião 
 
- Muitas fibras de Colagénio, 
uniformemente distribuídas, 
tornando-a transparente. 
 
Pe
em
flex
rmite o crescimento de ossos 
longo
brioná
ibilidad
anéis traqueais 
s, forma o esqueleto 
rio. Confere rigidez e 
e a Caixa torácica e 
 
C 
Articulação do 
j
tem
bolar 
Feixes de Colagénio, 
semelhantes
 hiali
o qu
cartilagens e d em 
agregados espessos. 
Torn
cons
estrut
s 
ar flexível e capaz de 
suportar pressões 
sideráveis. Relaciona 
uras sujeitas a grandes 
pressõe
 às fibras de 
na. As fibras são 
e em outras 
ispõem-se 
oelho e 
poromandi
cartilagem
mais dartilagem FibrosaJ 
 
C
epi
nte
s a 
lulas d
Con
flexibili
volta
depois de dis
fere rigidez e maior 
dade, as fibras elásticas 
m a sua forma inicial 
tendidas. 
Ouvido 
externo, 
glote. 
Semelha
hialina, ma
cé
 a cartilagem 
matriz contém 
e hialina. 
artilagem Elástica K 
L 
Interior dos 
ossos do 
crânio e nas 
de ossos 
longos 
Osso Esponjoso extremidades os
e
e órgteócitos 
Suport e protecção de tecidos 
ãos, sem o peso dos 
ossos sólidos 
Formado por
 
M Osso Compacto 
Partes 
exteriores de 
todos os 
ossos. 
Dura, matriz óssea 
predominante. 
Grande força e suporte, 
proporciona um revestimento 
exterior sólido, impedindo os 
ossos de serem facilmente 
fracturados ou perfurados 
 
 
3 - Matriz predominantemente líquida 
 
 
 
Tecido Conjuntivo Localização Estrutura Imagem 
N 
Função 
Sangue 
Vasos 
sanguíneos e 
espaços 
intersticiais 
Vasos sanguíneos e matriz Transporte de oxigénio, dióxido 
 
líquida de carbono, hormonas, 
 nutrientes, produtos de 
excreção e outras substâncias. 
Protege o corpo de infecções e 
encontra-se envolvido na 
regulação da temperatura 
Tecido Mu
 
 principal característica do tecido muscular e ser contráctil e por isso mesmo é responsável 
pelo movimento. 
ode ser classificado de acordo com a sua: 
Estrutura: Estriado ou Liso 
Função: Voluntário ou Involuntário 
 
ssi ip c
- Estriado Voluntário squelé
scular 
A
 
P
A m existem 3 t os de mús
 ou 
ulos: 
ticoE
- Estriado Involuntário Cardíaco ou 
- Liso Involuntário ou apenas Liso
 
iza Imagem 
A Músculo Esquelético 
Inserido nos 
ossos 
serv
lulas s
e cilíndrica
núcleos periféricos em cada 
célula. 
vimento do corpo; s olo voluntário 
Tecido Muscular Local ção 
Ob
cé
Estrutura 
am-se estrias. As 
ão grandes, longas 
s, com vários Mo
Função 
ob contr
 
B Músculo Cardíaco Coração 
Observa
células
ica
núcleo centr
células encontram-se ligadas 
por junções de hiato 
denominadas discos 
intercalares 
Bombeia o san ntário 
m-se estrias. As 
 são cilíndricas e 
das com um único 
alizado. As 
ramif
gue; sob controlo involu
 
C Músculo Liso 
órgãos ocos
pele (inseri
nos pelos) e 
glândulas 
 estrias, as células são 
fusiformes com um único 
núcleo central 
Regula o 
passagem de cont através de 
tubos ou canais, controla a quantidade de luz, 
que entra no o linha” 
na pe
 
Nas paredes dos 
, íris, 
do 
Sem
 tamanho do órgão, força a
eúdos líquidos, 
lho e produz a “pele de ga
le; sob controlo involuntário 
 
 
ecido Nervoso 
 
T
 
Caracterizado pela capacidade de c onduzir sinais eléctricos, denominados potenciais de acção.
Localiza-se no Cérebro, Medula espinal, Nervos e é constituído por neurónios, que são responsáveis por esta 
capacidade condutora e que são suportados por células nevróglia ou glia, que alimentam, protegem e isolam o 
neurónio. 
 
Os neurónios (ou célula sã postos por 3 partes s nervosas) o com principais: 
- Corpo c ossui oelular: p núcleo 
- Dendritos: receptores de informação 
- Axónios: enviam informação 
 
Os neurónios que possuem: 
- Só 1 Axónio, são neurónios unipolares 
- 1 Dendrito +1 Axónio, são neurónios bipolares 
- Vários Dendritos + 1 Axónio, são neurónios Multipolares = = = > 
 
 
 15
2 – Suporte e Movimento 
 Capítulo 6 – Sistema Esquelético: Histologia e Desenvolvimento 
 
Funções do Sistema Esquelético: Suporte, Protecção, Movimento, Armazenamento e 
Produção de elementos sanguíneos 
 
Tendões e ligamentos: 
- Tendão: inserção de músculos nos ossos 
- Ligamento: fixam ossos a ossos 
 
Tendões e ligamentos 
Semelhanças Diferenças (3) 
São compostos por tecido conjuntivo denso regular, têm 
cor branca. 
Possuem fibras de Colagénio densamente compactadas. 
As fibrilhas de Colagénio dos ligamentos são 
frequentemente menos compactas 
Algumas fibrilhas de muitos ligamentos são compactas 
Os ligamentos são geralmente mais planos 
 
As células formadoras destes tecidos são os fibroblastos1. 
 
O crescimento de tendões e ligamentos verifica-se através de dois processos diferentes: 
 
Crescimento aposicional: A superfície de fibroblastos divide-se para produzir mais fibroblastos, 
que segregam matriz para o exterior das fibras existentes. 
 
Crescimento intersticial: fibrócitos proliferam e segregam matriz no interior do tecido. 
 
 
Cartilagem Hialina 
 
É formada por uma rede de Colagénio (força) e proteoglicanos2 (resistência) que suporta a 
matriz, apresenta crescimento aposicional e intersticial e tem como função o desenvolvimento 
dos ossos. 
 
As células que produzem matriz nova de cartilagem mais desenvolvida denominam-se 
condroblastos3 
 
Quando um condroblasto é envolvido pela matriz, torna-se um condrócito que ocupa as 
lacunas4
 
A cartilagem é rodeada por uma baínha de tecido 
conjuntivo de duas camadas, o Pericôndrio = = = => 
 Este é constituído: 
- Camada externa constituída por tecido conjuntivo 
denso irregular que contém fibroblastos 
- Camada interna, mais delicada, com menos fibras e contém condroblastos, que produzem 
cartilagem nova 
- Vasos sanguíneos e nervos ocupam a camada externa do pericôndrio, mas não entram na 
matriz. 
 
 
 
1 O fibroblasto torna-se um fibrócito quando se encontra completamente rodeado pela matriz. 
2 Macromolécula que consiste em numerosos polissacáridos (cap.1) ligados a um núcleo proteico comum. Os proteoglicamos são 
responsáveis pelo armazenamento de água. 
3 Chondros = cartilagem 
 16
4 Um espaço na matriz 
Osso 
 
Classificação dos ossos: Cada osso pode ser classificado de acordo com a sua 
forma em Longos, Curtos, Achatados (ou chatos) e Irregulares. 
 
Anatomia do osso: 
Cada osso comprido (ou longo) em crescimento 
possui 3 componentes princpais 
- Diáfise: Forma o corpo do osso e é constituída por 
osso compacto 
- Placa epifisária: É constituida por cartilagemhialina 
e localiza-se entre epífise e diáfise 
- Epífise: Forma a extremidade do osso e é 
constituída por osso esponjoso. A superfície externa 
é composta por camada de osso compacto e 
superfície articular é coberta por cartilagem articular 
 
(Distribuição num individuo adulto) 
Um osso é constituído por: 
- Medula óssea: Divide-se em medula amarela e vermelha. = = = = = = > 
 Medula amarela: 
 Constituída essencialmente por tecido adiposo, encontra-se na diáfise 
dos ossos longos maduros 
Medula vermelha: 
Função da formação de elementos sanguíneos, encontra-se nas epífises 
dos ossos longos maduros e na epífise e diáfise dos ossos dos recém-
nascidos 
- Periósteo: Composto por duas camadas, a interna e a externa 
Camada externa: Tecido conjuntivo denso fibroso irregular, que contém vasos 
sanguíneos e nervos 
Camada interna: Formada por uma única camada de osteoblastos e alguns osteoclastos 
- Fibras perfurantes ou de Sharpey: Penetram o periósteo até parte exterior do osso e ajudam a 
fixação de tendões, ligamentos e periósteo ao osso 
- Endósteo: É formada por uma única camada de osteoblastos e osteoclastos, que reveste as 
cavidades internas dos ossos. 
 
Histologia do tecido ósseo 
 
Matriz óssea 
Está organizada em finas bainhas ou camadas, denominadas lamelas, constituídas por cerca 
de 35% material orgânico - Colagénio e 65% material inorgânico - hidroxiapatite5. 
A matriz óssea é produzida por osteoblastos. A partir do momento em que um osteoblasto fica 
rodeado por matriz é um osteócito. A matriz óssea e degrada pelos osteoclastos6
 
Osso esponjoso: É cosntituido por bastonetes ou placas ósseas denominadas trabéculas (do 
latim trave). Estas não têm vasos sanguíneos, estão orientadas ao longo das linhas de tensão 
do osso e têm uma camada de osteoblastos na sua superfície 
 
 
 
5 Cristais de fosfato de cálcio 
6 São células grandes com vários núcleos, que segregam ácido cítrico e láctico, que digere o Colagénio. Estas células desempenham um 
papel importante na remodelação óssea e na Homeostasia. 
 17
 
Osso compacto: É mais denso e possui menos espaços que o osso esponjoso, têm vasos 
sanguíneos que penetram no osso, as lamelas, osteócitos e matriz estão orientados em seu 
torno. Os vasos que correm paralelos ao eixo do osso encontram-se dentro dos Canais de 
Havers. Os Canais de Havers são revestidos por endósteo e contém vasos sanguíneos, nervos 
e tecido conjuntivo laxo no seu interior. 
As lamelas concêntricas são camadas circulares de matriz em torno de um centro comum, o 
canal de Havers. 
Um sistema Haversiano consiste num canal de Havers, seus conteúdos e lamelas concêntricas 
associadas e osteócitos. 
Os osteóscitos recebem nutrientes e eliminam produtos de excreção através do sistema de 
canais no interior do osso compacto. Os vasos sanguíneos do periósteo ou do Endósteo 
entram no osso através dos canais perfurantes ou de Volkman. 
Os canais perfurantes ou de Volkman são perpendiculares ao longo eixo do osso e não se 
encontram rodeados por lamelas concêntricas. 
Os canais Haversianos recebem vasos sanguíneos dos canais de Volkman 
 
 
 
Desenvolvimento dos ossos 
 
A Ossificação consiste na formação de osso pelos osteoblastos, que envolve dois passos: 
1º Os prolongamentos citoplasmáticos dos osteoblastos estendem-se e unem-se a 
prolongamentos de outros osteoblastos 
2º Os osteoblastos formam uma matriz óssea extracelular contendo principalmente hidroxipatite 
e colagénio. 
- Quando a matriz óssea se forma inicialmente durante o desenvolvimento fetal ou durante uma 
fractura, o osso resultante é denominado osso não laminar7. 
- Após formada, esta matriz óssea vai ser destruída pelos osteoclastos e uma nova matriz, 
denominada osso laminar8, é formada pelos osteoblastos, este processo é denominado 
remodelação.9 
 
 18
7 Osso não laminar - tem fibras de Colagénio orientadas em diversas direcções 
Ossificação membranosa (Ex.: clavícula e ossos do crânio) (pag.185) 
Ocorre a partir de membranas de tecido conjuntivo, as células não especializadas existentes no 
tecido vão transformar-se em osteoblastos. 
Há formação de osso não laminar em locais denominados de, núcleos de ossificação e a 
ossificação prossegue a partir dos núcleos, o osso originado é esponjoso. 
As células que se encontram nas trabéculas formam medula óssea vermelha 
As células que envolvem o osso dão origem ao periósteo 
Os osteoblastos em contacto com o periósteo formam osso compacto 
 
Ossificação encondral (Ex.: Maioria dos ossos do corpo e os da base do crânio ) 
[A] - Ocorre a partir de um "modelo" em 
cartilagem 
“Um molde cartilagíneo, rodeado por um 
Pericôndrio, é produzido condroblastos, que se 
tornam condrócitos10 envolvidos na matriz 
cartilagínea.” 
[B] - As células progenitoras formam 
osteoblastos e o Pericôndrio transforma-
se em periósteo. 
“O Pericôndrio da diáfise torna-se periósteo e 
forma-se uma bainha ou manga óssea. 
Internamente os condrócitos atrofiam e forma-se 
cartilagem calcificada.” 
[C] - A primeira zona de ossificação, é a 
periférica que se denomina de baínha 
óssea, em simultâneo ocorre a 
mineralização da matriz entre as lacunas -
cartilagem calcificada 
 19
 
edula 
 
“Um ponto principal de ossificação forma-se á 
medida que os vasos sanguínios e os osteoblastos 
invadem a cartilagem calcificada. Os osteoblastos 
depositam matriz óssea, formando osso 
esponjoso.” 
[D] - Forma-se osso esponjoso na diáfise 
- centro primário de ossificação, com a 
continuação da ossificação a baínha 
estende-se pela diáfise. 
“Continua o processo de formação de manga 
óssea, calcificação da cartilagem e produção de 
osso esponjoso. A cartilagem calcificada começa a 
formar-se na epífise.” 
Uma cavidade medular inicia a sua formação no 
centro da epífise. 
[E] - Os osteoclastos removem osso da 
diáfise para dar lugar à formação de m
óssea vermelha. 
Nos ossos longos o centro primário de 
ossificação está na diáfise enquanto que 
nas epífises se encontram os pontos 
secundários 
Na ossificação da epífise não há formação 
de medula vermelha 
“Pontos de ossificação secundários formam-se 
nas epífises de osso longos.”
 
8 Osso não laminar - As fibras estão organizadas para formar lamelas 
9 Remodelação - converte osso não laminar em osso laminar. 
10 Condrócitos – célula madura da cartilagem (do grego chondros = cartilagem + kytos = célula) 
Crescimento ósseo 
Ao contrário dos tendões, ligamentos e cartilagens, os ossos não podem ter crescimento 
intersticial. O crescimento dos ossos só pode ser aposicional (formação de um osso novo na 
sua superfície) ou encondral (crescimento da cartilagem, seguido da substituição da cartilagem 
pelo osso). 
 
Crescimento aposicional 
É responsável pelo aumento do diâmetro do osso. 
A camada de osteoblastos origina duas e a interna produz matriz 
No osso esponjoso é adicionada mais matriz à superfície das trabéculas 
No osso compacto há formação de mais lamelas 
 
Crescimento encondral 
É responsável pelo aumento do comprimento dos ossos, este crescimento no interior da 
cartilagem articular é responsável pelo crescimento da epífise. 
Nos ossos longos o crescimento encondral da placa epifisária resulta no aumento da diáfise, 
Ex.: Crescimento do osseo em comprimento. “Num osso longo a cartilagem nova forma-se na placa epifisária da placa 
à mesma velocidade que o osso se forma na sua face diafisária. Consequentemente, a placa epifisária mantem a mesma espessura, mas o 
comprimento da diáfise aumenta” 
 
Análise estrutural do osso 
 
Placa epifisária: Separa a epífiseda diáfise dos ossos longos e está organizada em 4 zonas: 
- Zona de repouso da cartilagem: Localizada perto da epífise, apresenta condrócitos que não 
se dividem rapidamente 
- Zona de proliferação: Produzem nova cartilagem por crescimento intersticial e os condrócitos 
dividem-se e formam colunas 
- Zona de hipertrofia: Os condrócitos já existentes aumentam de tamanho e os condrócitos 
longe da zona de proliferação estão mais maduros e hipertrofiados 
- Zona de calcificação: É matriz fina e mineralizada, e os condrócitos estão mortos. 
Vista ao RX, aparece como uma linha radiotransparente entre a diáfise e a epífise 
A diáfise funde-se com as epífises entre os 12 e os 25 anos, esta fusão ocorre por ossificação 
da placa, à qual se passa a designar linha epifisária, nesse momento o crescimento ósseo 
cessou. 
 
Cartilagem articular: Mantém-se na superfície articular dos ossos longos, não sofre ossificação 
e perde o pericôndrio. 
 20
Factores que afectam o crescimento ósseo 
 
Nutricionais 
- Doença metabólica que afecte a velocidade de proliferação celular ou a produção de 
Colagénio 
- Carência de vitamina D, que causa deficiente absorção de cálcio que resulta em ossos pouco 
mineralizados originado raquitismo ou asteomalácia (ou “raquitismo adulto”). 
- Carência de vitamina C, que causa deficiente síntese de Colagénio, originando escorbuto 
 
Hormonais 
- Hormona de crescimento do lobo anterior da hipófise aumenta o crescimento dos tecidos no 
geral 
- Hormona tiróide em falta diminui o tamanho do indivíduo 
- Hormonas sexuais aumentam o crescimento ósseo mas também o crescimento das placas 
epifisárias. 
 
HOMEOSTASIA DO CÁLCIO 
O osso é o local de maior armazenamento de cálcio do corpo humano e o cálcio presente no 
osso está na forma de cristais, assim sendo quando os níveis séricos de cálcio: 
- Diminuem, os osteoclastos destroem osso 
- Aumentam os osteoblastos formam osso 
A hormona paratiróide (PTH) é a principal reguladora dos níveis séricos de cálcio 
↓ Cálcio do sangue → ↑ PTH (Ex.: Tumor11) → ↑ osteoclastos 
↑ Cálcio do sangue → ↓ PTH → ↑ osteoblastos 
↑ Cálcio do sangue → ↑ Calcitonina → ↓ osteoclastos 
 
 
Osteoporose: Frequente nas mulheres com idade superior a 40 anos, em que existe uma 
reabsorção óssea superior à formação, resultando em diminuição do tecido ósseo, pode levar à 
perda de ½ do tecido ósseo da mulher e ¼ do dos homens 
- Causas: ↓ Esterogénios (menopausa); ↓ Testosterona; ↓ consumo e absorção de cálcio, 
vitamina D e C; Pouco exercício físico 
- Tratamento: ↑ consumo de cálcio, vitamina C e D, exercício físico e esterogénios. 
 
 21
11 Os tumores segregam grandes quantidades de PTH 
2 – Suporte e Movimento 
 Capítulo 7 – Sistema Esquelético: Anatomia Geral 
 
Considerações Gerais: Nº total de ossos: 206 
 
 
 22
Caixa Craniana 
 
Função de protecção de órgãos: Olhos, Nariz, Língua, Local de implantação dentária 
 
Parietal Direito Temporal Direito 
 
Osso Frontal Occipital 
 
Esefenóide 
 
 Etmóide Maxila Direita Malar 
 
Osso Hióide 
 
Osso Hióide: (A -vista anterior; B - vista externa) 
- Osso ímpar 
- Não faz parte do crânio mas liga-se a este através 
de ligamentos e músculos 
- Está localizado na parte superior do pescoço. 
 
Crânio 
 
 
 
Vista de cima, observa-se o frontal, 
occipital e parietal = = = = = = = = = = => 
 
- A sutura sagital resulta da união entre os 
dois parietais 
- A sutura coronal entre os parietais e o 
frontal 
- A sutura lambdóide entre os parietais e o 
occipital 
 
 
 
 
 
 
<=Vista posterior, observa-se a sutura 
lambdóide, o occipital, os parietais 
 
- Ocasionalmente formam-se ao longo 
da sutura lambdóide pequenos ossos 
supranumerários, chamados ossos 
Wormianos 
 
 
 23
Vista lateral do crânio 
 
 
Vista frontal do crânio 
 
Ossos da Orbita Direita 
 
 24
 
 
 
Ossos que constituem a Órbita => 
 
 
Ossos Parte da órbita 
Frontal Tecto 
Esfenóide Tecto e Parede lateral 
Malar Parede lateral 
Maxila Pavimento 
Lacrimal Parede interna 
Etmóide Parede interna 
Palatino Parede interna 
Ossos que formam a cavidade Nasal 
 
 
 
 
 
 
Ossos Parte da cavidade Nasal Ossos Parte da cavidade Nasal 
Frontal Tecto Corneto Inferior Parede lateral 
Nasal Tecto Lacrimal Parede lateral 
Esfenóide Tecto Maxilar Pavimento 
Etmóide Tecto, Septo e Parede lateral Palatino Pavimento e Parede lateral 
 Vómer Septo 
 
 
A – Septo nasal visto da cavidade nasal esquerda B – Parede nasal lateral direita, vista do 
interior da cavidade nasal 
 
Seios Perinasais 
 
Seios Perinasais: Frontais, Etmoidais, Esfenoidais e Maxilares 
 
.Vista Lateral Vista Frontal 
 
 25
Pavimento da caixa Craniana 
(foi removido a abobada do crânio e o pavimento é visto pela sua face superior) 
 
 
 
Vista inferior do Crânio 
 
 
 26
 
 27
Coluna vertebral 
 
Está organizada em cinco regiões: Nº de ossos por grupos: 
Cervical 7 vértebras cervicais 
Dorsal 12 vértebras torácicas 
Lombar 5 vértebras lombares 
Sagrada 1 sacro 
Coccígea 1 cóccix 
A coluna é constituída por 26 ossos no total 
 
Curvaturas da coluna vertebral, da criança ao adulto: 
- O feto só apresenta duas curvaturas. Coluna em forma 
de C. 
- Quando a criança levanta a cabeça forma-se uma 
curvatura anteriormente convexa. 
- Quando se consegue sentar, a porção lombar torna-se 
convexa 
 
Existem portanto 4 curvaturas fisiológicas da coluna 
vertebral no adulto: 
- Curva cervical - anteriormente convexa 
- Curva torácica - anteriormente côncava 
- Curva lombar - anteriormente convexa 
- Curva sagrada - anteriormente côncava 
 
Com a idade e com alguns hábitos posicionais 
patológicos pode resultar em alterações nas curvaturas: 
- Lordose - curvatura convexa exagerada 
- Cifose - curvatura côncava exagerada 
- Escoliose - curvatura lateral exagerada 
 
Funções da coluna vertebral: 
- Suporte do peso da cabeça e do tronco 
- Protecção da espinal-medula 
- Permite aos nervos raquidianos saírem na espinal-
medula 
- É um local de inserção muscular 
- Permite o movimento da cabeça e do tronco 
 
Constituição geral das vértebras: = = = = = = = = = > 
- Corpo 
- Arco 
- Pedículo 
- Lâmina 
- Apófise transversa 
- Apófise espinhosa 
- Apófise articular 
- Buraco vertebral 
 
 
 
 
 
 
 
 
É o corpo vertebral que suporta o peso 
m disco intervertebral 
o entre os corpos vertebrais, e 
lo arco vertebral 
jacentes formam o canal vertebral 
nga-se posteriormente a partir deste e 
 o pedículo encontra-se a apófise transversa, que se projecta 
 união das duas lâminas e projecta-se posteriormente 
ão 
icular superior, da vértebra inferior 
mbém a apófise articular superior e inferior 
fise articular superior da vértebra subjacente 
ta o peso 
m disco intervertebral 
o entre os corpos vertebrais, e 
lo arco vertebral 
jacentes formam o canal vertebral 
nga-se posteriormente a partir deste e 
 o pedículo encontra-se a apófise transversa, que se projecta 
 união das duas lâminas e projecta-se posteriormente 
ão 
icular superior, da vértebra inferior 
mbém a apófise articular superior e inferior 
fise articular superior da vértebra subjacente 
- 
- Entre duas vértebras adjacentes existe u- Entre duas vértebras adjacentes existe u
- Os discos proporcionam um suporte adicional e impedem o atrit- Os discos proporcionam um suporte adicional e impedem o atrit
são formados por um anel fibroso e um núcleo pulposo, interior e gelatinoso. 
- A espinal-medula, localizada ao longo do buraco vertebral, está protegida pe
são formados por um anel fibroso e um núcleo pulposo, interior egelatinoso. 
- A espinal-medula, localizada ao longo do buraco vertebral, está protegida pe
e pela porção dorsal do corpo vertebral 
- Os buracos vertebrais das vértebras ad
e pela porção dorsal do corpo vertebral 
- Os buracos vertebrais das vértebras ad
- O arco pode ser dividido em duas partes, uma direita e uma esquerda - O arco pode ser dividido em duas partes, uma direita e uma esquerda 
- Ambas são formadas por um pedículo e uma lâmina - Ambas são formadas por um pedículo e uma lâmina 
- O pedículo forma-se a partir do corpo e a lâmina prolo- O pedículo forma-se a partir do corpo e a lâmina prolo
une-se à lâmina do lado oposto 
- No local de união da lâmina com
une-se à lâmina do lado oposto 
- No local de união da lâmina com
lateralmente de cada lado do arco 
- A apófise espinhosa localiza-se na
lateralmente de cada lado do arco 
- A apófise espinhosa localiza-se na
- Os nervos raquidianos emergem da espinal-medula e passam pelos buracos de conjugaç- Os nervos raquidianos emergem da espinal-medula e passam pelos buracos de conjugaç
- Estes orifícios resultam da justaposição das vértebras - Estes orifícios resultam da justaposição das vértebras 
- A chanfradura pedicular inferior, com a chanfradura ped- A chanfradura pedicular inferior, com a chanfradura ped
formam o canal. 
- Encontramos ta
formam o canal. 
- Encontramos ta
- Apresentam uma superfície lisa de articulação - Apresentam uma superfície lisa de articulação 
- A apófise articular inferior articula-se com a apó- A apófise articular inferior articula-se com a apó
 
Diferenças regionais nas vértebras 
As vértebras têm uma configuração genérica semelhante existindo, no entanto, algumas 
 
- 
diferenças entre os vários grupos 
 
28
Vértebras cervicais 
o 
as 
 
- Apresentam corpos 
muito pequenos 
- As apófises 
espinhosas sã
parcialmente bífid
- Em cada apófise 
transversa existe um
buraco transversário, 
por onde passa as 
artérias vertebrais. 
 
Atlas: Não apresenta corpo nem apófise espinhosa e tem grandes facetas articulares 
superiores, que se articula com os côndilos occipitais da base do Crâneo 
Áxis: A principal característica é a presença da apófise odontóide 
 
Atlas Áxis Atlas/Axis 
 
 
 
 
Vértebras torácicas: 
- Apresentam apófises espinhosas longas e finas que se dirigem para baixo 
- Apófises transversas compridas 
- As 10 primeiras apresentam facetas articulares para as tuberosidades das costelas 
localizadas nas apófises transversas 
- Nos bordos superior e inferior encontramos facetas para a cabeça das costelas 
 
 
 
 
 
Vértebras lombares: => 
 
- Apresentam corpos 
largos e espessos 
- As apófises t
e espinhosas s
e rectangulares 
- As facetas art
ransversas 
ão fortes 
iculares 
 com a 
tas articulares 
superiores estão 
convergentes uma
outra 
- As face
inferiores estão 
divergentes 
 
 
 
 29
 30
értebras sagradas:V 
niram-se num osso único - o sacro 
ormaram a crista sagrada 
Podemos observar buracos sagrados anteriores e posteriores 
po da primeira vértebra sagrada 
- As cinco vértebras u
- As apófises transversas uniram-se para formar as asas 
- As apófises das quatro primeiras vértebras uniram-se e f
- No lugar da quinta existe o hiato sagrado 
 
- 
- O canal sagrado por onde se continua a espinal-medula 
- O promontório sagrado localiza-se na face anterior do cor
 
 Cóccix: 
ão mais inferior da 
atro vértebras 
rma de um triângulo 
tam buracos 
- É a porç
coluna vertebral 
- Formado por qu
fundidas 
- Tem a fo
com o vértice orientado 
inferiormente 
- Não apresen
vertebrais nem apófises 
 
 
Caixa torácica 
- É formada pelas vértebras torácica
ões e o coração 
 
s, pelas costelas e pelo esterno 
- Forma uma estrutura protectora dos órgãos vitais tais como os pulm
- Evita o colapso dos pulmões durante a respiração 
 
Caixa torácica (ant.) Caixa torácica (post.) 
 
 
 
 
 31
Costelas 
- Temos 12 pares de costelas 
lam-se com as 
no 
 são 
( da 8ª à 12ª)chamamos de 
10ª) unem-se 
gnadas 
são considerados osso longos e 
rculo, Ângulo, Corpo e 
s costelas articulam-se em diversos pontos:
 
- As 7 primeiras costelas articu
vértebras torácicas e directamente com o ester
- As 5 restantes articulam-se com as vértebras 
torácicas mas indirectamente com o esterno 
- As costelas verdadeiras ou vertebrosternais
as 7 superiores 
- Às restantes 5 
costelas falsas ou vertebrocondrais 
- Da 5 restantes, as três 1ªs, (8ª, 9ª, 
ao esterno através de cartilagens costais 
- As 2 últimas (11ª e l2ª) costelas são desi
de flutuantes ou vertebrais porque só se articulam 
com as vértebras e apresentam a extremidade 
anterior livre 
- As costelas 
são formadas por: 
Cabeça, Colo, Tubé
Extremidade esternal 
 
A 
s 
o - articula-se com as apófises 
e vai unir ao esterno 
- Cabeça - articula-se com os corpos vertebrai
e com o disco vertebral 
- Tubércul
transversas 
- Extremidade esternal - continua-se com a 
cartilagem costal que s
 
 
Esterno 
- Osso ímpar 
- Formado por três partes: o 
manúbrio, o corpo e o 
apêndice xifoideu. 
- O manúbrio apresenta 
facetas articulares para a 1ª 
costela e para a clavícula 
- Na linha média do bordo 
superior do manúbrio 
encontramos a fúrcula 
esternal 
- O local de união do 
manúbrio com o corpo é 
designado de ângulo 
esternal 
- É no ângulo que se dá a 
articulação da 2ª costela 
- Da 3ª à 7ª costelas a 
cartilagem une-se à corpo 
- Não existe qualquer 
articulação com o apêndice 
xifoideu 
Esqueleto apendicular 
 
- Formado pelos membros inferiores e superiores e pelas cinturas escapulares e pélvicas 
- As cinturas ligam os membros ao tronco 
 
Membro superior: 
 
Cintura escapular: Também chamada de espádua, é constituída por dois ossos, Omoplata e 
Clavícula, que permitem a ligação e articulação do membro superior ao tronco. 
 
Omoplata: (A - vista anterior e B – vista posterior) 
- É um osso par, achatado e triangular 
- O vértice do triângulo forma o ângulo inferior 
- A base forma o bordo superior 
- Temos o bordo externo ou axilar, o bordo interno ou 
espinhal 
- Podemos observar, na parte postero-externa, o 
acrómio que apresenta várias funções: Protecção da 
articulação, superfície articular para a clavícula e 
Inserção muscular. 
- A espinha da omoplata, presente na face posterior, 
extende-se do acrómio até ao bordo interno e divide 
a face em fossa supraespinhosa e fossa 
infraespinhosa. 
- Toda a face anterior se designa por fossa 
infraescapular. 
- Na porção antero-externa temos a apófise 
coracoideia, que é local de inserção muscular 
- Na face externa e superior do osso encontramos a 
cavidade glenoideia que é o local de articulação com 
o úmero 
- Podemos ainda observar no bordo superior a 
chanfradura coracoideia 
- Superiormente à cavidade glenoideia temos o 
tubérculo supraglenoideu e inferiormente a faceta 
infraglenoideia 
 
Clavícula: 
- Osso par e longo 
- Apresenta uma curvatura em S 
- A extremidade externa articula com o acrómio da omoplata 
- A extremidade interna articula com manúbrio esternal 
 32
 
 
 
Braço: 
- É a parte do membro superior que 
vai do ombro ao cotovelo 
- Contém apenas o osso úmero 
- O úmero é um osso par e longo 
- Articula-se com a omoplata e com 
os ossos do antebraço (rádio e 
cúbito) 
 
Úmero: = = = = = = = = = = = => 
- A cabeça do úmero articula-se com 
a cavidade glenoideia da omoplata 
- O colo anatómico está localizado 
imediatamente a distal e forma os 
limites da cabeça 
- O colo cirúrgico encontra-se mais 
para distal 
 
- Na face anterior podemos observar duas tuberosidades, em que ambas são locais de inserção 
muscular: o troquino e o troquiter. 
- Entre as duas tuberosidades encontramos a goteirabicipital, local de inserção do músculo bicípite 
- Localizada no corpo do osso temos a impressão deltoideia 
- É na extremidade inferior do úmero que se encontra a superfície articular para o rádio e cúbito. 
- A parte externa da superfície forma um côndilo e articula com o rádio 
- A parte interna forma uma tróclea e articula o cúbito 
- São locais de inserção muscular, o epicôndilo, que se encontra externo ao côndilo e a epitróclea que 
se localiza internamente à tróclea. 
- Na face anterior temos a fosseta radial e a coronoideia e na face posterior a fosseta olecraneana 
 
Antebraço: 
- Estende-se desde o cotovelo até ao punho, e éformado pelo rádio e cúbito 
- O rádio encontra-se no lado externo e o cúbito interno do antebraço 
- Ambos os ossos em proximal se articulam com o úmero e em distal com os ossos da mão 
Cúbito: 
- Osso par e longo 
- Na extremidade proximal/ vista anterior apresenta uma 
superfície articular em forma de C - grande cavidade 
sigmoideia ou incisura troclear - para a tróclea do úmero 
- Imediatamente abaixo encontramos a apófise coronoideia 
Rádio:
- Na extremidade proximal do rádio temos a cabeça 
- A cabeça é côncava e articula-se com o côndilo do úmero 
- As paredes laterais da cabeça são lisas e articulam-se com 
a pequena chanfradura sigmoideia do cúbito 
- Na face posterior encontramos o olecrânio que é a 
tuberosidade que forma o cotovelo, o olecrânio é local de 
inserção muscular. 
- Na extremidade distal do cúbito há uma pequena cabeça 
para articular com o rádio e com os ossos do punho 
- No lado postero-interno da cabeça observa-se a apófise 
estiloideia 
- Quando se faz movimentos de supinação e pronação com o antebraço é a extremidade 
proximal do rádio que roda sobre o cúbito imóvel 
- Abaixo da cabeça temos uma zona de constrição denominada colo 
- Numa localização disto-interna do colo temos a tuberosidade bicipital 
- Na face externa da extremidade distal temos a apófise estiloideia 
 
Punho (zona de transição entre o antebraço e a mão): 
- É a zona localizada entre o antebraço e a mão 
- É formado por 8 ossos que constituem o carpo 
- Os ossos estão dispostos em duas filas de 4 
- No conjunto os ossos são anteriormente côncavos e 
posteriormente convexos 
 
O carpo é constituido pelo: Pisiforme, Piramidal, 
Semilunar, Escafóide, Trapezóide, Trapézio, Unciforme 
e Grande osso 
 
Mão (propriamente dita): 
- Formada pelos ossos metacárpicos e pelas falanges 
- Os ossos metacárpicos são cinco 
- Articulam-se com os ossos do carpo a proximal e com as falanges a distal 
- São numerados de 1 a 5, de radial para cubital 
- Os cinco dedos são formados por falanges 
- Podemos observar os ossos sesamóides 
- Com excepção do 1º dedo (ou polegar), todos os outros têm três falanges 
- Podemos designar as falanges por: 
1ª -Proximal, profalange, I falange, falange 
2ª -Média, mesofalange/II falange, falanginha 
3ª -Distal, metafalange/ III falange, falangeta. 
 
 
Membro inferior 
 
Cintura pélvica ou anca: = = = = = => 
- Formada por dois ossos ilíacos e um 
sacro 
- É o local de articulação do membro 
inferior com o tronco 
- Suporta o peso do corpo e protege 
órgãos internos 
- Protege o feto em desenvolvimento 
 
 
 
Ilíaco 
- É formado pela fusão 3 ossos durante o 
desenvolvimento: ílion, ísquion e o púbis. 
- A fusão destes ossos localiza-se no 
acetábulo, onde se encontra a superfície 
articular para o fémur 
- O ílion tem uma posição anatómica 
superior e apresenta a crista ilíaca 
- A crista ilíaca termina anteriormente 
pela espinha ilíaca antero-superior e 
posteriormente pela espinha ilíaca 
postero-superior 
- A espinha ilíaca postero-superior é 
limitada pela grande chanfradura ciática, 
localizada no bordo posterior do ílion 
- O nervo ciático passa na chanfradura 
 
 
 
Ilíaco (vista interna) Ilíaco (face externa) 
- No bordo posterior podemos observar a superfície articular para o sacro para formar a 
articulação sacro-ilíaca 
- Na face interna temos a fossa ilíaca 
- O ísquion forma a porção mais inferior e posterior do ilíaco 
- Apresenta a tuberosidade isquiática, onde se inserem músculos da coxa 
- A púbis é a porção mais anterior e inferior do ilíaco 
- Apresenta a sínfise púbica, localizada na linha média e é o local de união com o ilíaco do lado 
oposto 
- Partindo do acetábulo e dirigindo-se para a sínfise temos a linha iliopectínea que termina 
anteriormente na crista pectínea 
 
 
Bacia: = = = = = = = = = = = = = = = = = => 
- A bacia pode ser organizada em grande 
bacia/pelve e pequena bacia/pelve 
- A grande bacia localiza-se acima da linha 
imaginária que se origina no promontório 
sagrado e se prolonga pela linha 
iliopectínea até à crista pectínea, 
denominada de estreito superior da bacia 
- A pequena bacia é limitada superiormente 
pelo estreito superior da bacia e 
inferiormente pelo estreito inferior da bacia 
- O estreito inferior da bacia é limitado pelo 
cóccix, bordo inferior do púbis e bordo inferior da tuberosidade isquiática 
 
Coxa: 
- Formada por um osso único: o fémur Fémur: 
- Osso longo e par 
- Possui uma superfície articular para o ilíaco 
na sua extremidade proximal 
- Esta superfície tem uma forma arredondada 
e é designada por cabeça do fémur 
 
- Logo a distal da cabeça temos uma estreito 
ósseo designado de colo 
- Tanto o colo como a cabeça encontram-se 
num eixo oblíquo ao longo eixo do osso 
- Na extremidade proximal do longo eixo 
temos duas tuberosidades: Grande trocanter - 
externo ao colo / Pequeno trocanter - inferior e 
posterior ao colo 
 
- Na extremidade distal observamos duas superfícies de articulação com a tíbia 
- Estas são lisas e arredondadas 
- Denominam-se de côndilo interno e côndilo externo 
- Localizados proximalmente temos o epicôndilo interno e o epicôndilo externo 
- Entre os dois côndilos encontra-se a tróclea, que é o local de articulação com a rótula 
- Na face anterior observamos, entre os dois trocanteres, a linha intertrocanteriana 
- Na face posterior temos a crista intertrocanteriana a unir os dois trocanteres 
- Na face posterior do corpo do fémur podemos observar ao longo do mesmo a linha áspera, 
que se inicia a proximal na tuberosidade glútea 
- Esta mesma linha bifurca-se a distal em crista supracondiliana interna e externa 
- Entre as duas cristas temos a superfície popliteia 
- Entre os dois côndilos localiza-se a fossa intercondiliana 
 
 
Rótula: (zona do joelho, de transição entre a coxa e a perna) 
- Osso sesamóide par 
- Localizado no tendão do quadricípite 
femoral 
- Apresenta duas faces, uma anterior e uma 
posterior 
- A face posterior é lisa e articula-se com a 
face anterior da extremidade inferior do 
fémur 
 
 
Perna: 
- Parte do membro inferior localizada entre o joelho e o tornozelo 
- É formada por dois ossos: tíbia e perónio 
 
Tíbia: 
- Osso longo e par, localizado 
internamente ao perónio 
- Na face superior da extremidade 
superior da tíbia observamos as 
superfícies articulares para os côndilos 
do fémur, designadas de cavidades 
glenoideias da tíbia 
- As eminências intercondilianas 
localizam-se entre as cavidades 
- Na face anterior da extremidade 
superior temos a tuberosidade anterior 
da tíbia 
- Na face interna e externa temos, 
respectivemente, a tuberosidade interna 
e tuberosidade externa da tíbia 
- Na face anterior do corpo observamos 
a crista anterior da tíbia 
- Na extremidade inferior observamos o 
maléolo interno 
 
Perónio: 
- Osso longo e par, localizado externamente à tíbia 
- Articula-se com a tíbia e com astrágalo 
- Apresenta na extremidade superior a cabeça do perónio, que articula com a tíbia 
- A extremidade inferior apresenta o maléolo externo, que se articula com a tíbia 
 
Tornozelo e Pé 
 
Tornozelo: 
- É formado por 7 ossos társicos: Cuneiforme interno, Cuneiforme intermédio,Cuneiforme 
externo, Cubóide, Escafóide, Calcâneo e o Astrágalo 
- O astrágalo articula-se com a tíbia e com o perónio e forma a articulação tibiotársica 
- O calcâneoforma o calcanhar e suporta o peso do corpo 
 
Pé: 
- É côncavo ventralmente 
- Os ossos metatársicos são numerados do lado interno para o externo, de Io a 5o 
- Também são formados por 3 falanges, excepto o dedo grande (só a I e a III.) 
- O 1ª dedo equivale ao polegar 
- É formado por: falange; falanginha; falangeta; I, II, III falange; falange proximal média e distal 
 
 
Pé (vista superior) 
 
 
 
Pé (vista lateral) 
 
 
2 – Suporte e Movimento 
 Capítulo 8 – Articulações e Biomecânica do Movimento Corporal 
 
Articulações 
- Classificação das articulações: Assinovais e Sinovais 
 
Assinoviais (3 tipos): 
- Não aderentes ou sindesmoses 
- Aderentes por bordos – têm 2 subtipos: 
- Suturas 
- Sincondroses 
- Aderentes por superfícies– têm 2 subtipos: 
- Planas ( sínfises ou anfiartroses) 
- Curvas (gonfoses ougonfartroses) 
Sinoviais (6 tipos): 
- Planas ou artrodias 
- Em sela ou epifiartroses 
- Em roldana ou tróclea 
- Cilíndricas ou trocartroses 
- Esféricas ou enartroses 
- Elipsóides ou condilartroses 
 
 
Articulações assinoviais: 
 
- Características gerais: 
- Consistem em 2 ossos 
- Aderem por meio de tecido conjuntivo fibroso ou cartilagíneo 
- Não têm cavidade articular 
- Apresentam pouco ou nenhum movimento 
- As suas superfícies articulares podem ser bordos, superfícies planas ou curvas 
 
- Características particulares: 
- Características das Articulações Não Aderentes (ou Sindesmoses): 
- As superfícies articulares encontram-se afastadas 
- Estão unidas através de ligamentos à distância ou por membranas interósseas 
- Existe algum movimento devido à flexibilidade dos ligamentos e membranas 
- Ex: sindesmose radiocubital e estilo-hioideu 
 
Características das Articulações Aderentes por bordos: 
 
Suturas: 
- Articulações completamente imóveis nos adultos 
- As superfícies de união interpenetram-se 
- Tecido entre os dois ossos é tecido conjuntivo denso regular 
- O periósteo prolonga-se sobre a articulação 
- Apresentam o ligamento sutural, formado pelo tecido conjuntivo e pelo periósteo 
- Na criança as superfícies articulares encontram-se separadas 
- Os bordos são locais de contínuo crescimento ósseo 
- Com a idade ocorre ossificação do tecido conjuntivo 
- Num adulto não ocorre a fusão das suturas coronal, sagital e lambdática do crâneo 
- A ossificação dos frontais ocorre logo após o nascimento - sinostose 
 
Sincondroses 
- União por meio de cartilagem hialina 
- São imóveis quando são temporárias, tal como as uniões dos ossos embrionários do ilíaco 
- Na sincondrose costoesternal existe um certo grau de movimento para os movimentos 
respiratórios 
- Mantêm-se durante toda a vida 
 
 
 
 
 
Características das Articulações Aderentes por superfície: 
 
Sínfises 
- Também designada de anfiartrose 
- Consiste em dois ossos de superfície plana unidos por fibrocartilagem 
- Algumas são articulações semi-móveis 
- Ex: junção do manúbrio com o corpo do esterno, sínfise púbica. 
 
• Gonfoses 
- Também designadas por gonfartroses 
- As superfícies articulares são curvas 
- Consistem em encaixes em cavidades 
- São mantidas no lugar por feixes de tecido conjuntivo regular colagénico 
- Apresentam mobilidade mínima 
- Ex: articulação dos dentes com os alvéolos 
 
 
Articulações sinoviais: 
 
- Caracterizam-se por apresentar 
líquido sinovial no interior da 
cavidade articular 
- Esta característica permite uma 
grande amplitude de 
movimento da articulação 
- Encontram-se essencialmente 
no esqueleto apendicular 
- A cartilagem articular ou 
hialiana :cobre as superfícies 
ósseas das articulações sinoviais 
- Esta superfície macia diminui o atrito entre os ossos da articulação 
- Na articulação do joelho e da ATM existe uma estrutura fibrocartilagínea entre as duas 
cartilagens articulares - o Menisco 
- A envolver as superfícies articulares e o líquido sinovial encontra-se a cápsula articular 
- A cápsula articular é formada por duas camadas: uma cápsula fibrosa e uma membrana 
sinovial 
- A cápsula fibrosa é externa e a membrana sinovial interna e contacta directamente com o 
líquido sinovial 
- A cápsula fibrosa é uma continuação da camada fibrosa do periósteo 
- A membrana sinovial forra internamente a cápsula fibrosa mas não cobre as cartilagens 
articulares 
- É a membrana sinovial que produz o líquido sinovial 
- O líquido sinovial é lubrificante e escorregadio, características conferidas pelo ácido 
hialurónico 
- Em algumas articulações existe um prolongamento da membrana sinovial que se designa por 
bolsa 
A sua função é diminuir o atrito 
- Situações inflamatórias da bolsa designam-se por bursite 
- Estas situações levam a dor e limitação dos movimentos articulares 
- A nutrição da cartilagem é feita por uma rede de vasos sanguíneos que se encontra externa à 
articulação 
- A cartilagem articular pode ser nutrida pelo líquido sinovial e pelo próprio osso 
- Os nervos entram na cápsula e na membrana sinovial mas não na cartilagen nem na 
cavidade articular 
 
 
Tipos de articulações sinoviais: 
- A classificação deste tipo de articulações é feita de acordo com a forma das suas 
superfícies articulares. 
 
Existem 6 tipos de articulações sinoviais: 
 
- Planas ou artrodias 
- Em sela ou apifiartroses 
- Em roldana ou trocleartroses 
- Cilíndricas ou trocartroses 
- Esféricas ou enartroses 
- Elípticas ou condilartroses 
 
Características particulares: 
- O movimento da articulação sinovial pode ser: Monoaxial, Biaxial ou Multiaxial 
 
Articulações Planas: 
- Consistem em duas superfícies lisas opostas e de tamanho 
idêntico 
- São articulações monoaxiais 
- O movimento de rotação é limitado 
- Ex: apófises articulares entre as vértebras 
 
Articulações em sela: 
- Constituidas por duas superfícies articulares em forma de sela 
- As duas superfícies articulares estão orientadas 
perpendicularmente de forma a que se articulem 
- Apresentam movimentos biaxiais 
- Ex: articulação carpometacárpica do polegar 
 
Articulações em roldana: 
- Formadas por um duplo cone de vértices internos e uma 
superfície côncava correspondente 
- São articulações monoaxiais 
- Ex: articulação do cotovelo e do joelho 
 
 
Articulações Cilíndricas: 
- Consiste numa apófise cilíndrica que 
roda num anel parcialmente de osso e de ligamento 
- São articulações monoaxiais 
- Só apresentam movimento de rotação em torno de um eixo 
- Ex: articulação da apófise odontóide de axis com o atlas 
 
 
Articulações Esféricas: 
- Consiste numa superfície articular em cabeça e outra onde se 
encaixa parte da cabeça 
- São articulações multiaxiais 
- Ex: articulação coxo-femural e articulação do ombro 
 
 
Articulações Elípticas: 
- São articulações esféricas modificadas 
- As sua superfície é mais próximo da forma elíptica que esférica 
- São articulações biaxiais 
- Ex: articulação atlantoccipital 
Movimentos das articulações: 
- É a estrutura da articulação e a forma como as suas superfícies articulares que condiciona os 
seus movimentos 
- A maioria dos movimentos apresenta um oposto 
 
Em relação à posição anatómica podemos ter: 
 
- Movimento que se afasta da posição - Movimento que se aproxima 
 
Classificação dos movimentos: (Angulares,Circulares e Especiais) 
 
Movimentos angulares: 
- Uma parte da estrutura linear dobra-se sobre outra, modificando o ângulo entre as duas 
partes 
- Existe uma parte sólida e outra mais móvel 
 
Os movimentos angulares são: Flexão e extensão / Adução e Abdução 
 
Flexão e extensão 
- A flexão move uma parte do corpo numa direcção anterior ou ventral 
- A extensão move uma parte do corpo numa direcção posterior oudorsal 
- Existe uma excepção: a articulação do joelho: Enquanto a flexão desloca a perna para 
posterior a extensão desloca-a para anterior 
- Os movimentos do pé que aproximam os dedos da perna são designados de flexão 
- A posição é a de andar com o calcanhar 
- Os movimentos do pé que afastam os dedos da perna são considerados de extensão 
- A posição é a de uma bailarina em pontas 
 
 
 
 
 
Abdução e adução: 
- Abdução é o movimento que afasta da linha 
média 
- Movimento de adução é aquele que 
aproxima da linha média 
- O movimento de afastar os braços é um 
movimento de abdução 
- O movimento de os colocar ao longo do 
corpo é um movimento de adução 
 
 
 Movimentos circulares: 
 
- Consiste na rotação de uma estrutura em torno de um eixo ou no movimento em arco da 
estrutura 
 
Os movimentos circulares 
são: Rotação e Circundação 
 
Rotação: 
- Rodar de uma estrutura em 
torno de um eixo 
- Existe rotação externa e 
interna 
 
- A rotação do antebraço é 
uma rotação composta por pronação e 
supinação 
- Prono significa deitar de cara para baixo 
- Na posição anatómica a pronação da mão 
volta a palma da mesma para posteior 
- Caso o cotovelo esteja flectido a palma da 
mão fica virada para baixo 
- Na supinação a palma da mão fica para 
anterior e se o cotovelo estiver flectido fica 
superior 
 
 
 
Circundação: 
- Consiste no movimento que combina a flexão, 
extensão, abdução e adução 
- Ocorre nas articulações multiaxiais, tal como 
a articulação do ombro 
- Neste movimento o braço faz um movimento 
de cone com o vértice no ombro 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 22
Movimentos especiais: 
- São movimentos que não se encaixam em nenhum dos anteriormente definidos 
- São exclusivos de uma determinada articulação 
 
Os movimentos especiais são: 
- Elevação e depressão - Projecção e retracção - Didução (ou lateralidade) 
- Oponência (do polegar) - Inversão e eversão
 
 
Elevação e depressão (abaixamento) = = => 
- Elevação move uma estrutura para cima 
- Depressão move para baixo uma estrutura 
 
 
 
 
Projecção e retracção 
- Projecção é o movimento que desloca 
uma estrutura no sentido anterior 
- Retracção é o movimento que desloca 
uma estrutura no sentido posterior 
- Ex: mandíbula 
 
 
 
Didução (ou lateralidade) 
- Também designado de movimento de 
lateralidade 
- Designa o movimento da estrutura para a 
direita ou para a esquerda 
- É exclusivo da mandíbula 
- A lateralidade direita é contrária à 
esquerda 
Oponência (do polegar) e retorno à posição 
neutra 
- É um movimento exclusivo do polegar em 
oposição aos restantes dedos 
 
 
 
 
Inversão e Eversão 
- Inversão é o movimento do pé que coloca a 
sola do pé virada para a linha média (interna) 
- Eversão consiste no movimento do pé de 
forma a que a superfície plantar seja externa 
 
Movimentos combinados 
- A maioria dos movimentos que fazemos no nosso dia-a-dia é uma combinação dos 
movimentos de que falámos 
 23
2 – Suporte e Movimento 
Braço: 
- É a parte do membro superior que vai 
do ombro ao cotovelo 
- Contém apenas o osso úmero 
- O úmero é um osso par e longo 
- Articula-se com a omoplata e com os 
ossos do antebraço (rádio e cúbito) 
 
Úmero: = = = = = = = = = = = => 
- A cabeça do úmero articula-se com a 
cavidade glenoideia da omoplata 
- O colo anatómico está localizado 
imediatamente a distal e forma os 
limites da cabeça 
- O colo cirúrgico encontra-se mais para distal 
 
- Na face anterior podemos observar duas tuberosidades, em que ambas são locais de inserção 
muscular: o troquino e o troquiter. 
- Entre as duas tuberosidades encontramos a goteira bicipital, local de inserção do músculo bicípite 
- Localizada no corpo do osso temos a impressão deltoideia 
- É na extremidade inferior do úmero que se encontra a superfície articular para o rádio e cúbito. 
- A parte externa da superfície forma um côndilo e articula com o rádio 
- A parte interna forma uma tróclea e articula o cúbito 
- São locais de inserção muscular, o epicôndilo, que se encontra externo ao côndilo e a epitróclea que 
se localiza internamente à tróclea. 
- Na face anterior temos a fosseta radial e a coronoideia e na face posterior a fosseta olecraneana 
 
Antebraço: 
- Estende-se desde o cotovelo até ao punho, e éformado pelo rádio e cúbito 
- O rádio encontra-se no lado externo e o cúbito interno do antebraço 
- Ambos os ossos em proximal se articulam com o úmero e em distal com os ossos da mão 
Cúbito: 
- Osso par e longo 
- Na extremidade proximal/ vista anterior apresenta uma superfície 
articular em forma de C - grande cavidade sigmoideia ou incisura 
troclear - para a tróclea do úmero 
- Imediatamente abaixo encontramos a apófise coronoideia 
Rádio:
- Na extremidade proximal do rádio temos a cabeça 
- A cabeça é côncava e articula-se com o côndilo do úmero 
- As paredes laterais da cabeça são lisas e articulam-se com a 
pequena chanfradura sigmoideia do cúbito 
- Na face posterior encontramos o olecrânio que é a tuberosidade 
que forma o cotovelo, o olecrânio é local de inserção muscular. 
- Na extremidade distal do cúbito há uma pequena cabeça para 
articular com o rádio e com os ossos do punho 
- No lado postero-interno da cabeça observa-se a apófise 
estiloideia 
- Quando se faz movimentos de supinação e pronação com o antebraço é a extremidade 
proximal do rádio que roda sobre o cúbito imóvel 
- Abaixo da cabeça temos uma zona de constrição denominada colo 
- Numa localização disto-interna do colo temos a tuberosidade bicipital 
- Na face externa da extremidade distal temos a apófise estiloideia 
 33
Punho (zona de transição entre o antebraço e a mão): 
- É a zona localizada entre o antebraço e a mão 
- É formado por 8 ossos que constituem o carpo 
- Os ossos estão dispostos em duas filas de 4 
- No conjunto os ossos são anteriormente côncavos e 
posteriormente convexos 
 
O carpo é constituido pelo: Pisiforme, Piramidal, 
Semilunar, Escafóide, Trapezóide, Trapézio, Unciforme 
e Grande osso 
 
Mão (propriamente dita): 
- Formada pelos ossos metacárpicos e pelas falanges 
- Os ossos metacárpicos são cinco 
- Articulam-se com os ossos do carpo a proximal e com as falanges a distal 
- São numerados de 1 a 5, de radial para cubital 
- Os cinco dedos são formados por falanges 
- Podemos observar os ossos sesamóides 
- Com excepção do 1º dedo (ou polegar), todos os outros têm três falanges 
- Podemos designar as falanges por: 
1ª -Proximal, profalange, I falange, falange 
2ª -Média, mesofalange/II falange, falanginha 
3ª -Distal, metafalange/ III falange, falangeta. 
 
 
Membro inferior 
 
Cintura pélvica ou anca: = = = = = => 
- Formada por dois ossos ilíacos e um 
sacro 
- É o local de articulação do membro 
inferior com o tronco 
- Suporta o peso do corpo e protege 
órgãos internos 
- Protege o feto em desenvolvimento 
 
 
 
Ilíaco 
- É formado pela fusão 3 ossos durante o 
desenvolvimento: ílion, ísquion e o púbis. 
- A fusão destes ossos localiza-se no 
acetábulo, onde se encontra a superfície 
articular para o fémur 
- O ílion tem uma posição anatómica 
superior e apresenta a crista ilíaca 
- A crista ilíaca termina anteriormente 
pela espinha ilíaca antero-superior e 
posteriormente pela espinha ilíaca 
postero-superior 
- A espinha ilíaca postero-superior é 
limitada pela grande chanfradura ciática, 
localizada no bordo posterior do ílion 
- O nervo ciático passa na chanfradura 
 
 34
 
Ilíaco (vista interna) Ilíaco (face externa) 
- No bordo posterior podemos observar a superfície articular para o sacro para formar a 
articulação sacro-ilíaca 
- Na face interna temos a fossa ilíaca 
- O ísquion forma a porção mais inferior e posterior do ilíaco 
- Apresenta a tuberosidade isquiática, onde se inserem músculos da coxa 
- A púbisé a porção mais anterior e inferior do ilíaco 
- Apresenta a sínfise púbica, localizada na linha média e é o local de união com o ilíaco do lado 
oposto 
- Partindo do acetábulo e dirigindo-se para a sínfise temos a linha iliopectínea que termina 
anteriormente na crista pectínea 
 35
 
Bacia: = = = = = = = = = = = = = = = = = => 
- A bacia pode ser organizada em grande 
bacia/pelve e pequena bacia/pelve 
- A grande bacia localiza-se acima da linha 
imaginária que se origina no promontório 
sagrado e se prolonga pela linha 
iliopectínea até à crista pectínea, 
denominada de estreito superior da bacia 
- A pequena bacia é limitada superiormente 
pelo estreito superior da bacia e 
inferiormente pelo estreito inferior da bacia 
- O estreito inferior da bacia é limitado pelo 
cóccix, bordo inferior do púbis e bordo inferior da tuberosidade isquiática 
 
Coxa: 
- Formada por um osso único: o fémur Fémur: 
- Osso longo e par 
- Possui uma superfície articular para o ilíaco 
na sua extremidade proximal 
- Esta superfície tem uma forma arredondada 
e é designada por cabeça do fémur 
 
- Logo a distal da cabeça temos uma estreito 
ósseo designado de colo 
- Tanto o colo como a cabeça encontram-se 
num eixo oblíquo ao longo eixo do osso 
- Na extremidade proximal do longo eixo 
temos duas tuberosidades: Grande trocanter - 
externo ao colo / Pequeno trocanter - inferior e 
posterior ao colo 
 
- Na extremidade distal observamos duas superfícies de articulação com a tíbia 
- Estas são lisas e arredondadas 
- Denominam-se de côndilo interno e côndilo externo 
- Localizados proximalmente temos o epicôndilo interno e o epicôndilo externo 
- Entre os dois côndilos encontra-se a tróclea, que é o local de articulação com a rótula 
- Na face anterior observamos, entre os dois trocanteres, a linha intertrocanteriana 
- Na face posterior temos a crista intertrocanteriana a unir os dois trocanteres 
- Na face posterior do corpo do fémur podemos observar ao longo do mesmo a linha áspera, 
que se inicia a proximal na tuberosidade glútea 
- Esta mesma linha bifurca-se a distal em crista supracondiliana interna e externa 
- Entre as duas cristas temos a superfície popliteia 
- Entre os dois côndilos localiza-se a fossa intercondiliana 
 
 
Rótula: (zona do joelho, de transição entre a coxa e a perna) 
- Osso sesamóide par 
- Localizado no tendão do quadricípite 
femoral 
- Apresenta duas faces, uma anterior e uma 
posterior 
- A face posterior é lisa e articula-se com a 
face anterior da extremidade inferior do 
fémur 
 
 
Perna: 
- Parte do membro inferior localizada entre o joelho e o tornozelo 
- É formada por dois ossos: tíbia e perónio 
 
Tíbia: 
- Osso longo e par, localizado 
internamente ao perónio 
- Na face superior da extremidade 
superior da tíbia observamos as 
superfícies articulares para os côndilos 
do fémur, designadas de cavidades 
glenoideias da tíbia 
- As eminências intercondilianas 
localizam-se entre as cavidades 
- Na face anterior da extremidade 
superior temos a tuberosidade anterior 
da tíbia 
- Na face interna e externa temos, 
respectivemente, a tuberosidade interna 
e tuberosidade externa da tíbia 
- Na face anterior do corpo observamos 
a crista anterior da tíbia 
- Na extremidade inferior observamos o 
maléolo interno 
 
Perónio: 
- Osso longo e par, localizado externamente à tíbia 
- Articula-se com a tíbia e com astrágalo 
- Apresenta na extremidade superior a cabeça do perónio, que articula com a tíbia 
- A extremidade inferior apresenta o maléolo externo, que se articula com a tíbia 
 36
Tornozelo e Pé 
 
Tornozelo: 
- É formado por 7 ossos társicos: Cuneiforme interno, Cuneiforme intermédio, Cuneiforme 
externo, Cubóide, Escafóide, Calcâneo e o Astrágalo 
- O astrágalo articula-se com a tíbia e com o perónio e forma a articulação tibiotársica 
- O calcâneoforma o calcanhar e suporta o peso do corpo 
 
Pé: 
- É côncavo ventralmente 
- Os ossos metatársicos são numerados do lado interno para o externo, de Io a 5o 
- Também são formados por 3 falanges, excepto o dedo grande (só a I e a III.) 
- O 1ª dedo equivale ao polegar 
- É formado por: falange; falanginha; falangeta; I, II, III falange; falange proximal média e distal 
 
 
Pé (vista superior) 
 
 
 
Pé (vista lateral) 
 
 37
2 – Suporte e Movimento 
 Capítulo 8 – Articulações e Biomecânica do Movimento Corporal 
 
Articulações 
- Classificação das articulações: Assinovais e Sinovais 
 
Assinoviais (3 tipos): 
- Não aderentes ou sindesmoses 
- Aderentes por bordos – têm 2 subtipos: 
- Suturas 
- Sincondroses 
- Aderentes por superfícies– têm 2 subtipos: 
- Planas ( sínfises ou anfiartroses) 
- Curvas (gonfoses ougonfartroses) 
Sinoviais (6 tipos): 
- Planas ou artrodias 
- Em sela ou epifiartroses 
- Em roldana ou tróclea 
- Cilíndricas ou trocartroses 
- Esféricas ou enartroses 
- Elipsóides ou condilartroses 
 
 
Articulações assinoviais: 
 
- Características gerais: 
- Consistem em 2 ossos 
- Aderem por meio de tecido conjuntivo fibroso ou cartilagíneo 
- Não têm cavidade articular 
- Apresentam pouco ou nenhum movimento 
- As suas superfícies articulares podem ser bordos, superfícies planas ou curvas 
 
- Características particulares: 
- Características das Articulações Não Aderentes (ou Sindesmoses): 
- As superfícies articulares encontram-se afastadas 
- Estão unidas através de ligamentos à distância ou por membranas interósseas 
- Existe algum movimento devido à flexibilidade dos ligamentos e membranas 
- Ex: sindesmose radiocubital e estilo-hioideu 
 
Características das Articulações Aderentes por bordos: 
 
Suturas: 
- Articulações completamente imóveis nos adultos 
- As superfícies de união interpenetram-se 
- Tecido entre os dois ossos é tecido conjuntivo denso regular 
- O periósteo prolonga-se sobre a articulação 
- Apresentam o ligamento sutural, formado pelo tecido conjuntivo e pelo periósteo 
- Na criança as superfícies articulares encontram-se separadas 
- Os bordos são locais de contínuo crescimento ósseo 
- Com a idade ocorre ossificação do tecido conjuntivo 
- Num adulto não ocorre a fusão das suturas coronal, sagital e lambdática do crâneo 
- A ossificação dos frontais ocorre logo após o nascimento - sinostose 
 
Sincondroses 
- União por meio de cartilagem hialina 
- São imóveis quando são temporárias, tal como as uniões dos ossos embrionários do ilíaco 
- Na sincondrose costoesternal existe um certo grau de movimento para os movimentos 
respiratórios 
- Mantêm-se durante toda a vida 
 
 
 
 
 38
 
Características das Articulações Aderentes por superfície: 
 
Sínfises 
- Também designada de anfiartrose 
- Consiste em dois ossos de superfície plana unidos por fibrocartilagem 
- Algumas são articulações semi-móveis 
- Ex: junção do manúbrio com o corpo do esterno, sínfise púbica. 
 
• Gonfoses 
- Também designadas por gonfartroses 
- As superfícies articulares são curvas 
- Consistem em encaixes em cavidades 
- São mantidas no lugar por feixes de tecido conjuntivo regular colagénico 
- Apresentam mobilidade mínima 
- Ex: articulação dos dentes com os alvéolos 
 
 
Articulações sinoviais: 
 
- Caracterizam-se por apresentar 
líquido sinovial no interior da 
cavidade articular 
- Esta característica permite uma 
grande amplitude de 
movimento da articulação 
- Encontram-se essencialmente 
no esqueleto apendicular 
- A cartilagem articular ou 
hialiana :cobre as superfícies 
ósseas das articulações sinoviais 
- Esta superfície macia diminui o atrito entre os ossos da articulação 
- Na articulação do joelho e da ATM existe uma estrutura fibrocartilagínea entre as duas 
cartilagens articulares - o Menisco 
- A envolver as superfícies articulares e o líquido sinovial encontra-se a cápsula articular 
- A cápsula articular é formadapor duas camadas: uma cápsula fibrosa e uma membrana 
sinovial 
- A cápsula fibrosa é externa e a membrana sinovial interna e contacta directamente com o 
líquido sinovial 
- A cápsula fibrosa é uma continuação da camada fibrosa do periósteo 
- A membrana sinovial forra internamente a cápsula fibrosa mas não cobre as cartilagens 
articulares 
- É a membrana sinovial que produz o líquido sinovial 
- O líquido sinovial é lubrificante e escorregadio, características conferidas pelo ácido 
hialurónico 
- Em algumas articulações existe um prolongamento da membrana sinovial que se designa por 
bolsa 
A sua função é diminuir o atrito 
- Situações inflamatórias da bolsa designam-se por bursite 
- Estas situações levam a dor e limitação dos movimentos articulares 
- A nutrição da cartilagem é feita por uma rede de vasos sanguíneos que se encontra externa à 
articulação 
- A cartilagem articular pode ser nutrida pelo líquido sinovial e pelo próprio osso 
- Os nervos entram na cápsula e na membrana sinovial mas não na cartilagen nem na 
cavidade articular 
 39
Tipos de articulações sinoviais: 
- A classificação deste tipo de articulações é feita de acordo com a forma das suas 
superfícies articulares. 
 
Existem 6 tipos de articulações sinoviais: 
 40
- Planas ou artrodias 
- Em sela ou apifiartroses 
- Em roldana ou trocleartroses 
- Cilíndricas ou trocartroses 
- Esféricas ou enartroses 
- Elípticas ou condilartroses 
 
Características particulares: 
- O movimento da articulação sinovial pode ser: Monoaxial, Biaxial ou Multiaxial 
 
Articulações Planas: 
- Consistem em duas superfícies lisas opostas e de tamanho 
idêntico 
- São articulações monoaxiais 
- O movimento de rotação é limitado 
- Ex: apófises articulares entre as vértebras 
 
Articulações em sela: 
- Constituidas por duas superfícies articulares em forma de sela 
- As duas superfícies articulares estão orientadas 
perpendicularmente de forma a que se articulem 
- Apresentam movimentos biaxiais 
- Ex: articulação carpometacárpica do polegar 
 
Articulações em roldana: 
- Formadas por um duplo cone de vértices internos e uma 
superfície côncava correspondente 
- São articulações monoaxiais 
- Ex: articulação do cotovelo e do joelho 
 
 
Articulações Cilíndricas: 
- Consiste numa apófise cilíndrica que 
roda num anel parcialmente de osso e de ligamento 
- São articulações monoaxiais 
- Só apresentam movimento de rotação em torno de um eixo 
- Ex: articulação da apófise odontóide de axis com o atlas 
 
 
Articulações Esféricas: 
- Consiste numa superfície articular em cabeça e outra onde se 
encaixa parte da cabeça 
- São articulações multiaxiais 
- Ex: articulação coxo-femural e articulação do ombro 
 
 
Articulações Elípticas: 
- São articulações esféricas modificadas 
- As sua superfície é mais próximo da forma elíptica que esférica 
- São articulações biaxiais 
- Ex: articulação atlantoccipital 
Movimentos das articulações: 
- É a estrutura da articulação e a forma como as suas superfícies articulares que condiciona os 
seus movimentos 
- A maioria dos movimentos apresenta um oposto 
 
Em relação à posição anatómica podemos ter: 
 41
- Movimento que se afasta da posição - Movimento que se aproxima 
 
Classificação dos movimentos: (Angulares, Circulares e Especiais) 
 
Movimentos angulares: 
- Uma parte da estrutura linear dobra-se sobre outra, modificando o ângulo entre as duas 
partes 
- Existe uma parte sólida e outra mais móvel 
 
Os movimentos angulares são: Flexão e extensão / Adução e Abdução 
 
Flexão e extensão 
- A flexão move uma parte do corpo numa direcção anterior ou ventral 
- A extensão move uma parte do corpo numa direcção posterior ou dorsal 
- Existe uma excepção: a articulação do joelho: Enquanto a flexão desloca a perna para 
posterior a extensão desloca-a para anterior 
- Os movimentos do pé que aproximam os dedos da perna são designados de flexão 
- A posição é a de andar com o calcanhar 
- Os movimentos do pé que afastam os dedos da perna são considerados de extensão 
- A posição é a de uma bailarina em pontas 
 
 
 
 
 
 
Abdução e adução: 
- Abdução é o movimento que afasta da linha 
média 
- Movimento de adução é aquele que 
aproxima da linha média 
- O movimento de afastar os braços é um 
movimento de abdução 
- O movimento de os colocar ao longo do 
corpo é um movimento de adução 
 
 
 Movimentos circulares: 
 
- Consiste na rotação de uma estrutura em torno de um eixo ou no movimento em arco da 
estrutura 
 
Os movimentos circulares 
são: Rotação e Circundação 
 
Rotação: 
- Rodar de uma estrutura em 
torno de um eixo 
- Existe rotação externa e 
interna 
 
- A rotação do antebraço é 
uma rotação composta por pronação e 
supinação 
- Prono significa deitar de cara para baixo 
- Na posição anatómica a pronação da mão 
volta a palma da mesma para posteior 
- Caso o cotovelo esteja flectido a palma da 
mão fica virada para baixo 
- Na supinação a palma da mão fica para 
anterior e se o cotovelo estiver flectido fica 
superior 
 
 
 
Circundação: 
- Consiste no movimento que combina a flexão, 
extensão, abdução e adução 
- Ocorre nas articulações multiaxiais, tal como 
a articulação do ombro 
- Neste movimento o braço faz um movimento 
de cone com o vértice no ombro 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 42
 
Movimentos especiais: 
- São movimentos que não se encaixam em nenhum dos anteriormente definidos 
- São exclusivos de uma determinada articulação 
 
Os movimentos especiais são: 
- Elevação e depressão - Projecção e retracção - Didução (ou lateralidade) 
- Oponência (do polegar) - Inversão e eversão
 
 
Elevação e depressão (abaixamento) = = => 
- Elevação move uma estrutura para cima 
- Depressão move para baixo uma estrutura 
 
 
 
 
Projecção e retracção 
- Projecção é o movimento que desloca 
uma estrutura no sentido anterior 
- Retracção é o movimento que desloca 
uma estrutura no sentido posterior 
- Ex: mandíbula 
 
 
 
Didução (ou lateralidade) 
- Também designado de movimento de 
lateralidade 
- Designa o movimento da estrutura para a 
direita ou para a esquerda 
- É exclusivo da mandíbula 
- A lateralidade direita é contrária à 
esquerda 
Oponência (do polegar) e retorno à posição 
neutra 
- É um movimento exclusivo do polegar em 
oposição aos restantes dedos 
 
 
 
 
Inversão e Eversão 
- Inversão é o movimento do pé que coloca a 
sola do pé virada para a linha média (interna) 
- Eversão consiste no movimento do pé de 
forma a que a superfície plantar seja externa 
 
Movimentos combinados 
- A maioria dos movimentos que fazemos no nosso dia-a-dia é uma combinação dos 
movimentos de que falámos 
 43
Descrição das articulações corporais principais: 
Articulação temporomandibular (ou ATM), Articulação do ombro, Articulação da anca, 
Articulação do joelho, Articulação do tornozelo 
 
ATM - Articulação temporomandibular: 
- A mandíbula articula-se com osso temporal 
- O côndilo mandibular encaixa-se na cavidade glenoideia do temporal 
- Esta articulação apresenta, no interior da cápsula articular, um menisco 
- Esta fibrocartilagem divide a articulação em cavidade superior e inferior 
- Esta articulação designa-se de bicondilomeniscartrose conjugada, 
Bicondilo (2 côndilos) + Meniscartrose (é uma condilartrose que 
apresenta um menisco) + Conjugada (movimentos de uma são sempre 
acompanhados pela outra) 
- Em todos os movimentos o menisco acompanha a trajectória condiliana. 
- Alterações da posição do menisco condicionam a amplitude dos 
movimentos. 
Os movimentos da articulação são: Abertura e fecho ou abaixamento e 
elevação, Projecção e retracção e Didução ou lateralidade direita e 
esquerda 
 
Articulação do ombro: (ver outras imagens da página 264) 
- Também designada de articulaçãoescapulo umeral 
- É uma articulação esférica, que apresenta grande 
mobilidade e pouca estabilidade. 
- A cabeça do úmero articula-se com a cavidade 
glenóideia do úmero 
- Esta cavidade é pouco profunda, permitindo assim 
uma grande variedade de movimentos. 
- Apresenta movimentos de flexão, extensão, 
abdução, adução, rotação e circundação 
- O debrum glenoideu é um anel de fibrocartilagem 
que cobre parcialmente a cavidade glenoideia 
- Observa-se a presença das bolsas infra-acromial 
ou sub-deltoideia e da subescapular 
- Estas bolsas abrem para a cavidade articular 
- Esta articulação é mantida no lugar através de 
ligamentos e músculos, estes puxam a cabeça do 
úmero na direcção superior e interna para a cavidade 
glenoideia da omoplata 
- Os ligamentos que posicionam a articulação são 4 ligamentos mais 1 tendão: 
Ligamento gleno-umeral: Tem 3 feixes: superior, médio e inferior e está localizado no lado 
anterior da cápsula e insere-se na cabeça do úmero e dirige-se para o bordo anterior da 
cavidade glenoideia 
Ligamento umeral transverso: Cruza entre o troquino e o troquiter e está localizado no lado 
lateral-anterior da cápsula e contém o tendão do bicípite, mantendo-o no lugar contra a goteira 
bicipital 
Ligamento coraco-glenoideu (ou acromial): Também designado por ligamento coraco-
acromial, é um ligamento acessório que passa por cima da articulação. Insere-se na apófise 
coracoideia e dirige-se para o acrómio 
Ligamento coraco-umeral: Insere-se na apófise coracoideia e dirige-se para o colo do úmero 
e cruza anteriormente a cápsula 
Tendão do bicipite braquial: Atravessa a cápsula articular e fixa-se no tubérculo supra-
glenoideu
 44
Articulação da anca: (ver outras imagens da página 265) 
 
- Também designada de articulação coxo-femural 
- As duas superficies de articulação são a cabeça do fémur 
e o acetábulo do ilíaco 
- A acentuar o rebordo da articulação existe o debrum 
cotiloideu, que é um cordão fibrocartilaginoso 
- Esta articulação é capaz de um grande leque de 
movimentos, tais como: Flexão, extensão, abdução, adução, 
circundação e rotação. 
- A cápsula articular é reforçada por ligamentos e extende-se 
desde o rebordo cotiloideu até ao colo do fémur. 
- Os 5 ligamentos que posicionam a articulação da anca são: 
- Lig. Transverso do acetábulo: Cruza a chanfradura isquiopúbica no bordo inferior do 
acetábulo 
- Lig. Iliofemural: Estende-se desde a espinha ilíaca antero-inferior à linha intertrocanteriana 
- Lig. Pubofemoral: Estende-se desde a porção púbica do debrum cotiloideu à porção inferior 
do colo do fémur 
- Lig. Isquiofemoral: Localizado posteriormente à articulação. Estende-se desde a porção 
púbica do acetábulo à porção superior do colo do fémur 
- Ligamento redondo: Estende-se desde a fóvea capital da cabeça do fémur até ao debrum 
cotiloideu e ligamento transverso do acetábulo. Apresenta uma pequena artéria no seu interior 
para nutrir a cabeça do fémur 
 
 
 
 
Articulação do tornozelo 
- Também designada por articulação tibiotársica 
- A tíbia, o perónio e o astrágalo formam a articulação 
- É classificada de tróclea altamente modificada 
- O maléolo interno da tíbia e o externo do perónio formam 
protecções da articulação 
- Movimentos articulares: extensão, flexão, inversão e eversão 
- Existe uma cápsula e ligamentos para fortalecer a articulação, os 
ligamentos do tornozelo são: 
- Ligamento lateral interno: 
Está localizado na face interna da articulação e origina-se no 
maléolo interno da tíbia e dirige-se para o calcâneo, astrágalo e 
escafóide 
- Ligamento lateral externo: 
É constituido por dois feixes: 
- Feixe peronio-calcaneano: Independente da cápsula e origina-se no maléolo externo e 
termina na superfície lateral do calcâneo 
- Feixe peronio-astragaliano: ÉFundido com a cápsula e origina-se no maléolo externo e 
termina no corpo do astrágalo. 
 
 
 45
Articulação do joelho: (ver outras imagens da página 266) 
- É uma articulação troclear entre o fémur e a tíbia, define-se bicondiliana. 
- Movimentos articulares: flexão, extensão e rotação (pouco) 
- Os dois côndilos da extremidade inferior do fémur são as superfícies articulares deste mesmo 
osso 
- Na tíbia temos as superfícies articulares na extremidade proximal - cavidades glenoideias 
- Nas superfícies articulares da tíbia encontramos meniscos de forma semilunar, que acentuam 
a concavidade da superfície 
- A articulação do joelho é posicionada por ligamentos e complementada por bolsas, os 
ligamentos que posicionam a articulação do joelho são: 
Asas da rótula: Estende-se dos bordos da rótula às tuberosidades dos côndilos femurais 
Ligamento rotuliano: Localizado na face anterior da articulação, estende-se desde a rótula à 
tuberosidade anterior da tíbia e faz parte do tendão do quadricípite 
Ligamento popliteu oblíquo: É um espessamento da cápsula, localiza-se na face posterior da 
articulação e cruza a articulação. 
Ligamento popliteu arqueado: Localiza-se na face posterior da articulação e estende-se 
desde a cabeça do perónio à cápsula fibrosa 
Ligamento lateral interno: Localizado do lado interno da articulação, estende-se desde a 
tuberosidade do côndilo interno do fémur ao bordo interno da tíbia 
Ligamento lateral externo: Localizado no lado externo da articulação. Estende-se desde a 
tuberosidade do côndilo externo do fémur à cabeça do perónio 
Ligamento cruzado anterior: Estende-se desde a porção antero-interna da espinha da tíbia, 
dirige-se posterior, superior e obliquamente até à face interna do côndilo femural externo 
Ligamento cruzado posterior: Estende-se desde a porção posterior da espinha da tíbia, 
dirige-se anterior e superiormente, até à face externa do côndilo interno do fémur 
Ligamento coronal: Liga os meniscos aos côndilos tibiais 
Ligamento transverso: Liga as porções anteriores dos meniscos interno e externo 
Ligamento meniscofemoral: Existem dois: um anterior e um posterior. Ligam a parte posteior 
do menisco externo ao côndilo interno do fémur. Um cruza anteriormente o ligamento cruzado 
posterior e outro posteiormente 
 
Bolsas: Existem várias bolsas na articulação do joelho, são elas: Fundo de saco 
subquadricipital, Popliteia, Dos gémeos, Pré-rotuliana subcutânea, Infra-rotuliana subcutânea e 
Infra-rotuliana profunda. 
 
Articulação do joelho (fémur + tíbia) Tíbia Bolsas 
 
 
 
 
 
 
 46
 
2 – Suporte e Movimento 
 Capítulo 10 - Sistema Muscular: Histologia e Fisiologia 
 
Musculo esquelético: 
Estrutura: São fibras musculares esqueléticas 
associadas a tecido conjuntivo vasos e nervos 
As fibras musculares esqueléticas são células 
esqueléticas, cada fibra é uma célula cilíndrica única 
com diversos núcleos à periferia, junto à membrana 
Os mioblastos são as células embrionárias das fibras 
musculares, apresentam multiplos núcleos que resultam 
da fusão de várias células precursoras. 
O estímulo que transforma estas células em mioblastos é 
a presença de proteínas contrácteis no seu citoplasma 
- A alteração do tamanho dos músculos após o 
nascimento resulta de um aumento do tamanho das fibras e não do aumento do seu número 
- As fibras musculares apresentam um aspecto estriado, resultante da alternância das bandas 
claras e escuras 
- O tamanho da fibra muscular varia de acordo com o tamanho do próprio músculo 
- Temos fibras com comprimento de 1 a 40 mm e diâmetro de 10 a 100 jim 
- As fibras musculares de um determinado músculo têm todas têm um tamanho aproximado 
 
Tecido conjuntivo (Estrutura Muscular Esquelética) 
 
Lâmina externa: envolve cada fibra muscular, é 
composta por fibras reticulares e é produzida pela 
fibra muscular. 
Sarcolema: é a membrana celular da fibra 
muscular, esta é difícil de distinguir da lâmina 
externa 
Endomísio: Rede de tecido conjuntivo laxo, que 
apresenta fibras reticulares, esta envolve cada fibra 
muscular e localiza-sepor fora da lâmina externa. 
Perimísio: Formado por tecido conjuntivo, envolve 
um conjunto de fibras e respectivo endomísio. 
Feixe muscular: Designa um conjunto de firbras envolvidas pelo seu perimísio 
Epimísio: É formado por tecido conjuntivo denso fibroso e colagénico, é uma camada que 
envolve vários feixes que formam o músculo. 
Fascia: Tecido conjuntivo fibroso, localizado fora do epimísio, que separa os músculos entre si. 
Pode envolver grupos musculares. 
- Todos estes componentes se continuam uns com os outros 
Fibras musculares: Os núcleos das fibras musculares 
encontram-se à periferia, imediatamente por baixo do 
sarcolema, o interior da fibra está preenchida por miofibrilhas. 
Entre as miofibrilhas estão organelos 
Sarcolema: É o citoplasma sem as miofibrilhas 
Miofibrilhas: Estrutura filamentosa com um diâmetro 
aproximado de 1 a 3 µm. Estende-se de uma extremidade do 
músculo à outra. São formadas por dois tipos de filamentos 
proteícos chamados miofilamentos 
- Miofilamentos de actina (ou miofilamentos finos): Diâmetro: 8 nm; Comprimento: 1000 nm 
- Miofilamentos de miosina (ou miofilamentos grossos): Diâmetro: 12 nm; Comprimento: 1800 nm 
 
 47
Sarcómeros: Os 
miofilamentos estão 
organizados em 
sarcómeros, estes juntam-
se topo a topo para formar 
as miofibrilhas, é o arranjo 
dos miofilamentos que dá 
um aspecto estriado à 
miofibrilha. 
O sarcómero é a unidade 
entre duas linhas Z 
consecutivas 
A linha Z é formada por uma rede de proteínas em forma de disco, é nesta linha que se unem 
os miofilamentos de actina. 
- Banda I ou isotrópica ou banda clara: Engloba a linha Z e estende-se de cada lado da linha Z 
até aos miofilamentos de miosina 
- Banda A ou anisotrópica ou banda escura: O seu comprimento é o dos miofilamentos de 
miosina. Nas extremidades da banda A os miofilamentos de actina e miosina sobrepõem-se. 
- Zona H: Zona estreita composta exclusivamente por miofilamentos de miosina, no meio desta 
zona encontra-se uma linha escura, linha M. 
- Linha M: Esta linha mantém os miofilamentos de 
miosina no lugar 
 
O Miofilamento de actina composto por: 
- Duas cadeias de actina fibrosa (ou actina F) 
- Moléculas de tropomiosina 
- Moléculas de troponina 
 
- As duas cadeias de actina F enrolam-se em dupla 
hélice, que se extende a todo o comprimento do miofilamento. 
- Cada cadeia de actina F é formada por inúmeras unidades globulares designadas de 
monómeros de actina globular ou actina G 
- Cada actina G tem um local de ligação para a miosina durante a contracção muscular 
- Entre a dupla hélice da actina F encontramos a tropomiosina 
- Cada molécula de tropomiosina cobre 7 locais activos de actina G 
Troponina, formada por 3 subunidades: Uma que se liga à actina, Uma que se liga à 
tropomiosina e outra que se liga a iões de cálcio. 
- As moléculas de troponina dispersam-se entre as 
cadeias de actina F 
- O complexo tropomiosina e troponina regulam a 
interação entre os locais activos da actina g e da miosina 
- Os miofilametos de miosina são compostos por muitas 
moléculas alongadas de miosina 
Molécula de miosina: Tem forma de taco de golfe e 
compõem-se de duas partes, um corpo e uma dupla 
cabeça. Todos os corpos estão juntos e dispõem-se paralelamente. 
- As duplas cabeças estendem-se lateralmente e o local de ligação entre a cabeça e o corpo é 
flexível e que se dobra durante a contracção muscular 
- Na dupla cabeça da molécula de miosina existe ATPase, enzima que converte ATP em 
energia, e uma proteína para promover a ligação com moléculas de actina 
- Designa-se de ponte à combinação das cabeças da miosina com os locais da actina 
- Na zona H não ocorre formação de pontes porque só é formada pelos corpos da miosina e 
não pelas cabeças 
 48
Túbulos T e retículo sarcoplasmático 
Túbulos T: Também designados de 
transversais, regularmente dispostos. 
Projectam-se para dentro das fibras 
musculares e enrolam-se em torno dos 
sarcómeros, no local de sobreposicão 
dos dois filamentos 
O lúmen do túbulo está preenchido por 
líquido extracelular 
Retículo sarcoplasmático: é um retículo 
endoplasmático liso suspenso no 
sarcoplasma entre os túbulos T 
- As cisternas terminais são dilatações 
do retículo sarcoplasmático existentes 
perto dos túbulos T 
- A tríade é formada por um túbulo T e as 
duas cisternas terminais adjacentes 
- É no lúmen que é armazenado o cálcio, 
que foi transportado pelo retículo 
sarcoplasmático vindo do sarcoplasma 
 
 
 
 
Teoria do deslizamento dos filamentos 
- Durante a contracção muscular ocorre o 
deslizamento dos filamentos de actina 
sobre os de miosina 
- Não há encurtamento dos filamentos 
- O que encurta é o sarcómero 
- Esta contracção resulta da ligação das 
cabeças dos filamentos de miosina com 
os locais activos das moléculas de actina 
G 
- Na estrutura do sarcómero a banda I e a 
zona H tornam-se mais estreitas 
- Banda I - só apresenta actina 
- Zona H - só apresenta miosina 
- A banda A mantém-se inalterada 
- Banda A - apresenta actina e miosina 
- Na contracção as linhas Z aproximam-
se e o sarcómero encurta 
 
 
 
 
 
Fisiologia das fibras do músculoesquelético: 
- São as células nervosas que regulam a função das fibras nervosas 
- As células nervosas são os neurónios motores 
- O neurónio ramifica-se e cada ramo atinge uma fibra muscular 
- A zona de "união" do neurónio com a fibra designa-se de sinapse neuromuscular 
 
 
 
 49
Sinapse neuromuscular 
- Formada pela terminação nervosa que se aloja numa invaginação do sarcolema 
- A terminação nervosa designa-se de terminal pré-sináptico 
- À membrana da célula muscular na zona da junção chamamos de membrana pós-sináptica 
- Ao espaço existente entre os dois chamamos de fenda sináptica 
- No terminal pré-sináptico encontramos vesículas sinápticas que apresentam no seu interior 
acetilcolina (neurotransmissor) 
- Um neurotransmissor é uma substância que é libertada na fenda sináptica através de 
vesículas existentes no terminal pré-sináptico e que estimula a membrana pós-sináptica 
 
Sequência de acontecimentos: 
- Potencial de acção atinge terminal pré-sináptico 
- Abertura dos canais de cálcio da membrana 
- Entrada de cálcio para o terminal pré-sináptico 
- Cálcio estimula a fusão das vesículas sinápticas 
- Libertação de acetilcolina para a fenda sinaptica 
- Acetilcolina liga-se à membrana pós-sináptica 
- Ocorre abertura dos canais de sódio 
- Há entrada de sódio no terminal pós-sináptico 
- Há produção de um potencial de acção 
 
- A acetilcolina que foi libertada na fenda é degradada pela enzima acetilcolinesterase, esta 
enzima degrada a acetilcolina em colina e ácido acético. É importante a sua função porque 
impede que a acetilcolina se mantenha na fenda e esteja constantemente a estimular o 
terminal pós-sináptico. 
- Assim sendo um potencial de acção pré-sináptico produz apenas um potencial de acção pós-
sináptico 
 
Potencial de acção 
- O mecanismo pelo qual o potencial de acção leva à contracção da fibra muscular designa-se 
de acopolamento excitação contração 
- O potencial de acção que atingiu o terminal pós-sinaptico propaga-se por todo o sarcolema 
- Ao atingir os túbulos T, ocorre despolarização 
- A despolarização é levada até ao interior da fibra muscular 
- Nas tríades, a despolarizaçõa leva à abertura de canais com portão de voltagem de cálcio 
- O cálcio é transportado para o interior do retículo sarcoplasmático 
- Em repouso a concentração de cálcio é 2000x maior no interior do retículo que no 
sarcoplasma 
- Quando é necessário o cálcio para a contração muscular, este sai do retículo para o 
sarcoplasma 
- Os iões de cálcio ligam-se à troponina (dos filamentos de actina) 
- Este é o estímulo para que o complexo troponina-tropomiosina se altere e exponha os locais 
activos da actina G 
- Estes locais são o elo de ligação com as cabeças dosmiofilamentos de miosina 
- É esta ponte formada entre os dois miofilamentos que condiciona a contração muscular, em 
que a actina se desloca sobre a miosina 
- Após a contração muscular, a cabeça do filamento de miosina solta-se do local activo da 
actina, voltando ao seu lugar, estando assim pronto para outra contracção 
 
 
 
 
 
 
 
 50
 
Fenda sináptica 
 
 
 
 
 51
 
Necessidades energéticas da contracção muscular 
- Para a ligação, movimento e libertação da cabeça do miofilamento de miosina é necessária 
uma molécula de ATP 
- A molécula de ATP encontra-se na cabeça da molécula de miosina 
- ATPase transforma ATP em ADP + P 
- Durante a contracção muscular ocorrem muitos ciclos de ligação, movimento e libertação dos 
miofilamentos 
- Quando o potencial de acção atinge a fibra muscular, ocorre libertação de cálcio do retículo 
sarcoplasmático. 
 
Sequência de acontecimentos 
- Degradação de ATP em ADT + P 
- O cálcio libertado pelo retículo sarcoplasmático liga-se à troponina 
- Há exposição dos locais activos da actina G 
- Ocorre ligação da cabeça da miosina com o local activo da actina 
- O grupo fosfato é libertado 
- Movimento da cabeça de miosina 
- Libertação do ADP 
- Uma nova molécula de ATP liga-se à cabeça da miosina 
- Desdobramento de ATP em ADP + P 
- Retorno da cabeça de miosina à posição inicial 
 
Contracção muscular 
- No músculo esquelético existe uma organização em unidades motoras 
- A unidade motora é formada por um neurónio motor e por todas as fibras musculares que 
este inerva 
 
Fases da Contracção muscular: 
- Fase de lactência: Periodo de tempo que decorre desde a aplicação do estímulo até ao início 
da contracção muscular 
- Fase de encurtamento: Periodo de tempo durante o qual ocorre contracção 
- Fase de relaxação: Periodo de tempo durante o qual ocorre relaxamento 
 
Tipos de contração muscular: 
- Contracções isométricas: Ocorre aumento da tensão muscular, o comprimento muscular 
mantém-se. 
- Contrações isotónicas: A tensão muscular mantém-se durante a contracção, o comprimento 
muscular varia 
- Contrações concêntricas: Ocorre alongamento e encurtamento do músculo, á medida que o 
músculo encolhe a tensão aumenta 
- Contrações excêntricas: A tensão é mantida quando o músculo aumenta de comprimento 
- Tónus muscular: Tensão constante de um músculo durante um período de tempo alargado 
 
Fadiga 
 
- Fadiga é a diminuição da capacidade de efectuar determinado trabalho 
- Pode ocorrer em três locais: sistema nervoso, junção neuro-muscular e músculo 
- Fadiga psicológica: sistema nervoso 
- Fadiga muscular: falta de energia no músculo (ATP) 
- Fadiga sináptica: Forma menos comum, ocorre quando há potenciais de acção com muita 
frequência. A acetilcolina libertada pelos potenciais de acção é superior à que o organismo tem 
capacidade de produzir. Pode acontecer no exercício intenso 
 
 
 
 52
Respiração anaeróbia 
- A respiração anaeróbia dá-se na ausência de oxigénio 
- Ocorre desdobramento de 1 molécula de glucose em 2 de ATP e 2 de ácido láctico 
- O ácido láctico é originado no ácido pirúvico 
- O ácido pirúvico é produzido na aeróbia 
- O ácido láctico, ao contrário do ácido pirúvico, entra na circulação sanguínea 
- A respiração anaeróbia é menos eficiente que a respiração aeróbia mas mais rápida 
- Permite esforço físico intenso por 1 a 3 minutos 
- O tempo está limitado pela deposição de ácido láctico nas fibras musculares 
 
Respiração aeróbia 
- Para a respiração aeróbia é necessário oxigénio 
- A glucose é desdobrada em ATP, dióxido de carbono e água 
- A respiração aeróbia é muito mais eficiente que a respiração anaeróbia 
- Na respiração anaeróbia por cada molécula de glucose são produzidas duas de ATP 
- Em contrapartida, na respiração aeróbia, por cada molécula de glucose são produzidas 
até 38 moléculas de ATP 
- Na respiração aeróbia são usadas outras fontes de energia, tais como, ácidos gordos e 
aminoácidos 
- O ácido pirúvico é metabolisado nas mitocôndrias dando origem a ATP, CO2 e H2O 
- Este tipo de respiração é + eficaz para esforços longos, mas a produção de ATP é + lenta. 
 
Carência de oxigénio: 
- Diferença entre a quantidade de oxigénio necessária para a respiração aeróbia durante a 
actividade muscular e a quantidade realmente usada 
- Para compensar esta carência o ritmo do metabolismo aeróbio permanece elevado mesmo 
depois de terminado o esforço 
- Este metabolismo aumentado renova as fontes de energia e repõe os níveis de ATP 
- O ácido láctico é convertido em ácido pirúvico e depois em glucose e os níveis de glicogénio 
são repostos 
 
Fibras lentas e fibras rápidas 
Existem dois tipos de fibras musculares 
- Fibras lentas: Contraem lentamente e são mais resistentes à fadiga 
- Fibras rápidas: Contraem mais rapidamente e não são tão resistentes à fadiga 
 
Fibras musculares lentas (ou intensamente oxidativas): 
- Contraem-se mais lentamente, têm um diâmetro menor,têm irrigação sanguínea mais 
desenvolvida, apresentam mais mitocôndrias e são mais resistentes. 
- Em tecidos com este tipo de fibras o principal meio de síntese de ATP é a respiração 
aeróbia. Estas fibras apresentam mioglobina1
 
Fibras musculares rápidas 
- Também designadas de fracamente oxidativas 
- Apresentam moléculas de miosina que desdobram o ATP mais rapidamente 
- Isto permite que as pontes entre os dois miofilamentos se formem mais depressa 
- Músculos que apresentem estas fibras têm uma rede sanguínea pouco desenvolvida 
- Os músculos de contracção rápida apresentam menos mioglobina e mitocôndrias 
- Estes apresentam muito glicogénio e estão bem adaptados ao metabolismo anaeróbio 
- Estes músculos apresentam uma resposta rápida mas cansam-se rapidamente 
 
 
1 Mioglobina: pigmento vermelho que fixa o oxigénio, actuando como reservatório, este pigmento reforça a 
capacidade da célula para o metabolismo aeróbio. 
 53
 
Distribuição fibras musculares 
- A distribuição das fibras musculares lentas e rápidas está relacionada com a função do 
músculo em causa 
- Nos músculos que têm necessidade de esforços intensos mas rápidos, predominam as fibras 
rápidas 
- As fibras lentas predominam em músculos com capacidade de esforços suaves e longos 
- Os músculos que apresentam fibras rápida são mais esbranquiçados devido à falta de 
irrigação sanguínea e de mioglobina 
- A carne branca (galinha) é composta por fibras rápidas 
- Músculos com melhor irrigação e mioglobina são mais escuros 
No ser humano esta distinção não é tão notória: 
- Todos os músculos apresentam os dois tipos de fibras, noentanto alguns músculos 
apresentam maior percentagem de um tipo que de outro 
- Nos músculos posturais predominam as fibras lentas 
- No membro superior são as fibars rápidas que melhor se adaptam à função 
- A distribuição varia de indivíduo para indivíduo, conferindo assim capacidades diferentes 
- Um corredor de 100 m tem maior percentagem de fibras rápidas nos seus músculos das 
pernas, enquanto que o da maratona terá maior percentagem de fibras lentas 
 
Exercício físico 
- O exercício físico não pode alterar o tipo de fibras musculares, ou seja, não pode converter 
fibras rápidas em lentas e vice-versa 
- Com o exercício pode estimular mais um tipo de fibras e menos o outro, tudo depende do tipo 
de exercício 
- Um exercício físico que seja aeróbio aumenta a vascularização e estimula as fibras lentas 
- Um exercício anaeróbio faz aumentar a força e a massa muscular potenciando as fibras 
rápidas 
- Os músculos de contracção rápida treinados tornam-se resistentes à fadiga 
- É a estimulação que desenvolve o músculo 
- Músculos muito estimulados aumentam de tamanho e apresentam maior força, estão 
hipertrofiados 
- Ao contrário, músculos que não são estimulados ou treinados sofrem atrofia, exemplo dos 
músculosdos idosos ou dos casos em que há imobilização (fractura) 
 
Músculo liso: 
Características: Células com um comprimento de 15 a 200 µm e diâmetro de 5 a 10 µm, que 
têm a forma de um fuso com núcleo no centro da célula. 
- Apresenta menos miofilamentos de actina e miosina que o músculo esquelético e os 
miofilamentos não estão organizados em sarcómeros, não é um tecido estriado 
- As células do músculo liso apresentam filamentos não contrácteis, os filamentos 
intermédios, estes ligam-se aos corpos densos presentes nas células e à membrana 
citoplasmática. 
 
O complexo filamento intermédio/ corpos densos forma o citoesqueleto intracelular 
- Aos filamentos intermédios liga-se a actina 
- Ausência de túbulos T 
- Retículo sarcoplasmático menos abundante 
- Apresenta na superfície celular invaginações denominadas de cavernas 
- O cálcio necessário entra na célula vindo do líquido extracelular 
- Apresenta uma contracção mais lenta 
- No músculo liso o cálcio entra na célula e liga-se a uma proteína, a calmodulina 
- Ao ligar-se, esta proteína activa uma enzima, a miosina quinase, e esta enzima que vai 
degradar o ATP e fornecer um P à miosina para ocorra a ligação com a actina. 
- A miosina fosfatase corta a ligação do P ao miofilamento de miosina 
 
 54
 
- Tipos de músculo liso: Músculo liso unitário, Músculo liso multi-unitário 
Músculo liso unitário 
- Também designado de músculo liso visceral, é mais comum que o multi-unitário 
- Forma túnicas envolvendo órgãos 
- Encontra-se no tubo digestivo, reprodutor e urinário 
- Pode ser auto-rítmico e/ou estimulado 
- O tubo digestivo é auto-rítmico mas a bexiga não 
- Apresenta muitas fendas sinápticas 
- As células todas funcionam como uma unidade única 
Músculo liso multi-unitário 
- Pode ser encontrado sob a forma de túnicas, camadas, pequenos feixes ou como células 
isoladas 
- Apresenta poucas fendas sinápticas e cada célula é uma unidade independente 
Propriedades eléctricas do musculo liso: 
- O músculo liso não responde aos potenciais de acção segundo a lei do tudo ou nada 
- Vários potenciais de acção podem resultar numa única contracção 
- Após a contracção segue-se um período de relaxação lenta 
- No útero, ureta e tubo digestivo há potenciais de acção gerados espontaneamente 
- Existem células nestes casos designadas de pace-makers que têm a capacidade de gerar 
potenciais de acção 
- As hormonas também se podem ligar a canais de cálcio da membrana, promovendo assim a 
entrada de cálcio e resultar numa contracção 
Propriedades funcionais: 
- Contracções auto-rítmicas 
- Contrair-se em resposta a um brusco estiramento 
- Tensão constante por longo período de tempo mesmo com aumento gradual do comprimento 
- Amplitude de contracção permanece constante apesar de variar o comprimento 
- As células adaptam-se mal ao metabolismo anaeróbio 
- Não se desenvolve carência de oxigénio 
- A fadiga é rápida na carência de oxigénio 
Regulação: 
- Apresenta uma regulação involuntária 
- É inervado pelo sistema nervoso autónomo 
- As hormonas também regulam a sua acção 
- A adrenalina é capaz de estimular e inibir alguns dos músculos lisos 
- A ocitocina estimula o músculo liso do útero, especialmente durante o parto 
- As histaminas e as prostaglandinas também infuenciam o funcionamento do músculo liso 
 55
2 – Suporte e Movimento 
 Capítulo 11 – Sistema Esquelético: Anatomia Geral 
 
Movimentos: grupos musculares 
- Flexão: Músculos anteriores profundos do pescoço 
- Extensão: Músculos da nuca 
- Rotação e abdução – músculos laterais e posteriores do pescoço 
 
- Esternocleidomastoideu: Músculo lateral do pescoço com Contracção unilateral (Rotação para 
lado oposto) e Contracção simultânea (Flexão da cabeça) 
 56
Músculos da mímica: Auricular; Bucinador; 
Supraciliar; Triangular dos lábios; Quadrado do 
mento; Canino; Levantador do lábio superior; 
Levantador comum do lábio superior e da asa 
do nariz; Levantador da pálpebra superior; 
Borla do mento; Nasal; Occipitofrontal; 
Orbicular das pálpebras; Orbicular dos lábios; 
Subcutâneo do pescoço; Piramidal do nariz 
 
 
 57
 
 
 
 
Músculos mastigadores: Temporal ; Masseter; 
Pterigoideu interno; Pterigoideu externo. 
 
 
 
 
Músculos da língua: A língua é formada por 
músculos intrínsecos e extrínsecos, ao todo são 17 
os músculos da língua. 
- Os músculos extrínsecos movem a língua e os 
músculos intrínsecos alteram a sua forma. 
 
 
Músculos do pescoço: 
Anterior 
 
Posterior 
 
Posterior 
 
 
 
Músculos supra/infra-hioideus: 
Supra-hioideus: Digástrico; Genio-hioideu; 
Milo-hioideu; Estilo-hioideu 
 
Infra-hioideus: Omo-hioideu; Esterno-hioideu; 
Esterno-tiroideu; Tiro-hioideu 
 
 
 
 
 
 
 
 
Músculos do tronco: 
- Função: Extensão da coluna, Abdução da coluna, Rotação da coluna 
- Dois grupos: superficiais e profundos 
Os músculos profundos estendem-se de vértebra para vértebra 
Os músculos superficiais estendem-se de vértebras para costelas 
 58
 
Músculos que actuam na 
coluna vertebral: 
-Massa comum 
- Iliocostal lombar 
- Iliocostal dorsal 
- Iliocostal cervical 
- Pequeno complexo 
- Transversário do pescoço 
- Longo dorsal do tórax 
- Espinhais 
- Interespinhosos 
- Intertransversnsversários 
- Pequeno psoas 
- Semi-espinhosos 
 
 
 
 
~ 
 
 
 
Músculos da respiração: 
 
 
 59
 
 
Músculos parede abdominal: 
Grandes rectos do abdómen; Grande 
oblíquo do abdómen; Pequeno 
oblíquo do abdómen; Transverso do 
abdómen; Quadrado dos lombos 
Função: 
- Flexão e rotação da coluna 
- Quando a coluna está fixa, 
diminuem o volume da cavidade 
abdominal e torácica 
- Podem ajudar na respiração 
forçada, vómito, defecação, micção e 
parto. 
- Linha branca: Estende-se do 
apêndice xifoideu até ao púbis, 
passando pelo umbigo 
- É desprovida de músculos 
 
Pontos fracos da parede abdominal: 
- Triângulo de J.L.Petit 
- Quadrilátero de Grynfeltt 
- Trajecto inguinal 
- Linha branca 
- Umbigo 
- Linha semi-lunar de Spigel 
 
 
Músculos que actuam na omoplata: 
 
- Angular da omoplata 
- Pequeno peitoral 
- Rombóides 
- 
Grande dentado (dentado anterior) 
- Subclávio 
- Trapézio 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Músculos que actuam no braço: Coracobraquial; Deltóide; Grande dorsal; Grande peitoral; 
Grande redondo; Infra-espinhoso; Infra-escapular; Supra-espinhoso; Pequeno redondo 
Grande peitoral: Flexor – braço estendido; Extensor – braço flectido 
Deltóide: Flexor – fibras anteriores; Extensor – fibras posteriores; Abdução – fibras laterais 
Músculos da manga ou Coifa de rotadores: Função de sustentação da cabeça do úmero na 
cavidade glenóideia da omoplata 
 
Músculos que Flexão Extensão Abdução Adução Rotação 
 Interna Externa 
Deltóide X X X X X 
Grande Peitoral X X X X 
Pequeno Peitoral 
Bicípite X 
Grande Dorsal X X X X 
Tricípite X X 
Supra 
-espinhoso 
 X 
Infra 
-espinhoso 
 X X 
Grande 
 Redondo 
 X X X 
Pequeno 
Redondo 
 X X X 
 
 
 
 
Músculos do braço: 
- Bicípite braquial 
- Braquial anterior 
- Tricípite braquial 
 
 
 
 
 
 
 
 
Músculos do braço / antebraço: 
Músculos do braço: 
 
- Bicípite braquial 
- Braquial anterior 
- Tricipite braquial 
Músculos do antebraço: 
- Ancónio 
- Longo supinador 
- Quadrado pronador 
- Redondo pronador 
 
Movimentos do antebraço 
- Flexão: Braquial anterior; Bicípite braquial; 
Longo supinador 
- Extensão: Tricípite braquial; Ancónio 
- Supinação: Bicípite braquial; Curto supinador 
- Pronação: Quadrado pronador; Redondo 
pronador 
60
Músculos superficiais do antebraço 
que actuam na mão 
 
A: 
- Redondo pronador 
- Grande palmar; 
- Pequeno Palmar 
- Cubital anterior 
 
B: 
- Longo supinador 
- Flexor comum superficialdos dedos 
 
 
 
 
Músculos profundos do antebraço 
que actuam sobre o punho 
 
C: 
- Curto supinador; 
- Longo flexor do polegar 
- Flexor comum profundo dos dedos 
- Quadrado pronador 
 
D: 
- Extensor comum dos dedos 
- Extensor próprio do dedo mindinho 
- Cubital posterior 
 
 
 
Músculos da mão: 
- Músculos intrínsecos 
- Palmares médios 
- Thenares 
- Hipothenares 
 
Movimentos do punho/ 
dedos da mão 
- Flexão: Músculos anteriores do 
antebraço (ex.: Grande palmar e 
cubital anterior) 
- Extensão: Músculos posteriores do 
antebraço, Longo radial, curto radial e 
cubital posterior 
- Abdução e abdução dos dedos: 
Músculos intrínsecos da mão 
 
 
 
 
 
 
 
 61
Músculos posteriores da anca: 
Músculos anteriores da anca: 
Músculos Posteriores da coxa: 
 
 
 
Movimentos da coxa: 
- Flexão: Músculos anteriores 
(Ilíaco e grande psoas ) 
- Extensão: Músculos posterolaterais 
(Glúteos e tensor da fascia lata) 
- Rotadores externos: Músculos profundos 
(Gémeos, obturadores, quadrado crural) 
- Adutores: Músculos internos 
 
 
 
 
 62
Músculos da perna (ant. e lat.) 
 
Movimentos da perna: 
- Extensão: 
Músculos anteriores da coxa 
(Quadricípite crural e 
costureiro) 
 
- Flexão: 
Músculos posteriores da coxa 
(Bicípite crural, 
Semitendinoso) 
 
- Adução: 
Músculos internos da coxa 
(Adutores, recto interno e 
pectíneo) 
 
Músculos da perna (post.) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Músculos do pé: 
 63
Movimentos do pé: 
- Flexão do pé e extensão dos dedos: 
Músculos anteriores da perna 
- Extensão do pé: 
Músculos posteriores superficiais da perna 
- Extensão e inversão do pé e flexão dos dedos: 
 Músculos posteriores profundos da perna 
- Eversão do pé: 
 Músculos externos da perna 
- Extensão, flexão, abdução e adução do pé: 
Músculos intrínsecos do pé 
Tendão de Aquiles: Constituído pela união de diversos 
tendões 
- Músculos superficiais posteriores: Gémeos, Solhar, 
Plantar delgado 
- O tendão comum insere-se no calcâneo. 
Parte 3 – Sistemas de Integração e Movimento 
 Capítulo 13 – Sistema Nervoso central: Encéfalo e Medula Espinhal 
 
Sistema nervoso 
- O sistema nervosos central: porção intra craniana e porção extra craniana. 
- O encéfalo é a porção intra craniana e está organizado em várias secções cada qual com 
funções específicas, este é formado por: Cérebro, Diencéfalo (tálamo e hipotálamo), 
Mesencéfalo, Protuberância anular ou ponte, Bulbo e Cerebelo. 
 
Cérebro: 
- Constitui a porção de maiores dimensões do 
encéfalo 
- É formado por 2 hemisférios, a hemisfério esquerdo 
e direito estão separados ela fenda inter-hemisférica 
- A sua superfície apresenta numerosas pregas que 
se denominam circunvoluções 
- Estas pregas são limitadas por sulcos 
- Existem sulcos muito profundos que se designam de 
regos 
- Rego central ou de Rolando divide o hemisfério em 
circunvolução pré e pós-rolândica 
- Cada hemisfério está dividido em lobos 
- A designação do lobo é feita de acordo com o osso 
craniano lhe é adjacente 
 
- Lobos: Frontal, Parietal, Occipital, Temporal, Opérculo 
frontoparietal 
- O cérebro é formado por substância branca e substância 
cinzenta 
- A substância cinzenta cobre toda a superfície externa do 
cérebro e denomina-se córtex 
- Esta substância acompanha todos os sulcos e 
circunvoluções 
- No interior profundo do cérebro observamos pequenas "ilhas" 
de substância cinzenta, designada de núcleos da base 
- A restante parte é formada por substância branca 
- A sua constituição permite a comunicação entre os dois 
hemisférios e entre partes separadas do mesmo hemisfério 
- A substância branca está organizada em 3 tipos de fibras: 
Fibras de associação, Fibras comissurais e Fibras de projecção 
 
Cérebro - córtex cerebral 
- É no córtex cerebral que se localizam áreas funcionais, as áreas sensoriais primárias são 
zonas de recepção das vias sensoriais e cada área é específica para determinada sensação ou 
função 
- Áreas sensoriais primárias: Área do gosto, Córtex olfactivo, Córtex auditivo primário, Córtex 
visual 
- Áreas de associação ou secundárias: Área somestésica secundária, Área visual 
secundária, Área auditiva secundária. 
- Todas as áreas estão interligadas entre si, permitindo acções mais complexas 
- A área da linguagem está localizada no córtex esquerdo 
- Neste processo estão envolvidas 2 áreas: a área de Wernicke e a área de Broca 
- A primeira tem um papel fundamental na compreensão 
- A área de Broca é considerada como a coordenadora de acções necessárias para o 
processo da fala 
 64
- Áreas envolvidas no processo de reprodução oral de uma palavra ouvida: 
- Córtex auditivo primário - recepção 
- Área auditiva secundária - reconhecimento 
- Área de Wernicke - compreensão 
- Área de Broca - formulação da palavra 
- Área pré-motora - programação movimentos 
- Córtex motor primário - geração movimentos 
Núcleos da base 
- São núcleos de substância cinzenta 
- Localizados na porção mais inferior do cérebro 
- Relacionados funcionalmente 
- Estão ligados ao córtex cerebral, com o qual interagem 
- Têm um papel importante na organização e coordenação dos movimentos e postura 
 
 
 65
 
Cerebelo 
- Também designado de cérebro pequeno 
- Está localizado na zona occipital do crânio 
- Apresenta substância branca com núcleos e córtex cinzentos 
- É constituído por 3 partes: Lobo floculonodular, Vermis, Hemisférios laterais 
 
Tronco cerebral 
- É uma porção do encéfalo 
- Constituída por: Bulbo, Ponte e Mesencéfalo 
- É um importante meio de conexão do cérebro com a medula espinhal 
- É responsável por funções vitais 
- Lesão no tronco cerebral com frequência leva à morte 
- É o local de origem da maioria dos nervos cranianos 
 
Bulbo 
- Constitui a porção mais inferior do tronco cerebral 
- Continua-se inferiormente com a medula espinhal 
- Apresenta núcleos de substância cinzenta 
- Na face anterior encontramos 2 pirâmides 
- Estas são aglumerados de feixes nervosos descendentes 
- Na sua extremidade inferior estas vão cruzar 
- Formam uma estrutura semelhante a um X 
- Lado direito do cérebro controla lado esquerdo do corpo, e vice-versa 
- As olivas são duas saliências ovais localizadas na face anterior, lateral e superiormente às 
pirâmides 
- É no bulbo que se localizam os núcleos de alguns nervos craneanos (V, IX, X, XI, XII) 
- É uma via de condução de feixes nervosos ascendentes e descendentes 
- Alguns reflexos são controlados no bulbo e influenciam mecanismos como: tosse, espirro, 
vómito, respiração, deglutição... 
 
Ponte ou protuberância 
- É a porção do tronco cerebral localizada logo acima do bulbo 
- É também uma via para nervos descendentes e ascendentes 
- Apresenta alguns núcleos na sua face anterior 
- Estes funcionam como transmissores de informação do cérebro para o cerebelo 
- Na porção posterior encontramos núcleos de nervos craneanos (V, VI, VII, VIII, IX) 
- Apresenta também centros respiratórios e do sono 
 
Mesencéfalo 
- É a porção mais pequena do tronco cerebral 
- Está localizada acima da ponte 
- Apresenta núcleos de pares craneanos (/III, IV, V) 
- É formado por: um tecto, uma porção posterior e uma porção anterior 
- No tecto localizam-se os tubérculos quadrigémeos (visão e audição) 
 
Substância reticular 
- Dispersa por todo o tronco cerebral 
- É constituida por núcleos 
- Responsável pela recepção dos 
neurónios aferentes da face 
- Estes neurónios são importantes no 
despertar e na manutenção da 
consciência 
- A substância reticular está envolvida 
no ritmo do 
 66
sono e vigília 
Nervos Craneanos 
- Existem 12 pares de nervos craneanos 
- Estão numerados de I a XII 
- Foram enumerados do mais anterior para o mais posterior 
- Funções principais: Sensorial ou sensitiva, Motora e Parassimpática- Os nervos com função sensorial ou sensitiva estão associados à visão, ao tacto e à dor 
- A função motora controla os músculos esqueléticos 
- A função parassimpática regula glândulas, músculos viscerais e cardíaco 
 
I - Nervo olfactivo 
- É o responsável pelo sentido do olfacto 
- As suas terminações atingem a mucosa da cavidade nasal 
- Apresenta uma função essencialmente sensorial, permitindo a percepção dos cheiros 
 
II - Nervo óptico 
- As suas terminações atingem os globos oculares 
- Formam uma estrutura designada de Quiasma óptico 
- Tem uma função sensorial 
- Está envolvido no sentido da visão 
- Transmite a informação ao cérebro (centro da visão) 
 
 
 
 67
 
 
 
III - Nervo motor ocular comum 
- Inerva 4 dos 6 músculos do globo ocular e levantador da pálpebra superior 
- Apresenta funções motoras e parassimpáticas 
- As suas fibras parassimpáticas inervam os músculos lisos do olho, regulam o tamanho da 
pupila e a forma do cristalino 
 
 
IV - Nervo patético 
- Inerva 1 dos 6 músculos que movimentam o globo ocular 
- Apresenta apenas função motora 
 
 
V - Nervo trigémeo 
- Apresenta 3 ramos na sua constituição: 
- Ramo oftálmico (superior): Função sensorial 
- Ramo maxilar (médio): Função sensitiva 
- Ramo mandibular (inferior): Função sensorial e motora 
 
 
 68
VI 
- 
Nervo oculomotor externo 
- Inerva um dos músculos responsáveis pelo movimento do globo ocular 
- Apresenta uma função estritamente motora 
 
 
VII - Nervo Facial 
- Inerva todos os músculos da expressão facial, alguns músculos da garganta e do ouvido 
médio 
- Inerva as glândulas salivares submandibular a sublingual e a glândula lacrimal 
- Apresenta função sensorial, motora e parassimpática 
- Nos 2/3 anteriores da língua é sensitivo para o paladar 
 
 
VIII - Nervo estato-acústico 
- Apresenta uma função sensorial e está envolvido no sentido da audição e do equilíbrio 
 
 69
VIII - Nervo estato-acústico (vestibulococlear) 
 
IX - Nervo Glossofaríngeo 
- Inerva as glândulas salivares parótidas 
- Apresenta função sensorial, motora e parassimpática 
- Tem função motora para o músculo da faringe 
- No 1/3 posterior da língua é sensitivo para o paladar 
 
 
X - Nervo Vago 
- Inerva os músculos do palato mole, laringe e faringe 
- Apresenta função sensitiva, motora e parassimpática 
- É sensorial na faringe inferior e na base da língua (paladar) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 70
 
XI - Nervo Espinhal 
- Inerva os músculos esternocleidomastoideu e trapézio 
- Apresenta função motora 
- É constituído por uma componente craniana e uma raquidiana 
- Participa na função do vago 
 
XII - Nervo Grande Hipoglosso 
- Inerva músculos intrínsecos da língua e supra-hióideus 
- Apresenta função motora 
 
 
 
 71
Medula espinhal 
- Porção extracraniana do sistema nervoso central 
 72
- Estende-se desde o buraco occipital do crâneo à 2a vértebra lombar 
- Extensão inferior à coluna vertebral 
- Está organizada em 4 secções: cervical, torácica, dorsal e sagrada 
- Os 31 pares de nervos raquidianos têm origem na medula espinhal 
- Saem da coluna vertebral através dos buracos intervertebrais 
- Os nervos raquidianos vão enervar todo o corpo 
- Os nervos raquidianos direitos enervam todo o lado direito do corpo 
- A medula espinhal não apresenta um diâmetro uniforme 
- O diâmetro é maior junto ao buraco occipital 
- Podemos observar duas dilatações: Dilatação cervical e Dilatação 
lombar 
- As dilatações existentes na medula correspondem às secções de 
entrada e saída de nervos para os membros 
- Na dilatação cervical localiza-se a emergência dos nervos dos 
membros superiores 
- A dilatação lombar é o local de emergência dos nervos dos 
membros inferiores 
- Imediatamente a seguir à dilatação lombar existe um afunilamento, o cone medular 
- Para fixar a medula existe um filamento de tecido conjuntivo 
- O filo terminal estende-se desde a extremidade distal da medula até ao cóccix 
- A medula espinhal propriamente dita termina um pouco antes do termino da coluna vertebral 
- Os nervos que emergem na secção final da medula só saem da coluna vertebral em buracos 
vertebrais mais inferiores 
- A cauda equina é formada pelo cone medular e nervos raquidianos 
- A medula espinhal é formada por substância branca e cinzenta 
- O centro da medula é formado por substância cinzenta 
- Esta está organizada em dois cordões unidos internamente 
- Esta estrutura corresponde aos corpos celulares e dendritos 
- Cada um dos 2 cordões de substância cinzenta está organizado em cornos: Corno anterior, 
Corno posterior e Cornos laterais 
- É no corno anterior que se encontra os neurónios 
motores, podemos chamá-lo de corno motor 
- O corno posterior é designado de sensorial 
- Nos cornos laterais estão localizados os corpos 
celulares dos neurónios autónomos 
- A substância branca periférica é constituída por 
cordões nervosos 
- Está organizada em 3 cordões: Anterior, Lateral e 
Posterior 
- Os cordões são agrupamentos de feixes e os feixes são agrupamentos de neurónios 
- Os neurónios ascendentes transportam os estímulos até ao cérebro 
- Os neurónios descendentes transportam a informação do cérebro até uma zona periférica 
- Ao longo da medula espinhal existem raízes de nervos raquidianos 
- As raízes posteriores são vias aferentes à medula e 
- Transportam a informação da periferia para a medula 
- Podemos observar a presença de gânglios nas raízes posteriores 
- Estes gânglios correspondem aos corpos celulares dos neurónios aferentes 
- As raízes anteriores são eferentes da medula 
- Transportam informação para a periferia, a partir da medula 
- Os dois tipos de raiz formam, em conjunto, os nervos raquidianos 
- O reflexo é uma resposta automática a um estímulo, sem pensamento consciente 
- Os reflexos são actos controlados pelo tronco cerebral e medula espinhal 
- Os principais reflexos medulares são: Reflexo de extensão, Reflexo dos órgãos de Golgi, 
Reflexo de retirada. 
Reflexo de extensão 
- É o reflexo mais simples 
- É apenas formado por um 
neurónio aferente e um 
eferente da medula 
- Não há neurónio de conexão 
- Este reflexo está associado 
às fibras musculares 
- Apresenta 2 tipos de 
neurónios: neurónio motor 
alfa e neurónio motor gama 
- Os neurónios gama 
originam-se na medula e 
enervam pequenos 
aglomerados de fibras 
musculares 
- Os neurónios alfa originam-
se em secções diferentes da 
fibra muscular e dirigem-se 
para a medula 
- É na medula que se observa 
a conexão dos dois neurónios 
 
Reflexo dos órgãos de Golgi 
- Os órgãos de Golgi são terminações nervosas 
- Localizam-se nos tendões, perto da junção com o músculo 
- São estimulados na contracção do músculo e tensão do tendão 
- O seu objectivo é impedir uma tensão exagerada do tendão 
- A contracção muscular e tensão do tendão de forma exagerada estimula a medula 
- A resposta é o reflexo dos órgãos de Golgi 
- Leva a uma descontracção muscular e protecção do tendão 
 
Reflexo de retirada 
- Reflexo medular 
desencadeado por um 
estímulo doloroso 
- Neste reflexo existe uma 
retirada de parte do corpo 
do estímulo doloroso 
- Os receptores sensoriais 
recebem o estímulo (dor) e 
comunicam com os 
neurónios motores que 
desencadeam o reflexo 
- Nestes casos a acção 
muscular causada incide 
sobre músculos flexores 
- Tal como os outros 
reflexos também este tem 
como objectivo: Acção 
rápida e Protecção do 
organismo. 
 
 73
Vias espinhais 
- Na espinhal medula existem neurónios ascendentes e descendentes 
- As vias ascendentes levam a informação da medula para o cérebro 
- As vias descendentes transportam a informação do córtex cerebral para a espinhal medula 
- A designação da via é feita de acordo com a origem e a terminação 
- A primeira parte da palavra define a origem e asegunda parte a terminação 
- Ex: Feixe espinotalâmico - Origem - espinhal medula e Terminação – tálamo 
 
Meninges, Ventrículos e Líquido Cefalorraquidiano 
 
Meninges 
- As meninges são 3 camadas de tecido conjuntivo que cobrem todo o SNC 
- A camada mais externa é a dura-máter 
- É a camada mais espessa 
- Forma pregas em algumas localizações: Foice do cérebro, Foice do cerebelo, Tenda do 
cerebelo. 
- A dura-máter une-se ao periósteo da caixa craneana 
- A nível medular existe um espaço entre a dura-máter e o canal vertebral, espaço epidural 
- Este espaço é ocupado pelos nervos raquidianos, vasos, tecido gordo... 
- A anestesia epidural é introduzida aqui 
- No interior da caixa craneana existem locais de separação da dura-máter e do periósteo 
- Na base das pregas as duas camadas separam-se para formar os seios venosos durais 
- Estes espaços recebem sangue proveniente do encéfalo e líquido cefalorraquidiano 
- Localizada internamente à dura-máter temos a aracnóideia 
- Distribui-se como uma verdadeira teia de aranha 
- Entre as duas meninges existe um espaço apenas virtual, espaço subdural 
- A pia-máter é a meninge mais interna 
- Está em estreito contacto com a superfície do encéfalo e espinhal medula 
- A aracnóideia é formada por dois folhetos 
- Entre os dois existe o espaço subaracnoideu 
- Este está preenchido por LCR 
 
Ventrículos 
- Os ventrículos são espaços existentes no interior do encéfalo 
- Em cada hemisfário cerebral existe um ventrículo lateral, o 3º ventrículo está no centro do 
diencéfalo e 4º ventrículo está um pouco mais a baixo, ao nível da base do cerebelo. 
- Todos os ventrículos estão ligados entre si 
- O 4o ventrículo está em comunicação com 3o ventrículo, com o Canal central da medula 
espinhal e com Espaço subaracnoideu 
- Os dois ventrículos laterais comunicam com o 3o ventrículo através do buraco de Monro 
- O aqueduto de sylvius une o 3o e 4o
 74
 
Líquido cefalorraquidiano: Líquido semelhante ao plasma, que banha o encéfalo e espinhal 
medula, serve de amortecedor ou air-bag para o SNC 
- 80 a 90% é formado pelas células ependimárias dos ventrículos laterais 
- O restante é por células semelhantes no 3 o e 4o ventrículos 
- Os plexos coroideus são formados por 
- Células ependimárias 
- Tecido de suporte 
- Vasos sanguíneos 
- São invaginações da pia-máter para os ventrículos 
- O LCR é produzido nestas estruturas 
- O líquido circula até ao 4 o ventrículo 
- A passagem do LCR para o espaço subaracnoideu é feita através de 2 buracos existentes 
neste ventrículo: Buraco de Magendie e Buracos de Lushka 
- Para que o LCR seja renovado, tem de voltar à corrente sanguínea 
- É através das granulações de Pacchioni existentes no tecido subaracnoideu 
- Estas permitem a passagem do LCR para os seios durais 
- Desta forma atingem a corrente sanguínea novamente 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 75
Parte 3 – Sistemas de Integração e Movimento 
 Capítulo 15 – Sentidos 
 
Sentidos: Olfato; paladar; visão; audição
 
Olfacto 
- Também designado de sentido do cheiro 
- Os receptores sensoriais estão localizados na 
região superior da cavidade nasal
- Apenas a porção mais superior da cavidade 
nasal está envolvida no olfacto 
- Todo o resto faz parte do aparelho respiratório 
- Esta zona designa-se de recesso olfactivo 
- O recesso olfactivo é composto por epitélio 
especializado designado de epitélio olfactivo 
- Este epitélio apresenta cerca de 10 milhões de 
neurónios olfactivos 
- Estas células sensitivas apresentam os seus 
dendritos e corpo celular no epitélio olfactivo 
 76
- Os axónios das mesmas atravessam o osso 
etmóide na sua lâmina crivada 
- Desta forma comunicam com o bulbo 
olfactivo 
- Esta estrutura sensitiva está localizada por 
cima da lâmina crivada 
- Constitui a terminação da fita olfactiva 
- Os impulsos transmitidos são conduzidos até 
ao córtex cerebral 
- Os dendritos dos neurónios olfactivos 
modificaram-se e apresentam vesículas 
olfactivas 
- Estas apresentam pequenos cílios 
denominados de pêlos olfactivos 
- As partículas do ar entranham-se no muco que 
cobre os pêlos olfactivos 
- Vão interagir com moléculas quimiorreceptoras 
- Os cílios dos neurónios olfactivos geram um 
potencial de acção no neurónio 
- Os axónios dos neurónios olfactivos sinapsam 
com dois tipos de células: Células mitrais e Células 
tufadas 
- Estas células sinapsam com neurónios de 
associação no bulbo olfactivo 
- Os estímulos são conduzidos ao córtex cerebral 
- Cada terminação do bulbo olfactivo termina numa 
área do encéfalo denominada de córtex olfactivo 
- O córtex está organizado em 3 áreas que são 
estrutural e funcionalmente diferentes: Externa, 
Média e a Interna 
- A área olfactiva externa está envolvida na percepção consciente do cheiro 
- A área olfactiva interna é responsável pelas reacções emocionais e viscerais aos odores 
- A área olfactiva intermédia tem conexões com o bulbo olfactivo e promove a modulação do 
cheiro nesta estrutura 
 
 
O paladar 
- Os gomos ou botões gustativos são as estruturas sensoriais que detectam os estímulos 
gustativos 
- Estas estruturas estão em associação com as papilas 
- Estes centros da percepção do paladar estão localizados maioritariamente na língua 
- Embora em menor n°, também as podemos encontrar no palato, lábios e garganta 
- Podemos distinguir 4 tipos principais de papilas gustativas: Caliciformes ou circunvaladas, 
Fungiformes, Foliadas e Filiformes 
- As papilas circunvaladas encontram-se no V lingual 
- As papilas fungiformes estão irregularmente espalhadas por toda a superfície dorsal da 
língua 
- As papilas foliadas encontram-se nos lados da língua 
- O botão gustativo é formado por uma cápsula externa e uma camada interna de células 
gustativas 
- As células gustativas apresentam pêlos gustativos 
- Estes terminam no poro gustativo 
- As substâncias dissolvem-se na saliva 
- Entram no poro gustativo 
- Ligam-se à membrana celular do pêlo gustativo 
- Provocam uma despolarização das células do paladar 
- Todos os sabores são combinações de 4 tipos básicos de sabores detectados pelos botões 
gustativos: Doce, Salgado, Ácido e Amargo. 
- O paladar sentido na língua é transportado por vários nervos para o tronco cerebral 
- Os pares craneanos envolvidos na transmissão do paladar são: Nervo trigémio (V), Nervo 
facial (VII), Nervo glossofaríngeo (IX) e Nervo vago (X). 
- O paladar dos 2/3 anteriores da língua são transmitidos pelo nervo facial 
- O glossofaríngeo transmite o paladar do 1/3 posterior da língua 
- O vago é responsável pela transmissão do paladar da zona da epiglote 
- Os nervos transmitem para o bulbo 
- Daqui seguem para o tálamo 
- Tudo termina na área do paladar no córtex cerebral 
 
 
 
 
 77
O olho e a visão 
- Sistema visual: Olhos, Estruturas 
acessórias, Nervos, Feixes e Vias ópticas 
- Estruturas acessórias: Sobrancelhas, 
Pálpebras, Pestanas, Glândulas lacrimais, 
Músculos extrínsecos do olho e Conjuntivas. 
- Função: protecção, lubrificação e 
movimentação. 
 
- Sobrancelhas: Protecção da luz directa e 
da transpiração da testa 
- Pálpebras: Protecção contra objectos 
estranhos 
- Conjuntiva: Mucosa fina e transparente que 
cobre a superfície interna das pálpebras e a 
superfície anterior do olho 
 
- Aparelho lacrimal: 
 - Glândula lacrimal - canto superoexterno 
 - Canal nasolacrimal - canto inferointerno 
- As lágrimas são produzidas na glândula, 
atravessam a superfície do olho e recolhidas 
pelos canais lacrimais que as levam ao canal 
nasolacrimal 
- As lágrimas são produzidas a um ritmo 
constante (1 ml/dia). A sua função: Humedecer 
a superfície do olho, Lubrificar as pálpebras e 
Transportar objectos estranhos para fora do 
sistema. 
- Constituição: água, sais, muco e enzimas- Existem dois canais lacrimais por olho, um 
na pálpebra superior e outro na inferior 
- É no canto interno de ambas que se localiza 
a abertura do canal - ponto lacrimal 
- Este, por sua vez, está implantado na papila 
lacrimal, uma pequena protuberância 
- Os dois canais abrem para o saco lacrimal 
que se continua com o canal nasolacrimal 
 
- Músculos extrínsecos do olho: Rectos superior, inferior, interno e externo e Oblíquos superior 
e inferior 
- Camada externa ou túnica fibrosa: Esclerótica e Córnea (porção anterior) 
- Camada média ou túnica coroideia: Corpo ciliar e íris 
- Camada interna ou túnica nervosa: Retina 
Túnica fibrosa 
Esclerótica 
- Camada externa, firme, branca opaca- 
Protege as estruturas internas 
- Mantém a forma do olho 
- É local de inserção dos músculos do olho 
- Continua-se anteriormente pela córnea e 
posteriormente pelo nervo óptico 
Córnea 
- Estrutura avascular e transparente 
- Tecido conjuntivo com colagénio, fibras 
elásticas e proteoglicanos 
- A superfície externa está coberta por epitélio 
pavimentoso estratificado 
- A superfície interna está coberta por epitélio 
pavimentoso simples 
 78
Camadas constituintes do olho 
 
 
 
Túnica coroideia 
- Camada vascular de espessura reduzida (0,1 a 0,2 mm) 
- Os vasos sanguíneos existentes são ramos das artérias ciliares curtas, ramos da artéria 
oftálmica 
- Anteriormente é constituída pelo corpo ciliar e pela íris 
- O corpo ciliar é contínuo à coroideia 
- Através dos seus bordos, a íris insere-se no corpo ciliar 
- O corpo ciliar serve de ancoragem aos ligamentos suspensores do cristalino 
- Os músculos ciliares funcionam como esfíncteres, a sua contracção leva à alteração da forma 
do cristalino 
- A íris é a porção colorida do olho, diferindo de pessoa para pessoa 
- É constituída por um músculo liso que circunda uma abertura, a pupila 
- A íris controla a entrada de luz na pupila 
- Apresenta um esfíncter pupilar que contrai a íris e o dilatador da pupila que a dilata 
 
Túnica nervosa 
- Retina 
 - Retina pigmentada - externa 
 - Retina sensorial - interna 
- A retina sensorial responde à luz e apresenta células fotorreceptoras: bastonetes e cones 
- Na porção posterior da retina podemos observar a mácula lútea e a papila óptica 
- A mácula lútea é uma pequena mancha amarela com cerca de 4 mm de diâmetro 
- No centro desta existe a fóvea central que corresponde ao ponto de maior acuidade visual, 
devido à elevada concentração de células fotorreceptoras 
- Internamente à mácula lútea existe uma mancha branca denominada papila óptica 
- A papila óptica corresponde à zona de entrada dos vasos sanguíneos 
 79
- É uma zona sem células fotorreceptoras, sendo chamada 
zona cega do olho 
Cristalino 
- Estrutura transparente e biconvexa 
- A parede posterior apresenta maior convexidade 
- Esta estrutura está suspensa pelos ligamentos suspensores do cristalino 
- Divide o olho em compartimento anterior e compartimento posterior 
 
Compartimentos do olho 
- Compartimento anterior localiza-se anteriormente ao cristalino 
- É de reduzidas dimensões e está organizado em: Câmara anterior - entre a córnea e a íris e 
Câmara posterior - entre a íris e o cristalino. Este espaço está preenchido pelo humor aquoso. 
- Funções do humor aquoso: Manutenção da pressão intra-ocular, Refracção da luz e Nutrição 
da córnea 
- O compartimento posterior do olho é: muito maior que o anterior, rodeado pela retina e 
preenchido por humor vítreo. 
- As funções do humor vítreo são: Refracção da luz dentro do olho, Manutenção da pressão 
intra-ocular, Manutenção da forma do globo ocular e Mantém o cristalino e a retina no seu lugar 
- Íris - entrada da luz no olho 
- Cristalino, córnea e humores - focagem 
- Retina - geração de potenciais de acção 
 
Retina 
- Retina: Sensorial e Pigmentada 
- Retina pigmentada: Camada única - células pigmentares (melanina) e a cor escura reforça 
acuidade visual porque diminui a dispersão da luz. 
- Retina sensorial: Formada por camadas de corpos celulares de neurónios fotorreceptores, 
bipolares e ganglionares. A camada fotorreceptora é a mais próxima da retina pigmentada e é 
constituída por cones e bastonetes, mais internamente existe uma camada plexiforme exterior 
 
 
 80
Bastonetes 
- Células fotorreceptoras bipolares, envolvidas na visão não cromática e responsáveis pela 
visão em condições de luz reduzida. - Localizados na restante extensão da retina (12 milhões) 
- A porção do bastonete sensível à luz a apresenta uma forma cilíndrica e um pigmento, a 
rodopsina (opsina + retinal) 
 
Cones 
- Células receptoras bipolares 
- A porção sensível à luz apresenta a forma de um cone - afunilada da base para o ápex 
- São responsáveis pela visão cromática e acuidade visual 
- Apresentam a iodopsina como pigmento visual (opsina + retinal) 
- Estão todos localizados na fóvea (35.000) 
 
Vias neuronais da visão 
- As células fotorreceptoras recebem o estímulo visual e enviam para as camadas mais 
profundas 
- Atingida a camada ganglionar, o estímulo percorre o axónio das células que atravessa todo o 
interior da retina com a excepção da fóvea 
- Vão convergir na papila óptica e sair do olho como nervo óptico 
- A maioria dos axónios termina no núcleo geniculado externo do tálamo 
- Alguns axónios terminam no tubérculo quadrigémio superior 
- Os neurónios que terminam no núcleo geniculado externo do tálamo formam as fibras das 
radiações ópticas que se projectam no córtex visual no lobo occipital 
 
Campos visuais 
- Campo visual de um olho corresponde a tudo o que pode ser visto com esse olho aberto e o 
oposto fechado 
- O campo visual de um olho pode ser dividido em: parte temporal e parte nasal 
- A metade temporal do campo visual projecta-se na retina nasal e vice-versa 
- As projecções dos campos visuais e a organização das vias nervosas fazem com que as 
imagens provenientes da metade direita do olho se projectam para a metade esquerda do 
encéfalo. 
- A metade esquerda de cada campo visual projecta-se para a metade direita do encéfalo 
- Os campos visuais direitos e esquerdos sobrepõem-se 
- A zona comum denomina-se área de visão binocular e permite a percepção da profundidade. 
 
 
 81
Ouvido e audição 
 
- A estrutura auditiva está organizada em 3 partes distintas: 
- Ouvido externo (audição) 
- Ouvido médio (audição) 
- Ouvido interno ( audição e equilíbrio) 
 
Ouvido externo 
- Formado por pavilhão auricular e canal auditivo externo 
- Internamente termina na membrana do tímpano 
- O pavilhão auricular ou orelha é uma estrutura cartilagínea coberta por pele 
- A sua forma permite o encaminhamento do som em direcção ao canal auditivo externo 
- Todo o canal auditivo externo é coberto por pêlos e glândulas produtoras de cerúmen 
- A separar o ouvido externo do ouvido médio existe a membrana do tímpano 
- Apresenta uma forma oval, é delgada semitransparente 
- Apresenta uma epitélio pavimentoso cúbico simples na superfície interna e um epitélio 
pavimentoso estratificado da face 
 
Ouvido médio 
- Encontra-se internamente à membrana do tímpano 
- Comunica com o ouvido interno por dois orifícios de pequenas dimensões: a janela redonda e 
a janela oval 
- Outras duas aberturas introduzem o ar no ouvido médio: a trompa de Eustáquio e uma 
abertura para as células mastóideias do temporal 
- A sua função é equilibrar a pressão entre o ar 
- No seu interior encontramos 3 ossículos: Martelo, Bigorna e Estribo 
- Apresentam-se dispostos em sequência e transmitem a vibração vinda da membrana do 
tímpano para a janela oval 
 
 
 
 82
Ouvido interno 
- O ouvido interno é formado por uma estrutura denominada de labirinto ósseo 
- O labirinto ósseo está organizado em 3 partes: cóclea, vestíbulo e canais semicirculares 
- A cóclea está envolvida na audição, enquanto que o vestíbuloe os canais semicirculares são 
essenciais no equilíbrio 
- No interior do labirinto ósseo encontra-se o labirinto membranoso 
- O labirinto membranoso está preenchido por endolinfa 
- O espaço existente entre o labirinto ósseo e o membranoso está preenchido por perilinfa, 
líquido semelhante ao LCR 
 
Vias neuronais da audição 
- Perto da cóclea existe uma estrutura nervosa denominada de gânglio coclear 
- Os neurónios do nervo coclear originados no bulbo sinapsam no tubérculo quadrigémio 
inferior 
- Um novo neurónio dirige-se para o tálamo onde sinapsa com um outro que se dirige para o 
córtex auditivo, localizado no lobo temporal do encéfalo 
 
Condução do som 
 
 
 
Equilíbrio postural 
- Existem duas estruturas que controlam o equilíbrio no nosso organismo: 
 - Ouvido interno: Vestíbulo a canais semicirculares - Desencadeiam reflexos do equilíbrio 
 - Cerebelo: Controla tónus da postura e movimentos da postura 
 
- No ouvido interno existem duas estruturas que são funcionalmente diferentes: Labirinto 
estático e Labirinto cinético 
- Labirinto estático - está envolvida na percepção da posição da cabeça, bem como da 
aceleração e desaceleração linear 
- O labirinto cinético - é constituído pelos canais semicirculares, está relacionado com a 
avaliação do movimento da cabeça. Esta avaliação é feita segundo os 3 planos do espaço 
devido à existência de um canal semicircular por cada plano 
 
 
 
 
 
 83
Parte 3 – Sistemas de Integração e Movimento 
 Capítulo 16 – Sistema Nervoso Autónomo 
 
- O sistema nervoso autónomo é formado por neurónios pré-ganglionares e pós ganglionares 
- O primeiro tem origem na espinhal medula e sinapsa com o segundo 
- Esta ligação ocorre na cadeia ganglionar simpática 
- A sinapse também pode ocorrer em gânglios pré-viscerais 
- O neurónio pós-ganglionar termina no órgão alvo 
- Promove acção excitatória ou inibitória 
- A sua regulação é maioritariamente consciente 
 
Autónomo 
- Órgão alvo: Músculo esquelético 
- Regulação: Consciente e inconsciente 
- Resposta: Contracção 
- N° de neurónios: 1 único 
- Localização corpo celular: Nervos 
cranianos e Espinhal medula 
- N° de sinapses: 1 
- Baínhas axionais: Mielinizadas 
- Neurotransmissor: Acetilcolina 
- Receptores: Nicotínicos 
 
 
Somatomotor 
- Órgão alvo: Músculo liso, cardíaco e glândulas 
- Regulação: Inconsciente 
- Resposta: Excitatória e inibitória 
- N° de neurónios: 2 neurónios 
- Localização corpo celular: Nervos craneanos, Espinhal 
medula e Gânglio autonómico 
- N° de sinapses: 2 
- Baínhas axionais: Mielinizadas e Não mielinizadas 
- Neurotransmissor: Acetilcolina e Noradrenalina 
- Receptores: Nicotínicos e Muscarínicos 
 
Sistema Nervoso Autónomo 
- Constituição: Sistema Simpático e Sistema Parassimpático 
- As diferenças baseiam-se na localização dos corpos celulares, dos neurónios pré-
ganglionares do SNC, dos gânglios autonómicos e no comprimento relativo e relação dos 
axónios pré e pós-ganglionares 
 
 
 84
Sistema Simpático = = = = = = = = = = => 
- Corpos celulares dos neurónios pré-
ganglionares localizados na substância cinzenta 
dos cornos laterais, entre T1 e L2, também 
designada por divisão toracolombar 
- Saem da coluna vertebral em conjunto com os 
nervos raquidianos
- Abandonam o nervo raquidiano e dirigem-se 
para os gânglios autonómicos 
- Os gânglios autonómicos unem-se para formar 
cadeia ganglionar simpática 
- Cadeia localizada ao longo da coluna vertebral 
- Os axónios dos neurónios pré-ganglionares 
têm um pequeno diâmetro e são mielinizados 
- A extensão entre o nervo raquidiano e o 
gânglio simpático é feito pelo ramo 
comunicante branco 
- Os axónios simpáticos saem da cadeia ganglionar por 4 vias diferentes: Nervos raquidianos, 
Nervos simpáticos, Nervos esplâncnicos e Inervação da glândula suprarenal. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 85
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Nervos Raquidianos: 
- Os axónios dos neurónios pós-ganglionares voltam a entrar num nervo raquidiano pelo ramo 
comunicante cinzento 
- Estes axónios são não mielinizados 
- Os neurónios pós-ganglionares vão através do nervo raquidiano para os órgãos 
- Ex: glândulas sudoríparas, músculo liso 
 
Nervos Simpáticos 
- Os axónios pós-ganglionares têm origem 
na cadeia simpática 
- Deixam o gânglio e constituem o nervo 
simpático 
- Os nervos simpáticos enervam: Órgãos 
torácicos, Músculo cardíaco, Músculo liso do 
esófago, pulmões e vasos 
- Na região cervical formam um plexo em 
torno da artéria carótida e acompanham a 
artéria até aos órgãos da cabeça 
- Inervam áreas da cabeça e pescoço não 
inervadas pelos nervos raquidianos 
- Ex.: glândulas salivares e olhos 
Nervos Esplâncnicos 
- Os axónios pré-ganglionares com origem 
entre T5 e T12 não sinapsam na cadeia simpática 
- Estes axónios constituem os nervos esplâncnicos 
- A sinapse com os neurónios pós-ganglionares dá-se nos gânglios pré-viscerais 
- Os neurónios pós-ganglionares saem dos gânglios viscerais por pequenos nervos e vão 
atingir os órgãos alvos. 
- Inervam órgãos abdominopélvicos: Pâncreas, Fígado e Próstata... 
 
Inervação da glândula supra-renal 
- A medula supra-renal é uma excepção na inervação simpática 
- O neurónio da glândula supra-renal não sinapsa nem na cadeia simpática nem no gânglio 
visceral, assim, é o neurónio pré-ganglionar que inerva directamente a glândula supra-renal 
- O neurónio termina na medula 
 
Sistema Parassimpático 
- Os corpos celulares dos neurónios do sistema 
nervoso parassimpático estão localizados 
- Núcleos do tronco cerebral 
- Cornos laterais da substância cinzenta 
- O local de saída dos nervos é entre S2 e S4 
- Também é chamada de divisão craniosagrada 
- Os axónios dos neurónios pré-ganglionares 
seguem os nervos cranianos ou pélvicos 
- Estes levam-os até aos gânglios 
- Os gânglios estão, geralmente, perto dos 
órgãos alvo
- Assim, o comprimento dos axónios pós-
ganglionares é muito reduzido
- Os axónios cujos corpos celulares estão no 
tronco cerebral saem pelo: Nervo oculomotor 
comum (III); Nervo facial (IV); Nervo 
glossofaríngeo (IX) e Nervo vago (X) 
 
 86
- O nervo vago transporta a maioria dos axónios de 
neurónios parassimpáticos 
- O nervo vago transporta fibras para: Coração, 
Pulmões, Esófago, Estômago, Pâncreas, Fígado, 
Intestino delgado e Parte superior do cólon. 
- Os nervos parassimpáticos que têm origem entre S2 e 
S4 saem pelos nervos pélvicos 
- Estes vão inervar: Bexiga, Cólon inferior, Recto e 
Órgãos reprodutores 
 
 
 
Neurotransmissores 
- Nas terminações nervosas simpáticas e parassimpáticas libertam-se neurotransmissores 
- Existem 2 neurotransmissores: Acetilcolina e Noradrenalina 
- Neurónio colinérgico liberta acetilcolina. Os libertadores de acetilcolina: Neurónios pré-
ganglionares simpáticos, pré-ganglionares parassimpáticos e pós-ganglionares 
parassimpáticos 
- Neurónio adrenérgico liberta noradrenalina. Os libertadores de noradrenalina: Neurónios pós-
ganglionares simpáticos 
 
Receptores Colinérgicos 
- Localizados na membrana pós-sináptica 
- Local de ligação da acetilcolina 
- Receptores colinérgicos: Nicotínicos - Resposta excitatória e Muscarínicos - Resposta 
excitatória ou inibitória 
 
Receptores Adrenérgicos 
- Localizados na membrana pós-sináptica 
- Local de ligação da noradrenalina 
- Receptores adrenérgicos: Receptores alfa (α) e Receptores beta (β) 
- Resposta excitatória ou inibitória depende do tecido alvo 
 
Regulação do SNA 
- Regulação: Reflexos autonómicos e Controlo pelo SNC 
- Os reflexos autonómicos implicam: Receptores sensoriais, Neurónios aferentes, Neurónios de 
associação, Neurónios eferentes e Células efectoras. 
- O SNC pode desencadear reflexos autonómicos, os constituintes do SNC influenciadores dos 
reflexos autonómicos são:a Medula espinhal, o Bulbo e o Hipotálamo 
 
Funcionamento do SNA 
- Ambos, o Simpático e o Parassimpático, produzem efeitos inibitórios e excitatórios 
- A acção de um é sempre contrariada pela acção do outro 
- A maioria dos órgãos é inervada por ambos 
- Em alguns órgãos a acção de um sistema predomina sobre o outro 
- Em algumas situações as 2 partes funcionam em cooperação 
- As suas acções complementam-se, apresentando o mesmo objectivo 
- O simpático produz efeitos mais generalizados que o parassimpático 
- O simpático tem maior influência em condições de actividade física 
- O simpático diminui a actividade de órgãos não essenciais à actividade física 
- Em repouso mantém tensão arterial e temperatura corporal 
- A actividade do parassimpático é aumentada, quando em repouso se dá ingestão, digestão, 
micção etc. 
 87
 88
 
Parte 3 – Sistemas de Integração e Movimento 
 Capítulo 17 – Organização funcional do sistema endócrino 
 
- No sistema endócrino as suas glândulas segregam os seus produtos para o sistema 
circulatório 
- Os produtos de excreção das glândulas endócrinas são as hormonas
- As hormonas regulam actividades no organismo 
 
- Hormona 
- Produzida em quantidades diminutas por um conjunto de células 
- Segregada para os espaços intersticiais 
- Entra no sistema circulatório e actua em tecidos específicos 
- As hormonas apresentam tecidos alvos, nos quais vão ter acção 
- A comunicação entre as hormonas e os tecidos alvo é feita através de sinais de amplitude 
modulada 
- Os sinais consistem em variações das concentrações da hormona 
- As respostas do sistema endócrino são lentas mas de duração longa 
- O sistema endócrino e o sistema nervoso estão intimamente ligados 
- O sistema nervoso pode libertar substâncias químicas reguladoras para o sistema circulatório 
- Estas substâncias são as neuro-hormonas 
- Algumas glândulas são directamente enervadas pelo sistema nervoso, influenciando a sua 
acção 
- Por outro lado algumas hormonas actuam no sistema nervoso 
- Existem mensageiros químicos, que são sinais e que têm como função permitir a 
comunicação entre diferentes tipos celulares 
- Existem vários tipos de mensageiros químicos intercelulares: Hormona, Neuro-hormona, 
Neurotransmissor, Neuromodulador, Para-hormona e Feromona. 
 
Estrutura química 
Estrutura química das hormonas pode ser: Proteínas, Lípidos e Glicoproteínas 
- As hormonas lipossolúveis difundem-se através da membrana celular e ligam-se a receptores 
do citoplasma ou do núcleo 
- As hormonas proteícas são hidrossolúveis, não se difundindo através da membrana celular. 
Estas ligam-se a receptores existentes na membrana celular 
 
Controlo da secreção 
- A segregação de uma hormona não é constante 
- Esta libertação funciona por feed-back negativo 
- Existem 3 modelos de regulação: Acção de outra substância sobre a glândula, Controlo 
neuronal da glândula e A hormona de uma glândula endócrina controla a secreção de outra 
hormona de 
- Certas hormonas permanecem a níveis constantes no organismo 
- Existem outras que são influenciadas por estímulos, tais como o stress ou o exercício físico 
- Outras ainda são cíclicas 
 
Transporte e distribuição 
- As hormonas dissolvem-se no plasma sanguíneo e podem-se encontrar livres ou ligadas a 
proteínas plasmáticas. 
- Só as hormonas na forma livre é que são activas 
- Normalmente a proteína é específica para determinada hormona 
- As hormonas encontram-se no sangue e vão se difundir através do epitélio dos capilares para 
o espaço intercelular 
- São as membranas lipossolúveis que passam com maior facilidade 
 
 
 89
Metabolismo e excreção 
- Semivida - tempo necessário para reduzir a metade a concentração de determinada 
substância 
- As hormonas hidrossolúveis, como as proteínas, são rapidamente degradadas 
- Apresentam tempo de semi-vida curto 
- Este tipo de hormonas têm concentrações sanguíneas que aumentam e diminuem 
rapidamente 
- Regulam actividades de início rápido e duração curta 
- As hormonas lipossolúveis circulam ligadas a proteínas plasmáticas 
- Esta ligação condiciona um tempo de semi-vida mais longo 
- Há dificuldade em atravessar os capilares 
- Estas hormonas mantêm níveis sanguíneos constantes 
- A remoção das hormonas do sangue é conseguida de 4 formas: 
- Excreção – rim/fígado 
- Metabolismo – feito por enzimas no sangue, tecido alvo. 
- Transporte activo – para o interior da célula e reciclada 
- Conjugação – associação de moléculas hidrossolúveis no fígado 
 
Hormona/tecido alvo 
- As hormonas, ao atingir as células alvo, ligam-se a receptores da membrana 
- Afectam a velocidade de determinadas reacções 
- Não desencadeiam novas reacções 
- Podem activar ou desactivar enzimas 
- A ligação da hormona com o receptor é específica 
- A hormona circula por todo o organismo mas nem todas as células apresentam receptores 
para a hormona 
- Só naquelas em que há receptores é que se verifica a acção 
- As células alvo nem sempre respondem da mesma forma à hormona 
- Em determinados casos o número de receptores vai diminuindo à medida que o tempo de 
exposição aumenta 
- Diz-se que há fadiga do tecido alvo 
- Este fenómeno é designado de regulação por défice 
- Existem dois mecanismos que causam diminuição do número de receptores: 
- Diminuição da velocidade de síntese dos receptores 
- Aumento da velocidade de degradação dos receptores 
- Os tecidos que apresentam regulação por défice estão vocacionados para responder a 
aumentos hormonais de curta duração 
- Também se pode verificar o fenómeno contrário, designado por regulação por excesso 
- Resulta de um aumento da velocidade de síntese da molécula receptora 
 
Receptores hormonais 
- Podemos classificar os receptores em dois tipos: receptores de membrana e receptores 
intracelulares 
- As moléculas hidrossolúveis não atravessam a membrana celular, pelo que se ligam a 
receptores da membrana celular 
- As moléculas lipossolúveis ligam-se aos receptores intracelulares, visto que facilmente 
atravessam a membrana celular 
 
 
 
 
 
 
 
 
 90
Receptores de membrana 
- Os receptores apresentam uma porção extracelular e outra intracelular 
- É na porção extracelular que se liga a hormona 
- Esta ligação desencadeia reacções para o interior da célula 
- Pode ser formada uma nova molécula mensageira 
- Designam-se de primeiros mensageiros, as hormonas que actuam sobre as células e que se 
ligam aos receptores da membrana 
- Os segundos mensageiros são moléculas que podem ser produzidas pela membrana 
citoplasmática 
- Estes transmitem o sinal da membrana e atingem estruturas intracelulares 
- Existem receptores de membrana que possuem na face intracelular proteína G 
- Acções da proteína G: Abre canais celulares e Activa segundos mensageiros 
 
Receptores intracelulares 
- São moléculas proteícas no interior da célula 
- Podem-se encontrar livremente na célula ou no núcleo 
- As hormonas lipossolúveis atravessam a membrana celular e entram no citoplasma 
- A hormona pode-se ligar ao receptor que se encontra no citoplasma e formar um complexo 
receptor-hormona 
- Este complexo desloca-se até ao núcleo 
- Também pode acontecer que a hormona se difunda directamente para o interior do núcleo 
- Neste caso o complexo receptor-hormona é formado já no interior do núcleo 
- O complexo leva à formação de novas proteínas, que representam a resposta à hormona 
 
 91
Parte 3 – Sistemas de Integração e Movimento 
 Capítulo 18 – Glândulas endócrinas 
 
Glândulas endócrinas: Hipotálamo, Hipófise, Pineal, Tiróide, Paratiróide, Timo, Glândulas 
suprarrenais, Pâncreas, Ovários (mulher) e Testículos (homem). 
 
Hipófise e Hipotálamo 
- Estas duas glândulas são o local principal de interacção do sistema nervoso com o endócrino 
- É o hipotálamo que regula a actividade secretora da hipófise 
- A hipófise secreta 9 hormonasprincipais 
 
Morfologia da hipófise 
- A hipófise está localizada na sela turca do esfenóide, abaixo do infundíbulo, ao qual se liga 
através da haste hipofisária 
- Esta glândula está dividida em duas partes 
- Esta divisão é anatómica e funcional 
- Temos o lobo anterior ou adeno-hipófise e o lobo posterior ou neuro-hipófise 
 
Neuro-hipófise 
- Está em continuidade com o cérebro, daí vem a designação de neuro-hipófise 
- É uma extensão do sistema nervoso 
- As secreções da neuro-hipófise são as neuro-hormonas 
 
Adeno-hipófise 
- No desenvolvimento embrionário a adeno-hipófise é a bolsa de Rathke 
- Esta estrutura nasce para o exterior da cavidade bucal do embrião 
- Desenvolve-se na direcção da neuro-hipófise 
- Quando se aproxima perde a sua ligação e torna-se lobo anterior da hipófise 
- Esta parte da glândula está organizada em 3 partes: Pars tuberalis, Pars distalis e Pars 
intermédia 
- As hormonas secretadas não são designadas de neuro-hormonas 
 
Hipófise e hipotálamo 
- Existe um sistema porta hipotálamo-hipofisário que se extende desde o hipotálamo à 
adeno-hipófise 
- É formado por uma rede capilar primária e uma rede capilar secundária 
- As neuro-hormonas produzidas na neuro-hipófise vão pela rede capilar primária e secundária 
até à adeno-hipófise 
- As neuro-hormonas podem ser libertadoras ou inibidoras: 
- As hormonas libertadoras estimulam a adeno-hipófise a produzir determinada hormona 
- As hormonas inibidoras diminuem a secreção da adeno-hipófise 
- A hormona produzida pelo lobo anterior entra na circulação sanguínea 
- O sistema porta hipotálamo-hipofisário funciona meio pelo qual o hipotálamo regula a acção 
da hipófise 
- As células da neuro-hipófise não é regulada pelo hipotálamo 
- As células da neuro-hipófise têm os seus corpos celulares no hipotálamo 
- Estas células apresentam axónios longos que se extendem desde o hipotálamo até à neuro-
hipófise 
- Estes axónios formam uma via nervosa chamada feixe hipotálamo-hipofisário 
- O estímulo vem do corpo celular e resulta numa libertação da hormona na hipófise e que se 
liberta para a circulação sanguínea 
- Existe uma relação funcional entre o hipotálamo e a hipófise que se designa de eixo 
hipotálamo-hipofisário 
 
 
 92
Hormonas da neuro-hipófise 
Hormona antidiurética (ADH) ou vasopressina: 
- Impede a produção de grandes quantidades de urina 
- Provoca a constrição de vasos sanguíneos 
- Aumenta a tensão arterial 
- O seu órgão alvo é o rim 
- É aqui que promove a retenção de água 
-Tal como tudo no nosso organismo, também as hormonas são controladas 
- Neste caso é pelo mecanismo de feed-back 
- Quando a tensão aumenta muito a hormona diminui a sua produção e leva à excreção de 
água de forma a baixar a tensão 
- O inverso acontece com a tensão baixa, a hormona é estimulada para que a tensão aumente 
por retenção de água 
Ocitocina: 
- Estimula as células do músculo liso uterino 
- Tem um papel importante na expulsão do feto durante o trabalho de parto 
- Estimula a produção de leite nas mulheres durante o período de aleitamento 
- A distensão do útero e a estimulação dos mamilos leva à produção de ocitocina 
 
Hormonas da adeno-hipófise 
- O hipotálamo é que controla a libertação ou não das hormonas da adeno-hipófise 
- Todas estas hormonas: entram na circulação, apresentam um tempo de semi-vida curto, 
ligam-se aos receptores de membrana da célula alvo. 
- Algumas das hormonas regulam a função secretora de outras glândulas endócrinas e são 
designadas de trofinas 
Hormona de crescimento ou somatotrofina: 
- Estimula o crescimento da maior parte dos tecidos 
- Estimula a degradação de lípidos para serem utilizados como fonte de energia 
- Aumenta a síntese e o armazenamento de glicogénio 
- Regula os níveis de nutrientes no sangue durante o jejum Esta hormona também está 
controlada pelo hipotálamo 
- Este produz a hormona libertadora da hormona de crescimento e a hormona inibidora 
da hormona de crescimento 
- Uma baixa de glicose estimula a hormona de crescimento, assim como uma alta de a.a. 
- No sono profundo ocorre libertação da hormona do crescimento 
Hormona tirotrofina ou hormona estimuladora da tiróide: 
- Estimula a libertação das hormonas tiróideias pela tiróide 
Hormona adrenocorticotrópica ou drenocorticotrofina: 
- Aumenta a secreção do cortisol do cortex supra-renal 
- Na doença de Addison os níveis de ACTH estão cronicamente elevados 
Gonadotrofinas e prolactina: 
 - As gonadotrofinas controlam o crescimento dos ovários e testículos 
 - Existem duas gonadotrofinas: 
Hormona luteinizante (LH): 
Hormona fuliculoestimulante (FSH): 
- A libertação destas hormonas é controlada pela hormona libertadora das gonadotrofinas 
Prolactina: 
- Estimula a produção de leite das glândulas mamárias 
- É controlada pela hormona libertadora da prolactina e pela hormona inibidora da prolactina 
 
 
 
 
 
 
 93
Tiróide 
- A tiroide é uma glândula formada por dois lobos unidos por um istmo 
- Os lobos localizam-se na porção superior da traqueia lateralmente à mesma, imediatamente 
abaixo da laringe. 
- O istmo cruza a face anterior da traqueia 
- Esta glândula apresenta no seu interior diversos folículos 
- Os folículos são pequenas esferas com uma parede composta por uma única camada de 
células cúbicas, 
- No seu interior encontramos a tiroglobulina, esta proteína é local de ligação para a hormona 
tiroideia. 
- Entre os folículos tiroideus encontram-se as células parafoliculares, estas células compõem 
as paredes dos folículos 
- A calcitonina é a hormona libertada pelas células parafoliculares, esta hormona reduz os 
níveis de cálcio no organismo 
 
Hormonas tiroideias 
- As hormonas secretadas pela tiróide são a triiodotironina (T3) e tetraiodotironina (T4) 
- A tiróide produz 90% de T4 e 10% de T3 
- A hormona tiroestimulante (TSH), libertada pela adeno-hipófise é fundamental na síntese e 
secreção das hormonas tiroideias 
- Esta hormona liga-se aos receptores membranares das células dos folículos tiroideus 
- É gerado um segundo mensageiro, o AMP cíclico 
- É necessária uma dieta com iodo 
- Sequência de acontecimentos para produção das hormonas: 
 - Os iões iodeto são absorvidos activamente para o interior das células do folículo tiroideu 
 - As tiroglobulinas são sintetisadas 
 - Formação de iodo por oxidação dos iões iodeto 
 - Um ou dois átomos de iodo ligam-se à tirosina da tiroglobulina 
 - A tiroglobulina com a tirosina iodada é libertada no lúmen do folículo 
 - 2 moléculas de diiodotirosina combinam-se e formam uma molécula de tetraiodotironina(T4) 
 - 1 molécula de monoiodotirosina e 1 de diiodotirosina formam uma molécula de T3 
 - A tiroglobulina é levada para o interior das células tiroideias 
 - As enzimas que actuam sobre a tiroglobulina libertam a T3 e T4 
 - A T3 e T4 difundem-se para o espaço intersticial e depois para os capilares da tiróide 
- As hormonas T3 e T4 circulam no sangue ligadas a proteínas plasmáticas 
- Cerca de 70 a 75% ligam-se à globulina transportadora de tiroxina (TGB) 
- Esta proteína é sintetizada pelo fígado 
- As hormonas em circulação funcionam como um reservatório circulante 
- Enquanto estiverem ligadas às proteínas não são activas 
- Apresentam o tempo de semi-vida grande, cerca de uma semana, porque não são eliminadas 
enquanto estiverem ligadas às proteínas plasmáticas 
- A hormona mais a activa e mais potente é T3 
- 40% da T4 é transformada em T3 
- As hormonas tiroideias difundem-se rapidamente através da membrana celular 
- Atingem o núcleo, onde se ligam a moléculas receptoras 
- Este complexo hormona-receptor interage com o DNA, levando à formação de novas 
proteínas 
- As hormonas tiroideias actuam em todo o organismo, noentanto nem todos os tecidos 
respondem da mesma forma 
- A acção nas células está relacionada com o metabolismo, crescimento e maturação- Funções da hormona tiroideia 
 - Estimula o metabolismo da glicose, gorduras e proteínas 
 - É também esta hormona que controla a temperatura corporal 
 - Esta hormona também potencia a hormona de crescimento 
 
 94
- Pode ocorrer uma hiposecreção ou hipersecreção desta hormona 
- A essas situações patológicas designamos de, respectivamente, hipotiroidismo e 
hipertiroidismo 
 
- Hipertiroidismo: 
Metabolismo aumentado: 
 - Aumento da temperatura corporal 
 - Perda de peso 
 - Aumento do apetite 
 - Taquicardia -HTA 
 - Aumento do volume tiroideu 
 
Metabolismo diminuído: 
 - Diminuição da temperatura corporal 
 - Ganho de peso 
 - Redução do apetite 
 - Bradicárdia 
 - Hipotensão arterial 
 - Hipotonia muscular e apatia 
 - Aumento de volume da glândula 
 
- Quando o hipotiroidismo aparece na fase de crescimento, o resultado numa patologia 
caracterizada por atraso mental e estatura baixa, denomina-se Cretina 
- É a TSH que regula a secreção das hormonas tiroideias 
- Esta hormona não tem níveis iguais durante todo o dia, ocorre um aumento sanguíneo 
durante a noite 
- Com níveis elevados de TSH ocorre aumento da produção e secreção de T3 e T4, hipertrofia 
e hiperplasia 
- A regulação das hormonas tiroideias funciona pelo mecanismo de feed-back negativo 
- Situações em que ocorre aumento de T3 e T4, verifica-se uma inibição da secreção de TSH a 
nível da adeno-hipófise e hipotálamo 
- Se as hormonas tiroideias diminuirem a TSH aumenta dramaticamente 
- A própria TSH também tem uma hormona que a estimula, é hormona libertadora da tirotrofina 
(TRH) 
- A TRH é estimulada pelo frio e o jejum inibe a produção e libertação da TRH. 
Causas de hipotiroidismo 
 95
- Deficiência de iodo 
- Substâncias geradoras de bócio (drogas) 
- Cretinismo 
- Ausência da tiroide 
- Insuficiência da hipófise 
- Tiroidite de Hashimoto 
- Doença de graves 
- Tumores 
- Tiroidite 
- Niveis elevados de TSH 
- Libertação súbita de hormonas tiroideias 
 
- Calcitonina: 
- O aumento dos níveis de cálcio é o estímulo para a secreção de calcitonina 
- O tecido alvo é o osso 
- Estimula os osteoblastos e inibe os osteoclastos 
- Ocorre deposição óssea, por forma a conservar o cálcio 
- Os níveis da hormona diminuem no sangue com a idade 
- Essa diminuição é mais frequente no mulher que no homem 
- O papel da calcitonina não está bem esclarecido 
- Com a remoção da tiroide não se observa um aumento nos níveis de cálcio 
- E possivel que outras hormonas compensem a falta da calcitonina 
 
Glândulas paratiroideias: 
- São 4 pequenas glândulas 
- Estão localizadas na face posterior da tiroide 
- Estão internamente organizadas em massa ou cordões 
- Secretam a hormona paratiroideia (PTH) 
 
 
 
Hormona paratiroideia: 
- Tem como tecidos alvo o osso, os rins e o intestino 
- O seu "objectivo" é aumentar os níveis de cálcio no sangue 
- No osso provoca um aumento da actividade osteoclástica 
- Pode mesmo levar ao aumento do número de osteoclastos 
- O cálcio libertado entra em circulação 
- No rim, a PTH aumenta a reabsorção de cálcio, evitando que este seja excretado pela urina 
- Também no rin, a PTH leva a um aumento da vitamina D activada 
- Esta vitamina é necessária para a absorção de cálcio no intestino delgado 
- Todas estas manobras têm como objectivo aumentar os níveis sanguíneos de cálcio 
- Em associação com o cálcio está sempre o fosfato 
- A PTH promove um aumento do cálcio plasmático mas não dos fosfatos 
- Estes são eliminados pela urina 
- Tal como as outras hormonas, também a PTH é regulada pelo feed-back negativo 
- Quando se verifica uma diminuição dos níveis de cálcio no sangue, esta é estimulada 
- Quando os níveis estão elevados esta diminui a sua produção 
- Para esta hormona existem também situações patológicas de hipoparatiroidismo e 
hiperparatiroidismo 
- Hipoparatiroidismo: 
- Causa: Idiopática ou Remoção da glândula 
- Sintomas: ↓cálcio no sangue, Excitabilidade neuromuscular, Hipotonia do músculo cardíaco e 
Diarreia 
- Hiperparatiroidismo: 
- Causas: Tumores da tiróide, Dieta pobre em cálcio, gravidez, lactação 
- Sintomas: ↑ Níveis sanguíneos de cálcio, Deposição de sais de cálcio por todo o organismo, 
Ossos com reabsoração, Maior força de contracção do músculo cardíaco e Obstipação 
 
Glândulas supra-renais 
- Localizadas sobre o pólo superior do rim 
- É um órgão retroperitoneal 
- Estão envoltas numa cápsula de tecido conjuntivo 
- São compostas por duas zonas distintas: a medula e o córtex 
- É apartir da cápsula que partem vasos sanguíneos para irrigar a glândula 
- A medula é formada por aglomerados de células poliédricas 
- O córtex é formado por cordões de pequenas células 
- No córtex podemos distinguir três zonas distintas: zona glomerulosa, zona fascicular, zona 
reticular. 
- Estas 3 zonas são funcional e estruturalmente diferentes 
- Zona glomerulosa: Localizada imediatamente por baixo da cápsula é composta por pequenos 
grupos celulares (glomérulos) 
- Zona fascicular: É a zona mais densa do córtex e as células formam colunas que se 
extendem da superfície para a medula 
- Zona reticular: É a zona mais profunda do córtex é formada por uma estreita camada de 
cordões celulares organizados irregularmente 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 96
Hormonas da medula supra-renal 
- 2 Hormonas: Adrenalina (ou epinefrina) e Noradrenalina (ou norepinifrina) 
- A secreção da adrenalina ocupa cerca de 80% da produção hormonal 
- A adrenalina aumenta os níveis de glicose no sangue 
- A adrenalina liga-se a receptores das células hepáticas e leva à produção de AMP cíclico 
- Este 2o mensageiro activa enzimas que são responsáveis pela degradação de glicogénio em 
glicose 
- A glicose é libertada para a corrente sanguínea 
 
Acções da adrenalina: 
- Aumenta: Libertação de glicose pelo fígado, Libertação de ácidos gordos pelos adipócitos, 
Ritmo cardíaco, constrição de vasos sanguíneos viscerais, Tensão arterial, Actividade 
metabólica, débito cardíaco e o fluxo sanguíneo dos músculos. 
- Diminui: Função dos órgãos viscerais 
- A sua função, de uma forma generalista, é preparar o organismo para o esforço físico. 
- A duração de acção destas hormonas é curta, visto serem rapidamente metabolizadas, 
apresentam tempo de semi-vida de poucos minutos 
 
Hormonas do cortex supra-renal 
- O cortex secreta 3 tipos de hormonas: Mineralocorticóides, Glucocorticóides e Androgénios 
- Todas derivam do colesterol 
- À medida que são produzidas são secretadas 
- Circulam no sangue ligadas a proteínas plasmáticas 
- São metabolizadas no fígado e excretadas pelo rim 
- Mineralocorticóides 
- Produzidos na zona glomerulosa~ 
- Ex: aldosterona: 
- ↑ eabsorção de sódio nos rins → ↑ níveis sanguíneos de sódio 
- ↑ Absorção de água → ↑ volume sanguíneo 
- ↑ Secreção de potássio na urina → ↓ níveis sanguíneos de potássio 
- Glucocorticóides 
- Produzidos pela zona fascicular do córtex da supra-renal, ex: cortisol. 
- As suas acções podem ser classificadas em: Metabólicas, Desenvolvimento, Anti-
inflamatórias. 
- Acções metabólicas: metabolismo das gorduras e proteínas, níveis de glicemia e 
depósito de glicogénio nas células 
- Acções de desenvolvimento: Maturação dos pulmões do feto, Desenvolvimento dos 
receptores da adrenalina. 
- Acções anti-inflamatórias: ↓ intensidade da resposta inflamatória, ↓ n° de leucócitos e 
↓ da libertação de substâncias químicas inflamatórias 
- O cortisol é regulado pela ACTH (hormona adrenocorticotrófica), esta é libertada pela adeno-
hipófise e regulada pela CRH (hormona libertadora da corticotrofina). 
- Altos níveis de cortisol em circulação inibem a secreção de ACTH e de CRH 
- Este mecanismo de feed-back negativo actua, respectivamente, na adeno-hipófise e no 
hipotálamo 
- O inverso acontece para baixos níveis de cortisol 
- Pode ocorrer hipo ou hipersecreçãode cortisol 
- Hiposecreção: Hipoglicémia, Perda de peso e Depressão do sistema imunitário 
- Hipersecreção: Hiperglicémia, Atrofia muscular, Osteoporose e Redistribuição de gordura; na 
face, no pescoço e no abdómen. 
- Androgéneos: 
 - Segregados pela zona reticular, ex: androstenodiona é um androgéneo fraco que vai ser 
convertido em testosterona 
 - Esta tem um efeito despresível nos homens, quando comparado com a produção testicular 
 - Na mulher leva ao aparecimento de pêlos púbicos e axilares 
 97
Pâncreas 
- Órgão retroperitonial de pequenas dimensões 
- Localizado entre o estômago e o duodeno 
- É uma glândula endócrina e exócrina simultaneamente 
- A porção exócrina produz suco pancreático que vai ser transportado até ao intestino delgado 
 
Pâncreas endócrino 
- A porção endócrina é formada por ilhéus pancreáticos ou de Langerhans 
- Produz hormonas que entram na circulação sanguínea 
- Os ilhéus estão dispersos por todo o pâncreas estando envolvidos pelo pâncreas exócrino 
- Existem entre 500.000 a 1.000.000 ilhéus 
- Cada um é composto por 
 - Células alfa (20%) - produtoras de glucagon 
 - Células beta (75%) - produtoras de insulina 
 - Células delta (5%) - células imaturas, segregam somatostatina 
- As hormonas pancreáticas têm um importante papel na regulação dos níveis sanguíneos de 
açucar e aminoácidos 
- Os tecidos alvo da insulina são o fígado, o tecido adiposo e o hipotálamo 
- A insulina aumenta a capacidade dos tecidos alvo para captar e utilizar a glicose e os a.a. 
- A glicose que não é necessária é armazenada sob a forma de glicogénio no músculo e fígado 
- No tecido adiposo esta é armazenada sob a forma de gordura 
- Com excesso de insulina os níveis de glicémia desce drasticamente 
- Na presença de pouca insulina os níveis de glicémia aumentam 
- O centro de saciedade do cérebro é sensível à insulina 
- Sem esta não tem precepção dos níveis altos de glicémia 
- Se não houver insulina o indivíduo tem a sensação de fome embora com níveis de glicose 
altíssimos 
- O glucagon actua mais sobre o fígado que sobre o músculo e tecido adiposo 
- O efeito do glucagon é degradar o glicogénio e aumentar a síntese de glicose 
- Tem um efeito inverso ao da insulina 
- São os níveis sanguíneos de glicose que regulam a secreção de insulina 
- Com altos níveis de glicose a insulina tem a sua secreção aumentada 
- Com hipoglicémia a insulina diminui a sua secreção 
- Após uma refeição a secreção de insulina aumenta e em jejun diminui 
- A secreção de insulina também é regulada pelo sistema nervoso autónomo 
- A acção parasimpática aumenta a secreção de insulina 
- A acção simpática inibe a sua secreção 
- Hormonas gastrointestinais, tais como, a gastrina, a secretina e a colecistoquinina aumentam 
a secreção de insulina 
- Níveis altos de glicémia inibem a secreção de glucagon enquanto que níveis baixos a 
estimulam 
- A estimulação simpática e alguns a.a. aumentam a secreção de glucagon 
- Após a ingestão de uma refeição tanto a insulina como o glucagon são estimulados 
 98
4 – Regulação e manutenção 
 Capítulo 19 – Aparelho circulatório: Sangue 
 
Funções do sangue: Transporte, Manutenção e Protecção 
- Transporte: O sangue é o meio principal de transporte no corpo, transporta gases, nutrientes, 
produtos de degradação, etc. 
- Manutenção: Desempenha um papel fundamental na manutenção da homeostase. 
- Protecção: É assegurada pelos constituintes do sangue que fazem parte do sistema 
imunitário 
 
Plasma: 
- É um líquido amarelo pálido 
- É composto por 91% de água 
- O restante é formado por susbtâncias em suspensão, tais como: proteínas, nutrientes, iões, 
produtos de degradação, gases,etc 
- Nas proteínas plasmáticas temos a albumina, globulinas e fibrinogénio 
 
Elementos figurados 
- São células ou fragmentos celulares” que são componentes do sangue: Eritrócitos ou 
hemácias (glóbulos vermelhos), Leucócitos (glóbulos brancos) e Plaquetas (trombócitos) 
- Dos elementos figurados do sangue cerca de 95 % são eritrócitos 
- Os glóbulos brancos e as plaquetas constituem os restantes 5 % 
- A produção de elementos figurados designa-se de hematopoiese 
- Este processo ocorre na medula vermelha dos adultos 
- Todos os elementos figurados derivam de um tipo de células indiferenciadas chamadas 
células estaminais ou hematocitoblastos 
- É a partir destas células que se originam os precursores dos elementos figurados: 
- Proeritroblastos – eritrócitos; Mioblastos – granulócitos; Linfoblastos – linfócitos; Monoblastos 
– monócitos e Megacarioblastos - plaquetas 
 99
 100
Eritrócitos: 
Características dos eritrócitos 
- Representam a maior parte dos elementos figurados do sangue 
- O número de eritrócitos por milímetro cúbico num adulto do sexo masculino é cerca de 5,2 
milhões (4,2 - 5,8) 
- Para o sexo feminino o valor médio é de 4,5 milhões por milímetro cúbico (3,6 - 5,2) 
- Apresentam a forma de discos bicôncavos com a extremidade mais espessa que o centro 
- É um elemento anucleado 
Composição dos eritrócitos 
- Apresenta na sua constituição a hemoglobina 
- Esta proteína é responsável pela coloração vermelha do eritrócito 
Funções dos eritrócitos 
- Transporte de oxigénio e dióxido de carbono 
- Produção de iões de bicarbonato pela anidrase carbónica 
- Os iões bicarbonato são a forma de dióxido de carbono transportada no sangue 
- Estes iões regulam o pH sanguíneo 
 
Hemoglobina - Composição e funções da Hemoglobina (componente dos eritrócitos) 
Composição (da hemoglobina) 
- Composta por 4 cadeias de proteínas e 4 grupos heme 
- Cada proteína está ligada a um grupo heme 
- O grupo heme possui um átomo de ferro 
- Das 4 globinas existem 2 cadeias alfa e 2 beta 
- O ferro é fundamental porque o oxigénio é transportado em associação com este 
- Cada molécula de oxigénio liga-se a um grupo heme 
Funções (da hemoglobina) 
- A hemoglobina que transporta oxigénio chama-se oxi-hemoglobina e apresenta-se de côr 
vermelho vivo 
- A desoxi-hemoglobina não transporta oxigénio e apresenta uma côr vermelho escuro 
Quando transporta dióxido de carbono ligado à globina chama-se carbamino-hemoglobina 
- Eritropoiese é o conjunto de fenómenos que leva à produção de eritrócitos a partir de uma 
células precursora – o hemocitoblasto 
- Os hemocitoblastos transformam-se em proeritroblastos 
- Estes sofrem várias divisões celulares dando origem aos eritroblastos primitivos 
- Estes vão originar os eritroblastos intermédios que se vão diferenciando e formar os 
eritroblastos finais 
- Estes vão perder o seu núcleo e formar os reticulócitos, que são eritrócitos imaturos 
- Finalmente, vão-se formar os eritrócitos maduros 
- Nesta sequência de acontecimentos é necessário vitamina B12, ácido fólico e ferro 
- O estímulo para esta produção é o baixo nível de oxigénio no sangue 
- Este estímulo provoca a produção de uma glicoproteína renal, a eritropoietina 
- Esta actua na medula vermelha para que ocorra maior produção de eritrócitos 
- Isto aumenta dos níveis séricos de oxigénio 
- O inverso acontece quando o oxigénio circulante é demasiado 
- São necessários apenas 4 dias para a transformação de hemocitoblasto em eritrócito maduro 
- O seu tempo de vida é de 120 dias no homem e 110 na mulher 
- Passado este tempo são removidos pelos macrófagos (que são glóbulos brancos específicos 
para estas e outras funções idênticas) 
 
 
 
 
 
 
 
Leucócitos (ou células brancas) 
- Não apresentam hemoglobina 
- Apresentam núcleo 
- A sua função é proteger o organismo de microorganismos invasores 
- Podem deslocar-se para o exterior dos vasos sanguíneos por diapedese 
- Estes são atraídos para os locais onde estão corpos estranhos por quimiotaxia 
- Ao identificarem os seres estranhos vão fagocitá-los 
- Existem cinco tipos de leucócitos (divididos em 2 grupos): - Basófilos, Eosinófilos e Neutrófilos 
- Linfócitos e Monócitos- Os glóbulos brancos são classificados segundo a presenç no a / ausência de grânulos 
citoplasma em: granulócitos e agranulócitos 
- Os granulócitos (que apresentam grânulos no citoplasma) podem ser classificados de 
basófilos, eosinófilos e neutrófilos 
- Os agranulócitos (que não apresentam grânulos no seu citoplasma) são os monócitos e os 
linfócitos 
 
Granulócitos: 
Neutrófilos 
- É o tipo mais comum dos leucócitos do sangue 
- Apresenta grânulos no citoplasma que coram quer com contrastes ácidos quer básicos 
- O núcleo apresenta 3 lóbos 
- Estes estão em circulação 10 a 12 horas 
- Ao sairem de circulação vivem 1 ou 2 dias 
Eosinófilos 
- Apresentam grânulos no citoplasma que coram com a eosina 
- Deslocam-se para um tecido que está a sofrer uma inflamação 
- São frequentes nas pessoas alérgicas 
- Reduzem a reacção alérgica 
Basófilos 
- São os leucócitos menos comuns 
- Apresentam grânulos no citoplasma que coram de azul com substâncias básicas 
- Actuam em reacções alérgicas e inflamatórias 
 
Agranulócitos 
Linfócitos: 
- São os leucócitos de menores dimensões 
- Apresentam um citoplasma muito reduzido e sem grânulos 
- Originam-se na medula óssea mas localizam-se no baço, amígdalas, timo e gânglios linfáticos 
- Existem diversos tipos de linfócitos 
- Desempenham papel na imunidade 
Monócitos 
- São os leucócitos de maiores dimensões 
- Permanecem em circulação entre 1 a 3 dias 
- Depois transformam-se em macrófagos 
- Estes vão fagocitar elementos estranhos 
- Monócitos em excesso denunciam infecção crónica 
 
 
Plaquetas (ou trombócitos) 
- São fragmentos celulares sem núcleo, só com membrana e citoplasma 
- Apresentam a forma de um disco 
- Têm um tempo de vida de 5 a 9 dias 
- Derivam dos megacariócitos e são produzidas na medula 
- Apresentam um papel importante na coagulação 
 
 101
Hemostase: 
- Sequência de acontecimentos que leva à cessação de uma hemorragia 
- Este mecanismo é muito importante para manter a homeostasia 
- Uma hemorragia não controlada leva a uma perda de volume sanguíneo que origina a morte 
- Este processo engloba 3 estádios: espasmo vascular; formação de agregados plaquetários e 
coagulação 
 
- Espasmo vascular: Logo após a hemorragia dá-se uma contracção do músculo liso da 
parede do vaso com á intenção de diminuir a hemorragia 
- Agregação plaquetária: Inicia-se com a exposição do endotélio do vaso após a sua ruptura, as 
plaquetas aderem ao endotélio e promovem a ligação de mais plaquetas. 
- A acumulação de inúmeras plaquetas forma o rolhão plaquetário, este é fundamental para a 
paragem da hemorragia. 
- Alterações no número de plaquetas provoca a não correcção de pequenas hemorragias que 
ocorrem diariamente 
Coagulação
- Mesmo com o espasmo vascular e a agregação plaquetária não é possível eliminar grandes 
hemorragias 
- É necessário que se forme o coágulo 
- Este coágulo é formado por uma rede de fibrina que detém células sanguíneas, plaquetas e 
líquido 
- Para que ocorra a formação de fibrina e a consequente coagulação é necessário que existam 
factores de coagulação 
- Estas proteínas plasmáticas desenvolvem uma cascata de acontecimentos da qual resulta a 
formação da fibrina 
- Existem duas vias de 
coagulação: via intrínseca 
e via extrínseca, que 
funcionam em simultâneo 
 
- Para controlar a formação 
do coágulo existem vários 
anticoagulantes 
- Estes estão sempre 
presentes 
- No local de uma lesão com 
hemorragia, a concentração 
de factores de coagulação é 
muito superior à dos 
anticoagulantes 
- Este equilíbrio entre os 
dois é importante para o 
bom funcionamento do 
sistema 
 
- Exemplos de 
anticoagulantes no 
sangue: Antitrombina, 
Heparina, Prostaciclina 
- Também no meio exterior 
são importantes para as transfusões e análises clínicas: Heparina, EDTA, e Citrato de sódio 
 
- Dissolução do coágulo: Inicia-se poucos dias após a sua formação, é este processo que leva 
à dissolução chama-se fibrinólise, é promovido pela plasmina que destroi a fibrina 
 
 102
Grupos sanguíneos 
 
- A classificação dos grupos sanguíneos faz-se segundo o sistema ABO e Rh 
- Existem outras classificações: lewis, duffy, kidd, kell.... 
- Estes grupos referem-se aos antigénios à superfície dos eritrócitos 
- Existem cerca de 35 grupos sanguíneos 
 
Sistema ABO 
• No sistema ABO: 
- O sangue tipo A tem antigénios tipo A e anticorpos tipo B 
- O sangue tipo B tem antigénios tipo B e anticorpos tipo A 
- O sangue tipo AB tem antigénios tipo A e B e não tem anticorpos 
- O sangue tipo O não tem antigénios e tem anticorpos A e B 
 
Sistema ABO - tipos 
 
 
- A distribuição destes 
grupos pela população varia 
- Os caucasianos 
apresentam 41% tipo A e 
9% tipo B 
- Os negros apresentam 
27% tipo A e 20% tipo B 
 
 
- Numa transfusão 
sanguínea o dador e o 
receptor devem ter tipos de 
sangue compatíveis para 
que não ocorra aglutinação 
- Assim pode ser 
administrado sangue tipo A a 
uma pessoa tipo A 
- O mesmo acontece para o 
sangue tipo B 
- Não se pode administrar 
sangue com antigénios 
diferentes dos originais, 
porque existem anticorpos 
para esse antigénio 
introduzido 
 
- Assim sendo um receptor 
com sangue tipo AB é 
considerado como um 
receptor universal 
- Neste caso o sangue 
receptor não tem antigénios e 
só vai passar a ter os 
antigénios do dador 
- Um sangue tipo O é considerado dador universal 
 
 
 
 103
 104
Sistema Rh 
- É outro sistema de classificação e é usado em conjunto com o sistema ABO 
- Temos apenas dois tipos de sangue segundo este sistema: positivo e negativo 
- Relaciona-se com a existência ou não de antigénios Rh na superfície do eritrócito 
- Cerca de 85% da população é Rh positivo 
- Os anticorpos para o antigénio Rh normalmente não se desenvolvem 
- Apenas se verifica quando ocorre contacto entre um sangue Rh negativo com um positivo 
- Isto pode acontecer em duas situações distintas: transfusão sanguínea e gravidez 
- No caso de uma grávida Rh negativo ter um feto Rh positivo pode ocorrer mistura do sangue 
do feto com o da mãe 
- Na primeira gravidez a mãe produz anticorpos Rh mas não em n° suficiente para causar 
problemas 
- Diz-se que a mãe está sensibilizada para o Rh 
- Numa possível segunda gravidez em que o feto seja Rh positivo a mãe já tem capacidade 
para formar anticorpos suficientes 
- Nestes casos pode-se dar uma situação muito grave designada de doença hemolítica do 
recém-nascido 
- Tudo isto pode ser evitado se for administrada uma injecção de imunoglobulina anti Rh antes 
ou durante a gravidez 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 – Regulação e manutenção 
 Capítulo 19 – Aparelho circulatório: Coração 
 
O Coração 
- Apresenta a forma de pêra e é do tamanho de mão fechada 
- Localizado na caixa torácica, entre os pulmões, no mediastino 
- O apex do coração está orientado para baixo, para frente e para a esquerda 
- Composto por 4 cavidades: 
2 Aurículas e 2 Ventrículos 
- O pericárdio é uma membrana que envolve o coração e que o fixa às estruturas adjacentes 
- O pericárdio visceral cobre o coração 
- O pericárdio parietal cobre as paredes adjacentes 
- Entre os dois pericárdios existe o líquido pericárdico para diminuir o atrito 
 
O pericárdio 
 - A parede cardíaca é composta por 3 camadas de tecido: Epicárdio, Miocárdio e Endocárdio 
- O epicárdio cobre externamente o coração e corresponde ao pericárdio visceral 
- O miocárdio é formado por músculo cardíaco 
- O endocárdio é constituido por uma camada de tecido conjuntivo envolta em epitélio 
pavimentoso simples. 
 
Cavidades cardíacas 
- As válvulas cardíacas são formadas a partir do endocárdio 
- A porção das aurículas constitui a parte anterior e superior do coração 
- Os ventrículos formam a extremidade inferior- Os apêndices auriculares são saliências existentes na face anterior do coração junto à união 
da aurícula com o ventrículo 
- As aurículas recebem o sangue de todo o organismo 
- À aurícula direita chega o sangue proveniente de todo o organismo através das veias cavas 
inferior e superior 
 105
 
 
 
 
 
 
 106
- Os vasos sanguíneos que comunicam com o coração 
- A veia cava inferior trás o sangue dos membros inferiores e tronco 
- A veia cava superior transporta o sangue dos membros superiores e da cabeça 
- As veias pulmonares trazem o sangue arterial dos pulmões até á aurícula esquerda 
- O sangue venoso do próprio coração é trazido pelo seio coronário 
 
- Sangue venoso e arterial 
- No coração direito apenas circula sangue venoso 
- No coração esquerdo só circula sangue arterial 
- O sangue arterial chega através das veias pulmonares, vindo dos pulmões 
- É o tronco (artéria) pulmonar que leva o sangue venoso do ventrículo direito aos pulmões 
- Esta estrutura vai-se ramificar pouco de pois em 2 artérias pulmonares direitas e 2 artérias 
pulmonares esquerdas 
- O sangue arterial sai do coração através da artéria aorta para todo o organismo 
- Na face externa do coração podemos observar um sulco coronário que separa as aurículas 
dos ventrículos 
- Perpendicular e inferiormente a este temos o sulco interventricular anterior e posterior que se 
localizam entre os dois ventrículos 
- É nestes sulcos que vão passar as artérias de vascularização do tecido cardíaco 
- São as artérias coronárias direitas e esquerda que nutrem o coração propriamente dito 
- O sangue venoso proveniente do coração é drenado pelas veias cardíacas 
- Estas vão desembocar no seio coronário que vai levar o sangue até à aurícula direita 
Face externa - vista posterior Anatomia interna do coração 
 
 
 
- A aurícula direita apresenta 3 aberturas para as veias cava inferior, cava superior e seio 
coronário 
- A aurícula esquerda apresenta 4 aberturas para as 4 veias pulmonares provenientes dos 
pulmões 
- A dividir as duas aurículas encontra-se o septo inter-auricular 
- É possível ver uma ligeira depressão do lado direito do septo que provem do canal arterial 
existente no feto 
- À nascença este canal já está fechado 
- A comunicação entre a aurícula e o ventrículo é feite pelo canal auriculo-ventricular 
- O ventrículo direito tem uma abertura para o tronco pulmonar 
- O ventrículo esquerdo tem a abertura da artéria aorta 
- A separar os dois ventrículos existe o septo interventricular 
 
 
 107
 108
Valvulares cardíacas 
Em cada um dos canais auriculo-ventriculares existe uma válvula auriculo-ventricular 
- As válvulas são formadas por cúspides 
- As válvulas permitem a passagem de sangue da aurícula para o ventrículo mas não em 
sentido contrário 
- A válvula do coração direito é formada por 3 cúspides e chama-se tricúspide 
- A válvula do coração esquerdo designa-se de mitral ou bicúspide por só apresentar 2 
cúspides na sua constituição 
- As pontas das cúspides localizam-se no centro da válvula 
- As cordas tendinosa ligam-se às pontas das cúspices e à parede interna do ventrículo 
- Estas cordas impedem a passagem de sangue do ventrículo para a aurícula 
- Quando o ventrículo está cheio de sangue as válvulas fecham-se para que haja libertação do 
sangue para fora 
- As válvulas semilunares estão presentes na aorta e no tronco (artéria) pulmonar 
- Estas apresentam uma forma semilunar e são formadas por 3 cúspides 
- A válvula aórtica e a pulmonar impede o sangue de voltar ao coração 
4 – Regulação e manutenção 
 Capítulo 21 – Aparelho circulatório: Circulação e Regulação Periférica 
 
 
- O sangue arterial sai do coração através de um grande vaso - artéria aorta 
- Esta vai distribuir o sangue por todo o organismo através das suas ramificações 
- Desta forma todas as artérias são, directa ou indirectamente, originadas da aorta 
- A aorta está dividida em 3 porções: Aorta ascendente, Crossa da aorta e Aorta descendente 
- A aorta ascendente é a porção mais próxima do coração 
- Tem um diâmetro aproximado de 2,8 cm e 5 cm de comprimento 
- É nesta secção da aorta que se originam as artérias coronárias direita e esquerda 
- Estas artérias são as responsáveis pelo fornecimento sanguíneo ao músculo cardíaco 
- Dirigindo-se posteriormente e para a esquerda, a aorta forma a crossa da aorta 
- É nesta porção que se vão originar as artérias para a cabeça e membros superiores 
- Os ramos aí originados são: tronco arterial braquiocefálico, carótida comum esquerda e 
subclávia esquerda 
- O segmento seguinte é a aorta descendente, é a a sua secção de maior comprimento 
- Origina-se na crossa, atravessa todo o tórax e abdómen, terminando no limite superior da 
bacia 
- A aorta torácica é a sua porção que percorre o tórax do lado esquerdo do mediastino 
- Neste trajecto fornece vários ramos 
- A aorta abdominal é a extensão da aorta que vai desde o diafragma até à bacia 
- É a este nível que dá os seus dois ramos terminais, as artérias ilíacas primitivas direita e 
esquerda 
- Aorta descendente é constituída pela Aorta torácica e Aorta abdominal 
- Estas artérias vão irrigar toda a zona da bacia e membros inferiores 
- Durante todo o seu trajecto abdominal fornece inúmeros ramos colaterais para órgãos 
importantes 
 
 
 109
Artérias da cabeça e pescoço 
- O sangue é proveniente dos 3 ramos da crossa da aorta 
- A carótida comum esquerda e subclávia esquerda são, respectivamente, o 2o e 3o ramos 
colaterais da crossa da aorta 
- O tronco arterial braquiocefálico originado da crossa, ramifica-se para formar a artérias 
carótida comum direita e subclávia direita 
- As artérias carótidas comuns dirigem-se para cima até atingirem o ângulo da mandíbula e 
percorrem o lado do pescoço respectivo- 
- Ao nível do ângulo mandibular bifurcam-se para originar os seus dois ramos terminais: 
carótida interna e carótida externa 
Na zona de bifurcação observa-se uma ligeira dilatação, o seio carotídeo 
A artéria carótida externa vai irrigar a face e pescoço 
A carótida interna penetra na caixa craniana e irriga o cérebro 
As artérias subclávias dão ramos que entram na cabeça e formam redes que irrigam o cérebro 
Os seua ramos são as artérias vertebrais 
 
Artérias membro superior 
 
 
Artérias dos membros superiores 
- A artéria subclávia vai irrigar o membro superior 
- A artéria prolonga-se por todo o membro, apresentando, noentanto, nomes diferentes ao 
longo do percurso 
- A sua secção que passa pela axila designa-se de artéria axilar 
- Esta continua-se com a artéria umeral que percorre o todo o braço 
- A artéria umeral divide-se em artéria radial e artéria cubital 
- Estas formam uma rede vascular na palma da mão, na qual se originam as artérias digitais 
Aorta torácica 
- Os seus ramos são ramos viscerais e ramos parietais 
- Os ramos viscerais vão vascularizar os pulmões, o esófago e o pericárdio 
- Os ramos parietais irrigam a parede do tórax 
Aorta abdominal 
- Tal como a aorta torácica, também a abdominal tem ramos viscerais e parietais 
- Os ramos viscerais irrigam os órgãos abdominais 
- Os ramos parietais irrigam o diafragma e a parede abdominal 
 
 
 110
Artérias da bacia 
- É a nível da 5 a vértebra lombar que a artéria aorta abdominal se divide nas artérias ilíacas 
primitivas 
- Estas dividem-se em ilíacas externas e ilíacas internas 
- As artérias ilíacas internas irrigam toda a zona da bacia 
- Também apresentam ramos viscerais para os órgãos da cavidade pélvica 
- Os seus ramos parietais irrigam o períneo a as paredes da cavidade 
- As artérias ilíacas externas dirigem-se para os membros inferiores 
 
Artérias dos membros inferiore Artérias do membro inferior (direito) 
- Todas as artérias dos membros inferiores 
originam-se nas artérias ilíacas externas 
- Tal como no membro superior, também esta vaitomando nomes diferentes ao longo do seu trajecto 
- Inicia-se como artéria ilíaca externa, na zona do 
joelho designa-se de artéria popliteia 
- É nesta zona que se ramifica nas artérias tibial 
anterior e tibial posterior 
- A artéria tibial anterior torna-se artéria pediosa 
- A artéria tibial posterior passa a artéria plantar e 
irriga a planta do pé 
 
Rede vascular - veias 
 
Circulação sistémica - veias 
- Na generalidade as veias seguem o mesmo 
curso das artérias e apresentam o mesmo nome 
- As veias são mais numerosas e com um trajecto 
ligeiramente diferente 
- As 3 principais veias que chegam ao coração são 
a veia cava inferior e superior e o seio coronário 
- As veias podem ser superficiais ou profundas e 
ainda formarem seios 
- As veias profundas são de maior calibre no 
tronco e abdómen 
- Nos membros ocorre o oposto 
- Os seios encontram-se na calote craniana e no 
coração 
 
Veias do coração 
- São as veias coronárias as responsáveis pela 
drenagem do sangue venoso da parede do 
coração 
- Estas vão desembocar no seio coronário 
- Esta dilatação vai levar todo esse sangue directamente para a aurícula direita 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 111
Veias da cabeça e pescoço 
- O sangue proveniente da cabeça e 
pescoço provem das veias jugular interna e 
externa 
- As veias jugulares externas são:de menor 
calibre, superficiais ou drenam o sangue da 
porção posterior da cabeça e pescoço 
- As veias jugulares internas: Têm maior 
calibre, são mais profundas, drenam o 
sangue da porção anterior da cabeça e 
pescoço e da face e originam-se nos seios 
venosos da calote craniana 
- As veias jugular interna e externa juntam-se 
à veia subclávia para formar o tronco 
braquiocefálico 
- Os dois troncos braquiocefálicos direito e 
esquerdo unem-se e formam a veia cava 
superior 
- Esta vai levar todo o sangue para a 
aurícula direita 
- As veias subclávias trazem o sangue dos 
membros superiores 
 
Veias dos membros superiores 
- Existe uma rede venosa na mão 
denominada de arcada palmar 
- Esta rede recolhe o sangue venoso da zona 
da mão e drena-o para as veias superficiais e 
profundas do antebraço 
 
Veias do membro superior (direito) 
- Na face interna do antebraço temos a veia cubital 
- Na face externa temos a veia cefálica 
- Na face anterior, entre as duas veias, temos a veia radial 
- A nível da face anterior do cotovelo estas 3 veias formam uma estrutura em forma de W 
- Ao longo do braço existe a veia basílica na face interna e a veia cefálica na face externa 
- Na zona da omoplata, a veia basílica torna-se veia axilar 
-Nesta veia axilar vai drenar a veia cafálica 
- A veia axilar, por sua vez, vai drenar para a veia subclávia 
- Esta, em conjunto com as veias jugulares, vai formar o tronco braquiocefálico que drena na 
veia cava superior 
- Mais profundamente existem as veias umerais, que acompanham todo o úmero e que se 
ramificam em veia radial e cubital 
 
Veias do tórax: - Existem 3 veias principais que levam o sangue do tórax para a veia cava 
superior: Tronco venoso braquiocefálico direito; Tronco venoso braquiocefálico esquerdo; Veia 
ázigos. A veia ázigos localiza-se do lado direito da coluna vertebral 
Veia hemiázigos ou ázigos acessória localizada no lado esquerdo drena para a veia ázigos 
Estas duas veias recebem o sangue venoso da parede posterior do tórax 
A parede anterior drena para o tronco braquiocefálico 
 Veias do abdómen: A parede posterior do abdómen drena para as veias lombares 
ascendentes, estas continuam-se pela veia ázigos e hemiázigos. Tdos os órgãos e membros 
inferiores drenam para a veia cava inferior. As veias ilíacas primitivas unem-se para formar a 
veia cava inferior 
 
 112
 
 
• Sistema porta 
- É uma rede de capilares venosos provenientes dos órgãos abdominais e que termina no 
fígado 
- A veia porta é a principal veia do sistema porta 
- Esta resulta da união das: veias mesentérica superior (intestino delgado), esplénica (baço, 
cólon e pâncreas), gástrica (estômago) e Cística (vesícula biliar) 
- Estes capilares trazem nutrientes dos intestinos mas também toxinas 
- Nas células do fígado o sangue é "filtrado" 
- O sangue vai sair do fígado pela veia porta inferior, indo desembocar na aurícula direita 
 
 311
Veias do membro inferior direito 
 
Veias dos membros inferiores 
- Apresentam veias superficiais e veias profundas 
- As profundas seguem o trajecto das artérias 
- As veias tibial anterior e posterior unem-se na 
zona do joelho e formam a veia popliteia 
- Esta chama-se femural no trajecto na coxa e vai 
desaguar na veia ilíaca externa 
- Superficialmente encontramos uma rede venosa 
no pé designada de arcada venosa dorsal 
- A partir desta formam-se as veias dorsais do pé 
que se unem para formar a veia safena interna e 
safena externa 
- A safena interna localiza-se no lado interno da 
tíbia e a safena externa do lado externo do perónio 
 
A safena externa une-se à veia popliteia, que vai 
tornar-se femural 
A safena interna continua-se pela veia ilíaca externa 
A veia safena interna também se designa de grande 
safena, enquanto que a externa se chama também 
pequena safena 
Tensão arterial 
- A pressão arterial representa a força exercida pelo sangue contra as paredes dos vasos 
sanguíneos 
- Esta força é medida em mmhg 
- Existem diversos métodos de medição da pressão arterial 
- A colocação de uma cânula num vaso é um método muito invasivo e que não pode ser 
praticado sistematicamente 
- O método mais usado é por auscultação 
- É necessário um esfingnomanómetro, uma braçadeira insuflável e um estetoscópio 
- O estetoscópio é colocado sobre a artéria umeral 
- A braçadeira é colocada na parte superior do braço e insuflada 
- Quando a artéria não produzir qualquer ruído começa-se a diminuir a pressão 
- O primeiro ruído indica que se retomou a circulação no vaso 
- O valor de pressão a que isto acontece corresponde à tensão arterial sistólica 
- Durante alguns segundos vão se continuar a ouvir uns ruídos na artéria 
- Estes sons são provocados pela passagem do sangue no vaso que ainda está sobre pressão 
- Estes ruídos chamam-se Sons de korothoff 
- À medida que a pressão vai diminuindo estes vão sendo cada vez mais espaçados e 
imperceptíveis 
- Chega a um valor de tensão em que já não se detectam os ruídos 
- A esta altura o sangue já não encontra resistências à sua passagem 
- Este valor de pressão arterial corresponde à tensão arterial diastólica 
- O fluxo sanguíneo é o volume de sangue que passa por um vaso num determinado período 
de tempo 
- Este fluxo depende do gradiente de pressão 
- Se em dois vasos houver valores de pressão iguais, então entre eles não se vai gerar 
nenhum fluxo 
- O fluxo existente nos nossos vasos arteriais é causado pelo fluxo sanguíneo do coração 
- Nas veias também existe pressão, mas esta não resulta do fluxo sanguíneo 
- Neste caso resulta de gradientes de pressão diferentes em sectores contíguos da veia 
- As válvulas permitem o aumento de pressão num segmento 
 
- Factores que alteram o fluxo sanguíneo: - ↑ Resistência - ↓ fluxo 
- ↑ Viscosidade - ↓ fluxo 
- ↑ Comprimento do vaso - ↓ fluxo 
- A viscosidade representa a dificuldade que o coração tem em enviar o sangue por um vaso 
- Manifesta-se por uma perda de fluidez 
- A viscosidade está directamente relacionada com diversos factores 
- A quantidade de água no sangue faz diminuir a viscosidade 
- O elevado número de eritrócitos faz aumentar a viscosidade 
- Em situações de desidratação e de produção descontrolada de eritrócitos aumentam 
drasticamente a viscosidade sanguínea 
- A viscosidade exagerada é preocupante devido ao maior risco de patologia cardíaca 
- O coração está em esforço para conseguir levar o sangue até aos capilares 
- A tensão arterial também depende da capacidade de distensão do vaso 
- Se o vaso apresentarcapacidade para se distender, então a força que o sangue exerce sobre 
a parede do vaso é menor 
- Pessoas em que a parede tem pouca capacidade de distenção têm tendência para 
hipertensão arterial 
- Existem mecanismos no corpo humano que permitem um controle da pressão arterial 
- Temos mecanismos rápidos e mecanismos lentos 
- Os barroreceptores do seio carotídeo e da crossa da aorta detectam as variações de pressão 
sanguínea 
 
 114
- Se a pressão estiver elevada ocorre o estiramento da parede do vaso e os barroreceptores 
transmitem a informação ao 
SNC 
- Este centro de regulação vai contrariar a situação, causando uma dilatação nos vasos 
periféricos 
- No caso de a tensão arterial estar baixa vai ocorrer uma vasoconstrição periférica 
- Existem também quimioreceptores que detectam alterações nas concentrações de oxigénio 
e dióxido de carbono 
- Existem receptores no seio carotídeo e crossa da aorta que vão informar o SNC 
- Estes receptores causam vasoconstrição no caso de aumento de dióxido de carbono em 
circulação 
- A vasoconstrição vai levar a uma maior perfusão pulmonar da qual resulta o aumento da 
concentração de oxigénio 
- No caso da pressão arterial descer drasticamente ( abaixo de 5 mm hg) e de se observar um 
drecréscimo dos níveis de dióxido de carbono acciona-se a resposta isquémica do SNC 
- Esta resposta consiste numa vasoconstrição imediata que vai resolver os dois problemas 
- Para além dos factores nervosos, existem também factores hormonais: Medula supra-renal, 
Renina-angiotensina-aldosterona, Vasopressina e Hormona natriurética auricular. 
 
- A estimulação da medula supra-renal resulta na produção de epinefrina: Esta hormona: 
Aumenta a frequência cardíaca, Aumenta o volume de sangue sistólico, provoca a 
vasoconstrição cutânea e visceral e a vasodilatação coronária. 
- Sistema renina-angiotensina- aldosterona: A renina é uma enzima libertada pelos rins que 
tem a capacidade de activar a angiotensina. 
- Esta proteína actua de forma a elevar a tensão arterial por aumento da resistência vascular 
periférica 
- Também vai estimular a produção de aldosterona que aumenta a captação de água da urina, 
aumentando assim a tensão arterial 
- Outro efeito é o aumento da sensação de sede e fome, bem como a secreção de ADH 
- Estes mecanismos não são tão rápidos como os nervosos mas apresentam uma duração de 
acção mais longa 
- Mecanismo da vasopressina (ADH): 
- A descida da pressão arterial estimula barorreceptores que vão levar à produção de ADH 
- Esta hormona provoca vasoconstrição, mas o seu papel principal é diminuir o débito urinário 
- Esta diminuição de excreção de água na urina é um mecanismo muito eficaz de aumentar a 
tensão arterial 
Mecanismo natriurético auricular: 
- O estímulo para a sua produção é a HTA 
- Este péptido libertado pelas células auriculares do coração actua no rim de forma a aumentar 
a excreção de água pela urina 
- Também provoca dilatação dos vasos sanguíneos 
- Estas duas acções provocam uma diminuição da tensão arterial 
 
• Mecanismos de regulação da pressão arterial a longo prazo 
- Os mecanismos a longo prazo actuam em minutos ou horas 
- Estes são o sistema renina-angiotensina-aldosterona e a hormona natriurética auricular 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 115
4 – Regulação e manutenção 
 Capítulo 22 – Sistema linfático e Imunitário 
 
Sistema linfático: 
- É composto por vasos linfáticos, Gânglios linfáticos, Linfócitos, Linfa, Amígdalas, Timo e 
Baço. 
- As 3 funções do sistema linfático são: Equilíbrio hídrico, Absorção de gorduras e Defesa 
- Equilíbrio hídrico: Dos capilares sanguíneos saem todos os dias líquidos para o espaço 
intersticial, nem toda esta quantidade retorna aos capilares, pois existe uma parte que entra 
nos capilares linfáticos, que vai formar a linfa. 
- Absorção de gorduras: A envolver o intestino delgado existem vasos linfáticos que absorvem 
a gordura, que posteriormente são conduzidas ao sistema venoso 
- Defesa: Os linfócitos são células de defesa e o gânglios e o baço removem microorganismos 
invasores 
 
Tecidos e nódulos linfáticos 
- O tecido linfático encontra-se: Sob as membranas, em volta dos nódulos linfáticos e no baço. 
- Na sua constituição estão os linfócitos e os macrófagos 
- O tecido não apresenta uma forma definida 
- Os nódulos linfáticos são arranjos de tecido linfóide numa forma aproximadamente esférica 
- Estão localizados no tecido conjuntivo laxo do aparelho digestivo, respiratório e urinário 
- Podem estar em associação e formar estruturas complexas como as placas de Meyer no 
intestino delgado 
 
Amígdalas 
- São formações de tecido e nódulos linfáticos localizados sob a mucosa da cavidade oral e 
nasofaringe 
- Apresentam dimensões reduzidas no adulto 
- Formam um anel protector contra os microorganismos presentes na cavidade nasal e oral 
Existem 3 grupos de amígdalas 
- Amígadalas palatinas: Localizadas bilateralmente na junção da cavidade oral com a faringe 
- Amígdala faríngea: No local de união da faringe com a cavidade nasal 
- Amígdala lingual: Localizada na face posterior da língua 
 
Gânglios linfáticos 
- São pequenas estruturas arredondadas que se distribuem ao longo dos canais linfáticos 
- Servem de filtro da linfa 
- É o local de aglomeração dos linfócitos e onde desempenha a sua função e proliferam 
- Os gânglios podem estar organizados em cadeias ganglionares 
 São 3 as principais cadeias ganglionares: Cadeia cervical, Cadeia inguinal e a Cadeia axilar 
- Os gânglios linfáticos são cobertos por uma cápsula de tecido conjuntivo denso 
- Esta prolonga-se em direcção ao centro do gânglio 
- O tecido linfático no interior dos gânglios está organizado em duas zonas distintas: o córtex e 
a medula 
- Estes " centros de filtragem de linfa " possuem vasos aferentes que levam a linfa até eles e 
vasos eferentes nos quais é libertada a linfa já tratada 
- No gânglios existem macrófagos que removem as bactérias e todos os microorganismos 
estranhos da linfa 
- As células presentes nos gânglios linfáticos são os linfócitos, os macrófagos e as células 
reticulares 
- Os linfócitos recém-formados são libertados na linfa e podem atingir o sangue 
 
 
 
 
 116
Baço 
- Órgão localizado no quadrante superior esquerdo da cavidade abdominal 
- Apresenta uma cápsula fibrosa externa 
- Podemos distinguir duas zonas: polpa branca e polpa vermelha 
- É irrigado pela artéria esplénica 
- Esta entra pelo hilo e difunde-se por todo o baço 
- Vai-se ramificando até aos capilares 
- O sangue venoso é depois recolhido por pequenas vénulas que levam o sangue até às veias 
esplénicas 
- Este órgão destroi objectos estranhos ao organismo 
- Destroi os glóbulos vermelhos velhos ou anormais 
 
Timo 
- Órgão localizado na porção superior do mediastino 
- Apresenta uma forma triângular 
- É formado por 2 lobos 
- O seu desenvolvimento ocorre até à puberdade 
- No idoso pode ser inexistente 
- Os dois lobos estão envoltos por uma cápsula 
- Internamente o timo está organizado em córtex e medula 
- O timo produz linfócitos que entram na corrente sanguínea em direcção a outros tecidos 
linfáticos 
 
Sistema linfático – conclusão 
- Toda esta rede de gânglios e vasos linfáticos forma uma defesa do organismo 
- Existe uma estreita relação entre o sistema circulatório e o sistema linfático 
- A linfa circula pelos vasos linfáticos e vai "desaguar" na veia subclávia esquerda 
- Esta ligação forma uma crossa que vai terminar no ângulo de Pirogoff esquerdo 
 
 117
Sistema imunitário 
- Imunidade: Capacidade de resistir às agressões de substâncias estranhas ao organismo 
A Imunidade pode ser: 
- Imunidade inata ou resistência não específica 
- A capacidade de reconhecer e destruir substâncias estranhas já existe 
- A capacidade de destruição não aumenta com o número de exposições 
- Imunidade adaptativa ou resistênciaespecífica 
- A capacidade de reconhecer e destruir substâncias estranhas aumenta com a exposição ao 
agente agressor 
- As diferenças entre imunidade inata e adaptativa baseam-se em 2 conceitos: 
- Especificidade: Capacidade que o sistema imunitário apresenta de reconhecer uma 
substância 
- Memória: Capacidade que o sistema imunitário apresenta de recordar contactos prévios. 
Permite uma resposta mais rápida 
- Imunidade inata: Sem memória - cada resposta é semelhante em cada contacto da 
mesma substância 
 - Imunidade adaptativa: Com memória, a resposta é melhorada após o Io contacto, pode 
levar ao não surgimento de sintomas no 2o contacto. O indivíduo diz-se imune ou imunizado 
Imunidade inata 
Componentes da imunidade inata 
- Mecanismos mecânicos: Evitam entrada de microorganismos e Removem 
microorganismos da superfície corporal 
- Mediadores químicos: Actuam directa ou indirectamente na destruição de 
microorganismos 
- Células: Envolvidas na fagocitose 
- Inflamação: Mobiliza o sistema imunitário, Isola os microorganismos até estes serem 
destruídos e eliminados 
- Mecanismos mecânicos: 
- Barreiras à entrada: Pele e Mucosas 
- Mecanismos de expulsão: Lágrimas, Saliva, Urina, Tosse /espirro 
- Mediadores químicos: Evitam a entrada de microorganismos na célula e Promovem a 
vasodilatação e inflamação. Ex: Complemento, Interferão, Mediadores de superfície, Histamina, 
Quininas, Prostaglandinas, Leucotrienos e os Pirogénios 
Complemento 
- Grupo de 20 proteínas 
- As reacções de activação dos vários elementos ocorrem em cascata 
- Constituída por uma via clássica e uma via alternativa 
- Via clássica faz parte da imunidade adaptativa 
- Via alternativa faz parte da imunidade inata 
- Acção das proteínas do complemento: Estimulam a lise da membrana celular bacteriana, 
Estimulam os macrófagos para fagocitarem as bactérias, Atração de células do sistema 
imunitário para o local de infecção, Induzir a inflamação. 
Interferão 
- Proteínas que protegem o organismo de infecções víricas, produzidas pelas células. 
- Ligam-se à superfície das células vizinhas e promovem a produção de proteínas antivirais 
Mediadores químicos: 
- Mediadores de superfície: Promovem a lise celular, Evitam proliferação microbiana e 
sequestra microorganismos. 
- Histamina: Promove vasodilatação, Aumenta permeabilidade vascular e Atrai eosinófilos 
- Quininas: Promovem vasodilatação, Aumenta a permeabilidade vascular, Atrai neutrófilos, - - - 
- Pirogénios e Estimulam a febre. 
- Prostaglandinas: Promovem vasodilatação, Aumenta permeabilidade vascular, Estimulam 
receptores da dor 
- Leucotrienos: Aumenta permeabilidade vascular e Atrai neutrófilos e eosinófilos 
 
 118
 119
Células 
- Leucócitos e derivados são o componente celular do sistema imunitário 
- São produzidos na medula óssea vermelha e tecido linfático 
- São libertados no sangue 
- Deslocam-se para os locais de infecção 
- Respondem à libertação de agentes quimiotácticos (histamina, complemento...) 
- Quimiotaxia: Capacidade de deslocamento para a fonte de agentes quimiotácticos 
- Fagocitose: Endocitose e destruição de partículas pelos fagócitos 
- Neutrófilos e macrófagos são células fagocitárias 
 
Macrófagos 
- São monócitos 
- Tempo de vida longo 
- Grande capacidade de fagocitose 
- Chegam ao local de infecção depois dos neutrófilos 
- Responsável pela maior parte da fagocitose 
- Produzem substâncias que resposta imunitária ( interferão, complemento...) 
- Localizam-se na pele, mucosas e à volta de vasos sanguíneos e linfáticos 
- Impedem entrada de microorganismos nos tecidos 
- Podem ser encontrados no interior dos vasos sanguíneos e linfáticos onde formam estruturas 
para filtrar os microorganismos da corrente 
Neutrófilos 
- São as primeiras células a chegar ao local da infecção 
- São destruídas após a fagocitose 
- Pús composto por: Neutrófilos, Microorganismos mortos e Tecido necrosado 
Basófilos 
- Origem na medula óssea vermelha 
- São glóbulos brancos móveis 
- Apresentam capacidade de entrar em tecidos infectados 
Mastócitos 
- Origem na medula óssea vermelha 
- São células imóveis 
- Localizam-se na pele, pulmões, tubo digestivo 
- Ambos promovem a libertação de histamina e leucotrienos 
Eosinófilos 
- Origem medula óssea vermelha 
- Células móveis 
- Penetram nos tecidos infectados 
- Produzem acção inflamatória 
Células natural killer: 
- São um tipo de lifócitos 
- Fazem parte da imunidade inata 
- Destroem a célula alvo por lise da membrana 
 
Resposta inflamatória: A inflamação é uma consequência de todas as acções 
desencadeadas para a eliminação do microrganismo invasor 
- Inflamação local 
- Sinais: Calor, Tumor, Rubor e Dor 
- A Inflamação sistémica, apresenta sinais e sintomas: 
- Aumento de libertação neutrófilos - fagocitose 
- Aumento de libertação de pirogénios - febre 
- Aumento da permeabilidade vascular → ↓ volume intravascular → choque → morte 
 
 
 
Imunidade adaptativa 
- É a capacidade de reconhecer e responder a determinada substância 
- O agente estimulador da imunidade adaptativa é o antigénio 
- Os haptenos são pequenas moléculas que se ligam a outras de maior dimensão 
- É o exemplo da penicilina que se liga a proteínas plasmáticas e pode estimular uma resposta 
imunitária adaptativa 
 
Antigénios: Antigénios estranhos e Auto-antigénios 
- Antigénios estranhos: São elementos não produzidos no organismo mas nele 
introduzidos. Ex: bactérias, vírus, pólen, medicamentos, tecidos e órgãos transplantados ... 
- Auto-antigénios: São moléculas produzidas pelo organismo, Desencadeam uma 
resposta imunitária adaptativa. É um tipo de resposta que pode ser simultaneamente benéfica 
(combate a tumores) e perniciosa (doenças auto-imunes) 
- Tipos de imunidade adaptativa: Imunidade humoral ou mediada por anticorpos, Imunidade 
celular 
- As células B estimulam a produção de anticorpos e são responsáveis pela imunidade humoral 
- As células T são responsáveis pela imunidade celular 
As Células T: 
- Células T efectoras: Células T citotóxicas e Células T de hipersensibilidade retardada 
- Células T reguladoras: Células T helper e Células T supressoras 
- As células T e B originam-se a partir das células indiferenciadas Stem Cells 
- Na medula vermelha são formadas as células pré-T e pré-B 
- As células pré-T são percursoras das células T 
- As células pré-T deslocam-se para o timo onde sofrem maturação 
- As células pré-B formadas na medula sofrem maturação na própria medula óssea vermelha 
- Originam as células B 
- Ambas as células T maduras são libertadas na corrente sanguínea que as vais transportar até 
ao sistema linfático 
- A proporção de células T e B é de 5:1 
 
Anticorpos: 
- São proteínas produzidas em resposta a um antigénio 
- Os anticorpos também podem ser chamados de gamaglobulinas ou imunoglobulinas 
- Existem 5 classes de imunoglobulinas: IgG, IgM, IgA, IgE e IgD. 
- Os anticorpos têm uma base formada por 4 cadeias polipeptídicas: 2 cadeias leves e 2 
cadeias pesadas, em que cada cadeia leve está ligada a uma cadeia pesada, esta ligação 
constitui a região variável, é aqui que se dá a ligação ao antigénio. 
- A ligação do anticorpo interfere na capacidade de actuação do antigénio 
- Esta acção vai torná-lo mais susceptível à fagocitose 
- A ligação do antigénio conduz a uma série de reacções na região constante 
- Este é responsável pela activação da cascata do complemento, atracão de células e 
inflamação 
- Após o primeiro contacto são formados anticorpos para o antigénio identificado 
- Designamos de resposta primária 
- A resposta de memória ou secundária ocorre nos casos em que já houve contacto prévio 
- A resposta secundária dá melhor resposta que a primária 
- Após um segundo contacto a resposta é mais rápida e a quantidade de anticorpos produzida 
é maior, é por este facto que num segundo contactoos sinais e sintomas não aparecem. 
- O indivíduo está imune 
Imunidade mediada por células 
- Este tipo de imunidade é mediada pelas células T 
- É uma forma mais eficaz contra microorganismos intracelulares (vírus, fungos, parasitas...) 
- Ao contactarem com o antigénio, as células T diferenciam-se em células T citotóxicas e 
células T de memória 
- As células T citotóxicas: Lisam as células e Produzem citoquinas 
 120
4 – Regulação e manutenção 
Capítulo 23- Sistema respiratório 
 
- O sistema respiratório está organizado em vias aéreas superiores e vias aéreas inferiores 
- As vias aéreas superiores são constituídas pela cavidade nasal e faringe 
- A laringe, traqueia, brônquios e pulmões formam as vias aéreas inferiores 
 
 
 
Nariz e cavidade nasal 
- A cavidade nasal faz parte das vias aéreas superiores 
- Continua-se posteriormente pela faringe 
- Os orifícios de comunicação entre elas designam-se de coanes internas 
- O nariz é formado pelo nariz externo e pela cavidade nasal 
- Estes comunicam-se pelas narinas ou coanes externas 
- O nariz é anteriormente formado por cartilagem 
- A cana do nariz é formada pelo frontal, maxilar e ossos próprios do nariz 
- A cavidade nasal é dividida em duas partes pelo septo 
- Esta estrutura é formada por cartilagem e osso 
- Os ossos que o formam são o vómer e o etmóide 
- O pavimento da cavidade nasal é formado pelo palato duro 
- Na parede lateral da cavidade existem 3 saliências ósseas - os cornetos 
- Entre estes existem meatos, que são orifícios de escoamento 
- No meato superior e médio está a abertura dos seios nasais 
- No meato inferior está a abertura do canal nasolacrimal 
 
 
 
 
 
 
 121
 
Vias aéreas superiores 
 
- É o epitélio cilíndrico 
pseudoestratificado ciliado que cobre a 
superfície da cavidade nasal 
- Neste epitélio encontramos células 
especializadas na produção de muco, 
as células caliciformes ou de Goblet 
- A zona entre o nariz e a cavidade 
nasal é o vestíbulo 
- É nesta zona que se observam pêlos 
que representam a primeira "filtragem" 
do ar inspirado 
- Também o muco tem a função de 
defesa 
- Os microorganismos aí retidos são 
transportados até ao tubo digestivo, 
sendo posteriormente eliminados 
 
Faringe 
- A faringe faz parte, simultaneamente, do aparelho respiratório e digestivo 
- A sua extremidade superior comunica com a cavidade nasal e oral 
- A sua extremidade inferior tem ligação com a laringe e com o esófago 
- Podemos dividir a faringe em 3 porções: nasofaringe, orofaringe e laringofaringe 
Nasofaringe 
- É a porção da faringe mais próxima da cavidade nasal 
- Inicia-se nas coanes e Termina na úvula 
- O epitélio é semelhante ao da cavidade nasal 
Orofaringe 
- Estende-se da úvula à epiglote 
- É nesta porção que há comunicação com a cavidade oral 
- O epitélio presente é estratificado de descamação 
Laringofaringe 
- Estende-se desde a epiglote até à abertura da laringe e do esófago 
- É coberta por epitélio estratificado de descamação 
 
Laringe 
- É a primeira secção das vias aéreas inferiores do aparelho respiratório 
- É formada por 9 cartilagens, umas pares outras ímpares 
- Todas elas estão ligadas entre si por intermédio de ligamentos e músculos 
- Cartilagens ímpares da laringe: Tiróideia, Cricóideia, Epiglote. 
- Cartilagens pares: Aritnóideias, Corniculadas, Cuneiformes 
 122
 
- A epiglote é a cartilagem da laringe que separa o tracto respiratório do tracto digestivo 
- Esta desloca-se de forma a encerrar o orifício do esófago quando se está a dar a respiração 
- O inverso acontece quando é necessário que passe bolo alimentar ou saliva 
- Existem ligamentos entre a cartilagem tiroideia e as aritnoideias 
- Os ligamentos superiores formam as cordas vocais falsas 
- As cordas vocais verdadeiras são formadas pelos ligamentos inferiores 
- A laringe é revestida por epitélio cilíndrico ciliado pseudoestratificado 
- A laringite caracteriza-se por uma inflamação do epitélio das cordas vocais 
- É a passagem do ar pelas cordas que forma o som 
- Quanto mais grossas forem as cordas mais grave é o som produzido 
 
Traqueia 
- É o segmento do aparelho respiratório localizado na continuação inferior da laringe 
- É formada por 15 a 20 aneis de cartilagem 
- Estes apresentam-se em forma de "C" 
- A parede posterior da traqueia não é formada por cartilagem 
- Em volta destas estruturas cartilaginosas existe músculo liso e tecido comjuntivo 
- Internamente a traqueia está coberta por tecido epitelial cilíndrico pseudoestratificado ciliado 
- Integradas neste observam-se células caliciformes 
 
Brônquios 
- Os brônquios são os "ramos terminais da traqueia" 
- Temos dois brônquios principais, um direito e um esquerdo 
- Estas estruturas também se ramificam para formar os bronquíolos 
- Os alvéolos são os locais de troca gasosa 
- São formados por aneis em forma de "C" 
- São revestidos internamente por epitélio pseudoestratificado cilíndrico ciliado 
- O brônquio principal direito é mais curto, largo e vertical que o esquerdo 
 
Pulmões 
- Os dois pulmões apresentam uma forma cónica com a base inferior acente sobre o diafragma 
- O seu vértice localiza-se um pouco acima da clavícula 
- São considerados os maiores órgãos do corpo humano 
- São os principais órgãos da respiração 
- O pulmão direito é maior que o esquerdo e está organizado em 3 lobos 
- O direito apenas tem 2 lobos 
- A separar os lobos encontramos as cisuras 
- Cada um dos lobos divide-se em lóbulos 
- Estes encontram-se separados por septos de tecido conjuntivo 
- Existem 9 lobúlos no pulmão esquerdo e 10 lóbulos do pulmão direito 
- Os brônquios principais dividem-se em brônquios secundários 
- O hilo é local de entrada de brônquios, vasos e nervos nos pulmões 
- O pulmão direito apresenta 3 brônquios e o esquerdo apenas 2 
- Cada brônquio é "responsável" por um lobo 
- São os brônquios terciários que fornecem o ar aos lóbulos 
- Estas ramificações dos brônquios secundários também originam terminações - os 
bronquíolos 
 
 
 
 
 
 
 
 
 123
Lobos/lóbulos pulmonares 
 
 
 
• Árvore brônquica: Alvéolos, Saco alveolar, Canais alveolares, Bronquíolos respiratórios, 
Bronquíolos terminais, Bronquíolos, Brônquios terciários, Brônquios secundários, Brônquios 
principais e Traqueia. 
 
- Os brônquios são revestidos por epitélio cilíndrico pseudoestratificado ciliado 
- Apenas os brônquios principais apresentam cartilagens em forma de "C" 
- Os ramos são formados por cartilagens irregulares 
- Perto das terminações predomina o músculo liso, em vez da cartilagem 
 
- Os bronquíolos são revestidos por epitélio cilíndrico simples ciliado 
- Com a diminuição do calibre, o epitélio transforma-se em cúbico simples ciliado 
- Chega mesmo a ser epitélio de descamação, na zona dos alvéolos 
 
Pleura 
- O pulmão está envolto na pleura visceral 
- A nível do hilo esta continua-se pela pleura parietal 
- A pleura parietal cobre a face interna da caixa torácica, a face superior do diafragma e o 
mediastino, entre as duas pleuras existe líquido pleural 
 
Irrigação sanguínea 
- Existem duas vias de condução de sangue aos pulmões 
- Tal como todos os órgãos, também os pulmões apresentam artérias de nutrição e veias de 
drenagem 
- As artérias brônquicas irrigam os pulmões 
- As veias brônquicas recolhem os sangue venoso e levam-no até à veia ázigos 
- Paralela a esta circulação está uma rede de vasos que permite ao pulmão desempenhar a 
sua principal função 
- As trocas gasosas são efectuadas a nível alveolar 
- As artérias pulmonares trazem o sangue venoso do coração 
 
- Depois da "purificação" do ar, o sangue arterial é levado de volta ao coração pelas veias 
pulmonares 
 
 124
Músculos da respiração 
- O principal músculo da respiração é o diafragma 
- Existem músculos especializados nas expiração - os músculos baixadoresdas costelas 
- Os elevadores das costelas têm uma acção inspiratória 
 
Trocas gasosas 
- As trocas gasosas ocorrem entre os alvéolos e os capilares pulmonares 
- A movimentação dos gases resulta de diferentes concentrações 
- Estas moléculas deslocam-se do ponto de maior concentração para o de menor 
- A pressão parcial representa a concentração de determinado gás numa dada localização 
 
Pressão parcial 
- O ar é constituído por diversos gases 
- Os principais gases são o azoto, o oxigénio, o dióxido de carbono 
- O vapor de água também faz parte do ar 
- Existem diferentes tipos de ar 
- Em cada um temos proporções diferentes dos constituintes 
 
- O ar como um todo causa uma pressão total que é formada pela soma das pressões parciais 
dos diferentes componentes 
- A pressão parcial do azoto é a força causada pelo mesmo 
- O mesmo acontece com os outros gases 
- Existem diversos tipos de ar, cada qual com a sua constituição própria 
- O ar seco apresenta pouco dióxido de carbono e nenhum vapor de água 
- O azoto é o gás predominante, em todos os outros tipos o azoto mantém-se como gás 
predominante, no entanto as outras partes variam 
- É no ar alveolar que se observa maior predomínio do dióxido de carbono 
 
Difusão dos gases 
- Os gases apresentam grande facilidade de difusão através dos líquidos 
- Existem, noentanto, gases com maior afinidade para um líquido que outros 
- O dióxido de carbono difunde-se com maior facilidade pela água que o oxigénio 
- Mesmo integrado num líquido o gás movimenta-se consoante o gradiente 
- A passagem dos gases pela membrana alveolar é feita através de uma fina membrana 
respiratória 
- Esta membrana respiratória é formada pela: parede do capilar, parede do alvéolo e pequeno 
espaço intersticial. 
- Vários factores influenciam a passagem dos gases através da membrana: 
- Espessura da membrana 
- Coeficiente de difusão do gás na substância da membrana 
- Área da superfície da membrana 
- Diferença da pressão parcial do gás dos dois lados da membrana 
 
Transporte de gases no sangue 
- Após a difusão do oxigénio dos alvéolos para os capilares sanguíneos, este vai circular ligado 
à hemoglobina 
- Ao atingir os capilares dos tecidos, difunde-se para as suas células 
- As células fazem o seu metabolismo e libertam dióxido de carbono 
- O dióxido de carbono difunde-se para os capilares sanguíneos 
- Este gás circula no sangue em associação com a hemoglobina 
- Existe sob a forma de ião bicarbonato 
- Atinge os capilares alveolares a difunde-se para os alvéolos 
 
 
 
 125
Gradiente de difusão do oxigénio 
- É a diferença nas concentrações de oxigénio que permite a movimentação do mesmo 
- A sua pressão parcial é maior nos alvéolos e menor nos capilares 
- É ainda menor nas células 
- Este gás vai-se difundindo para os locais de menor pressão até atingir o equilíbrio 
 
Gradiente de difusão do dióxido de carbono 
- O dióxido de carbono difunde-se exactamente da mesma forma 
- É nas células que se observa maior pressão parcial deste gás 
- O sangue venoso atinge os capilares nos alvéolos e difunde o dióxido de carbono 
- A diferença entre as concentrações deste gás é menor 
 
Difusão de gases 
 
 126
Transporte de oxigénio 
- A quase totalidade do oxigénio é transportado pela hemoglobina 
- Esta ligação é reversível 
- Quando existe uma concentração superior este liberta-se 
- Diz-se que a hemoglobina está saturada de oxigénio quando todos os grupos heme 
apresentam um oxigénio ligado 
- Este estado de saturação da hemoglobina é atingido com pressões de oxigénio acima de 80 
mm Hg 
- Nos capilares alveolares é fácil de ocorrer esta saturação 
- Com valores de pressão de oxigénio inferiores, a hemoglobina não está saturada 
- Para pressões da ordem dos 40 mm Hg apenas 75% da hemoglobina está saturada 
- Os restantes 25% de oxigénio é libertado no sangue 
- Quanto menor a pressão de oxigénio, maior é a percentagem que está livre e disponível 
- Existem outros factores que afectam a ligação do oxigénio à hemoglobina 
- Estes funcionam independentemente da pressão de oxigénio 
- O pH do meio é um factor essencial 
- Com pH baixo a saturação da hemoglobina diminui 
- O inverso ocorre quando o valor de pH aumenta 
- O aumento da pressão de dióxido de carbono também diminui a saturação da hemoglobina 
- Pela acção da anidrase carbónica, o aumento de dióxido de carbono resulta num aumento 
dos iões de hidrogénio 
- Quando os níveis de dióxido de carbono diminuem, aumenta o pH, o que faz com que ocorra 
maior ligação de oxigénio à hemoglobina 
- Vários factores condicionam a ligação de oxigénio à hemoglobina 
- As variações existentes no organismo fazem com que a taxa de ligação também varie 
- Outro factor que faz variar a ligação do oxigénio à hemoglobina é a temperatura 
- A temperatura está directamente relacionada com o metabolismo celular 
- O aumento da temperatura promove uma menor ligação do oxigénio à hemoglobina 
- Desta forma existe maior oxigénio livre para satisfazer as necessidades das células 
- Assim sendo, a hemoglobina apresenta uma variação na ligação do oxigénio 
- Esta variação é representada pela curva de dissociação das hemoglobina 
- Esta curva mostra a variação da saturação da hemoglobina 
 
Transporte de dióxido de carbono 
- Este gás é transportado no sangue de 3 formas: Dissolvido no plasma, Ligado a proteínas 
plasmáticas e Sob a forma de iões bicarbonato 
- A mesma hemoglobina transporta oxigénio e dióxido de carbono 
- Quando a hemoglobina não está saturada de oxigénio, os outros locais de ligação estão 
ocupados com dióxido de carbono 
- Os locais não ocupados pelo oxigénio estão muito receptíveis ao dióxido de carbono 
 
Ventilação 
- Designa-se de ventilação o processo pelo qual o ar se movimenta para dentro e para fora dos 
pulmões, este engloba a inspiração e a expiração 
- Em ambos os processos existem diferenciais nas pressões gasosas o que provoca uma 
movimentação de ar 
 
- Na inspiração existe menor pressão no interior da caixa torácica que no exterior 
- Desta diferença resulta a entrada de ar para o aparelho respiratório 
- Quando a pressão é superior no interior da caixa torácica dá-se a expiração 
- É desta forma que o organismo tenta estar sempre em equilíbrio 
- É a alteração do volume torácico que causa os movimentos de ar 
- O aumento do volume da caixa torácica faz diminuir a pressão dos alvéolos 
- Esta vai provocar uma entrada de ar nos mesmos 
- Quando diminuimos o volume torácico a pressão intrapulmonar aumenta e sai ar 
 127
 128
Volumes a capacidades pulmonares 
- Espirometria: é o processo através do qual se realiza a medição dos volumes de ar que se 
deslocam de e para o aparelho respiratório 
- Espirómetro é o aparelho que se utiliza para a medição dos volumes pulmonares 
- Volume corrente: Volume de ar inspirado ou expirado, Cerca de 500 ml 
- Volume de reserva inspiratória: Quantidade de ar que pode ser inspirado, forçadamente, 
após a inspiração do volume corrente normal, Cerca de 3000 ml 
- Volume de reserva expiratória: Quantidade de ar possível de expirar forçadamente após a 
expiração do volume de corrente normal, Cerca de 1100 ml 
- Volume residual: Volume de ar que permanece nos pulmões após a expiração máxima, 
Cerca de 1200 ml 
- Capacidade inspiratória: Corresponde à soma do volume corrente com o volume de reserva 
inspiratória, é a quantidade máxima que uma pessoa pode inspirar. Cerca de 3500 ml 
-Capacidade residual funcional: Corresponde à quantidade de ar que permanece nos pulmões 
após a expiração normal, é a soma do volume residual e do volume de reserva expiratória, 
Cerca de 2300 ml 
- Capacidade vital: Corresponde à quantidade de ar que se consegue expelir após uma 
inspiração forçada. É a soma do volume de reserva inspiratória, volume de reserva expiratória 
e o volume corrente. É cerca de 4600 ml 
- Capacidadepulmonar total: É a soma do volume de reserva inspiratória, volume de reserva 
expiratória, volume corrente e o volume residual. Cerca de 5800 ml 
o - Volumes a capacidades pulmonares, VEMS ou volume expiratório máximo por segund
- Base de um estudo médico importante, que permite avaliar a funcionalidade do aparelho 
respiratório, consiste numa inspiração máxima seguida de uma expiração rápida e forçada. 
- O espirómetro avalia a quantidade de que sai por segundo 
- Este valor pode estar alterado em diversas situações, tais como: Asma, Tumor pulmonar e 
Fibrose pulmonar 
Volume respiratório/ ventilação alveolar por minuto - 
- Volume respiratório por minuto é a quantidade de ar que entra e sai do aparelho respiratório 
por minuto, Corresponde ao volume corrente vezes a frequência respiratória 
- O volume é cerca de 6 litros por minuto 
- Este processo apenas mede o volume de ar que circula 
- Não nos dá a quantidade de ar disponível para trocas gasosas 
- Existem locais no aparelho respiratório que não promovem as trocas - espaço morto 
- Espaço morto anatómico - cavidades nasais, faringe, laringe, traqueia, brônquios 
- Espaço morto fisiológico . espaço morto anatómico e volume de alvéolos não funcionantes 
 - Ventilação alveolar minuto - Volume de ar disponível para as trocas gasosas. Corresponde 
à diferença entre o volume corrente menos o espaço morto vezes a frequência respiratória 
 
 
4 – Regulação e manutenção 
 Capítulo 24 - Sistema digestivo 
 
- O aparelho digestivo divide-se em 2 grandes grupos de órgãos: 
- Órgãos do tubo digestivo 
- Órgãos anexos ao tubo digestivo 
 
- Os órgãos do tubo digestivo, ( órgãos por onde passam os alimentos), são: 
A boca, a faringe, o esófago, o estômago, o intestino delgado e o grosso e o ânus . 
 
- Os órgãos anexos (órgãos e estruturas que fornecem secreções que contribuem facilitar a 
digestão e o bom funcionamento do aparelho digestivo) são: 
- As glândulas salivares 
- Fígado com a respectiva vesícula biliar 
- Pâncreas. 
 
Órgãos do tubo digestivo 
 
A boca ou cavidade oral 
- A cavidade oral é a primeira secção do tubo digestivo 
- Nela estão contidos dentes que são elementos essenciais no processo de mastigação 
- Cavidade oral é limitada anteriormente (inicialmente, exteriormente) pelos lábios e 
posteriormente (atrás, em 2º plano…) pela face 
- As bochechas formam as paredes laterais 
- Cavidade oral, em termos anatómicos, pode-se dividir em: 
- Vestíbulo 
- Cavidade oral propriamente dita 
Vestíbulo: é a zona da cavidade oral que se encontra entre as bochechas e as arcadas 
dentárias
Cavidade oral propriamente dita, é formada por: Arcadas dentárias com os dentes, Palato e 
pela Língua. 
 129
tra-se a boca propriamente dita - Para dentro das arcadas encon
- As arcadas dentárias superior e inferior apresentam os dentes 
- O palato constitui o tecto da cavidade e o pavimento é formado por músculos 
- A língua é um músculo móvel localizado na porção posterior da cavidade oral propriamente 
dita 
- Todas estas estruturas ajudam na mastigação 
- Os dentes e a língua fazem-no de uma forma mais directa 
- As bochechas limitam o movimento do bolo alimentar 
- Toda a cavidade é revestida por epitélio de descamação estratificado 
 
Língua: 
- A extremidade anterior (inicial, exterior ) da língua é livre mas apresenta um freio 
- O freio é uma prega de tecido que se insere na face inferior da língua e no pavimento da 
cavidade oral 
- A língua apresenta diversas funções tais como: ajudar na mastigação, na fala, e como órgão 
sensitivo do paladar. 
- É constituída exclusivamente por músculos 
- Apresenta grande mobilidade 
- Os 2/3 anteriores da língua apresentam papilas gustativas 
Os Dentes 
- Os dentes são as peças essenciais da trituração dos alimentos e diferenciam-se segundo a 
sua função. 
- Existem 32 dentes na dentição permanente e 20 na dentição de leite 
- As peças dentárias ( ou dentes) estão distribuídas pelo maxilar superior e inferior (ou 
mandíbula) de uma forma simétrica. 
- Todos estão implantados nos alvéolos dentários 
- O dente é formado por uma porção interna formada por tecidos moles 
- A sua porção externa é constituída por tecido mineralizado 
- Os dentes estão fixados ao alvéolo por meio de ligamentos periodontais 
 
 
 
 
 
 
 130
Os Músculos envolvidos no processo de mastigação 
- Para ajudar ao processo de mastigação temos os músculos 
- O masséter, temporal, pterigoideu interno e externo são os músculos envolvidos na 
mastigação 
- Estes elementos activos permitem a movimentação da mandíbula contra o maxilar superior 
- O palato como tecto da cavidade oral é importante como elemento sobre o qual se podem 
pressionar os alimentos e separa a cavidade oral da nasal 
- A sua porção anterior é óssea e a posterior muscular 
 
As glândulas salivares 
- As glândulas salivares podem ser classificadas de minor e major 
- As glândulas minor estão espalhadas por toda a cavidade 
- As major são de dimensões maiores e estão mais externas à boca 
- Existem 3 pares de glândulas salivares: 
- As parótidas estão localizadas perto dos ouvidos 
- As sublinguais encontram-se debaixo da língua 
- As glândulas submaxilares localizam-se, como o nome indica, por baixo da mandíbula 
- Todas as glândulas salivares produzem saliva que ajuda na digestão e lubrificação 
 
 131
 
 
 
Faringe 
- Em todo o comprimento da faringe existem músculos constritores da faringe (sup., médio e 
inf.) 
- O epitélio que cobre a faringe é de descamação estratificado húmido 
- A faringe pode ser dividida em 3 secções: nasofaringe, orofaringe e laringofaringe 
- Os alimentos não atravessam a nasofaringe 
- A faringe continua-se posteriormente pelo esófago e laringe 
- A laringe faz parte, exclusivamente, do aparelho respiratório 
 
 
 
 
 
 
 
 
Esófago 
- O esófago localiza-se posteriormente à laringe 
- O esófago é um canal com cerca de 25 cm que se estende-se desde a faringe até ao 
estômago 
- Está localizado anteriormente às vértebras e posteriormente à traqueia 
- Encontra-se englobado no mediastino e atravessa o diafragma 
 
-Apresenta dois esfíncter, um superior e outro inferior, que limitam a passagem dos alimentos 
do estômago para o esófago (refluxo esofágico). 
- O esófago é constituído por 4 camadas: Muscular, Adventícia, Mucosa e Submucosa 
ª e a 2ª) permitem o movimento ao longo do tubo - As camadas externas ( a 1
- A camada mucosa é formada por tecido epitelial de descamação estratificado húmido 
- É na camada submucosa que se encontram glândulas de secreção 
- Estas (a 3ª e a 4ª) garantem a lubrificação do tubo 
 
Estômago 
- O estômago é um segmento do tubo digestivo que sofreu dilatação 
- Está localizado na parte superior esquerda do abdómen e apresenta forma e tamanho 
variáveis 
- É a continuação do esófago e comunica-se com ele através do orifício gastroesofágico 
 
- Apresenta um corpo e um fundo 
- O fundo é o local onde se localiza a abertura para o intestino delgado - o orifício pilórico 
- O esfíncter é um anel de músculo liso que abre e/ou encerra esse orifício 
- No estômago as camadas mucosa e submucosa apresentam numerosas pregas 
- São estas pregas que permitem e distenção e contracção deste órgão 
- As camadas musculares têm diversas orientações para permitir a movimentação do bolo 
alimentar 
- O interior do estômago é coberto por epitélio cilíndrico simples 
- Na mucosa abservam-se diversos orifícios de excreção das glândulas gástricas 
- Existem células produtoras de muco, produtoras de ácido clorídrico, segregadoras de 
hormonas e outras que produzem enzimas 
 
 132
Intestino delgado 
- O intestino delgado é o segmento do tubo digestivo de maior dimensão com 
aproximadamente 6 metros 
- Está organixado em 3 porções: Duodeno, Jejuno, íleon 
 
O duodeno 
- O duodeno forma uma curvatura na quala cabeça do pâncreas se encaixa 
- Inicia-se no piloro e termina no jejuno 
- Nesta porção observa-se a existência de duas saliências: a grande e pequena papila 
duodenal 
- É na grande papila que desemboca a ampola de Vater 
- Esta ampola resulta da união dos canais colédoco e pancreático 
- O funcionamento da ampola está condicionado pelo esfíncter de Oddi 
- No duodeno podemos observar pequenas saliências que têm como função aumentar a 
exposição dos alimentos à acção das enzimas 
- As pregas presentes orientam-se perpendicularmente ao longo eixo do duodeno 
- O epitélio que cobre o duodeno é cilíndrico simples 
- Encontramos células de absorção, células caliciformes, células endócrinas e células 
granulares 
 
- O jejuno e o íleon são semelhantes ao duodeno 
- No íleon não se observa tanta absorção de nutrientes 
- As vilosidades vão diminuindo à medida que nos aproximamos do intestino grosso. 
- Na mucosa e submucosa do íleon existem nódulos linfáticos - placas de Peyer 
- A comunicação entre o íleon e o intestino grosso é feita através da junção íleocecal 
- Esta apresenta em esfincter ileocecal com válvula 
 
Intestino grosso 
- A porção proximal do intestino grosso é o cego 
- Esta porção localiza-se abaixo da união dos dois intestinos 
- Nesta depressão podemos observar um pequeno saco tubular designado de apêndice 
vermiforme 
- A sua localização no abdómen é inferior direita e apresentam vários nódulos linfáticos na sua 
parede 
- O cólon é a porção do intestino grosso que se inicia no cego e termina no anûs 
- É formada por 4 partes distintas: Cólon ascendente, Cólon transverso, Cólon descendente e o 
Cólon sigmoideu 
- O cólon ascendente inicia-se no cego e estende-se até ao ângulo cólico direito 
- O cólon transverso vai desde o ângulo cólico direito ao ângulo cólico esquerdo 
- O cólon descendente estende-se desde o ângulo cólico esquerdo à abertura superior da 
pequena bacia 
- O cólon sigmoideu é a porção terminal do intestino grosso, apresenta a forma de "S" e 
termina no recto 
- O epitélio cilíndrico simples que reveste o intestino grosso não apresenta pregas ou 
vilosidades 
- A camada muscular longitudinal do intestino grosso está incompleta 
- Há predomínio das células caliciformes 
- O recto - porção terminal do tubo digestivo - é um canal vertical que se inicia no cólon 
sigmoideu e termina no anûs ( abertura externa) 
- É revestido por epitélio cilíndrico simples e apresenta uma camada relativamente espessa e 
simples na porção superior do canal e de descamação estratificado na porção inferior. 
- A abertura externa do canal é o anûs. A camada muscular anal é ainda mais espessa que no 
recto 
- Existe 2 esfincteres anais: um interno e outro externo 
 
 133
 
 
 134
 135
Órgãos anexos: 
- Fígado e pâncreas: (as glândulas salivares, apesar de não pertencerem aos órgãos do tubo 
já foram referidas quando estes estavam a ser estudados) 
 
Fígado: Órgão localizado no quadrante superior direito do abdómen e encostado à parede 
inferior do diafragma, constituido por 2 lobos principais, direito e esquerdo, e por 2 menores, o 
quadrado e o caudado e pesa cerca de 1360 gramas ( 1 Kg e 360 g) 
- Todos os canais, vasos e nervos entram e saem do fígado pelo hilo hepático 
- O hilo está localizado na face inferior do órgão 
- Os canais de excreção do fígado são os canais hepáticos direito e esquerdo 
- Estes dois unem-se e formam o canal hepático comum 
- O canal hepático comum une-se com o canal cístico, da sua união resulta o canal colédoco 
- O canal hepático transporta as excreções da vesícula biliar, este, juntamente com outro 
grande canal proveniente do pâncreas - o canal pancreático ou de Wirsung, vão-se unir e 
formar a Ampola de Vater 
- Esta abre-se no intestino delgado a nível do duodeno na grande papila duodenal 
- A vesícula biliar armazena a bílis e está localizada na face inferior do fígado 
- O fígado é revestido por uma cápsula de tecido conjuntivo que penetra no interior do órgão e 
divide-o 
- Os septos são vias para os vasos, nervos e canais 
- Os lóbulos formados apresentam uma forma hexagonal 
- Em cada vértice do lóbulo existe um sistema porta formado por 3 vasos: Artéria hepática; Veia 
porta hepática e o Ducto hepático. 
- No centro do lóbulo existe a veia central 
- As veias centrais unem-se e formam as veias hepáticas 
- Todas as veias hepáticas saem do fígado e drenam para a veia cava inferior 
- O espaço entre a veia central e os vértices é preenchido por hepatócitos e vasos sanguíneos 
- Os cordões hepáticos são formados por hepatócitos 
- Os vasos sanguíneos são os sinusóides hepáticos 
 
Lóbulo hepático 
 
- Funções dos hepatócitos: Síntese da bílis, Armazenamento, Biotransformação e Síntese de 
componentes do sangue 
- O sangue proveniente de todo o organismo pelo sistema porta atravessa todo o lóbulo até à 
veia central 
- Desta segue para a veia cava inferior 
- A bílis é formada nos cordões hepáticos e circula do centro para a periferia 
- Sai do fígado pelos canais hepáticos do sistema porta 
 
Vesícula Biliar 
- Pequena estrutura localizada na face inferior do fígado 
- Tem a forma de um saco e formada por 3 camadas: mucosa, muscular e serosa 
- O canal cístico leva a bílis até ao canal hepático comum. Estes 2 unem-se e formam o canal 
colédoco 
 
Pâncreas 
- Ógão abdominal formado pela cabeça, corpo e cauda, tem 2 porções: endócrina e exócrina 
- A porção endócrina é formada pelos Ilhéus de Langerhans 
- Estes produzem insulina, glucagon e somatostatina 
- A porção exócrina do pâncreas é formada por ácinos. Estes estão organizados em lóbulos 
- Cada lóbulo apresenta um canal intralobular. 
Todos estes canais se juntam para formar o canal pancreático principal ou canal de wirsung. 
Este, tal como já foi referido no fígado, junto com o canal hepático, vão-se unir e formar a 
Ampola de Vater. 
 
Fisiologia do aparelho digestivo – funções: 
- O aparelho digestivo apresenta diversas funções: Ingerir , Mastigar, Propulsionar e Misturar 
Ingerir: Introdução dos alimentos no estômago pela via normal - cavidade oral 
Mastigar: Corresponde à trituração dos alimentos e é feita pelos dentes, Permite uma melhor 
acção das enzimas digestivas 
Propulsionar: Corresponde ao movimento dos alimentos ao longo de todo o tubo digestivo 
- O tempo necessário para percorrer o tubo é de 24-36 horas 
- A deglutição permite a passagem dos alimentos da cavidade oral para o esófago 
- Ao longo do resto do tubo digestivo observamos movimentos peristálticos 
- Estes resultam de contracções da camada muscular 
- A sequência de contracção/relaxamento resulta na progressão dos alimentos 
Misturar: Algumas contracções musculares deslocam o bolo alimentar para frente e para trás 
- Estes movimentos permitem a mistura dos alimentos e não a sua progressão 
- As enzimas libertadas entram em contacto com os alimentos e degradam-os 
 
- Ao longo do trajecto do tubo digestivo são libertadas enzimas que digerem os alimentos 
- Os nutrientes e a água resultantes são absorvidos para o organismo 
- A corrente sanguínea leva os nutrientes para as células 
- O que não é absorvido é eliminado pelas fezes 
 
Fisiologia do aparelho digestivo – Processos: 
 
Secreção: Ao longo do tubo digestivo são libertadas secreções para lubrificar, liquefazer e 
digerir os alimentos. 
- O muco lubrifica as paredes do tubo e o bolo alimentar 
- Protege as paredes contra a acção de ácidos 
- A água presente nas secreções liquefaz os alimentos 
- Esta acção melhora a digestão e absorção 
- As enzimas são libertadas na cavidade oral, estômago, intestino, fígado e pâncreas 
- Estas degradam os alimentos em pequenas moléculas que são mais facilmente absorvidas 
 136
Digestão: É processo pelo qual as moléculas orgânicas são transformadas nos seus 
componentes: Proteínas – aminoácidos; Glúcidos – Monossacáridos; Triglicéridos- glicerol e 
ácidos gordos 
- Podemos distinguir a digestão mecânica e a química 
- A digestão mecânica é executada pelos dentes e as enzimas fazem a digestão química 
- As vitaminas, os minerais e a água não são digeridos antes da absorção 
- As moléculas de grandes dimensões são digeridas para que possam ser absorvidas 
 
Absorção: Passagem de moléculas do tubo digestivo para a corrente sanguínea ou linfática 
 
Transporte: Processo pelo qual as moléculas absorvidas são levadas até às células 
- Pode ser um processo directo ou indirecto 
- Quando são absorvidas directamente para a corrente sanguínea designa-se transporte directo 
- No transporte indirecto as moléculas absorvidas passam Io pela circulação linfática 
 
Eliminação: Consiste no processo pelo qual os produtos que não foram absorvidos são 
eliminados. 
- No intestino grosso a água e os sais são absorvidos para o organismo. 
- Consequentemente as fezes tornam-se semi-sólidas 
 
Fisiologia do aparelho digestivo – Nutrientes: 
Glúcidos 
- Podem ser mono, di ou polissacáridos 
- Os polissacáridos são transformados em mono ou dissacáridos 
- A sua digestão inicia-se na cavidade oral pela acção da amilase salivar 
- Vai terminar no intestino pela acção da amilase ap ncreática 
- A transformação de dissacáridos em monossacáridos é feita pelas dissacaridases presentes 
no intestino 
- Os monossacáridos são levados até ao fígado onde são convertidos em glicose 
- A glicose entra nas células e é a sua principal fonte de energia 
 
 Lípidos 
- Moléculas insolúveis em água 
- 1o passo na digestão dos lípidos é a emulsificação 
- Neste processo as grandes gotículas de lípidos são transformadas em outras de menores 
dimensões 
- A sua digestão é concluída pelos sais biliares produzidos no fígado 
- Lipase: enzima segregada pelo pâncreas que digere moléculas lipídicas 
 137
- Depois da digestão dos lípidos no intestino, os sais biliares ligam-se à sua superfície 
- Os sais apresentam uma extremidade hidrofóbica e outra hidrofílica 
- Estes vão formar uma cápsula envolta do lípido 
- É desta forma que os lípidos conseguem passar por difusão simples através da membrana do 
intestino 
- Estas partículas vão passar para o sistema linfático depois, para o circulatório e para o tecido 
adiposo 
 
Proteínas 
- As proteínas são degradadas em cadeias polipeptídicas de menores dimensões 
- Pepsina - enzima segregada pelo estômago- é a 1a a actuar . 
- Peptidases - enzimas do pâncreas presentes na parede do intestino delgado 
- A peptidase degrada os polipéptidos em dipéptidos e aminoácidos 
- Os dipéptidos e os tripéptidos entram nas células da parede do intestino 
- No interior das células existem dipeptidases e tripeptidases 
- Estas enzimas degradam os seus produtos em aminoácidos 
- Os aminoácidos saem das células e entram na circulação sanguínea que os leva ao fígado 
 
Água 
- Cerca de 92% da água ingerida é absorvida no intestino delgado 
- Uma pequena parte é absorvida no intestino grosso mas pode difundir-se nos 2 sentidos 
- Se o conteúdo do intestino estiver muito diluído esta vai ser absorvida 
- O inverso acontece se o conteúdo intestinal for muito concentrado 
- A água passa por gradiente de osmose 
- À medida que os nutrientes são absorvidos, a pressão osmótica diminui e a água é absorvida 
 
Iões (minerais) 
- A maioria dos iões passa pela parede intestinal por transporte activo 
- Para o transporte do cálcio é necessária a vitamina D 
 
Funções do aparelho digestivo 
 
Funções da cavidade oral 
- Na saliva estão contidas enzimas digestivas 
- A amilase salivar degrada os polissacáridos em mono ou dissacáridos 
- A mastigação permite destruir o revestimento externo de celulose de alguns alimentos 
- A saliva protege a cavidade oral de infecções 
- É um excelente lubrificante 
 
- Deglutição: Apresenta 3 fases distintas: - a cefálica, - a faríngea e a esofágica 
 
- Fase cefálica: bolo alimentar é empurrado contra o palato e de seguida para a orofaringe 
 
- Fase faríngea: Palato sobe e encerra a nasofarínge, há contracção dos músculos 
constritores da faringe e encerramento da laringe pela epiglote. 
 
- Fase esofágica: Transporte do bolo alimentar desde o esófago até ao estômago 
- A movimentação do bolo alimentar pelo esófago leva ao relaxamento do esfíncter esofágico 
inferior 
- As ondas peristálticas e as contracções da musculatura do esófago resultam na 
movimentação do bolo alimentar 
 
 138
 
Funções do estômago 
- A principal é o armanezamento e mistura do quimo 
- Esta mistura semi-sólida resulta da mistura do bolo alimentar com as secreções gástricas 
- As suas secreções são: Muco, ácido clorídrico, gastrina, factor intrínseco e pepsinogénio 
- As células mucosas e da parede secretam muco que reveste toda a parede interna do 
estômago 
- Esta camada protege contra a acidez do quimo e da acção da pepsina 
- As células parietais das glândulas gástricas do piloro secretam factor intrínseco e ácido 
clorídrico 
- Esta glicoproteína liga-se à vitamina B12 
- O ácido clorídrico (funções): 
- Baixa o pH gástrico para valores entre 1 e 3 
- Destroi bactérias presentes nos alimentos Inactiva a amilase salivar 
- Promove a desnaturação das proteínas 
- Cria um meio favorável à actuação da pepsina 
- Sequência de formação de ácido clorídrico 
- CO2 vindo do sangue entra na célula 
- Reage com H2O pela acção da anidrase carbónica 
- Forma-se ácido carbónico 
- Dissocia-se em ião bicarbonato e 
ião hidrogénio 
- O ião bicarbonato volta à corrente 
sanguínea por troca com o ião cloro 
- O ião cloro e o ião hidrogénio são 
libertados para o estômago 
 
 
 
 
 
 
 
 
 139
 
 
Sequência de formação de ácido clorídrico 
- Pepsinogénio é o precursor da pepsina 
- Esta enzima é formada pela presença de um pH baixo no estômago 
- A pepsina actua nas proteínas de forma a desdobrar as suas cadeias 
- Todas as secreções do estômago 
- São reguladas por processos nervosos e hormonais 
- A regulação nervosa é feita por reflexos da medula espinal e por reflexos locais do plexo 
intramural do tubo digestivo 
- A regulação hormonal é feita pela: 
- Gastrina - Secretina - Colecistoquinina ▪Péptido inibidor gástrico 
- A regulação da secreção gástrica é dividida em 3 fases: 
- Fase cefálica: Sensações, pensamentos, cheiros e tacto estimulam o SNC, hà condução 
desses estímulos ao estômago Hà libertação de gastrina 
- Fase gástrica: O volume dos alimentos no estômago causa distensão sendo um estímulo para 
as células gástricas 
- Fase intestinal: Esta fase é controlada pela entrada de quimo no duodeno. Com valores de pH 
superiores a 3 ocorre estimulação das secreções gástricas, para valores de pH inferiores a 2 as 
secreções são inibidas 
 
Funções do estômago as várias fases 
 
 
 
 
 
 
 
 140
 141
Mistura do conteúdo gástrico: 
- Existem dois tipos de ondas de contracção no estômago 
- As ondas de mistura são mais frequentes e permitem a mistura dos alimentos com as 
secreções gástricas 
- As ondas peristálticas levam o quimo da periferia do estômago em direcção ao piloro 
Esvaziamento gástrico: 
- Está relacionado com o tipo e o volume do alimento 
- Os líquidos são mais rapidamente expelidos para o duodeno, cerca de 1,5 a 2,5 horas 
Para o total esvaziamento gástrico são necessárias 3 a 4 horas 
- O piloro permite a passagem do quimo para o duodeno durante os movimentos do estômago 
 
Regulação dos movimentos: Os factores reguladores são os mesmos da secreção gástrica 
 
- Factores que inibem a secreção gástrica também: Inibem a motilidade, Aumentam a 
constrição do esfíncter pilórico e Diminui a velocidade de esvaziamento gástrico 
- Factores estimuladores da secreção gástrica resultam em acções inversas 
 
Funções do intestino delgado 
- A absorção e a digestão dão-se, maioritariamente, no intestino delgado- As secreções do intestino delgado têm como função: Proteger as paredes do pH ácido do 
quimo , Lubrificar a parede intestinal e Manter o quimo líquido para facilitar a digestão 
- A secretina e a colecistoquinina libertadas pela parede intestinal estimulam a secreção 
hepática e pancreática 
- A produção de secreções da parede intestinal é estimulada pela presença do quimo no 
duodeno 
- As microvilosidades do intestino delgado aumentam a superfície de contacto do quimo com 
enzimas presentes nas paredes 
- Também o intestino delgado apresenta movimentos que permitem a deslocação do quimo ao 
longo do mesmo 
- As contracções segmentares misturam o conteúdo intestinal 
- As contracções peristálticas movimentam o mesmo ao longo do intestino 
- A presença da válvula ileocecal na terminação do intestino delgado permite maior tempo de 
permanência do quimo no intestino delgado 
- Este facto melhora a digestão e absorção do mesmo 
- Este esfíncter encontra-se contraído até ser atingido pelas contracções do intestino delgado 
 142
Funções do fígado: Digestão, Excreção, Armazenamento e produção de nutrientes, Síntese 
de novas moléculas e a Transformação de químicos nocivos 
- A produção de bílis é feita pelo fígado 
- A secreção pode atingir os 1000 ml 
- Não apresenta enzimas digestivas mas neutraliza o ácido do estômago 
- Os hepatócitos armazenam energia sob a forma de glicogénio 
- Podem também armazenar vitaminas, gorduras e ferro 
- O fígado pode também transformar um tipo de nutrientes em excesso noutro em falta 
- Desempenha também um papel importante na metabolização de determinadas substâncias 
como os medicamentos 
- Algumas substâncias podem ser alteradas para poderem ser eliminadas pelos rins 
- Glóbulos vermelhos e brancos velhos ou defeituosos são fagocitados pelas células de kupffer 
presentes nos sinusóides 
- A albumina, o fibrinogénio e factores de coagulação são exemplos de substâncias produzidas 
no fígado 
 
Funções da vesícula biliar 
- A vesícula apenas serve de reservatório para a bílis produzida no fígado 
- Tem capacidade para 40 a 70 ml 
- Liberta a bílis no intestino delgado em resposta à estimulação da colecistoquinina 
 
Funções do pâncreas 
- O pâncreas secreta o suco pancreático 
- Este líquido é maioritariamente enzimático e digestivo 
- Os iões bicarbonato presentes no suco elevam o pH do quimo 
- Esta acção inibe a pepsina mas permite a acção das enzimas pancreáticas 
- As enzimas produzidas pelo pâncreas são secretadas na forma de precursor 
- O tripsinogénio, quimiotripsinogénio e a procarboxipeptidase são os percursores da tripsina, 
quimiotripsina e carboxipeptidase 
- A enteroquinase é uma enzima presente na parede intestinal que activa as "pro-enzimas" 
- Existem outras enzimas pancreáticas, tais como: amilase, lipase, ribonucleases e 
desoxirribonucleases 
- Também a secreção pancreática está regulada por mecanismos nervosos e hormonais 
- A secretina e a colecistoquinina estimulam a secreção pancreática 
 
Funções do intestino grosso 
- O intestino grosso também apresenta movimentos para deslocação das fezes 
- Estes são mais lentos, o que faz com que demore entre 18 a 24 horas a eliminar as fezes 
- Durante todo o trajecto verifica-se a absorção de água, sais minerais, secreção de muco e 
actividade bacteriana 
- Apenas cerca de 80 a 150 ml de fezes são eliminadas 
- As secreções do intestino grosso são quase exclusivamente muco 
- A sua parede está revestida por células caliciformes 
- A maioria dos movimentos do intestino grosso são ondas peristálticas 
- Os movimentos de massa são ondas peristálticas que percorrem grandes segmentos 
- Estes são mais frequentes alguns minutos após o pequeno-almoço 
- O enchimento do estômago provoca os movimentos do intestino grosso 
- A distenção da parede do recto provoca um relaxamento do esfíncter anal interno 
- Esta reacção causada pela presença das fezes no local inicia o reflexo de defecação 
- O esfíncter anal externo tem controlo voluntário 
- Isto impede a expulsão involuntária das fezes 
 
4 – Regulação e manutenção 
Capítulo 23- Sistema urinário 
 
Constituição: 
- Rins - formação 
- Bexiga - armanezamento 
- Uretéres - transporte do rim à bexiga 
- Uretra - excreção para o exterior 
 
Rim 
- Órgão par 
- Localizado na parede posterior da 
cavidade abdominal 
- Retroperitoneal 
- Localizados de cada lado da coluna 
vertebral 
 
 
 
Corte horizontal ao nível dos rins – vista superior 
 
- Revestido por uma camada de tecido conjuntivo fibroso, formando a cápsula renal 
- No pólo superior existe uma camada de tecido adiposo, gordura peri-renal 
- A fáscia renal é uma baínha de tecido conjuntivo que fixa os rins à parede abdominal 
- O hilo, localizado no lado interno, é a via de entrada e saída de vasos, canais e nervos 
- A artéria renal e os nervos renais entram no rim 
- A veia renal e os uretéres saem do rim 
- No interior do rim, o hilo forma o seio renal 
 
Estruturas Rim: Zona cortical ou córtex, Tubo contornado proximal e dis
Bowman, Medula renal, Ansa de Henle e Tubos colectores 
tal, Cápsula de 
 
- Estruturalmente o rim organiza-se em duas áreas: - Medula renal - zona interna 
- Córtex ou zona cortical - zona externa 
- Estas duas circundam o seio renal 
- Na medula podemos observar estruturas piramidais, as pirâmides renais 
- As pirâmides continuam-se em direcção ao córtex pelos raios medulares 
- As colunas renais prolongam-se do córtex para a medula 
- A pirâmide apresenta uma base externa e um vértice interno, também denominado de papila 
renal 
- Em torno destas estruturas encontramos os pequenos cálices 
- Estes organizam-se em grandes cálices 
 143
- A união dos diversos cálices forma o bacinete 
- Esta nal e vai dar origem ao ureter estrutura encontra-se no seio re
- É através do ureter que sai a urina para a bexiga 
- Todo este trajecto se inicia na unidade estrutural do rim - o nefrónio 
- Esta estrutura atravessa as duas camadas da parede renal 
 
Nefrónio 
- Unidade estrutural do rim: Cada Rim tem um grande nº de nefrónios e cada nefrónio ocupa 
sempre o córtex e a medula renal. 
- O nefrónio é constituído por: Cápsula de Bowman, Tubo contornado proximal, Ansa de Henle 
e Tubo contornado distal 
- O tubo colector leva a urina forma
 
da no nefrónio para os cálices 
 do nefrónio e sua distribuição pelo rim Estrutura do Rim Estrutura
 
 
 
- Glomérulo - conjunto de capilares localizados no interior da cápsula de Bowman 
- Capilares formam um "novelo" 
- A cápsula e o glomérulo formam o Corpúsculo de Malpighi 
- Os capilares que formam o glomérulo são artérias 
- A arteríola aferente entra na cápsula 
- Os constituintes do sangue vão ser transportados para a cápsula de Bowman 
- Pelas arteríolas eferentes sai o sangue do glomérulo 
- O filtrado que se encontra na cápsula vai ser transportado ao longo de todo o nefrónio 
- À medida que percorre o trajecto vai sofrendo alterações 
- O produto final é a urina 
 
 
 
 
 
 
 
 144
- O processo de formação da urina inicia-se na cápsula do nefrónio, e continua pelo: Tubo 
contornado proximal, Ansa de Henle, Tubo contornado distal, Tubo colector, Pélvis renal ou 
bacinete, Uréter, Bexiga e Uretra, que comunica com o exterior. 
Tubo contornado proximal: Parede formada por epitélio cúbico simples, apresenta 
microvilosidades 
Ansa de Henle: Formada por ramo descendente e ascendente. A porção média é formada por 
epitélio simples pavimentoso 
Tubo contornado distal: Formado por epitélio cúbico simples. Apresenta menos 
microvilosidades 
Tubo colector: Formado da união dos tubos contornados distais. Revestido por epitélio cúbico 
simples 
- As arteríolas do glomérulo são ramos da artéria renal 
- Estas ramificam-se e dão origem a uma rede de arteríolas que envolve todo o nefrónio 
- Existe também uma rede venosa que colecta o sangue- Este vai ser drenado pela veia renal até à veia cava inferior 
 
Estrutura do rim, do nefrónio e dos respectivos vasos sanguíneos 
Ureteres: Originam-se no bacinete, dirigem-se para baixo e para a linha média e terminam na 
bexiga 
 
Bexiga: Funciona como reservatório, é formado por músculo liso, está localizada na cavidade 
pélvica, situada atrás da sínfise púbica e érevestida por epitélio de transicção. 
 
Uretra: Transporta urina para exterior. Epitélio cilíndrico estratificado ou pseudo-estratificado 
Apresenta dois esfíncteres (Anéis musculares que controlam fluxo de urina): 
- Esfíncter urinário interno 
- Esfíncter urinário externo 
- 
- A uretra masculina é maior que feminina 
 
 
Produção de urina 
 145
- Três processos levam à formação de urina: Filtração, Reabsorção e a Excreção 
 
Filtração 
- Passagem de líquido dos capilares para a cápsula de Bowman 
- Resulta da diferença de pressões 
- O fluxo sanguíneo renal corresponde a cerca de 21% do débito cardíaco 
- Apenas o plasma "sofre" filtração 
- Apenas 19% do plasma é filtrado 
- Taxa de filtração glomerular é a quantidade de filtrado produzida por minuto 
- Cerca de 99% do filtrado é reabsorvido 
- O restante é transformado em urina 
- A membrana de filtração é selectiva nas moléculas que a atravessam, apenas moléculas com 
menos de 7 nm de diâmetro e peso molecular inferior a 40 000 daltons, conseguem atravessar 
a membrana de filtração. 
- Albumina e hormonas proteícas atravessam a membrana
 
Reabsorção 
- O filtrado percorre o tubo contornado proximal, a ansa de Henle e o tubo contornado distal 
- Durante o trajecto sofre reabsorção 
- O filtrado reabsorvido passa para o espaço intersticial 
- Chega às veias renais apartir dos capilares peritubulares 
- Substâncias reabsorvidas: Aminoácidos, Glicose, Frutose, Sódio, Potássio, Magnésio, Cloro, 
etc 
 
Produção de urina/reabsorção pode ser realizada através de diferentes processos: Co-
transporte, Transporte activo, Difusão facilitada e Difusão simples. 
 
Transporte activo secundário 
ou co-transporte: = = = = = = = = = = = => 
- Processo de transporte em associação com 
ião sódio 
- Aminoácidos, cloro, glicose e potássio 
- Passagem de substâncias do lúmen do 
nefrónio para a parede do mesmo 
 Transporte activo: Iões potássio, Iões sódio, 
Iões cloro 
Difusão facilitada: Glicose e aminoácidos 
Difusão simples: Água e potássio 
 
 
Glomérulo: Formação de filtrado 
Tubo contornado proximal: Reduz em 65% o volume do filtrado.Absorve cloro, sódio, glicose, 
água 
Ansa de Henle 
- Porção descendente: Entra sódio e cloro, Sai água e a Urina torna-se hipertónica 
- Porção ascendente: Sai sódio e cloro, a Urina torna-se hipotónica e 15% do volume do filtrado 
é reabsorvido 
Tubo contornado distal: 
- Sai sódio 
- A saída de água é controlada pela hormona anti-diurética 
- A ADH promove maior reabsorção de água 
- Entram iões hidrogénio, potássio e amónia 
- Estes elementos mantêm o equilíbrio ácido-base no sangue 
 
Tubo colector: 
 146
- Controlado pela ADH 
- Na presença da hormona torna-se permeável à saída de água 
- Urina torna-se hipertónica 
- Na sua ausência torna-se impermeável, não ocorrendo reabsorção de água 
- A urina formada é hipotónica 
 
Excreção tubular 
- É através do filtrado renal/urina que são excretados muitas substâncias 
- São elementos não produzidos pelo organismo (fármacos) 
- Podem ser eliminados por transporte activo ou passivo 
- Este processo designa-se de excreção tubular 
 
Mecanismo de concentração de urina 
- A concentração de urina varia de acordo com a ingestão de água 
- A quantidade de electrólitos e outras substâncias mantém-se independentemente do volume 
de urina 
- Este mecanismo permite a manutenção do equilíbrio hidro-electrolítico 
 
Produção de urina: A produção da urina é controlada por: Mecanismos hormonais e 
Mecanismos de autorregulação. Estímulos nervosos simpáticos 
 
Mecanismos hormonais 
Hormona anti-diurética 
- Actua no tubo contornado distal e tubo colector 
- Promove a reabsorção água no nefrónio 
- Na hiposecreção verifica-se um aumento do volume de urina 
- Pode levar a graves problemas de desidratação e desiquilíbrio electrolíticos 
- Diabetes insípida: Maior volume de urina, Muito diluída, Incolor e Sem sabor 
 
Aldosterona: = = = = = = = = = = = = = = = = => 
- Aumenta a reabsorção de sódio e cloro 
- Aumenta a excreção de potássio e 
hidrogénio 
- Promove a reabsorção de água 
- Actua no tubo contornado distal e tubo colector 
- Liga-se a receptores e promovem a síntese de 
proteínas de transporte 
 
 
Renina-angiotensina 
- Actua na produção da aldosterona 
- Actua como vasoconstritor 
- Os estímulos para a sua secreção são: 
Diminuição da pressão sanguínea ou Diminuição 
de sódio e cloro no tubo contornado distal 
 
Hormona natriurética auricular: 
- Inibe a secreção de ADH 
- Consequências: Aumento do volume de urina 
produzida, Diminuição da volémia e Diminuição 
da pressão arterial 
- Segregada pela aurícula direita, Responde ao 
aumento de pressão 
 
Hormona anti-diurética, aldosterona e renina: ↑ = ↓ Volume urina; 
 147
↑ Pressão arterial 
↓ = ↑ Volume urina; 
↓ Pressão arterial 
 
Autorregulação: " Mecanismos através dos quais se consegue manter uma taxa de filtração 
glomerular independentemente da pressão arterial sistémica" 
- A autorregulação consiste na contracção e relaxamento das arteríolas renais. 
 
Inervação simpática 
- Estimulação simpática provoca: Vasoconstrição de pequenas artérias, Diminuição do fluxo 
renal e Diminuição formação do filtrado 
- Esta acção é estimulada em casos de: Choque ou Esforço físico intenso 
 
Trajecto da urina 
- A direcção do filtrado no nefrónio resulta da diferença de pressões 
- Na cápsula de Bowman a pressão é próxima de 18 mm Hg e no bacinete 0 mm Hg 
- Desde o bacinete até à bexiga existem contracções e ondas peristálticas que movimentam a 
urina 
 
Reflexo de micção 
- Reflexo de micção ou eliminação de urina 
- É desencadeado pela distensão da parede da bexiga 
- Este reflexo é controlado pela medula espinhal e tronco cerebral 
- O ref mina nas crianças lexo de micção controlado pela medula espinhal predo
- Estes estímulos levam à contracção da bexiga e relaxamento dos esfíncteres urinários interno 
e externo 
- Nos adultos é o tronco cerebral que desempenha o papel de regulação da micção 
- Estes impulsos controlam o esfíncter urinário externo 
- É entre os 2 e 3 anos de idade que surge a capacidade de inibição voluntária da micção 
- " Podemos dizer que num adulto o reflexo involuntário de micção da medula espinhal é 
contro ral " lado pela acção voluntária do tronco cereb
 
 
 148
Parte 5 – Reprodução e Desenvolvimento 
 Capítulo 28 – Aparelho Sexual e Reprodutor 
 
Aparelho reprodutor masculino: 
- Testículos, Epidídimos, Canais deferentes, Uretra, Vesículas seminais, Próstata, Glândulas 
bulbo-uretrais, Bolsa escrotal e Pénis 
 
 
- Bolsa escrotal: 
- Também designada de escroto, contém os testículos e está dividida em dois 
compartimentos através de um septo. A superfície da bolsa está dividida por uma rafe mediana 
que se continua posteriormente até ao anûs e anteriormente até à face inferior do pénis 
- O escroto é formado por uma camada de pele e por uma camada muscular lisa que se 
designa de dartos escrotal 
- Os músculos cremásteres da bolsa são prolongamentos dos músculos abdominais 
- Estes dois músculos em conjunto permitem o movimento dos testículos 
- Quando a temperatura externa é baixa, os músculos contraem-se, aproximando os 
testículos do corpo. Quando a temperatura está elevada, os músculos descontraem-se, 
afastando os testículos do corpo de modo a diminuir a sua temperatura 
- A regulação da temperatura dos testículos é importante para a formação dos 
espermatozóides149
Perínio: É a área entre as coxas que está 
limitada, à frente pelo púbis, atrás pelo 
cóccix e lateralmente pelas tuberosidades 
isquiáticas 
- Os músculos transversos superficial 
e profundo dividem o perínio em dois 
triângulos, estes músculos estendem-se 
de uma tuberosidade à outra, formando 
um triângulo anterior ou urogenital e 
um posterior ou anal 
- Na área do triângulo urogenital 
encontra-se a base do pénis e a bolsa 
escrotal, o ânus encontra-se no triângulo 
posterior 
Testículos: 
- São dois pequenos órgãos ovóides 
localizados no interior da bolsa escrotal, 
são glândulas endócrinas e exócrinas em 
simultâneo. A testosterona é a secreção 
endócrina e os espermatozóides são a 
produção exócrina 
- A túnica albugínea é uma cápsula de 
tecido conjuntivo que reveste exteriormente 
os testículos e os septos incompletos 
originados desta cápsula divide os 
testículos em lóbulos. 
 
Os lóbulos são formados por dois tipos de 
estruturas: 
- Túbulos seminíferos onde se 
desenvolvem os espermatozóides.Os 
túbulos seminíferos abrem-se para a rede 
testicular, que por sua vez leva os 
espermatozóides através dos canais 
eferentes para o epidídimo 
- Células intersticiais ou células de 
Leydig que são secretoras de testosterona 
 
Descida dos testículos: Originalmente os 
testículos são órgãos retroperitoniais, 
estão ligados ao escroto pelo 
gubernáculo, a migração ocorre pelo 
canal inguinal até à 
bolsa escrotal. 
 
 
 
 
Descida dos testículos 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 150
Espermatogénese: 
- Até à puberdade os espermatozóides encontram-se indiferenciados 
- Na puberdade as células intersticiais aumentam de volume e tamanho 
- Inicia-se a produção de espermatozóides 
- Os túbulos seminíferos apresentam dois tipos celulares 
- Células germinativas ou espermatoblastos e as células de Sertoli ou nutritivas 
- As células nutritivas formam uma barreira hematotesticular que afasta as células 
espermáticas do sitema imunulógico 
- Os espermatozóides maduros possuem antigénios na sua superfície 
- A testosterona produzida pelas células de Leydig passa para as células de Sertoli para se 
ligar um receptor à sua superfície 
- A testosterona é transformada em dihidrotestosterona e estradiol 
- As células de Sertoli produzem uma proteína transportadora para a testosterona e para a 
dihidrotestosterona 
- Estas são transportadas para o epidídimo 
- O estradiol e a dihidrotestosterona fumentam a produção de espermatozóides 
- No interior das células de Sertoli encontram-se as células germinativas 
- Dispõem-se da periferia para o centro 
- Os espermatoblastos localizam-se à periferia e à medida que se vão diferenciando 
aproximam-se do centro da célula 
- Alguns espermatoblastos originam, através de mitose, os espermatócitos de primeira 
ordem 
- Estes vão dar origem aos espermatócitos de segunda ordem 
- Estes vão originar células de pequenas dimensões denominadas espermátides 
- As espermátides dão origem aos espermatozóides 
 
 
 151
Espermotozoide: 
- A cabeça onde estão localizados os cromossomas 
- O acrossoma na extremidade da cabeça onde se localizam as enzimas necessárias para a 
penetração do óvulo 
- O segmento intermediário rico em mitocôndrias 
- A cauda que permite o movimento 
Canais 
- As células espermáticas vão sair dos testículos e atravessar uma série de canais eferentes 
até atingirem o exterior 
- Epidídimo 
- É uma estrutura em forma de vírgula localizada na face posterior do testículo 
- É constituído pelos canais eferentes do testículo 
- É o local onde ocorre maturação dos espermatozóides 
 
Canais deferentes: 
- Têm origem no epidídimo 
- Dirigem-se superiormente aos testículos 
- Unem-se com vasos, nervos e linfáticos para formar o cordão espermático 
- Esta estrutura prolonga-se ao longo do canal inguinal 
- Entra na cavidade abdominopélvica 
- Junto à próstata forma a ampola do canal deferente 
 
Canal ejaculador: 
- A vesícula seminal, localizada junto à ampola, apresenta um canal excretor o qual se funde 
com a porção terminal do canal deferente, formando o canal ejaculador 
- Este canal abre-se para a uretra 
 
Uretra 
- Extende-se desde a bexiga até à extremidade distal do pénis 
- É uma via comum para a urina e para o esperma 
- Pode ser organizada em 3 porções: Uretra prostática, Uretra membranosa, Uretra esponjosa 
Uretra prostática: 
- É a porção mais próxima da bexiga 
- Está envolvida pela próstata 
- Local onde os canais ejaculadores libertam os espermatozóides 
Uretra membranosa 
- É a porção mais curta 
- Atravessa o pavimento do períneo 
Uretra esponjosa: 
- Também designada de uretra peniana 
- Está envolvida pelo corpo esponjoso 
- É a porção mais longa da uretra 
- Termina na extremidade distal do pénis 
 
Pénis 
- É constituído por 3 porções longitudinais de tecido eréctil 
- A erecção resulta da intensa circulação de sangue pelas partes constituintes 
- As colunas laterais designam-se de corpos cavernosos 
- A coluna dorsal forma a glande peniana, por dilatação 
- A uretra abre-se para o exterior através do orifício uretral, localizado no centro da glande 
- Na extremidade proximal surge a raíz do pénis que é formada pelo bulbo peniano e raíz do 
corpo cavernoso 
- O perpúcio é uma prega de pele inserida na base da glande, cobrindo-a 
- Na face dorsal do pénis passam artérias, veias e nervos 
 
 152
Glândulas acessórias 
Próstata 
- Glândula de pequena dimensão 
- Localizada na face posterior da sínfise púbica, na base da bexiga 
- Envolve a uretra prostática e os canais ejaculadores 
- A glândula é formada por uma cápsula de músculo liso e feixes de fibras musculares 
- O espaço entre as fibras é coberto por epitélio cilíndrico organizado em pequenos sacos 
- É para estes sacos que são excretadas as secreções prostáticas 
- É através dos canais prostáticos que as secreções são libertadas na uretra prostática 
Glândulas bulbo-uretrais: 
- Pequenas glândulas existentes nos jovens e que apresentam um canal excretor para a uretra 
membranosa 
 
Secreções 
- Sémen, esperma, líquido espermático ou seminal é uma mistura formada por 
espermatozóides e secreções de várias glândulas 
- 60% do líquido provem das vesículas seminais 
- 30% da próstata 
- 10% dos testículos e das glândulas bulbo-uretrais 
- A emissão de esperma consiste na descarga do esperma para a uretra 
- A ejaculação consiste na sua emissão para o exterior do corpo atarvés da uretra 
 
Regulação da secreção das hormonas sexuais 
- O hipotálamo, a hipófise e os testículos são 
os factores hormonais que infuenciam o aparelho sexual masculino 
- A hormona libertadora da gonadotrofina (GnRH) é libertada pelo hipotálamo e leva á secreção 
pela adeno-hipófise das gonadotrofinas 
- A LH e FSH são gonadotrofinas libertadas pela adeno-hipófise 
- A LH liga-se às células de Leydig e potencia o ritmo e secreção da testosterona 
- A FSH liga-se às células de Sertoli e promove a formação de espermatozóides 
- A testosterona é um androgénio porque estimula as características sexuais secundárias do 
homem, bem como o desenvolvimento dos seus órgãos sexuais 
- Também infuencia o comportamento sexual e mantém a produção de células espermáticas 
- A inibina é secretada pelas células de Sertoli e inibe a secreção de FSH pela adeno-
hipófise 
 
Efeitos da testosterona 
- Estimula o crescimento e desenvolvimento dos órgãos sexuais masculinos 
- Estimula crescimento capilar 
- Torna a pele e o cabelo mais grosso e áspero 
- Aumenta a quantidade de melanina na pele 
- Aumenta a secreção das glândulas sebáceas, causando acne na face 
- Altera a voz por hipertrofia da laringe 
- Ritmo metabólico mais acelerado 
- N° de glóbulos vermelhos é maior 
- Aumento da massa muscular esquelética 
- Determina crescimentoósseo rápido 
- Aumenta a deposição de cálcio no osso 
 
 153
Aparelho reprodutor da mulher 
Ovários, Trompas uterinas, Útero, Vagina, Vulva, Seios 
Aparelho genital feminino 
Ovários 
- Pequenos órgãos situados na cavidade pélvica 
- Localizados de cada lado do útero 
- Ligados às estruturas adjacentes através de 3 pares de ligamentos: 
- Ligamento suspensor 
- Ligamento largo (mesovário) 
- Ligamento ovárico 
 
- A túnica albugínea é uma densa camada de tecido conjuntivo fibroso que reveste o ovário 
- Histologicamente podemos dividir o ovário em cortex e medula 
- É na medula que entram os vasos, nervos e linfáticos 
- No córtex estão localizados os folículos ováricos que contêm os oócitos 
 154
Oogénese 
- Define-se como o processo de formação de um óvulo ou oócito secundário 
- As oogónias são as células precursoras dos oócitos 
- Estas sofrem meiose e originam oócitos de primeira ordem 
- Este está envolvido por células granulosas 
- A este conjunto chama-se folículo primordial 
- Durante a puberdade, com o aumento da hormona FSH, o folículo primordial é convertido em 
folículo primário 
- Nesta altura o oócito aumenta de volume e as células granulosas tornam-se cúbicas 
- À volta do oócito de primeira ordem forma-se a zona pelúcida 
- Alguns folículos primários desenvolvem-se e formam folículos secundários 
- As células granulosas desenvolvem-se e formam inúmeras camadas 
- Entre as várias camadas surgem vesículas que contêm líquido folicular 
- O antro é uma câmara formada pela fusão de diversas vesículas 
- Com o crescimento do folículo secundário, as células granulosas desenvolvem-se para formar 
a cápsula ou teca 
- Esta é formada pela teca externa ou fibrosa e a teca interna ou vascular 
- Quando existe um antro único, o folículo designa-se de maduro ou folículo de Graaf 
- No folículo maduro observa-se a deslocação do oócito para a periferia 
- A zona periférica designa-se de disco prolígero ou cúmulo ovárico 
- O oócito de Ia ordem forma um oócito de 2 a ordem e um corpo polar por um processo 
meiótico 
 
Ovulação 
- Ocorre um aumento do volume do líquido do folículo 
- O oócito de 2 a ordem irrompe para o exterior do folículo - ovulação 
- Se não ocorrer fecundação o oócito degenera e é eliminado 
- É com a fecundação que o oócito completa o processo de meiose que estava interrompido 
levando a formação de um 2o corpo polar 
- O oócito passa a designar-se de ovo ou zigoto 
- Mesmo depois da ovulação o folículo desempenha um papel importante 
- Este vai-se transformar em corpo amarelo 
- As células granulosas e a teca aumentam o seu volume e segregam hormonas 
(progesterona e estrogénios) 
- No caso de uma gravidez o corpo amarelo continua a aumentar de tamanho e permanece 
durante todo o período gravítico 
- Se não ocorrer fecundação este degenera em 10 a 12 dias formando o corpo branco 
- Este leva meses ou anos a desaparecer 
 155
 
Aparelho genital feminino – ovários, trompas uterinas e útero 
 
Trompas uterinas 
- Também designadas de trompas de Falópio 
- Estão localizadas lateralmente ao útero e associadas ao respectivo ovário 
- Na extremidade ovárica a trompa alarga-se para formar o pavilhão ou infundíbulo 
- A abertura do pavilhão designa-se de óstio ou orifício abdominal 
 
As franjas são estruturas finas que limitam o óstio, são cobertas por epitélio mucoso ciliado 
- A ampola tubárica é a porção mais longa e dilatada da trompa 
- Na extremidade uterina encontramos o istmo que é uma zona mais estreita 
- A porção intra-uterina da trompa ou intramural atravessa a parede uterina e termina num 
orifício uterino 
- A parede da trompa de falópio é formada por 3 camadas: Túnica serosa, Túnica muscular e 
Túnica mucosa 
 
- A túnica serosa é a mais exterior e é formada pelo peritoneu 
- A túnica muscular é formada por músculo liso disposto de duas formas distintas: 
longitudinalmente e em anel 
- A túnica mucosa é a camada mais interna e é formada por epitélio cilíndrico ciliado, que 
auxilia o movimento do óvulo. 
 
Útero 
- O útero é um órgão da cavidade pélvica 
- Apresenta a forma de uma pêra 
- A sua porção de maior volume é superior e designa-se de fundo 
- A porção inferior é designada de colo uterino ou cérvix 
- A porção entre o fundo e o cérvix é o corpo 
- Entre o colo e o corpo encontramos uma constrição designada de istmo 
- O espaço no interior do útero designa-se de cavidade uterina 
- Esta continua-se inferiormente pelo canal cervical 
- Este abre-se para a vagina através do óstio ou orifício externo do canal cervical 
- O útero é suportado por ligamentos uterinos e pelos músculos esqueléticos do pavimento 
pélvico 
- Ligamentos: Redondos, Largos e Útero-sagrados 
 156
- A parede uterina é composta por 3 camadas: Túnica serosa ou perimétrio, Túnica muscular 
ou miométrio e Túnica mucosa ou endométrio 
- Perimétrio: É constituído pelo peritoneu 
- Miométrio: Camada muito espessa de fibras musculares lisas e no colo o n° de fibras 
musculares diminui e o tecido conjuntivo denso predomina. 
- Endométrio: 
- Formado por epitélio cilíndrico simples 
- Observam-se glândulas uterinas que se abrem para a cavidade uterina 
- Este pode ser dividido numa camada basal que é mais profuna e numa outra camada mais 
superficial designada de camada funcional 
 
Canal cervical: É revestido por epitélio cilíndrico e apresenta glândulas mucosas 
cervicais. 
- O muco produzido por estas glândulas serve de barreira para a passagem de substâncias da 
vagina para o útero, cgom a aproximação da ovulação o muco torna-se mais fluído para a 
passagem dos espermatozóides 
 
Vagina: 
- É um canal de cerca de 10 cm, que se estende desde o útero até ao exterior 
- Na parede anterior e posterior encontram-se as colunas vaginais, que são saliências 
longitudinais. 
- Transversalmente e entre as duas colunas estão as cristas ou rugas vaginais 
- Na extremidade uterina da vagina encontra-se o fundo de saco vaginal ou fórnix 
- A parede vaginal é formada por duas camadas: uma muscular e outra mucosa 
- A camada muscular é exterior e é formada por músculo liso 
- A camada mucosa é húmida e formada por epitélio de descamação estratificado 
- O orifício vaginal é obliterado por uma membrana mucosa, o hímen 
- Esta estrutura é, geralmente, perfurada para deixar passar o fluxo sanguíneo durante a 
menstruação 
- Pode ser uni ou multiperfurada 
- Durante a relação sexual o hímen pode ver as suas aberturas aumentadas 
- Os órgãos genitais externos são o vestíbulo e estruturas anexas 
- O vestíbulo é uma depressão onde se localiza anteriormente o meato uretral e 
posteriormente o orifício vaginal 
- Os pequenos lábios são pregas cutâneas longitudinais entre os quais está situado o 
vestíbulo 
- O clitóris é uma estrutura eréctil localizada na zona anterior do vestíbulo 
- O perpúcio é uma prega de pele originada nos pequenos lábios e que cobre o clitóris 
- Tal como o pénis, também o clitóris apresenta na sua constituição corpos cavernosos 
- É um órgão com muitos receptores sensitivos 
- Os bulbos vestibulares são estruturas erécteis localizados de cada lado do orifício vaginal 
- As glândulas de Bartholin e as para-uretrais estão localizadas de cada lado do vestíbulo e 
têm como função a secreção de muco para lubrificação do vestíbulo 
- Os grandes lábios acompanham o trajecto dos pequenos lábios 
- A união anterior dos grandes lábios forma o monte de vénus 
- Toda a área que é delimitada pelos grandes lábios designa-se de fenda vulvar 
- Períneo: Tal como no homem, é dividido em 2 triângulos pelos músculos transversos 
superficial e profundo 
- O triângulo posterior ou anal contém o orifício anal 
- O triângulo anterior ou urogenital contém os órgãos sexuais externos 
- Na linha média, entre a vagina e o anûs, encontra-se o centro tendinoso do períneo 
 
 157
Órgãos genitais externos158
 
Glândulas mamárias 
- Localizadas internamente nos seios ou mamas 
- São órgãos produtores de leite 
- São glândulas sudoríparas modificadas 
- O mamilo, localizado no centro na mama, é rodeado por uma aréola circular 
- O desenvolvimento mamário nas mulheres dá-se na puberdade devido ao aumento dos 
estrogénios e da progesterona 
- Ginecomastia - aumento do volume mamário no homem 
- Internamente a mama é formada por lobos envoltos em tecido adiposo 
- Cada lobo possui um único canal galactóforo que termina à superfície do mamilo 
- Pouco antes de atingir a superfície do mamilo, o canal dilata-se, formando um seio 
galactóforo ou ampola galactófora 
- É nesta pequena estrutura que se acumula o leite produzido 
- Dentro de cada lobo existem vários lóbulos 
- Os lóbulos são formados por alvéolos 
- Os alvéolos são constituídos por ácinos 
- As mamas são mantidas no lugar por ligamentos suspensores da mama ou ligamentos de 
Cooper 
 
 
 
 
 159
Ciclo menstrual 
- Consiste numa sequência de acontecimento nas mulheres maduras e não grávidas que 
termina com a ovulação 
- A duração habitual do ciclo é de 28 dias 
- A menstruação resulta da descamação do epitélio mucoso da cavidade uterina 
- 1° dia ciclo - 1° dia de menstruação 
- 4°/5° dia ciclo - fim da menstruação 
- 6°/13° dia ciclo - fase proliferativa ou folicular 
-14° dia ciclo - ovulação 
- 15°/ 28° - fase luteínica ou secretora 
- Novo ciclo menstrual 
 
Ciclo ovárico 
- O ciclo ovárico compreende os fenómenos que decorrem no ovário durante o ciclo menstrual 
- Cerca de 25 folículos iniciam desenvolvimento e maturação 
- Apenas 1 chega a libertar o óvulo 
- Io - libertação de GnRH pelo hipotálamo 
- 2o - estimulação da adeno-hipófise 
- 3o - libertação de FSH e LH 
- 4o - estimulação do crescimento e maturação folicular 
- 5o - os níveis sanguíneos de estrogénios aumentam na fase folicular 
- 6o - causam um efeito de feed back negativo sobre a FSH e a LH 
- 7o - na fase folicular tardia o estrogénio causa feed back positivo na FSH e LH 
- 8o - pico de LH e de FSH 
- 9o - ovulação 
- 10° - diminui a produção de estrogénio e aumenta a de progesterona 
- 11° - Formação do corpo amarelo 
- 12° - aumento dos níveis de estrogénio e progesterona 
- 13° - diminuição de GnRH, FSH e LH 
- 14° - atrofia do corpo amarelo 
- Caso ocorra fecundação inicia-se a produção da HCG (gonadotropina coriónica humana) que 
impede a degeneração do corpo amarelo 
 
Ciclo uterino 
- Ciclo uterino refere-se às alterações que ocorrem quer no útero quer na vagina 
- Estas alterações estão relacionadas com as secreções cíclicas de estrogénio e progesterona 
- Io - Menstruação 
- 2o - Proliferação do endométrio 
- 3o - Formação das glândulas espirais 
- 4o - Ovulação 
- 5o - Endométrio torna-se mais espesso (preparado para receber o ovo) 
- 6o - Diminuição dos níveis de estrogénios e progesterona 
- 7o - Degeneração das glândulas espirais 
- 8o - Expulsão do fluído menstrual 
- O estrogénio potencia a proliferação das células do endométrio 
- A progesterona inibe as contracções do músculo liso 
 
 
 
 
 
 
 
 
 160
 
Gravidez Secreção hormonal na gravidez 
- Os espermatozoides entram 
no canal cervical, atingem o 
útero e sobem até às trompas 
- Neste precurso os 
espermatozóides perdem o 
capuz 
- Ficam assim disponíveis as 
enzimas necessárias para o 
movimento e fecundação do 
óvulo 
- Os espermatozóides 
sobrevivemno aparelho 
feminino até 72 horas 
- Após a ovulação o óvulo só 
se encontra em condições de 
ser fertilizado por um período 
de 24 horas 
- Para que ocorra 
fecundação, o acto sexual 
deve decorrer entre 3 dias 
antes e 1 dia depois 
- Depois da fecundação o ovo 
sofre diversas divisões 
celulares 
- Percorre o caminho das 
trompas até ao útero 
- Após 7/8 dias da ovulação o 
endométrio está receptivo 
- O futuro embrião ou 
blastómero implanta-se 
- É segregada a HCG 
(gonadotropina coriónica 
humana) 
- O corpo amarelo mantém-se 
funcional 
- Aumento dos níveis de 
estrogénios e progesterona 
- A HCG pode ser detectada 
na urina de uma mulher 
grávida 
- Apenas se mantém até à 16 a semana 
- Depois do 3 o mês de gravidez o corpo amarelo deixa de ser o principal produtor de hormonas 
- É a placenta torna-se um órgão endócrino, produzino as hormonas femininas 
- Os níveis sanguíneos aumentam progressivamente durante a gravidez 
 
Menopausa 
- A ausência de ciclo menstrual surge por volta dos 40/50 anos e designa-se de menopausa 
- A amenorreia é a ausência de ciclo menstrual 
- Nesta altura o número de folículos é reduzido 
- Durante a menopausa a mulher pode sofrer de afrontamentos, irritabilidade, perturbações 
emocionais, etc 
- Podem ser administradas pequenas doses de estrogénios durante este período 
 161
- Pode previnir os sintomas, a osteoporose mas pode levar ao desenvolvimento do tumores do 
útero e da mama 
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	16-21.pdf
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	Anatomia.Parte 4 (099-148).pdf
	Anatomia.Parte 5 (149-161).pdf

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